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Memória – ficha de trabalho

Define memória e diz por que razão a memória é a faculdade humana mais importante.
A memória é a capacidade de adquirir, armazenar e recuperar (evocar) informações
disponíveis, seja internamente, no cérebro (memória biológica), seja externamente, em
dispositivos artificiais (memória artificial). Também é o armazenamento de informações e fatos
obtidos através de experiências ouvidas ou vividas.
Esta é a faculdade humana mais importante pois sem ela, não haveria “antes”, mas
apenas “agora”. Dado isto, a memória permite-nos: conservar informações relativas ao mundo
exterior (nomes, factos, datas, entre outros); adaptar ao meio e sobreviver (evitando comer
alimentos que sabemos serem tóxicos, por exemplo); conservar a nossa identidade pessoal
(quem sou eu); adquirir novos conhecimentos e mantê-los.

Quais são os processos da memória? Explica cada um deles.


Os processos da memória são: a codificação (tradução de dados num código, que pode
ser acústico, visual ou semântico); o armazenamento (em que código memorizado é mantido
para utilização posterior, podendo manter-se na memória por diferentes períodos de tempo.);
recuperação (trata-se de nos lembrarmos da informação anteriormente armazenada).

O que é a memória a curto prazo? Quantas componentes tem e em que consistem?


A memória a curto prazo é aquela que retém a informação durante um período
limitado de tempo, e possui uma capacidade muito limitada (cerca de 7 itens, durante
aproximadamente um minuto). A maior parte da informação que a ela chega perde-se
instantes depois (a não ser que a repitamos e reutilizemos).
Existem 2 componentes dentro da mesma: a memória imediata (a informação recebida fica
retida durante 30 segundos), e a memória de trabalho (mantemos a informação apenas
enquanto esta nos é útil).

Diferencia a memória não declarativa da memória declarativa.


A memória declarativa e a não declarativa diferem no facto de que a memória
declarativa se refere à lembrança de fatos e eventos, enquanto a memória não declarativa,
também chamada de memória procedural, se refere à capacidade de realizar habilidades ou
atividades aprendidas. A memória declarativa pode ser expressa ou “declarada” em termos de
informação (explícita, com registo), enquanto a memória não declarativa não pode (implícita,
sem registo). A memória declarativa e a não declarativa são partes muito importantes da
memória a longo prazo de uma pessoa, pois tendemos a precisar fazer uso de uma variedade
de fatos e habilidades diferentes durante um determinado dia.

Quais os tipos que existem de memória declarativa e explicita-os.


A memória declarativa deriva em dois tipos: Episódica (experiências autobiográficas,
lembranças pessoais localizadas no espaço/tempo; e a Semântica (conhecimentos e
informações sobre o Mundo. Não há localização no espaço/tempo.
Distingue memória episódica de memória semântica.
A memória episódica é aquela lembrança não verbalizada, ou seja, implícita. Esta inclui
todas as memórias que dependem de nossas perceções e motricidade, como andar de
bicicleta. Enquanto a semântica guarda as informações, ideias e conceitos, a episódica trata da
memória cronológica.

A memória não é uma reprodução fiel, justifica.


A memória não é uma reprodução fiel, e há várias razões para isto acontecer:
 A memória é reconstrutiva: quando recordamos uma memória, não estamos
simplesmente a reproduzir um vídeo armazenado do evento em questão. Em vez
disso, o nosso cérebro reconstrói a memória através do uso de pedaços de
informações que armazenamos. Isto significa que as memórias podem ser alteradas ou
distorcidas no processo de recordação.
 A memória está sujeita a interferências: as nossas memórias podem ser influenciadas
por outras informações que encontramos após o evento em questão. Por exemplo, se
ouvirmos o relato de um evento de outra pessoa, essa informação pode integrar-se na
nossa própria memória do evento, levando a imprecisões.
 A memória pode ser influenciada pelas nossas emoções e preconceitos: as nossas
emoções e preconceitos podem afetar a forma como nos lembramos dos eventos. Por
exemplo, se tivermos uma forte reação emocional a um evento, podemos lembrar-nos
dele de forma mais vívida ou diferente do que realmente ocorreu. Da mesma forma,
os nossos preconceitos podem influenciar a forma como interpretamos e nos
lembramos dos eventos, levando a imprecisões.
 A memória pode decair com o tempo: as memórias podem se tornar menos precisas
com o tempo, especialmente se não as reforçarmos por meio de ensaios ou pela
recuperação. Com o passar do tempo, os detalhes podem se tornar confusos ou serem
completamente esquecidos.
No geral, a memória não é uma reprodução fiel porque é reconstrutiva, sujeita a
interferências, influenciada pelas nossas emoções e preconceitos e pode decair com o tempo.

A memória é um processo ativo, justifica.


A memória é de facto um processo ativo que envolve muitas operações e mecanismos
cognitivos diferentes. Aqui estão algumas razões:
 Codificação: O primeiro passo na formação da memória é a codificação, onde as
informações recebidas são transformadas numa representação neural que pode ser
armazenada no cérebro. A codificação é um processo ativo que envolve atenção,
perceção e organização da informação que está a ser processada.
 Consolidação: Uma vez que a informação foi codificada, ela precisa ser consolidada ou
estabilizada no cérebro para formar uma memória a longo prazo. A consolidação é um
processo ativo que envolve a reativação e fortalecimento das conexões neurais que
representam a memória.
 Recuperação: Finalmente, quando recuperamos uma memória, procuramos e
reconstruímos ativamente as informações de nosso cérebro. Este processo é
influenciado por muitos fatores, incluindo o nosso conhecimento prévio, expectativas
e o contexto em que a memória foi formada.
Para além disto, a memória não é um registro passivo de eventos passados, mas sim
um processo dinâmico que é constantemente atualizado e reconstruído. Isto significa que as
nossas memórias podem ser influenciadas por novas informações, emoções e até mesmo
pelos nossos próprios preconceitos e expectativas. Portanto, a memória é um processo ativo
que envolve não apenas o cérebro, mas também os nossos próprios pensamentos e
experiências.

“Uma boa memória é útil, mas também o é a capacidade de esquecer”, justifica.


Embora ter uma boa memória possa ser benéfico em muitas situações, também há
momentos em que a capacidade de esquecer é igualmente importante. O nosso cérebro é
constantemente bombardeado com informações, e é essencial filtrar o que é importante e o
que não é. Esquecer informações irrelevantes permite-nos focar no que é relevante e tomar
melhores decisões. Para além disto, as memórias de traumas passados e experiências
negativas podem ser debilitantes e dificultar a nossa capacidade de seguir em frente. A
capacidade de esquecer ou suprimir estas memórias pode ser útil para lidar e curar a dor
emocional. As nossas memórias às vezes podem impedir-nos de nos adaptar a novas situações.
Por exemplo, manter crenças ou hábitos desatualizados pode impedir-nos de aprender e
crescer. O esquecimento pode permitir-nos sermos mais flexíveis e abertos à mudança. Logo,
recordar tudo pode ser avassalador e levar à sobrecarga cognitiva, o que pode prejudicar a
nossa capacidade de aprender e reter novas informações.
Resumindo, embora ter uma boa memória seja certamente útil, a capacidade de
esquecer pode ser igualmente importante em certas situações. Ao filtrar informações
irrelevantes, deixar de lado as emoções negativas, adaptar-nos às novas circunstâncias e evitar
a sobrecarga cognitiva, o esquecimento pode ser uma ferramenta valiosa para o nosso bem-
estar e sucesso geral.

Explica em que consiste o esquecimento regressivo.


O esquecimento regressivo, também conhecido como efeito de esquecimento inverso,
é um fenômeno em que a capacidade de uma pessoa de recordar informações diminui à
medida em que o intervalo de retenção entre a aprendizagem e a recordação aumenta.
Noutras palavras, quanto maior o tempo entre o momento de aprendizagem de algo e
tentarmo-nos lembrar desse algo, maior a probabilidade de uma pessoa esquecer.
O efeito de esquecimento regressivo é frequentemente visto em experiências de
memória, onde os participantes são solicitados a aprender e depois recordar listas de palavras
ou outros materiais. Por exemplo, se um participante for solicitado a aprender uma lista de
palavras e for testado nelas após um atraso de uma hora, este poderá lembrar-se da maioria
das palavras. No entanto, se o mesmo participante for testado na mesma lista após um atraso
de um dia, este provavelmente apenas se lembrará de uma parte das palavras.

Explica em que consiste o esquecimento motivado.


O esquecimento motivado é um fenômeno em que uma pessoa esquece
intencionalmente informações ou memórias devido a razões psicológicas ou emocionais. Isto
pode ocorrer consciente ou inconscientemente e pode envolver a supressão ou repressão de
memórias.
Existem várias razões pelas quais uma pessoa pode ser motivada a esquecer certas
informações ou memórias:
 Trauma: eventos traumáticos podem ser esmagadores e difíceis de processar. Em
alguns casos, o cérebro pode tentar proteger o indivíduo da dor emocional do trauma
suprimindo ou reprimindo as memórias.
 Culpa ou vergonha: Memórias de ações ou eventos passados associados à culpa ou
vergonha podem ser suprimidos consciente ou inconscientemente para evitar as
emoções negativas associadas a estes.
 Autoproteção: Em alguns casos, o esquecimento de informações pode ser uma forma
de autoproteção. Por exemplo, uma pessoa pode esquecer detalhes de um evento
traumático para evitar um novo trauma ou pode esquecer informações que possam
prejudicar a sua reputação ou relacionamentos.
 Dissonância cognitiva: Às vezes, uma pessoa pode esquecer informações que entram
em conflito com as suas crenças ou valores. Esta pode ser uma maneira de reduzir a
dissonância cognitiva e manter uma visão consistente do mundo.

Explica o esquecimento por interferência das aprendizagens.


O esquecimento devido à interferência das aprendizagens é um fenômeno em que a
memória de informações previamente aprendidas é interrompida ou deslocada pela
aprendizagem de novas informações. A interferência pode ocorrer de duas maneiras:
interferência proativa e interferência retroativa.
 Interferência proativa: A interferência proativa ocorre quando as informações
previamente aprendidas interferem na recuperação de novas informações. Por
exemplo, se alguém aprendeu anteriormente uma lista de palavras e depois tenta
aprender uma nova lista de palavras, as palavras aprendidas anteriormente podem
interferir na recuperação da nova lista.
 Interferência retroativa: A interferência retroativa ocorre quando o novo
conhecimento interfere na recordação de informações aprendidas anteriormente. Por
exemplo, se alguém aprendeu anteriormente uma lista de palavras e depois tenta
aprender uma nova lista de palavras, as novas palavras podem interferir na
recuperação da lista aprendida anteriormente.

Qual a relação da memória com a identidade individual.


A memória está intimamente ligada à identidade individual, pois as nossas memórias
moldam quem somos e como nos entendemos em relação ao mundo ao nosso redor. As
nossas memórias fornecem-nos um senso de continuidade e história pessoal, permitindo-nos
criar uma narrativa das nossas vidas e construir o senso de identidade própria.

Qual a relação da memória com a identidade coletiva.


A memória desempenha um papel crucial na formação e manutenção da identidade
coletiva. A identidade coletiva refere-se ao sentimento compartilhado de pertencimento e
identificação que os indivíduos têm com um determinado grupo ou comunidade. Isto pode
incluir grupos baseados em fatores culturais, sociais, políticos ou históricos.
As memórias que são compartilhadas entre os membros de um grupo ou comunidade podem
contribuir para a formação de uma identidade coletiva. Por exemplo, memórias
compartilhadas de eventos históricos, tradições ou experiências podem ajudar a criar um
senso de unidade e propósito comum entre os membros do grupo. Essa história compartilhada
pode criar um senso de continuidade e um sentimento de pertencimento, fornecendo uma
estrutura para normas, valores e comportamentos comuns no grupo.

Mariana Campochão Carvalheiras, nº. 17, 12ºG

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