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Reflexão episódio 1- documentário “Deus cérebro” (minuto 35-)

“O cérebro passa a maior parte do tempo a fazer previsões do que vai acontecer a seguir, a
fim de o manter vivo e saudável. Fora dessa tempestade de previsões, as emoções emergem.” Lisa
Feldman Barret
A partir desta afirmação é possível entender que o nosso cérebro está constantemente a
processar e a integrar informações sensoriais do ambiente para fazer previsões sobre o que vai
acontecer a seguir. Estas previsões permitem-nos preparar e responder a potenciais ameaças,
oportunidades ou recompensas no nosso meio envolvente.
As emoções podem surgir a partir destas previsões como forma de motivar e orientar o nosso
comportamento para respostas adaptativas. Por exemplo, se o cérebro prevê uma ameaça no ambiente,
pode despoletar a resposta emocional do medo, que prepara o corpo para lutar ou fugir. Do mesmo
modo, se o cérebro prevê uma potencial recompensa, pode desencadear a resposta emocional de
felicidade ou excitação, que motiva o corpo a procurar essa recompensa.
No entanto, por vezes, as previsões do cérebro podem não corresponder ao resultado real,
levando a emoções que podem não ser apropriadas para a situação. Por exemplo, se o cérebro prevê
uma ameaça que acaba por se revelar inofensiva, a emoção do medo pode persistir mesmo quando já
não é necessária.
Compreender a relação entre as nossas emoções e os processos de previsão do cérebro pode
ajudar-nos a regular melhor as nossas reações emocionais e a melhorar a nossa saúde mental. Ao
aprender a reconhecer e a reavaliar as nossas previsões, podemos ajustar as nossas reações emocionais
de forma a corresponder melhor à realidade da situação.
Muitas vezes as pessoas ignoram este tipo de inteligência (emocional), entendendo que os
sentimentos e emoções não são importantes. A própria ciência virou costas ao estudo das emoções
durante meio século. Apenas na segunda metade do século XX novas janelas se abriram.
O mais habitual é que se atribua a razão ao cérebro e as emoções ao coração, porém hoje sabe-se que
é no cérebro que se localiza a poderosa maquinaria das emoções responsável por nos indicar qual será
o caminho a seguir e qual evitar.
“A ideia de que o cérebro está numa constante batalha entre a emoção e a razão é um mito.” A
verdade é que não é assim que o cérebro é estruturado e funciona, pois, mesmo nos momentos mais
racionais, o cérebro ainda está a tentar perceber o que se passa dentro do corpo e ainda estamos a
experienciar as consequências disso.
Não seria possível termos chegado à inteligência cognitiva se antes não tivesse havido
inteligência emocional, que permitiu o verdadeiro desenvolvimento.
Os seres humanos são animais primeiramente emocionais e as estruturas que processam as
emoções já são maduras à nascença. Por exemplo, “se pegarmos em crianças e lhes ensinarmos
palavras sobre emoções e conceitos emocionais serão criados novos circuitos no cérebro de forma a
terem mais vocabulário, muitas mais escolhas sobre como interpretar a maneira como são afetadas e
guiar as suas ações.” Isto realmente traduzir-se-á num melhor desempenho escolar.
“As crianças que brincam mais com a mãe têm mais neurónios e circuitos e uma boa
capacidade de reagir ao stress e maior maturidade nas suas respostas.”
As interações sociais positivas, como brincadeiras, afeto e interação verbal, são importantes
para o desenvolvimento do cérebro da criança. Durante as brincadeiras, a criança é estimulada a
explorar, a aprender novas habilidades e a desenvolver a sua criatividade e imaginação. Além disso,
as brincadeiras podem ajudar a promover o desenvolvimento da linguagem, da atenção e da memória.
Será o afeto fundamental para o nosso crescimento? O afeto também é importante para o
desenvolvimento do cérebro. Pesquisas mostram que as interações afetuosas podem ter um efeito
positivo no desenvolvimento do cérebro, especialmente em áreas que são importantes para a
regulação emocional e social. Por outro lado, a falta de afeto e interações negativas podem ter um
efeito prejudicial no desenvolvimento cerebral e emocional da criança. Temos o exemplo da
amamentação, em que é libertada a oxitocina (neuro químico) entre as mães e os bebés e é
responsável pela ligação entre os mesmos. O mesmo acontece com casais que têm relações sexuais
regularmente. A oxitocina liberta-se, gerando maior afeto entre os dois.
É possível morrer de amor? No entanto, é verdade que emoções intensas, incluindo o amor,
podem afetar o corpo e a saúde de uma pessoa de várias maneiras. Por exemplo, quando uma pessoa
está profundamente apaixonada, pode experimentar um aumento na produção de hormônios do
estresse, como a adrenalina, que pode aumentar a frequência cardíaca e a pressão arterial. Além disso,
o amor não correspondido ou a perda de um ente querido podem levar a sintomas de depressão,
ansiedade e estresse pós-traumático, que podem ter consequências graves para a saúde física e mental.
A hormona prolactina (hormona calmante e tranquilizante) é libertada, com o objetivo de impedir que
nos sintamos ainda pior do que já sentimos. Em alguns casos extremos, a angústia emocional pode
levar a comportamentos autodestrutivos, como o suicídio. Resumindo, embora a "morte por amor"
não seja uma condição médica reconhecida, emoções intensas e traumáticas podem ter impactos
significativos na saúde física e mental de uma pessoa. É importante buscar apoio emocional e
atendimento médico adequado se estiver enfrentando dificuldades emocionais.
Concluindo, tudo o que dizemos uns aos outros tem grande impacto no sistema nervoso do
outro, como na respiração e batimento cardíaco. Por este motivo, necessitamos de estar conscientes de
que somos animais sociais, de forma a não prejudicar os outros com pequenas palavras e ações.

Mariana Campochão Carvalheiras, nº17, 12ºG

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