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Índice

1. Capitulo I.......................................................................................................................................2

1.1. Introdução..................................................................................................................................2

1.2. Objetivo geral............................................................................................................................3

1.3. Metodologia científica...............................................................................................................3

2. Capitulo II......................................................................................................................................4

2.1. Memória (definição)..................................................................................................................4

2.2. A memória é o processamento de informações..........................................................................4

2.3. Requisitos Sensoriais.................................................................................................................5

2.4. Retenção da informação da memória.........................................................................................6

2.5. Tipos de memória......................................................................................................................6

2.6. A Memória de Curto Prazo (MCP) ou Memória de Trabalho (MT)..........................................6

2.7. A Memória de Longo Prazo (MLP)...........................................................................................8

2.8. Esquecimento..........................................................................................................................11

3. Capitulo III..................................................................................................................................14

3.1. Conclusão................................................................................................................................14

3.2. Referências Bibliográficas.......................................................................................................15

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1.Introdução

O presente trabalho, surge no âmbito da avaliação na cadeira de Introdução à


psicologia, como forma de responder as demandas do processo estudantil. O trabalho reflete e
discute algumas abordagens sobre a memória humana no sentido psicológico. A palavra
memória é usada de diferentes maneiras e consequentimente possui varias definições. No dia
a dia, por exemplo, memória se refere ao ato de trazer à mente uma informação que foi retida
a partir do passado. A memória é muita das vezes entendida como o local onde se conserva
um conteúdo.

Um trabalho de extrema importância, pois quanto mais se sabe sobre a memória, melhor se
compreende como melhorá-la. E, é de extrema importância também, manter a nossa memória
saudável, de forma que consigamos compreender e fixar corretamente uma informação. é
através da memória que todo o conteúdo que aprendemos entra, armazena e é recuperado
quando necessário

Devido a grandeza do trabalho, peço desculpas antecipadas por eventuais erros e omissões e
convido a todos a acrescentarem suas observações e sugestões.

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1.1. Objetivos

No que diz respeito aos objectivos, o presente trabalho segue-se dos seguintes objectivos:
gerais e específicos.

1.1.2. Objetivo Geral

-Compreender a influência da memória humana na psicologia.

1.1.3. Objetivos Específicos

-Analisar o diferencial dos variados tipos de memória;

-Descrever os mecanismos de gestão da memória;

-Discutir as contribuições adjacentes na memória à psicologia.

1.2. Metodologia científica

Para obter os resultados e respostas acerca da tematica apresentada neste trabalho, foi feita
uma análise com base na pesquisa bibliografica, um método de pesquisa que favorece uma
liberdade na análise dos diversos conteudos que perfazem este trabalho e se move por
diversos caminhos do conhecimento. Isso possibilita assumir várias posições no decorrer do
percurso, não obrigando atribuir uma resposta única e universal a respeito desta tematica.

Para isso, a pesquisa foi baseada em estudos destes autores: Michael Gazzaniga, Charles G.
Morris e Alberto A. Maisto, entre outros pensadores que elaboraram trabalhos pertinentes ao
assunto.

Para isso, foi feita uma pesquisa bibliografica muito afinca na leitura e, como parte do
processo de construção deste trabalho, foi ainda necessário o levantamento e análise de outros
trabalhos da tematica em alusao. O estudo teve caráter essencialmente qualitativo, com
ênfase em ideias e pressupostos que apresentam significativa importância na definição e
construção dos conceitos discutidos nesta análise.

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2.Memória

A memória é a capacidade do sistema nervoso de manter e recuperar habilidades e


conhecimentos. Essa capacidade possibilita que os indivíduos levem informações de
experiências e armazenem-nas para posterior recuperação.
No entanto, a memória não funciona como uma câmara de vídeo digital que recupera
fielmente os eventos nas experiências do operador. A memória fotográfica não existe. Em vez
disso, as informações que armazenamos e as memórias que recuperamos muitas vezes são
incompletas, tendenciosas e distorcidas. As memórias de duas pessoas para o mesmo evento
podem diferir muito, porque cada indivíduo armazena e recupera memórias do evento
distintamente. Em outras palavras, as memórias são histórias que podem ser alteradas
sutilmente pelo processo de recordação. Além disso, as experiências não têm todas a mesma
probabilidade de serem lembradas. Alguns eventos da vida passam rapidamente, sem deixar
memória duradoura. Outros são lembrados, mas depois esquecidos. Outros, ainda,
permanecem por toda a vida.

Para uma definição mais cientifica, eis a explicação da Dra. Silvia Helena Cardoso sobre o
que é a memória:

A memória é uma faculdade cognitiva extremamente importante porque ela forma a


base para a aprendizagem. Se não houvesse uma forma de armazenamento mental de
representações do passado, não teríamos uma solução para tirar proveito da
experiência. Assim, a memória envolve um complexo mecanismo que abrange o
arquivo e a recuperação de experiências, portanto, está intimamente associada à
aprendizagem, que é a habilidade de mudarmos o nosso comportamento através das
experiências que foram armazenadas na memória; em outras palavras, a
aprendizagem é a aquisição de novos conhecimentos e a memória é a retenção
daqueles conhecimentos aprendidos.

De acordo com Hollanda, Na Grécia Antiga já era valorizado o facto de ter boa memória
como se pode depreender da figura mitológica de Mnemosine (deusa grega da memória). Os
mortos que bebessem da água do seu poço relembravam suas vidas. É a deusa que opera as
engrenagens do esquecimento e da lembrança.

O termo memória tem sua origem etimológica no latim e significa faculdade de reter e/ou
readquirir ideias, imagens, expressões e conhecimentos adquiridos anteriormente reportando-
se às lembranças. Constitui uma das funções cognitivas mais importantes e complexas do ser
humano pois é a base para toda a aprendizagem. Toda a informação que se sabe acerca do

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mundo, dos outros e de nós próprios foi adquirida através da experiência e armazenada na
memória. É ela que define e distingue cada ser humano pelo conjunto de recordações próprias
e pelas inúmeras associações de ideias e pensamentos que é capaz de fazer e que constituem o
suporte para todo o conhecimento, habilidades e planeamento, fazendo-nos considerar o
passado, situarmo-nos no presente e projetarmo-nos no futuro.

2.1.A memória é o processamento de informações

Desde o final dos anos 1960, a maior parte dos psicólogos já via a memória como um modo
de processamento de informações. Nesse modelo, o modo como a memória trabalha é
aproximadamente análogo ao modo como o computador processa informações. Um
computador recebe informações por meio do teclado ou modem, e um software determina
como a informação é processada; a informação pode, então, ser armazenada em algum
formato alterado no disco rígido e recuperada quando for necessário.

3.Fases da memoria

Os vários processos de memória podem ser entendidos como operando ao longo do tempo em
três fases: codificação, armazenamento (incluindo a consolidação) e recuperação.

3.1.Codificação

Ocorre no momento da aprendizagem, conforme a informação é transformada em um formato


que pode ser armazenado na memória. Isto é, o cérebro transforma a informação em um
código neural que ele é capaz de utilizar.

Entretanto, a codificação é tratamento das informações de modo que elas possam ser
armazenadas.

3.2. Armazenamento

É a retenção da representação codificada. Isto é, uma mudança em seu sistema nervoso


registra o que você acabou de experimentar, mantendo-o como um evento memorável. Então,
enquanto você lê este, seu cérebro é alterado. Conexões neurais que apoiam a memória se
tornam mais fortes e novas sinapses são construídas (Miller, 2005). Esse processo é
conhecido como consolidação neural. Por meio da consolidação, a informação codificada é
guardada na memória. Pense nessa fase como semelhante a manter em mente o conteúdo que
você lê durante o tempo de uma prova ou por mais tempo. Existem pelo menos três sistemas

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de armazenamento, que diferem na quantidade de tempo em que as informações permanecem
armazenadas. O armazenamento pode durar uma fração de segundo ou a vida toda.

Entretanto,o Armazenamento é a retenção de representações codificadas ao longo do tempo e


a Consolidação é o processo neural pelo qual a informação codificada é guardada na
memória.

3.3.Recuperação

É a terceira fase da memória. Essa fase consiste em procurar nas memórias armazenadas a
fim de encontrar e trazer à mente quando for necessária uma memória previamente codificada
e armazenada. Pense na recuperação como atrair o conteúdo de seu cérebro para uso a médio
prazo, no exame final, ou em algum momento muito tempo depois da sua formatura, quando
alguém lhe faz uma pergunta sobre psicologia.

Portanto, a recuperação é o ato de recordar ou lembrar da informação armazenada quando for


necessário.

Para subsidiar as fases que nos foram descritas, Gazzaniga nos deixa uma descrição no
seguinte item:

Input sensorial

Codificação: a informação é adquirida e processada em um código neural (assim como as


informações são inseridas com um teclado).

Armazenamento: a informação é armazenada no cérebro (assim como é armazenada no


disco rígido de um computador).

Recuperação: a informação é recuperada quando for necessário (exatamente como ela


aparece na tela para que possa ser visualizada).

4.Requisitos Sensoriais

A memória sensorial é um sistema de memória temporária intimamente ligada aos sistemas


sensoriais. Não é o que em geral vem à nossa mente quando pensamos em memória, porque
ela dura apenas uma fração de segundo e normalmente não tomamos consciência de que está
operando. obtemos todas as informações sobre o mundo por meio de nossos sentidos. Os
nossos sistemas sensoriais transformam, ou alteram, as informações em impulsos neurais.

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Tudo o que lembramos é, portanto, resultado de neurônios disparando no cérebro. Por
exemplo, a memória de uma visão ou de um som é criada por intrincados padrões de
atividade neuronal no cérebro.

A memória sensorial ocorre quando uma luz, um som, um odor, um sabor ou uma impressão
tátil deixa um rastro evanescente no sistema nervoso por uma fração de segundo. olha para
algo e rapidamente desvia o olhar, você pode imaginar brevemente a imagem e recordar
alguns de seus detalhes. Quando alguém protesta: “Você não está prestando atenção em
mim”, muitas vezes você é capaz de repetir as últimas palavras que a pessoa falou, mesmo
que estivesse pensando em outra coisa.

4.1.Retenção da informação da memória

Os processos de retenção ou processos de armazenamento são responsáveis pela conservação


da informação na memória. No entanto a memória não é um sistema único, é antes um
sistema formado por vários subsistemas ou componentes que armazenam conhecimentos de
natureza diferente e durante períodos de tempo também diferentes. Os principais sistemas de
memória são a memória a curto prazo (MCP) e a memória a longo prazo (MLP).

5.Tipos de memória
5.1.A Memória de Curto Prazo (MCP) ou Memória de Trabalho (MT)

De acordo com Gazzaniga, a MCP ou simplesmente MT, recebe a informação que foi por
breves momentos registada na memória sensorial e à qual precisamos atribuir um sentido de
modo a tornar possível a sua retenção a longo prazo. Constitui um armazém da memória no
qual a informação tem pela primeira vez um significado não obstante a sua duração de
retenção ser curta.

Para alguns psicólogos (e.g., Baddley, 1990; 2006 e Baddeley & Hitch, 1974, 1994), esta
memória de curto prazo deveria ser considerada como uma Memória de Trabalho tripartida,
em que um dos componentes é a central executiva que coordena o material a considerar
durante o processo de formação do raciocínio e da tomada de decisão.

A memória de trabalho localiza-se em uma parte específica do cérebro. A função principal da


memória de trabalho é manter informações adquiridas através do sistema sensorial, ou seja, a
partir da perceção do ambiente, por um breve período, de modo que a informação possa ser
usada para um comportamento dirigido a uma meta (D'ESPOSITO, 2007).

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A característica fundamental da memória de trabalho é sua capacidade limitada, que
normalmente inclui cerca de sete itens - as vezes um pouco mais ou menos, mas geralmente a
variação ocorre de cinco a nove itens (MILLER, 1956). A maneira clássica de avaliar os
sistemas escravos da memória de trabalho consiste em um procedimento simples: uma
sequência de itens é apresentada, os quais devem ser lembrados imediatamente na mesma
ordem. A capacidade da memória é avaliada quanto ao número máximo de itens recuperados
corretamente (MILLER, 1956), indicando, portanto, que a atenção e a perceção são processos
psicológicos diretamente relacionados com a memória de trabalho. Estudos mostram que a
memória de trabalho aumenta gradualmente durante a infância e segue tendo uma diminuição
na idade adulta até a velhice (SANDER; WERKLE-BERGNER; LINDENBERGER, 2011).

Por isso, as queixas de memória são muito comuns entre os idosos saudáveis (KEEFOVER,
1998), pois uma das regiões cerebrais mais sensíveis ao envelhecimento do organismo é o
córtex pré-frontal, área dedicada à memória de trabalho (RAJAH; D’ESPOSITO, 2005). Há
muitas discussões sobre déficits e perda da memória de trabalho. Da mesma forma, são
amplamente discutidas na literatura estratégias para preservar e reabilitar este sistema
cognitivo, dado a sua complexidade e envolvimento com os demais processos
neuropsicológicos.

Baddeley (1990) acredita que uma falha na central executiva seja a responsável pelas perdas
de memória características da doença de Alzheimer.

5.2.A Memória de Longo Prazo (MLP)

Prestar atenção é uma maneira de armazenar informações na memória sensorial ou memória


de trabalho. Para armazenar informações de modo mais permanente, precisamos levar essa
informação à memória de longo prazo. Normalmente, no decorrer de nossas vidas diárias, nos
envolvemos em muitas atividades e somos bombardeados por informações. Algum tipo de
sistema de filtragem deve restringir o que vai para a memória de longo prazo. Os
pesquisadores forneceram várias possíveis explicações para esse processo. Uma possibilidade
é que a informação entra em armazenamento permanente por meio do ensaio.
Para que nos tornemos proficientes em qualquer atividade, é preciso praticar. Quanto mais
vezes você repete uma ação, mais fácil é executar essa ação. As habilidades motoras – como
aquelas usadas para tocar piano, jogar golfe e dirigir – se tornam mais fáceis com a prática.

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As memórias são fortalecidas com a recuperação, de modo que uma maneira de tornar as
memórias duráveis é praticar a recuperação.

Uma pesquisa recente em salas de aula mostrou que testes repetidos que incluam a prática de
recuperação são uma boa maneira de fortalecer memórias (Carpenter, 2012).

Em um estudo recente, um grupo de estudantes leu um trecho de texto com 276 palavras
sobre as lontras do mar e, em seguida, praticou recuperando os itens usando a recordação
livre; um segundo grupo estudou as informações em quatro períodos de estudo de cinco
minutos; e um terceiro grupo fez mapas conceituais para organizar as informações ligando
ideias diferentes (Karpicke & Blunt, 2011). O tempo de estudo foi o mesmo para cada grupo.
Uma semana mais tarde, os estudantes fizeram um teste final. Aqueles que praticaram a
recuperação da informação tiveram a melhor pontuação.
Entretanto, o ensaio é uma maneira de mandar algumas informações para a memória de longo
prazo.

Constitui um armazém final de capacidade quase ilimitada. Embora este tipo de memória
tivesse sido entendido como uma unidade, contudo a maior parte da pesquisa ente atualmente
que ela engloba diferentes componentes ou módulos de memória (Feldman, 2001), onde cada
um desses módulos está relacionado com um sistema de memória distinto no cérebro.

Por exemplo podemos encontrar no âmbito desta distinção a memória declarativa que
representa a informação factual e a memória procedimental (por vezes também referida como
memória não declarativa) que diz respeito a memória de experiências e hábitos, tais como
andar de bicicleta ou jogar à bola. A informação sobre coisas é armazenada na memória
declarativa; a informação sobre como fazer as coisas é armazenada na memória
procedimental. Os factos na memória declarativa podem ainda ser subdivididos em memória
semântica (a memória do conhecimento geral e dos factos do mundo) e memória episódica
que ao contrário é a memória dos detalhes biográficos das nossas vidas particulares.

De acordo com Tulving (2002), a memória episódica, a memória semântica e a memória


procedural compõem a memória de longo prazo. que se tornou um marco na psicologia
cognitiva e no estudo da memória.

A memória episódica é definida como a memória de acontecimentos e experiências


pessoais, situada no tempo-espaço da sua aquisição. A característica básica da memória

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episódica é que ela permite a lembrança consciente de uma experiência anterior, o evento em
si (o que), e também onde e quando ocorreu. A ênfase é colocada não só na precisão da
recordação do evento, mas também na experiência subjetiva. Memória episódica é a única
forma de memória que, no momento de recordação, está voltada para o passado
(EUSTACHE; DESGRANGES, 2008). A memória episódica, portanto, engloba tanto a
precisão do fato quanto experiência subjetiva é uma capacidade, segundo Tulving (2002),
essencialmente humana. Recuperar uma lembrança a partir da memória episódica significa
fazer uma viagem (mental) no tempo ou voltar ao passado de forma consciente. Esta
perspetiva, que caracteriza a memória episódica, indica que a pessoa é consciente de sua
própria identidade e existência. Uma pessoa profundamente amnésica nos dá uma ideia do
que a ausência de memória episódica significa, ela é incapaz de se projetar tanto para o
passado quanto para o presente e futuro (TULVING, 2002; ROSENBAUM et al., 2005).

Memória semântica, por sua vez, diz respeito à compreensão e ao uso da linguagem
(palavras e conceitos) e à memória de “fatos gerais do mundo”. A definição de memória
semântica refere-se à consciência da existência do mundo e objectos, eventos e outros
elementos dentro dele, independente da subjetividade envolvida como acontece na memória
episódica (EUSTACHE; DESGRANGES, 2008). A memória semântica, portanto, permite
uma atitude introspetiva em relação ao mundo, sem que, necessariamente, o objeto que deu
origem ao pensamento esteja presente, e sem o sentimento subjetivo da experiência que
caracteriza a memória episódica (TULVING, 1972).

Já a memória procedural permite-nos gradualmente adquirir competências através da


formação (no decurso de inúmeras tentativas), armazená-las e reconstruí-las sem
necessariamente remeter-nos a experiências anteriores. Ela é expressa nas atividades do
indivíduo e seus conteúdos são difíceis de verbalizar. Memória procedural é uma forma
automática de memória e seus conteúdos não podem ser facilmente acossados pela
consciência (EUSTACHE; DESGRANGES, 2008). A aprendizagem procedural requer a
cooperação de vários sistemas cognitivos, entre eles os sistemas de memória de trabalho e de
memória episódica, e o sujeito é parcialmente consciente dos processos envolvidos. A
memória procedural é ativada durante tarefas constantes e repetitivas, caracterizadas por
invariância do material e instruções (ACKERMAN, 1987). Através da prática de condições
lógicas e invariantes é possível estabelecer processos rápidos, procedurais e automáticos. A
natureza constante de uma tarefa reduz a variabilidade de desempenhos entre indivíduos
durante o processo de aprendizagem. A memória procedural é, portanto, ativada durante uma

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tarefa automatizada. Este fenómeno tem sido descrito no contexto de teorias de aprendizagem
que postulam a existência de diferentes fases do processo de aprendizagem (ANDERSON,
1999).

6.Esquecimento

O esquecimento é uma experiência perfeitamente normal, todos os dias. Dez minutos depois
de ver um filme, você provavelmente se lembra de muitos de seus detalhes, mas no dia
seguinte pode se lembrar maioritariamente do enredo e dos personagens principais. Anos
mais tarde, você pode se lembrar da essência da história, ou pode nem se lembrar de ter visto
o filme. Esquecemo-nos muito mais do que nos lembramos. A maior parte das pessoas não
gosta do esquecimento. Elas queriam poder se lembrar melhor do conteúdo do exame, do
aniversário de amigos, dos períodos geológicos do tempo, e assim por diante. Mas imagine
como seria a vida se você não fosse capaz de esquecer. Imagine, por exemplo, caminhar até o
seu armário e lembrar não apenas da combinação do cadeado, mas das 10 ou 20 combinações
de cadeado que você já utilizou.

Os avanços obtidos pelas neurociências permitiram que a memória também fosse estudada
sob diferentes pontos de vista, nos quais o objeto de estudo não foi o que pode ser lembrado,
mas sim o que não é lembrado e que está retido no inconsciente. Para a psicanálise, por
exemplo, a memória é um campo no qual a significação é feita a partir das experiências
vividas ou imaginadas pela pessoa. Muitas das memórias esquecidas temporariamente estão,
na verdade, reprimidas no inconsciente, uma vez que são memórias que trazem lembranças
de sofrimento. Defendem os psicanalistas que em determinados momentos, conhecidos como
lapsos de memória, nos sonhos ou por meio de um tratamento psicanalítico, essas memórias
poderiam ser recuperadas e voltariam para o consciente.

Também Freud (1915) apresenta uma explicação para o esquecimento: o recalcamento. O


sujeito esqueceria acontecimentos traumatizantes que teriam ocorrido e as recordações
dolorosas eram inibidas, mantendo-se recalcadas no inconsciente. O esquecimento teria,
portanto, um carácter seletivo. Freud (1915) chama ainda atenção para um aspecto particular
do esquecimento – amnésia infantil. As primeiras recordações de infância não seriam
acessíveis ao sujeito dado que eram constituídas por conteúdos relacionados com uma

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sexualidade infantil, onde muitas das recordações da infância são reconstruções feitas através
dos relatos dos pais e familiares. O autor refere ainda os pequenos esquecimentos do dia a dia
– atos falhados – que estariam relacionados com motivos inconscientes, ou seja, os lapsos, os
esquecimentos de palavras, de datas, etc. No entanto, os estudos sobre o grau de influência do
mecanismo de repressão nos processos de memória são ainda pouco conclusivos. Os avanços
das neurociências apontam, por exemplo, para o provável envolvimento de sistemas corticais
capazes de inibir a função de outras áreas corticais ou do hipotálamo.

Daniel Schacter (1999) identificou o que ele chama de sete pecados da memória. Os quatro
primeiros pecados – transitoriedade, bloqueio, distração e persistência – estão relacionados ao
esquecimento e à rememoração discutidos aqui. Os três seguintes – atribuição equivocada,
distorção e sugestionabilidade – são discutidos mais adiante neste capítulo como distorções
da memória. Esses chamados pecados são muito familiares para a maior parte das pessoas.

A transitoriedade da memória é a degradação da memória (esquecimento) ao longo do tempo.


Ebbinghaus observou esse padrão em seus estudos de sílabas sem sentido. Muitos teóricos
antigos argumentavam que esse esquecimento resultava da degradação no traço de memória
no sistema nervoso de uma pessoa. Na verdade, algumas evidências indicam que as memórias
não utilizadas são esquecidas. Informações adicionais podem levar ao esquecimento por meio
de interferência pró-ativa ou retroativa.

Na interferência pró-ativa, informações antigas inibem a capacidade de se lembrar de novas


informações. Por exemplo, se você estuda para a prova de psicologia, passa a estudar para a
prova de antropologia e, então, faz a prova de antropologia, o seu desempenho na prova pode
ser prejudicado pelo seu conhecimento sobre psicologia.

Na interferência retroativa, novas informações inibem a capacidade de se lembrar de


informações antigas. Então, quando chega a hora de fazer o teste de psicologia, seu
desempenho pode ser pior, porque você recorda o conteúdo de antropologia recém-reforçado.

6.1.Bloqueio

é uma falha na recuperação. Essa falha ocorre quando uma pessoa é temporariamente incapaz
de se lembrar de algo: você não consegue se lembrar do nome de uma canção favorita,
esquece o nome de alguém que está apresentando a outra pessoa, “tem um branco” em
algumas partes ao atuar em uma peça, e assim por diante. Esses bloqueios temporários são
comuns e frustrantes.

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6.2.Distração

é a codificação desatenta ou superficial dos eventos. A principal causa da distração está em


não prestar atenção. Por exemplo, você distraidamente se esquece onde deixou suas chaves
porque, quando as largou, estava indo atender o telefone. Você esquece do nome de uma
pessoa com quem estava falando há cinco minutos porque estava prestando atenção em seu
rosto, não em seu nome.

6.3.Amnésia

Às vezes, as pessoas perdem a capacidade de recuperar grandes quantidades de informação


da memória de longo prazo. Esse déficit é uma amnésia. Esse tipo de perda de memória não é
um dos “sete pecados” de Schacter. A amnésia resulta de doenças, lesão cerebral ou trauma
psicológico. Os dois tipos básicos de amnésia são a retrógrada e a anterógrada. Na amnésia
retrógrada, as pessoas perdem memórias pregressas para eventos, fatos, pessoas e até mesmo
informações pessoais. A maior parte dos retratos da amnésia nos meios de comunicação
envolve a amnésia retrógrada, como quando um personagem em uma novela acorda de um
coma e não se lembra quem é. Em contrapartida, na amnésia anterógrada, as pessoas perdem
a capacidade de formar novas memórias

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7.Conclusão

Chegado ao final deste trabalho, consegui observar a pertinência do estudo desta


temática. Pois como estudante aspirante à psicólogo, o tema se encaixa perfeitamente do
declínio dos objetos do estudo desta ciência, pois a memória tem muito a ver com estruturas
cerebrais envolvidas na aquisição, armazenamento e evocação das diversas informações
adquiridas por aprendizagem.

Com um estudo mais afinco, foi possível compreender alguns conceitos chave sobre a
memória, bem como os mecanismos de funcionamento subjacentes. No que diz respeito à
abordagem neuropsicológica da memória, os estudos destacam a divisão dessa função
cognitiva em memória de curto, ou mais recentemente memória de trabalho, e memória de
longo prazo.

Espero ter conseguido sintetizar as informações mais importantes, ou pelo menos aquelas que
me são uteis no meu percurso em vida de estudante.

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8.Referências Bibliográficas

AGUERA, L. G. (2008). Além da Inteligência Emocional: as cinco dimensões da mente.


São Paulo: Cengage Learning.

ALBUQUERQUE, P. B., & Santos, J. A. (2000). Memória para acontecimentos


emocionais: Contributos da psicologia cognitiva experimental. Revista Portuguesa de
psicossomática, 2(2), 21-34.

ANDERSON, B. F. (1995). O experimento em psicologia. São Paulo: Pedagógica


Universitária.

MORRIS, C. G; MAISTO, A.A, Introdução a psicologia, 6ª. ed. São Paulo, 2004.

GAZZANIGA, M; HEATHERTON, T; HALPERN, D, Ciência psicológica, 5ª ed. São


Paulo.

LEVITIN, Daniel

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