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DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AGRONOMICA E ENGENHARIA

FLORESTAL

Curso de Engenharia Florestal

A Memória e o seu papel para a aprendizagem

Estudante

Edilson Jordao Cossa

Docente

João Sulila
Sumá rio
Introdução.............................................................................................................................................2
Conceito da Memoria............................................................................................................................3
A memória e o seu papel no processo de aprendizagem..................................................................3
Tipos de memoria..................................................................................................................................3
Memória sensorial.............................................................................................................................4
Memória de trabalho.........................................................................................................................4
Memória de curto prazo....................................................................................................................5
Principais características da memória de curto prazo...................................................................5
Memória de longo prazo...................................................................................................................5
Principais características da memória de longo prazo.......................................................................6
Operações......................................................................................................................................6
Técnicas de Memorização a Curto E Longo Prazo..................................................................................6
Processo de memorização no desenvolvimento infantil.......................................................................8
Como acontece o aprendizado..........................................................................................................8
A memoria no cotidiano das crianças................................................................................................8
A memoria na vida adulta......................................................................................................................8
A percepção da memoria na vida adulta...........................................................................................8
Utilização da memoria no cotidiano......................................................................................................9
Técnicas mais utilizadas para a memorização.......................................................................................9
Alterações da memoria na terceira idade............................................................................................10
Por que os idosos se esquecem mais?.............................................................................................10
Percepção na terceira idade............................................................................................................10
Teorias de funcionamento da memoria..............................................................................................11
Consequência da memoria para o estudo...........................................................................................11
Considerações finais............................................................................................................................12
Referencias..........................................................................................................................................13
Introduçã o
Falar de memória, para muitas pessoas, torna-se complicado quando associada à inteligência.
A Memória, nada mais é do que o ato de reter informações adquiridas anteriormente, o que
difere de inteligência, caracterizada pelo poder de reconhecer e compreender essas
informações. Com este trabalho, buscamos aprofundar e esclarecer detalhes de como
funciona o cérebro em diferentes fases da vida, mostrando algumas técnicas que podem ser
utilizadas de acordo com a idade. Para que haja um maior interesse em explorar o mundo
quando criança, tornase indispensável o estímulo de familiares e pessoas de seu convívio
próximo. Nessa idade, o aprendizado se dá através da observação e repetição - associando
som à imagem. O ápice da capacidade de memorização ocorre na vida adulta, onde diferentes
áreas do cérebro amadurecem e atingem sua total funcionalidade. Na vida adulta, a memória
é altamente exigida, visto que é constantemente utilizada para o trabalho, aprendizado e
demais situações cotidianas. Muitas complicações acontecem com o cérebro na terceira
idade. O idoso apresenta degeneração e apoptose (morte celular programada) neuronal.
Devido ao lapso de memória decorrente da idade, o esquecimento de fatos recentes não é
considerado uma doença. Por outro lado, a maior complicação relacionada com o cérebro que
atinge um significante número de idosos é o Alzheimer. Para que a cabeça exercite e receba
estímulos diferentes, existem práticas para manter o cérebro ativo nessa idade, como a
musicoterapia. Independentemente da idade, manter a cabeça longe do esquecimento é o que
todos almejam. Utilizar de métodos e técnicas mostradas no decorrer do trabalho é o primeiro
passo para evitar a deslembrança e afastar-se do constrangimento. Começar a exercitar o
cérebro desde criança é o ideal para que o desenvolvimento da memória na vida adulta
aconteça de forma simples e natural, contudo, caso o leitor já tenha passado dessa fase, nunca
é tarde para estimular a mente com atividades e técnicas que utilizam diferentes partes do
cérebro.

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Conceito da Memoria
Memória é muitas vezes descrita como a capacidade de lembrar o passado. No entanto, esta
simples definição contem diferentes significados, assim como cada um destes significados
pode ser denominado por diferentes termos. Por "memória", nós entendemos nossa
capacidade de recitar um poema de cor, beber um copo d'água, seguir um trajeto diário sem
tropeços ou ainda recordar fatos vivenciados no passado, e aprender através deles.

"A memória recolhe os incontáveis fenômenos de nossa existência em um todo unitário; não
fosse a força unificadora da memória, nossa consciência se estilhaçaria em tantos
fragmentos quantos os segundos já vividos" Ewald Hering (1920).

A memória e o seu papel no processo de aprendizagem

Sobre o processo de armazenamento, podemos dividi-lo em três subprocessos, quais sejam:


aquisição, consolidação e evocação. A aquisição diz respeito ao momento em que a
informação chega até nosso sistema nervoso e se dá por meio das estruturas sensoriais, as
quais transportam a informação recebida até o cérebro. O estímulo atinge os órgãos
receptores, o qual, através dos nervos sensitivos, chega ao sistema nervoso central (Kandel,
2006).

A memória tem um papel fundamental na aprendizagem, pois permite o reaproveitamento das


experiências do passado e do presente e ajuda a garantir a continuidade do aprendizado. A
memória é um processo ativo de codificação, armazenamento e recuperação de nossas
experiências. Existem 3 processos principais envolvidos na memória:

 Codificação — transformação das informações em memória armazenada.


 Armazenamento — manutenção das informações codificadas na memória.
 Recuperação — acesso às informações codificadas e armazenadas.

Tipos de memoria
Os tipos de memória são classificados de acordo com suas características e normalmente são
agrupadas pela temporalidade, o formato de codificação e em função do tipo de informações
armazenadas.

Os tipos de memória relacionados à temporalidade são a memória de curto prazo (MCP) e


a memória de longo prazo (MLP). A diferença entre elas consiste nas fases armazenamento
e recuperação, sendo a de curto prazo armazenada e recuperada por um curto período de
tempo e a de longo prazo se sustenta no tempo.

Contudo, a classificação não acaba por aí, visto que é possível verificar tipos de memórias
distintas também pelo meio em que a informação é codificada. Esse é o caso das:

 Sensorial – a informação recebida é processada pelos sentidos (memória visual,


olfativa, auditiva e viso-espacial);

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 Verbal – processa a informação em forma de palavras (orais e escritas).

Existe o grupo de memória pautado na informação de aprendizagem, classificadas como:

 Memória episódica: é entendida como a lembrança de acontecimentos específicos,


como lembrar o que foi servido de almoço no dia anterior ou quais as atividades que
realizou durante o dia anterior. Nesse caso, o conteúdo da informação armazenada é
pessoal e, devido a isso, pode ser conhecida também por memória biográfica.

 Memória semântica: o conteúdo armazenado tende a ser sobre fatos e conceitos, de


caráter cultural ou sobre conhecimentos gerais acerca do mundo, bem como a
compreensão do significado literal das palavras e do vocabulário.

 Memória processual: refere-se ao armazenamento de habilidades e agilidade, como


o simples fato de amarrar os sapatos, escrever o próprio nome e andar de bicicleta.

Memória sensorial

Na memória sensorial, os estímulos externos captados são recebidos de fato por meio dos
sentidos. Nesse contexto, toda informação codificada desses estímulos mantém uma curta
duração de armazenamento. Em seguida, é eliminada, esquecida ou transmitida para outros
tipos de memória que garantam seu armazenamento por mais tempo.

Refere-se àquela memória que permite ao paciente a sequência de um filme, ler um livro do
início ao fim ou manter uma conversa. Por sua complexidade, é subdividida em:

 icônica: registra a informação trazida pela visão, retendo as imagens associadas a um


objeto em específico durante um curto período de tempo.
 háptica: responsável por processar os estímulos oriundos do sentido do tato,
registrando informações que se referem à dor, coceira ou calor, por exemplo.
Entende-se que sua retenção é maior que a da memória icônica.
 ecóica: corresponde à informação percebida pelo ouvido, sendo extremamente
importante para o paciente. Seu armazenamento é de curta duração e permite ao
paciente entender a linguagem para manter uma conversa.

Memória de trabalho

Memória de trabalho é conhecida por muitos estudiosos e profissionais da saúde como


memória operacional. Se refere ao mecanismo que permite o armazenamento e manipulação
da informação guardada, bem como a associação dela com outras ideias que entram com
novos inputs.

O funcionamento do córtex pré-frontal é essencial para esse tipo de memória, pois ela é
responsável por operar nas ações cognitivas mais complexas, como a compreensão da
linguagem, leitura, o aprendizado, raciocínio, o planejamento e as habilidades relacionadas à
lógica e/ou matemática.

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A informação armazenada na memória de trabalho está abaixo da memória de curto prazo.
Entretanto, ainda que o seu armazenamento seja de curta duração, está em constante
atualização, ou seja, se você deseja estimular essa capacidade cognitiva, você pode realizar
jogos para melhorar a memória.

Memória de curto prazo

A memória de curto prazo é um tipo de memória limitada na retenção da informação


armazenada. Isso porque as informações recebidas são retidas por um breve período de
tempo, que não passa de 30-40 segundos.
A memória de curto prazo permite o paciente lembrar de 6-7 itens, desde que retidos em um
breve espaço temporal. Porém, caso a informação seja repetida ou manipulada de alguma
forma, pode ser armazenada em outro tipo de memória, como na memória de longo prazo.
Dessa forma, acaba se tornando a memória mais suscetível à deterioração.

Principais características da memó ria de curto prazo


 A memória de curto prazo possui três características principais :
 Breve duração
 Capacidade é limitada
 Vulnerável a interferências e interrupções.
 Pode sofrer enfraquecimento (devido a vários motivos, como medicamentos, privação
de sono, AVC ou ferimento na cabeça)

Operaões

 Icônico: capacidade de armazenar imagens.


 Acústico: capacidade de armazenar sons.
 Memória de trabalho: capacidade de armazenar informações até que sejam
colocadas em uso. Para alguns cientistas, esse tipo de memória não é usada
apenas para armazenar informações, mas também para manipulá-las.

Memória de longo prazo

Refere-se a um tipo de memória capaz de codificar e reter a informação durante um período


de tempo maior, podendo ser mantida em uma temporalidade de segundos até anos. As
memórias episódicas, semânticas e/ou processuais, por exemplo, são normalmente mantidas
na memória de longo prazo. Esse processo permite ao paciente lembrar de fatos pessoais,
culturais ou até mesmo habilidades.

A memória de longo prazo é subdividida em dois tipos:

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 Explícita: armazena e externaliza fatos e dados levados ao conhecimento por meio
dos sentidos e de processos internos do cérebro, como associação de dados, dedução e
criação de idéias. Esse tipo de memória é levado ao nível consciente através de
proposições verbais, imagens, sons etc.
 Implícita: armazena dados referentes à aquisição de habilidades desenvolvidas por
meio da repetição de uma atividade que segue sempre o mesmo padrão. É o caso das
habilidades motoras, sensitivas e intelectuais, além de toda forma de
condicionamento.

A memória é um campo extremamente amplo da neurologia, que abre a porta para diversos
tipos de tratamento e intervenções clínicas. Entender sobre elas pode ajudar a descobrir
possíveis dificuldades para, assim, trabalhar a multidisciplinaridade para conseguir desenhar
um tratamento que estimule o desenvolvimento delas para, assim, promover o bem-estar do
paciente.

Principais características da memória de longo prazo

As informações na memória de longo prazo são armazenadas por uma rede de ligações
neurais, que então se convertem em estruturas de conhecimento. É exatamente por isso que
nos lembramos de conhecimentos relevantes quando nos deparamos com informações
semelhantes. Portanto, essas estruturas podem ser acionadas por gatilhos como gráficos,
filmes, jogos, perguntas que provocam curiosidade, etc.

Operaçõ es
 Codificação: capacidade de converter informações em uma estrutura de
conhecimento.
 Armazenamento: capacidade de acumular blocos de informações.
 Recuperação: a capacidade de lembrar coisas que já conhecemos.

Técnicas de Memorizaçã o a Curto E Longo Prazo


Uma vez que compreendemos como a fixação e acesso de uma informação podem durar por
períodos curtos e longos de tempo, podemos entender como diferentes técnicas de
aprendizado influenciam na longevidade de uma memória específica. Diferentes métodos
focam-se em sentidos e percepções diferentes, uma vez que há quem aprenda com mais
eficácia utilizando técnicas visuais (por possuir facilidade em absorver o que se lê), outros
com técnicas auditivas (facilidade em absorver o que se escuta) e outros ainda de modo
cinestésico (facilidade em absorver algo através do movimento realizado quando escreve).
Dividimos, então, os métodos em cinco: repetição, associação, empilhamento, alfabeto
fonético e palavras-chave. A repetição é um dos métodos mais utilizados para a absorção de
uma informação. Ele consiste em ler e reler um texto repetidas vezes – em voz alta ou não -, a
fim de lembrar-se dele depois. Geralmente textos pequenos, como listas de compras ou

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pequenas passagens, podem ser aprendidos palavra por palavra, enquanto normalmente
absorve-se apenas os pontos chave de textos maiores. Este método, porém, possui suas
limitações. Mesmo com a eficácia em um espaço muito curto de tempo, estima-se que após
duas horas apenas 50% do conhecimento ainda está retido na memória. Com o passar de uma
semana, esse número altera-se para menos de 20%, tornando a repetição um método
funcional apenas para situações em que a informação deverá ser lembrada poucos momentos
depois de ser recebida.

O método de associação se baseia em relacionar a informação nova com algo que já é


conhecido pela pessoa. Pode-se realizar a associação através da criação de rimas, a partir da
palavra de origem, com diferentes fonemas ou ainda com a criação de imagens mentais. Esta
última, conhecida também pelo seu uso no Método de Loci ou Palácio Mental, consiste em
transformar as palavras em imagens e associá-las entre si, adquirindo domínio sobre o dado
que se deseja aprender. Geralmente, a associação permanece fixa por mais tempo,
principalmente pelo apelo divertido que ela possui: indica-se a utilização de imagens e
palavras engraçadas e incomuns, pois tornam-se mais fáceis de lembrar.

O empilhamento consiste na construção de uma grande imagem, irreverente, ilógica e


extravagante. Ideal principalmente para memorização de listas, em que cada item deve ser
relacionado com uma figura. O primeiro item da lista é à base da pilha. A segunda figura – ou
seja, o segundo item da lista – deve ser empilhado em cima do primeiro do modo mais
inesperado possível. Por exemplo, se uma lista de supermercado contém leite e ovos, pode-se
imaginar uma vaca (representação do leite) com uma galinha em suas costas (representação
dos ovos). Se o item seguinte for um tempero forte como a pimenta, imagina-se a galinha
usando um sombreiro (a pimenta sendo representada a partir da sua relação com a cultura
mexicana). Quanto mais colorida e sem sentido a construção final, mais fácil de ser lembrada
por mais tempo.

O método do alfabeto fonético é bastante complexo e toma um pouco mais de tempo para
desenvolver e requer algum conhecimento prévio. Os números de 0 a 9 passam a representar
consoantes previamente estabelecidas. Com a necessidade de memorizar grandes números,
forma-se um grupo de letras incoerentes, transformando cada algoritmo na letra que
representa. Depois adiciona-se as vogais para formar palavras e uma sentença coerente, que
possa ser lembrada com maior facilidade. Para acessar o número novamente, deve-se apenas
fazer a conversão contrária. Ideal para decorar informações numéricas se combinado com o
método de associação, transformando as palavras em imagens ou associando a outros pontos
do assunto que se estuda. Por último, a técnica das palavras-chave implica em, para cada
trecho de um texto, por exemplo, escolher uma palavra para representa-lo. Anexa-se uma
palavra à outra na ordem que deve ser lembrada, fazendo as adições necessárias para
transformá-las em uma frase coerente. Ainda é possível converter essas palavras-chave em
imagem, e utilizá-las para criar uma obra maior, como uma pintura, composta por vários
elementos. Percebe-se que há métodos bastante divergentes para memorizar uma informação.
Diferentes pessoas encontram maior facilidade em técnicas diferentes, devido ao modo pelo
qual aprendem e as sub-inteligências que possuem. Outro fator de bastante interferência é a
idade do indivíduo e em qual processo de desenvolvimento ele se encontra.

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Processo de memorizaçã o no desenvolvimento infantil
Como acontece o aprendizado

O processo de aprendizagem é algo pessoal, o qual cada criança deve tentar buscar por conta
própria, para que pense e consiga sozinho alcançar o que deseja. Este caminho se dá, em
grande parte, através da observação e da repetição, que faz com que o menor memorize suas
ações e sentimentos. Apesar de ser um processo bastante pessoal para a criança, incita-se o
estímulo vindo dos familiares e pessoas de seu convívio próximo. Isso faz com que ganhe
maior autoestima e confiança, e, desta forma, interesse-se mais a explorar o mundo e
provocar maior curiosidade – ampliando seu conhecimento com maior facilidade. A
disciplina, junto a estes fatores anteriores, é de grande importância para garantir-se uma
aprendizagem plena – ela será responsável pela consistência do aprendizado e, por
consequência, pela forte fixação das informações. Sabe-se atualmente que ao ser
proporcionado jogos interativos e lúdicos, como quebra-cabeça, jogo da memória e
brincadeiras musicais, os pequenos aprendem com maior facilidade. No entanto, cada criança
percebe e organiza o seu olhar perante o mundo de maneiras diferentes, tornando-se
necessário que os responsáveis pelo menor busquem maneiras mais apropriadas para o
aprendizado infantil. Assim, acentua-se o quão particular é o desenvolvimento de cada
criança. Ele deve partir do interesse próprio do pequeno, porém deve contar com o estímulo
das pessoas a sua volta para que a criança continue a busca-lo. Os métodos a serem
estimulados devem ser aqueles que possuem maior simplicidade e destreza.

A memoria no cotidiano das crianças

As crianças são conhecidas por possuir memória extremamente seletiva, descartando a


maioria dos estímulos menos relevantes em pouco tempo. Sua capacidade de memorização
começa a aumentar por volta de 1 ano e meio, e aos 4 anos, as áreas que são responsáveis
pelo armazenamento de memória amadurecem. O incentivo á memória da criança deve ser
preferencialmente realizado através de brincadeiras e jogos ou algo que gostem, caso
contrário podem se transformar em castigos e retrair a criança nesse sentido. Atividades como
trava-línguas incentivam não só a memória, por ter que lembrar cada palavra corretamente,
mas também a dicção.

A base de memória que construímos nessa época da vida é essencial para o desenvolvimento
do indivíduo em suas fases seguintes, e por isso reforça-se a sua importância. Se bem
formada, a pessoa apresentará facilidade no futuro quando essa habilidade for requisitada e
será mais propensa ao sucesso.

A memoria na vida adulta


A percepção da memoria na vida adulta

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Assim como diversas outras habilidades e competências, o ápice da capacidade de
memorização ocorre na vida adulta. Isso está intimamente relacionado ao desenvolvimento
cerebral e seu amadurecimento. Conforme passamos de uma etapa da vida para outra – da
infância para adolescência, da adolescência para a juventude, e assim por diante -, as
diferentes áreas do cérebro amadurecem e atingem sua funcionalidade plena. Nos primeiros
anos da fase adulta, em uma pessoa saudável, acontece o amadurecimento cerebral completo.
Uma vez que, as diversas técnicas de memorização baseiam-se em competências diferentes -
como a capacidade de associação, o reconhecimento de sons e a implementação de lógica e
padrões -, é apenas na vida adulta que pode-se usufruir com aproveitamento total de todos os
benefícios que essas técnicas têm a oferecer. Com o desenvolvimento de todas as áreas do
cérebro, a utilização desses métodos se dá de forma muito mais efetiva, fazendo dessa etapa
uma das mais eficazes quanto ao poder da memória.

Utilizaçã o da memoria no cotidiano


A memória é um dos mecanismos mais presentes no dia a dia de qualquer pessoa. Está nas
atividades mais triviais, como lembrar onde colocou a chave do carro e em qual prateleira da
geladeira guarda-se a manteiga, até necessidades mais complexas e importantes, como as
informações da apresentação de um projeto ou o horário de uma reunião de trabalho.
Indiferente do nível de importância que se atribui para a atividade é a memorização o fator
principal por traz da sua realização. Ficaríamos perdidos sem nosso estoque de informações
previamente construído, já que na vida adulta é o momento em que se coloca em prática tudo
que já foi aprendido até o momento. Isso não quer dizer que não se deve mais absorver
informações. Pelo contrário: é um ótimo momento para continuar a buscar o conhecimento
devido ao estado de desenvolvimento do cérebro, que permite a utilização das mais diversas
técnicas para memorização.

Técnicas mais utilizadas para a memorizaçã o


Vários estudos já foram feitos sobre a área da memorização, que até então não está
completamente dominada. Em números, revelaram que é memorizado 10% do que se ouve;
30% do que é visto; 50% do que é ouvido e visto; 70% do que é visto, ouvido e falado; e 90%
do que é visto, ouvido, falado e feito. Tendo esses dados como base, métodos para facilitar a
memorização foram desenvolvidos. Alguns deles são:

 Mapeamento mental: consiste em "desenhar" as informações fazendo com que elas


se cruzem como uma árvore com galhos ligados uns aos outros, e então armazenar as
informações nesses locais, nesse caso os galhos.
 Método da associação: é basicamente associar algo fácil de se recordar com o que se
deseja lembrar, utilizando qualquer método que associe uma informação à outra,
como rima.
 Técnica do link: vincula-se as informações com uma história que seja significativa
para a pessoa, podendo ser desde clássicos literários até alguma inventada pela
pessoa.
 Técnica chip: associar a informação com palavras ou até imagens significativas para
quem deseja memorizar.

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 Técnica do código numérico: muito usada pelos militares, baseia-se em corresponder
um número a uma letra e assim codificar e decodificar informações.

As técnicas citadas acima não possuem uma alta complexidade, mas trabalham com
diferentes capacidades e habilidades individuais. Cada método apresentará resultados de
efetividade diferente para cada pessoa, porém todas elas podem ser postas em prática por
qualquer um.

Alteraçõ es da memoria na terceira idade


Por que os idosos se esquecem mais?

O envelhecimento é um processo natural, acumulativo, progressivo, individual, inevitável,


irreversível, deletério e universal. Entre as alterações anatômicas do sistema nervoso central,
decorrentes do envelhecimento, está a redução do volume e do peso cerebral. O idoso
apresenta degeneração e apoptose (morte celular programada) neuronal. A maior perda ocorre
nos lobos frontal e temporal e no cerebelo, resultando em menor velocidade de condução de
estímulos nervosos com resposta e tempo de reação mais lentos. Uma alteração bioquímica
natural que ocorre no organismo do idoso é a redução da quantidade de enzimas que
estimulam ou inibem a liberação de neurotransmissores. A redução de acetilcolina e
serotonina estão relacionadas com deterioração de memória. Baixos níveis do
neurotransmissor acetilcolina podem estar relacionados com a doença de Alzheimer.

A memória classifica-se em imediata - onde fatos aconteceram a poucos dias, intermediária


acontecimentos referentes há semanas ou meses e remota – momentos vividos no passado.
Quando as pessoas atingem a terceira idade, é comum esquecerem fatos recentes (presentes
na memória imediata). Contudo, a fixação de acontecimentos do passado é bastante intensa.
O que ocorre é o chamado lapso de memória, muito comum nesta idade, explicando que o
esquecimento de fatos recentes não pode ser chamado de doença. As ocorrências antigas
tiveram mais tempo para estabilizar-se no cérebro, possibilitando uma recordação mais
detalhada. Com pouco tempo para se fixar no cérebro, os episódios recentes são comumente
esquecidos e podem ter essa fixação alterada devido às mudanças emocionais.

Percepção na terceira idade

Com o passar dos anos, à medida que idades mais avançadas aproximam-se, é comum que
queixas comecem a ocorrer com mais frequência, a respeito de pequenos esquecimentos ou
lapsos de memórias. Estas reclamações normalmente são relacionadas à troca de nomes, o
esquecimento sobre onde se deixou algum objeto ou até mesmo datas de aniversários.

No entanto, ainda que essas situações sejam normais durante a terceira idade, os familiares e
amigos próximos devem observar e ficar atentos a esse comportamento. Nessa fase da vida é
comprovado o aumento da desatenção, e por isso espera-se que esses incidentes aconteçam,
mas também podem ser sinais de certas doenças. É o caso do Alzheimer, por exemplo, que
inicia-se dessa forma e eventualmente provoca o esquecimento definitivo. Por isso, deve-se

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estar em constante atenção quanto a saúde mental do idoso para que os sinais não se
confundam, e maiores problemas possam ser reconhecidos.

Teorias de funcionamento da memoria


Existem várias teorias sobre o funcionamento da memória. Uma delas é a teoria da
interferência que propõe que um item apresentado depois de outro vai causar o
esquecimento do primeiro, com o tempo, o primeiro espontaneamente volta a competir com o
último. A competição causará interferência e esquecimento.

Outra teoria é a teoria multi-armazém que afirma que as informações passam por diferentes
lugares de armazenamento de acordo como são processadas. Portanto, fazemos a seguinte
divisão: memória sensorial, memória de curto prazo e memória de longo prazo.

Há também o modelo espacial que compreende a memória segundo a perspectiva da teoria


do Processamento da Informação. Desenvolvido inicialmente por Atkinson e Shiffrin (1968),
o Modelo Espacial divide a memória em três armazenadores: a memória sensorial, a memória
de curto prazo e a memória de longo prazo.

Consequência da memoria para o estudo


A consequência da memória para o estudo da memória é que ela permite que os estudiosos possam
entender como o cérebro humano funciona e como ele armazena informações. Isso é importante para
que se possa desenvolver técnicas de ensino mais eficientes e para que se possa ajudar pessoas com
problemas de memória.

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Consideraçõ es finais
A memória consiste, basicamente, no armazenamento cerebral de informações que são
captadas pelos sentidos humanos. Independentemente da idade do indivíduo, é uma
ferramenta de alta importância e deve ser exercitada com frequência para que seu
desempenho seja a melhor possível. Há diferentes técnicas para o exercício, cabe ao
praticante escolher a que melhor se encaixa em seu perfil.

Para crianças, que estão formando suas primeiras memorias, são indicadas técnicas básicas e
simples. A complexidade dos métodos vai aumentando proporcionalmente à idade, até chegar
à fase adulta - nessa fase os exercícios são indicados para manter o alto desempenho da
memorização. Já na terceira idade a prática é tão importante quanto na infância, pois a
memória tende a perder sua eficácia com o tempo – recomenda-se, por isso, reservar um
pequeno tempo diário para essas técnicas, podendo assim evitar muitos problemas de saúde.

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Referencias
AFONSO, Pedro. Atenção, Memória e inteligência. 2012. Disponível em: . Acesso em: 15
Jun. 2014.

GASPAROTO, Marina do Amaral Gurgel; SISTO, Fermino Fernantes. Estudo correlacional


entre inteligência e memória em idosos. 2010. Disponível em: . Acesso em: 23 Ago. 2014.

GENTILI, Paola. A memória e a aprendizagem. 2013. Disponível em: . Acesso em: 10 Jun.
2014.

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Acesso em: 10Jjul. 2014.

Hill, C. S. (2010). Consciousness. Cambridge, UK: Cambridge University Press.

HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Ed. Objetiva,
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https://cursoestudomemorizacao.com.br/memoria-psicologia/

RUEDA, Fabián Javier Marín; FERNANDES, Dario Cecilio; SISTO, Fermino Fernandes.
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