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PSICOLOGIA
SEBENTA
MÓDULO 3
PROCESSOS COGNITIVOS,
EMOCIONAIS E MOTIVACIONAIS
Processos cognitivos:
a) Atenção;
b) Concentração,
c) Perceção;
d) Aprendizagem;
e) Memória;
f) Inteligência e pensamento .
Processos emocionais:
Processos motivacionais:
a) Conceito de motivação;
b) Motivação intrínseca e extrínseca;
c) Pirâmide de Maslow.
Perceção
A perceção é um processo cognitivo através do qual contactamos com o mundo, que se caracteriza
por exigir a presença da realidade a conhecer. Pela perceção, organizamos e interpretamos as
informações sensoriais. Por isso, a perceção começa nos órgãos recetores (sensoriais) que são
sensíveis a estímulos específicos. Ao processo de deteção e receção dos estímulos recebidos
chama-se sensação.
Enquanto as sensações são meras traduções, captações de estímulos, a perceção exige um trabalho
de análise e síntese. Enquanto a sensação é a experiência simples dos estímulos, a perceção
envolve a interpretação das informações sensórias recebidas.
Processos Percetivo e cognitivo
Caracterização de perceção:
A perceção é um processo cognitivo através do qual contactamos com o mundo, que se caracteriza
por exigir a presença da realidade a conhecer. Pela perceção, organizamos e interpretamos as
informações sensoriais. Por isso, a perceção começa nos órgãos recetores (sensoriais) que são
sensíveis a estímulos específicos.
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A perceção é uma atividade cognitiva que não se limita ao registo da informação sensorial, implica
a atribuição de sentido, que remete para a nossa experiência. As perceções resultam de um
trabalho árduo de análise e síntese por parte do cérebro, destacando o seu caráter ativo e
influenciado pelos conhecimentos, experiências, expectativas e interesses do sujeito.
Por outro lado, a motivação e os estados emocionais de cada um têm grande influência na perceção
que o indivíduo tem da realidade numa dada situação, por exemplo, o nervosismo e o medo
implicam, regularmente, uma distorção e ampliação de factos que nos é incontrolável.
Também o interesse que os acontecimentos e assuntos nos despertam é importante para a perceção
já que os estímulos percetivos são selecionados pela nossa atenção e, por isso, tendemos a adquirir
mais conhecimentos nas áreas que mais nos fascinam.
Por fim, a subjetividade nota-se nas expetativas. Estas afetam as nossas perceções levando-nos,
frequentemente, à ilusão e consequente desilusão.
Perceção social é o processo que está na base das interações sociais, ou seja, o modo como
conhecemos os outros, analisamos os seus comportamentos e entendemos os seus perfis. É o modo
como percecionamos as situações sociais e o comportamento dos outros que orienta o nosso próprio
comportamento. Por isso, podemos afirmar que a perceção social está 4 inteiramente relacionada
com os grupos sociais, a cultura e o contexto social do indivíduo.
Podemos definir memória como o processo cognitivo que inclui, consolida e recupera, toda a
informação que aprendemos.
É um sistema de armazenamento que permite reter a informação aprendida e permite evocar essa
mesma informação, isto é, permite lembrar de informação retida anteriormente, mas a sua
representação na memória não é uma reprodução fiel.
A codificação é a primeira fase da memória que prepara as informações sensoriais para serem
posteriormente armazenadas no cérebro. Baseia-se na tradução de dados num código, que pode
ser acústico, visual ou semântico.
Por exemplo: A afirmação «O mar é azul.», Pode-se codificar o seu conteúdo como:
Uma imagem de sinais que são letras (código visual);
Tipos de memória
Existem vários tipos de memória vamos falar apenas de três tipos deles: sensorial, a curto prazo e
a longo prazo.
Memória sensorial: a memória sensorial é um tipo de memória que tem origem nos órgãos
7 sensitivos. As informações obtidas pelos sentidos são armazenadas por um curtíssimo espaço de
tempo (0,1 a 2 segundos). Se a informação armazenada não for processada perde-se se for passa
para a memória a curto prazo.
Memória a curto prazo: este tipo de memória retém informação durante um período limitado de
tempo, podendo ser esquecida ou passar para a memória de longo prazo. Na memória a curto
prazo pode-se distinguir duas memórias: memória imediata e memória de trabalho.
Memória imediata: a informação recebida fica retida durante um curto período de tempo (cerca
de 30 segundos). Investigações efetuadas vieram mostrar que podemos conservar sete elementos
(letras, palavras, algarismos, etc), variando entre cinco e nove unidades.
Memória de trabalho: neste tipo de memória mantemos a informação enquanto ela nos e útil. A
memória de trabalho reporta-se as atividades mentais em que o objetivo não é a sua memorização,
mas que, não obstante disso, implicam uma certa memorização para se poderem aplicar de modo
eficaz. Este tipo de memória é utilizado por exemplo quando o patrão pede que no dia seguinte
cheguemos uma hora mais cedo, manterás na memória esta informação, que irá ser esquecida
depois de a teres cumprido o pedido, ou seja, depois de teres chegado uma hora mais cedo. Chama-
se memória de trabalho à atividade de armazenamento e de utilização de informação ligada
especificamente à realização de uma tarefa: refere-se, portanto, a um tipo de memória que
trabalha.
Qualquer informação que tenha estado na memória a curto prazo e que se perca, estará perdida
para sempre, só se mantendo se passar para a memória de longo prazo.
Memória declarativa também pode ser designada por explícita ou memória com registo, (implica
a consciência do passado, levando a reportarmo-nos a acontecimentos, fatos e pessoas que
conhecemos/ aconteceram no passado). É devido a este tipo de memória que consegues descrever
as funções das áreas pré-frontais: os heterónimos de Fernando Pessoa, o nome dos
8 teus amigos, o aniversário da tua mãe. Este tipo de memória reúne tudo o que podemos
evocar/declarar por meio de palavras (daí o termo declarativa). Distinguem-se, neste tipo de
memória, dois subsistemas: a memória episódica e a memória semântica;
Episódica - quando envolve eventos datados, recordações (rosto de amigos pessoas famosas,
músicas, fatos e experiências pessoais) ou seja relacionados com o tempo. Usamos a memória
episódica, por exemplo, quando lembramos do ataque terrorista em 11 de Setembro ou o primeiro
dia de escola. A memória semântica é, portanto, uma memória pessoal na qual que se manifesta
uma relação íntima ente quem recorda e o que se recorda.
Semântica- Abrange a memória do significado das palavras. Este tipo de memória refere-se ao
conhecimento geral sobre o mundo (fórmulas matemáticas, regras gramaticais, leis da química,
fatos históricos, etc. Neste tipo de memória não há localização no tempo (ao contrário da memória
episódica), não está associada a nenhum conhecimento, ação ou fato especifico do passado. Por
exemplo: 1+1 = 2 é um conhecimento em que usas a memória semântica mas se associar-se a
este raciocínio que quem me ensinou a fazer contas foi a minha professora da primária este dado
leva-me a usar a memória episódica. A memória semântica é a coparticipação do significado de
uma palavra que possibilita às pessoas manterem conversas com significado. A memória
semântica ocorre quando envolve conceitos atemporais.
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Memória não-declarativa – Difere-se da memória declarativa porque esta não precisa ser
declarada (enunciada). É uma memória automática. É a memória usada para procedimentos e
habilidades, como por exemplo: andar de bicicleta, jogar bola, atar os cordões, lavar os dentes,
ler um livro, etc. A memória não declarativa também pode ser designada por memória implícita
ou sem registo.
Esquecimento bom ou mau?
Normalmente, associa-se o esquecimento a uma falha mental ou ate uma patologia, mas sem o
esquecimento é ser-nos-ia impossível continuar memorizar informação. Portanto, neste caso, o
esquecimento serve como que um filtro daquilo que ainda nos é importante, a este processo
designa-se por função seletiva e adaptativa. A própria memória também tem um carater
10 adaptativo pois ela não memoriza tudo a que estamos expostos no dia-a-dia (a informação é
transformada). Habitualmente falamos de esquecimento ligado apenas à memória de longo prazo
pois como já disse a memória a curto prazo apaga-se para dar lugar a novas informações ou então
passa à memória de longo prazo.
Mas o esquecimento pode ser também mau quando é um esquecimento regressivo ou seja quando
surgem dificuldades em reter novos materiais e em recordar conhecimento, nomes ou fatos
aprendidos recentemente. Este tipo de esquecimento pode ser devido à degenerescência dos
tecidos cerebrais e ataca sobretudo pessoas de certa idade. E existe três tipos de esquecimento:
por interferência de aprendizagem (como que uma reciclagem de informação), regressivo, e
motivado utilizado quando se quer esquecer algo negativo na nossa vida.
Sentimentos e emoções
Emoção
Sentimentos
. Usualmente, emoção e sentimento surgem como sinónimos, mas segundo António Damásio, a
relação entre ambos é muito estreita.
. O sentimento surge quando tomamos consciência das nossas emoções, isto é, o sentimento dáse
quando as nossas emoções são transferidas para determinadas zonas do nosso cérebro, onde são
codificadas sob a forma de atividade neuronal.
Componentes da Emoção
12 . Componente subjetiva - Relaciona-se com o que o indivíduo sente a nível emocional e interior
a que só ele tem acesso, ou seja, é o estado afetivo associado à emoção.
Relação entre Razão e Emoção
. Ao contrário do que durante muito tempo se pensou, as emoções e os sentimentos não são um
obstáculo ao funcionamento da razão; estão envolvidos nos processos de decisão, segundo a
perspetiva de António Damásio;
. O investigador chama a atenção para o facto de que se fosse apenas a razão a participar nos
processos de decisão, seria muito complicado tomar uma decisão;
. A análise rigorosa de cada uma das hipóteses levaria tanto tempo que a opção escolhida deixaria
de ser oportuna, ou então, perder-nos-íamos nos cálculos das vantagens e das desvantagens.
. Segundo o próprio autor, “a emoção bem dirigida parece ser o sistema de apoio sem o qual o
edifício da razão não pode funcionar eficazmente”;
Durante grande parte dos séculos 19 e 20, acreditou-se que a inteligência era algo podia ser
facilmente medido, determinado e comparado através de testes, como o famoso teste de QI por
exemplo, que dava a inteligência da pessoa em números. No entanto, com o tempo, o teste de QI
foi caindo em descrédito pois pouco a pouco foi se notando que nem sempre as pessoas mais
inteligentes e bem-sucedidas obtinham os melhores resultados.
Os psicólogos e pesquisadores começaram a notar que havia alguns casos de pessoas que
obtinham resultados medíocres nos testes de QI, mas que se davam bem na vida pois eram
disciplinadas, persistentes e carismáticas. Mas como pessoas consideradas “burras” pelo teste de
QI poderiam ter tanto sucesso?
Segundo Howard Gardner, psicólogo autor desta teoria, existem ao todo 7 tipos de inteligência e
todas as pessoas tem um pouco das 7 combinados dentro de si. No entanto cada pessoa tem um
deles desenvolvido de modo mais forte e que se sobrepõe sobre os outros.
As pessoas que possuem este tipo de inteligência tem grande facilidade de se expressar tanto
oralmente quanto na forma escrita. Elas além de terem uma grande expressividade, também tem
um alto grau de atenção e uma alta sensibilidade para entender pontos de vista alheios. É uma
inteligência fortemente relacionada ao lado esquerdo do cérebro é uma das inteligências mais
14 comuns.
Inteligência Lógica: Talento para lidar com números e questões lógicas
Inteligência Lógica
Pessoas com esse perfil de inteligência tem uma alta capacidade de memória e um grande talento
para lidar com matemática e lógica em geral. Elas têm facilidade para encontrar solução de
problemas complexos, tendo a capacidade de dividir estes problemas em problemas menores e ir
os resolvendo até chegar a resposta final. São pessoas organizadas e disciplinadas. É uma
inteligência fortemente relacionada ao lado direito do cérebro.
Inteligência Motora
Pessoas com este tipos de inteligência possuem um grande talento em expressão corporal e têm
uma noção espantosa de espaço, distância e profundidade. Tem um controle sobre o corpo maior
que o normal, sendo capazes de realizar movimentos complexos, graciosos ou então fortes com
enorme precisão e facilidade. É uma inteligência relacionada ao cerebelo que é a porção do
cérebro que controla os movimentos voluntários do corpo. Presente em esportistas olímpicos e de
alta performance. É um dos tipos de inteligência diretamente relacionado a coordenação e
capacidade motora.
Inteligência Espacial
Pessoas com este perfil de inteligência, tem uma enorme facilidade para criar, imaginar e desenhar
imagens 2D e 3D. Elas têm uma grande capacidade de criação em geral mas principalmente tem
um enorme talento para a arte gráfica. Pessoas com este perfil de inteligência tem como principais
características a criatividade e a sensibilidade, sendo capazes
15 de imaginar, criar e enxergar coisas que quem não tem este tipo de inteligência desenvolvido, em
geral, não consegue.
Inteligência Musical: grande talento para a música e aptidão criativa
Inteligência Musical
É um dos tipo raros de inteligência. Pessoas com este perfil tem uma grande facilidade para escutar
músicas ou sons em geral e identificar diferentes padrões e notas musicais. Eles conseguem ouvir
e processar sons além do que a maioria das pessoas consegue, sendo capazes também de criar
novas músicas e harmonias inéditas. Pessoas com este perfil são como se conseguissem
“enxergar” através dos sons. Algumas pessoas têm esta inteligência tão evoluída que são capazes
de aprender a tocar instrumentos musicais sozinhas. Assim como a inteligência espacial, este é
um dos tipos de inteligência fortemente relacionados a criatividade.
Inteligência Interpessoal
Inteligência Intrapessoal
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desejam. Ao contrário dos líderes interpessoais que são ativos, os líderes intrapessoais são mais
reservados, exercendo a liderança de um modo mais indireto, através do carisma e influenciando
as pessoas através de ideias e não de ações. Entre os tipos de inteligência, este é considerado o
mais raro.
Motivação
As motivações que orientam as pessoas numa organização são de cariz social. As motivações
sociais designam os motivos que vamos adquirindo ao longo do processo de socialização e que
são aprendidos em contextos sociais e culturais diferentes. No âmbito das motivações sociais
podemos destacar a afiliação, a realização e o poder ou prestígio.
A afiliação manifesta-se na necessidade das pessoas desenvolverem atividades com os outros, de
fazer amigos... Está aqui patente o desejo de ser apreciado, de ser querido pelo grupo. Cada um
de nós procura ser aceite pelos outros membros do grupo, procura a aprovação social.
A realização define-se como o desejo de ser bem-sucedido em situações que nos desafiam.
Tentamos alcançar um elevado padrão de desempenho e superar todas as resistências e obstáculos.
O sucesso produz uma satisfação interna e a pessoa realiza-se pela própria realização.
É indiscutível que o impulso sexual tem uma forte componente biológica, já que é determinado,
ao nível do sistema endócrino pelas glândulas sexuais que segregam hormonas determinantes para
o nosso comportamento sexual. As gónadas ou glândulas sexuais diferem relativamente ao sexo
masculino e feminino: cada sexo possui glândulas sexuais específicas no homem, os testículos
produzem a testosterona; na mulher, os ovários produzem estrogénio e progesterona. Estas
hormonas são responsáveis pelo aparecimento das características sexuais secundárias, que se
manifestam durante a puberdade, e pelos mecanismos da reprodução humana.
Não obstante, o impulso sexual tem também uma importante vertente cultural. De acordo com os
valores, crenças, costumes e tradições de uma sociedade, iremos poder observar diferentes
comportamentos sexuais. Através do processo de socialização, vamos assimilando os princípios
e normas de atuação vigentes na cultura em que estamos inseridos e o mesmo acontece com os
hábitos sexuais. Por exemplo, há alguns anos atrás, uma mulher deveria casar virgem, enquanto
que ao homem já era permitido iniciar a sua vida sexual antes do casamento. Nalgumas
comunidades, é retirado o clítoris à mulher, logo à nascença, pois esta não deverá ter qualquer
prazer com o ato sexual, sendo sua única função a reprodução. Neste sentido, podemos afirmar
que a nossa sexualidade é uma motivação combinada.
A frustração, no sentido comum ou corrente, é aquilo que sentimos quando temos alguma
contrariedade. A psicologia define este termo como bloqueio do comportamento motivado, ou
seja, como obstáculo que impede que um determinado desejo seja concretizado ou que um
objetivo seja alcançado.
É difícil listar o tipo de situações que originam a frustração, pois as motivações variam de
indivíduo para indivíduo. Além do mais, os efeitos que a frustração pode originar no
comportamento de uma pessoa depende da intensidade da motivação, do tipo de obstáculo e da
personalidade do indivíduo.
19 Também a capacidade de suportar a frustração depende de inúmeros fatores. Por exemplo, uma
criança com fome é menos tolerante face à situação de não comer do que um adulto. Através do
processo de socialização, esta criança pode, progressivamente, reagir de forma menos intolerante
às situações que lhe provocam frustração.
Os tipos de reação vão desde a agressão (direta ou deslocada) à apatia (indiferença, inatividade):
· Agressão deslocada - quando o indivíduo transfere a sua agressão para elementos que não
são responsáveis pela frustração (exemplo: uma criança que é impedida de ver televisão pelos
pais dá um pontapé na porta). A autoagressão é, também, uma forma de agressão deslocada em
que o indivíduo se agride a si próprio.
Teoria da Motivação de Maslow
Maslow concebeu uma teoria da motivação que está intimamente relacionada com a hierarquia
das necessidades que propõe. A Pirâmide de Maslow demonstra que nem todas as necessidades
Bibliografia
Manuela Matos Monteiro, Pedro Tavares Ferreira, O Ser Humano, Porto Editora, 2º
Edição, 2009
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