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DESCRIÇÃO

A construção dos principais conceitos e aplicações fundamentais da Eletrostática para


distribuições contínuas de cargas elétricas, Lei de Gauss e suas aplicações na moderna teoria
eletrodinâmica clássica.

PROPÓSITO
Generalizar os conceitos e aplicações de campo elétrico e potencial elétrico para distribuições
contínuas de cargas, por meio da Lei de Coulomb e da Lei de Gauss, com aplicações diretas
na obtenção de potenciais elétricos e capacitâncias de sistemas eletrostáticos.

PREPARAÇÃO
Antes de iniciar o conteúdo deste tema, revise seus estudos nos princípios da Álgebra Vetorial
e do Cálculo Diferencial e Integral. Também será útil ter em mãos uma calculadora científica.

OBJETIVOS

MÓDULO 1

Identificar o campo elétrico de cargas contínuas

MÓDULO 2

Aplicar a Lei de Gauss do campo elétrico

MÓDULO 3

Calcular o potencial elétrico de cargas contínuas

MÓDULO 4

Calcular a capacitância

INTRODUÇÃO
A Eletrodinâmica Clássica é a interação fundamental com que experimentamos e observamos
a natureza do universo. Nossa ciência e tecnologia necessitam desses conhecimentos para
continuar progredindo. Vamos generalizar e aprofundar o tema da Eletrostática para
distribuições contínuas de cargas elétricas, compreender uma das leis fundamentais da
natureza, a Lei de Gauss, e aplicar esses conhecimentos a alguns de seus subprodutos, o
cálculo de potenciais elétricos e capacitâncias: o início da tecnologia elétrica. Bons estudos!

MÓDULO 1

 Identificar o campo elétrico de cargas contínuas

LEI DE GAUSS E SUAS APLICAÇÕES

INTRODUÇÃO
A Eletrostática não se limita ao estudo dos princípios e fenômenos de cargas e campos
elétricos de distribuições discretas de cargas. Na verdade, podemos generalizar esses
conceitos para fenômenos nos quais as cargas elétricas estão continuamente distribuídas,
formando um continuum de cargas elétricas e seus campos. Certamente, as cargas elétricas
são discretizadas, individuais, como sabemos da Física Microscópica, mas vamos considerar
que tenhamos tantas cargas elétricas e tão próximas, umas das outras, que possamos
considerá-las distribuídas continuamente.
 VOCÊ SABIA

Pense na circunstância de um fluido. Sabemos que um corpo fluídico é composto por


moléculas que podem ser individualizadas, mas no conjunto formam uma substância fluídica.

Então, vamos utilizar essa aproximação e tratar de conjuntos contínuos de cargas elétricas,
nos quais não mais individualizaremos as cargas elétricas de partículas, mas de corpos
elétricos carregados por cargas elétricas distribuídas formando um continuum de cargas, isto é,
distribuições contínuas de cargas elétricas e suas densidades de cargas, que já vamos definir.

Fonte: James Kirkikis/Shutterstock

Para distribuições de cargas elétricas discretas, definimos o campo eletrostático, por meio da
Lei de Coulomb e do princípio de superposição, em que o campo resultante, medido em certo
ponto P, é o somatório dos campos de cada carga fonte individualizada.

→ 1 QI
N
E(R) ≡ ∑ R̂
4Π ∈ 0 I = 1 R 2 I
I

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Mas se as cargas elétricas formarem um continuum de cargas, precisaremos alterar nossa


definição de campo elétrico, na qual substituiremos o somatório, que indica a discretização
das cargas e posições destas, por uma integral, que indica um continuum de elementos de
carga e funções contínuas de posição.

DISCRETIZAÇÃO

Ato ou efeito de discretizar ou de transformar uma distribuição contínua em unidades


individuais.

→ 1 1
E(R) = ∫ R̂DQ
4Π ∈ 0 R 2

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Os elementos de carga elétrica, dq, são usualmente definidos em termos de densidades de


cargas elétricas. Na equação acima, r indica a distância de cada elemento de carga dq ao
ponto de medida do campo, e r̂ é o vetor unitário direcional de cada elemento de carga ao
mesmo ponto de medida do campo, não sendo, portanto, um vetor unitário constante, e assim
devem ser considerados na integração.

DEMONSTRAÇÃO
Para demonstrar como se processa o cálculo do campo eletrostático para distribuições
contínuas de cargas elétricas, precisamos demonstrar como definir o que são densidades de
cargas elétricas e seu campo elétrico associado.

DENSIDADES DE CARGAS ELÉTRICAS


Os materiais elétricos, ou eletrizáveis, podem conter cargas elétricas distribuídas de três
formas distintas: linearmente, superficialmente ou volumetricamente. Essencialmente, será
a relação da carga do material, em uma região delimitada do espaço com simetria linear,
superficial ou volumétrica, com sua geometria.

I - DENSIDADE LINEAR DE CARGAS Λ :


dq
dq = λ dl  →  λ =  
dl

II - DENSIDADE SUPERFICIAL DE CARGAS Σ:


dq
dq = σ dA  →  σ =  
dA

III - DENSIDADE VOLUMÉTRICA DE CARGAS


Ρ:
dq
dq = ρ dV →  ρ =   dV

Em que dl é o elemento de comprimento ao longo de uma linha, dA é o elemento de área de


uma superfície e dV é o elemento de volume.

Assim, sempre que tivermos um material carregado num continuum de cargas, para cada
simetria de um problema e sua densidade de cargas, teremos uma configuração do campo
eletrostático. Devemos atentar para o fato de que as cargas são estáticas e conservadas, ou
seja, dizemos que a totalidade das cargas elétricas com que lidamos na Eletrostática é
estacionária.

CAMPO ELETROSTÁTICO PARA


DISTRIBUIÇÕES CONTÍNUAS DE CARGAS
ELÉTRICAS (LEI DE COULOMB)


A) E(R) PARA DISTRIBUIÇÕES LINEARES DE CARGAS:

B) E(R) PARA DISTRIBUIÇÕES SUPERFICIAIS DE
CARGAS:


C) E(R) PARA DISTRIBUIÇÕES VOLUMÉTRICAS DE
CARGAS:

Ainda vamos definir os conceitos de materiais condutores.

 COMENTÁRIO

Os materiais carregados podem possuir diferentes densidades de cargas em suas geometrias,


definidas por regiões de carga, mas para este tema, vamos aplicar a problemas com
densidades de cargas constantes ou de funções simples.
Em quaisquer das situações de simetrias e geometrias, é usualmente conveniente trabalhar
com elementos de campo elétrico e, ao final, integrá-los para o campo resultante:

→ →
E(R)  = ∫ DE

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

MÃO NA MASSA

1. CALCULE O CAMPO ELÉTRICO RESULTANTE NUM PONTO P, SOBRE A


MEDIATRIZ DE UM SEGUIMENTO DE RETA UNIFORMEMENTE
CARREGADO, COM DENSIDADE LINEAR DE CARGA, Λ, CONSTANTE E
COMPRIMENTO L.


A) E(y) =
2kλ
y [
   
L

√L2 +  x2 ]   ĵ

→ 2kλ

[ y
B) E(y) = y     2 2   ĵ
√r +  y ]
→ 2kλ
C) E(y) = 2    
x [ √
L

]
L 2 +  y 2
  î


D) E(y) =
2kλ
y [
   
L

√L2 +  y2 ]   ĵ
2. CONSIDERE UM SEGUIMENTO DE RETA UNIFORMEMENTE
CARREGADO, AO LONGO DO EIXO DOS X, COM DENSIDADE LINEAR DE
CARGA, Λ, CONSTANTE E COMPRIMENTO L. MAS DIFERENTEMENTE DO
PROBLEMA ANTERIOR, CALCULE O CAMPO ELÉTRICO RESULTANTE
NUM PONTO P, AO LONGO DO EIXO DOS Y, CONSIDERANDO QUE A
ORIGEM, 0, DO SISTEMA COORDENADO, XY, ESTÁ À ESQUERDA DO
CORPO CARREGADO, E O COMPRIMENTO L, QUANDO MEDIDO DE P0,
ESTÁ DELIMITADO PELOS ÂNGULOS Θ1< Θ2.


A) E =
k λ
y [( ) ( )]
cosθ 2 - cosθ 1 î + senθ 2 - senθ 1   ĵ  


B) E =
k λ
y2 [( ) ( )]
senθ 2 - senθ 1 î + cosθ 2 - cosθ 1   ĵ


C) E = y
k λ
[( ) ( )]
cosθ 2 - senθ 1 î + cosθ 2 - senθ 1   ĵ


D) E =
k λ
r2 [( ) ( )]
cosθ 2 - cosθ 1 î + senθ 2 - senθ 1   ĵ

3. UM ANEL CIRCULAR FOI HOMOGENEAMENTE CARREGADO, TEM


DENSIDADE LINEAR DE CARGA Λ, CONSTANTE, CARGA TOTAL Q E
RAIO R. CALCULE O CAMPO ELÉTRICO RESULTANTE EM UM PONTO P
AO LONGO DO SEU EIXO AXIAL, Z.

→ k Q 2
A) E(p)= 3/2  r̂
(R 2+ z 2)

→ k Q z
B) E(p) =  ẑ
( R +  z )
2 2 3/2

→ k Q 
C) E(p) = 2  r̂
r

→ k Q R
D) E(p) = 3  ẑ
( R 2 +  z 2 ) 2
4. UM DISCO HOMOGENEAMENTE CARREGADO, COM DENSIDADE
SUPERFICIAL DE CARGAS, Σ, CONSTANTE, PODE SER CONSTRUÍDO
COMO UMA SUCESSÃO DE ANÉIS CONCÊNTRICOS, FAZENDO O RAIO,
R, DOS ANÉIS VARIAR DESDE A ORIGEM ATÉ O RAIO R.
CONSIDERANDO ISSO, CALCULE O CAMPO ELÉTRICO DESSE DISCO,
NUM PONTO P AO LONGO DO SEU EIXO AXIAL, Z.

→ k Q z
A) E(p) =  ẑ
( R 2 +  z 2 ) 3/2


B) E(p) = 2 π k σ z   
[ (
1

R 2 +  z 2 ) 1/2 ]  ẑ

→  1
C) E(p) = 2 π k σ    -  
[ z
(
1

R 2 +  z 2 ) 1/2 ]
 ẑ

→  1
D) E(p) = 2 π k σ z    -  
[ z
(
1

R 2 +  z 2 ) 1/2 ]  ẑ

5. CONSIDERE UMA CASCA ESFÉRICA, OCA, HOMOGÊNEA, DE RAIO R,


E SUPERFICIALMENTE CARREGADA COM UMA DENSIDADE
SUPERFICIAL DE CARGAS, Σ, CONSTANTE. CALCULE, VIA LEI DE
COULOMB, O SEU CAMPO ELÉTRICO RESULTANTE EXTERNO À CASCA,
COM R≥R.

→ k Q 
A) E(p) = 2  Ŝ
S

→ k Q 
B) E(p) = 2  r̂
R

→ k Q 
C) E(p) = 2  r̂
r

→ k Q 
D) E(p) = r  r̂
6. UM FIO HOMOGENEAMENTE CARREGADO TEM UMA DENSIDADE
LINEAR DE CARGAS, Λ, CONSTANTE E ESTÁ ENCURVADO AO MODO DE
UM ARCO CIRCULAR DE ÂNGULO 2Θ0 E RAIO R, SIMETRICAMENTE EM
RELAÇÃO AO EIXO Y. CALCULE A COMPONENTE, NÃO NULA, DE SEU
CAMPO ELÉTRICO, NO CENTRO DO ARCO, NA ORIGEM DO SISTEMA
COORDENADO XY.

( )
2 k λ
A) E x(p) =   θ sen θ 0
0

( )
2 k λ
B) E y(p) =   cos θ 0
R2

( )
2 k λ
C) E y(p) =   sen θ 0
R

( )
2 k λ
D) E r(p) =   sen θ 0
R2

GABARITO

1. Calcule o campo elétrico resultante num ponto P, sobre a mediatriz de um seguimento


de reta uniformemente carregado, com densidade linear de carga, λ, constante e
comprimento L.

CAMPO DO SEGMENTO DE RETA

2. Considere um seguimento de reta uniformemente carregado, ao longo do eixo dos x,


com densidade linear de carga, λ, constante e comprimento L. Mas diferentemente do
problema anterior, calcule o campo elétrico resultante num ponto P, ao longo do eixo
dos y, considerando que a origem, 0, do sistema coordenado, xy, está à esquerda do
corpo carregado, e o comprimento L, quando medido de P0, está delimitado pelos
ângulos θ1< θ2.

A alternativa "A " está correta.

Fonte: Autor

→ ^ ^ dq ^
d E=dE x ı+dE y ȷ=k r
r2
k dq
dE x= sinθ
r2
k dq
dE y= cosθ
r2
dq=λdx
y
cosθ= r       ;    r 2=x 2+y 2
x
tgθ=      ⇒   dx=y sec 2θ dθ
y
r
secθ= y

k dq
dE x = - sinθ
r2
dE y =
k   cos θ
r2 (
λ ysec 2θdθ )
( )
k   sin θ
        dE x = - λ ysec 2θ dθ     
r2 kcos θ r2
                             dE y = λy ⋅ dθ
k sinθ r2 r2 y2
dE x = - λy dθ
r2 y2 kcos θ
dE y = y
λdθ
k sinθ
dE x = - λ dθ
y
( )
kλ kλ
E x = - ∫ θθ 2 y senθdθ = y cosθ 2 - cosθ 1
1

E y = ∫ θθ cosθdθ = (sinθ 2 - sinθ 1 )


kλ kλ
2
y
1 y


E = E xı̂ + E y ȷ̂

→ kλ
[( ) ( )]
E = y   cosθ 2 - cosθ 1 ı̂ + senθ 2 - sinθ 1   ȷ̂ 

3. Um anel circular foi homogeneamente carregado, tem densidade linear de carga λ,


constante, carga total Q e raio R. Calcule o campo elétrico resultante em um ponto P ao
longo do seu eixo axial, z.

A alternativa "B " está correta.

CAMPO DO ANEL

4. Um disco homogeneamente carregado, com densidade superficial de cargas, σ,


constante, pode ser construído como uma sucessão de anéis concêntricos, fazendo o
raio, r, dos anéis variar desde a origem até o raio R. Considerando isso, calcule o campo
elétrico desse disco, num ponto P ao longo do seu eixo axial, z.

A alternativa "D " está correta.

CAMPO DO DISCO
5. Considere uma casca esférica, oca, homogênea, de raio R, e superficialmente
carregada com uma densidade superficial de cargas, σ, constante. Calcule, via Lei de
Coulomb, o seu campo elétrico resultante externo à casca, com r≥R.

A alternativa "C " está correta.

Vamos calcular a contribuição ao campo, no ponto P externo, de cada anel na casca, de área
dA = 2 πR 2senθ dθ (de perímetro 2 π Rsenθ e largura R dθ). Devemos encontrar um vínculo
entre as três variáveis θ, α e S, para simplificar a integração, que será feita na variável S. A
soma de todas as contribuições de campo resultam não-nulas somente na direção radial

( )
esférica, por simetria do problema. A carga total será Q = σ 4πR 2 . O campo externo será,

incrivelmente, como o de uma partícula carregada. Partiremos da relação da lei dos cossenos,
S 2 = r 2 + R 2 - 2rRcosθ, aplicada ao problema e depois obteremos a sua derivada. Também
usaremos a outra relação da lei dos cossenos, ao problema, dada por R 2 = r 2 + S 2 - 2rScosα,
ambas para expressar os vínculos entre θ, α e S.
Fonte: Autor

S 2 = r 2 + R 2 - 2rR cosθ
2S dS = 2rR senθ dθ
S dS
senθ dθ = rR

R 2 = r 2 + S 2 - 2rS cosα
- R2 + S2 + r2
cosα = 2rS

dq = σ dA = 2πσR 2senθdθ


k dq
dE r(p) = cosα
s2
k2πσR 2
dE r(p) = senθdθ cos α
S2

dE r(p) =
k2πσR 2
S2
SdS
⋅ rR ⋅
[ - R2 + S2 + r2
2rS ]
dE r(p) =
kσπR
r2

[ S2 + r2 - R2
S2 ]
dS

dE r(p) =
kσπR
r2 [ 1+
r2 - R2
S2 ] dS
E r(p) = ∫ dE r

[ (r -R )
]
2 2 (r+R)
kσπR
E r(p) = S-
r2 S
(r-R)

kσ4πR 2 kQ
E r(p) = =
r2 r2
→ ^
E (p) = E r(p) r
→ kQ
E (p) = 2 r̂
r

6. Um fio homogeneamente carregado tem uma densidade linear de cargas, λ, constante


e está encurvado ao modo de um arco circular de ângulo 2θ0 e raio R, simetricamente

em relação ao eixo y. Calcule a componente, não nula, de seu campo elétrico, no centro
do arco, na origem do sistema coordenado xy.

A alternativa "C " está correta.

A componente x do campo será nula, com a simetria do problema. Somente a componente y


não será nula, na origem. O elemento do arco será dl = R dθ. Vamos integrar de - θ 0 a θ 0.

Fonte: Autor
()

E p = E x(p) ı̂ + E y(p)  ȷ̂

()
Ex p = 0

E y (p ) = ∫ dE y (p )

()
dE y p =
kdq
R2
cosθ

dq = λdl = λRdθ

()
dE y p =
kλR
R2
cosθdθ

() kλ
E y p = ∫ -θθ0 cosθdθ
0R

()
Ey p =
2kλ
R
senθ 0

TEORIA NA PRÁTICA
Aplicação: Uma das importantes aplicações práticas da Eletrostática diz respeito a esse
problema. Considere uma casca esférica, oca, homogênea, de raio R, e superficialmente
carregada com uma densidade superficial de cargas, σ, constante. Calcule, via Lei de
Coulomb, o seu campo elétrico interno à casca, com r < R.

RESOLUÇÃO

Já fizemos um problema semelhante, porém para o cálculo do campo externo à casca


esférica. Todos os passos são idênticos, até antes da integração final. Retomemos aquele
resultado. Vamos, então, posicionar o ponto P dentro da casca e alterar os limites de
integração em S para esses pontos internos à casca, de (R - r)  a (R + r).

Etapa 1
DE R(P) =
KΣΠR
R2 [ 1+
R2 - R2
S2 ]
DS

()
E R P = ∫ DE R

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Etapa 2

[ (R -R )
]
2 2 (R+R)
KΣΠR
E R(P) = S-
R2 S
(R-R)

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Etapa 3

[ (R -R ) (R -R )
]
2 2 2 2
KΣΠR
E R(P) = (R + R) - (R - R) - +
R2 (R+R) (R-R)

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Etapa 4
KΣΠR
E R(P) = [2R - R + R - R - R] = 0
R2


E(P) = 0

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

O campo elétrico interno a uma superfície esférica, oca e homogeneamente carregada é nulo.
Esse fenômeno de blindagem eletrostática, muito utilizado tecnologicamente, tem o nome de
Gaiola de Faraday. Perturbações elétricas externas à casca fechada não afetam o campo
elétrico interno à casca, que continua nulo.

VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. CONSIDERE NOVAMENTE UM SEGUIMENTO DE RETA


UNIFORMEMENTE CARREGADO, AO LONGO DO EIXO DOS X, COM
DENSIDADE LINEAR DE CARGA Λ E COMPRIMENTO L. CALCULE O
CAMPO ELÉTRICO RESULTANTE NUM PONTO P, AO LONGO DO EIXO
DOS Y, CONSIDERANDO QUE A ORIGEM, 0, DO SISTEMA COORDENADO,
XY, ESTÁ À ESQUERDA DO CORPO CARREGADO, E SEU
COMPRIMENTO L, QUANDO MEDIDO DE P0 , ESTÁ DELIMITADO PELOS
ÂNGULOS Θ1 < Θ2. COM ESSE VETOR CAMPO ELÉTRICO OBTIDO, FAÇA
SEU COMPRIMENTO L TENDER A INFINITO E RESPONDA: QUAL É O
CAMPO ELÉTRICO GERADO POR ESSA RETA HOMOGENEAMENTE
CARREGADA, COM DENSIDADE LINEAR DE CARGAS, Λ, E
COMPRIMENTO INFINITO? UMA RETA INFINITA.
→ 2 k λ
A) E =   y sen θ  ĵ

→ 2 k λ
B) E =   y   ĵ


C) E =  0

→ 2 k λ
D) E =     ĵ
x

2. CONSIDERE NOVAMENTE UM DISCO HOMOGENEAMENTE


CARREGADO, COM DENSIDADE SUPERFICIAL DE CARGAS, Σ, QUE
PODE SER CONSTRUÍDO COMO UMA SUCESSÃO DE ANÉIS
CONCÊNTRICOS, FAZENDO O RAIO DOS ANÉIS VARIAR DESDE A
ORIGEM ATÉ O RAIO R. CALCULE O CAMPO ELÉTRICO DESSE DISCO,
NUM PONTO P AO LONGO DO SEU EIXO AXIAL, Z. COM ESSE VETOR
CAMPO ELÉTRICO OBTIDO, FAÇA SEU RAIO R TENDER A INFINITO E
RESPONDA: QUAL É O CAMPO ELÉTRICO GERADO POR ESSE PLANO
HOMOGENEAMENTE CARREGADO, COM DENSIDADE SUPERFICIAL DE
CARGAS, Σ CONSTANTE, E COM DIMENSÃO INFINITA? UM PLANO
INFINITO.


A) E(p) = ∞

( )

B) E(p) = 2πkσ z  ẑ

( )

C) E(p) = 2πkσ  ẑ


D) E(p) = 0

GABARITO

1. Considere novamente um seguimento de reta uniformemente carregado, ao longo do


eixo dos x, com densidade linear de carga λ e comprimento L. Calcule o campo elétrico
resultante num ponto P, ao longo do eixo dos y, considerando que a origem, 0, do
sistema coordenado, xy, está à esquerda do corpo carregado, e seu comprimento L,
quando medido de P0 , está delimitado pelos ângulos θ1 < θ2. Com esse vetor campo

elétrico obtido, faça seu comprimento L tender a infinito e responda: Qual é o campo
elétrico gerado por essa reta homogeneamente carregada, com densidade linear de
cargas, λ, e comprimento infinito? Uma reta infinita.

A alternativa "B " está correta.

Fonte: Autor

A partir da figura, e refazendo esse problema, temos o campo elétrico no ponto P:


E x = - ∫ θθ 2 senθdθ =
1 y y

(
cosθ 2 - cosθ 1
)
kλ kλ
(
E y = ∫ θθ 2 y cosθdθ = y sinθ 2 - sinθ 1
1 )

E = E xı̂ + E y ȷ̂

[(cosθ2 - cosθ1 )ı̂ + (senθ2 - sinθ1 )ȷ̂ ]


→ kλ
E= y

π
Se fizermos θ 1 →   -   2  e  θ 2 → π / 2, , o seguimento de reta carregado, L, tenderá à dimensão
infinita. A componente horizontal, na direção x, irá desacoplar, anulando-se. A componente
vertical, na direção y, se somará, resultando em:

→ 2kλ
E = y ȷ̂
Ou seja, o campo elétrico será inversamente proporcional à distância da linha infinita carregada
e não haverá mais a informação angular. Esse resultado é importante tecnologicamente
quando a distância da fonte do campo é muito menor que a extensão da linha carregada e
pudermos excluir efeitos de contorno das extremidades da linha

2. Considere novamente um disco homogeneamente carregado, com densidade


superficial de cargas, σ, que pode ser construído como uma sucessão de anéis
concêntricos, fazendo o raio dos anéis variar desde a origem até o raio R. Calcule o
campo elétrico desse disco, num ponto P ao longo do seu eixo axial, z. Com esse vetor
campo elétrico obtido, faça seu raio R tender a infinito e responda: Qual é o campo
elétrico gerado por esse plano homogeneamente carregado, com densidade superficial
de cargas, σ constante, e com dimensão infinita? Um plano infinito.

A alternativa "C " está correta.

Fonte: Autor

A partir da figura, e refazendo esse problema, temos o campo elétrico no ponto P:


→ kz dq
dE(p) = ẑ
( r2 + z2 ) 3/2

dq = σdA = σ2πr dr
kz
dE z(p) = σ2πr dr
( r2 + z2 ) 3/2

E z(p) = ∫ dE z p ()
2r
E z(p) = kzσπ∫ R
0
dr
( r2 + z2 ) 3/2

]
[ ]
(r +z )
2 2 -1/2 R

E z(p) = kzσπ ( -1/2)


0


E(p) = 2πk z σ z -
[ 1 1

√R 2 + z 2 ] ẑ

Se fizermos R→∞, o disco carregado tenderá à dimensão infinita, um plano infinito carregado.
O segundo termo da componente axial do campo elétrico, na direção z, se anulará, restando
uma constante no primeiro termo:


E(p) = 2πkσ ẑ

Nessa solução e nesse limite de plano infinito, não podemos utilizar a carga total, que seria
infinita. Assim, temos a densidade superficial de cargas para designar a fonte do campo
elétrico. Esse resultado é fundamental, tecnologicamente, para os fenômenos de capacitância
que veremos à frente, quando a distância de separação, ao quadrado, entre as placas de um
capacitor é muito menor que a área dessas placas.

MÓDULO 2

 Aplicar a Lei de Gauss do campo elétrico

INTRODUÇÃO
Sabemos que cargas elétricas, numa distribuição discreta ou contínua, são fonte de campo
elétrico mediador da interação elétrica. Também sabemos que os campos elétricos podem ser
representados por linhas de força que “nascem ou morrem” em cargas. Usamos uma
convenção na qual cargas positivas originam linhas de campo repulsivo e cargas negativas
recebem linhas de campo atrativo:

Para cada distribuição de cargas elétricas, teremos uma estrutura de campo elétrico diferente.
Cargas puntuais geram uma estrutura de campo elétrico divergente, como nas figuras
anteriores. Para outras distribuições de cargas, teremos outras estruturas de campo elétrico.
Quanto maior a carga, mais linhas de campo teremos, (N ~ q).

Fonte: Autor

O campo elétrico de cargas puntuais e sua força elétrica se comportam radialmente como ~

1/r2, descrito pela Lei de Coulomb. A magnitude do campo (seu módulo) é proporcional à
densidade de linhas, que é o número de linhas de campo por área perpendicular atravessada

( N q
||

pelas linhas, δ ~ A  ~ 2  ~  E
4πr ) . .

Quanto maior essa densidade, onde as linhas são mais próximas, mais intenso o campo.
Quanto menor a densidade de linhas, menos intenso o campo. À medida que nos afastamos
das cargas puntuais, as linhas de campo se distanciam, umas das outras, diminuindo sua
densidade com o mesmo comportamento coulombiano do campo, e na proporção inversa do
crescimento da área esferossimétrica ocupada por essas linhas.
Então, vamos enumerar o que sabemos sobre linhas de campo elétrico:

O número de linhas de campo elétrico é proporcional à carga elétrica, (N ~ q).

As linhas de campo elétrico de cargas puntuais isoladas são radialmente

simétricas, a cada raio esférico ocupando áreas descritas por A=4πr 2.

As linhas de campo são emitidas ou absorvidas por cargas elétricas.

( N
A densidade de linhas é proporcional à magnitude do campo, δ ~ A  ~ 2  ~  E
4πr
q
||

) .

Duas ou mais linhas não se interceptam, o que indicaria que uma mesma linha teria
mais de uma fonte.

 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

Assim, determinado número de linhas de campo elétrico, em uma distância radial esférica,
atravessará certa calota de área na superfície esférica de mesmo raio, em um ângulo sólido. O
mesmo número de linhas de campo, em outro raio esférico maior, atravessará uma calota da
superfície esférica, com o mesmo ângulo sólido, de área proporcional ao quadrado do novo
raio. Isso significa que, para termos o mesmo número de linhas, em raios diferentes, cuja
magnitude do campo cai com o quadrado do raio, será preciso aumentar a área de ocupação

dessas linhas com o quadrado do novo raio. O comportamento do campo ~


( )1
r2
, será anulado

( )
pelo crescimento da área ~ r 2 , para termos o mesmo número de linhas de campo elétrico em

raios diferentes, como na figura.


Fonte: Autor

FLUXO DE CAMPO ELÉTRICO


Vamos qualificar e quantificar as linhas de campo elétrico em termos matemáticos com
significação fenomenológica. Para isso, vamos definir a grandeza fluxo de campo elétrico, Φ,
como proporcional ao número de linhas de campo, que é proporcional à carga elétrica. Assim,
o fluxo de campo será:

Fonte: autor

Mas,

| |

N ~  E  A


Pois, como explicado anteriormente sobre as linhas de campo,
N q
|E |

δ ~  ~  ~ 
A 4πr 2


|E |A ≈ q

Então, Φ =

O fluxo de campo é entendido como o número de linhas de campo elétrico que atravessam
a superfície de área A.


Essa definição de fluxo de campo elétrico funciona bem para o caso de campos elétricos, E,
que atravessam perpendicularmente uma área, A, como na figura a), a seguir.

Fonte: Autor


Fonte: Autor

Repare que essa primeira definição de Fluxo de Campo, não satisfaz a situação da figura b),
anterior, do fluxo através de uma superfície curva, em que para cada elemento de área, dA,
descrito sobre a superfície em cada ponto, tem-se um vetor unitário normal diferente, n̂. Assim,
devemos redefinir o fluxo de campo como a integral dos elementos de fluxo de campo, dΦ,
definidos sobre cada elemento de área, dA, com seu vetor unitário normal, n̂, por meio do

produto escalar com o campo E. Contribuirá ao fluxo, a componente de área (n̂ dA) projetada

na direção do campo E.


DΦ =  E. N̂ DA

Φ = ∫ DΦ = ∫ E. N̂ DA

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Como o fluxo de campo elétrico através de qualquer superfície aberta é igual ao número de
linhas de campo que atravessam essa superfície, podemos definir o fluxo total que será igual
ao número líquido de linhas de campo elétrico que atravessam a superfície fechada, isto é, o
número de linhas que saem subtraído do número de linhas que entram na superfície fechada.
SUPERFÍCIE FECHADA

Superfície fechada é aquela que envolve completa e tridimensionalmente as cargas fonte


do campo.


O fluxo total será a soma “líquida” do fluxo positivo, com campo E orientado para fora da

superfície fechada, subtraído do fluxo negativo, com campo E orientado para dentro da
superfície fechada:

    →
Φ TOTAL = ∮ DΦ =  ∮ E. N̂ DA
C C

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Em que c, define a superfície matemática sobre a qual a integral deve ser calculada, chamada
de superfície gaussiana e n̂ é o vetor normal a cada ponto dessa gaussiana.

Mas para que serve essa construção do fluxo de campo elétrico total? A resposta é a Lei de
Gauss e a sua aplicação imediata é o cálculo do campo elétrico.

DEMONSTRAÇÃO
Aplicação: Uma carga elétrica puntual, q, fonte do campo elétrico descrito pela Lei de Coulomb,
→ 1 q
E=   r̂, está na origem de um sistema coordenado. Calcule o fluxo de campo elétrico
4πϵ 0 r 2

total sobre uma superfície matemática esférica fechada de raio R, centrada na mesma origem.
Considere a medida de integração de superfície, dA, em coordenadas esféricas

(r, θ, ϕ ) : dA =  r sen θ dθ dϕ.
2

Resposta 1:
 Escolha uma das Etapas a seguir.

ETAPA 1
ETAPA 2
ETAPA 3
Nesta primeira solução, mais simples, vamos considerar que, como o fluxo será calculado ao
longo da superfície gaussiana esférica de raio R, seu campo elétrico terá módulo constante,
→ 1 q
com r=R, o vetor unitário normal à superfície esférica será n̂  =  r̂ , e o campo E =    r̂.
4πϵ 0 R 2

Então, como (r̂. n̂ ) = 1, pois o vetor unitário n̂ tem a mesma direção e sentido de r̂, e o raio da
superfície esférica de cálculo (gaussiana), sobre a qual se está calculando o fluxo, é constante,
r = R, temos:

c

  1 q
Φ total =  ∮ E. n̂ dA =  ∮ 4πϵ 2   r̂. n̂  dA
c 0R ()
  1 q 1 q  
Φ total =  ∮ 4πϵ 2  dA = 4πϵ 2 ∮  dA
c 0R 0R c

1 q q
Φ total = 4πϵ 2  4πR 2 = ϵ =  4π k q
0R 0

q
Este é o resultado da Lei de Gauss. O fluxo de campo elétrico total Φ total = ϵ =  4π k q,
0

independente do raio r. O número de linhas de campo elétrico será o mesmo para qualquer raio
esférico. Na verdade, apesar de não ter sido demonstrado, o fluxo total é o mesmo qualquer
que seja a superfície fechada que envolva a carga q, não se limitando à esfera.

Resposta 2:

 Escolha uma das Etapas a seguir.

ETAPA 1
ETAPA 2
ETAPA 3
Nesta segunda solução, vamos calcular a integral do fluxo total com medida de integração de
superfície, em coordenadas esféricas, dA =  r 2sen θ dθ dϕ, para qualquer raio da superfície
esférica de integração.
Fonte: Autor

c

  1 q
()
Φ total =  ∮ E. n̂ dA =  ∮ 4πϵ 2   r̂. r̂  dA
c 0r

  1 q
Φ total =  ∮ 4πϵ 2  r 2sen θ dθ dϕ
c 0r

1
Φ total = 4πϵ q ∫ π0 sen θ dθ ∫ 2π
0

0

Em que

(0 < θ < π);  (0 < ϕ < 2π);     ∫ π0 sen θ dθ = [ - cos(π) + cos(0)] = 2;  ∫ 2π
0
dϕ = 2π 

Logo,

1 q
Φ total = 4πϵ q 4π =   ϵ = 4π k q
0 0

Assim, definimos a Lei de Gauss:

  → Q INT .
Φ TOTAL =  ∮ E. N̂ DA = = 4Π K Q INT .
Ε0
C

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal


Em que qint. é a carga elétrica total interna à superfície gaussiana c, de integração.

SUPERFÍCIE GAUSSIANA C

Atenção: A superfície gaussiana é uma superfície matemática de integração, ao longo


da qual realizamos a integral. Sua função é fornecer o suporte para o cálculo da integral.

A Lei de Gauss é uma das leis fundamentais da Eletrodinâmica Clássica, será sempre válida
quando houver campo elétrico, mas, para o propósito de cálculo do campo elétrico, somente
será útil quando tivermos elevado grau de simetria no problema, para a escolha da superfície
gaussiana, de forma que o módulo do campo seja constante ao longo dessa superfície de
integração.

De outra forma, se um sistema físico não tiver as simetrias esférica, cilíndrica ou plana, será
mais simples a utilização da Lei de Coulomb e seus métodos quando o propósito for o cálculo
do campo. Esse resultado da Lei de Gauss, no qual o fluxo de campo total só depende da fonte

do campo, só foi possível devido ao comportamento da Lei de Coulomb, com 1/r2.

Assim, também por similaridade de comportamento 1/r2, podemos escrever uma Lei de Gauss
para a Gravitação Universal de Newton, em que:

 

Φ TOTAL =  ∮ G. N̂ DA = - 4Π G M INT .  SENDO M INT .  
C

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Sendo mint. a massa interna à superfície gaussiana c.

MÃO NA MASSA
1) SE UMA CARGA ELÉTRICA FONTE, Q, ESTIVER POSICIONADA NA
ORIGEM, 0, DE UM SISTEMA COORDENADO, CALCULE SEU CAMPO
ELÉTRICO A UMA DISTÂNCIA RADIAL ESFÉRICA, R, DESSA ORIGEM,
POR MEIO DA APLICAÇÃO DA LEI DE GAUSS. CONSIDERE K A
CONSTANTE DE COULOMB.

→ q
A) E(r) =  k r   r̂

→ q
B) E(r) =  k 2   r̂
r

→ q
C) E(r) =   2   r̂
r

→ q2
D) E(r) =  k 2   r̂
r

2. CALCULE O CAMPO ELÉTRICO GERADO POR UMA LINHA RETILÍNEA


INFINITA, CARREGADA POSITIVAMENTE, COM DENSIDADE LINEAR DE
CARGA UNIFORME, Λ, AO LONGO DO EIXO AXIAL CILÍNDRICO Z, POR
MEIO DA APLICAÇÃO DA LEI DE GAUSS.

→ 2kλ
A) E(r) = 2 r̂
r

→ λ
B) E(r) = 2 r̂
r

→ q
C) E(r) = r r̂

→ 2kλ
D) E(r) = r r̂

3. UMA SUPERFÍCIE PLANA DE DIMENSÕES INFINITAS FOI CARREGADA


COM UMA DISTRIBUIÇÃO CONTÍNUA E UNIFORME DE CARGAS
ELÉTRICAS POSITIVAS DE MODO A APRESENTAR UMA DENSIDADE
SUPERFICIAL DE CARGAS, Σ, CONSTANTE. CALCULE O CAMPO
ELÉTRICO GERADO A PARTIR DESSE PLANO, EM UM PONTO P
QUALQUER, AO LONGO DE SUA DIREÇÃO NORMAL (PERPENDICULAR
AO PLANO), POR MEIO DA APLICAÇÃO DA LEI DE GAUSS.


A) E(p) =  2 πk σ ẑ

→ q
B) E(p) =  k 2  r̂
r


C) E(p) =  4π k q

→ k Q z
D) E(p) =   3  ẑ
( R 2 +  z 2 ) 2

4. SEJA UMA CASCA CILÍNDRICA, DE RAIO R, OCA, DE COMPRIMENTO


INFINITO, CARREGADA UNIFORMEMENTE COM UMA DENSIDADE
LINEAR DE CARGAS, Λ, CONSTANTE. OBTENHA O CAMPO ELÉTRICO,
POR MEIO DA LEI DE GAUSS, EXTERNAMENTE À CASCA, NO QUAL
R>R.

→ 2kλ
A) E(r) = 2  r̂
r

→ 2kλ
B) E(r) = r  r̂

→ λ
C) E(r) = 2  r̂
r

→ q
D) E(r) = r  r̂

5. UMA CASCA ESFÉRICA HOMOGÊNEA E UNIFORMEMENTE


CARREGADA, DE RAIO ESFÉRICO R, POSSUI CARGA TOTAL Q.
CALCULE, POR MEIO DA LEI DE GAUSS, SEU CAMPO ELÉTRICO
EXTERNO, EM QUE R>R.

→ Q
A) E(r) =  k r   r̂

→ Q
B) E(r) =   2  r̂
r
→ Q2
C) E(r) =  k 2   r̂
r

→ Q
D) E(r) =  k 2   r̂
r

6. CONSIDERE UMA PLACA DE ESPESSURA D, E ÁREA A, DE UM


MATERIAL CONDUTOR ELÉTRICO. UM CONDUTOR ELÉTRICO É UM
MATERIAL CAPAZ DE TRANSPORTAR CARGAS ELÉTRICAS COM BAIXO
CUSTO ENERGÉTICO AO SISTEMA FÍSICO. UM CONDUTOR IDEAL É UM
MATERIAL IDEALIZADO, HIPOTÉTICO, ONDE CARGAS LIVRES, TAMBÉM
CHAMADAS DE CARGAS DE VALÊNCIA, PODEM CIRCULAR
LIVREMENTE POR TODA A SUPERFÍCIE DO MATERIAL. CADA
ELEMENTO ATÔMICO QUE COMPÕE UM MATERIAL CONDUTOR POSSUI
AO MENOS UM ELÉTRON LIVRE QUE PODE TRANSITAR POR TODA A
SUPERFÍCIE DO MATERIAL. NÃO VAMOS CONSIDERAR A EXISTÊNCIA
DE IMPUREZAS NO MATERIAL. ENTÃO, PERGUNTA-SE: QUAL É A
INTENSIDADE DO CAMPO ELÉTRICO NO INTERIOR DE UM CONDUTOR
IDEAL?


A) E(p) =  2 πk σ ẑ

→ q
B) E(p) =  k 2  r̂
r


C) E(p) =  0

→ k Q z
D) E(p) =   3  ẑ
( R 2 +  z 2 ) 2

GABARITO

1) Se uma carga elétrica fonte, q, estiver posicionada na origem, 0, de um sistema


coordenado, calcule seu campo elétrico a uma distância radial esférica, r, dessa origem,
por meio da aplicação da Lei de Gauss. Considere k a constante de Coulomb.

A alternativa "B " está correta.


Vamos definir uma superfície gaussiana de integração esférica, pois o problema da partícula
puntual apresenta simetria esférica. Com a simetria do problema, o campo elétrico terá direção
radial esférica, e também o vetor normal, n̂, à superfície de integração. O campo será calculado
a partir da superfície, c, escolhida, mas, ao final, poderemos generalizar a solução para
qualquer raio. Repare que definiremos a superfície gaussiana de acordo com a simetria do
problema e de modo que o campo tenha módulo constante ao longo de toda a superfície c. Ao
final, encontraremos a solução da Lei de Coulomb para a partícula puntual.

Fonte: Autor

  →
ϕ tot. = ∮ E ⋅ n̂ dA = 4πkq
c

| |
→ →
E = E r̂

E ⋅ n̂ = |E |
→ →

 
| |

∮ E dA = 4πkq
c

|E |c4πr2 = 4πkq

→ kq
E(r) = r̂
r2

2. Calcule o campo elétrico gerado por uma linha retilínea infinita, carregada
positivamente, com densidade linear de carga uniforme, λ, ao longo do eixo axial
cilíndrico z, por meio da aplicação da Lei de Gauss.
A alternativa "D " está correta.

CAMPO DA RETA

3. Uma superfície plana de dimensões infinitas foi carregada com uma distribuição
contínua e uniforme de cargas elétricas positivas de modo a apresentar uma densidade
superficial de cargas, σ, constante. Calcule o campo elétrico gerado a partir desse plano,
em um ponto P qualquer, ao longo de sua direção normal (perpendicular ao plano), por
meio da aplicação da Lei de Gauss.

A alternativa "A " está correta.

CAMPO DO PLANO INFINITO

4. Seja uma casca cilíndrica, de raio R, oca, de comprimento infinito, carregada


uniformemente com uma densidade linear de cargas, λ, constante. Obtenha o campo
elétrico, por meio da Lei de Gauss, externamente à casca, no qual r>R.

A alternativa "B " está correta.

A superfície gaussiana de alto grau de simetria escolhida será outra casca cilíndrica que
envolva parte da casca cilíndrica carregada.

Fonte: Autor


ϕ tot = ∮ c  E ⋅ n̂ dA = 4πkq int
C


q int = λL                   ∮ c  E ⋅ n̂ dA = 4πkλL
c

| | ||
→ → →
E = E r̂                        E c2πrL = 4πkλL


| |
→ →

() 2kλ
E ⋅ n̂ = E                              E p = r r̂

Assim, a solução externa, r > R, é idêntica ao problema da linha infinita carregada. De fato, à
distância, com grande raio, os dois problemas coincidem.

5. Uma casca esférica homogênea e uniformemente carregada, de raio esférico R, possui


carga total Q. Calcule, por meio da Lei de Gauss, seu campo elétrico externo, em que
r>R.

A alternativa "D " está correta.

A superfície gaussiana de integração escolhida será uma superfície esférica de raio r que
envolve a casca esférica carregada, cumprindo a exigência de alto grau de simetria para a
aplicação da Lei de Gauss no cálculo do campo elétrico.

Fonte: Autor


ϕ tot. = ∮ c  E ⋅ n̂ dA = 4πk q int
c

| | ||
→ → → →
 E = E r̂    →   E ⋅ n̂ = E
 
||

∮ E dA = 4πkQ
c

|E |c4πr2 = 4πkQ

→ kQ
E(r) = r̂
r2

6. Considere uma placa de espessura d, e área A, de um material condutor elétrico. Um


condutor elétrico é um material capaz de transportar cargas elétricas com baixo custo
energético ao sistema físico. Um condutor ideal é um material idealizado, hipotético,
onde cargas livres, também chamadas de cargas de valência, podem circular livremente
por toda a superfície do material. Cada elemento atômico que compõe um material
condutor possui ao menos um elétron livre que pode transitar por toda a superfície do
material. Não vamos considerar a existência de impurezas no material. Então, pergunta-
se: Qual é a intensidade do campo elétrico no interior de um condutor ideal?

A alternativa "C " está correta.


Em um condutor, todas as cargas livres circulam nas imediações da superfície do material,
formando uma nuvem eletrônica no entorno deste. Seja o material eletrizado ou em estado de
equilíbrio eletrostático (quando o material tem carga total neutra), as cargas livres, que se
repelem, transitam em sua superfície. No caso de condutores ideais, as cargas livres estarão
totalmente na superfície. No caso de condutor, haverá uma pequena penetração (de película)
da superfície como região de trânsito das cargas livres. Assim, considerando o material um
condutor ideal em equilíbrio eletrostático, a carga efetiva interna será nula abaixo da superfície,
pois somente as cargas livres, que podem transitar, estarão na superfície. Na presença de um
campo elétrico externo, as cargas livres se reorganizam de forma a anular o campo no interior
do material e reproduzem esse campo na face oposta, como na figura a seguir. Então, da Lei
de Gauss:
  →
ϕ tot = ∮ E ⋅ n̂ dA = 4πk q int
C
c

Se traçarmos uma superfície gaussiana no entorno do material, imediatamente abaixo da


superfície e contornando todo o material, como as cargas totais internas à gaussiana serão
nulas, o campo elétrico no interior do material será zero. Esse fenômeno caracteriza os
materiais condutores, qualquer que seja sua forma.

Fonte: Autor
q int = 0
c

  →
∮ E ⋅ n̂ dA = 0
c

E=0

TEORIA NA PRÁTICA
Aplicação: Um condutor ideal maciço tem uma cavidade oca em seu interior, como uma bolha.
Uma pequena carga elétrica q foi suspensa, por um fio não condutor, no interior dessa
cavidade oca, sem que a carga toque as paredes da cavidade. Pergunta-se: Qual a carga
elétrica induzida na superfície interna das paredes da cavidade?

RESOLUÇÃO

CAMPO DE INDUÇÃO ELETROSTÁTICO


Φ TOT = ∮ E ⋅ N̂DA = 4ΠK Q INT
C C
A superfície C que envolve a cavidade é a superfície gaussiana. Como no interior de um
condutor ideal o campo elétrico deve ser nulo, o fluxo total de campo sobre C será zero e a
carga total interna a C deve ser zero. Se há uma carga q, no interior da cavidade,
necessariamente haverá uma densidade de cargas induzidas eletrostaticamente nas paredes
internas da cavidade. Esse é o mecanismo da eletrização por indução eletrostática. Assim, a
carga induzida será:

Q = q + q ' = 0 → q ' = - q.

Fonte: Autor

VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. SEJA UMA ESFERA MACIÇA, CONTÍNUA E UNIFORMEMENTE


CARREGADA, DE RAIO R E DENSIDADE VOLUMÉTRICA DE CARGAS, Ρ,
CONSTANTE. CALCULE, VIA LEI DE GAUSS, O CAMPO ELÉTRICO NO
INTERIOR DESSA ESFERA DENSA E CARREGADA, A UMA DISTÂNCIA R,
QUALQUER, DO SEU CENTRO, EM QUE R≤R.

→ kq
A) E =   -  r̂
r2


B) E = ( 4
3 )
 π k ρ r  r̂


C) E =
( 4
3
 π k ρ 
R3
r2 )r̂


D) E =
( 4
3
 π k ρ  
r3
R2 )  r̂

2. SEJA UMA CASCA CILÍNDRICA, DE RAIO R, OCA E DE COMPRIMENTO


INFINITO, CARREGADA UNIFORMEMENTE COM UMA DENSIDADE
SUPERFICIAL DE CARGAS, Σ, CONSTANTE. OBTENHA O CAMPO
ELÉTRICO, POR MEIO DA LEI DE GAUSS, EXTERNAMENTE À CASCA.
EXPRESSE A LEI DE GAUSS EM TERMOS DE ΕO.

→ 2kσ
A) E(r) = 2 r̂
r

→ σ R
B) E(r) = ϵ  r r̂
o

→ σ R
C) E(r) = 2 ẑ
ϵ o r

→ σ
D) E(r) = ϵ r ẑ

GABARITO

1. Seja uma esfera maciça, contínua e uniformemente carregada, de raio R e densidade


volumétrica de cargas, ρ, constante. Calcule, via Lei de Gauss, o campo elétrico no
interior dessa esfera densa e carregada, a uma distância r, qualquer, do seu centro, em
que r≤R.
A alternativa "B " está correta.

Vamos aplicar a Lei de Gauss. Para isso, vamos definir uma superfície gaussiana matemática
esférica, onde queremos calcular o campo, com a mesma simetria do problema, exigência do
alto grau de simetria para o cálculo do campo por meio da Lei de Gauss. A solução será um
campo função do raio r, para r≤R.

Fonte: Autor


||
E = E r̂

||

( ) 4
∮ c  E dA = 4πk ρ 3 πr 3

q int = ρV olume

( )
  c c
4
|E | c4πr2 = 4πk
→ →
ϕ tot = ∮ E ⋅ n̂ dA = 4πk q int 4                  n̂ = r̂ ρ 3 πr 3
c
C
q int = ρ 3 πr 3
| |
c → →
E ⋅ n̂ = E

E(r) = ( )
4
3
πρk r r̂

2. Seja uma casca cilíndrica, de raio R, oca e de comprimento infinito, carregada


uniformemente com uma densidade superficial de cargas, σ, constante. Obtenha o
campo elétrico, por meio da Lei de Gauss, externamente à casca. Expresse a Lei de
Gauss em termos de ϵo.

A alternativa "B " está correta.


Fonte: Autor
  → 1
∮ E ⋅ n̂ dA = ϵ q int
0 c
c
q int = σA int = σ 2πR L
c c

||
→ →
E = E r̂                 n̂ c = r̂
  σ
||

∮ E r̂ ⋅ r̂ dA = ϵ 2πRL
c 0

  σ 2πRL
|E | c∮c dA =

ϵ0

|E |c2πrL = ϵ 2πRL
→ σ
0

σR
|E | c = ϵ r

() σR
E r = ϵ r r̂
0

O cálculo do campo na curva gaussiana c permitiu que o módulo do campo fosse retirado da
integral, pois é constante ali. Essa é a grande vantagem do uso da simetria nessa aplicação da
Lei de Gauss.
MÓDULO 3

 Calcular o potencial elétrico de cargas contínuas

INTRODUÇÃO
Sabemos, do tema anterior, que a diferença de potencial elétrico é definida como:

B→ →
  ∆ V =  V B - V A =   - ∫ AE.  DL

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Em que, no caso eletrostático, o trabalho mecânico numa trajetória fechada será nulo, o que
equivale à integral acima ser zero quando a = b.

Fonte: Autor
→ →
∮ E.  DL = 0

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Isso é válido para campos conservativos, como os campos eletrostáticos. Em termos do


potencial elétrico, a diferença de potencial entre um ponto e ele mesmo, numa trajetória
fechada, será zero.

Fonte: rafal.dlugosz /Shutterstock

Então, relembrando a definição conceitual do potencial elétrico, em sua forma integral, temos:

Potencial elétrico é o trabalho por unidade de carga, necessário para deslocar uma carga de
prova positiva, à velocidade constante, de um ponto de referência inicial a ao ponto final r,
definido por:

R→ →
V(R) =   - ∫ AE.  DL

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Sendo a um ponto de referência espacial onde V(a)=0. O potencial será positivo ou negativo a
depender da distribuição de cargas fonte do campo.
Também podemos relembrar a definição equivalente na forma diferencial do potencial
elétrico, que é muito útil quando temos a função potencial e desejamos calcular o campo
elétrico. O campo elétrico como o gradiente da função potencial.

→ →
E =   - ∇  V(R)

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Como o que nos interessa na grandeza potencial elétrico é uma diferença a partir de uma
referência de medida de zero potencial, V(a)=0, a cada problema deveremos identificar, ou
convencionar, a referência de potencial zero, já que vamos lidar com distribuições contínuas de
cargas elétricas. Nessas configurações contínuas de cargas, nem sempre a distância infinita
será consistente com um potencial nulo de referência, como é suficiente para distribuições
discretas de cargas.

Nossa tarefa, agora, será demonstrar como aplicar o conceito e as definições de potencial
elétrico para distribuições contínuas de cargas elétricas.

DEMONSTRAÇÃO
Quando lidamos, no tema anterior, com configurações discretas de cargas elétricas, vimos que
o cálculo do potencial elétrico poderia ser realizado por meio da definição do potencial, nas
formas integral ou diferencial, revisitado nas duas equações anteriores, e demonstramos que
poderíamos usar o princípio de superposição dos potenciais de cargas individuais para
descrever o potencial de uma distribuição discreta de cargas elétricas, pela soma dos
potenciais de cargas individualizadas:

 Q I
N
V(P) = V 1 +  V 2 + V 3 + …V N =   ∑ I = 1K
RI

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal


Com N cargas qi e distâncias ri de cada carga fonte ao ponto de medida p. Assim, o potencial

elétrico total de uma distribuição discreta de cargas elétricas será a superposição dos
potenciais individuais de cada fonte qi (princípio de superposição).

No entanto, para distribuições contínuas de cargas elétricas, devemos identificar se a


configuração de cargas é finita ou infinita.

Se for uma distribuição contínua e finita de cargas elétricas, pois o número de cargas é finito,
como nos problemas da esfera, do anel e do disco, visto do módulo anterior, o potencial elétrico
poderá ser definido e calculado por uma generalização da superposição de potenciais
individuais, da equação anterior.

Assim, o potencial elétrico para configurações contínuas e finitas de cargas elétricas é:

 k dq
V(p) =  ∫ r

Que é a integral de todas as contribuições de potenciais dos elementos dq, no intervalo a ser
considerado.

Se a distribuição de cargas elétricas for contínua e infinita, como nos casos da reta infinita, do
plano infinito e do cilindro infinito, o potencial elétrico para distribuições contínuas e infinitas de
cargas elétricas segue a definição formal de cálculo dos potenciais elétricos, que, aliás, aplica-
se em qualquer situação de configurações de cargas.

R→ → → →
V(R) =   - ∫ AE.  DL  OU  E =   - ∇  V(R)

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal


Ou seja, a depender da configuração das cargas fonte do campo E, se discretas ou contínuas,
e se forem contínuas, se finitas ou infinitas, teremos os seguintes métodos de cálculo do
potencial elétrico:
Fonte: Autor

Agora, vamos à prática!

MÃO NA MASSA

1) UM ANEL DE RAIO R FOI HOMOGENEAMENTE CARREGADO COM


DENSIDADE LINEAR DE CARGAS, Λ, CONSTANTE. CALCULE O
POTENCIAL ELÉTRICO, EM UM PONTO P, SOBRE O SEU EIXO AXIAL Z.

k Q
A) V(p) =  
( z +  R )
2 2 3/2

k Q
B) V(p) =   R

k Q z
C) V(p) =  
√z 2 + R 2
k Q
D) V(p) =  
√z 2 + R 2

2. UM DISCO HOMOGENEAMENTE CARREGADO, COM DENSIDADE


SUPERFICIAL DE CARGAS, Σ, PODE SER CONSTRUÍDO COMO UMA
SUCESSÃO DE ANÉIS CONCÊNTRICOS, FAZENDO O RAIO, R, DOS
ANÉIS VARIAR DESDE A ORIGEM ATÉ O RAIO R. CONSIDERANDO ISSO,
CALCULE O POTENCIAL ELÉTRICO DESSE DISCO, NUM PONTO P, AO
LONGO DO SEU EIXO AXIAL Z.

[(
A) V(p) =  2π k σ    z 2 +  R 2 )
1
2 - R 
]
[(
B) V(p) =  2π k σ    z +  R 2 2
)
1
2 - z 
]
[(
C) V(p) =  2π k σ    z 2 +  R 2 ) 
1
2
]
2π k σ
D) V(p) =   
√z 2 + R 2

3. UMA CASCA ESFÉRICA HOMOGÊNEA E UNIFORMEMENTE


CARREGADA, DE RAIO ESFÉRICO R, POSSUI CARGA TOTAL Q.
CALCULE O POTENCIAL ELÉTRICO NO INTERIOR DESSA CASCA
ESFÉRICA, PARA A DISTÂNCIA RADIAL R, EM QUE R < R.

A) V(r) = 0
k Q
B) V(r) =
r
k Q
C) V(r) =
r2
k Q
D) V(r) = R

4. CALCULE O POTENCIAL ELÉTRICO DE UMA LINHA RETILÍNEA, DE


COMPRIMENTO INFINITO, CARREGADA COM UMA DENSIDADE LINEAR
DE CARGAS, Λ, CONSTANTE, EM UM PONTO P LOCALIZADO
PERPENDICULARMENTE À LINHA.
()
A) V r =   - 2kλ ln R
r

B) V(r) =  0

()
C) V r =   r
k Q

D) V(r) =  2kλ r

5. UMA SUPERFÍCIE PLANA DE DIMENSÕES INFINITAS FOI CARREGADA


COM UMA DISTRIBUIÇÃO CONTÍNUA E UNIFORME DE CARGAS
ELÉTRICAS POSITIVAS, DE MODO A APRESENTAR UMA DENSIDADE
SUPERFICIAL DE CARGAS, Σ, CONSTANTE. CALCULE O POTENCIAL
ELÉTRICO GERADO A PARTIR DESSE PLANO, EM UM PONTO P
QUALQUER, AO LONGO DE SUA DIREÇÃO NORMAL (PERPENDICULAR
AO PLANO).

A) V(p) =   - 2π k σ / z

B) V(p) =   - 2π k / (σ z)

C) V(p) =   - 2π k σ z

D) V(p) =   - 2π k σ

6. SEJA UMA CASCA CILÍNDRICA, DE RAIO R, OCA E DE COMPRIMENTO


INFINITO, CARREGADA UNIFORMEMENTE COM UMA DENSIDADE
LINEAR DE CARGAS, Λ, CONSTANTE. OBTENHA O POTENCIAL
ELÉTRICO, POR MEIO DA LEI DE GAUSS, EXTERNAMENTE À CASCA.

A) V(r) =  0

()
B) V r =   - 2kλ ln R
r

k Q
C) V(r) =   r

D) V(r) =  2kλ r
GABARITO

1) Um anel de raio R foi homogeneamente carregado com densidade linear de cargas, λ,


constante. Calcule o potencial elétrico, em um ponto p, sobre o seu eixo axial z.

A alternativa "D " está correta.

Nesse problema, a distribuição de cargas é contínua e finita. Então, vamos usar a definição de
potencial elétrico adequada e mais simples, ainda que se pudesse usar a definição geral. A
distância s, dos elementos de carga ao ponto p, na figura seguinte, será sempre constante no
entorno do anel.

Fonte: Autor

()
V p =∫ s
kdq

s= √R 2 + z 2

()
V p =∫
kdq

√R 2 + z 2

()
V p =
kQ

√R 2 + z 2
2. Um disco homogeneamente carregado, com densidade superficial de cargas, σ, pode
ser construído como uma sucessão de anéis concêntricos, fazendo o raio, r, dos anéis
variar desde a origem até o raio R. Considerando isso, calcule o potencial elétrico desse
disco, num ponto P, ao longo do seu eixo axial z.

A alternativa "B " está correta.

POTENCIAL DO DISCO

3. Uma casca esférica homogênea e uniformemente carregada, de raio esférico R, possui


carga total Q. Calcule o potencial elétrico no interior dessa casca esférica, para a
distância radial r, em que r < R.

A alternativa "D " está correta.

POTENCIAL INTERNO À CASCA ESFÉRICA

4. Calcule o potencial elétrico de uma linha retilínea, de comprimento infinito, carregada


com uma densidade linear de cargas, λ, constante, em um ponto P localizado
perpendicularmente à linha.

A alternativa "A " está correta.

O problema da linha infinita carregada já foi discutido quando do cálculo do seu campo elétrico,
→ 2kλ
no módulo anterior, sendo E(r) = r r̂. Como se trata de um problema com distribuição de
cargas contínua e infinita, devemos utilizar a definição geral de potencial elétrico
→ →
V(r) =   - ∫ ar E.  d l . Para definir o necessário ponto de referência de potencial zero, onde V(a)=0,
e verificando que a solução terá comportamento Logaritmo, vamos considerar que a linha
retilínea tenha uma pequena espessura R. Assim, na superfície na linha, o potencial será zero,
r
V(R)=0, pois lim ln R = 0, em que R pode ser bem pequeno.
r→R

Fonte: Autor

→ 2kλ
E = r r̂

()
→ →
V r = - ∫E ⋅ d l

2kλ
V(r) = - ∫ Rr r'
( ) r̂ ⋅ r̂ dr'

() 2kλ
V r = - ∫ Rr r' dr'
r
V(r) = - 2k λ ln R

5. Uma superfície plana de dimensões infinitas foi carregada com uma distribuição
contínua e uniforme de cargas elétricas positivas, de modo a apresentar uma densidade
superficial de cargas, σ, constante. Calcule o potencial elétrico gerado a partir desse
plano, em um ponto P qualquer, ao longo de sua direção normal (perpendicular ao
plano).

A alternativa "C " está correta.

POTENCIAL DO PLANO INFINITO

6. Seja uma casca cilíndrica, de raio R, oca e de comprimento infinito, carregada


uniformemente com uma densidade linear de cargas, λ, constante. Obtenha o potencial
elétrico, por meio da Lei de Gauss, externamente à casca.

A alternativa "B " está correta.

Já trabalhamos, anteriormente, no cálculo do campo elétrico de uma casca cilíndrica infinita


→ 2kλ
com densidade linear de cargas, λ, constante, no qual obtivemos E = r  r̂. Então, por razões
semelhantes ao descrito no problema da reta infinita carregada, vamos fixar o potencial zero
sobre a superfície da casca cilíndrica. Assim, para r>R, a solução será semelhante à linha
carregada infinita:
→ →
V(r) = - ∫ ar E ⋅ d l
→ 2kλ
E(r) = r r̂
2kλ
V(r) = - ∫ Rr '
r
(r̂ ⋅ r̂ ) dr '

V(r) = - 2kλ ln ()
R
r

TEORIA NA PRÁTICA
Considere uma esfera, de raio R e carga total Q, geradora de um potencial elétrico
esfericamente simétrico. A cada distância radial esférica, podemos traçar uma superfície
esférica, de raio r, onde o potencial elétrico será o mesmo ao longo de toda essa superfície.
Para cada outra superfície equivalente, de outro raio, centrada na origem, teremos uma
superfície de potencial constante. Pergunta-se: Como é possível ter superfícies de mesmo
potencial elétrico e qual a sua utilidade?

RESOLUÇÃO

 Escolha uma das Etapas a seguir.

ETAPA 1
ETAPA 2
ETAPA 3
As superfícies de mesmo potencial elétrico, chamam-se superfícies equipotenciais. São
aquelas nas quais uma carga de prova pode mover-se livremente sem alteração de seu
potencial elétrico.
Fonte: Autor

k Q
No caso esférico, o potencial será V(r) = r , e para cada raio esférico, teremos uma

superfície equipotencial naquele raio, V A, V B, V C, …. As linhas de campo elétrico E serão
perpendiculares às superfícies equipotenciais.

Como cargas elétricas somente são aceleradas na presença de diferenças de potencial


elétrico, em superfícies equipotenciais isso não ocorre. E assim, nenhum pássaro morre
quando pousa em uma única linha de tensão elétrica, por exemplo.

VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. UMA AERONAVE EM VOO, QUANDO ATRAVESSA UMA REGIÃO


ATMOSFÉRICA COM ATIVIDADE ELÉTRICA, É FACILMENTE ATINGIDA
POR DIVERSAS DESCARGAS ATMOSFÉRICAS QUE, APESAR DE
BUSCAR-SE EVITAR, NÃO SÃO CAPAZES DE CAUSAR MAIORES DANOS
AOS EQUIPAMENTOS, NEM AOS PASSAGEIROS E TRIPULANTES. DA
MESMA FORMA, SE UM CABO DE ALTA TENSÃO CAIR SOBRE UM
CARRO, OU OUTRO VEÍCULO AUTOMOTIVO FECHADO, NÃO CAUSARÁ
DANOS AOS PASSAGEIROS, DESDE QUE ESTES NÃO SAIAM DO
VEÍCULO. APROVEITANDO ESSE FENÔMENO DAS GAIOLAS DE
FARADAY, UM ENGENHEIRO PRETENDENDO BLINDAR
ELETROSTATICAMENTE UM EQUIPAMENTO ELETRÔNICO, CONSTRUIU
UMA ESFERA OCA CONDUTORA DE RAIO R, E ENVOLVEU SUA
ELETRÔNICA. QUAL A DIFERENÇA DE POTENCIAL ELÉTRICO A QUE
ESSE EQUIPAMENTO ELETRÔNICO ESTARÁ SUBMETIDO, DENTRO DA
ESFERA CONDUTORA E OCA, CASO HAJA UM CAMPO ELÉTRICO
EXTERNO À ESFERA CONDUTORA?

q
A) ∆ V = k  r

B) ∆ V =   - 2π k σ z

C) ∆ V = 0

q
D) ∆ V = k  R

2. SEJA UMA CASCA CILÍNDRICA, HOMOGENEAMENTE CARREGADA,


COM UMA DENSIDADE LINEAR DE CARGAS, Λ, CONSTANTE E RAIO
CILÍNDRICO R. CALCULE O POTENCIAL ELÉTRICO INTERNAMENTE À
CASCA CILÍNDRICA, R < R , A UMA DISTÂNCIA RADIAL R.

A) V(r) =  0

r
B) V(r) =   - 2 k λ ln R

k Q
C) V(r) =   r

D) V(r) =  2kλ r

GABARITO

1. Uma aeronave em voo, quando atravessa uma região atmosférica com atividade
elétrica, é facilmente atingida por diversas descargas atmosféricas que, apesar de
buscar-se evitar, não são capazes de causar maiores danos aos equipamentos, nem aos
passageiros e tripulantes. Da mesma forma, se um cabo de alta tensão cair sobre um
carro, ou outro veículo automotivo fechado, não causará danos aos passageiros, desde
que estes não saiam do veículo. Aproveitando esse fenômeno das Gaiolas de Faraday,
um engenheiro pretendendo blindar eletrostaticamente um equipamento eletrônico,
construiu uma esfera oca condutora de raio R, e envolveu sua eletrônica. Qual a
diferença de potencial elétrico a que esse equipamento eletrônico estará submetido,
dentro da esfera condutora e oca, caso haja um campo elétrico externo à esfera
condutora?

A alternativa "C " está correta.

Considerando que um campo elétrico externo à esfera seja capaz de rearranjar cargas livres na
superfície do condutor esférico, no processo de equilíbrio eletrostático e, subdividindo a
superfície do condutor em pequenos discos planos que foram carregados por indução elétrica
devido ao campo elétrico externo, vamos supor uma densidade superficial de cargas locais a
cada disco σ. Como não haverá carga livre interna ao condutor, pois atingido o equilíbrio
eletrostático, uma superfície gaussiana abaixo de cada disco medirá fluxo de campo nulo,

Φ = ∮ E. n̂ dA =  0.   Isso indicará campo elétrico interno nulo, do que decorre potencial elétrico
→ →
constante, pois E =   - ∇  V(r). Assim, o potencial elétrico será constante internamente à esfera,
independentemente do arranjo de cargas elétricas induzidas na superfície externa da esfera
condutora e, então, a diferença de potencial elétrico entre dois pontos quaisquer internos à
esfera será zero, ∆V=0, qualquer que seja o potencial constante interno.

2. Seja uma casca cilíndrica, homogeneamente carregada, com uma densidade linear de
cargas, λ, constante e raio cilíndrico R. Calcule o potencial elétrico internamente à casca
cilíndrica, r < R , a uma distância radial r.

A alternativa "A " está correta.

Já trabalhamos com um problema semelhante do cálculo do potencial elétrico externo a uma


casca cilíndrica com densidade linear de carga λ. Também já discutimos o potencial elétrico
interno a uma casca esférica. Mas, agora, devemos solucionar o potencial interno de uma
casca cilíndrica. Lembrando que o potencial elétrico é o trabalho por unidade de carga para
trazer uma carga de prova, desde a referência em que o potencial é zero até o ponto
considerado, devemos identificar essa referência de zero potencial. O potencial elétrico
r
externo, já solucionado antes, é V(r) = - 2kλln R , em que a região de potencial zero deve ser
definida sobre a superfície da casca cilíndrica, quando r=R. Assim, V(R)=0. Como o potencial
deve ser contínuo em todo o espaço, o potencial elétrico interno à casca cilíndrica deverá ser
igual ao potencial da superfície dessa casca, ou seja, V(r≤R)=0. Não deve haver trabalho
necessário para deslocar uma carga de prova desde a superfície da casca cilíndrica até pontos
internos à mesma casca.

MÓDULO 4

 Calcular a capacitância

CAPACITÂNCIA
Chamamos de capacitância a habilidade de acumulação de cargas elétricas e energia elétrica
por componentes elétricos ou sistemas elétricos, diante de diferenças de potencial elétrico.

É um fenômeno natural, que pode ser identificado na natureza, entre as nuvens e o solo, em
materiais que acumularam cargas estáticas e sua vizinhança física, em sistemas elétricos e
eletrônicos, sendo macroscópicos ou microscópicos (em eletrônica em grande escala de
integração). Em termos práticos, nosso interesse está na possibilidade de utilização
tecnológica dessa energia armazenada.
Fonte: jultud /Shutterstock
 Figura: Imagem Ilustrativa para Capacitância

Certamente, ao ler estas linhas, seu equipamento computador, ou mídia eletrônica, possui
alguns bilhões de capacitores em seus circuitos integrados microscopicamente. Atualmente,
convivemos com acumuladores elétricos de energia a todo instante: baterias, pilhas,
capacitores etc. Essencialmente, todos têm a capacidade de acumular energia em forma
elétrica.

 COMENTÁRIO

A simples habilidade dos materiais de acumular cargas elétricas pode transformar esse sistema
em um rudimentar capacitor, e essa habilidade pode ser mensurada por sua capacitância.

Vamos nos limitar aqui aos componentes acumuladores de energia que costumamos chamar
de capacitores. A ideia essencial de um capacitor é de um componente elétrico, ou eletrônico,
composto por duas paredes condutoras separadas mecanicamente por um material dielétrico,
um não condutor ideal. Vamos deixar o aprofundamento sobre os dielétricos para o Explore+.

Por ora, vamos pensar no desenho básico de um capacitor: duas placas condutoras, dispostas
paralelamente, bem próximas, mas separadas por uma distância d. Esses componentes são
essenciais à eletrônica e à elétrica em geral. Certamente, você já ouviu falar da necessidade
de correção de instalações elétricas, em indústrias, com o ajuste necessário de um banco de
capacitores. Bem, isso também ficará para mais tarde. O importante é compreender que o
fenômeno da capacitância é parte da nossa experiência natural e tecnológica.

Fonte:Designua/ Shutterstock
 Figura: Esquema Simples de um Capacitor

Vamos definir capacitância como a constante de proporcionalidade, de unidade S.I. Faraday


(F), entre as cargas elétricas acumuladas nas paredes de um capacitor e a diferença de
potencial elétrico necessária para produzir esse acúmulo:

Q
C = | ∆V|
Fonte: Muhammad Anuar bin Jamal/Shutterstock
 Figura: Imagem Ilustrativa para Capacitores

Se um capacitor, em um circuito elétrico, for alimentado com uma diferença de potencial


elétrico ∆V, por uma fonte de tensão elétrica e, consequentemente, acumular cargas elétricas,
Q, em suas paredes, de tal maneira a estabelecer a mesma diferença de potencial na região
entre essas paredes, o acúmulo de cargas cessará e o capacitor estará carregado
eletricamente.

DEMONSTRAÇÃO
Os capacitores podem ser conectados em arranjos de capacitores em série e em paralelo.
Sempre que conectarmos capacitores, em combinações em série e em paralelo, o resultado
será o de uma capacitância equivalente. Se precisarmos, como exemplo, de um capacitor de
determinado valor de capacitância, podemos combinar outros capacitores de forma a obter a
capacitância equivalente desejada.

 ATENÇÃO

Não confunda capacitores (componentes) com capacitância (fenômeno)!


ARRANJO EM PARALELO
Vamos considerar a combinação de N capacitores em paralelo, como na figura. Perceba que a
carga total acumulada no sistema de capacitores será a soma das cargas de cada capacitor Ci,

em que i = 1, 2, 3, …, N. Ou seja, Q total =   ∑ i =N1Q i.

Fonte:Shutterstock

Nesse arranjo, em paralelo, cada capacitor será alimentado com a mesma diferença de
potencial ∆V. Então, a capacitância equivalente Ceqem paralelo será:

Q TOTAL = Q 1 + Q 2 + ⋯ + Q N

(
ΔV ⋅ C EQ = ΔV C 1 + C 2 + ⋯ + C N )
C EQ = ∑ I =N1C I

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal


ARRANJO EM SÉRIE
Vamos considerar, agora, a combinação de N capacitores em série, como na figura. A diferença
de potencial ∆V será a soma dos potenciais que alimentam cada capacitor ∆ V =   ∑ i =N1V i.

Fonte:Shutterstock

Nesse caso, como cada capacitor acumulará a mesma carga elétrica, Q, em suas paredes,
pois estão em série, a capacitância equivalente em série será:

ΔV = V 1 + V 2 + ⋯ + V N
Q Q Q Q
C EQ
= C1
+ C2
+⋯+ CN

1 1
= ∑ I =N1
C EQ CI

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Vamos à prática!
MÃO NA MASSA

1) UM CAPACITOR DE PLACAS PLANAS É CONSTITUÍDO POR DUAS


PLACAS CONDUTORAS, PARALELAS, DE ÁREAS IGUAIS, A, E
DISTÂNCIA DE SEPARAÇÃO ENTRE AS PLACAS D. CADA PLACA TEM
UMA DENSIDADE SUPERFICIAL DE CARGAS, Σ, E SÃO CARREGADAS
COM CARGAS OPOSTAS, +Q E -Q.
VAMOS CONSIDERAR A SITUAÇÃO DE D2 ≪ A. CALCULE SUA
CAPACITÂNCIA.

A) C = ϵ 0 d / A

B) C = ϵ 0 A / d

C)  C = ϵ 0 / d

D)  C = k A / d

2. O CAPACITOR CILÍNDRICO É CONSTITUÍDO POR DUAS CASCAS


CILÍNDRICAS DE MESMO EIXO, TAMANHOS L E RAIOS DOS CILINDROS
R2 > R1. A CASCA CILÍNDRICA INTERNA É CARREGADA
POSITIVAMENTE, ENQUANTO A CASCA CILÍNDRICA EXTERNA É
CARREGADA NEGATIVAMENTE, AMBAS COM A MESMA DENSIDADE
LINEAR DE CARGAS Λ. CONSIDERANDO HAVER VÁCUO ENTRE AS
CASCAS, CALCULE SUA CAPACITÂNCIA.

4πϵ 0R 1R 2
A) C =
( R1 - R2 )
B) C = ϵ 0 A / d

C) C = ϵ 0 / d
2πϵ 0L
D) C =  

ln
( )
R2
R1
3. O CAPACITOR ESFÉRICO É CONSTITUÍDO POR DUAS CASCAS
ESFÉRICAS CONCÊNTRICAS COM RAIOS R2 > R1. A CASCA ESFÉRICA
INTERNA É CARREGADA POSITIVAMENTE, ENQUANTO A CASCA
ESFÉRICA EXTERNA É CARREGADA NEGATIVAMENTE, AMBAS COM A
MESMA DENSIDADE SUPERFICIAL DE CARGAS, Σ. CONSIDERANDO
HAVER VÁCUO ENTRE AS CASCAS, CALCULE SUA CAPACITÂNCIA.

4πϵ 0R 1R 2
A) C =
( R2 - R1 )
B) C = ϵ 0 A / d

C)  C = ϵ 0 / r
2πϵ 0L
D) C =  
ln
[]
R2
R1

4. CONSIDERE UMA COMBINAÇÃO DE TRÊS CAPACITORES EM SÉRIE,


SENDO C 1 = 5ΜF,  C 2 = 10ΜF E C 3 = 15ΜF. CALCULE A CAPACITÂNCIA
EQUIVALENTE C EQ.

A) C eq = 15μF

B) C eq = 750μF

C) C eq = 0,37μF

D) C eq = 2,73μF

5. CONSIDERE UMA COMBINAÇÃO DE TRÊS CAPACITORES EM


PARALELO, SENDO C 1 = 5ΜF,  C 2 = 10ΜF E C 3 = 15ΜF. CALCULE A
CAPACITÂNCIA EQUIVALENTE CEQ.

A)  C eq = 15μF

B)  C eq = 750μF
C)  C eq = 30μF

D)  C eq = 2,73μF

6. CONSIDERE UMA COMBINAÇÃO MISTA DE TRÊS CAPACITORES


C 1 = 5ΜF,  C 2 = 10ΜF E C 3 = 15ΜF, SENDO QUE C 1 E C 2 ESTÃO EM
SÉRIE E ESTES ESTÃO EM PARALELO COM C 3. CALCULE A
CAPACITÂNCIA EQUIVALENTE C EQ.

 C eq = 15μF

A)

B)  C eq = 18,33μF

C)  C eq = 30μF

D)  C eq = 2,73μF

GABARITO

1) Um capacitor de placas planas é constituído por duas placas condutoras, paralelas,


de áreas iguais, A, e distância de separação entre as placas d. Cada placa tem uma
densidade superficial de cargas, σ, e são carregadas com cargas opostas, +Q e -Q.

Vamos considerar a situação de d2 ≪ A. Calcule sua capacitância.

A alternativa "B " está correta.

CAPACITOR DE PLACAS PLANAS


2. O capacitor cilíndrico é constituído por duas cascas cilíndricas de mesmo eixo,
tamanhos L e raios dos cilindros R2 > R1. A casca cilíndrica interna é carregada

positivamente, enquanto a casca cilíndrica externa é carregada negativamente, ambas


com a mesma densidade linear de cargas λ. Considerando haver vácuo entre as cascas,
calcule sua capacitância.

A alternativa "D " está correta.

CAPACITOR CILÍNDRICO

3. O capacitor esférico é constituído por duas cascas esféricas concêntricas com raios
R2 > R1. A casca esférica interna é carregada positivamente, enquanto a casca esférica

externa é carregada negativamente, ambas com a mesma densidade superficial de


cargas, σ. Considerando haver vácuo entre as cascas, calcule sua capacitância.

A alternativa "A " está correta.


CAPACITOR ESFÉRICO

4. Considere uma combinação de três capacitores em série, sendo


C 1 = 5μF,  C 2 = 10μF e C 3 = 15μF. Calcule a capacitância equivalente C eq.

A alternativa "D " está correta.

Cuidado ao calcular as quantidades inversas! Vamos expressar a resposta em Faraday,


unidade S.I., de capacitância, em escala μ = 10 - 6.

Uma verificação interessante desse cálculo, é que a capacitância equivalente numa


combinação em série é sempre menor que o menor capacitor do arranjo. Isso não ocorre com
combinações em paralelo de capacitores.

1 1
C eq .
= ∑ i =N1 C
i

1 1 1 1
C eq .
= 5μF + 10μF + 15μF

1
C eq
= 0,366…

C eq ≅ 2,73μF

5. Considere uma combinação de três capacitores em paralelo, sendo


C 1 = 5μF,  C 2 = 10μF e C 3 = 15μF. Calcule a capacitância equivalente Ceq.

A alternativa "C " está correta.

Quando precisamos aumentar a capacitância em um circuito elétrico, procedemos ao arranjo


em paralelo de capacitores.

C eq = ∑ i =N1C i

C eq = 5μF + 10μF + 15μF = 30μF


 
6. Considere uma combinação mista de três capacitores
C 1 = 5μF,  C 2 = 10μF e C 3 = 15μF, sendo que C 1 e C 2 estão em série e estes estão em
paralelo com C 3. Calcule a capacitância equivalente C eq.

A alternativa "B " está correta.

1 1 1
C eq
= C +C  
Série 1 2

1 1 1
= 5μF + 10μF   C eq = 3,33μF + 15μF
C eq paralelo
Série
              
1 C eq = 18,33μF
paralelo
= 0,3  
C eq
Série

C eq = 3,33μF  
Série

TEORIA NA PRÁTICA
Vamos pensar no processo de carga de um capacitor, cuja capacitância é definida linearmente
Q
pela definição padrão, C = | ∆ V | . Consideremos que esse capacitor seja alimentado com uma
diferença de potencial V 0 entre suas paredes. Suponha, ainda, que possa acumular uma carga
total Q, sendo (+ Q) numa parede e (–Q) na outra. Vamos definir o potencial zero na parede
negativa e o potencial V 0 na parede positiva. Pergunta-se: Qual a é energia potencial elétrica,
total, acumulada nesse capacitor?

RESOLUÇÃO
 Escolha uma das Etapas a seguir.

ETAPA 01
A energia potencial elétrica é o potencial elétrico multiplicado pela carga de prova. Mas o
capacitor em carga, não apresenta o potencial elétrico V0 desde o início do processo de carga.

O capacitor, na verdade, vai se carregando desde o potencial zero até o potencial V0. As

cargas elétricas vão se acumulando desde a carga zero, até a carga total Q. Assim, devemos
integrar a energia potencial desde a carga zero até a carga máxima Q.

ETAPA 02
Q
C = | ΔV |

ΔV = V 0

q
V= C

dU = Vdq

ETAPA 03
ΔU = ∫ Q
0
Vdq

q
ΔU = ∫ Q
0C
dq

1 Q2 1
ΔU = 2 C = 2 CV 20

VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. NO PROBLEMA DO CAPACITOR ESFÉRICO ANTERIOR, NO QUAL A


4ΠΕ 0R 1R 2
CAPACITÂNCIA FOI CALCULADA COMO C = , PENSE NA
( R2 - R1 )
SEGUINTE CIRCUNSTÂNCIA: DESACOPLAMOS A CASCA ESFÉRICA
EXTERNA DE RAIO R2 DAS PROXIMIDADES DA CASCA ESFÉRICA
INTERNA, LEVANDO-A A UMA DISTÂNCIA INFINITA. NESSA SITUAÇÃO,
QUAL SERÁ A NOVA CAPACITÂNCIA? OU SEJA, TEMOS CAPACITÂNCIA
COM UMA ÚNICA ESFERA CARREGADA? QUAL É O SEU VALOR?

4πϵ 0R 1R 2
A) C =
( R2 - R1 )
B) C = 0

C) C = 4πϵ 0R 1
D) C = ∞

2. POR MEIO DO CÁLCULO DA CAPACITÂNCIA EQUIVALENTE ENTRE OS


TERMINAIS DO CIRCUITO AO LADO, OBTENHA A CARGA TOTAL
ARMAZENADA NOS CAPACITORES, SABENDO QUE C 1 = 0,2ΜF,
C 2 = 0,4ΜF, C 3 = 0,2ΜF E  ∆ V = 12 VOLTS.

FONTE: AUTOR

A) Q total = 0,133 μC

B) Q total = 0,333 μC

C) Q total = 0,8 μC

D) Q total = 3,996 μC

GABARITO
1. No problema do capacitor esférico anterior, no qual a capacitância foi calculada como
4πϵ 0R 1R 2
C= , pense na seguinte circunstância: desacoplamos a casca esférica externa
( R2 - R1 )
de raio R2 das proximidades da casca esférica interna, levando-a a uma distância

infinita. Nessa situação, qual será a nova capacitância? Ou seja, temos capacitância com
uma única esfera carregada? Qual é o seu valor?

A alternativa "C " está correta.

Partindo da solução obtida no problema do capacitor esférico anterior, vamos fazer o raio
R 2 → ∞. Matematicamente, devemos considerar que tanto o numerador quanto o
denominador, da capacitância do problema, terão comportamentos assimptóticos, nesse limite
infinito. Assim, devemos tratar esse comportamento assimptótico por meio do cálculo
R2 R2
diferencial e perceber que o termo destacado tenderá à unidade, lim   = 1.
( R2 - R1 ) R2 → ∞ ( R2 - R1 )
Então, a resposta ao problema é: Sim, uma única esfera carregada terá habilidade capacitiva,
pois se carrega eletricamente, e sua capacitância é calculável.
4πϵ 0R 1R 2
C=                           R 2 → ∞
( R2 - R1 )
R2
C = 4πϵ 0R 1                           C = 4πϵ 0R 1
( R2 - R1 )
2. Por meio do cálculo da capacitância equivalente entre os terminais do circuito ao lado,
obtenha a carga total armazenada nos capacitores, sabendo que C 1 = 0,2μF, C 2 = 0,4μF,
C 3 = 0,2μF e  ∆ V = 12 Volts.
Fonte: Autor

A alternativa "D " está correta.

1 1 1
C eq
= C +C
srrie 1 2

1 1 1
C eq
= 0,2 + 0,4
serie

C eq = 0,133μF
srrie

C eq = C eq + C3
poraldio srrie

C eq = 0,333μF
poralclo

Q total = C eq × ΔV
paralelo

Q total = 0,333μF × 12V


Q total = 3,996μC

CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A compreensão da teoria eletromagnética e seus fenômenos pressupõe a continuação dos
estudos dos conceitos e fenômenos da Eletrostática, para distribuições contínuas de cargas
elétricas e suas relações, como parte fundamental do que compreendemos hoje como a Teoria
Eletrodinâmica Clássica.

Esses conceitos são a base de toda a nossa tecnologia e experiência contemporânea. Neste
tema, você estudou os fenômenos, conceitos e definições de distribuições contínuas de cargas,
seus campos, potenciais elétricos, o importantíssimo conceito de fluxo de campo, Lei de Gauss
e aplicações à capacitância. Não deixe de experimentar as indicações complementares no
Explore +.

AVALIAÇÃO DO TEMA:

REFERÊNCIAS
BARROS, L. M. Física Teórica Experimental III. 1. ed. Rio de Janeiro: SESES, 2017. 

GRIFFITHS, D. J. Eletrodinâmica. 3. ed. São Paulo: Pearson, 2019.

HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de Física: Eletromagnetismo. 10.


ed. Rio de Janeiro: LTC, 2018. v. 3.
NUSSENZVEIG, H. M. Curso de Física Básica: Eletromagnetismo. 1. ed. digital. São Paulo:
Blucher, 2018.

TIPLER, P. A. Física para Cientistas e Engenheiros. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2011.

YOUNG, H. D.; FREEDMAN, R. A. Física III – Sears & Zemansky. 14. ed. São Paulo: Addison
Wesley, 2015. v. 3.

EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos tratados neste tema, leia:

Leia: Capacitância e Dielétricos

URL: http://fma.if.usp.br/~mlima/teaching/4320292_2012/Cap4.pdf

Experimente: Simulador de Hockey Elétrico

URL: https://phet.colorado.edu/en/simulation/legacy/electric-hockey

Experimente: Simulador John-travoltage

URL: https://phet.colorado.edu/en/simulation/john-travoltage

Experimente: Simulador de Capacitores

URL: https://phet.colorado.edu/en/simulation/legacy/capacitor-lab

CONTEUDISTA
Gentil Oliveira Pires

 CURRÍCULO LATTES

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