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LEITURA

CORPORAL
NÃO VIOLENTA

MÓDULO

2 FILOSOFIA EMPÁTICA

Wandy Rocha
M É TO D O

CURSO INTERMEDIÁRIO
SOLICITAÇÃO FRATERNA

Este curso está protegido pela lei de direitos autorais e possui


registro na Fundação Biblioteca Nacional - Escritório de Direitos
Autorais (FBN-EDA).

ISBN 978-65-5529-803-1

Por isso, este material é apenas para seu uso pessoal.


Por gentileza, não o compartilhe.

“Um mundo bacana se constrói com atitudes bacanas


de gente bacana como você.”

Gratidão.

Karina Falsarella e Wandy Rocha


SÓCIOS-FUNDADORES INSTITUTO WBR

www.metodolcb.com.br
Introdução
Esse é o "para quê" fizemos este método

Pode parecer curiosa a afirmativa do “para quê” e não do “porquê”


desenvolvemos este método de leitura corporal. “Para quê” remete ao objetivo
final, que é colaborar com um legado de seres que possam praticar o
comportamento empático, incluindo as pessoas na matemática relacional, ou
seja, fazendo todo o bem possível para que as interações se tornem
ecologicamente sustentáveis, com máximos ganhos para todos os envolvidos no
processo. “Porquê” remete ao objetivo global, ou seja, para compartilhar os
conhecimentos que a ferramenta leitura corporal tem a oferecer, como
instrumento de reconstrução das relações pessoais e profissionais.
Sabemos que o mundo atual, modificado, necessita de ferramentas de
gestão emocional para um aumento da inteligência emocional. O Método LCB
(Leitura Corporal Não Violenta) se destina exatamente a isso, ou seja, ao
transporte da excelência necessária para lapidar de forma personalizada as
inter-relações (com as pessoas ao redor) e a intra-relação (consigo mesmo(a)).
Um aumento do Q.E. (quociente emocional) fará com que tenhamos mais
autonomia para gerir processos relacionais de forma assertiva e madura
(menos reação emocional e mais ação cognitiva).
Este capítulo remete ao “para quê” de forma exponencial, pois sem ele,
certamente não estaríamos ministrando esse conhecimento, uma vez que é
muito poder saber interpretar emoções e depois pensamentos (após aplicar o
método de investigação), através da leitura corporal. Um código de conduta se
faz necessário e este é o nosso principal diferencial dos demais métodos de
ensino da ferramenta leitura corporal. Esse é o nosso principal legado ao
planeta.

Que o nosso máximo seja apenas o começo.

O autor

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Filosofia do Método LCB
FilosoFiando para construir um novo pensamento

O que você verá a partir de agora, faz parte de um sistema de


pensamento, desenvolvido após anos de ensaios literários, cuja filosofia de base
se alicerça em várias vertentes de conhecimento. O objetivo é alcançar o
máximo possível de mentes com o mínimo de resistência, a fim de programar
novas respostas comportamentais, a partir de pontos em comum entre seres
humanos (sem crenças, dogmas, partidos, bandeiras etc.).
Qualquer conceito que se aproxime de uma vertente específica de
conhecimento, será apenas um apontamento e não uma crença rígida. Esse
conteúdo é resiliente (modelável) como a água e por isso, a exemplo das
centenas de alunos e alunas formados pelo método, pode ser um divisor de
águas em sua vida. Entendemos que será, como tem sido há anos, mas isso é
somente a nossa visão da sua visão. Que nós vejamos juntos o mesmo caminho
muito em breve.
Peço apenas que se houver resistência, releia como uma pessoa sem
crenças, por um momento, pois talvez, somente talvez, a resistência seja o
resultado da persistência em se manter na segurança da “não mudança”,
necessária ao novo caminho desejado, mas, ao mesmo tempo, temido pelo seu
ineditismo. A dor do crescimento dos “ossos espirituais” assusta, mas tem
como resultado nos tornar maiores e mais capazes de ir além.
Em tempo, você perceberá a repetição de alguns elementos, por vezes,
abordados de formas diferentes, contudo, ainda assim, com o mesmo
significado. E isso tem um porquê, obviamente, ligado ao conceito da
neuropsicopedagogia que estruturou todo este livro. Então, não se trata de
uma falha literária. É parte de uma metaprogramação propositalmente e
pontualmente elaborada para lhe beneficiar.

Então, respire fundo e deixe-se absorver pelo novo!

O autor.

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Ação versus REação
O instrumento de evolução do ser humano

Para o entendimento deste pilar de sustentação do Método LCB,


vamos conhecer, mesmo que de forma superficial, nossos três sistemas
encefálicos mais importantes.

Sistema Neocórtex
(cognitivo)
Sistema Límbico
(emocional)

Sistema Reptiliano
(primitivo)

O neocórtex é o cérebro cognitivo, responsável pelo pensamento


lógico, pelo planejamento, pela nossa capacidade de elaborar conteúdos
raciocinados, criar novos elementos, mentir etc. Ele é o nosso instrumento de
evolução, pois é capaz de fazer a matemática relacional funcionar de forma
mais assertiva e eficiente, uma vez que inclui o (s) outro (s) no processo.
O sistema límbico é o sistema emocional, responsável pela
administração dos comportamentos emocionais das pessoas.
O sistema reptiliano é a nossa porção primitiva, responsável pelo
nosso instinto de sobrevivência e por manter as nossas funções básicas, ou seja,
fome, sede, sono e sexo (para fins reprodutivos e preservação da espécie).
Essa abordagem superficial é suficiente para que possamos criar o
entendimento do foco deste estudo filosófico. Obviamente, esses três sistemas
cumprem muito mais funções do que as descritas a pouco, mas que fogem do

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nosso objetivo neste momento. Vamos descrever a seguir, uma sequência de
elementos que fazem parte da nossa linha de pensamento, visando facilitar o
entendimento da leitura corporal neste contexto.
Vamos imaginar que uma bomba explodiu próximo de nós, produzindo
um barulho ensurdecedor. Em bilionésimos de segundo, entra em ação o
sistema reptiliano deslocando o sangue para as pernas, contraindo o corpo
inteiro e dilatando a pupila (preparação para fuga ou luta). Concomitante a
isso, o sistema emocional contrai os músculos do medo na face. Por fim, o
cérebro lógico (nercórtex) estrutura o sentimento (análise da emoção) “estou
assustado(a)”. O que vem a seguir, depende do quanto cada mente é estimulada
a produzir determinados comportamentos (programação cerebral).
Reação - Diante da cena descrita, a pessoa liga o sistema límbico no
sistema reptiliano e ativa a fuga ou luta pela sobrevivência. Chamamos isso de
“Reação emocional”.

Neocórtex
(cognitivo)
Límbico
(emocional)

REação
Reptiliano
(primitivo)

Ação - Diante da cena descrita, a pessoa liga o sistema límbico no


cérebro neocórtex e cria soluções lógicas, considerando todos elementos
envolvidos no processo. Chamamos isso de “Ação Cognitiva”.

ação

Neocórtex
(cognitivo)
Límbico
(emocional)

Reptiliano
(primitivo)

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Quando este conceito é aplicado nas nossas relações cotidianas,
podemos observar determinados padrões contrários aos elementos necessários
para que elas sejam, de fato, funcionais, ou seja, que todas as partes envolvidas
fiquem maximamente satisfeitas.
Porém, antes de abordarmos esse quesito, vamos explicar o que
entendemos por empatia em um nível mais amplo. Alguns filósofos da
atualidade têm feito uma correlação evolutiva de alguns preceitos religiosos,
culminando no termo empatia. Há cinco mil anos, aproximadamente, nasceu
um conceito (mandamento bíblico) onde era defendida a ideia de não fazer ao
outro o que não gostaria que o outro lhe fizesse. Há dois mil anos, um novo
conceito foi criado, subindo o status de esforço individual, onde era proposto
que se fizesse ao outro o que gostaria que o outro lhe fizesse. A métrica evoluiu
de “não faça o mal para faça o bem”. Sem nenhuma heresia, na atualidade, a
neurociência ampliou este último conceito para empatia, ou seja, fazer o outro
o que o outro gostaria que fizéssemos a ele. Fazer ao outro o que eu gostaria que
ele me fizesse chama-se projeção, na psicologia, ou seja, se eu gosto de jiló, vou
dar ao outro porque gostaria que ele me desse. Mas, não sabendo se ele gosta de
jiló, de fato, não estarei fazendo o bem a ele com segurança. Para fazer a ele o
que ele gostaria que eu lhe fizesse é necessário que saibamos dessa informação
e com a leitura corporal, nós sabemos em tempo real tudo o que as pessoas
estão sentindo e com as perguntas certas, o que estão pensando. Usamos a
empatia em seu sentido mais profundo, de forma eficiente, por enxergar dentro
das pessoas, literalmente. De posse desta informação, retornemos ao conceito
anteriormente explicado (os três sistemas).
Reagir emocionalmente, significa reusar velhos comportamentos
viciados a fim de nos satisfazer, mas sem incluir o(s) outro(s) na matemática
relacional. Obviamente, o conceito de empatia é impossível de ser usado neste
padrão de comportamento reativo. Quando uma pessoa se declara autêntica,
reagindo como quer, doa a quem doer, ela está dando uma declaração de que
não é empática, mas egocentrada, fiel a si mesma e não inclusiva, portanto,
inábil para cargos de liderança onde deveria ser respeitada e admirada
(diferente de chefia que é temida). Neste padrão retroalimentado, quando
estamos carentes, por vício mental, buscamos o sistema das sensações para
nos satisfazer, ou seja, comemos, bebemos, dormimos e fazer sexo por prazer.
Às vezes, nesta autossatifação automatizada pela economia de energia
cerebral (gasta menos energia fazer o que já fizemos várias vezes), traímos os
nossos valores, pois o sistema emocional ligado no reptiliano, foca nas

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sensações sem a participação do raciocínio lógico e sem considerar os
elementos envolvidos no processo, o que pode incluir as pessoas a quem
poderemos prejudicar.
Agir cognitivamente, significa criar lateralidade no assoalho
cerebral, incluindo todos os elementos envolvidos no processo dentro da
matemática relacional. Em outras palavras, ao agir de forma raciocinada a
tudo o que nos impacta, seremos as pessoas mais influentes do sistema, pois
seremos empáticos ao(s) outro(s) na prática, obviamente, considerando a
leitura corporal como parte dos recursos cognitivos utilizados na soma dos
elementos. Ao invés de reagir em busca somente da autossatisfação, vamos
agir para que as nossas relações pessoais e profissionais sejam ecologicamente
equilibradas e sustentáveis, com máximos ganhos a todos os envolvidos no
processo, ratificando o que já dito tantas vezes neste livro.
Lembremos o neurocientista Kahneman, que nos disse que somos
entre um e cinco por cento conscientes de tudo o que fazemos a vida toda.
Através da leitura corporal, analisando a nós mesmos através da interpretação
dos nossos gestos inconscientes, poderemos aumentar essa percepção
consciente do nosso próprio inconsciente, melhorando a nossa comunicação
com os outros, obtendo assim, respostas mais eficientes.
Através do “agir cognitivamente” aliado a esse aumento perceptivo
consciente citado acima (autoconhecimento), poderemos construir respostas
mais equilibradas nas relações com o meio que nos cerca. A isso chamamos de
evolução da espécie humana do mundo das sensações (onde as emoções estão
ligadas) para o mundo dos sentimentos, alicerçado na empatia como guia de
conduta. Em suma, seremos os servidores do mundo e não os serviçais
dependentes do mundo das sensações. Quem serve se eleva ao status do
comportamento de um avatar, mesmo sem sê-lo. Em tempo, consideramos
avatares aqueles que servem a uma causa nobre como objetivo de vida, tais
como, Gandhi, Madre Tereza de Calcutá, Irmã Dulce, Chico Xavier, Divaldo
Pereira Franco, Apóstolo Paulo e tantos outros que não alcançaram fama, mas
que deixaram um legado de bondade no planeta. Sejamos um fragmento
atômico de uma dessas expressões de empatia e iluminaremos uma cidade com
o nosso exemplo.

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Projeção & Efeito Espelho
O outro não é o que quero que ele seja

O outro não é o problema. Ele é apenas diferente do que queremos que


ele seja. A psicologia chama isso de projeção, ou seja, atribuir ao outro,
características que ele não tem. Às vezes, criamos a ilusão, consciente ou
inconsciente, de que o outro tem determinados aspectos, obviamente, que nos
satisfazem as necessidades emocionais, minimamente. Mais tarde, quando ele
não nos contempla dentro da nossa projeção, nos declaramos traídos,
decepcionados e frustrados. Nos decepcionaram? Responsabilidade nossa, pois
criamos essa ilusão e só se desilude quem se ilude.
Devemos ainda considerar o que a psicologia chama de efeito espelho,
ou seja, a projeção de alguma de nossas características negativas nos outros.
Na prática, quando rejeitamos um aspecto negativo da nossa sombra, nós a
autorizamos a agir sem controle pelas portas laterais do nosso consciente, ou
seja, sem a nossa lapidação cognitiva (consciente). Quando vemos uma pessoa
que age exatamente como o aspecto negado, nos enfurecemos e queremos
quebrar o espelho (quebrar o outro), quando o lógico a se fazer seria curar
(mudar) em nós o que detestamos no outro. Desconfie dos excessos, pois quando
odiamos algo em alguém, significa que nos vimos no espelho (ao menos naquela
característica). De outra forma, o problema é da pessoa e deveríamos ser
indiferentes. Curemos em nós o que odiamos nos outros e saberemos disso
quando, ao olhar para a pessoa, não sentirmos nada além de compaixão ou
indiferença por ela ser quem é.
Leitor(a) não julga, leitor(a) lê! Esse é o nosso mantra, ou seja, a frase
que será repetida até grudar no assoalho cerebral subconsciente, de forma a
nos lembrar de interpretar as pessoas com a leitura corporal, como elas são e
não coberta de nossos “achismos interferenciais”. A leitura corporal é uma
técnica protocolar com resultados exatos, ou seja, se gabaritar uma marcação a
resposta será igual para todas as pessoas que aplicarem a ferramenta da
mesma forma. Por isso a projeção é um das maiores fragilidades dos leitores
corporais formados pelo Método LCB, devendo ser observada como o elemento
a ser eliminado da análise. Essa é uma das regras de ouro do nosso método.

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Pedir perdão é egoísmo
A palavra tem a força do seu significado

Jamais peça desculpas e jamais peça perdão. Eu sei, soou estranho


essa frase, correto? Mas, calma! No final deste texto, certamente você também
repetirá estas mesmas palavras por convicção. Vamos trabalhar aqui o sentido
da palavra quando estamos a solicitar desculpas e perdão.
Uma pessoa descalça, está sem calçados, correto? Então, a palavra
desculpa, significa “sem culpa”. Quando pedimos desculpa, estamos pedindo
para que o outro tire a nossa culpa que está nos fazendo mal, ou seja, é um
pedido egoísta, pois, além de sofrer o mal que fizemos ele ainda tem que tirar de
nós o nosso mal estar, ficando ele com todo o mal estar. Pedir perdão segue a
mesma métrica. Pedimos perdão para que o nosso mal estar desapareça, mas
exigimos que a pessoa que já está mal, pelo mal que fizemos, fique ainda pior,
pois, estando magoada, ainda tem que superar a sua mágoa e nos perdoar. Isso
é um ato egoísta, zero empático e um tanto quanto cruel, pois não há ganhos
para quem sofreu a agressão, somente para o agressor. Isso é parte da nossa
sombra ligada ao sistema das sensações que pensa somente em sua própria
satisfação, sem se preocupar com a dor que isso possa causar aos outros.
No Método LCB, Leitura Corporal Não Violenta, nós utilizamos o
termo “sinto muito”. Quando dizemos que sentimos muito, estamos sendo
solidários com o mal estar e a dor do outro, além de empáticos, pois nos
colocamos a disposição para reparar o mal feito ou minimamente, estar a
disposição caso a pessoa necessite de amparo e proteção. Atenção, pois
automatizar o “sinto muito” leva tempo e portanto, fique alerta para os
viciados pedidos de desculpas que sairão sem controle e os corrija em tempo
real, a fim de reprogramar a sua mente, pouco a pouco. Em algum momento ele
sairá naturalmente no lugar das desculpas e do perdão.
Em tempo, o ato de perdoar é nobre. Não peça, ofereça.

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Não seja culpado(a)
A culpa é a desculpa do ego para não fazer nada

A culpa é a desculpa do ego para não fazer nada. É uma saída da nossa
crença infantil para não ter que enfrentar as situações desafiadoras que a vida
propõe. A culpa gasta a energia necessária para resolver de forma adulta o mal
estar cometido, através do vitimismo. Isso é mais uma egolatria da nossa
sombra viciada em transferência de mal estar pois, além do prejuízo que
causamos, a pessoa agredida ainda tem que lidar com o nosso vitimismo que
nos adoece e pede a energia do outro para cuidar de nós. É um ato cruel e zero
empático, pois escraviza o outro em nossa incapacidade de lidar de forma
adulta com o mal que fazemos. É a criança sombra se ligando no sistema das
sensações para autossatisfação, sem se preocupar com o outro.
No Método LCB, seguindo outras correntes filosóficas existentes no
planeta, nós trocamos culpa por responsabilidade. Ser responsável pelo que se
faz é empático ao outro, pois estaremos na mente cognitiva realizando a
matemática relacional onde o outro (agredido) é incluído na solução. Usar a
leitura corporal com conceitos maduros como este, nos fará mais aptos a
construir e reconstruir as nossas relações pessoais e profissionais. Um planeta
bacana, precisa de pessoas bacanas, com atitudes bacanas, como já dito antes.

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Crítica construtiva?
Crítica sem solução é somente desabafo

A crítica sem solução é somente desabafo. Existe uma grande


diferença entre dar suporte e suportar.
Quem dá suporte, no sentido de apoiar, chama a atenção para aquilo
que seria interessante melhorar, para ampliar os resultados, pontuando as
questões falhas e sugerindo correções dentro da sua expertise, não imposta
como uma verdade absoluta, mas proposta como uma possibilidade viável.
Quem suporta, no sentido do acúmulo emocional tolerado, mas não
necessariamente elaborado, tem a tendência de despejar sobre o outro todas as
suas insatisfações e sensação de mal-estar. O faz simplesmente para aliviar a
sua gigantesca carga de suportação (copo cheio transbordando), mas sem a
intenção real de auxílio ao outro. Para piorar esta relação beligerante,
acrescenta de forma cruel que trata-se de uma crítica construtiva. Melhor
seria se declarasse a sua agressão, permitindo que o outro minimamente
tivesse o benefício da defesa. Mas, a criança sombra egóica deseja apenas se
satisfazer, sem se preocupar com o outro.
No Método LCB, a nossa visão está em promover soluções, para que as
pessoas possam optar por caminhos mais eficientes em sua estrada evolutiva.
Que possamos ser aqueles que acrescentam de fato e com o uso da leitura
corporal, poderemos fazer isso de forma personalizada, pois temos como saber
as motivações do outro, comunicando em uma linguagem que ele absorva com
menos resistências.

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NegAção
Negar a nossa sombra a deixa visível para os outros

Obviamente, não temos a intenção, nem de longe, de abordar


profundamente os conceitos nobres da psicologia. Utilizamos de forma
filosófica alguns termos, apenas para pontuar as nossas colocações e
diretrizes, mas sempre dentro do tema em questão, sem ferir nenhuma
suscetibilidade acadêmica.
Chamamos de sombra, neste trabalho, nossas más tendências que
tragam prejuízo para nós (como rebote) ou para os outros por ação beligerante
ou desconsideração. Em suma, nossos “defeitos”. Lembremos de que somos
entre um e cinco por cento conscientes de nós mesmos(as). Assim, quando nos
olhamos, vemos apenas uma pequena parte da nossa realidade. Somos então, a
soma dessa autopercepção mais a percepção de todas as pessoas que nos
conhecem, pois elas observam os nossos noventa e cinco à noventa e nove por
cento atuando (inconscientes). Quando duas ou mais pessoas que não
conversaram entre si, falam a mesma coisa a nosso respeito, elas estão
corretas, pois viram isso em nós. Negar essa informação porque dói é continuar
com o mesmo comportamento sem o controle consciente.
Caso esteja com acompanhamento psicoterápico, propomos que faça
uma autobiografia negativa, escrevendo de forma sigilosa, tudo o que de pior
você fez. Pode também enviar uma lista de A à Z para seu amigos, com todas as
más qualidades que um indivíduo pode ter num Formulário do Google Docs ou
similar, pedindo que respondam de forma anônima. Diga que está em um
processo de autoconhecimento e saber disso será libertador, pois só curamos
feridas que podemos ver, ou seja, o que vemos controlamos e o que não vemos,
nos controla. Pergunte ao(a) profissional que lhe acompanha se ele(a) permite
esta missão de casa bônus, ok? A palavra final dele(a) é soberana.
De qualquer forma, ouça o que dizem sobre você e aceite que possa agir
assim, iniciando um movimento na direção oposta. Aproveite a leitura corporal
e leia os próprios sinais involuntários, para obter mais conhecimento sobre o
seu inconsciente expresso no corpo e suas intenções originais.

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Preguiça?
A preguiça é uma escolha pessoal

A preguiça não é uma incapacidade, mas uma escolha pessoal.


Dizemos que a fórmula do sucesso e da realização pessoal está pronta dentro de
cada um de nós. Onde? Nas preguiças! A preguiça é uma artimanha da criança
sombra egóica para fazer somente aquilo que quer, sem ser obrigada a seguir
quaisquer regras ou coisas chatas de fazer.
Assim, ninguém tem preguiça de comer três caixas de chocolate,
dormir o dia todo, passar o dia assistindo os seus seriados prediletos, navegar
nas redes sociais fazendo nada importante, dormir o dia todo de novo. Mas,
curiosamente, as pessoas, de forma geral, têm preguiça de acordar cedo,
estudar bastante, comer de forma saudável, fazer exercícios e ter uma vida de
adulto responsável.
Se realizarmos todas as nossas preguiças, teremos o corpo ideal, a
saúde adequada, o trabalho desejado, o reconhecimento merecido e todos os
benefícios de uma vida adulta disciplinada, coisa que a criança birrenta egóica
não é. Prevalecerá aquilo que alimentarmos, mas teremos que lutar contra um
encéfalo que para economizar energia, nos obriga a fazer o que sempre fizemos,
que é o que não “dá trabalho”. Preguiça é uma criança (inconsciente) colocando
o dedo no nariz do adulto (consciente) e mandando ele fazer ou não fazer as
coisas. Como quando queremos levantar às cinco horas da manhã para correr e
a criança lá do inconsciente começa um debate com a mente consciente, se
esforçando para convencê-la a voltar a dormir, o que quase sempre acontece.
Em tempo, contrariar a criança inconsciente não significa abandoná-la
ou maltratá-la, mas educá-la. Se uma criança disser que não vai mais na escola
porque está com preguiça, os pais a colocarão dentro do carro e a levarão
fazendo birra. Quando se tornar adulta ela agradecerá. Quando nossa criança
emocional (Q.E.) se tornar um adulto emocional, certamente, o processo
educativo será valorizado.
Realizemos as nossas preguiças, eduquemos a nossa inteligência
emocional e nos tornaremos pessoas mais realizadas e bem sucedidas.

Leitura Corporal Não Violenta 14


Ressentir é opcional
O ressentimento é uma escolha pessoal

Pode parecer estranho dizer isso, mas segundo várias vertentes


filosóficas, o ressentimento é uma escolha pessoal. Imagine que uma pessoa foi
traída há quinze anos. Ela foi traída apenas uma vez, mas diariamente, por
quinze anos, reviveu em sua mente, algo que aconteceu apenas uma vez no
plano da realidade, de fato.
Esse mecanismo é extremamente nocivo, pois o nosso cérebro não
separa o que é ficção do que é realidade. Se pensar em algo ruim, haverá
descargas hormonais com reflexos corporais correlatos (ruins neste caso). Caso
repita o processo, criará uma trilha neurológica que lhe conduzirá sempre para
o mesmo lugar, ou seja, para o mal estar original, a fim de ressentir o que uma
única vez sentiu. Por isso, ressentir é uma opção e não uma obrigatoriedade de
fato. Pode escolher jogar isso fora e trocar uma imagem por outra. Mas, há uma
ressalva neste ponto. Durante algum tempo, após a agressão que sofremos, é
importante elaborar, passar pelo luto e depois disso, seguir em frente.
Contudo, isso é diferente de ficar anos e anos pensando nisso de forma viciada,
sem nenhuma elaboração efetiva, além de reviver a dor e nada mais.
Parece simples dito assim, não é verdade? E acredite, é! Cada vez que
você voltar para o velho pensamento estragado, pense que a pessoa que lhe fez
mal está adorando que você continue a lhe fazer mal ou pior, ela nem se lembra
mais de que você existe. Ela foi responsável por lhe fazer mal uma única vez.
Ponto final. Acabou a frase. Todo o resto foi opção sua e por isso pode ser
evitado. Os pensamentos antigos demandam esforço, mas os novos podem ser
evitados. Que tal começar agora?
Cada vez que algo antigo vier, foque a sua mente em outras coisas
dizendo, isso é um vírus mental, eu reconheço, aceito que existe e eu
rejeito! Em seguida, feche os olhos e imagine-se comendo o seu doce predileto,
com riqueza de detalhes, sentindo o cheiro, o sabor, degustando lentamente,
por apenas quinze segundos e pronto. Seu corpo estará inundado de hormônios
que ativam fisiologicamente o prazer e bem-estar. É simples, mas é uma
metaprogramação extremamente eficiente se repetida constantemente.

Leitura Corporal Não Violenta 15


Dê o poder
A quem precisa do poder pequeno

Existem pessoas que necessitam do poder pequeno. O que é o poder


pequeno? É todo aquele que tem como métrica a subjugação do outro, ou seja,
uma criança sombra egóica que para se satisfazer, impõe a sua opinião e o seu
desejo de obrigar a todos a lhe servir. Isso é mais comum do que podemos
imaginar, pois esse personagem general está imerso na mentalidade coletiva.
Somos seres que usam muito o sistema primitivo em nossas relações e por isso,
ao adentrar em um ambiente, nos tornamos predadores relacionais para
estabelecer nossa bandeira de Alpha do sistema, obviamente de forma
impositiva e opressora.
Tudo isso vem disfarçado de uma série de mecanismos subliminares
que, através da leitura corporal, vamos identificar com muito clareza. Assim,
cada vez que observar uma pessoa solicitando o status de Alpha do sistema,
conceda a ela esse poder primitivo pequeno, pois é temporário. O verdadeiro
poder advém da condução empática, onde a pessoa mais influente do sistema é
aquela que fala na linguagem do outro, conduzindo-o, sem que ele perceba,
para fins ecologicamente sustentáveis.
Dê o poder a quem quer o poder e seja aquele que comanda a situação
através da leitura corporal.

Leitura Corporal Não Violenta 16


Condução empática
Condução e manipulação não se misturam

Pode parecer em algum momento que vamos utilizar a leitura corporal


para entrar dentro da mente das pessoas e manipular a sua vontade.
Definitivamente, a nossa proposta está na direção oposta. A diferença entre
condução e manipulação está nos resultados.
Na manipulação, somente o manipulador ganha e acredite, não será
por muito tempo. Nós nos lemos de inconsciente para inconsciente e em algum
momento, essa manipulação ficará clara através dos mecanismos não verbais,
além dos resultados práticos do ato em si. Neste momento, a pessoa
manipulada, por puro instinto de autopreservação, se rebelará, seja contra-
atacando ou criando uma teia de seguidores contrários às suas propostas. Atos
ruins sempre geram inimigos e é muito mais fácil viver sem eles. Aliás, fazer o
mal e coisas que precisam ser ocultadas, dá muito mais trabalho do que fazer o
bem e coisas que devem ser mostradas.
Na condução, ganham todos no final de forma maximamente
igualilária, através da meritocracia, criando relações solidárias, empáticas,
fraternas e fidelizadas pelos benefícios compartilhados e redistribuídos de
forma justa e transparente, até onde tenhamos a percepção destes valores.
É uma delícia ler o parágrafo acima, não é mesmo? Melhor ainda é
vivê-lo em nossas vidas. Então, viva-mo-lo!

Leitura Corporal Não Violenta 17


Firmeza suave
A prática da honestidade amorosa

Como já mencionado em outro momento neste livro, pessoas que se


declaram autênticas e falam o que vem na cabeça sem filtro, “doa a quem doer”,
são aquelas que ainda mantêm viva a mentalidade do século passado. É um
pensamento típico do feudalismo, da classe dominante que admitia que outro
ser humano realizasse o papel de um animal.
Parece severa essa comparação, mas naquela época (e não faz muito
tempo), o nosso sistema primitivo era senhor das nossas relações, muito mais
do que hoje. A opressão de gênero e de classes era uma métrica ensinada nas
escolas. Por causa do mercado capitalista, algumas pessoas se tornaram
predadoras, mantendo o comportamento do século passado em sua psique,
herdado através do que chamamos neste método de “DNA cultural”.
Queremos propor uma reprogramação para essa tendência herdada,
através da repetição de um padrão contrário, obviamente, utilizando a leitura
corporal como ferramenta de ação. O conceito da firmeza suave, muito parecido
com aquilo que, filosoficamente falando, Cristo utilizou, propõe que uma ação
muito firme machuca e muito suave não transforma. Se aplicarmos esse
conceito em nossas relações, utilizando a leitura corporal para identificar a
pressão correta a ser aplicada a cada pessoa, em cada momento, certamente
obteremos resultados empáticos e satisfatórios para todos os envolvidos.
Sejamos firmes e suaves de forma personalizada e nos tornaremos as
pessoas mais influentes de qualquer sistema.

Leitura Corporal Não Violenta 18


Faça o Bem
Não basta não fazer o mal, temos que fazer o bem

Nosso mundo foi regenerado por um vírus em 2020 e mudaram


também as perspectivas evolutivas, individuais e coletivas. Assim, num
passado recente, bastava não fazer o mal e já estaríamos dentro de uma
classificação de pessoas boas. Agora, não basta não fazer o mal. Temos uma
obrigação social, no mínimo, de fazer todo o bem que podemos, a fim de
contribuir com o nosso legado para a reconstrução de um mundo melhor.
Ficar neutro em tempos de crise é jogar fora a oportunidade de criar
lateralidade em nossas capacidades, pois agora é o melhor momento para
contribuir com tudo o que temos, uma vez que as demandas coletivas
aumentaram. Não estamos em um momento de escassez, mas de
oportunidades de recriarmos tudo através do novo a ser inventado.
Quem investir no desenvolvimento da inteligência emocional, se
tornará desejável para um mercado onde a competência técnica não é mais
classificatória de forma isolada. Fazer o bem é coisa de gente inteligente, pois
dá muito mais resultados do que fazer o mal ou abster-se de fazer o bem. Fazer
o bem vende mais, fideliza o triplo, satisfaz o cêntuplo e faz muito bem a quem
faz o bem.
Em resumo, faça todo o bem que puder e nunca mais conseguirá viver
sem ele, pois criará um trilha neurológica “viciada em fazer o bem”.

Leitura Corporal Não Violenta 19


A fisiologia do grito
Entendendo a regulagem biológica

Para que você entenda a fisiologia do grito, primeiro temos que


explicar algo simples, mas que tem um nome esquisito para quem não é da área
da saúde. Vamos falar sobre a temperatura e pH ideais, para que o sangue
cumpra o seu papel de alimentar as células do seu corpo. Calma, já vamos
explicar de forma simples.
Tudo o que comemos e bebemos, após a digestão feita pelo estômago e
intestinos, é absorvido para dentro do sangue (alimento das células). O que
conserva esse alimento é uma temperatura próxima de 36,5°C com um pH de
7,4 (neutro). Atenção, pois se a temperatura interna subir o pH ficará menor
(ácido), destruindo o alimento das células (acidose metabólica). Toda vez que a
temperatura do corpo sobe, seja por alimentação ácida, exercícios etc., o seu
cérebro ativa processos internos para eliminar esse excesso de calor,
normalizando a temperatura (36,5°C) e o pH do sangue (7,40), garantindo a
base fisiológica (homeostase) e, por consequência, a manutenção da vida.
Assim, eliminamos o calor em excesso pela respiração, pela transpiração e pela
evaporação, quando o sangue vai para a pele na superfície do corpo.
E o que isso tem a ver com as emoções? Tudo! Cada vez que somos
impactados por uma forte emoção, nosso encéfalo descarrega uma explosão de
hormônios na corrente sanguínea e esta, por sua vez, faz diversas quebras
metabólicas, gerando muito calor interno através do atrito dos elementos
bioquímicos (termogênese química). Imediatamente, esse calor se torna tóxico
e precisa ser eliminado. Além das vias já mencionadas acima e por causa da
urgência dessa liberação, o grito é uma das melhores opções, pois de forma
balística joga muito ar quente para fora através da boca. Às vezes, além do grito
o riso é selecionado como uma saída, mas que nada tem de engraçado, pois se
trata apenas de uma regulagem biológica. “Rir de nervoso” é uma expressão
que tem a ver com esse mecanismo de regulagem corpórea. Rir de um tombo de
alguém é uma forma desse mecanismo eliminar o calor gerado pela surpresa,
por exemplo. Um expert em leitura corporal tem que saber disso, para entender
quando é o momento de amparar uma pessoa em sofrimento por causa dessa
regulagem, gerando uma falsa emoção.

Leitura Corporal Não Violenta 20


Não existe brincadeira
Usamos a brincadeira para consertar situações

Não existe de fato a brincadeira, via de regra, pois tudo tem uma
conexão com o desejo secreto que todos temos de falar o que pensamos, sem
filtros. É a “síndrome de bobo da corte”, onde pode-se falar de tudo, desde que
seja brincadeira. O bullying realizado em muitos programas de humor, são
baseados nesta premissa e cometem todos os tipos de abusos, preconceitos e
humilhações de gênero, credo, classes etc.
Às vezes, quando estamos no limite em relação a algumas situações, de
repente, escapam alguns vapores do sistema límbico, ou seja, o que Freud
chamou de ato falho acontece e nós deixamos vazar uma expressão, palavra ou
algo semelhante, que não deveria sair. Imediatamente, após ver o prejuízo
deste escape, nós rapidamente, consertamos com “é brincadeira”.
Como leitores corporais, incluiremos esses vapores dentro da
dinâmica de interpretação não verbal, pois eles podem direcionar a nossa
mente para uma análise mais personalizada.

Leitura Corporal Não Violenta 21


Mente negativa
Somos antropologicamente negativos

Porque é difícil mudar uma mente negativa? Já percebeu que quando


estamos de bom humor, basta uma má noticia para acabar com ele? E quando
estamos de mau humor, o quanto é desafiador positivar a mente? Pois é!
Tudo isso vem lá do primitivismo, quando estávamos nos primórdios
do nosso desenvolvimento como hominídeos no planeta. Éramos o prato do dia
e tivemos que pintar o medo com cores muito fortes. Milhares de anos depois,
ainda temos essa herança no nosso DNA, negativando a nossa mente como
uma métrica de preservação da espécie humana.
Quanto mais usarmos o nosso neocórtex para assumir o controle da
nossa vida, menos influência do sistema primitivo teremos e essa negatividade
dará lugar a uma mente ampla e positiva. A isso chamamos de inteligência
emocional aplicada ao processo evolutivo.
Como leitores corporais, vamos prestar atenção quando as pessoas
disserem “eu não consigo”. Elas estão dizendo em sua base “eu não quero”, pois
o medo do sistema reptiliano, as congelou para que a espécie seja preservada se
distanciando do novo desconhecido. O problema é que não há riscos reais, mas
como o sistema emocional se ligou no primitivo, é uma questão de
sobrevivência emocional. Mas sobrevivência é sobrevivência e a pessoa não
anda porque pode morrer. Se ligarmos o corpo emocional no neocórtex, vamos
evoluir nossa inteligência emocional e o não consigo dará lugar para o eu quero.
Se disser a uma mãe que ela precisa de cem mil reais para salvar a vida
do seu filho, ela jamais dirá “eu não consigo”, ela dirá eu consigo (eu quero).
Temos a convicção de que as abordagens filosóficas realizadas até
agora, o(a) deixaram com a mente extremamente questionadora e reflexiva, a
ponto de rever o seu conceitos de base. Se isso ocorreu, então está dentro do
universo de pessoas que, de fato, estão dispostas a pensar fora do “senso
comum”, que é onde as doenças das emoções ou as emoções doentes surgem e se
abastecem em si mesmas.
A seguir, vamos a mais alguns desafios para o senso comum que ainda
dorme latente em sua psique, despertando a “LUZcidez” do Método LCB. Seja
nas videoaulas do nosso EAD ou em qualquer sala de presencial, o

Leitura Corporal Não Violenta 22


desenvolvimento destes temas é de suma importância para a construção de
estruturas que chamamos de ativadores. Como há uma condução empática
para cada marcação não verbal que você observar nas pessoas, ter esses
elementos enraizados na sua psique, facilitará, não só o entendimento, mas
também eliminará boa parte da resistência no servir aos outros, ao invés de ser
servido por eles.
Ocorre que este formato literário, se comparado à sala de aula, não me
dá a mesma fluidez para gerar estas âncoras neurais, a fim de gerar tamanha
fixação. Minha solução foi promover a repetição proposital de muitos
elementos, inclusive desta explicação. Lembre-se do aviso de que essa
repetição não é uma falha literária, uma vez que este é um livro treinamento.

E dito isso, vamos em frente!

Leitura Corporal Não Violenta 23


Considerações finais
Um caminho e não um fim em si mesmo

Seja você uma pessoa com muita bagagem literária ou quase


nenhuma, seja você um catedrático da filosofia, talvez até um clérigo estudioso
ou simplesmente uma pessoa que se interessou pelo tema, mas sem nenhum
aprofundamento filosófico da vida, seja você um acadêmico da psique humana
ou alguém apenas curioso, enfim, seja você quem for, tenha a certeza do
profundo respeito que tenho pela sua essência entregue neste estudo.
Não foi e nem será a minha intenção desafiar dogmas e nem os estudos
bem embasados das diversas vertentes do conhecimento, mas antes, fomentar
o movimento em direção ao novo, de forma a agregar valor no uso desta
ferramenta inter-relacional.
Este estudo se propõe a estabelecer parâmetros seguros no o uso da
leitura corporal, enquanto um enorme poder de traduzir a psique humana, em
tempo real, antevendo o que a boca das pessoas não disse, mas que foi
explicitado no corpo através de gestos, microexpressões e alterações
fisiológicas.
Caso se sinta a vontade, volte mais vezes neste capítulo, escolhendo
aleatoriamente alguns temas, pois isso facilitará o entendimento a partir da
releitura, ao mesmo tempo em que fixa os pontos fortes de cada um deles em
sua mente.
E um vez dito isso, encerra-se aqui a filosofia empática do Método LCB,
Leitura Corporal Não Violenta. A seguir, você mergulhará profundamente na
parte técnica da ferramenta, proporcionando um descortinar de muitos
processos óbvios, mas somente após identificá-los neste livro. Mais uma vez,
respire fundo e se entregue.

O autor

Leitura Corporal Não Violenta 24


Fim do módulo 2
Últimos comentários pertinentes a aula

O objetivo desta aula é dar-lhe as boas-vidas a um novo mundo ou ao


primeiro dia do restos de sua vida. Parece exagero, não é mesmo? Pois não é!
Imagine olhar as pessoas com “visão de raio x”... imaginou? É o que acontecerá.
Você só não saberá o que as pessoas estão sentindo se estiver muito distraído
(a).
Que o nosso máximo seja apenas o começo.

Prof. Wandy Rocha

Leitura Corporal Não Violenta 25


www.metodolcb.com.br

O curso começa lá na frente...

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