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A Segunda Tópica Freudiana e as Contradições as situações da

vida moderna

Em sua segunda tópica, Freud alicerçou a sua tão conhecida e clássica


ideia do aparelho psíquico, indo em direção a um novo caminho de
possibilidades para estabelecer os pilares da saúde mental que
reverbera até os dias atuais

Ela também é muito chamada hoje em dia como modelo estrutural, com
seu incessante dinamismo. Em que somos a todo tempo expostos por
estímulos externos da tecnologia atual e das mídias.

Ele tomou a palavra estrutura como seu significado, os conteúdos


elementares que regem funções específicas e que interagem de modo
permanente e também que agem juntas sendo complementares para a
função do sistema como um todo. A mente humana simplesmente tal
como a conhecemos. E ainda digo: conhecemos muito pouco.

Nos dias atuais pouco tem se dado a importância a saúde psíquica e


isso não difere das outras épocas. Quando o homem vai parar para
refletir acerca de si mesmo.
Freud foi além de seu tempo ao enxergar a si mesmo na doença do
outro, formulando tais ideias que hoje conhecemos como primeira tópica
e segunda tópica, cada uma enfatizando uma parte necessária para a
introdução da Psicanálise

É maravilhoso, e virtuoso entender a segunda tópica como uma forma


nobre e mais consistente de enxergar a estrutura da mente que foi sim
apresentada em suas várias obras de Freud que redigiu ao longo de sua
vida como psicanalista. Criador da psicanálise.
Inovar sempre foi o forte da experiência humana na Natureza com
tamanhos recursos inerentes aos nossos sistemas fisiológicos e o que
ela pode nos oferecer.
A segunda tópica tem, assim como a primeira, três instâncias estruturais
e dinâmicas. São estas instâncias separadas embora trabalhem entre si
para que tudo funcione como uma estrutura mental saudável, para ser
mais explicativo e poder clarificar um pouco mais a semântica de nosso
assunto em pauta.

Pois bem, são estas estruturas o Id, Ego e Superego como já falei
anteriormente.
Elas em sua síntese são oriundas de estudos e análises inúmeras, num
ponto de maior domínio dessa ciência, para acrescentar ainda mais.
Já que o homem sempre precisa de acréscimos, tamanha sua
incompletude e insatisfação (também). Psicanálise, sendo assim pois a
explicação de cada instância da psique humana e algumas verdades de
minha parte.

Vamos abordar primeiramente o ID

- ID: Trata da nossa instância onde ficam os nossos desejos mais


primitivos. São vários os instintos e desejos que nele habitam.
Aquilo que o homem se recusa inconscientemente a mostrar.
Aquilo que é sua real Natureza, distante da hipocrisia e da
moralidade (mas que nos é necessária, claro)

Tudo isso ocorre inconscientemente. O Id é governado pelo


princípio do prazer. O princípio do prazer busca a satisfação
imediata desses desejos. O imediatismo tomou conta de tudo
quando vocês podem executar múltiplas tarefas com apenas um
clique ou fazer amizades a distância em pouco tempo. Falam
muito de modernidade líquida.

Pois nessa instância habitam os desejos mais profundos e


conteúdos adormecidos que recalcamos e algumas vezes até
mesmo sem perceber ou intencionalmente (como disse)
Mas o Id busca o prazer a todo instante e de uma forma prejudicial
porquanto não leva em conta as consequências.
E são essas consequências muito eventuais e trágicas. Pelo ao
lermos os jornais ou conversar com os vizinhos
No Id habitam nossos instintos de ordem orgânica e desejos
oriundos de pulsões que para a nossa consciência seria um
absurdo até mesmo de visualizar mentalmente por alguns
instantes. Se fizéssemos o que ele manda já estariamos atrás das
grades. Muitos de nós provavelmente

O negócio aqui é um verdadeiro submundo para alguns


psicanalistas.
Porém é o que nos impulsiona a ação. Ele acelera o processo de
desejo e de desejar e se perde por esse mundo distante da
consciência e tentando nos levar juntos com ele para o gozo
inconcebível pelas outras instâncias psíquicas.

- Ego: Ele é o mediador entre o Id e o Superego. Sendo assim ele


trabalha com ambas as realidades, externas e internas na
concepção humana conceitual.
Ele trata de de nosso mundo interior que faz diversas exigências e
o que é possível e cabível no mundo exterior. Tentando equilibrar
prazer e realidade num mundo de ilusões e fantasias.

O Ego por sua vez está ligado ao princípio da realidade que é o


que nos mantém equilibrados, mas que tenta efetuar as
demandas do Id de forma concebível a nossa realidade.
Mas na prática da vida cotidiana nem sempre é assim,
contraditoriamente. Mas essa instância se fortalece cada vez mais
com o amadurecimento do cérebro e o córtex pré frontal do
cérebro.
A primeira parte do cérebro a se desenvolver é a que está ligada
aos instintos de sobrevivência. O lado emocional.
Só depois a parte racional, cognitiva se desenvolve aos poucos.

O que podemos salientar como aceitável às normas e condições


sociais é o trabalho quase incessante do Ego.

-Superego: Aqui está a instância que tenta controlar o Id, e que é


regido pelo princípio da moralidade.
Daí já nos confrontamos com aquilo que é imoral e muitas
pessoas aceitam com naturalidade. O que gera muitos conflitos.

Ele reprime todos os desejos imorais com base na estrutura moral


e cultural variante em que o indivíduo se encontra. Essa variação
promove uma série de contradições, como religião, pais, culturas
diversas.
Mas ele impõe limites e proibições.
Já vindo da fase fálica e a frustração que se debate no complexo
de édipo e consequentemente da castração por assim dizer, a
grosso modo.

Normas, regras e padrões, paradigmas e tudo que determina leis


morais de convivência social, também de protocolos e diretrizes
legais do estado onde a pessoa se encontra. São os valores
morais e culturais do indivíduo.
Busca perfeição em todas as situações do cotidiano e da vida.

Se a pessoa busca cumprir suas normas sociais por mais difíceis


que sejam, isso envaidece e pode gerar sentimentos de orgulho
com a própria conduta moral.
Também pode gerar vergonha e culpa ao ir de encontro a essa
instância psíquica, ao descumprimento de normas e falta de
moralidade.
Isso acontece porque como sempre dizemos, o que é prazer para
o inconsciente é desprazer para a consciência e o contrário
também, já que prazer para consciência seria um desprazer ao
inconsciente. Mas muitos relativizam esse paradigma por ser
questionável.

O que podemos então concluir com tudo isso que dissemos é que cada
instância indubitavelmente depende sim uma da outra para que haja o
perfeito [mantida as devidas proporções], funcionamento do aparelho
psíquico.
Id, Ego e Superego são inseparáveis para que haja coordenação
nesses aspectos mentais que são os nossos pensamentos e ações
também.

Podemos falar de religião como algo extremamente castrador ou que


faça também de certos princípios morais extremamente castradores.
O que acontece é que passamos também por repressões e traumas e
as instância psíquicas tem apenas tudo haver com isso pois é nelas que
transitam todas as informações sensoriais e interpretação do mundo à
nossa volta.

Seria uma forma de falha no mecanismo de defesa da mente que é


vazio de linguagem e significado. A própria angústia. E é para isso que
a nossa querida psicanálise existe. Para ressignificar e para se
autoconhecer, para se perceber e aprender a se dar com o que está no
mundo e o que está em nós

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