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A Personalidade

As pessoas, geralmente, reconhecem a personalidade uma das outras através dos


comportamentos que são exibidos, com grande freqüência, por elas. A sociedade, ao
observar o comportamento das pessoas, pode aprová-lo ou desaprová-lo, implicando em
um controle social (membros considerados desapropriados sofrem profundas repressões).

Podemos perceber que a sociedade, portanto, é a maior influenciadora da


personalidade, pois ela força seus membros, que são considerados desapropriados, a
mudarem seus hábitos e comportamentos, a fim de enquadrá-los em seus padrões e regras.

A PERSONALIDADE

Termo utilizado para designar a organização dinâmica do conjunto de sistemas


psicofísicos que determinam os ajustamentos do indivíduo ao meio em que vive. Possui
várias características:

o É única, própria a um só indivíduo, ainda que este tenha traços comuns a outros
indivíduos.
o É uma integração das diversas funções, e mesmo que esta integração não esteja
concretizada, existe uma tendência à integração que confere à personalidade o caráter
de centro organizador.
o É temporal, pois é sempre a de um indivíduo que vive historicamente.
Não é estímulo nem resposta, mas uma variável intermediária que se afirma, portanto,
como um estilo pela conduta.

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Estrutura da Personalidade
As observações de Freud¹ revelaram uma série interminável de conflitos e acordos
psíquicos. A um instinto opunha-se outro. Eram proibições sociais que bloqueavam
pulsões biológicas e os modos de enfrentar situações freqüentemente chocavam-se uns
com os outros.

Ele tentou ordenar este caos aparente


propondo três componentes básicos
estruturais da psique: o Id, o Ego e o
Superego.

As estruturas de Personalidade

¹ SIGMUND FREUD

Nascido em 06 de maio de 1856, em


Freiberg, na Morávia. Estudou em Viena. Aluno de
Brücke, o fisiologista. Formatura grau de médico, 1881.
Aluno de Charcot em Paris, 1885-6. Habilitação
nomeação como Privatdozent, 1885. Trabalhou como
médico e Dozent na Universidade de Viena a partir de
1886. Indicado como Professor Extraordinarius, 1897.

Antes disso, Freud produziu textos sobre histologia e anatomia cerebral e,


subseqüentemente, trabalhos clínicos sobre neuropatologia; traduziu obras de Charcot e
Bernheim. Em 1884, “Über Coca” “Sobre a Coca”, artigo que apresentou a cocaína à
medicina.

Em 1891, bar Auffassung der Aphasien Sobre a Interpretação das Afasias.

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Em 1891 e 1893, monografias sobre as paralisias cerebrais infantis, que
culminaram em 1897 no volume sobre esse assunto no Handbuch de Nothnagel. Em 1895,
Studien über Hysterie – Estudos sobre a Histeria (com o Dr. J. Breuer). Desde então Freud
voltou-se para o estudo das psiconeuroses, especialmente da histeria, e numa série de
trabalhos mais curtos enfatizou a importância etiológica da vida sexual para as neuroses.
Desenvolveu também uma nova psicoterapia da histeria, sobre a qual muito pouca coisa
tem sido publicada. Um livro, Die Traumdeutung – A Interpretação dos Sonhos, está no
prelo.

ID, EGO E SUPEREGO – Relações entre Três Sistemas


A meta fundamental da psique é manter e recuperar, quando perdido, um nível
aceitável de equilíbrio dinâmico que maximiza o prazer e minimiza o desprazer. A energia
que é usada para acionar o sistema nasce no Id, que é de natureza primitiva, instintiva. 0
ego, emergindo do id, existe para lidar realisticamente com as pulsões básicas do id e
também age como mediador entre as forças que operam no Id e no Superego e as
exigências da realidade externa. O superego, emergindo do ego, atua como um freio moral
ou força contrária aos interesses práticos do ego. Ele fixa uma série de normas que definem
e limitam a flexibilidade deste último.

O id é inteiramente inconsciente, o ego e o superego o são em parte. Grande parte


do ego e do superego pode permanecer inconsciente e é normalmente inconsciente. Isto é,
a pessoa nada sabe dos conteúdos dos mesmos e é necessário despender esforços para
torná-los conscientes.

O ID O EGO O SUPEREGO

O id é uma estrutura poderosa É o aspecto racional da O superego é um conjunto


da personalidade, pois fornece poderoso (e em grande parte
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toda a energia para os outros personalidade, responsável pela inconsciente) de ordens ou
dois componentes e é o crenças que adquirimos na
reservatório dos instintos e da orientação e controle dos instintos infância: o nosso conceito
libido, portanto, está ligado à de acordo com o princípio de de certo e errado. É o
satisfação das necessidades realidade³, que se opõe às vezes ao equivalente ao que
corporais. O id age de acordo chamamos de “consciência”
princípio do prazer. O ego exerce
com o que Freud chamou na linguagem cotidiana.
de princípio do prazer¹; por controle sobre os impulsos do id, Segundo Freud a base desse
meio da sua preocupação com mas não impede a satisfação dele; lado moral da personalidade
a redução da tensão, o id atua é adquirida por volta dos
ele tenta adiar ou redirecioná-la em
para aumentar o prazer e não cinco ou seis anos de idade;
tolera atrasos ou adiamentos da função das exigências da realidade. no início é constituído por
satisfação por nenhum motivo. Conforme a criança cresce ela vai regras de conduta
É uma estrutura egoísta que só aprendendo a lidar de forma estipuladas pelos nossos
conhece a gratificação pais. Por meio de elogios e
instantânea sem levar em inteligente e racional com o mundo castigos aprendemos quais
consideração o que os outros exterior e desenvolve os processos os comportamentos que
querem. A busca do prazer é de percepção, reconhecimento, nossos pais consideram
amoral, primitiva, impulsiva e bons ou maus. Esses
insistente. O id não tem julgamento e memória. Freud comportamentos devido aos
consciência da realidade e é chamava essas habilidade quais somos punidos
comparado a um bebê recém- de processo secundário. formam
nascido. As únicas maneiras a consciência5, uma parte
O ego serve a dois mestres – o
pelas quais o id pode tentar do superego. A segunda
satisfazer suas necessidades id e a realidade – e está parte do superego é o ideal
são o ato reflexo e o desejo ou constantemente mediando e do ego6, que é constituído
fantasia, que Freud rotulou confrontando os compromissos de comportamentos bons ou
como processo primário. corretos, pelos quais fomos
entre as demandas conflitantes de elogiadas. Então, o superego
ambos. É um quadro de luta, o ego é o aspecto moral da
tenta reprimir o id e ao mesmo personalidade, a introjeção
dos valores e padrões dos
tempo satisfazê-lo de acordo com pais e da sociedade. Em
as exigências da realidade. Como consequência dele surgem
está ciente da realidade o ego os sentimentos de vergonha
e culpa quando agimos em
decide quando e como os instintos
desacordo com esse códig
do id podem ser satisfeitos. Ele
determina os momentos, lugares e
objetos adequados e socialmente
aceitos que irão satisfazer os
impulsos do id.

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