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03/04/2018 [Thecnica Sistemas de Treinamento] Id, Ego e Superego: a estrutura e dinâmica da personalidade segundo Freud

Textos sobre Psicanálise


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Id, Ego e Superego: a estrutura e dinâmica da
personalidade segundo Freud
Por Arq. Me. Iberê Moreira Campos e equipe

Sigmund Freud é considerado o criador da


psicanálise e psicologia modernas por
vários motivos. Apesar das críticas a
alguns conceitos, é inegável sua
contribuição para o melhor entendimento
da mente humana que permitiu inclusive o
aparecimento e o desenvolvimento de
outras ciências. Dentre os vários conceitos
e descobertas de Freud, uma das mais
conhecidas e utilizadas é o de Id, Ego e
Superego. Conheça e entenda melhor este
modelo de representação do nosso
intelecto.

Freud viveu numa época de intensa atividade intelectual,


tendo a oportunidade de conviver com pessoas que
fizeram história, principalmente no campo da filosofia e
das ciências humanas. Um de seus grandes méritos foi
entender as teorias dos contemporâneos, interligá-las e a
partir disto criar coisas novas, segundo suas próprias experiências e pensamentos. Neste processo,
acabou criando um modelo de funcionamento do aparelho psíquico do ser humano que permitiu o estudo
científico em cada um destes aspectos, com grandes desdobramentos nas técnicas utilizadas para
compreender o funcionamento e melhor o bem-estar das pessoas, ao tratar adequadamente cada
aspecto dos distúrbios que podem ocorrer em nossas mentes.

O modelo da mente humana


Este modelo de funcionamento da mente humana foi introduzido na obra Além do princípio do prazer
(título original Jenseits des Lustprinzips, tendo sido aprofundado e detalhado posteriormente no livro
O Ego e o Id (título original Das Ich und das Es). Publicado em 1923, esta obra é fruto de um estudo
meticuoloso conduzido ao longo de anos de pesquisa, onde Freud faz a análise da psique humana
definindo a teorias da dinâmica entre o id, o ego e o superego. Em termos gerais trata-se do seguinte:

Id – O Id é a fonte da energia psíquica de uma pessoa, de origem orgânica e hereditária e que, segundo
Freud, estava ligada principalmente à libido, isto é, o impulso sexual. O Id se apresenta na forma de
instintos que impulsionam o organismo, estando relacionado a todos os impulsos não civilizados, de tipo
animal. O Id não tolera tensão, se a tensão atinge certo nível o Id age no sentido de descarregá-la. O Id
é regido pelo princípio do prazer, ou seja, sua função e procurar o prazer e evitar o sofrimento. Localiza-
se na zona inconsciente da mente, por isso não conhece a realidade objetiva, a “lei” ética e social, que
nos prende perante a determinadas situações devido às pressões do mundo externo.

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03/04/2018 [Thecnica Sistemas de Treinamento] Id, Ego e Superego: a estrutura e dinâmica da personalidade segundo Freud

Ego – Este termo significa “eu” em latim. O Ego é o responsável pelo contato do psiquismo com a
realidade, o mundo externo ao indivíduo. O Ego atua de acordo com o princípio da realidade,
estabelecendo o equilíbrio entre as reivindicações do Id (inconsciente) e as exigências do superego com
relação ao mundo externo. O Ego é o componente psicológico da personalidade, cujas funções básicas
são a percepção, a memória, os sentimentos e os pensamentos. Localiza-se, portanto, na zona
consciente da mente.

Superego – Atua como censor do Ego. É o representante interno das normas e valores sociais que
foram transmitidos pelos pais através do sistema de castigos e recompensas impostos à criança. Ele é
estruturado durante a fase fálica, quando ocorre o Complexo de Édipo (também chamado de “Complexo
de castração”. É nesse momento que a criança começa a internalizar os valores e as normas sociais. São
nossos conceitos do que é certo e do que é errado. O Superego nos controla e nos pune (através do
remorso, do sentimento de culpa) quando fazemos algo errado, e também nos recompensa (sentimos
satisfação, orgulho) quando fazemos algo meritório. O Superego procura inibir os impulsos do Id, uma
vez que este não conhece a moralidade. O Superego é, portanto, o componente moral e social da
personalidade. As principais funções do Superego são inibir os impulsos do Id (principalmente os de
natureza agressiva e sexual) e lutar pela perfeição.

Estes conceitos parecem muito abstratos, mas podemos utilizar um exemplo bem conhecido para facilitar
sua compreensão:

Se dependesse do Id, o empregado deixaria de comparecer ao trabalho num belo dia ensolarado,
dedicando-se a uma aprazível atividade de lazer como ir à praia ou a um parque.
O Ego aconselharia ter mais prudência, talvez buscando uma oportunidade mais adequada para
essas atividades, enquanto que
O Superego diria ser inaceitável faltar com um compromisso assumido, com o empregados, o chefe
e os colegas de trabalho.

Deste contínuo relacionamento entre estas três forças da mente humana é que surgem os conflitos e
distúrbios psicológicos, pois o Superego é repressor e moral, enquanto que o Id é movido pela busca
incansável do prazer, e o Ego fica tentando arbitrar os inevitáveis conflitos entre o que a pessoa quer
fazer e o que ela deve fazer.

Os três sistemas da personalidade não devem ser considerados como fatores independentes que
governam a personalidade. Cada um deles têm suas funções próprias, seus princípios, seus dinamismos,
mas atuam um sobre o outro de forma tão estreita que é impossível separar os seus efeitos.

Níveis de Consciência da Personalidade


Para Freud, os três níveis de consciência são: consciente, pré-consciente e inconsciente. Em suma, é
mais ou menos assim:

Consciente – inclui tudo aquilo de que estamos cientes num determinado momento. Recebe ao mesmo
tempo informações do mundo exterior e do mundo interior.

Pré-consciente – (popularmente conhecido como sub-consciente) se constitui nas memórias que


podem se tornar acessíveis a qualquer momento, como por exemplo, o que você fez ontem, o teorema
de Pitágoras, o seu endereço anterior, etc. É uma espécie de “depósito” de lembranças a disposição,
quando necessárias.

Inconsciente – estão os elementos instintivos e material reprimido, inacessíveis à consciência e que


podem vir à tona num sonho, num ato falho ou pelo método da associação livre. Os processos mentais
inconscientes desempenham papel importante no funcionamento psicológico, na saúde mental e na
determinação do comportamento.

A analogia entre um iceberg e o modelo Freudiano


A estrutura do inconsciente segundo Freud tem sido constantemente comparada a um iceberg. Como se
sabe, estes blocos de gelo flutuam nos oceanos gelados deixando apenas 10% de seu volume para fora
da água.

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Algo parecido acontece com a mente humana, onde a maior


parte de seu conteúdo (se é que podemos chamar assim)
fica submerso, enquanto que a menor parte é que fica
aparente para ser percebida pelo mundo externo como se
fosse a própria pessoa.

Da mesma forma, o inconsciente fica lá nas profundezas da


mente, enquanto que o consciente fica na atmosfera, isto é,
na parte onde os seres humanos convivem. Existe uma
pequena área próxima à superfície que é o pré-consciente,
aquela parte da mente que fica meio esquecida mas que
basta um pequeno estímulo para aflorar à luz do dia.

A forma como o superego controla o fluxo de sensações e


conteúdo entre o inconsciente e o ego é que vai definir como
a pessoa reage nas mais diversas situações, sempre
tentando atender ao princípio de prazer do Id e o senso de
realidade do Ego, mediado pelo senso de moral do
Superego.

Este processo vai sempre deixar descontente uma das


partes, é impossível atender à realidade e a todos os
desejos de prazer, sendo moral o tempo todo. Surgem daí as
diferentes sensações de mal-estar íntimo que, quando mal
administrados pela mente, fazem com que surjam as
diversas doenças mentais.

Publicado em 08/06/2009 às 08:38 hs, atualizado em 01/07/2016 às 10:53 hs

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