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Princípio do prazer e da

realidade

 Princípio do prazer – a pulsão demanda uma gratificação
imediata, sem minimamente levar em conta a realidade
exterior. Ex.: sucção do polegar do bebê, impulsividade
no adulto, etc.

 A satisfação mágica e ilusória sempre acabará sendo


frustrante e decepcionante porque ela não suporta as
exigências e necessidades da realidade, o que vem a
instalar o princípio da realidade.

 Princípio da realidade - Impõe restrições necessárias a


adaptação à realidade externa.
Processo primário e secundário

 Processo primário – caracteriza-se por um fácil
deslocamento e descarga da libido. Segue as leis do
princípio do prazer e as leis do inconsciente: não há
lógica referente à noção de tempo, espaço, contradições,
etc.

Características: tendência à gratificação imediata, facilidade


com que a catexia pode ser deslocada.
Ex.: sugar o dedo, fazer bolos de barro.

Deslocamento
Condensação
Processo primário e secundário

 Processo secundário – energia psíquica está presa e
circula de forma mais compacta, sempre ligada a
uma representação psíquica. Segue as leis do
princípio da realidade e determinam uma lógica do
pensamento.

Poder retardar a descarga até que as circunstância


ambientais sejam mais favoráveis.
Processo primário e secundário

 Freud considera os processos primário e secundário
em um movimento linear.

 Bion – ambos estão sempre presentes na mente de


qualquer sujeito. A predominância do primeiro diz
respeito a “parte psicótica da personalidade” e a
predominância do segundo diz respeito a “parte não-
psicótica (ou neurótica) da personalidade”.
1ª tópica

 Modelo topográfico - “topos” → lugar.
 Aparelho psíquico é composto por três sistemas:
- Inconsciente (Ics)
- Pré-consciente (Pcs)
- Consciente (Cs)

 Sistema consciente – Tem função de receber informações


provenientes das excitações do exterior e do interior. A maior
parte das funções perceptivo-cognitivas-motoras do ego
(percepção, pensamento, juízo crítico, atividade motora,
etc.) processam-se no consciente.
1ª tópica

 Pré-consciente – Funciona como uma peneira que seleciona
aquilo que pode, ou não, passar para o Consciente. Também
funciona como um pequeno arquivo de registros, e seu
conteúdo pode ser recuperado por meio de um voluntário ato
de esforço (diferentemente do inconsciente).

 Inconsciente – Parte mais arcaica do aparelho psíquico, onde


existem as pulsões (primárias e secundárias). Contém
inscrições de primitivas experiências e sensações provindas de
todos os órgãos dos sentidos que ficara impressas na mente da
criança numa época em que ainda não haviam palavras para
nomeá-las. Além das pulsões do id, opera muitas funções do
ego e do superego.
2ª tópica

 Modelo estrutural ou dinâmico – possui elementos
com funções específicas mas que não são
dissociados.

- Id
- Ego
- Superego
2ª tópica

 Id – do ponto de vista topográfico: considerado o pólo
psicobiológico da personalidade. Coincide com o
inconsciente. Fundamentalmente constituído pelas pulsões.
do ponto de vista econômico: reservatório e fonte de
energia psíquica.
do ponto de vista funcional: regido pelo princípio do
prazer.
do ponto de vista dinâmico: abriga e interage com
funções do ego e com os objetos do
superego.
2ª tópica

 Ego – para Freud ele se desenvolve a partir do Id (outros
autores consideram que ele está presente desde o
nascimento). Funciona como instância mediadora,
integradora e harmonizadora entre as pulsões do id, as
exigências e ameaças do superego e as demandas da
realidade exterior.
Funções ligadas às relações do
indivíduo com seu ambiente.
No início, é responsável pela aquisi-
ção de controle motor, percepção
sensorial, memória; primeira hesita-
ção entre o impulso e a ação –
pensamento.
2ª tópica

 Ego
O ego é antes de tudo um ego corporal – relação do
bebê com seu corpo.

Identificação – aprende a sorrir e a falar imitando o


adulto que lhe sorri e fala. O mesmo é verdadeiro para
maneirismos físicos, interesses e passatempos
esportivos ou intelectuais.
Identificação com o agressor
2ª tópica

 Ego
Mecanismos de defesa – ações das quais o ego faz uso
para se defender das pressões do id.
- Repressão – barra da consciência o impulso indesejável
do id ou seus derivados. ≠ da supressão (consciente)
- Formação reativa – uma de duas atitudes ambivalentes
torna-se inconsciente.
- Isolamento – da emoção.
- Anulação – comportamento que destina-se a anular o
efeito de algum impulso que o ego considere perigoso.
- Negação – da realidade externa desagradável. Bloqueio
de certas impressões sensoriais.
- Projeção – atribuir um desejo ou impulso a outra pessoa.
2ª tópica

 Ego
Mecanismos de defesa – ações das quais o ego faz
uso para se defender das pressões do id.

- Voltar-se contra si mesmo – “Eu sou ele, e é assim


que vou bater nele!”
- Regressão – indivíduo retorna ou regride às
aspirações e desejos das fases prévias.
- Sublimação – aceitação e aprovação social.
2ª tópica

 Superego – Herdeiro do complexo de édipo.
Constituído de introjeções e identificações que a
criança faz com aspectos parciais dos pais (proibições,
exigências, ameaças, mandamentos, padrões de
conduta, tipo de relacionamento desses pais entre si).
Quase totalmente inconsciente.
Abrange os preceitos morais e aspirações ideais.
Gerador de culpa.
2ª tópica

 Ego ideal – Herdeiro do narcisismo primário.
Alicerçado na fantasia onipotente, ilusória. Está sempre à espera do
máximo de si mesmo, nutrindo ideias virtualmente nunca
alcançáveis.
Gerador do sentimento de humilhação.
Tem papel estruturante mas sua persistência é responsável por
transtornos narcisistas de toda ordem.

 Ideal do ego – Herdeiro do Ego ideal, somado às aspirações e


expectativas próprias dos pais.
Tem papel estruturante mas sua persistência leva a construir um
“falso self”, quadros fóbicos e narcisistas.
“Eu deveria ser assim, senão...”
Gerador do sentimento de vergonha.
Referências

 BRENNER, C. Noções básicas de psicanálise:
introdução à psicologia psicanalítica. 4 ed Rio de
Janeiro: Imago; São Paulo: Ed. da Universidade e
São Paulo, 1987.

 ZIMERMAN, D. E. Fundamentos psicanalíticos:


teoria, técnica e clínica: uma abordagem didática.
Porto Alegre: Artmed, 1999. p.78-87.

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