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POLO DE XX
Cornélio Procópio
Maio - 2020
RESUMO DO "CASO I - SRTA. ANNA O. (BREUER)
Introdução
Este é um caso precoce tratado por Breuer e Freud, quando a psicanálise estava
ainda em um estado embrionário. Um dos insights que ele oferece a Freud é o
fenômeno da transferência. Ao perceber que Anna O. havia se envolvido
emocionalmente com seu analista, o Dr. Breuer, Freud começa a elaborar um
conceito que viria a ser um dos elementos básicos para o processo de análise da
mente humana, a transferência.
Resumo do caso
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apresentassem qualquer histórico de doenças psicológicas. Sua sexualidade não
era desenvolvida, a família puritana, dando a atenção rígida à cultura religiosa,
reprimiu a sexualidade da paciente. Esse dado será importante para Freud no
desenvolvimento da questão da sexualidade na psicanálise.
Ela fugia da família e de toda a repressão que sofria através de sua criatividade,
produzindo cenas de contos de fada para mergulhar num mundo imaginário onde as
situações estavam dentro de seu controle e distantes das restrições familiares.
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Esses afetos e emoções retidos, desviados de suas representações, haveriam de se
deslocar para alguma parte do corpo provocando um processo de conversão que
implicaria nos vários sintomas apresentados pela paciente.
Num primeiro momento, Anna reagiu com violência e fúria contra sua mãe, depois
entrou num estado de letargia por dois dias, ela não conhecia pessoas próximas e
nem as enxergava, mas seus sintomas desapareciam em grande porcentagem na
presença de seu médico o Dr. Breuer com quem conversava horas no final da tarde
calma e feliz.
Essa rápida melhora foi definida como cura transferencial. Ela durou até que Breuer
decidiu tirar alguns dias de férias e deixou Anna O. sob os cuidados de um outro
médico que se quer foi reconhecido por ela. Seus sintomas retornaram e
acentuaram-se, segundo diagnóstico de Breuer quando voltou para o seu trabalho.
Anna estava completamente anoréxica e tendo intensas alucinações. O quadro
melhorou significativamente quando Breuer voltou.
Num outro momento de seu tratamento, Anna O foi internada num sanatório, onde
Breuer, por precisar ter menos tempo com a paciente, a visitava de 3 em 3 dias.
Durante esse período ele teve que se retirar novamente por cinco semanas e
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quando voltou ela estava muito mal. Retomado o tratamento com o Dr. Breuer Anna
O. tem novamente seus sintomas aliviados.
Essa é a dinâmica do caso Anna O. que durou até perto do final de 1882, quando
ela atingiu uma estabilidade razoável, com mínimas recaídas.
A evidência de Freud neste caso foi perceber o apego de Anna O. a Breuer. Ele
associa os estados emocionais dela à uma relação inconsciente desenvolvida
durante o tempo em que estiveram juntos para o tratamento. Esse apego foi tão
intenso que ela teve uma alucinação onde simulava dores de parto de um filho que
supostamente seria do dr. Breuer.
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los, ele poderá compreender e acompanhar os movimentos internos e fantasias
inconscientes do paciente”.(ibid, p 190)
Conclusão.
Discernir com clareza as linhas mestras da transferência que aflora de seu paciente
e interagir a contrapartida com a objetividade da análise para que o resultado
aconteça é o desafio ético do analista.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS