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Resumo Psicanálise I

Cite 3 sintomas de Anna O. e qual foi a leitura que Freud fez deles.

Anna O. tinha grande apreço pela dança e desejava frequentar bailes, mas enfrentava
severas restrições familiares. Muitos de seus sentimentos e emoções eram reprimidos,
e, em uma época em que as mulheres eram submetidas a intensa pressão social e
familiar, ela acabou desenvolvendo histeria, termo utilizado para descrever pessoas
que manifestavam certos problemas psiquiátricos.
Anna apresentou diversos sintomas histéricos que, após um período de
acompanhamento, foram interpretados por Freud como traumas originados pela
repressão de sentimentos e afetos.

1- Alucinações visuais, como ver os ponteiros do relógio deformados.


2- Ela via cobras no jardim.
3- Recusava-se a beber água e só consumia suco.
4- Deixou de falar alemão e passou a falar apenas inglês.
5- Sentia dores por todo o corpo.
6- Desenvolveu estrabismo convergente.
7- Tinha espasmo da glote.

Breuer e Freud tinham perspectivas divergentes sobre a histeria. Breuer a considerava


uma "histeria de retenção", em que a expressão dos afetos é limitada socialmente,
levando ao acúmulo de afetos reprimidos que, por sua vez, causavam dissociação da
consciência e sintomas físicos. Freud, entretanto, via a histeria como decorrente de
causas persistentes, frequentemente de natureza sexual, classificando-a como
"histeria de defesa", onde todos os sintomas histéricos seriam manifestações de
desejos e impulsos reprimidos.
Entre os sintomas de Anna O., destacam-se:

1. Seletividade auditiva - Ela não respondia quando chamada e, particularmente,


não reagia à presença do pai, refletindo sentimentos hostis para com ele.
2. Surdez seletiva - Associada a um susto causado pelo irmão, que a sacudiu
enquanto ela escutava conversas atrás de uma porta.
3. Reações de sobressalto - Ruídos inesperados a remetiam aos ataques de seu
pai, assustando-a.
4. Dormência no braço - Ocorreu quando ela adormeceu ao lado do pai doente,
sonhando que não conseguia afastar serpentes que ameaçavam atacá-lo.
5. Estrabismo - Manifestou-se após um episódio de choro, quando tentou
disfarçar sua tristeza para o pai.
6. Espasmo da glote e distúrbios de fala - Surgiram após ser repreendida pelo pai
enquanto chorava.
7. Tosse persistente - Desenvolvida quando, cuidando do pai, ela se viu atraída
por uma música vinda da casa ao lado, sentindo-se culpada por seu desejo de
dançar.
8. Aversão à água - Após ver uma empregada dando água a um cachorro em um
copo, ela ficou enojada e passou a consumir apenas suco.
9. Paralisia Espástica e Anestesia: Ela experimentou uma paralisia espástica dos
membros do lado direito, que por vezes afetava também o lado oposto,
acompanhada de perda de sensação.
10. Perturbações Oculares e Visuais: Apresentava problemas com os movimentos
dos olhos e diversas alterações da visão.
11. Dificuldade em Manter a Cabeça Erguida: Tinha problemas em sustentar a
cabeça de forma erguida.
12. Repugnância Alimentar e Anorexia: Sentia aversão à comida e incapaz de
beber apesar da sede intensa, uma condição que perdurou por semanas.
13. Restrições na Expressão Verbal: Sofria de uma redução significativa na
capacidade de se expressar verbalmente, o que incluía dificuldade para falar e
compreender sua língua materna.
14. Alterações Psíquicas: Vivenciava estados de "absence", confusão, delírio e
mudanças profundas em sua personalidade.

Anna O. chamou o método terapêutico utilizado por Breuer de "talking cure" (cura
pela conversação) ou, de "chimney sweeping" (limpeza de chaminé). Essa abordagem
envolvia a paciente expressando seus pensamentos e lembranças enquanto
hipnotizada, o que permitia a exteriorização afetiva e a relembrança das circunstâncias
originais em que os sintomas apareceram. Através deste processo, Breuer descobriu
que era possível não só aliviar temporariamente os sintomas psíquicos recorrentes,
mas também erradicá-los completamente.

Freud teorizou que, se as memórias traumáticas fossem recuperadas na consciência do


paciente, juntamente com os afetos reprimidos, os sintomas cessariam após a
liberação dos afetos.

Como Charcot influencia na constituição da teoria de Freud?

1- Charcot afirmava que os sintomas histéricos eram autênticos e mereciam


investigação séria, contrapondo à visão prevalente de que eram simulados.
Freud adotou essa perspectiva, considerando os sintomas histéricos como
manifestações de conflitos internos e processos inconscientes.
Ele utilizava uma abordagem clínica rigorosa para diagnosticar a histeria,
estabelecendo características definidoras que podiam diferenciá-la de outras
neuroses. Freud foi influenciado por essa metodologia e começou a buscar padrões
nos sintomas psicológicos dos seus pacientes, ele critica a teoria de que a histeria
estava exclusivamente relacionada à excitação genital feminina e ao apresentar casos
de histeria masculina.
2- Charcot separou a doença de noções de gênero. Isso permitiu a Freud
considerar a sexualidade de uma forma mais ampla, eventualmente levando-o
a teorizar sobre a sexualidade infantil e as fases do desenvolvimento
psicossexual.
Freud estava especialmente interessado na ideia de Charcot de que os sintomas
histéricos possuíam uma base psíquica, algo que ele expandiu para formar o cerne de
sua teoria psicanalítica. Freud passou a explorar as conexões entre sintomas e
experiências passadas reprimidas, principalmente aquelas de natureza traumática.
3- Charcot via a hereditariedade como uma pré-condição necessária que, quando
combinada com traumas, poderia levar à histeria. Freud também considerou a
importância dos fatores hereditários, mas deu mais ênfase aos traumas
psíquicos na etiologia das neuroses, diferindo de Charcot ao focar na vida
psíquica e no desenvolvimento infantil.
O trabalho de Charcot com a hipnose impactou Freud, que inicialmente utilizou essa
técnica antes de desenvolver o método da associação livre. Freud adotou a ideia de
que falar sobre os problemas psíquicos e reviver emocionalmente eventos traumáticos
poderia ser terapêutico.
Charcot forneceu a Freud um sólido ponto de partida clínico e teórico para explorar a
complexidade da mente humana. A partir dos ensinamentos o amigo, Freud
desenvolveu a teoria da psicanálise, que inclui o papel do inconsciente, a importância
dos conflitos reprimidos, e a análise dos sonhos, além de muitos outros conceitos que
continuam a influenciar a psicologia e a psiquiatria até hoje.

Por que Freud abandona a hipnose?

Freud abandonou a hipnose por várias razões que surgiram ao longo de sua prática
clínica e pesquisa, Freud percebeu que a hipnose produzia resultados variáveis e
muitas vezes temporários. Alguns pacientes não respondiam bem à hipnose, e mesmo
entre aqueles que respondiam, muitos dos seus sintomas voltavam após algum tempo.
Nem todos os pacientes eram susceptíveis à hipnose, e alguns resistiam a entrar em
estado hipnótico, ele buscava um método mais universal e confiável para acessar o
inconsciente. Ele começou a perceber que, embora a hipnose pudesse aliviar os
sintomas, ela não necessariamente revelava ou resolvia as causas profundas dos
conflitos psíquicos.
Freud desenvolveu o método da associação livre, que ele considerou mais eficaz na
revelação do material inconsciente. A associação livre encoraja os pacientes a
verbalizarem todos os pensamentos que vêm à mente, sem censura, o que Freud
acreditava que oferecia uma janela mais direta para o inconsciente. À medida que a
teoria psicanalítica de Freud evoluiu, ele começou a enfatizar a importância de
entender os mecanismos de defesa, a repressão e a transferência, que eram mais
facilmente acessíveis e estudáveis através da conversação consciente do que através
da hipnose.
Um dos principais motivos do abandono da hipnose foi que Freud reconheceu que a
relação entre médico e paciente era central para o processo terapêutico. A hipnose,
que colocava o paciente em um estado passivo e o terapeuta em uma posição de
controle, não favorecia a dinâmica de transferência e contratransferência que se
tornaria essencial na psicanálise.
Portanto, ao abandonar a hipnose, Freud não estava apenas se afastando de uma
técnica específica, mas estava também refletindo e aprofundando seu entendimento
sobre a mente humana e sobre as maneiras de tratar seus distúrbios psicológicos.

Pré-história da Psicanálise
A histeria
A história inicial da psicanálise está profundamente ligada à compreensão da histeria.
No passado, acreditava-se que a histeria tinha origens hereditárias e, por não se
encontrar uma causa física para os sintomas, muitas vezes era vista como mera
simulação por parte dos pacientes. Os tratamentos comuns incluíam descanso,
massagens, hidroterapia e exercícios físicos. Freud, mencionando o trabalho de seu
colega Breuer, introduziu a hipnose como método terapêutico, que buscava desvendar
as memórias e experiências anteriores que poderiam estar na raiz dos sintomas
histéricos.

Freud observou que os sintomas histéricos, apesar de manifestações físicas,


apontavam para uma realidade além da orgânica, para um conflito oculto no
inconsciente — uma parte da mente não acessível à consciência. Ele descobriu que,
durante a hipnose, pacientes muitas vezes expressavam conflitos psíquicos intensos,
geralmente de natureza sexual, que eram tão avassaladores que eram reprimidos da
consciência. A energia emocional associada a esses conflitos, no entanto, não
desaparecia com a repressão das memórias; ao invés disso, encontrava uma válvula de
escape através de sintomas físicos.

A ideia da “catarse” refere-se à liberação dessa energia emocional reprimida. Freud


começou a perceber que ao ouvir e interpretar as histórias dos pacientes, ele podia
identificar os conflitos sexuais reprimidos que estavam no cerne de seus sintomas
histéricos. Essa abordagem foi a precursora da técnica psicanalítica de explorar o
inconsciente para tratar distúrbios psicológicos.

Recalque: processo que visa manter no insconsciente todas as


ideias e representações ligadas a pulsão e cuja realização, produtora de prazer,
afetaria o equilíbrio do funcionamento psicológico do indivíduo, trazendo desprazer.

Freud foi influenciado por Theodor Meynert, que era um anatomista cérebro e gostava
de análise microscópica, e por Ernst Wilhelm von Brücke, que estava envolvido na
biologia e foi uma figura importante no desenvolvimento do pensamento científico de
Freud.

No século XIX, a doença mental era frequentemente associada a problemas nos


nervos, mas não havia uma compreensão clara de uma base física que pudesse
explicar essas doenças. A observação de que os sintomas se espalhavam entre
pacientes em proximidade levou a acreditar que estavam fingindo, um fenômeno
conhecido como “loucura hipostasiada”.

Durante o século XVII, houve um movimento conhecido como “a grande internação”,


no qual pessoas com lepra e outras condições foram segregadas da sociedade. Esse
movimento foi importante para o desenvolvimento das instituições psiquiátricas. Em
1656, o Hospital Geral de Paris foi criado não apenas para cuidar dos doentes, mas
também para isolar os “indesejados” da sociedade.

No final do século XVIII, com os ideais de igualdade e fraternidade da Revolução


Francesa, surgiu uma nova abordagem para o tratamento dos doentes mentais.
Philippe Pinel, nomeado para trabalhar no Hospital de Paris, opôs-se às condições
desumanas em que os pacientes eram mantidos e desacorrentou-os, reconhecendo
que sofriam de doenças mentais. Ele começou a tratar os pacientes com humanidade e
buscava reintegrá-los à sociedade.

A visão da época também era influenciada pelo cartesianismo, a filosofia de René


Descartes, que separava a mente do corpo e enfatizava a importância do pensamento
racional — “penso, logo existo”. Isso estabeleceu uma distinção entre a mente e o
corpo, com a existência e a essência do homem vinculadas à razão. Essa filosofia teve
um impacto profundo no entendimento das doenças mentais, com uma “causa moral”
sendo frequentemente apontada como raiz dessas doenças.

Nesse período histórico, os médicos de fato tinham um papel significativo em definir o


que era considerado normal ou anormal em termos de saúde mental. A medicina
estava começando a se institucionalizar e a medicalizar comportamentos, e os médicos
passaram a ter autoridade não só para diagnosticar e tratar doenças físicas, mas
também para interpretar comportamentos e condições psicológicas.

Com a emergência da psiquiatria como uma disciplina médica, os médicos psiquiatras


começaram a classificar e a tratar o que era considerado desvio da norma como
doença mental. Eles eram influentes na decisão de quem deveria ser internado em
instituições psiquiátricas e determinavam os tratamentos adequados. Isso colocava os
médicos em uma posição de grande poder e também de grande responsabilidade na
definição dos limites da saúde e da doença mental.

As pré-condições de emergência da psicanálise


A emergência da psicanálise no final do século XIX é profundamente marcada por uma
série de condições e transformações no entendimento e no tratamento da loucura,
que podem ser vistas como pré-condições para o seu desenvolvimento. Essas
condições incluem a evolução dos saberes médicos e filosóficos, uma nova consciência
sobre a natureza da loucura, e avanços na prática psiquiátrica que buscavam
compreender e tratar as aflições mentais de maneira mais eficaz.

A psicanálise, como formulada inicialmente por Sigmund Freud, surge em um contexto


em que a loucura começa a ser entendida não apenas como um desvio
comportamental ou espiritual, mas como algo que pode ser investigado e tratado
cientificamente. O trabalho de Freud com Jean-Martin Charcot, um neurologista
francês que demonstrou que a histeria, anteriormente considerada uma condição
exclusivamente feminina ligada a disfunções uterinas (daí o termo “histeria”, derivado
de “hystera”, útero em grego), poderia ser observada através de sintomas físicos
induzidos e estudados cientificamente, foi fundamental nesse aspecto.

Além disso, o desenvolvimento do saber psiquiátrico, caracterizado pela tentativa de


diagnosticar precisamente as condições mentais como um primeiro passo não
necessariamente para a cura, mas para o controle e a classificação das patologias,
também contribui para o surgimento da psicanálise. Essa abordagem da loucura como
uma “doença sem corpo”, que enfatiza o interrogatório e a confissão para buscar
causas em aspectos da vida familiar e ambiental do paciente, prepara o terreno para a
técnica psicanalítica.
Método Catártico:
O método catártico é uma técnica terapêutica desenvolvida inicialmente por Josef
Breuer e mais tarde adotada e modificada por Sigmund Freud nos estágios iniciais do
desenvolvimento da psicanálise. Esse método baseia-se na ideia de que a “liberação”
(catarse) de emoções reprimidas associadas a traumas ou experiências passadas pode
levar à resolução de sintomas neuróticos. O processo envolve o paciente relembrando
e verbalizando eventos traumáticos sob hipnose ou em um estado de concentração
profunda, permitindo que as emoções reprimidas sejam expressas e assim, aliviando
os sintomas.

Freud utilizou o método catártico como um dos fundamentos iniciais da psicanálise,


antes de desenvolver técnicas como a livre associação e a interpretação de sonhos.
Embora o método catártico tenha sido em grande parte substituído por outras técnicas
dentro da psicanálise, ele representa um momento crucial na busca de Freud por uma
abordagem terapêutica eficaz para o tratamento de distúrbios psicológicos.

A hipnose
A história da hipnose, desde suas origens até sua integração na prática clínica
moderna, é fascinante e complexa, envolvendo uma série de desenvolvimentos
teóricos e práticos significativos.

Mesmerismo e Hipnose:

• Mesmerismo: Franz Anton Mesmer (1734-1815) introduziu a ideia de


que a doença era causada por desequilíbrios nos fluidos magnéticos do corpo. Mesmer
acreditava que poderia curar usando “influências magnéticas” para realinhar esses
fluidos. A “cura” era frequentemente atribuída ao poder da sugestão, embora Mesmer
e seus seguidores a atribuíssem a manipulações dos supostos fluidos magnéticos.

Cura e Charlatanismo:

• Mesmer e outros praticantes do mesmerismo foram frequentemente


acusados de charlatanismo, em parte porque suas práticas não se baseavam em
evidências científicas aceitas na época e, em parte, por causa de sua teatralidade e uso
de “palavras influenciadoras”. A percepção do charlatanismo estava ligada à ideia de
que a cura se devia mais à influência do praticante sobre uma pessoa influenciável do
que a qualquer processo cientificamente verificável.
Hipnose Moderna:

• A hipnose moderna é entendida como a indução de um estado de


transe, no qual o paciente pode experimentar hipermnésia (um estado de alta
capacidade de recordação) e tornar-se mais suscetível às sugestões do hipnotizador.
Esse estado alterado de consciência é usado terapeuticamente para acessar memórias
ou para modificar comportamentos e percepções.

Freud, Charcot e Breuer:

• Jean-Martin Charcot usou a hipnose em seu trabalho sobre a histeria,


influenciando diretamente Freud, que viajou para Paris para estudar com ele. Charcot
acreditava que a histeria tinha uma base neurológica e podia ser demonstrada e
manipulada através da hipnose.
• Josef Breuer e Freud desenvolveram a técnica da “cura pela fala” após
observar o caso de Anna O. (Bertha Pappenheim), uma paciente que apresentava
sintomas histéricos. Através da hipnose e da expressão verbal dos pensamentos e
memórias reprimidas, Anna O. experimentou um alívio de seus sintomas, um processo
que Freud eventualmente desenvolveu na psicanálise.

Histeria:

• Historicamente, a histeria foi associada ao útero (daí o termo “histeria”,


derivado do grego para útero) e foi descrita por médicos antigos como Hipócrates e
Galeno como um distúrbio causado pelo movimento errático do útero pelo corpo.
Essas explicações antigas misturavam observações médicas com concepções culturais
e mitológicas sobre a saúde feminina.
• No trabalho de Charcot, a histeria é retratada como uma doença que
desafia explicações simples, “escapando às mais penetrantes investigações
anatômicas”, e seus sintomas incluíam uma ampla gama de manifestações físicas e
psicológicas.

Essa transição do mesmerismo para a hipnose moderna e a contribuição destas


práticas para o desenvolvimento da psicanálise destacam a complexidade da história
da medicina e da psicologia, refletindo mudanças nas compreensões da mente, do
corpo e da relação entre o paciente e o médico.
A ab-reação é um conceito psicanalítico introduzido por Sigmund Freud e Josef Breuer,
principalmente no contexto dos estudos sobre histeria. Refere-se ao processo
terapêutico pelo qual emoções reprimidas associadas a experiências traumáticas
passadas são trazidas à consciência e expressas verbalmente, possibilitando ao
paciente lidar com essas emoções de forma saudável. Este processo é frequentemente
acompanhado por uma intensa descarga emocional. A ab-reação é considerada uma
etapa crucial para o alívio dos sintomas neuróticos, pois permite que o paciente reviva
a experiência traumática em um ambiente seguro e terapêutico, o que facilita a
elaboração e superação do trauma.

A terapia através da fala, que inclui técnicas de ab-reação, acredita-se que promove a
catarse, um termo que Freud e Breuer também usaram para descrever o alívio
emocional que segue a expressão consciente de emoções anteriormente reprimidas.
Esse processo é fundamental na psicanálise e em outras formas de terapia psicológica,
servindo como uma forma de liberar a tensão emocional acumulada e promover a cura
psicológica.

Questões para reflexão crítica:

1. Efetividade a longo prazo: Até que ponto a ab-reação e a liberação de


emoções reprimidas contribuem para a recuperação duradoura de traumas
psicológicos?
2. Aplicabilidade universal: A ab-reação é igualmente eficaz para todos os
tipos de pacientes e traumas, ou sua eficácia depende de fatores individuais
específicos?
3. Comparação com outras técnicas terapêuticas: Como a ab-reação se
compara a outras técnicas de tratamento para traumas e distúrbios emocionais em
termos de eficácia e aplicabilidade?
Relação Simbólica

A relação “simbólica” entre a causa precipitante do trauma e o fenômeno patológico


sugere que os sintomas histéricos muitas vezes representam ou simbolizam o conflito
ou trauma reprimido de maneiras metafóricas ou simbólicas. Isso significa que os
sintomas podem não estar diretamente relacionados ao evento traumático em si, mas
são expressões simbólicas do trauma psíquico subjacente.

Importância de Fatos da Infância

Freud enfatizou a importância dos eventos ocorridos na infância na formação do


psiquismo do indivíduo. As experiências traumáticas ou conflitantes durante esse
período crítico de desenvolvimento podem ser reprimidas e, mais tarde,
manifestarem-se como sintomas histéricos. Este é um conceito central na psicanálise,
indicando que a compreensão e o tratamento dos transtornos psicológicos devem
levar em consideração as experiências da infância do paciente.

Sintomas Conversivos

Os sintomas conversivos são uma característica distintiva da histeria, onde as angústias


e conflitos psíquicos são “convertidos” em sintomas físicos. Esses sintomas podem
incluir, mas não estão limitados a paralisia, cegueira, ou outros distúrbios sensoriais ou
motores sem uma causa física identificável. Essa conversão sugere um mecanismo de
defesa pelo qual o psiquismo tenta lidar com emoções ou memórias dolorosas
“somatizando” essas experiências, ou seja, expressando-as através do corpo.

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