Resenha critica sobre o documentário Human I de Yann Arthus Bertrand
Ética Profissional da Psicologia
Este documentário traz dezenas de pessoas, de diferentes nacionalidades,
etnias, religiões, gêneros, cores, línguas, profissões e classes sociais elas foram entrevistadas sobre assuntos polêmicos a existência humana, como a felicidade, a morte, a pobreza, desigualdade de gênero ou o sentido da vida.
Não ouvimos apenas histórias de vida individuais de pessoas anônimas. São
histórias que juntas, por mais distantes que pareçam, constroem a história da humanidade. Cada um desses desconhecidos é importante para a narrativa da vida, da sociedade. Percebemos a partir deles que somos parte de um todo. Cada olhar dessas pessoas em close, por vezes demostrando o pesar de suas existências, contraposto com imagens de multidões e de espaços grandiosos, nos dá a dimensão e a complexidade do que é viver.
As entrevistas foram gravadas com as pessoas na frente de um fundo preto e
seus rostos em close-up. Ali temos uma dimensão do individual. Nesse momento elas demonstram o quanto são iguais e diferentes entre si. O quanto suas histórias se relacionam. Depois temos as imagens aéreas que dão uma noção de todo, de contexto, de espaço, de interação e integração. De que não estamos sozinhos e nossas vidas se cruzam pelo mundo. De que não somos o umbigo desse mundo. Ele é grandioso e múltiplo.
No geral, o documentário é mais do que um registro, é uma lição sobre empatia,
amor e cuidado. Sobre ver o outro, olhar nos seus olhos e ouvir sua história, até por algumas vezes se colocar na história do outro. Não apenas sobre se colocar no lugar de outra pessoa, mas sobre entendê-la, perceber sua complexidade e subjetividade, contexto social, político e cultural, ainda que não concordemos com ela, devemos respeitar cada dor, alegria e conquista.
Que provocações o documentário Human faz especificamente á
psicologia como prática profissional comprometida com a transformação da sociedade e com a afirmação da vida? Embora o documentário não faça uma provocação direta à psicologia como prática profissional, suas histórias e testemunhos podem gerar reflexões significativas para a psicologia e seu compromisso com a transformação da sociedade e a afirmação da vida. Podemos citar algumas provocações importantes que vemos no documentário.
1- Diversidade de experiências humanas: O documentário destaca uma
ampla variedade de experiências humanas, incluindo histórias de sofrimento, superação, amor e conexão. A psicologia, como prática comprometida com a transformação da sociedade, deve reconhecer e abraçar a diversidade de experiências para fornecer suporte e compressão adequada. 2- Fatores culturais e contextuais: As histórias no documentário mostram como as experiências individuais são moldadas por contextos culturais, sociais e econômicos. A psicologia precisa considerar esses fatores ao abordar questões de saúde mental e bem-estar, garantindo abordagens sensíveis e culturalmente relevantes. 3- Resiliência e superação de desafios: Muitos dos entrevistados compartilham histórias de superação de desafios significativos. Essas histórias podem inspirar a psicologia a se concentrar não apenas nos problemas, mas também na resiliência e na capacidade humana de se recuperar e crescer após algumas adversidades. 4- Importância das relações humanas: Várias histórias ressaltam a importância das relações humanas na vida das pessoas. A psicologia pode reforçar a ênfase nas conexões interpessoais, tanto no tratamento quanto na promoção do bem-estar emocional. 5- Questões de saúde mental: O documentário aborda questões de saúde mental, como depressora, trauma, isolamento e violência. Ele desafia a psicologia a ampliar seus esforços na destigmatização dessas questões, na sedução pública e no acesso a tratamentos adequados. 6- Sofrimento e Empatia: As histórias de sofrimento humano nos documentos podem fortalecer a empatia e a compreensão dos profissionais de psicologia. Isso pode incentivar abordagens mais humanas e compassivas no tratamento e no apoio psicológico. 7- Promoção do bem-estar global: O documentário destaca a busca universal pela felicidade e bem-estar. A psicologia pode se engajar em esforços mais amá-los para promoções o bem-estar global, contribuindo para a construção de uma sociedade mais saudável e harmoniosa. 8- Responsabilidade Social e Mudança: O documentário nos lembra que todos nós compartilhamos a responsabilidade de cuidar uns dos outros e do planeta. A psicologia pode desempenhar um papel ativo na promoção de uma mudança social positiva, incentivando o apoio mútuo e a justiça.
Embora o documentário não tenha sido especificamente desenvolvido
como uma acrílica á psicologia, suas histórias e mensagens podem ser interpretadas como um chamado á psicologia para se manter engajada em questões humanas fundamentais e continuar a evoluir para atender às necessidades de uma sociedade em constante mudança.
2- Qual o lugar da escuta e da consideração histórica para a
compreensão dos processos de subjetividade e para a afirmação da potência dos sujeitos? A escuta e a consideração histórica desempenham papéis essenciais na compreensão dos processos de subjetividades e na afirmação da potencia dos sujeitos. Esses elementos são fundamentais para uma abordagem abrangente e sensível na psicologia e em varias outras disciplinas. Citaremos alguns aspectos que se relacionam:
1- Escuta Atenta: A escuta atenta e genuína é a base da terapia e do
apoio psicológico eficazes. Ela permite que os indivíduos se expressam livremente, compartilhando suas emoções, pensamentos e experiências. Através da escuta, os profissionais de saúde mental podem compreender as perceptivas únicas de cada pessoa, validando suas experiências e sentimentos. Isso pode gerar uma sensação de reconhecimento e segurança para o indivíduo. 2- Consideração histórica: A consideração histórica envolve entender o contexto social, cultural e histórico no qual a vida de um indivíduo se desenrola. Isso inclui fatores como experiencias familiares, eventos traumáticos, identidade cultural e estruturas sociais. Reconhecer a história de cada indivíduo é essencial para compreender suas circunstâncias atuais, padrões de comportamentos e processões de pensamentos. Muitas vezes, as experiências passadas tem um impacto profundo na formação da subjetividade. 3- Compreensão da subjetividade: A subjetividade se refere á experiência única e individual de cada pessoa. Ela é influenciada por fatores internos (emoções e pensamentos) e externos (cultura e sociedade). Através da escuta empática, psicólogos podem acessar a subjetividade do cliente, permitindo uma compreensão mais profunda de suas emoções, crenças e narrativas pessoais. 4- Construção de relações terapêuticas fortes: A escuta sensível e a consideração histórica fortalecem a relação terapêutica. Quando os indivíduos se sentem realmente ouvidos e compreendidos em sua totalidade, isso cria um ambiente seguro para explorar desafios e aspirações. 5- Afirmação da potência dos sujeitos: Reconhecer a subjetividade das pessoas é uma maneira de afirmar sua potencia, isso significa reconhecer que cada indivíduo tem capacidades de influenciar sua própria vida, superar desafios e buscar o crescimento pessoal. Os profissionais de psicologia podem ajudar a identificar recursos internos e externos que possam ser mobilizados para enfrentar dificuldades e promover mudanças positivas.
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