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“...A sua formação em Teologia pela Pontifícia Universidade Sto. Thomaz de Aquino in
Urbis, em Roma (1976) e pela Universidade Católica de Lyon, na França (1980),
forneceu-lhe a provisão para sonhar com a construção de um mundo feito a partir da
dignidade dos oprimidos. O doutorado em Antropologia pela Escola de Altos Estudos
em Ciências Sociais de Paris (EHESS), Universidade de Lyon II, França (1985),
possibilitou-lhe compreender as diversas relações que os seres humanos tecem com a
natureza, com os seus sonhos, com os outros e com o divino. (...) Em nenhum
momento de sua formação acadêmica, esqueceu o seu interior, caboclo e sertanejo,
tanto que se introduzia na escola dos rezadores e curadores, assinalando a sabedoria
centenária de seus terapeutas populares, sabendo articulá-la com a ciência moderna.
Movido pela compaixão, pelo sofrimento do povo, pela ternura pelos humildes, pela
cólera sagrada contra as injustiças sociais, fundou o Projeto de pesquisa e Extensão na
área de Saúde Comunitária, na Comunidade de Quatro Varas, na Favela do Pirambú,
em Fortaleza-CE (...)
Trecho do prefácio escrito por Leonardo Boff, de seu livro “O índio que vive em mim”
“Nada lhe posso dar que já não exista em você mesmo. Não posso
abrir outro mundo, além daquele que há em sua própria alma. Nada
lhe posso dar a não ser a oportunidade, o impulso, a chave. Eu
ajudarei a tornar visível e isso é tudo.”
Herman Hess
Fundamentação teórica:
“Na Terapia Comunitária, a cura passa pelo resgate das raízes e dos
valores culturais que despertam no homem o valor e o sentido da
pertença.”
Adalberto Barreto
Na T.C. nós afirmamos que é cuidando do outro que cuidamos de nós mesmos.
Não fazemos terapia comunitária para a comunidade, mas fazemos a nossa
terapia com a comunidade. Ouvimos e somos ouvidos. As histórias que
ouvimos nos reenviam à nossa própria história. Passamos a rever nossos
esquemas mentais, a relativizar nossas dificuldades, a nos descobrirmos seres
inacabados e, sobretudo, para não cair na alienação acadêmica, ou armadilhas
do ego. O terapeuta comunitário é um com o grupo e não um para o grupo.
Quando falo de mim, estou ensinando, e quando escuto, estou aprendendo.
Paulo Freire
Então concluímos: a carência gera competência. Por isto se diz que: “minha
primeira escola foi minha família e meu primeiro mestre foi a criança que fui.”
Mas só nos apoderamos disso quando compreendemos e nos aceitamos como
sujeito ativo de nossa história, sem ter vergonha de nossa origem étnica e de
nossos valores culturais. A psicologia já ensina: “Só reconheço no outro aquilo
que conheço em mim” e nos permite compreender que o sofrimento que se
vive é o que anima a restaurar aquilo que já é conhecido.
Baseado na capacidade da ostra, que só produz uma pérola, se for “ferida” por
um grão de areia, concluímos que a pérola é fruto da dor. Este grão de areia,
ou um corpo estranho, ao adentrar na ostra, começa a ser coberto por
camadas e mais camadas de uma substância lustrosa chamada nácar. O final
deste processo, como sabemos, é a formação de uma linda pérola! Por isto, um
questionamento se faz imprescindível: “qual foi minha ferida? E qual é minha
pérola?”
“ A pedra,
Drumond a poetizou.
Não existe pedra no seu caminho que você não possa aproveitá-la
Sem sombras de dúvidas, podemos afirmar que esta prática terapêutica é muito
eficiente na produção de uma alteração no estado de consciência de seus
participantes, uma vez que a T.C. tem como principal característica e condição
primordial para um bom resultado, a reeducação do nosso olhar e postura sobre a
vida, praticando e estimulando um olhar focado na alegria e no entusiasmo.
-Partilhar as alegrias: estimular que falem das coisas boas, das conquistas, das vitórias,
das alegrias, perguntar se tem aniversariantes, e caso tenha, cantar parabéns à ele.
1. Silêncio: saber ouvir, enquanto um fala, todos escutam (evitar conversas paralelas e
possibilitar a escuta ativa).
2. Falar sempre de si: sempre na 1ª pessoa, vim para falar de mim e dos meus
sentimentos. (Possibilitar o autoconhecimento e a ressignificação da própria história
enquanto falo e me escuto).
3. Não dar conselhos, não julgar, não analisar. (Respeito à história e consciência de
cada um e evitar debates e conflitos de opiniões).
4. Recorrer à ditados populares ou canções populares, que tenham a ver com o tema
escolhido no dia. (Importante para descontrair e gravar mensagens significantes).
Terapeuta: Vamos falar agora de nós mesmos, vamos partilhar nossas experiências.
“Quem já viveu algo parecido e como fez para superar?” Neste momento, a pessoa
que acabou de explanar seu problema, se cala, agora ela só vai ouvir. Os demais
falam, cada um em sua vez, como superaram seus problemas diante de uma situação
parecida com aquela vivida pelo primeiro protagonista. Neste momento, acontece a
valorização da história e bagagem de vida de cada, pois ela está dando seu
testemunho de vida, se sentindo valorizada partilhando a sua experiência com os
outros participantes. (Pedagogia de Paulo Freire e Resiliência).
30 pólos formadores
12.500 terapeutas treinados
575.000 rodas de TC realizadas
A roda da terapia
Alivia o coração, o coração
Quando nossa boca fala,
O nosso corpo não adoece não.
Alegria
(Aurora – carnaval)
E as dores caladas?
Referências bibliográficas: