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CAPITULO I: INTRODUÇÃO

1.1. Contextualização

“O desenvolvimento em África está relacionado com a economia informal, visto que a


progressão e importância desta deve-se às sucessivas falhas dos modelos de desenvolvimento
implementados em África. Entre a década 1960 e a primeira metade da década de 1970, os
modelos económicos de desenvolvimento eram baseados na substituição de importações e no
papel motor do Estado. Procurava-se esvaziar o sector informal através da formalização do
informal” (Silva, 2010, p.9).

Os PAE (Programas Ajustamento Estrutural) podiam contribuir para a redução da economia


informal, mas devido às constantes instabilidades políticas e guerras civis e também ao seu
carácter neoliberal, dogmático, imposto pelo FMI, os programas fracassaram e acabaram por
surtir efeitos contrários.

Em Moçambique o sector informal teve maior crescimento nos anos 90 devido a maior
aglomeração dos cidadãos nas cidades, vindos das zonas urbanas devido a guerra dos 16 anos
que assolou este país, até que culminou com a assinatura da paz em 1992.

De acordo com Chivangue (2012), esta situação fez com que o Estado se tornasse incapaz de
empregar o elevado número desses moçambicanos deslocados, agudizando se a crise
económica por falta de rendimento das camadas crescentes.

Com a entrada do PRE, (Programa de Reestruturação Económica) em 1987, logo após a


tomada de posse do então presidente honorário da Frelimo Alberto Joaquim Chissano, que
tinha como objectivo reduzir a queda da economia e promover o desenvolvimento, facto que
veio a falhar devido ao custo de vida que subiu e a desvalorização do metical (Baptista, 2013,
p.34).

É neste âmbito que com a queda do PRE, abre se espaço para o mercado livre, criando deste
modo uma grande avalanche do sector informal em quase todo o país, que foi crescendo ano
pós ano.Assim sendo, o Estado incapaz de satisfazer os cidadãos em alocação de emprego,
para reduzir a tal pobreza, como forma de sobrevivência dos desempregados recorre a
actividade informal, que é um dos geradores de emprego.

Portanto, sem ignorar os pontos negativos do Sector Informal, com este presente monografia,
pretende se mostrar o contributo do sector informal no desenvolvimento económico do
país,caso concreto na cidade de Nampula. Em termos gerais presume-se que o sector informal
contribui para a redução da pobreza, geração de auto-emprego, criação de rendimentos e
acalma eventuais manifestações e revoltas populares, visto que, a economia informal é uma
das fontes de compensação à extrema fraqueza dos salários reais.

1.1. Problematização

“Em Moçambique a economia formal demonstra alguma incapacidade em absorver o factor


trabalho e gerar rendimentos. Essa incapacidade da economia formal esta no géneses do
surgimento do comércio informal, ou seja, pode se dizer que o sector informal surge como
estratégia de sobrevivência dos pobres em resposta a insuficiência do comércio formal ou da
economia formal. Além dessa incapacidade ou insuficiência da economia formal, as
desigualdades sociais, os desequilíbrios, as distorções ou rupturas de mercado e de políticas
desajustadas levaram ao florescer do sector informal em Moçambique.” (Theodoro, 2000, p.
54).

“O sector informal abriga uma grande parcela dos empregos, tanto em países menos
desenvolvidos como em países industrializados, representando 30% - 70% da mão-de-obra
em Moçambique, porém existe uma grande falta de interesses dos órgãos públicos em
investirem nesse sector de actuação” (Mosca, 2010, p.43).

O autor da pesquisa sendo residente na cidade de Nampula, notou que as autoridades locais
vêem o comércio informal como um meio de subsistência para algumas famílias, sendo
igualmente um meio de redução da pobreza e promoção de auto-emprego e arrecadação de
receitas para o Governo local.

Desconsiderar esses aspectos é olhar de maneira absoluta e estigmatizante para um comércio


que, a despeito de qualquer crítica, vem se mantendo e atendendo a demanda da população,
em especial, nas cidades cuja a afluência de determinados produtos ainda se mostra ausente
ou insuficiente para suprir as necessidades dos cidadãos. É diante destas abordagens que,
levantamos a seguinte questão: De que forma o sector informal tem contribuído no
desenvolvimento económico da cidade de Nampula?
1.2. Objectivos

1.2.1. Objectivo Geral

 Analisar a contribuição do sector informal no desenvolvimento económico da cidade


de Nampula;

1.2.2. Objectivos Específicos

 Identificar os mercados que contribuem no desenvolvimento económico da cidade de


Nampula;
 Identificar as formas de contribuição do sector informal no desenvolvimento
económico da cidade de Nampula;
 Determinar o nível de contribuição do sector informal no desenvolvimento económico
da cidade de Nampula.

1.3. Questões da Investigação

 Quais são os principais contribuintes do sector informal que garantem o


desenvolvimento económico da cidade de Nampula?
 Quais são as formas de contribuição do sector informal no desenvolvimento
económico da cidade de Nampula?
 Qual é o nível de contribuição do sector informal no desenvolvimento económico da
cidade de Nampula

1.4. Justificativa

O autor da pesquisa sendo estudante do curso de Economia e Gestão achou pertinente fazer
um estudo com intuito de mostrar o contributo do sector informal no desenvolvimento
económico do país, mas em caso concreto na cidade de Nampula.

Portanto, a pesquisa se faz necessária olhando para o papel que o sector informal tem na
redução da pobreza, promoção do auto-emprego e arrecadação de receitas para o município.
Assim, é importante mostrar que o comércio informal contribui com o sustento da maioria das
famílias que trabalham nesse ramo e também colabora com o desenvolvimento da sociedade,
quando considerado que, a partir do momento que um indivíduo passa a trabalhar, mesmo que
na informalidade, ele deixa de fazer parte dos números de pessoas desempregadas e/ou
desocupadas.
Além disso, justifica-se pela escassez de pesquisas referentes ao tema proposto, com um
estudo mais abrangente e específico sobre o assunto, principalmente mostrando que esse ramo
de actividade possui suas diferenças, mas que oferece vantagem e benefícios considerados
relevantes pelos trabalhadores informais, que são vistos muitas vezes como ilegais. O intuito é
mostrar que grande parte das pessoas entra nesse ramo por opção e não somente pela
necessidade, como muitos pensam.

Há, ainda, a importância pessoal existente: contribuir efectivamente com a sociedade em geral
e principalmente com os trabalhadores informais, mostrando que, a partir dos seus anseios
existentes e através dos seus esforços, esses informais, batalhadores, têm seus sonhos e
desejos alcançados, realizados e conquistados com muita dignidade e perseverança.

1.8. Estrutura da Monografia

A presente monografia apresenta-se com quatro capítulos estruturados da seguinte forma:

No primeiro capítulo é apresentada a introdução, onde se aborda o panorama geral da


pesquisa, seguida da contextualização de problematizaçãoe pergunta de partida, os objectivos
da pesquisa, justificativa da pesquisa para posteriormente apresentar-se as questões de partida,
e a relevância da pesquisa.

O segundo capítulo é dedicado à revisão da literatura. Este capítulo é dedicado à temática


específica deste trabalho: contribuição do sector informal no desenvolvimento económico,
assim é feita uma revisão dos principais conceitos e abordagens sobre o sector informal,
analisando as definições e o contributo de vários autores em relação ao tema.

O terceiro capítulo apresenta os procedimentos metodológicos, que inclui os objectivos do


estudo, o tipo de investigação, as técnicas de recolha de dadose finalmente a população e
participantes e respectivas caracterizações.

O quarto capítulo faz se apresentação e discussão dos dados recolhidos por inquéritos e
entrevistas de uma forma categórica.

O quinto e último capítulo fica a reflexão do autor sobre as conclusões e recomendações do


tema em estudo.
CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA

Neste capítulo, pretende-se definir todas as palavras-chaves do tema e ilustrar de uma forma
directa os autores que já escreveram sobre o mesmo tema ou temas semelhantes e sua
natureza. Os conceitos chaves darão ênfase na compreensão e produção desta monografia no
aspecto teórico.

2.1. Génese de comércio

Historicamente, tem-se o conhecimento que o processo de trocas de produtos foi o início do


desenvolvimento da actividade comercial nas civilizações que se desenvolviam na
antiguidade. E por ser muito antiga, sendo datada desde a antiguidade e praticada em diversos
locais do mundo, por vários povos e civilizações, torna-se bastante difícil definir a partir de
qual momento começou ou foi inventada a actividade comercial.

Segundo Nogueira (2015), o comércio surgiu a partir dos processos de trocas na antiguidade,
quando determinados grupos trocavam suas produções por outras.

O fato é que o surgimento e o crescimento da actividade comercial estão directamente


relacionados ao surgimento e ao grau de prosperidade das próprias cidades, daí ser
caracterizada como uma actividade tipicamente urbana, e logo um importante segmento da
economia, basicamente no mundo todo.

“O comércio permitiu e colaborou com o desenvolvimento da sociedade, ajudando no


desenvolvimento de tecnologias, criação de ferrovias, estradas, portos, pontes e etc. Hoje em
dia, o comércio tem diversas maneiras de vender os produtos: na própria loja, à distância, pela
internet etc. Nos dias actuais, os comerciantes procuram proporcionar aos clientes o maior
conforto possível para que eles façam as suas compras” (Coutinho, 2014, p.56).

De acordo com De Sá Paschoal et al (2013) a informalidade e as nuances de sua definição


devem ser entendidas nos tempos de globalização, a partir da dinâmica da economia global. É
nesse contexto que as relações de trabalho dentro e fora da formalidade mudam, e os desafios
da globalização exigem da Organização Internacional do Trabalho uma resposta que garanta,
acima de tudo, condições decentes de trabalho.
2.2. Natureza do Sector Informal

A literatura testemunha duas abordagens no estudo da economia informal. A primeira é de


carácter puramente económica e ligada às teorias do mercado de trabalho e a segunda é de
natureza socioeconómica e prende-se com os determinantes institucionais e políticos que
configuram este fenómeno.

Segundo Chivangue (2012), é preciso fazer uma distinção conceptual, dentro da economia
informal legítima, entre aquelas actividades ligadas à mera sobrevivência das que possuem
um grande potencial para influenciar positivamente o crescimento. No primeiro encontram-se
agentes com rendimento abaixo do salário mínimo. A pobreza e o desespero pela manutenção
da vida constituem o principal motivo para a existência de tal actividade. A segunda categoria
constituída por micro empresas de pequenos negócios muitas vezes envolve apenas o
proprietário e alguns membros da família.

Na perspectiva do Byiers (2009) estas micro-firmas não gozam de qualquer espécie de


licenciamento e funcionam na forma rudimentar. São estas que têm potencial de florescer e
passar a grandes empresas formais.

“A economia informal resulta de impostos elevados e péssimo bem-estar social,


acrescentando que se trata de um mercado secundário onde ocorrem transacções que
poderiam ser possíveis no formal, mas seriam taxadas, situação que gera a necessidade de
praticar essas operações longe do alcance da lei.” (Chivangue, 2012, p. 34).

O argumento deste autor é consistente segundo o qual muitos proprietários de empresas


informais operam de forma semilegal ou ilegal devido ao ambiente regulatório que é muito
punitivo, desajustado ou simplesmente não existente.

Existe também a perspectiva que associam o surgimento do sector informal ao aumento da


população urbana e da consequente procura pelo emprego, bens e serviços que crescem mais
rapidamente do que a média nacional, a ponto de o mercado laboral formal não conseguir
absorve-los. Além do mais, os anos de ajustamento estrutural e correspondente redução do
emprego na função pública diminuíram as oportunidades nas áreas urbanas, sendo o sector
informal que compensa as falhas do formal.

Na perspectiva de Tokman (2007), a pressão exercida pela força de trabalho excedentária na


procura de emprego, quando este em termos de sector moderno é escasso, constitui a hipótese
explicativa do surgimento do sector informal. Este autor argumenta que o resultado acaba por
ser uma busca de soluções de baixa produtividade e rendimento através da produção e venda
de qualquer coisa que permita aos desempregados sobreviverem. Acrescenta ser a lógica de
sobrevivência o principal factor que leva ao desenvolvimento de actividades informais.

2.3. Sector Informal

A informalidade não é um fenómeno social novo. A título de exemplo, temos actores como
Marx, no século XIX, revela este sector como uma “super população excedente estagnada”.

Segundo Castel (1994), define o sector informal como sendo um sector de produção de bens e
serviços destinados no mercado, legal ou ilegal, que escapa da detenção das estimativas
oficiais e de produto interno bruto.

De acordo com Cacciamali (1983) para facilitar o entendimento do conceito informal,


considera se as formas. A primeira define como informal aqueles trabalhadores sem contrato
de trabalho sendo fora da legislação trabalhista. A segunda designa o sector informal por
resíduo do sector formal, onde se considera informal tudo que não se enquadra na economia
formal.

Numa visão mais moçambicana, o sector informal pode ser visto como um conjunto de
métodos de sobrevivência com um desenvolvimento de um complexo de actividades não
formais.

“O Instituto Nacional de Estatística (INE) define o sector informal em Moçambique como


sendo todas as actividades não registadas, ou registadas apenas no Município, ou junto a
administração Distrital ou local, não possuindo, portanto, a autorização por parte das
autoridades fiscais para exercício da sua actividade e empregando não mais de 10
trabalhadores” (Tembe, 2009, p. 92).

A Organização Mundial dos Trabalhares (OIT-1991) considera o sector informal como sendo
o conjunto de unidades de pequena escala que produzem e distribuem bens e serviços e é
composto essencialmente por produtos independentes e que operam por conta própria e,
empregando mão-de-obra familiar e/ou poucos trabalhadores, funcionando com reduzida e
baixa produtividade, tendo receitas bastantes irregulares.

Segundo a visão dos autores acima, o sector informal pode ser entendido como o conjunto das
actividades à margem da lei, com níveis de produção e organizacionais baixos com finalidade
de geração de auto-emprego para sobrevivência familiar. O sector informal desenvolve várias
actividades e compreende uma variedade de carpinteiros, pedreiros, alfaiates, negociantes,
artesões, bem como cozinheiros e motoristas de Taxi, todos informais, e transforma os
empreendedores em pequenos empresários informais, criativos na medida em que a sua
actividade vai crescendo, sendo que a maior parte das actividades do sector informal são
economicamente eficiente e lucrativo, apesar de pequenas na escala e limitadas por
tecnologias simples, pouco capital e falta de vínculo com o sector formal.

Pode se entender ainda do sector informal como sendo um conjunto de pequenas empresas,
geralmente não licenciadas, caracterizadas pela fácil entrada, propriedade familiar, uso de
recursos locais e tecnologia de trabalho intensivo que não requerem conhecimentos
educacionais formais.

2.4. Ambiente do Comércio Informal

O mercado é o lugar público onde negociantes expõem e vendem seus produtos. E segundo
Francisco (2017), o mercado surgiu como um espaço físico na antiguidade antes da invenção
do dinheiro. Sendo assim, independentemente da existência do dinheiro, é a oferta e a procura
por mercadorias ou serviços que permite a existência do comércio. Logo, o comércio é dito
formal quando sua actividade comercial se realiza através de empresa juridicamente
constituída para tal fim, com registo, razão social e endereço definidos, caso contrário diz-se
comércio informal, quando a sua actividade e realizada sem que haja registos oficiais.

Assim, pode-se dizer que o ambiente do comércio informal se dá através das feiras e
mercados livres, também denominados públicos, das ruas e praças, nos quais os ambulantes
expõem suas mercadorias, e das muitas lojas que ficam às margens desses pontos comerciais
ou até distantes deles, mas que apesar de possuírem uma estrutura mais adequada, para ser um
comércio formal, acabam funcionando também na informalidade.

2.5. Práticas do Comércio Informal

Importa referir queuma das razões da informalidade é o fato de que cada agente procura o
melhor para si, mesmo que isso signifique o não cumprimento das normas trabalhistas.

“Muitos trabalhadores, empresas e famílias escolhem o seu melhor nível de envolvimento


com as normas e instituições públicas, dependendo de sua avaliação dos benefícios líquidos
associados à informalidade e do esforço e capacidade do Estado para fazer cumprir as leis. Ou
seja, eles fazem análises implícitas do custo/benefício de ultrapassar a importante margem
para a formalidade e frequentemente desejam não fazê-lo”.(Perry et al, 2007).

Porém, vale salientar que, nem todos os comerciantes que trabalham na informalidade
entraram nesse ramo em busca de se beneficiar com práticas ilegais. Muitos se viram na
oportunidade de conseguir manter suas famílias com um trabalho que, para eles, é digno e
que, no momento em que mais precisavam, esses lhes seriam propícios. Há também os
aposentados, que escolhem a informalidade pelo fato de não aceitarem ficar desocupados após
cessarem suas carreiras profissionais. E porque não mencionar as pessoas que querem ter seu
próprio negócio e que, como “ponta pé” inicial, começam nessa actividade como um simples
vendedor de qualquer que seja o produto ou serviço, até, de fato, descobrirem com o que
querem empreender.

2.6. Necessidades do Comércio Informal

Para Mendes & Cavedon (2013):

“O comércio popular costuma ser percebido de maneira negativa dentro do contexto


urbano. Todavia, nem sempre essa óptica se mostra como sendo verdadeira, posto que
o comércio popular pode suprir lacunas existentes, seja em relação à gama
diversificada de produtos a serem oferecidos, seja em razão da oferta de mercadorias
ocorrer a preços mais acessíveis a determinadas camadas da população. Desconsiderar
esses aspectos é olhar de maneira absoluta e estigmatizante para um comércio que, a
despeito de qualquer crítica, vem se mantendo e atendendo a demanda da população
(p.46) ”.

O comércio informal necessita de bases que sirvam de apoio e que tenham como objectivo
formalizar o comerciante, mas sem limitar tanto o seu negócio. Leis flexíveis que assegurem o
trabalhador de acordo com suas necessidades e interesses, mesmo ele trabalhando na
informalidade.

De acordo com Evans (2015), muitos preferem a informalidade por falta de informação, mas
muitos também rejeitam porque se formalizar, apesar de ser opção, limita o ganho e isso
acaba sendo um incentivo à informalidade. Os comerciantes se queixam de o faturamento ter
de ser limitado, caso eles resolvam se formalizar, e acabam preferindo ficar trabalhando sem
os benefícios oferecidos pela formalização.
Porem, nem todos os trabalhadores recorrem à informalidade para complementar a renda
familiar, mas a maioria absoluta sobrevive integralmente da prática informal.

2.7. Vantagens do Sector Informal

Sem ignorar os muitos pontos negativos do sector informal, com esta parte desta monografia,
pretende se mostrar algumas características positivas que podem incentivar o investimento
público neste sector.

De acordo com Ernst &Young, (2004), em momentos de crise económica, política, social e
principalmente de subdesenvolvimento económico, a existência e desenvolvimento de redes
informais de comercio, solidariedade são frequentes, constituindo respostas as necessidades
das populações, pelo que não devem ser reprimidas, pois, desempenham um papel
estabilizador da sociedade.

Segundo Mosca (2010) o sector informal contribui para a redução da pobreza, geração de
auto-emprego, criação de rendimentos e acalma eventuais manifestações e revoltas. Defende
ainda que este sector altera o papel da mulher na sociedade e na economia, pois, é a partir do
comércio informal que as mulheres começaram a assumir um papel activo e directo na
integração do mercado.
CAPITULO III: PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

No presente capítulo faz-se menção dos tipos de pesquisa e as diferentes técnicas utilizadas
para a colecta e interpretação dos dados patentes neste trabalho, visto que o pesquisador
seleccionou diferentes instrumentos para realização do mesmo.

3. Metodologia
De um modo geral, metodologia é o conjunto de métodos que um pesquisador/a emprega
numa pesquisa científica.

De acordo Ivala et al (2007):

“Metodologia é o conjunto detalhado e sequencial de métodos e técnicas científicas a


serem executados ao longo da pesquisa, de tal modo que se consiga atingir os
objectivos inicialmente propostos e, ao mesmo tempo, atender aos critérios de menor
custo, maior rapidez e mais confiabilidade de informações” (p.43).

3.1.Tipo de Pesquisa

3.1.1. Quanto à abordagem

Para a materialização da presente pesquisa foi necessárioo uso de uma abordagem qualitativa.
Segundo Gerhardt & Silveira (2009), “a pesquisa qualitativanão se preocupa com
representatividade numérica, mas, sim, com o aprofundamento da compreensão de um grupo
social, de uma organização”.

Assim sendo, a pesquisa tendeu buscar a descrição e a explicação do contributo do comércio


informal no desenvolvimento económico da cidade de Nampula, a partir da percepção dos
participantes da mesma.

“Os pesquisadores que utilizam os métodos qualitativos buscam explicar o porquê das coisas,
exprimindo o que convém ser feito, mas não quantificam os valores e as trocas simbólicas
nem se submetem à prova de fatos, pois os dados analisados são não-métricos (suscitados e de
interacção) e se valem de diferentes abordagens” (Gerhardt & Silveira, 2009, p.32).
3.1.2. Quanto aos objectivos

Nesta monografia quanto ao objectivo foi usado a pesquisa descritiva,pois o estudo procurou
fazer uma análise minuciosa e descritiva acerca da contribuição do comércio informal no
desenvolvimento económico junto aos técnicos do CMCN na área de Mercados e Feiras.

De acordo Gerhardt & Silveira (2009), a pesquisa descritiva exige do investigador uma série
de informações sobre oque deseja pesquisar. Esse tipo de estudo pretende descrever os fatos e
fenómenos dedeterminada realidade. O principal uso deste tipo de pesquisa é definir melhor
uma opinião, atitude ou comportamento de um grupo de pessoas em determinado assunto.

3.1.3. Quanto aos procedimentos

A presente pesquisa é do tipo estudo de caso, visto que, é contextualizado, localizado e


limitado, recaindo o estudo numa situação específica, concretamente, sobre a contribuição do
sector informal no desenvolvimento económico da cidade de Nampula.

Na perspectiva de Gil (1999), o estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e


exaustivo de um ou de poucos objectos, de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e
detalhado.

3.2. Método

Método refere-se a caminhos para se chegar a uma conclusão ou a um determinado fim. De


acordo com Gil (1999), método é como caminho para chegar a determinado fim. E método
científico como conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos adoptados para se atingir o
conhecimento.

No concernente a presente pesquisa recorrer-se-á ao método indutivo, visto que, este método
busca explanar verdades particulares contidas em verdades universais. Vem de um processo
através de levantamentos particulares, que fazem chegar a determinadas conclusões gerais.

3.3. Participantes do Estudo

O objectivo da amostra é de produzir informações aprofundadas e ilustrativas: seja pequena


ou grande, o que importa é que ela seja capaz de produzir novas informações (Deslauriers,
1991, p. 58).
Na presente pesquisa, os participantes foram seleccionados com base no método não
probabilístico intencional, ou seja por conveniência, considerando a informação relevante que
estes podiam fornecer para o estudo.

Portanto, os participantes do presente estudo foram os técnicos do CMCN na área de


Mercados e Feiras num total de 10, cujo objectivo era de perceber as formas de contribuição
do comércio informal no desenvolvimento económico da cidade de Nampula.

3.4. Técnicas de recolha de dados

3.4.2. Observação directa

Segundo Vilelas (2009) a observação consiste no uso sistemático dos nossos sentidos
orientadores para a captação da realidade em estudos, para além de ver e ouvir consiste
também, em examinar os fenómenos em estudo.

Esta técnica permitira observar para onde é canalizada as taxas de mercado cobradas aos
comerciantes informais, com vista a perceber as formas e o nível de contribuição do comércio
informal no desenvolvimento económico da cidade de Nampula.

3.4.3. Entrevista

A entrevista é, portanto, uma forma de interrogação social. Trata-se, Segundo Gil (1991) uma
técnica em que o investigador se apresenta frente a frente do investigado e lhe fórmula
perguntas com o objectivo de obtenção dos dados que interessam a investigação.

A presente monografia baseou-se numa entrevista semi-estruturada que, conforme Gerhardt &
Silveira (2009), o pesquisador organiza um conjunto de questões (roteiro) sobre o tema
queestá sendo estudado, mas permite, e às vezes até incentiva, que o entrevistado fale
livrementesobre assuntos que vão surgindo como desdobramentos do tema principal. No
presente trabalho a entrevista foi feita aos técnicos do CMCN na área de Mercados e Feiras.

3.5. Técnicas de Análise de Dados

A técnica de análise de dados adoptada para apresentação e interpretação dos mesmos é a


análise de conteúdos obtidos das entrevistas, e da observação feita no terreno.
3.6. Descrição do local da Investigação

A cidade de Nampula é a mais populacional da província com o mesmo nome e fundamental


corredor de desenvolvimento da região nortenha de Moçambique, região em que, esta cidade
vem edificando relações de trocas comerciais, sociais e culturais. Encontra-se na terceira
posição como uma das cidades mais grandes do país seguindo cidade da beira e Maputo, mas
também é conhecida como capital da zona norte.

“A cidade de Nampula situa-se aproximadamente, no centro do espaço geográfico do distrito


que leva o mesmo nome (distrito de Nampula), um pouco deslocado para NE, e ocupa uma
área de 404 km. De este para o Oeste tem uma extensão de 24,5km, entre os meridianos de
39° 23´ 28´ e 39° 10´ 00´ Este. No sentido N-S estende-se por 20,25km, desde a barragem do
rio Monapo, a uma latitude de 15° 01, 35´S, até ao riacho Muepelume, no paralelo 15° 13´
15´S”. (Araújo, 2003, p.210).

De acordo com Lopes (1995), fundamenta que “a cidade de Nampula encontra-se rodeado
taxativamente pelo distrito de Nampula, pelo qual ocupa uma posição sensivelmente central”.

 Norte, o Rio Monapo, que separa do Posto Administrativo de Rapale;


 Oeste, os Postos Administrativos de Rapale, Namaita e Anchilo,
 Sul e Este, ainda pelo Posto Administrativo de Anchilo.

3.6.1. Divisão Administrativa da Cidade de Nampula

“A cidade está organizada em 6 (seis) posto administrativos urbanos que estes por sua vez são
compostos por 18 (dezoito) bairros, consoante a exposição da tabela abaixo. O posto
administrativo central constitui a cidade de cimento, com 6 (seis) bairros pequenos, alem
disso, a distribuição administrativa é de maneira radical e em cada bairro estende-se o limite
do posto administrativo central que faz limite com o distrito de Nampula. Portanto, qualquer
um destes bairros tem uma parte com características suburbanas e a outra parte com
características rurais”. (Lopes, 1995, p.6).

Tabela 1 - Divisão administrativa da cidade de Nampula

NUMERO POSTO BAIRRO


1 Central Bombeiros, 25 de Setembro, 1o de Maio,
Limoeiro, Liberdade e Militar
2 Muhala Muhala, Namutequeliua e Muahivire
3 Muatala Muata e Mutuanha
4 Natikire Marrere, Natikere e Murrapaniua
5 Napipine Napipine e Carrupeia
6 Namicopo Namicopo e MutaveRex

3.7. Considerações Éticas do Trabalho

Assim, com o intuito de assegurar o anonimato, preservando a identidade dos que forneceram
qualquer informação durante o estudo foram atribuídos certos códigos:

 CMCN: Conselho Municipal da Cidade de Nampula;


 TAMF: Técnicos da Área de Mercados e Feiras
CAPÍTULO IV: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS

No presente capítulo, faz-se a análise e interpretação de dados, a partir das entrevistas


submetidasaos técnicos do município da cidade de Nampula, concretamente na Área de
Mercados e Feiras.

Segundo Gil (1999):

A análise e interpretação de dados é a fase seguir a recolha de dados. Estes dois


processos apesar de conceitualmente aparecem sempre estreitamente relacionados. A
analise tem por objectivo organizar e sumarizar os dados de forma a possibilitar o
fornecimento de respostas ao problema, enquanto a interpretação tem como objectivo
procurar o sentido mais amplo das respostas, o que e feito sua ligação e outros
conhecimentos anteriormente adquiridos (p. 166).

Assim sendo, os dados foram agrupados baseando-se nas questões norteadoras e auxiliares
realizadas aos elementos participantes no estudo e as suas respectivas respostas foram
apresentadas em formato de texto corrido tendo em conta a natureza das questões.

4.1. Principais mercados informais da cidade de Nampula

Nesta categoria o propósito é identificar os principais mercados informais da cidade de


Nampula e as suas respectivas características a partir das questões colocadas aos técnicos do
CMCN na Área de Mercados e Feiras.

Quais são os principais mercados informais da cidade de Nampula?

Segundo os TAMF, “os principais mercados informais da cidade de Nampula são: Mercado
Bombeiros, Mercado Belenenses, Mercado Aresta, Mercado Cavalaria, Mercado CFM,
Mercado Faina, Mercado Matadouro, Mercado Memoria, Mercado Poetas e Mercado
Muahivire”.

Como se caracterizam os mercados informais da cidade de Nampula?

Segundo os TAMF3,4,7, “os mercados informais na cidade de Nampula são caracterizados


pela existência de vendedores que não estão devidamente credenciados pelo município para
praticaram as suas actividades.
E de acordo com os TAMF 1,2,5,9,10, “os mercados informais da cidade de Nampula são
caracterizados pela existência de infra-estruturas de matérias precários, notabiliza-se
também pelo depósito inadequado dos resíduos sólidos que consequentemente põem em
causa a saúde pública”.

Para os TAMF6,8 “o saneamento do meio é precário, visto que, os clientes têm reclamado da
existência de águas negras próximo dos locais onde vendem os produtos e que em algum
momento põe em causa os produtos que são comercializados nestes mercados”.

Com base nas ideias acima referenciadas, podemos concluir que os mercados informais da
Cidade Nampula não reúnem um ambiente são e saudável para a comercialização dos
produtos, porque nota-se que os mercados apresentam infra-estruturas e saneamento do meio
precário, mas também os vendedores assim como os compradores depositam o lixo em locais
inadequados.

4.2. Formas de Contribuição do sector informal

Nesta categoria o principal objectivo é analisar as formas de contribuição do sector informal


no desenvolvimento económico da cidade de Nampula, isto é, em termos económicos e
sociais.

De que forma o comércio informal contribui para o desenvolvimento da cidade de


Nampula (Isto em termos económicos e sociais)?

Segundo os TAMF5,10“o comércio informal contribui para o desenvolvimento da cidade na


medida em que ajuda na reabilitação de vias de acesso, no pagamento de salários dos
funcionários do município e na concretização de alguns programas do município no geral”

Segundo os TAMF6,7, “o comércio informal contribui sim no desenvolvimento económico da


nossa urbe, visto que, ajuda-nos na compra de combustíveis para os meios de transportes que
fazem a recolha dos resíduos sólidos dentro da cidade, ajudam igualmente na compra de
alguns contentores de lixo para podermos suprir aquilo que são as necessidade dos bairros
da cidade”.

Os TAMF2,3,8,9, afirmaram que “que as taxas arrecadadas diariamente pelo município aos
comerciantes informais, contribuem para a realização do município em caso de
investimentos, reabilitação das estradas que estejam danificadas e abertura de novos
mercados”.
De acordo os TAMF1,4 “as taxas arrecadadas diariamente pelo município aos comerciantes
informais, ajudam o município em termos económicos, pois, as taxas cobradas neste sector
servem para por em prática vários planos traçados pelo município e em termos sociais esta
sector de actividade oferece emprego a população desempregada, ajuda na construção de
locais de lazer, assim como locais para a pratica de desporto”.

Os argumentos acima mencionados, demostram que o comércio informal contribui em termos


económicos e sociais para o desenvolvimento da cidade de Nampula, visto que, os ganhos que
o município arrecada neste sector com a cobrança de taxas diárias, ajudam na materialização
dos programas esboçados pelo município. E em termos sociais este sector oferece postos de
trabalho as pessoas desempregadas, pois, em Moçambique vive-se um cenário de baixa oferta
de emprego formal, e o informal aparece para suprir as lacunas do formal.

Que taxas o município cobra aos comerciantes?

Para esta questão, todos os TAMF foram unânimes em afirmar o seguinte,“as taxas que o
município cobra aos comerciantes são denominadas taxas de mercado e são cobrados
diariamente num valor de 10mt”.

Qual é a contribuição destas taxas para o desenvolvimento local?

Para esta questão, os TAMF foram unânimes em afirmar o seguinte: “o sector informal ao
contribuir para a angariação de receitas para os cofres do município, esta contribuindo para
o melhoramento da vida da população e evidentemente o desenvolvimento local, pois o valor
que é arrecadado deste sector serve para o investimento da cidade em termos de infra-
estruturas”.

De acordo com o pensamento acima mencionado, as taxas cobradas aos comerciantes


informais contribuem para o desenvolvimento local, visto que, este valor é direccionado ao
investimento do município em termos de infra-estruturas económicas e sócias.

.4.3. Nível de contribuição do sector informal

Nesta categoria pretendíamos perceber o nível de contribuição destes mercados informais para
o desenvolvimento económico e avaliar a contribuição dos mesmos no desenvolvimento
económico da cidade de Nampula.
Qual é o nível de contribuição dos mercados para o desenvolvimento económico da
cidade?

De acordo com os TAMF2,3,6,8,9,10 “o nível de contribuição é maior porque temos mais


comerciantes informais em detrimento dos comerciantes formais, visto que, o município
arrecada mais receitas nos mercados informais em detrimento dos mercados formais”.

E os TAMF1,4,5,7 sustentam o seguinte: “o nível de contribuição dos mercados para o


desenvolvimento económico da cidade é satisfatório na medida em que este sector de
actividade é o que mais contribui para a estabilidade económica do município”.

Nesta ordem de ideias, concluímos que o nível de contribuição dos mercados informais para o
desenvolvimento económico da cidade é aceitável, ou seja, satisfatório, porque mostra ser
uma das principais fontes de arrecadação de receitas para os cofres do município, que por sua
vez estas ajudam para a materialização dos planos municipais tanto a curto, médio e longo
prazo.

Como avalia a contribuição do comércio informal no desenvolvimento económico da


cidade de Nampula?

Segundo os TAMF4,7,8, afirmam o seguinte: “avaliamos positivamente porque, as taxa


cobradas nestes mercados diariamente, ajudam-nos a abrir novos mercados, a executar
novas actividades e abastecer as nossas viaturas para a remoção dos resíduos sólidos que
estão alocados nos mercados”.

De acordo os TAMF2,3,6,10 “a contribuição do comércio informal no desenvolvimento


económico da cidade é positivo, visto que as taxas cobradas aos comerciantes informais é
direccionada aos investimentos de infra-estruturas, tais como: construção de novos
mercados, reabilitação dos mercados já existentes que estejam em estado de degradação,
reabilitação de vias de acesso, construção e reabilitação dos locais de lazeres, alocação de
mais contentores para suprir as necessidades da urbe”.

E para os TAMF1,5,9 “a contribuição dos mercados informais é positiva, apesar de existirem


alguns aspectos a melhorar, tais como: o saneamento do meio, as infra-estruturas, alocação
de mais contentores para o depósito do lixo e construção de mais sanitários públicos para
atender a demanda dos mercados”.
Como podemos observar nos argumentos acima, as autoridades municipais reconhecem o
papel decisivo do sector informal no desenvolvimento económico da cidade de Nampula.

Outrossim, peso embora haja o reconhecimento da contribuição dos mercados informais por
parte das autoridades municipais, existem aspectos por melhorar, nomeadamente: o município
necessita de promover campanhas ambientais nestes mercados informais de forma a incutir
nos comerciantes boas práticas de higiene, visto que, um dos factores que contribui para a
deposição inadequada dos resíduos sólidos e a concentração de águas negras próximo aos
locais onde desenvolvem as suas actividades seja a falta de consciência ambiental.
V. CONCLUSÃO E SUGESTÕES

5.1. Conclusão

Em função com as ilações referenciada no capítulo de análise e discussão de dados,


conjugados com os objectivos específicos da pesquisa, podemos inferir que o comércio
informal contribui em termos económicos e sociais para o desenvolvimento da cidade de
Nampula, visto que, os ganhos que o município arrecada neste sector com a cobrança de taxas
diárias, ajudam na materialização dos programas esboçados pelo município. E em termos
sociais este sector oferece postos de trabalho as pessoas desempregadas, pois, em
Moçambique vive-se um cenário de baixa oferta de emprego formal, e o informal aparece
para suprir as lacunas do formal.

Concluímos de igual modo, que o nível de contribuição dos mercados informais para o
desenvolvimento económico da cidade é aceitável, ou seja, satisfatório, porque mostra ser
uma das principais fontes de arrecadação de receitas para os cofres do Município, que por sua
vez estas ajudam para a materialização dos planos municipais tanto a curto, médio e longo
prazo.

Portanto, as autoridades municipais reconhecem o papel decisivo do sector informal no


desenvolvimento económico da cidade de Nampula, apesar de existirem alguns aspectos a
melhorar, tais como: o saneamento do meio dos mercados e as suas infra-estruturas são
precárias, os comerciantes assim como os cobradores depositam o seu lixo em locais
inadequados, ou seja, fora dos contentores alocados pelo município nos mercados.

Assim sendo, o município necessita de promover campanhas ambientais nestes mercados


informais de forma a incutir nos comerciantes boas práticas de higiene, visto que, um dos
factores que contribui para a deposição inadequada dos resíduos sólidos e a concentração de
águas negras próximo aos locais onde desenvolvem as suas actividades seja a falta de
consciência ambiental.

Contudo, espera-se que essa pesquisa possa servir de base e fundamentos para que se
construam novas constatações sobre o sector informal, pois a mesma mostrou resultados
claros sobre a contribuição do sector informal no desenvolvimento económico da cidade de
Nampula, partindo dos pressupostos que foram esclarecidos nesta monografia.
5.2. Sugestões

Tendo em atenção tudo quanto referimo-nos nesta pesquisa, particularmente face à


contribuição do comércio informal no desenvolvimento económico da cidade, sugerimos o
seguinte:

O município necessita de promover campanhas ambientais através de palestras nos mercados


informais de forma a incutir nas comerciantes boas práticas de higiene, ou seja, a consciência
ambiental;

Recomenda-se de igual modo que o Estado crie mecânismos, tanto legais, de


monitorização bem como de diálogo entre as partes por forma a incluir e conferir o seu
espaço ao comércio informal, dado o papel que joga de “salvador” para o consumo em certas
zonas ou locais distantes da concentração de comerciantes, como também na saída que ela
constitui para o grande problema que a economia não consegue resolver que é o desemprego
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Apêndices

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