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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Raul António Raul


Código: 708208233

Nampula Julho de 2021


Universidade Católica de Moçambique
Instituto de Educação à Distância

Raul António Raul

Código: 708208233

Trabalho de carácter avaliativo, apresentado ao


departamento de Ensino à Distância, cadeira de
Psicologia de Desenvolvimento, 2o Grupo, Curso de
Ensino de Educação Física 2o ano, Turma: B.

Docente:____________________.

Nampula Julho de 2021


Dedicatória

______________________________________________________________________

Este trabalho dedico a:

Memória do meu querido _________________________________________

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Agradecimentos
Os meus agradecimentos vão para os meus queridos pais por me terem nascido, educado com
todo carinho e amor, consolidação e formação da minha personalidade, sem esquecer também
dos amigos e colegas do trabalho que me deram apoio no processo de aprendizagem.

Aos meus docentes, pela paciência, orientações metodológicas e direccionamento das obras
preferências para efetivação das pesquisas, e todos os colegas, do curso de Ensino de Educação
Física da Universidade Católica de Nampula, por não terem poupado esforços para que esta
monografia se tornasse realidade.

A todos que directa ou indirectamente contribuem para o sucesso dos meus estudos.

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Índice

Dedicatória...................................................................................................................................3

Agradecimentos...........................................................................................................................4

Introdução....................................................................................................................................6

Principais cuidados nos processos de desenvolvimento humano, físico, social, moral e


afectivo.........................................................................................................................................7

Factores que influenciam no desenvolvimento humano..............................................................7

Aspectos do desenvolvimento Humano.......................................................................................8

Aprendizagem social na adolescência..........................................................................................9

Conclusão...................................................................................................................................12

Bibliografia................................................................................................................................13

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Introdução
O presente trabalho aborda sobre Principais cuidados nos processos de desenvolvimento
humano, físico, social, moral e afectivo, assim como a aprendizagem social nos adolescentes. No
entanto, faremos uma abordagem teórica de alguns autores que abordam sobre a questão do
desenvolvimento humano e posteriormente das competências sócias da aprendizagem na
adolescência. Nesse sentido esperamos que com o presente trabalho possamos aprender mais e
melhor em relação ao processo de desenvolvimento humano e como esse processo influi na
aprendizagem dos alunos. Contudo, o presente trabalho encontrasse estruturado em: introdução,
desenvolvimento, conclusão e bibliografia.

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Principais cuidados nos processos de desenvolvimento humano, físico, social, moral e
afectivo.
O desenvolvimento humano refere-se ao desenvolvimento mental e ao crescimento orgânico. O
desenvolvimento mental é uma construção contínua, que se caracteriza pelo aparecimento
gradativo de estruturas mentais. Estas são formas de organização da actividade mental que se vão
aperfeiçoando e solidificando até o momento em que todas elas, estando plenamente
desenvolvidas, caracterizarão um estado de equilíbrio superior quanto aos aspectos da
inteligência, vida afectiva e relações sociais.

Algumas dessas estruturas mentais permanecem ao longo de toda a vida. Por exemplo, a
motivação está sempre presente como desencadeadora da acção, seja por necessidades
fisiológicas, seja por necessidades afectivas ou intelectuais. Essas estruturas mentais que
permanecem garantem a continuidade do desenvolvimento. Outras estruturas são substituídas a
cada nova fase da vida do indivíduo. Por exemplo, a moral da obediência da criança pequena é
substituída pela autonomia moral do adolescente ou, outro exemplo, a noção de que o objecto
existe só quando a criança o vê (antes dos 2 anos) é substituída, posteriormente, pela capacidade
de atribuir ao objecto sua conservação, mesmo quando ele não está presente no seu campo
visual.

Factores que influenciam no desenvolvimento humano


Vários factores indissociados e em permanente interacção afectam todos os aspectos do
desenvolvimento. São eles:

 Hereditariedade — a carga genética estabelece o potencial do indivíduo, que pode ou não


desenvolver-se. Existem pesquisas que comprovam os aspectos genéticos da inteligência.
No entanto, a inteligência pode desenvolver-se aquém ou além do seu potencial,
dependendo das condições do meio que encontra.
 Crescimento orgânico — refere-se ao aspecto físico. O aumento de altura e a
estabilização do esqueleto permitem ao indivíduo comportamentos e um domínio do
mundo que antes não existiam. Pense nas possibilidades de descobertas de uma criança,
quando começa a engatinhar e depois a andar, em relação a quando esta criança estava no
berço com alguns dias de vida.

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 Maturação neurofisiológica — é o que torna possível determinado padrão de
comportamento. A alfabetização das crianças, por exemplo, depende dessa maturação.
Para segurar o lápis e manejá-lo como nós, é necessário um desenvolvimento neurológico
que a criança de 2, 3 anos não tem. Observe como ela segura o lápis.
 Meio — o conjunto de influências e estimulações ambientais altera os padrões de
comportamento do indivíduo. Por exemplo, se a estimulação verbal for muito intensa,
uma criança de 3 anos pode ter um repertório verbal muito maior do que a média das
crianças de sua idade, mas, ao mesmo tempo, pode não subir e descer com facilidade uma
escada, porque esta situação pode não ter feito parte de sua experiência de vida.

Aspectos do desenvolvimento Humano


As teorias estudam o desenvolvimento dando ênfase a algum destes aspectos, mas devemos
considerar que o crescer humano supõe que estes aspectos não se separam. Piaget estudou o
desenvolvimento a partir da intelectualidade, Vigotski estudou a partir da socialização enquanto
Freud estudou a partir do aspecto afectivo-emocional.

No entanto com base nesses autores, o desenvolvimento humano deve ser entendido como uma
globalidade, mas, para efeito de estudo, tem sido abordado a partir de quatro aspectos básicos:

Aspecto físico-motor — refere-se ao crescimento orgânico, à maturação neurofisiológica, à


capacidade de manipulação de objectos e de exercício do próprio corpo. Exemplo: a criança leva
a Chupeta à boca ou consegue tomar a mamadeira sozinha, por volta dos 7 meses, porque já
coordena os movimentos das mãos.

Aspecto intelectual — é a capacidade de pensamento, raciocínio. Por exemplo, a criança de 2


anos que usa um cabo de vassoura para puxar um brinquedo que está em baixo de um móvel ou o
jovem que planeja seus gastos a partir de sua mesada ou salário.

Aspecto afectivo-emocional — é o modo particular de o indivíduo integrar as suas experiências.


É o sentir. A sexualidade faz parte desse aspecto. Exemplos: a vergonha que sentimos em
algumas situações, o medo em outras, a alegria de rever um amigo querido.

Aspecto social — é a maneira como o indivíduo reage diante das situações que envolvem outras
pessoas. Por exemplo, em um grupo de crianças, no parque, é possível observar algumas que

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espontaneamente buscam outras para brincar, e algumas que permanecem sozinhas. Se
analisarmos melhor cada um desses exemplos, vamos descobrir que todos os outros aspectos
estão presentes em cada um dos casos. E é sempre assim. Não é possível encontrar um exemplo
“puro”, porque todos estes aspectos relacionam-se permanentemente. Por exemplo, uma criança
tem dificuldades de aprendizagem, repete o ano, vai-se tornando cada vez mais “tímida” ou
“agressiva”, com poucos amigos e, um dia, descobre-se que as dificuldades tinham origem em
uma deficiência auditiva. Quando isso é corrigido, todo o quadro revertesse. A história pode,
também, não ter um final feliz, se os danos forem graves.

Todas as teorias do desenvolvimento humano partem do pressuposto de que esses quatro


aspectos são indissociados, mas elas podem enfatizar aspectos diferentes, isto é, estudar o
desenvolvimento global a partir da ênfase em um dos aspectos. A Psicanálise, por exemplo,
estuda o desenvolvimento a partir do aspecto afectivo-emocional, isto é, do desenvolvimento da
sexualidade. Jean Piaget enfatiza o desenvolvimento intelectual.

Aprendizagem social na adolescência


Segundo este modelo, grande parte das habilidades sociais é aprendida através de experiências
interpessoais, ou seja, através da observação do desempenho dos outros, num processo de
assimilação mental dos modelos bem-sucedidos (BANDURA: 1977).

No entanto, as noções básicas sobre aprendizagem através da observação de modelos foram


amplamente incorporados aos objectivos das intervenções em treino de aptidões sociais
(aquisição de aptidões através de observação do comportamento do outro e de si próprio,
imitação e desenvolvimento de processos cognitivos facilitadores) e aos procedimentos
utilizados nesses programas (reprodução de modelos, análise e auto-avaliação do próprio
desempenho e previsão de consequências prováveis para diferentes comportamentos).

Neste processo de desenvolvimento Golemam (cit. por Coslin, 2009) o adolescente questiona-se
sobre a sua identidade e a sua existência. O facto de se encontrar cognitivamente nas operações
formais (Piaget, citado em Oliveira, 2003) permite que tudo seja questionado, ou colocado em
causa, o mundo dos adultos, sejam estes os pais, professores, elementos da escola ou todo o que
se lhe apresenta como autoridade.

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Nesta construção de identidade, o adolescente procura sentir-se bem com o seu corpo, com as
suas emoções e desenvolvimento intelectual procurando simultaneamente ser reconhecido pelas
pessoas que são significativas na sua vida (Jardin, 2002). Este processo pode originar conflitos
que decorrem da dificuldade de compreender a sua identidade, o que por si requer um maior
esforço de adaptação a tudo o que o rodeia.

Para Freud, a puberdade (estádio genital) dá-se entre os 13 e os 18 anos. Nesta etapa, o
adolescente reexamina a sua identidade e os papéis que deverá ocupar. Para Erikson, o período
dos 12 aos 18 anos corresponde à quinta fase – identidade versus confusão de identidade. Nesse
sentido, O autor sugere que estão envolvidas duas identidades, a sexual e a ocupacional. O que
deve emergir deste período é um senso de integridade do eu, do que se deseja ser ou fazer e um
papel sexual adequado. O adolescente tenta integrar tudo o que aprendeu sobre si próprio de
modo a que faça sentido entre o seu passado e o presente; a partir daqui o jovem prepara o futuro
ao mesmo tempo que desenvolve o seu sentido de identidade (DIAS: 1996).

Todas as fases de vida são construídas socialmente e a da adolescência é marcada por uma certa
instabilidade porque o adolescente toma consciência das alterações que ocorrem no seu corpo,
estas geram um ciclo de desorganização e reorganização do seu sistema psíquico e social.

Como refere Pais (1996), este esforço torna-se efectivamente mais necessário e premente, pois o
adolescente tem de se ajustar emocionalmente ao que lhe é apresentando no seio familiar, na
escola, com os pares ou na relação com os diferentes gentes culturais e na sociedade em geral.

Neste processo, refere Erikson (cit. por Coslin: 2009), o adolescente, para adquirir a sua
identidade, considera que a sua tarefa principal é diferenciar-se dos seus pais e tende a assumir
comportamentos que o identifiquem com os seus pares ou que os distinguem, esta distinção
poderá desenvolver no adolescente um autoconceito que afecte o seu bem-estar psicológico
(FERNANDES: 2007).

Nesse sentido, Goleman (2009) refere a importância de os alunos aprenderem a lidar com a
frustração, a angústias e os medos. Aprender a conviver, a negociar com os pares e os
professores desenvolve alunos capazes de participar no seu processo de aprendizagem. Saber
como as emoções se manifestam facilita a aquisição de estratégias e competências emocionais.

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Com base nisso, os alunos mais adaptados demonstram emoções positivas, como o entusiasmo,
interesse, optimismo, curiosidade e são mais empáticos para com os colegas. Do mesmo modo,
crianças que são capazes de expressar as suas emoções possuem um autoconceito mais seguro
das suas capacidades de aprendizagem, possuem um sentimento geral de competência,
evidenciam comportamentos de interesse e motivação para as tarefas escolares. O que permite
obter melhor desempenho escolar e reforça a sua auto-estima.

Num estudo desenvolvido por Mota e Matos (2010) com crianças institucionalizadas, observou-
se que adolescentes menos defensivos tinham maior disponibilidade emocional na relação com
os adultos e com os seus pares, eram mais capazes de expressar as suas ideias e sentimentos e
envolviam-se de forma empática com os outros desenvolvendo, por isso, as suas competências
sociais, observando-se o oposto nos jovens com baixo autocontrolo que revelaram ser mais
vulneráveis e desajustados.

No entanto, pode-se observar que a aprendizagem social enfatiza a modelagem das reacções
emocionais dos outros. Esta aprendizagem diz respeito às relações interpessoais que o aluno
estabelece. Se não se criar empatia entre o aluno e o professor, se não se constituírem laços de
amizade e confiança, potenciamos determinados comportamentos como a timidez, a inibição, a
falta de autoconfiança. Estes comportamentos repercutem-se de forma negativa.

Os estudantes que tinham mais amigos mostravam melhor ajuste social e académico. Os pares
são um suporte para o desenvolvimento académico e bem-estar emocional dos alunos, tendo
implicações para o envolvimento no contexto escolar (Machado et al: 2008). Assim, as
competências de auto-regulação estão subjacentes a grande parte dos comportamentos e atributos
associados ao sucesso na adaptação à escola.

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Conclusão
Contudo, concluímos que o desenvolvimento humano é um processo complexo de
transformação contínua, dinâmica e progressiva que começa com a vida, isto é, na concepção, e a
acompanha, sendo agente de modificações e aquisições. No entanto, este processo ocorre durante
todo o ciclo vital, por meio da interacção entre as características biológicas individuais
(crescimento e maturação) com o meio ambiente e que diversos factores indissociáveis e em
contínua interacção afectam todos os aspectos do desenvolvimento, hereditariedade, Crescimento
orgânico, maturação neurofisiológica e meio, no que tange a aprendizagem social na
adolescência nota-se também que ela depende de vários factores mas que é necessário que a
interacção com os outros indivíduos é um princípio básico da aprendizagem social. Levando isso
em consideração, é altamente indicado realizar trabalhos em grupo na sala de aula e incentivar a
colaboração dos alunos para que troquem ideias e experiências.

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Bibliografia
BANDURA, A. (1977) – Social learning theory, New Jersey, Prentice- Hall Inc.

COSLIN, Pierre G. (2009). Psicologia do Adolescente. Lisboa: Instituto Piaget.

DIAS, M. G. F. (1996), Tarefas Desenvolvimentais e Bem - Estar Psicológico dos Jovens -


Dissertação de Doutoramento. Porto: Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação.

FERNANDES, H. (2007). O Bem-estar psicológico em adolescentes, uma abordagem centrada


no florescimento humano. Tese de Doutoramento em Educação. Vila Real: Universidade de
Trás-os-Montes e Alto Douro.

GOLEMAN, D. (2009). Inteligência Emocional. Lisboa: Circulo de Leitores, 13ª ed..

JARDIN, M. (2002). Juventude! Que futuro neste mundo imprevisível e de incertezas? Ansiosa?
Depressiva?... Como prevenir. Badajos: Universidad de Extremadura, Departamento de
Psicología y Siciología de la Educatíon.

MACHADO, P. et al. (2008). Relações entre o conhecimento das emoções, as competências


académicas, as competências sociais e a aceitação entre pares. Análise Psicológica, 3 (XXVI),
463-478.

MOTA, C. P. & Matos, P. M. (2010). Adolescentes institucionalizados: O papel das figuras


significativas na predição da assertividade, empatia e autocontrolo. Análise Psicológica, 2
(XXVIII): 245-254.

OLIVEIRA, A. (2003). A Melodia e o sentido da vida na idade das emoções, representações


sociais da morte, do suicídio e da música na adolescência. Lisboa: Instituto Superior de Ciências
do trabalho e da Empresa.

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