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Espaços educativos
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Índice
Introdução, objetivos e conteúdos 3
9. Material educativo 24
Bibliografia e webgrafia
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Introdução
O presente manual foi elaborado como instrumento de apoio à UFCD nº 10651 - Espaços
socioeducativos - de acordo com o Catálogo Nacional de Qualificações.
Objetivos
- Identificar as mudanças na sociedade portuguesa que levam à necessidade de criar espaços
socioeducativos.
- Distinguir espaço pedagógico de espaço socioeducativo.
- Organizar um espaço socioeducativo de acordo com as características do grupo e do contexto
e normas de segurança aplicáveis.
- Reconhecer a organização do ambiente educativo como suporte do desenvolvimento
curricular.
Conteúdos
- Alterações na sociedade portuguesa
. Alteração na composição dos sectores produtivos e na distribuição da população ativa
. Crescente feminização do trabalho por razões económicas e sociais
. Crescente independência da mulher do ponto de vista económico e afetivo
. Novas formas de família
- Conceito de espaço educativo
- Conceito de espaço socioeducativo
- Conceito de animação socioeducativa
- Abordagem às características das crianças e dos jovens em função da faixa etária, para garantir
espaços seguros e promotores de bem-estar
- Organização do ambiente educativo
. Organização do/s grupo/s,
. Organização do espaço
- Funcionalidade e adequação do espaço interior e exterior
- Área totalmente aberta
- Áreas acolhedoras e reservadas
- Ateliers
- Espaço exterior
. Adequação às necessidades e evolução do grupo
. Organização do tempo
- Critérios para a escolha de equipamento adequado
. Seguro
. Funcional
. Qualidade estética
. Adequação ao nível etário
. Resistência
. Multiplicidade de utilizações
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. Valorização de materiais naturais
. Utilização de materiais recicláveis
- Critérios para a escolha de materiais
. Funcionalidade
. Versatilidade
. Durabilidade
. Segurança
. Valor estético
. Igualdade de género
. Normas de segurança
. Rico e variado
. Polivalente
. Resistente
. Estimulante e agradável à vista e ao tato
. Acessível
. Manufaturado e/ ou feito pelas crianças ou jovens
- Material educativo
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1. Alterações na sociedade portuguesa
Os setores de atividade são um conjunto de atividade exercidas pela população, que produzem
bens e/ou serviços:
. setor terciário é constituído pelas atividades que proporcionam à sociedade uma enorme
quantidade de serviços como o comércio, os transportes, a saúde, a educação, as finanças e
outras profissões liberais, as quais são necessárias aos sectores anteriores; forte expansão
dos serviços (Tagus Parque, Lagoas Parque…) e Turismo.
Taxa de atividade
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Os homens têm trabalhado em maior número do que as mulheres. Em 1970 a percentagem de
homens era bem maior que a de mulheres mas em 2006, a percentagem de homens e
mulheres já era quase igual. Este aumento de percentagem das mulheres que fazem
parte da população ativa deve-se à feminização do mercado de trabalho.
Causas
- Turismo;
- Melhoria do nível de vida;
- Aumento do poder de compra;
- Crescimento das cidades;
- Estado providência;
- Ensino obrigatório;
- Disputa entre as empresas (internacionais).
Consequências
- Evolução da Economia;
- Pouca atividade nos outros setores;
- Progresso tecnológico;
- Desenvolvimento do Turismo;
- Poluição.
Nos primórdios da divisão social do trabalho, tanto a mulher livre quanto a mulher escrava
tinham o seu espaço de trabalho pertencente à esfera doméstica, pois eram responsáveis pela
manutenção, subsistência e reprodução.
A inserção da mulher na grande indústria, ou seja, a divisão do valor da força de trabalho, rebaixa
o valor masculino.
Foi com o advento do capitalismo e da grande indústria, segundo Engels que o caminho da
produção social abriu-se novamente para o contingente proletário.
Mas o fez de modo excludente, uma vez que a mulher restrita aos seus deveres familiares
ficava excluída do trabalho social e da condição de assalariamento.
Portanto com o surgimento da Revolução Industrial e o advento do capitalismo, pode-se dizer que
o capital utilizou-se da mulher no mundo do trabalho, o que acarretou significados distintos.
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Desde a década de 1960, do Norte ao Sul da Europa assistimos a um crescimento espetacular da
atividade feminina.
À medida que a mulher se torna assalariada, ela tem a possibilidade de lutar. É muito importante
o ingresso da mulher no mundo do trabalho!
Somos únicos seres multifuncionais e mesmo realizando várias tarefas não deixamos de perder o
foco e muito menos de ser mulher.
Num tempo em que o trabalho feminino surge como forma de afirmação pessoal, de sociabilidade
e de resistência à dominação masculina, é importante discutir temas como a crescente
competitividade entre homens e mulheres no mercado de trabalho, uma também crescente
individualização para os dois sexos, bem como a adaptabilidade da instituição família perante
estas alterações. Esta reflexão vem assim de encontro às questões da família e das
transformações sociais do último século tão presentes no nosso dia-a-dia.
Nas questões relativas à “natureza” da mulher surgem na história noções de que as mulheres
desempenhariam papéis passivos e os homens teriam a preponderância nos papéis
ativos. No entanto, quando hoje pensamos na imagem de uma mulher “passiva, obediente,
dedicada aos seus filhos e ao lar”, esta está associada a uma imagem quase de “escravidão”. A
maternidade e a dedicação aos filhos é um dos fatores que leva à associação de que a mulher se
dedique menos a outras tarefas. Há assim um forte contributo de fatores inconscientes de
socialização e culturalização no reconhecimento do masculino e do feminino.
Ainda há poucos anos era raro assistir à difícil tomada de decisão, por parte das mulheres, entre
uma carreira profissionalizante e a família.
Eram poucas as mulheres que abdicavam de uma vida doméstica a cuidar dos filhos,
sofrendo sempre muitas pressões e imposições pelos estereótipos de género. No entanto, o passar
dos tempos e com as mudanças que a própria sociedade vive, a atividade profissional é valorizada
pelas mulheres por várias razões: o maior poder que lhes é atribuído na relação conjugal
perante o companheiro, bem como o reconhecimento de competências específicas
antes desvalorizadas no universo feminino, ou ainda a recusa no fechamento doméstico com o
intuito de desenvolver relações sociais.
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reconhecimento do peso da carga doméstica e a idêntica não valorização deste contributo,
levaram a que vários movimentos feministas se formassem na luta pelos direitos da mulher.
Sob o impulso dos movimentos feministas dos anos 70’ pretendia-se exatamente acabar com a
extrema dependência da mulher para o homem de um ponto de vista económico. Na existência
de uma hierarquia social, a mulher estaria sempre colocada num ponto desvalorizado. O
trabalho doméstico é um trabalho que não é pago, logo é desvalorizado pela sociedade. Assim, a
proposta feminista veio no sentido do trabalho doméstico ser recompensado.
O feminismo conseguiu de facto resultados consideráveis no que respeita aos direitos das
mulheres no plano legislativo em diversos países. Tal como já referimos, atualmente, são cada vez
mais as mulheres que conseguem conciliar uma carreira com as responsabilidades familiares e o
lazer. Os homens têm também cada vez mais a consciência da importância de estar em família,
conjugando também eles cada vez mais a carreira, a família e os tempos livres. Mas isso não é
ainda suficiente para impor uma divisão menos assimétrica das responsabilidades familiares nem
mesmo para derrotar a desigualdade entre sexos no mercado de trabalho.
Quando pensamos na atividade feminina e na divisão dos cuidados com os filhos é impossível
não pensarmos na questão de quem é que fica com as crianças quando ambos os pais estão a
trabalhar. Normalmente as taxas de atividades das mães com filhos pequenos tendem a
estar diretamente proporcionais a uma existência e qualidade na rede de equipamentos
socioeducativos públicos.
Quando os países carecem destes equipamentos são então mais frequentes as situações em que
as mães estão em casa, interrompem a atividade laboral ou trabalham em part-time.
O caso de Portugal parece fugir a estas duas situações, pois embora sejam escassos os
equipamentos apoiados pelo Estado, são mesmo os recursos exteriores à família os mais utilizados
pelas famílias portuguesas. Assim, o recurso às creches, amas, infantários, jardins-de-infância,
prolongamentos na escola, colégios ou centros de ATL são uma constante.
Existe mesmo um esforço financeiro das famílias para assegurar a guarda das crianças. As
consequências deste esforço financeiro, reproduzem-se posteriormente num esforço físico e
culpabilização face às dificuldades em conciliar trabalho e vida familiar, e levam a que muitas
mães portuguesas se sintam frustradas quanto ao desempenho do seu papel materno.
Há ainda um longo caminho a percorrer, sendo que, esta ambiciosa gestão igualitária entre
família e carreira só traz benefícios para todos os intervenientes. Além do aumento da
autoestima e motivação para as mulheres e das excelentes oportunidades de se relacionarem
com os filhos e de criarem laços fortes para os homens, as crianças são as que ganham mais ao
ao poderem interagir em tempo de qualidade com ambos os progenitores/cuidadores, podendo
estas tirar um enorme proveito quando esta gestão de tempo é equilibrada e simétrica.
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perdeu completamente essa visão limitada. O conceito de família foi abrangido, não tendo mais um
caráter limitado. A família passa a ser compreendida como entidade socioafetiva que tem o
dever de afeto e cooperação entre seus membros.
É na família onde as primeiras noções de regras são apresentadas às crianças. E, neste processo, é
preciso manter um ambiente seguro para que essa criança possa crescer e se desenvolver. Pois,
temos ciência de que: “O lar da criança é onde podem ocorrer as experiências mais ricas (…) A
família é tremendamente valiosa para os jovens ou adolescentes, especialmente quando ele ou
ela ficam completamente aterrorizados a maior parte do tempo, ainda que no âmbito da saúde
(..)” WINNICOTT, 2011
Afinal, a família é a base central, a unidade indispensável do indivíduo, para sua formação
educação e envolvimento harmonioso de respeito e amor com a sociedade.
Sabe-se que atualmente vivemos em uma sociedade extremamente ativa. O tempo urge. As
responsabilidades são grandes. As pressões sociais intensas. E constituir uma família tem gerado
momentos conflituosos para os pais.
Em momentos mais conflituantes, é bom saber que existem técnicas que podem ajudar a
amenizar o impacto de tantas cobranças. Muitas pessoas têm recorrido a serviços de orientação
de pais. Essa orientação aos pais ocorre por meio de sessões cujo foco é uma abordagem mais
psicoeducativa onde se privilegia a pessoa e não o problema, zelando pela saúde mental tanto
do paciente quanto de seus cuidadores.
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2. Conceito de espaço educativo
O espaço educativo não se limita às salas de aula e ambientes construídos. A interação das
pessoas com o espaço é fundamental para que elas cumpram os seus objetivos e sejam
efetivamente educativos.
As organizações educativas são contextos que exercem determinadas funções, dispondo para
isso de tempos e espaços próprios e em que se estabelecem diferentes relações entre os
intervenientes. A organização dinâmica destes contextos educativos pode ser vista segundo
uma perspetiva sistémica e ecológica. Esta abordagem assenta no pressuposto de que o
desenvolvimento humano constitui um processo dinâmico de relação com o meio, em que o
indivíduo é influenciado, mas também influencia o meio em que vive de relação com o meio, em
que o indivíduo é influenciado, mas também influencia o meio em que vive.
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Nesta abordagem, importa distinguir os sistemas restritos e imediatos, com características
físicas e materiais particulares — a casa, a sala de jardim de infância, a rua, etc. — em que há uma
interação direta entre atores que aí desempenham diferentes papéis — pai ou mãe, filho/a,
docente, aluno/a, etc. — e desenvolvem formas de relação interpessoal, implicando-se em
atividades específicas que se realizam em espaços e tempos próprios. São exemplos destes
sistemas restritos, com particular importância para a educação da criança, o meio familiar e o
contexto de educação pré-escolar.
As relações que se estabelecem entre estes e outros sistemas restritos formam um outro tipo de
sistema com características e finalidades próprias (as relações entre famílias e o contexto de
educação de infância). Por seu turno, estes sistemas são englobados por sistemas sociais mais
alargados que exercem uma influência sobre eles (por exemplo, a organização da educação de
infância no sistema educativo e no sistema social influenciam o funcionamento dos jardins de
infância).
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3. Conceito de espaço socioeducativo
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4. Conceito de animação socioeducativa
A Animação Sociocultural é, segundo a UNESCO, um conjunto de práticas sociais que têm como
finalidade estimular a iniciativa, bem como a participação das comunidades no processo do
seu próprio desenvolvimento e na dinâmica global da vida sociopolítica em que estão integrados.
Por via do jogo e das atividades em grupo, observa-se a educação como algo que vai mais além
do que proporcionar/transmitir conhecimentos, atua:
. no desenvolvimento local e intervenção comunitária;
. na animação e gestão sociocultural;
. na educação e formação de adultos;
. na inclusão social e diversidade.
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5. Abordagem às características das crianças e
dos jovens em função da faixa etária,
para garantir espaços seguros e
promotores de bem-estar
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6. Organização do ambiente educativo
As organizações educativas são contextos que exercem determinadas funções, dispondo para
isso de tempos e espaços próprios e em que se estabelecem diferentes relações entre
os intervenientes. A organização dinâmica destes contextos educativos pode ser vista
segundo uma perspetiva sistémica e ecológica. Esta abordagem assenta no pressuposto de
que o desenvolvimento humano constitui um processo dinâmico de relação com o meio,
em que o indivíduo é influenciado, mas também influencia o meio em que vive.
As relações que se estabelecem entre estes e outros sistemas restritos formam um outro tipo de
sistema com características e finalidades próprias (as relações entre famílias e o contexto de
educação de infância). Por seu turno, estes sistemas são englobados por sistemas sociais mais
alargados que exercem uma influência sobre eles (por exemplo, a organização da educação
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de infância no sistema educativo e no sistema social influenciam o funcionamento dos
jardins de infância).
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- Organização do espaço
Cada estabelecimento educativo tem as suas características próprias e uma especificidade que
decorre da rede em que está incluído (pública, privada solidária ou privada cooperativa), da
dimensão e dos recursos materiais e humanos de que dispõe, diferenciando-se ainda pelos
níveis educativos que engloba. Muitos estabelecimentos educativos, para além da educação
pré-escolar, incluem outros níveis educativos como a creche ou os ensinos básico e secundário.
Esta inserção num contexto organizacional mais vasto permite tirar proveito de recursos
humanos e materiais, facilitando ainda a continuidade educativa.
A dinâmica própria de cada estabelecimento educativo está consignada no seu projeto educativo,
como instrumento de orientação global da sua ação e melhoria, complementado pelo
regulamento da instituição, que prevê as funções e formas de relação com os diversos grupos que
compõem a comunidade (órgãos de gestão, profissionais, pais/famílias e alunos). Estas
linhas gerais de orientação, e nomeadamente o projeto educativo de estabelecimento
educativo/agrupamento de escolas, enquadram o trabalho educativo dos profissionais e a
elaboração do projetos curriculares de grupo. A contribuição dos educadores na elaboração do
projeto educativo e o modo como o concretizam confere-lhes também um papel na sua avaliação.
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- Adequação às necessidades e evolução do grupo
Há diferentes fatores que influenciam o modo próprio de funcionamento de um grupo, tais como
as características individuais das crianças que o compõem, o maior ou menor número de crianças
de cada sexo, a diversidade de idades ou a dimensão do grupo.
Estes fatores são influenciados pelas condições institucionais em que o jardim de infância se
insere e pelas características demográficas da população que serve. A decisão da composição
etária deve, porém, corresponder a uma opção pedagógica, tendo em conta que a interação entre
crianças em momentos diferentes de desenvolvimento e com saberes diversos é facilitadora do
desenvolvimento e da aprendizagem. A existência de grupos com crianças de diferentes idades
acentua a diversidade e enriquece as interações no grupo, proporcionando múltiplas
ocasiões de aprendizagem entre crianças.
Qualquer que seja a composição do grupo, a relação individualizada que o/a educador/a
estabelece com cada criança é facilitadora da sua inclusão no grupo e das relações com as outras
crianças. Na educação de infância, cuidar e educar estão intimamente relacionados, pois ser
responsável por um grupo de crianças exige competências profissionais que se traduzem,
nomeadamente, por prestar atenção ao seu bem-estar emocional e físico e dar resposta às
suas solicitações (explícitas ou implícitas). Este cuidar ético envolve assim a criação de um
ambiente securizante, em que cada criança se sente bem e sabe que é escutada e valorizada.
A relação que o/a educador/a estabelece com as crianças assume diversas formas, que têm
de ser intencionalmente pensadas e adaptadas às situações. Estar atento/a e escutar as crianças,
ao longo dos vários momentos do dia, permite ao/à educador/a perceber os seus interesses e
ter em conta as suas propostas para negociar com elas o que será possível fazer, ou para se
decidir em conjunto o que é de continuar ou o que está terminado, para se passar a uma nova
proposta. Neste processo relacional, o/a educador/a: apoia as atividades escolhidas pelas
crianças e a realização das que propõe; valoriza de forma empática os trabalhos apresentados
pelas crianças, as suas descobertas e as soluções que encontram para resolver problemas e
dificuldades; estimula quem tem mais dificuldade em partilhar o que pensa; modera debates e
negociações; propõe ainda ideias que levem as crianças a terem vontade de melhorar o seu
trabalho.
. Trabalho cooperado - O trabalho entre pares e em pequenos grupos, em que as crianças têm
oportunidade de confrontarem os seus pontos de vista e de colaborarem na resolução de
problemas ou dificuldades colocadas por uma tarefa comum, alarga as oportunidades
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educativas, ao favorecer uma aprendizagem cooperada em que a criança se desenvolve
e aprende, contribuindo para o desenvolvimento e para a aprendizagem das outras.
Trabalhar em grupos constituídos por crianças com diversas idades ou em momentos diferentes
de desenvolvimento permite que as ideias de uns influenciem as dos outros. Este processo
contribui para a aprendizagem de todos, na medida em que constitui uma oportunidade de
explicitarem as suas propostas e escolhas e como as conseguiram realizar;
Neste sentido, o/a educador/a deve apoiar a compreensão que as crianças têm, desde muito
cedo, dos sentimentos, intenções e emoções dos outros, facilitando o desenvolvimento da
compreensão do que os outros pensam, sentem e desejam. Cabe também ao/à educador/a,
em situações de conflito, apoiar a explicitação e aceitação dos diferentes pontos de vista,
favorecendo a negociação e a resolução conjunta do problema.
- Organização do tempo
O tempo educativo tem uma distribuição flexível, é conhecida pelas crianças, que sabem o
que podem fazer nos vários momentos e prever a sua sucessão, tendo a liberdade de propor
modificações. Nem todos os dias são iguais, as propostas do/a educador/a ou das crianças podem
modificar o quotidiano habitual.
O tempo diário inscreve-se num tempo, semanal, mensal e anual, que tem ritmos próprios e
cuja organização tem, também, de ser planeada. A vivência destas diferentes unidades de
tempo permite que a criança se vá progressivamente apropriando de referências temporais
que são securizantes e que servem como fundamento para a compreensão do tempo: passado,
presente, futuro.
Porque o tempo é de cada criança, do grupo e do/a educador/a, importa que a sua organização
seja decidida pelo/a educador/a e pelas crianças.
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7. Critérios para a escolha de
equipamento adequado
A creche deve dispor de todo o equipamento e mobiliário necessários para poder prestar
adequadamente os serviços previstos. O mobiliário e equipamento deve ter características
adequadas às necessidades de conforto e estimulação do desenvolvimento das crianças, de
acordo com a sua fase evolutiva.
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O mobiliário e equipamento a utilizar pelos adultos, mas localizado em espaços utilizados pelas
crianças (ou onde elas podem aceder), deve satisfazer um conjunto de requisitos de qualidade,
nomeadamente:
a) O mobiliário deve ter em conta as necessidades dos adultos, mas também as das crianças;
b) Os armários guarda-loiça, prateleiras e armários devem estar bem fixos à parede;
c) As gavetas que têm material perigoso (facas, canivetes, etc.) devem ser fechadas à chave
ou ter dispositivos que impeçam a sua abertura por crianças;
d) As gavetas devem ter travões que previnam a sua eventual queda sobre as crianças.
Nas zonas de circulação com acesso a escadas, varandas e galerias devem existir dispositivos
de segurança como guardas e corrimãos adequados à idade dos utilizadores.
O equipamento fixo e móvel na Zona Administrativa, quando este esteja contido no Acesso
Principal, não deve apresentar risco para as crianças que transitem nesse espaço.
Todos os gabinetes devem ter ponto de acesso à Internet e telefone ligado à rede fixa.
As Salas de Atividades devem ser bem equipadas, quer ao nível do mobiliário, que deve ser
adequado à faixa etária a que se destina, quer ao nível do material didático. Estas salas devem
permitir uma grande diversidade de atividades através de um ambiente flexível. As crianças
devem ter acesso direto a uma quantidade razoável de brinquedos, livros e outros
equipamentos, permitindo-lhes tomar decisões de forma independente.
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f) Brinquedos adaptados à idade da criança e que sejam adequados às suas necessidades
lúdicas e de desenvolvimento, contemplando os variados gostos e características das
crianças. Os brinquedos devem respeitar as normas de segurança portuguesas em vigor e ser
inspecionados regularmente e substituídos sempre que partidos ou danificados;
g) Superfícies horizontais e verticais para trabalhar, colocar objetos, etc.;
h) Bancada com ponto de água acessível pelas crianças e equipada com prateleiras e
outros espaços de arrumos de materiais de trabalho para a realização de atividades de
expressão plástica com água, tintas, barro, etc.
i) Nas paredes, deve prever-se a colocação de painéis que possibilitem a
decoração/execução/afixação de desenhos, sem risco para as crianças;
j) nos tetos, deve prever-se um sistema que possibilite a suspensão de objetos, sem risco para as
crianças;
k) Espaço livre de piso revestido com material macio, lavável e quente para o desenvolvimento de
atividades físicas, como dançar e correr, e para construções de grandes dimensões.
Espaços distribuídos pela idade, para a creche e para o jardim-de-infância, para evitar choques
entre as crianças:
. Zona de brincadeiras livres, com equipamentos que promovam a relação da
criança com os outros e com o seu próprio corpo.
. Zona exterior coberta para os dias de chuva ou de muito sol.
Os baloiços, escorregas e rotativos, entre outros, devem estar bem concebidos e conservados,
sem arestas cortantes, ferrugem, parafusos ou madeira desgastada.
Os equipamentos não devem estar instalados sobre superfícies rígidas, como cimento, ladrilho ou
piso empedrado. Se estiverem sobre areia ou gravilha fina esta deve ser totalmente renovada uma
vez por ano.
Os materiais ou equipamentos e a área de brincadeira devem ser diversos. Deve fazer com que
as crianças se sintam livres e autónomas.
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8. Critérios para a escolha de materiais
Todos os materiais existentes na creche deverão ser didáticos de modo a que a criança aprenda
sempre algo com eles:
- acesso direto das salas e com uma zona de transição ou semicoberta para resguardar do
calor e da chuva;
- espaços que estejam ao sol e outros à sombra;
- ter objetos simbólicos-afetivos;
- equipamento de materiais naturais para o jogo sensorial;
- solo variado; areia, terra, cimento, para provocar nas crianças reações diferentes;
. Seguro: Mobiliário e equipamentos á medida das crianças; local limpo (chão, paredes e tetos);
arrumação adequada para os objetos das crianças, brinquedos e roupa de reserva; armários
estantes e caixas de arrumação e cabides adequados ás crianças; armários fechados, com
materiais que possam ser perigosos para as crianças (em que apenas os adultos tenham
acesso);
. Funcional: Almofadas, cadeiras e tapetes acolhedores; luz natural; uma zona de entrada
acolhedora; espaço para as produções e alimentos e refeições, áreas para a sesta e áreas e higiene;
um espaço de chão livre; um espaço central livre para jogos ativos; áreas especializadas à volta
do espaço central; mobiliário, equipamento e caixas móveis; fácil acesso à área exterior
protegida;
. Atrativo: Atividades lúdicas, matérias que despertem os sentidos das crianças (coisas
para tocar, cheirar, ouvir, saborear e ver); ambiente com texturas variadas (superfícies
interiores, exteriores, mobiliário); vistas interessantes (janelas, aquário); locais adequados a
diferentes níveis de atividades; jogo ativo; jogo calmo.
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9. Material educativo
- Revistas e Livros
Devem ser adequados a cada faixa etária, ajudando no desenvolvimento a nível linguístico.
- Bricolage
É importante para o desenvolvimento da criança, uma vez que esta pode criar o seu próprio
brinquedo.
- Jogos
Os jogos devem ser adequados à idade, devem ser seguros e divertidos.
- Material Reciclável
Utilizando materiais recicláveis, podemos aproveitar e recuperar alguns destes materiais em
vez de irem para o lixo.
- Psicomotricidade
Desenvolve a interdependência entre o desenvolvimento motor, afetivos e intelectuais.
- Brinquedos
Os brinquedos para as crianças são uma forma de fotografar a realidade, é através destes que as
crianças desenvolvem as capacidades cognitivas utilizando a imaginação.
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Bibliografia e webgrafia
COSTA J. e Santos, A. L. (2003). A falar como os bebés. O desenvolvimento linguístico das
crianças. Primeiros passos. Editorial Caminho, SA. Lisboa.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo:
Paz e Terra, 1996.
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