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Ética e deontologia

profissional no trabalho
com crianças e jovens
UFCD 9631
Conteúdos

• Introdução
Ética e deontologia profissional no trabalho com crianças e
jovens
• Conceitos de ética e de moral
• Princípios de referência ética
-Competência
-Responsabilidade
-Integridade
-Respeito
• Os Direitos das Crianças

• Respeito pelo superior interesse da criança

• Respeito pelas diferenças religiosas, culturais e socioeconómicas da criança e sua família

• Dever de transparência e Informação à família

• Dever de colaboração com a família na procura de soluções

• Dever de zelo

• Particularidades da aplicação dos princípios éticos e deontológicos no trabalho com

crianças em contexto diferenciados:

- Domicílio

• Webgrafia
Introdução

• A Ética e Moral são os maiores valores do


homem livre.

• Ambos significam “respeitar e venerar a vida”.


O homem, com o seu livre arbítrio, vai
formando ou destruindo o seu meio ambiente,
ou ele apoia a natureza e as suas criaturas ou
ele domina tudo que conseguir, e assim ele
mesmo se torna no bem ou no mal deste
planeta. Assim, Ética e Moral formam-se numa
mesma realidade.
Ética e deontologia
~´ética e

profissional no
trabalho com
crianças e jovens
-
ÉTICA X MORAL
ÉTICA MORAL
“ETHOS” – Modo de ser, caráter “MORALES” – Relativo aos costumes

Ética X Moral
Conceito Subjetivo Conceito Objetivo

A pessoa tem discernimento/


A pessoa recebe informações do que é
capacidade de entender a distinção
bom ou mau, certo ou errado e age de
entre o bem e o mal, o certo e o errado
acordo com o que é tido como correto,
e, de acordo com esse conhecimento,
independentemente de concordar ou
forma a sua convicção, o seu caráter e
não. São as regras impostas pela
os seus princípios.
sociedade em que vive.
MORAL
ÉTICA
Conjunto de regras aplicadas no
Conjunto de conhecimentos extraídos da
quotidiano e usadas continuamente por
investigação do comportamento humano.
cada cidadão para regular o
Tenta explicar as regras morais de forma
comportamento do homem na sociedade.
racional, fundamentada, cientifica e
teórica. RE
CO Tais regras orientam cada individuo,
regulando as suas ações e os seus GR
NS “Conjunto de valores que orientam o
julgamentos sobre o que é certo ou AS
CIÊ comportamento do homem em relação
errado, bom ou mal. Agem de acordo
aos outros homens na sociedade em que SO
NCI com os BONS COSTUMES.
vive, garantindo o bem estar social” CIA
A São adquiridas através da cultura, da IS
educação, da tradição e do quotidiano.
Explica as normas morais, pois leva o
homem a agir não só por tradição,
Refletem os valores e convenções
educação ou hábito, mas principalmente
estabelecidos coletivamente por cada
por convicção e inteligência.
cultura ou por cada sociedade a partir da
consciência individual.
Princípios de referência ética

• A ética, neste sentido, é formada pelas regras morais


que são tomadas como base para agir. Com isto,
podemos analisar a noção de princípio ético.

• Trata-se de uma regra que serve como guia para


definir a conduta, uma vez que recolhe aquilo que é
considerado válido ou bom.
A APEI (Associação de Profissionais de Educação de
Infância) elege os seguintes princípios como
referência ética:

Competência – enquanto saber integrado,


cientificamente suportado e em permanente
reconstrução.

Responsabilidade – enquanto atitude dinâmica que


permite dar resposta correta, no sentido do bem do
outro, e que exige uma mobilização pessoal atenta e
solícita.
Integridade – enquanto conjunto de atributos
pessoais que se revelam numa conduta honesta,
justa e coerente.

Respeito – enquanto exigência subjetiva de


reconhecer, defender e promover a intrínseca e
inalienável dignidade da pessoa.
Os Direitos das
Crianças
“As crianças e os adolescentes têm todos os
direitos humanos, não porque são “o futuro” mas
porque são seres humanos. Hoje.”

Unicef
Todas as crianças têm direito à vida e à liberdade!
Todas as crianças devem ser protegidas da
violência doméstica, do tráfico humano e do
trabalho infantil!
Todas as crianças são iguais e têm
os mesmos direitos, não
importando a sua cor, raça, sexo,
religião, origem social ou
nacionalidade!
Todas as crianças devem
ser protegidas pela
família e pela sociedade!
Todas as crianças
têm direito a um
nome e a uma
nacionalidade!
Todas as crianças têm direito a
alimentação, habitação e atendimento
médico!
As crianças
portadoras de
deficiências, físicas
ou mentais, têm o
direito à educação
e aos cuidados
especiais!
Todas as crianças têm
direito ao amor, à
segurança e à
compreensão dos pais e
da sociedade!
Todas as crianças
têm direito à
educação!
Todas as crianças têm o direito de não
serem violadas verbalmente ou serem
agredidas por pais, avós, parentes, ou
mesmo a sociedade!
Respeito pelo superior interesse da
criança

• O princípio do “interesse superior da criança” é


fundamental no sistema jurídico do nosso País e consta
dos textos convencionais mais relevantes sobre a
criança, considerada hoje sujeito de direito e de
direitos.
Torna-se necessário que os prestadores
de cuidados responsáveis pela criança
regulem a sua intervenção por critérios
de qualidade:
Compreensão da forma
como a criança aprende Planificação de trabalhos de
acordo com as aprendizagens
em contexto relacional

Superior
interesse da
criança

Parceria com a família da


Respeito pela relação entre a
criança de forma a obter
criança e o cuidador
conhecimento sobre a criança
A aprendizagem durante a infância é um processo
complexo, em que se tem que promover um
ambiente que facilite a brincadeira, a interação, a
exploração, a criatividade e a resolução de
problemas por parte das crianças.

Só desta forma é que elas poderão desenvolver o


máximo das suas competências e capacidades.

Para isso é necessário:


Dispor de adultos interessados
e envolvidos na prestação de
cuidados à criança Tratar a criança como
Dinamizar aprendiz efetivo e ativo que
oportunidades para a gosta de aprender
criança expressar
sentimentos e
pensamentos

Desenvolvimento das Relações de encorajamento


Estabelecer uma rotina competências e na participação de forma
diária que reforce e capacidades da criança ativa
valorize as continuidades

Ambiente flexível adaptado às


necessidades e interesses da Conhecer o grupo de crianças
criança pela qual é responsável
Respeito pelas diferenças
religiosas, culturais e
socioeconómicas da criança e sua
família

• Entre as principais riquezas da humanidade está


a diversidade entre os povos. Diferenças de
cultura, raça e crença tornam o mundo mais
interessante e repleto de aprendizagens. No
entanto, essa diversidade nem sempre é encarada
como um fator importante para o
desenvolvimento humano.
• A intolerância e o preconceito ainda se
manifestam fortemente em pleno século XXI.

• Diante desta triste realidade, é necessário que os


pais e educadores formem uma parceria para
formar jovens tolerantes, que respeitem as
diferenças e que lutem para afastar de vez o
preconceito ainda tão presente na sociedade
atual.
• É durante a infância que a criança tem os
primeiros contactos com valores importantes
para a constituição do seu caráter.
Solidariedade, justiça e o respeito às
diferenças, por exemplo, são valores
imprescindíveis para a formação de futuros
adultos tolerantes e que tenham respeito pelo
próximo.
• São as famílias as primeiras a transmitir esses
valores que, com o tempo, passam a fazer parte
também do dia a dia escolar das crianças e das suas
relações sociais.

• Por isso, é importante que a escola e os pais


caminhem no mesmo sentido quando se trata dos
valores a serem internalizados na criança e
posteriormente no jovem.

• Essa união é importante para a formação de


cidadãos íntegros e que reconheçam a relevância
do seu papel na sociedade.
As crianças são ajudadas a compreender e respeitar a diferença das outras pessoas
em relação a si, através de:

Respostas, claras e simples, do Disponibilização de actividades de


colaborador sobre as pessoas diferentes culturas e tradicionalmente
diferentes de si destinadas a diferentes géneros.

Integração de crianças de diferentes raças, etnias e sexo nos grupos


naturais das crianças em contexto de sala ou em atividades do exterior,
promovendo igualdade de oportunidades no acesso às atividades e material de
brincar.
Sistema de gestão de
reclamação e sugestões Relação de comunicação com
famílias de meios culturais e
linguísticos diferentes

Confidencialidade
Informação escrita em
várias línguas

Comunicação efetiva
Dever de transparência e Informação à entre colaboradores e
família famílias

Publicações sobre a
filosofia do Atualização regular da
estabelecimento, serviços e Plano de comunicação para informação escrita
atividades disponibilizadas todas as famílias sobre o
quotidiano das crianças
Dever de colaboração com a família na
procura de soluções

• Em qualquer instituição, um dos aspetos mais importantes é o relacionamento e o respeito


que os colaboradores mantêm e demonstram para com a família e sua criança, dado que as
crianças ao sentir uma continuidade nos cuidados que lhe são prestados entre o ambiente de
casa e o ambiente institucional desenvolvem maiores sentimentos de segurança e de
capacidade de confiar no outro.
Dever de Zelo

• O dever de zelo consiste em conhecer e aplicar as normas legais e


regulamentares e as ordens e instruções dos superiores hierárquicos,
bem como exercer as funções de acordo com os objetivos que tenham
sido fixados e utilizando as competências que tenham sido consideradas
adequadas.
• O Estado Português, tendo ratificado, através de todos os seus órgãos de soberania, a
Convenção da ONU sobre os Direitos da Criança, assumiu um compromisso direto e
primário, relativamente às crianças e adolescentes desprovidos de meio familiar adequado.
• As crianças e adolescentes desprovidos de meio familiar merecem o
mesmo do que quaisquer outras crianças.

• Vítimas de erros, atos e omissões dos adultos por eles responsáveis, dos
pais aos restantes elementos da família e da sociedade, têm percursos
de vida difíceis, traumáticos e negativos.
• Só por isso, quanto mais não fosse, são merecedores de todos os
cuidados e carinhos que possam contribuir para que o presente não se
torne obrigatoriamente futuro, e para que consigam inverter a tendência
destrutiva do seu percurso de vida, transformando-a em projetos de
sucesso, de integração e de tranquilidade.
• Só assim, também, poderemos levar à prática o que a Convenção sobre
os Direitos da Criança consagra e o que a Constituição da República
garante.

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