Você está na página 1de 82

UFCD 9184

Saúde, Nutrição, Higiene, Segurança, Repouso e


Conforto da Criança dos 0 aos 3 anos – Regras
Básicas (50h)

Primeiros
socorros
• Acidentes de pele
Tópicos abordados
• Acidentes do esqueleto
• Acidentes digestivos
• Acidentes circulatórios
• Acidentes respiratórios
• Acidentes por corrente elétrica
• Técnicas de imobilização do corpo
• Atitudes e primeiros socorros face a situações específicas
• Organização da mala de primeiros socorros
• Opção pelo serviço de assistência apropriado
Primeiros socorros
OBJETIVOS DO PRIMEIRO SOCORRO

Preveni Socorre
Alertar
r r
Primeiros socorros

O que é um primeiro socorro?


O primeiro socorro consiste, conforme a situação, na proteção de feridas,
imobilização de fraturas, controlo de hemorragias externas, desobstrução das vias
respiratórias e realização de manobras de Suporte Básico de Vida.

Qualquer pessoa pode e deve ter formação


em primeiros socorros.
Perante uma doença súbita ou um acidente grave, como
ativar os serviços de emergência médica?
• Informar claramente o local onde se encontra a vítima.
• Relatar de forma simples como se deu o acidente.
• Dar indicações precisas sobre o estado da vítima.
• Pedir a quem atendeu a chamada para repetir a mensagem, a fim de verificar se esta
foi devidamente entendida.
• Contactar a família da vítima (de preferência o encarregado de educação, se se tratar de
um aluno). 112
• Promover um ambiente calmo, afastando eventuais curiosos e evitando comentários. Número Europeu de
Socorro
• Acalmar e, se possível, pedir informações à vítima sobre o sucedido.
• Executar os primeiros socorros de acordo com o estado da vítima e as lesões sofridas,
seguindo as instruções contidas neste manual.
GABINETE PARA PRESTAÇÃO DE PRIMEIROS SOCORROS

É importante que a escola disponha de um local próprio, adequado à prestação


de primeiros socorros. Esse local deverá estar sempre limpo e desinfetado.

Recomenda-se como equipamento: um armário com materiais para primeiros


socorros; produtos de desinfeção e limpeza; kit de emergência transportável.
Kit de emergência transportável
• É essencial num kit de emergência ter • Termómetro digital

disponível e acessível material que o • Paracetamol 500 mg (1 caixa).

auxilie na prestação de primeiros • 4 pacotes de açúcar ou solução de glicose.

socorros. • Esfigmomanometro (aparelho para avaliação de tensão arterial)

• • Gase vaselinada (5 pacotes).


Luvas de látex descartáveis (2 pares).

• • Tesoura
Compressas esterilizadas (5 pacotes).

• • Pinça pequena
Ligaduras (3 unidades).

• • “Spongostan” (esponjas de coagulação).


Adesivos (1 rolo).

• • Película aderente.
Pensos rápidos (1 caixa).

• Solução de iodopovidona dérmica (Betadine) (unidades


individuais).

• Soro fisiológico (1 frasco pequeno ou unidades individuais).


Limpeza e desinfeção de materiais
Uma vez terminado qualquer tratamento de feridas sangrantes há que proceder à
eliminação e/ou desinfeção do material utilizado e à limpeza das superfícies ou locais
eventualmente conspurcados com sangue.

• Para a eliminação e/ou desinfeção do material utilizado no tratamento de feridas


sangrantes devem ser seguidas as seguintes orientações:
• O material descartável utilizado no tratamento das feridas (luvas, avental,
“Spongostan”, compressas, ligaduras, adesivos, etc.) deve ser removido para o saco
de plástico de parede dupla que se atará firmemente.
• O restante material (pinças, tesouras, etc.), logo depois de utilizado deve ser lavado
com água e sabão e depois mergulhado em lixívia comercial durante 30 minutos.
CORPOS ESTRANHOS
• Corpos estranhos são corpos que penetram no organismo, através de qualquer
orifício, ou após uma lesão de causa variável. Os corpos estranhos podem
encontrar-se mais frequentemente nos olhos, nariz, ouvidos ou vias respiratórias.

O que deve fazer :


Abrir as pálpebras do olho atingido
com muito cuidado.
Sintomas:
Olho Dor ou picada local.
Lágrimas.
•Fazer correr água sobre o olho, do canto interno,
junto ao nariz, para o externo
Repetir a operação duas ou três vezes.
Dificuldade em manter as pálpebras abertas.
Se não obtiver resultado, fazer um penso oclusivo,
isto é, colocar uma compressa
e adesivo, e enviar ao Hospital.
O que não deve fazer :

Esfregar o olho.

Tentar remover o corpo estranho


com lenço, papel, algodão ou
qualquer outro objeto.
CORPOS ESTRANHOS

O que deve fazer :


Sintomas: Se se tratar de um insecto, deitar uma

Ouvido Pode existir surdez, zumbidos e dor,


sobretudo se o insecto estiver vivo..
gota de azeite ou óleo
e depois enviar ao Hospital.
Outros corpos estranhos, enviar ao
Hospital.
CORPOS ESTRANHOS

O que deve fazer :

No
Sintomas:
Nas vias
Pedir à criança para se assoar com
Pode existir dificuldade força, comprimindo
respiratória, dor, vómitos a narina contrária com o dedo,

respiratórias
nariz
tentando assim que o corpo seja
e nos casos mais graves expelido.
asfixia, que pode conduzir à
Se não obtiver resultado, enviar ao
morte. Hospital.
CORPOS ESTRANHOS

Na
O que deve fazer numa criança
pequena :
Sintomas: Abra-lhe a boca e tente extrair o corpo

Nas vias
estranho, se este ainda estiver visível,

gargant
Estes corpos estranhos usando o seu dedo
indicador em gancho ou uma pinça, mas
podem
respiratórias impedir a respiração e
sempre com muito cuidado para não o
empurrar! Caso não esteja visível,

a
coloque a criança de cabeça para baixo e
provocar asfixia dê-lhe algumas pancadas a meio das
costas, entre as omoplatas, com a mão
aberta (
HEMORRAGIAS
• A hemorragia é a saída de sangue devido a rutura de vasos sanguíneos.
• A hemorragia pode ser interna ou externa, implicando atitudes diferentes por parte
do socorrista.
HEMORRAGIA INTERNA
SINAIS E SINTOMAS

• Deve-se suspeitar sempre de • Sede.


• Sensação de frio (arrepios) e tremores.
hemorragia interna quando não se • Pulso progressivamente mais rápido e mais fraco.
Em casos ainda mais graves:
vê sangue, mas a vítima apresenta • Palidez.
• Arrefecimento, sobretudo das extremidades.
um ou mais dos seguintes sinais e
• Zumbidos.

sintomas. • Alteração do estado de consciência.


O QUE SE DEVE FAZER O QUE NÃO DEVE FAZER

• Acalmar a vítima e mantê-la • Dar de beber ou de comer.


acordada.
• Desapertar-lhe a roupa.
• Manter a vítima confortavelmente
aquecida.
• Colocá-la em Posição Lateral de
Segurança
HEMORRAGIA EXTERNA
O QUE FAZER
• Se se tratar de uma ferida dos
• Deitar horizontalmente a vítima.
membros, com hemorragia
• Aplicar uma compressa esterilizada sobre a ferida ou,
na sua falta, um pano lavado, exercendo uma pressão abundante, pode ser necessário
firme, conforme o local e a extensão do ferimento. aplicar um GARROTE.
• Se as compressas ficarem saturadas de sangue, colocar
outras por cima, sem nunca retirar as primeiras. • O garrote pode ser de borracha ou
• Fazer durar a compressão até a hemorragia parar (pelo improvisado com uma tira de pano
menos 10 minutos).
• Se a hemorragia parar, aplicar um penso compressivo estreita ou uma gravata.
sobre a ferida.
• Aplicado o garrote, este terá de ser aliviado de 15 em 15 minutos, durante
30 segundos a 2 minutos, conforme a intensidade da hemorragia (quanto
maior é a hemorragia, menor é o tempo que o garrote está aliviado).
• Anotar sempre a hora a que o garrote começou a fazer compressão para
informar posteriormente os tripulantes do Serviço de Emergência Médica
(pode colocar essa informação num letreiro ao pescoço do ferido).

Nunca tirar o garrote até chegar ao hospital; perigo


mortal!
No caso particular de hemorragia da palma da
mão:
• O ferido deve fechar fortemente a mão
sobre um rolo de compressas esterilizadas
ou, na sua falta, um rolo de pano lavado,
de modo a fazer compressão sobre a ferida.
• Colocar, em seguida, uma ligadura ou pano
dobrado à volta da mão.
• Colocar o braço ao peito com a ajuda de
um lenço grande, mantendo a mão ferida
elevada e encostada ao peito.
FERIDAS
• Uma ferida é uma solução de
continuidade da pele, quase
sempre de origem traumática, que
além da pele (ferida superficial)
pode atingir o tecido celular
subcutâneo e muscular (ferida
profunda).
O que deve fazer : O que não deve
• Antes de tudo, o socorrista deve lavar as mãos
e calçar luvas descartáveis.
fazer: • Tocar nas feridas sangrantes sem luvas.
• Utilizar o material (luvas, compressas, etc.)
• Proteger provisoriamente a ferida com uma em mais de uma pessoa.
compressa esterilizada.
• Soprar, tossir ou espirrar para cima da ferida.
• Limpar a pele à volta da ferida com água e
sabão.
• Utilizar mercurocromo ou tintura de metiolato
(deve utilizar Betadine dérmico).
• Lavar, do centro para os bordos da ferida, com
água e sabão, solução de clorhexidina, por ex. • Fazer compressão direta em locais onde haja
Hibiscrub, ou similar, utilizando compressas. suspeita de fraturas ou de corpos estranhos
encravados, ou junto das articulações.
• Secar a ferida com uma compressa através de
pequenos toques, para não destruir qualquer • Tentar tratar uma ferida mais grave, extensa
coágulo de sangue. ou profunda, com tecidos esmagados ou
infetados, ou que contenha corpos estranhos.
• Desinfetar com antisséptico, por ex. Betadine
em solução dérmica.
FRATURAS
• Dor intensa no local.
SINAIS E • Edema (inchaço).
• Perda total ou parcial dos
• Uma fratura é uma solução de SINTOMA movimentos.
• Encurtamento ou deformação do
continuidade no tecido ósseo.
S membro lesionado

Em caso de fratura ou suspeita de


fratura, o osso deve ser imobilizado.
Qualquer movimento provoca dores • Expor a zona da lesão (desapertar ou

intensas e deve ser evitado. O QUE se necessário cortar a roupa).


• Verificar se existem ferimentos; se

DEVE houver feridas


• Tentar imobilizar as articulações que

FAZER se encontram antes e depois da fratura,


utilizando talas apropriadas ou, na sua
falta, improvisadas.
FRATURAS
• As fraturas têm de ser tratadas no O que não deve fazer :
Hospital.
• As talas devem ser sempre
• Tentar fazer redução da fratura,
previamente almofadadas e bastante
isto é, tentar encaixar as
sólidas. extremidades do osso partido.
• Quando improvisadas, podem ser • Provocar apertos ou compressões
feitas com barras de metal ou varas de que dificultem a circulação do
madeira. sangue.
• Se se utilizarem talas insufláveis, estas • Procurar, numa fratura exposta,
devem ser desinsufladas de 15 em 15 meter para dentro as partes dos
minutos para aliviar a pressão que ossos que estejam visíveis.
pode dificultar a circulação do sangue.
ALGUNS EXEMPLOS DE
IMOBILIZAÇÃO DE FRACTURAS
• Imobilização do braço
Imobilização e extensão da clavícula
• Comece por atar, entre si, as pontas dos dois lenços
em gravata que rodeiam os ombros, atando-as
depois com as do lado oposto.
• Entre os nós formados e a pele, coloca-se uma
almofada de proteção e duas outras de cada lado das
axilas, para evitar a compressão das artérias que
irrigam os membros superiores.
• Posteriormente, coloque um pequeno pau entre os
dois nós, rodando-o à volta de um eixo transversal,
que irá enrolar as pontas dos lenços, encurtando-os
e puxando consequentemente os ombros para trás,
fazendo a extensão das clavículas.
Imobilização da mão e do antebraço
Imobilização da coxa
• Se a fratura for no fémur (coxa),
as talas devem ser colocadas, do
lado de fora, desde a axila até à
planta do pé e do lado de dentro
desde a virilha até à planta do pé.
Imobilização da perna Imobilização do
tornozelo
• Se a fratura for nos ossos da perna • Se a fratura for no tornozelo, as
– tíbia e/ou perónio – as talas talas devem ser colocadas desde a
devem ser colocadas desde a anca parte de cima do joelho até à
até à planta do pé. planta do pé.
Imobilização do pé Imobilização do maxilar
MORDEDURAS
Mordedura de
gatos/ratos/porcos/equídeos
Mordedura de cão
(cavalos e burros)
• Desinfetar o local da mordedura
• Desinfetar o local da mordedura
• Informar-se se o cão está
corretamente vacinado.
• Transportar sempre a vítima ao
Hospital.
• É uma situação que necessita
transporte para o Hospital.
Mordeduras
• Mordedura de víbora ou outra cobra • Prevenir e combater o estado de
venenosa choque
• Manter a vítima imóvel e tranquila.
• Dar a beber chá quente com
• Desinfetar o local da mordedura açúcar.
• Colocar um garrote ou ligadura, não • Manter a vítima em vigilância; em
muito apertado nem durante muito
tempo, acima da zona mordida, para caso de paragem respiratória
tentar evitar a difusão rápida do veneno. realizar o Suporte Básico de Vida
O QUE NÃO DEVE FAZER
• Dar a beber bebidas alcoólicas.
• Queimar a ferida.
• Chupar a ferida.
• Tentar golpear a zona mordida.
PICADAS
Picadas de abelhas e vespas Picadas de peixes
• Retirar o ferrão com uma pinça.
venenosos/ouriços/alforrecas
• Desinfetar com antisséptico (Betadine dérmico).
• Aplicar gelo localmente.
• Estas picadas provocam, por vezes,
Necessitam de cuidados especiais e de transporte
urgente ao Hospital os casos de:
dores muito intensas.
• Picadas múltiplas (enxame). • Aplicar no local cloreto de etilo ou,
• Pessoas alérgicas. na sua falta, gelo (durante ± 10
• Picadas na boca ou na garganta (pelo risco de asfixia). minutos).
AFOGAMENTO
• Convém lembrar que uma criança O que deve fazer
pequena se pode afogar em • Retirar imediatamente a vítima de dentro
poucos centímetros de água, num de água.
tanque, balde ou alguidar quase • Verificar se está consciente, se respira e se
vazio, ou até mesmo na banheira, o coração bate.
durante o banho. • Colocar a vítima de barriga para baixo e
com a cabeça virada para um dos lados.
• Comprimir a caixa torácica 3 a 4 vezes,
para fazer sair a água

https://www.youtube.com/watch?v=whpTohmDuhs
• Se a vítima não respira, deitá-la de costas e O QUE NÃO DEVE FAZER
iniciar de imediato os procedimentos do
• Se o afogamento se deu no mar ou num
algoritmo do Suporte Básico de Vida
rio, o socorrista não deve:
• Logo que a vítima respire normalmente,
• Lançar-se à água se não souber nadar
colocá-la em Posição Lateral de Segurança
muito bem.
(PLS – e mantê-la confortavelmente
aquecida. • Procurar salvar um afogado que está
• Em qualquer situação, transportar a vítima muito longe de terra.
ao Hospital, ativando o Serviço de • Deixar-se agarrar pela pessoa que quer
Emergência Médica. salvar.

https://www.apsi.org.pt/images/PDF/Noticias/BrincareNadarSeg/Afogamentos_criancas_jovens_2005-2014_Principais
_resultados_Atual_2015.pdf
ASFIXIA/SUFOCAÇÃO
• Dificuldade respiratória que leva à SINAIS E SINTOMAS
falta de oxigénio no organismo. • Conforme a gravidade da asfixia,
podem ir desde um estado de
• As causas podem ser variadas, agitação, lividez, dilatação das
sendo a mais vulgar a obstrução pupilas (olhos), respiração ruidosa
das vias respiratórias por corpos e tosse, a um estado de
estranhos (objetos de pequenas inconsciência, com paragem
dimensões, alimentos mal respiratória e cianose (tonalidade
mastigados, etc.). azulada) da face e extremidades.
• A situação é grave e requer
intervenção imediata!
DESMAIO/PERDA SÚBITA DE
• É provocado por falta de oxigénioCONSCIÊNCIA SINAIS E SINTOMAS
no cérebro, à qual o organismo
• Palidez.
reage de forma automática, com
perda de consciência e queda • Suores frios.
brusca e desamparada do corpo. • Falta de força.
• Normalmente, o desmaio dura 2 a • Pulso fraco.
3 minutos.
• Tem diversas causas: excesso de
calor, fadiga, jejum prolongado,
permanência de pé durante muito
tempo, etc.
DESMAIO/PERDA SÚBITA DE
CONSCIÊNCIA Se já estiver desmaiada
Se nos apercebermos que a criança
está prestes a desmaiar • Deitá-la com a cabeça de lado e as
• Sentá-la. pernas elevadas.
• Colocar-lhe a cabeça entre as • Desapertar-lhe as roupas.
pernas. • Mantê-la confortavelmente
• Molhar-lhe a testa com água fria. aquecida, mas, sempre que possível,
em local arejado.
• Dar-lhe de beber chá ou café
açucarados • Logo que recupere os sentidos, dar-
lhe uma bebida açucarada.
• Consultar posteriormente o médico.
ELECTROCUSSÃO (CHOQUE
ELÉCTRICO)
Eletrocussão ou choque elétrico é O QUE DEVE FAZER

uma situação provocada pela • Desligar o disjuntor para cortar imediatamente a


corrente elétrica.
passagem de corrente elétrica
• Ter o máximo cuidado em não tocar na vítima
através do corpo. sem previamente ter desligado a corrente.
• Prevenir a queda do sinistrado.
• Aplicar o primeiro socorro conveniente:
– Reanimação cardiorrespiratória.
– Aplicação de uma compressa ou de um pano bem
limpo sobre a queimadura
O QUE NÃO DEVE FAZER
• Tocar na vítima se estiver em
contacto com a corrente elétrica.
• Tentar afastar o fio de alta tensão
com um objeto.

https://www.youtube.com/watch?v=g4-hHMjkeR4
ENTORSE
• A entorse é uma lesão nos tecidos SINAIS E SINTOMAS
moles (cápsula articular e/ou • A dor na articulação é gradual ou
ligamentos) de uma articulação. imediata.
• Observa-se edema (inchaço) na
articulação lesada.
• Verifica-se imediata ou
gradualmente uma incapacidade
para mexer a articulação.
O QUE DEVE FAZER
• Evitar a movimentação da
articulação lesionada e proceder à
imobilização do membro
• Elevar o membro lesionado.
• Aplicar gelo ou deixar correr água
fria sobre a articulação.
• Consultar posteriormente o
médico.
EPISTAXIS/HEMORRAGIA NASAL
• Epistaxis é a hemorragia nasal SINAIS E SINTOMAS
provocada pela rutura de vasos • Saída de sangue pelo nariz, por
sanguíneos da mucosa do nariz. vezes abundante e persistente.
• Se a hemorragia é grande, o
sangue pode sair também pela
boca.
O QUE DEVE FAZER
• Sentar a vítima com a cabeça direita
no alinhamento do corpo (nem para
trás, nem para a frente).
• Comprimir com o dedo a narina que
sangra, durante 10 minutos.
• Aplicar gelo exteriormente, não
diretamente sobre a pele.
• Se a hemorragia não para, introduzir
um tampão coagulante na narina que
sangra (“Spongostan”, por exemplo),
fazendo ligeira pressão para que a
cavidade nasal fique bem preenchida.
https://www.youtube.com/watch?v=sOfB-E0II2Y
ESTRANGULAMENTO
O QUE DEVE FAZER
• Apesar de raro, o estrangulamento
é uma situação que pode surgir na • Cortar imediatamente a corda
ou o que estiver
escola ou no jardim-de-infância
• a fazer pressão em torno do
quando, por imprevidência, se pescoço da vítima.
deixa as crianças brincarem com • Executar o Suporte Básico de
Vida se houver sinais de
fios, cordas ou gravatas que se asfixia
podem enrolar à volta do pescoço.
QUEIMADURASSINAIS E SINTOMAS
• As queimaduras podem ser provocadas Queimadura do 1.º grau
por qualquer substância quente que entre São as queimaduras menos graves; apenas a camada externa da pele (epiderme) é
em contacto com a pele, tal como líquidos afetada.

ou objetos, não esquecendo o sol, o fogo, A pele fica vermelha e quente e há sensação de calor e dor (queimadura simples).
Curam em 3 a 6 dias e habitualmente não deixam cicatriz.
a energia elétrica, os produtos químicos e
Queimadura do 2.º grau
o frio.
• Às características da queimadura do 1.º grau junta-se a existência de bolhas
com líquido ou flictenas.
• Esta queimadura já atinge a derme e é bastante dolorosa (queimadura mais
grave).
• Demoram 7 a 21 dias até estarem curadas, podendo deixar cicatriz.
Queimadura do 3.º grau
• Às características das queimaduras dos graus 1 e 2 junta-se a destruição de
tecidos e terminações nervosas.
• A queimadura atinge tecidos mais profundos, provocando uma lesão grave e a
pele fica carbonizada ou esbranquiçada e edemaciada.
• Geralmente não são dolorosas. Necessitam, muitas vezes, de cirurgia para
enxertos de pele e habitualmente deixam cicatriz (queimadura muito grave). A
vítima pode entrar em estado de choque.
O que não deve fazer
• Retirar qualquer pedaço de tecido que tenha
ficado agarrado à queimadura.
• Rebentar as bolhas ou tentar retirar a pele das
bolhas que rebentaram.
• Aplicar sobre a queimadura outros produtos
além dos referidos.
• Aplicar gelo diretamente na queimadura.
• Arrefecer a queimadura por períodos
superiores a 10 minutos, especialmente quando
ocupa áreas superiores a 20% do corpo.
INSOLAÇÃO
Insolação é uma situação resultante SINAIS E SINTOMAS
da exposição prolongada ao calor, • Deve-se pensar na possibilidade de golpe de
calor ou insolação sempre que haja um ou
num local fechado e sobreaquecido
mais dos seguintes sintomas:
(por ex., dentro duma viatura
• Dores de cabeça.
fechada, ao sol) ou da exposição
• Tonturas.
prolongada ao sol.
• Vómitos.
• Excitação.
• Inconsciência.
O QUE DEVE FAZER
• Deitar a vítima em local arejado e à sombra.
• Elevar-lhe a cabeça.
• Desapertar-lhe a roupa.
• Colocar-lhe compressas frias na cabeça.
• Dar-lhe a beber água fresca, se a vítima estiver consciente.
• Se estiver inconsciente, colocá-la em PLS

A insolação é sempre grave, em especial nas crianças; pode provocar hemorragia cerebral.
ENREGELAMENTO
• Enregelamento é uma situação SINAIS E SINTOMAS
• Arrepios.
• Torpor (sensação de formigueiro e adormecimento dos
resultante da exposição excessiva ao pés, mãos e orelhas).
• Cãibras.
frio; existe uma evolução progressiva • Baixa progressiva da temperatura, extremidades geladas.
• Insensibilidade às lesões.
que vai do torpor ao enregelamento e, • Dor intensa nas zonas enregeladas.
• Gangrena.
por último, à gangrena e mesmo à morte.
• Estado de choque.
• Coma.
O QUE DEVE FAZER O QUE NÃO
DEVE FAZER
• Desapertar-lhe os sapatos e pedir à • Mexer nas zonas do corpo
vítima que bata com os pés no congeladas.
chão e as mãos uma na outra para • Iniciar o aquecimento por um
reativar a circulação. banho quente.
• Envolver a vítima em cobertores. • Dar a beber bebidas alcoólicas.
• Dar-lhe bebidas quentes e
açucaradas.
• O enregelamento é agravado pelo Previne-se:
frio húmido, calçado apertado, • Evitando a imobilidade e o excesso de cansaço.
fadiga, posição de pé e ingestão de • Habituando-se progressivamente ao frio e à
altitude.
bebidas alcoólicas.
• Fazendo uma alimentação com refeições
frequentes e ricas em hidratos de carbono.
• Não ingerindo bebidas alcoólicas.
• Utilizando roupas amplas e quentes, calçado
largo e dois pares de meias, umas grossas e outras
finas.

https://www.jn.pt/mundo/interior/menino-que-chega-a-escola-com-o-cabelo-congelado-origina-onda-de-revolta-9042676.html
ENVENENAMENTO

O envenenamento é o efeito produzido


no organismo por um veneno, quer este
seja introduzido pela via digestiva, pela
via respiratória ou pela pele.
ENVENENAMENTO POR VIA DIGESTIVA

• SINAIS E SINTOMAS O QUE DEVE FAZER


• Recolher informação junto da
• Arrepios e sudação abundante, vítima, no sentido de tentar
dores abdominais, náuseas e perceber a origem do
vómitos, diarreia, vertigens, envenenamento.
prostração, síncope (desmaio), • Manter a vítima confortavelmente
agitação e delírio. aquecida.
Medicamentos
• O QUE DEVE FAZER
• Dependem do medicamento • Falar com a vítima no sentido de tentar obter o
maior número possível de informações sobre o
ingerido: pode-se observar envenenamento.
• Pedir imediatamente orientações para o Centro de
Informação Anti-Venenos (CIAV) do INEM – 808
vómitos, dificuldade respiratória, 250 143.
• Indicar o produto ingerido, a quantidade provável,
perda de consciência, sonolência, a hora a que foi ingerido e a hora da última
refeição.
confusão mental, etc. • Manter a vítima confortavelmente aquecida.

https://www.youtube.com/watch?v=9bz4f7wpsL4
Produtos Tóxicos
SINAIS E SINTOMAS O QUE DEVE FAZER
• É importante recolher informação junto da vítima, ou
de alguém perto desta, sobre o contacto com o
veneno ou a presença de algum recipiente que possa • Se a vítima estiver consciente, questioná-la no sentido de
tentar obter o maior número possível de informações sobre
ter contido ou contenha veneno.
o envenenamento.
• Os sintomas variam com a natureza do produto • Pedir imediatamente orientações para o Centro de
ingerido; podem ser: Informação Antivenenos (CIAV) do INEM – 808 250 143.
• Vómitos e diarreia. • Ingestão de álcool – Apenas neste caso, dar uma bebida
• Espuma na boca. açucarada.

• Face, lábios e unhas azuladas. • Queimaduras nos lábios – Molhá-los suavemente com
água, sem deixar engolir.
• Dificuldade respiratória. • Contacto com os olhos – Afastar as pálpebras e lavar com
• Queimaduras à volta da boca (venenos corrosivos). água corrente durante 15 minutos.
• Delírio e convulsões. • Contaminação da pele – Retirar as roupas e lavar
abundantemente com água durante 15 minutos.
• Inconsciência.
O QUE NÃO DEVE FAZER
• Dar de beber à vítima, pois pode favorecer a absorção de alguns venenos.

• Provocar o vómito se a vítima ingeriu um cáustico, um detergente ou um solvente.

• Aplicar quaisquer produtos nos olhos.


ENVENENAMENTO POR VIA
RESPIRATÓRIA
• Os mais frequentes são o SINAIS E SINTOMAS
envenenamento pelo gás carbónico • A vítima começa por sentir um ligeiro
(fossas sépticas), pelo monóxido de mal-estar, seguido de dor de cabeça,
carbono, presente nos gases de zumbidos, tonturas, náuseas, vómitos e
combustão (braseiras, automóveis, uma apatia profunda ou confusão que a
esquentadores, aquecimentos a gás, impede de fugir do local onde se encontra.
etc.) e pelo gás propano/butano (gás • Se a vítima não é rapidamente socorrida,
de uso doméstico). este estado é seguido por perda gradual de
consciência e coma.
O QUE DEVE FAZER
• Entrar na sala onde ocorreu o acidente, contendo a respiração, e abrir a janela.
• Voltar ao exterior para respirar fundo.
• Entrar de novo e arrastar a vítima para o exterior, de preferência para o ar livre.
• Ligar para o CIAV – 808 250 143
• Desapertar as roupas.
• Se necessário, realizar o Suporte Básico de Vida
REANIMAÇÃO/SUPORTE
BÁSICO DE VIDA (SBV)
Clique no ícone para adicionar uma imagem

O QUE É O SUPORTE BÁSICO DE


VIDA
SBV consiste num conjunto de procedimentos realizados sem
recurso a equipamento específico, e que tem como objetivo a
manutenção da vida e o ganho de tempo, até à chegada de ajuda
especializada.
O SBV inclui:
Avaliação inicial (verificar condições de segurança e se a vítima responde).

• Permeabilização das vias respiratórias.

• Ventilação com ar expirado (respiração boca a boca).

• Compressão do tórax (compressão cardíaca externa).


CAUSAS MAIS FREQUENTES DE
PARAGEM RESPIRATÓRIA
• Obstrução das vias respiratórias por corpo estranho
• Afogamento
• Electrocução (choque elétrico)
• Traumatismo craniano
Assim, perante um lactente ou criança inanimada deve ser iniciado o
SBV de acordo com o
seguinte algoritmo:
AVALIAÇÃO INICIAL / ESTIMULAÇÃO
• Depois de assegurar que estão garantidas as condições de segurança, é importante:
• Avaliar a reatividade da criança. Para isso aproxime-se da criança e avalie se esta
responde, perguntando em voz alta “Estás bem, sentes-te bem? “, enquanto a estimula
batendo suavemente nos ombros.

• Tratando-se de uma criança pequena não a deve abanar, estimule-a mexendo nas mãos
e/ou nos pés ao mesmo tempo que chama em voz alta.
PEDIDO DE AJUDA

• Se estiver sozinho, peça ajuda gritando em voz alta “Preciso de ajuda!


Está aqui uma criança desmaiada!”
• No entanto, não abandone a criança para ir pedir ajuda nem atrase o início
do SBV e avance para o passo seguinte.
• Se houver uma segunda pessoa presente, peça-lhe que ative o SIEM,
ligando 112, enquanto prossegue com o algoritmo.
SEQUÊNCIA
• A - Via Aérea (Airway) – Permeabilizar a via aérea
ABC
Numa criança inconsciente, o relaxamento do palato mole e da epiglote,
bem como a própria língua, podem causar obstrução da via aérea.

Extensão da cabeça – elevação do queixo

• Coloque a palma de uma mão na testa da criança e incline


cuidadosamente a cabeça para trás;
• Com a outra mão faça a elevação do queixo, colocando os dedos
indicador e médio no bordo do maxilar inferior (mento ou queixo).
Deve ter cuidado para não pressionar os tecidos moles abaixo do
queixo, pois pode causar obstrução da vi
No lactente em decúbito dorsal, a cabeça fica habitualmente fletida em relação ao pescoço. A
extensão da cabeça deve ser efetuada de forma a obter uma “posição neutra”, isto é, a face do
lactente ficar paralela ao plano onde está deitado (a orelha alinhada com o eixo do tronco). Pode
ser útil, nesta situação, colocar uma elevação (toalha ou lençol) ao nível dos ombros/costas do
bebé, para conseguir esta posição. Nas crianças maiores, é necessário, habitualmente, uma maior
extensão da cabeça.
SEQUÊNCIA ABC
• Ventilação (Breathing)
Após ter efetuado a permeabilização da via aérea deve:
• Avaliar se respira normalmente. Para verificar este aspeto a melhor técnica é
“ver, ouvir e sentir” (VOS), efetuada durante, no máximo, 10 segundos.
• VER - se existem movimentos torácicos;
• OUVIR - se existem ruídos de saída de ar pela boca ou nariz da vítima;
• SENTIR - na sua face se há saída de ar pela boca ou nariz da vítima.
• Se a criança não respira normalmente mantenha a permeabilidade da
via aérea, remova cuidadosamente qualquer obstrução óbvia e inicie a
ventilação com ar expirado, efetuando 5 insuflações. O objetivo é
fazer chegar aos pulmões da criança algum oxigénio.
• Cada insuflação de ar deve ser lenta e feita durante 1 segundo, com
um volume de ar suficiente para causar uma expansão torácica visível.
Após cada insuflação, deve afastar a boca e manter a via aérea
permeável para permitir a expiração e repetir o procedimento,
voltando a encher o peito de ar antes de cada insuflação, para melhorar
o conteúdo de oxigénio no ar expirado que irá insuflar.
• Técnica de ventilação boca a boca-nariz

Esta é a técnica recomendada para lactentes.


O reanimador deve manter a permeabilidade da via
aérea, assegurando que a cabeça está em posição
neutra. Após encher o “peito de ar”, adapta a sua
boca à volta da boca e do nariz do lactente e insufla,
como descrito anteriormente.
Nas situações em que não consegue efetuar uma boa
adaptação da boca à volta da boca e nariz é
igualmente adequado efetuar ventilação boca-a-boca
ou boca-nariz. Em qualquer dos casos, as narinas ou
a boca devem ser ocluídas para evitar a fuga de ar.
• Técnica de ventilação boca a boca
Se tiver dificuldade em conseguir insuflações eficazes, o reanimador deve
rever a via aérea, com reposicionamento da cabeça e garantir que há boa
selagem antes de tentar a próxima insuflação. Se, apesar do correto
procedimento, não conseguir adequada expansão torácica deve ser
considerada a possibilidade de obstrução da via aérea (OVA).
SEQUÊNCIA ABC
C- Circulação (Circulation)
• Após as 5 insuflações iniciais, o reanimador deve:
• Determinar se a criança tem circulação espontânea, através da pesquisa de sinais de vida
(movimento, tosse, respiração normal não agónica,) ou se necessita de compressões torácicas.

• Se a criança apresenta alguns sinais de vida, mas não respira ou a respiração é inadequada,
continue as insuflações com ar expirado numa frequência de 12 a 20 ciclos por minuto;
• Se não houver sinais de vida deve iniciar de imediato compressões torácicas, mantendo uma
alternância de 15 compressões com 2 insuflações.
• Entre as compressões é fundamental que permita a completa re-expansão
torácica, aliviando totalmente a pressão exercida sobre o tórax, sem, no
entanto, retirar as mãos ou os dedos do local das compressões. A
qualidade das compressões é essencial no prognóstico da situação, pelo
que devem ser feitas de forma rápida, com força suficiente e minimizando
as interrupções.
• Compressões torácicas no lactente
Técnica dos dois dedos
• Esta é a técnica recomendada para que um reanimador único efetue
compressões em lactentes.
• O reanimador, mantendo a permeabilidade da via aérea (extensão da
cabeça com uma mão), deve colocar a ponta de dois dedos da outra
mão sobre a metade inferior do esterno do lactente e comprimir o
tórax na vertical, de forma a causar uma depressão de cerca de 1/3 da
sua altura (4 cm). Depois de cada compressão, deve aliviar a pressão
de forma a permitir ao tórax retomar a sua forma.
LIGAR 112
• Caso esteja presente apenas um reanimador devem ser mantidas as
manobras de SBV durante 1 minuto (5 ciclos da sequência de 15
compressões e 2 insuflações) e só depois, se ainda estiver sozinho, deverá
ligar 112.
• Se estiver sozinho, pode ser utlizado um telemóvel em alta voz, enquanto
mantém o SBV.
• Se estiverem presentes dois reanimadores deve confirmar que o 112 foi
ativado e manter SBV na mesma sequência de compressões/insuflações
REAVALIAÇÃO
• Se, para ligar 112, tiver que se deslocar do sitio onde se encontra a criança/lactente,
mas esta for suficientemente pequena para ser transportada ao colo, deve levá-la
consigo para manter manobras de SBV durante esse período de tempo.
• Após o pedido de ajuda para o 112 apenas deverá reavaliar o lactente ou a criança
se, quando a deixou para pedir ajuda, ela apresentava sinais que, entretanto,
pudessem ter-se deteriorado (como a existência de respiração normal ou outros
sinais de vida).
• Caso contrário deve reiniciar de imediato as compressões torácicas seguidas de
ventilações
POSIÇÃO LATERAL DE
SEGURANÇA
• A Posição Lateral de Segurança (PLS) deve
inconscientes que mantenham a ventilação.
ser utilizada nas pessoas

• Esta posição previne a obstrução das vias aéreas superiores, permitindo


uma melhor ventilação
O QUE DEVE FAZER
• Com a vítima deitada, rodar a cabeça para o lado (para impedir a queda
da língua para trás e a sufocação por sangue, vómitos ou secreções).
• Pôr o braço do lado para onde virou a cabeça ao longo do corpo.
• Fletir a coxa do lado oposto.
• Rodar lentamente o bloco cabeça-pescoço-tronco, mantendo a vítima
estável.
• Manter a posição da cabeça virada para o lado.

Você também pode gostar