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Métodos Contracetivos
Planeamento Familiar
O planeamento familiar é um elemento essencial na prestação de cuidados de
saúde sexual e reprodutiva, constituindo um conjunto variado de serviços,
medicamentos e produtos fundamentais, proporcionando aos indivíduos regular
a fecundidade de acordo com os seus desejos, ou seja uma noção da
quantidade de filhos desejados e o espaçamento entre o nascimento destes.
Os serviços de planeamento familiar incluem a prestação de cuidados de
saúde, aconselhamento, informação e educação relacionados com a saúde
sexual e reprodutiva.
Globalmente, o planeamento familiar visa promover comportamentos saudáveis
face à sexualidade, uma vivência sexual gratificante e segura e por
conseguinte, uma redução do número de afetados por infeções sexualmente
transmissíveis (IST); informar e aconselhar sobre a saúde sexual e deste
modo, preparar e promover uma maternidade e paternidade conscientes;
prevenir uma gravidez indesejada com o intuito de reduzir os índices de
mortalidade e morbilidade materna e infantil.
O direito ao planeamento familiar baseia-se, internacionalmente, na carta dos
direitos humanos, respeitando assim máximos como:
Direito à vida;
Direito ao padrão mais elevado de saúde;
Direito de decidir o número e espaçamento de filhos que se deseja ter;
Direito à privacidade;
Direito à informação;
Direito à igualdade e não discriminação.
O direito ao Planeamento Familiar é garantido a todos pela Constituição da
República Portuguesa, pela Lei n.º3/84 e reforçado pela Lei n.º 120/99.
Nestas, está explicita a informação de que os métodos contracetivos devem ser
fornecidos gratuitamente em todos os centros de saúde e hospitais públicos a
todas as pessoas que deles necessitem, independentemente do seu estado
civil.
Métodos contracetivos (generalização)
A contraceção engloba diversos métodos contracetivos, estes são
fundamentais hoje em dia para o planeamento familiar. Existem vários tipos de
métodos contracetivos indicados para os diferentes indivíduos, podendo estes
escolher entre métodos de curta ou longa duração de forma a adequar-se aos
distintos estilos de vida. Dentro destes podem-se distinguir dois tipos: os
naturais e os não naturais (artificiais). Os primeiros, consistem em calcular o
período fértil e, desta forma, evitar que haja fecundação (abstinência periódica).
Os segundos, não naturais (artificiais), impedem a gravidez através de
medicamentos com hormonas ováricas.
Começando com os métodos naturais, contemplam-se:
Método do calendário: Este método é caraterizado pela contagem dos dias em
que a mulher se encontra fértil, ou seja, o período da ocorrência da ovulação,
de modo a evitar o ato sexual prevenindo assim o risco da gravidez.
Método da temperatura: Este método permite identificar o período fértil da
mulher através da monitorização da variação corporal da mesma. Quando há
um aumento de temperatura esta encontrar-se-á no seu período de ovulação,
tomando precauções para não ocorrer fecundação.
Método de coito interrompido: Neste método o individuo do sexo masculino
retira o pénis antes que ocorra ejaculação de modo a prevenir o lançamento de
esperma para o interior do colo do útero, porém este método não é seguro,
pois pode haver a libertação de líquido seminal, contendo espermatozoides,
antes da ejaculação.
Muco cervical ou Billings: Baseia-se na variação da humidade natural
produzida pela mulher durante a libertação do oócito II evitando, assim, a
realização de relações sexuais.
Já os métodos não naturais ou artificiais são mais fidedignos, pois resultaram
de anos de estudo e pesquisa feita por profissionais e especialistas, na área da
contraceção. Dentro dos métodos não naturais encontram-se inseridos os
métodos mecânicos, os métodos hormonais, os métodos químicos e os
métodos cirúrgicos.
Apresentando alguns métodos mecânicos, destacam-se:
DIU e SIU: Dispositivo intrauterino (DIU) e Sistema intrauterino (SIU)
constituem métodos que, imprescindivelmente, devem ser aplicados por
indivíduos qualificados (ex: médicos) estes dispositivos são inseridos dentro do
útero e duram entre 5 a 10 anos. A sua ação consiste no bloqueio do encontro
entre os gâmetas ou seja, entre os espermatozoide e o oócito II. O DIU é
composto por cobre, no entanto o SIU atua através da libertação de uma
hormona dentro do útero.
Preservativo masculino e feminino: Ambos são colocados pelo individuo, no
entanto, apresentam algumas particularidades e diferenças, tanto na forma, no
material e no tamanho, como no tipo de aplicação. O preservativo masculino é
constituído por uma membrana de latex fina que se agarra ao pénis,
exteriormente, englobando o esperma resultante da ejaculação impedindo a
sua transmissão para o interior do colo do útero. Já o preservativo feminino
apresenta um tamanho superior e dois anéis em cada extremidade, a sua
função é revestir a parte externa da vulva sendo por isso colocado
internamente. Nunca se deve utilizar ambos simultaneamente pois a sua
fricção pode causar o seu rompimento.
Como métodos hormonais sobressai:
Pílula diária (oral): São comprimidos constituídos por hormonas sintéticas
(estrogénio e progesterona) que afetam o ciclo sexual evitando a ovulação. As
hormonas estimulam o hipotálamo e a hipófise de modo a simular uma
gravidez causando a paragem da produção de hormonas que permitiriam a
libertação do oócito II. Adesivo contracetivo: Este método baseia-se na
transmissão de hormonas contidas num adesivo fino, através da pele lançando
estas para a corrente sanguínea. Estas hormonas evitam a ovulação e também
espessam as secreções do muco do cérvix dificultando a entrada do esperma
para o útero.
Alguns métodos cirúrgicos mais relevantes:
Vasectomia: Consiste numa pequena cirurgia feita num individuo do sexo
masculino que visa a junção ou corte dos canais deferentes, desta forma não
ocorre a expulsão dos espermatozoides durante a ejaculação.
Laqueação de Trompas:Trata-se de uma cirurgia que semelhante á vasectomia
corta e/ou amarra as Trompas de Falópio evitando a passagem do óvulo, por
conseguinte não ocorre a junção do espermatozoide e do oócito II.
Método Químico: Espermicidas: São produtos (ex creme, espuma, sprays) que
são inseridos no interior da vagina cerca de duas horas antes do ato sexual.
Estes produtos contêm substâncias químicas que neutralizam o movimento e
destroem os espermatozoides.
Métodos contracetivos (especificação): anel vaginal, preservativo
masculino e feminino, e pílula.
Anel Vaginal
O anel vaginal possui várias vantagens como, por exemplo, a sua fácil
utilização; o facto de ser de uso mensal (pelo que a utilização de contracetivos
não deve ser relembrada sempre que há uma relação sexual dias, apenas
mudança do anel uma vez por mês não pode ser esquecida); tem as mesmas
vantagens da pílula oral, contudo, ao contrário desta, as hormonas não
necessitam de ser absorvidas pelo aparelho digestivo o que permite que a
eficácia deste método não seja posta em causa em caso de vómitos ou
diarreia; é um método reversível e é possível fazer o exame ginecológico sem
retirar o anel. Mas apesar de possuir inúmeras vantagens não protege contra
as IST’s (Infeções Sexualmente Transmissíveis).
Curiosidades
A sua colocação é difícil? Não, a maioria das mulheres afirma que tanto a sua
colocação como a remoção são fáceis. Apenas é necessário colocar o anel na
vagina como se fosse um tampão, não se preocupando com a posição. Se
algum incómodo for sentido deve ser empurrado um pouco para dentro.
Preservativo masculino
O preservativo, tanto masculino como feminino, é um método de contraceção
não natural, mecânico, que tem como função impedir o encontro entre
gâmetas- método de barreira. Por conseguinte, não contém nenhuma espécie
de hormonas.
É importante referir que este meio contracetivo é o único que protege do
contágio de infeções sexualmente transmissíveis (IST), como por exemplo:
VIH, SIDA, gonorreia, clamídia, entre outras.
Os preservativos oferecem proteção contra a transmissão de herpes genitais,
do vírus do papiloma humano (VPH) e de sífilis. Podem, ainda, contribuir para a
prevenção de ejaculação precoce.
Fazendo específica referência ao preservativo masculino (Fig.2), pode-se
descrever o mesmo como sendo constituído (de um modo geral), por um
invólucro delgado de látex, concebido para ser colocado ao longo do pénis em
ereção, antes da relação sexual.
Como referido, os preservativos masculinos nem sempre são constituídos por
látex, substâncias como o poliuretano, borracha sintética ou outros plásticos
podem também integrar a sua formação, porém, estas últimas substâncias
refletem uma maior taxa de rotura ou deslocação, embora não provoquem
tantas possíveis reações alérgicas.
Por norma, o preservativo encontra-se coberto por uma substância lubrificante,
com o objetivo de facilitar a sua aplicação no pénis, e a penetração.
O preservativo masculino retém o sémen ejaculado, resultando num
impedimento da entrada de espermatozoides na vagina da mulher evitando,
assim, a sua gravidez. Traduz-se, deste modo, numa barreira física, que
impossibilita o esperma ejaculado de entrar em contacto com o corpo do
parceiro sexual.
Muitas vezes é descurada a importância da correta colocação ou remoção do
preservativo, sendo este facto, o principal fator espelhado nas falhas ocorridas
aquando a utilização deste método.
O uso simultâneo de tratamentos ou medicamentos vaginais, pode integrar um
outro importante fator que favorece a danificação do preservativo e a
consequente ineficácia do método em análise.
Por outro lado, a taxa do sucesso do preservativo aumenta sempre que este é
conjugado com espermicidas, substâncias que inativam ou destroem os
espermatozoides.
É assim oportuno referir que, para a eficácia do método, o preservativo deve
ser colocado com o pénis ereto, antes da penetração, devendo ser
desenrolando ao longo do mesmo, até à sua base. É crucial ser deixado um
espaço livre e sem ar no extremo, de modo a permitir a retenção do sémen,
sem se dar o rompimento do preservativo. Por fim, este deve ser removido no
momento adequado, antes de perda da ereção.
O preservativo masculino tem a vantagem de ser barato, de fácil
acessibilidade, de fácil utilização e de estar associado a muitos poucos efeitos
secundários, oferecendo, ainda, proteção acrescida contra doenças
sexualmente transmissíveis, como referido anteriormente. Os riscos ou
limitações deste método restringem-se, apenas, à sua incorreta utilização ou ao
seu rompimento, o que resulta na passagem dos espermatozoides, podendo
suceder-se o processo de fecundação ou a transmissão de infeções sexuais.
Os preservativos contemplam a lista de medicamentos essenciais da
Organização Mundial de Saúde, uma lista com os medicamentos mais eficazes
e seguros, imprescindíveis num qualquer sistema de saúde.
Em todo o mundo, desde o século XIX, o preservativo é um dos métodos
contracetivos de eleição, sendo a sua taxa de utilização maior nos países
desenvolvidos.
Embora amplamente aceites na sociedade contemporânea, a sua utilização
gera ainda alguns focos de controvérsia, maioritariamente nos países em
desenvolvimento.
Curiosidades
O primeiro surgimento de preservativos, enquanto forma de prevenir a
fecundação e a transmissão de infeções sexuais, remete para meados
do século XVI.
Anualmente são vendidos entre seis a nove mil milhões de
preservativos.
Os preservativos podem ser também utilizados para recolha de sémen
em tratamentos de infertilidade ou para outras finalidades médicas que
não refiram propósitos sexuais, visto serem impermeáveis, elásticos, e
de longa durabilidade.
Preservativo Feminino
O preservativo feminino (Fig.3) encontra-se inserido nos métodos contracetivos
não naturais e mecânicos assim como o preservativo masculino e o DIU.
Este tipo de preservativo possui uma forma tubular, composto por uma
substância semelhante ao látex denominado nitrilo, é essencialmente um
invólucro de borracha transparente e macio apresentando um anel de
poliuretano em cada uma das extremidades. Apresenta uma largura maior
comparado com o preservativo masculino pois depois de inserido, cobre as
paredes da vagina, permitindo, assim, o movimento do pénis no seu interior
conferindo proteção extra.
Como funciona?
Este método contracetivo foi concebido para ser utilizado por um
individuo do sexo feminino com o propósito de prevenir uma possível
fecundação.
O preservativo feminino deve ser colocado no interior da vagina de
forma a revestir a vagina e a parte exterior da vulva escudando, assim,
os lábios grandes.
O preservativo feminino poderá ser colocado oito horas antes da relação
sexual
É crucial que não ocorra a utilização de ambos os preservativos
(masculino e feminino), simultaneamente, de modo a evitar o
rompimento destes devido à possível fricção durante o ato sexual.
Após a ejaculação o preservativo irá reter esperma consequentemente,
é impertinente a remoção do líquido seminal ao torcer o anel externo
para impedir o contacto com o colo do útero.
Este método é bastante seguro porém estima-se que possam ocorrer 10
fecundações por ano em cada 100 mulheres tendo uma eficácia de
aproximadamente 97,3%
Vantagens:
Oferece proteção contra ISTs prevenindo a sua transmissão
Não provoca efeitos secundários ou contra-indicações
Não requer receita médica sendo por isso a sua utilização totalmente
dependente da mulher
Não é afetado por outras medicações
Livre de hormonas
Não interfere com a menstruação, portanto, poderá ser utilizado durante
o ciclo menstrual.
O seu uso poderá ser feito durante a gravidez pois ele não se move para
fora do colo uterino.
Desvantagens:
Pode rasgar se não for utilizado devidamente.
Não é tão eficaz como os preservativos masculinos.
Pode causar reações alérgicas ou irritação.
Pílula
Como atua?
As hormonas libertadas têm como função inibir ovulações fazendo com que os
ovários entrem num período de repouso. A toma da pílula faz com que a
mulher fique sem período fértil, impedindo a fecundação do óvulo pelo
espermatozoide e consequentemente a uma possível gravidez.
Quais são os diferentes tipos de pílula?
Para além destas pílulas existe tmbém a pílula contracetiva que na sua
constituição apresenta apenas progestagénios que são aconselhadas para
mulheres que não devem ou não podem tomar estrogénios principalmente
aquando o período de amamentação.
Como tomar?
Quais as vantagens?
Quais as desvantagens?
Curiosidades
Fig.4- Pílulas
Bibliografia
juventude.gov.pt
https://www.saudereprodutiva.dgs.pt/publicacoes/planeamento-familiar--
contracepcao/preservativo-masculino-metodo-contraceptivo-pdf.aspx
www.saudereprodutiva.dgs.pt
www.contracecao.pt
www.sermais.pt
https://www.farmaciasportuguesas.pt/menu-
principal/familia/mulher/como-funciona-a-pilula.html
http://www.apf.pt/metodos-contracetivos/pilula-contracecao-hormonal-
oral
https://pt.slideshare.net/tiafer96/mtodos-
contraceptivos?fbclid=IwAR1xUzuU4WaIpjwaUmv7TgvxBHsJJ3LQXr5S
b4E85XF5fR1d36hiZypkCcA
https://lifestyle.sapo.pt/saude/sexo/artigos/preservativo-feminino-o-que-
e-e-como-funciona
https://www.vivasuavida.com.br/pt/metodos-
contraceptivos/contraceptivos-curta-duracao/camisinha-
feminina/?fbclid=IwAR3nclrxM2habp635yzEBWRYwkPqYkK6wVtvNV_W
dbBLgCOJlO7GOsTvSL8
http://www.apf.pt/metodos-contracetivos/anel-vaginal