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Acidentes

na Infância
Acadêmicos:
Bárbara Ribeiro Rosa
Ihan Sampaio Ottoni
Sabrynny Leite W. Fidélio

Orientadora: Dra. Aline Maria Gomes


Conceito e Epidemiologia
 Conceito: Acidentes ou traumas não intencionais, correspondem a um grupo de situações em que a
pessoa acaba por sofrer algum dano físico e/ou psíquico, por um trauma independente da ação direta
de um outro.

 A maioria dos acidentes acontecem no local de moradia da criança e no entorno, e podem ser evitados
na maioria das vezes.

 Segundo o Datasus, em 2017, teve um total de 158.657 óbitos, por causas externas (acidentes e
violência

 Acidentes representam hoje a principal causa de morte de crianças de um a 14 anos no Brasil.

 Todos os anos, cerca de 3,6 mil crianças dessa faixa etária morrem, sendo as maiores causas os
atropelamentos e afogamentos.
Também de fundamental importância é saber as
necessidades de estímulo e de proteção, bem como as etapas
de seu desenvolvimento, para que se possa adiantar as
medidas de proteção, antes que o trauma ocorra.
Acidentes por faixa etária
0-4 meses 5-12 meses 1-4 anos 5-11 anos 12-19 anos
Queimaduras Quedas Quedas Quedas Maior proporção
dos acidentes de
fora do ambiente
doméstico +
Utilização de
álcool e drogas

Traumas por Queimaduras Intoxicação Atropelamento e


impacto exógena acidentes com
veículos
automotores
Afogamentos Choques elétricos Afogamentos

Quedas Afogamentos
Aspiração e Traumas diversos
sufocação
Queimaduras
Lesão na pele outro tecido decorrente de exposição ao calor, a substâncias químicas ou à eletricidade.

Importante causa de hospitalização por acidentes no Brasil (sendo a cozinha, o ambiente mais
comum).

1ª causa de acidentes na infância


(0-4 meses) e 2ª (5-12 meses).
Tipos de queimaduras:
1. Térmica: + frequente (ex: contato com fogo, líquidos superaquecidos, exposição aos raios
solares)

2. Químicas (ex: produtos de limpeza, soda cáustica, venenos)

3. Elétricas (ex: dedos nas tomadas, fios desencapados, alta tensão...)


Classificação das queimaduras:
1º grau 2º grau 3º grau

Limitada à epiderme (pode Superficiais: toda epiderme Derme total, pode atingir o
causar hiperemia, calor, dor e parte da derme (dor, subcutâneo (aspecto
e discreto edema, não eritema intenso com bolhas) esbranquiçado, indolor,
forma bolha) superfície seca e inelástica)
Profundas: quase toda
Resolução espontânea sem derme (pouco dolorosas, Necessitam de enxerto para
deixar cicatriz podem deixar sequelas reparação
cicatriciais)
Prevenção de queimaduras:
 Cuidado com a água do banho! Coloque primeiro a água fria, depois a quente para atingir a
temperatura corporal – 36ºC.

 Sempre chacoalhar bem a mamadeira para uniformizar o calor e testar a temperatura na região
interna de antebraço antes de oferecer ao bebê.

 Não manipular líquidos quentes e não cozinhar com o bebê no colo.

 Recomenda-se colocar portões para impedir o acesso à cozinha (local de maior risco para
queimaduras, cortes, lacerações e intoxicações).

 Não deixar os cabos de panelas para fora do fogão.

 Não tenha produtos tóxicos, inflamáveis, nem cáusticos em casa.

 Lembre que também a exposição ao sol por tempo prolongado, ou em horários depois das 10
horas da manhã e antes das 16:00, pode determinar queimaduras importantes.
Traumas por impacto

 Correta fixação de móbiles no berço ou carrinho


(Objetos feitos de material leve e que não soltem as peças, para que não caiam sobre a criança)

 Uso de cadeirinha apropriada para idade e peso no carro


(Cadeirinha fixada no banco de trás, voltada para a traseira do carro)

 Cuidado com o acesso de outras crianças pequenas ao bebê


(Podem oferecer brinquedos, jogá-los no berço ou carrinho ou ainda tentar pegar no colo)

Obs: Nunca deixe uma criança cuidando de outra criança

2ª causa de acidentes na infância


(0-4 meses)
Afogamento
1. Processo que resulta em comprometimento respiratório pela aspiração de líquido, que ocorre por
submersão ou imersão da vítima.

2. Fatores de risco: crianças pequenas, incapacidade de nadar, falta de cercas na piscina e de


supervisão adequada, condições médicas como epilepsia, etc.

3. Prognóstico: A maioria das vítimas recupera-se totalmente, sem déficits neurológicos. Fatores
associados a mau prognóstico: submersão prolongada (6 min), esforços de ressuscitação
prolongados, etc.

3ª causa de acidentes na
infância (0-4 meses), 4ª (5-12
meses) e 3ª (5-11 anos).
Estratégias de prevenção do
afogamento
1. Nunca deixe o bebê sozinho na banheira ou perto de piscinas, praias, etc. Mesmo com o uso de
colete salva vidas, o adulto deve estar segurando-o.

2. Cuidado ao virar o bebê para lavar as costas para que o rosto não encoste na água.

3. A lavanderia deve ser proibida - qualquer coleção de água em um balde pode causar o
afogamento.

4. Evite o uso de brinquedos que boiam na água com a criança em seu interior.

5. Piscinas devem ter cerca de bloqueio em toda sua volta, acima de 150 cm de altura, com portão
mantido com trava de segurança.

6. Redobrar a atenção em parques aquáticos e brinquedos radicais. Além do risco de afogamentos, há


os perigos de quedas e traumas por impacto.
Quedas
1. Nunca deixar o bebê sob os cuidados de outra criança;
2. Nunca deixar o bebê sozinho no trocador ou na cama;
3. Evitar pisos lisos, molhados ou escorregadios quando estiver com o bebê no colo;
4. Manter o cinto de segurança do bebê conforto/cadeirinha com a alça travada.
5. Para estimular o desenvolvimento, o chão protegido com algum colchonete fino é o melhor lugar;
6. Proteger escadas com portões/grades;
7. Nunca usar andador, em nenhuma idade;
8. Colocar telas nas janelas, sacadas e vãos desprotegidos;
9. Utilização de equipamentos de segurança para brinquedos como bicicleta, patinete, skate;
10. Não permitir o uso do celular em vias públicas ou quando a criança está em movimento.
Aspiração e Sufocação
1. Nunca usar correntes ou cordões no pescoço do bebê;

2. Se usar chupeta, adotar prendedores à roupa do bebê com um cordão curto;

3. Nunca deixar o bebê mamando sozinho se for indispensável o uso de mamadeiras;

4. Usar cobertas e cobertores proporcionais ao tamanho do bebê no berço/carrinho;

5. Manter o bebê protegido de crianças maiores que podem querer compartilhar alimentos.
Choques Elétricos
1. Não deixar fios elétricos ao alcance da criança.

2. Proteger todas as tomadas da casa.


Traumas Diversos
1. Evite que o bebê tenha contato com brinquedos ou objetos pesados, que pode deixar cair sobre si.

2. Escolha bem os brinquedos que oferece ao bebê, que sejam de material atóxico, macio, sem
bordas cortantes ou ponteagudas.

3. Teste os brinquedos e verifique que não soltem peças pequenas, que o bebê poderá aspirar e
sufocar.

4. Não deixe toalhas ou tecidos pendentes nas mesas, pois o bebê poderá tentar se apoiar neles (ele
não reconhece a diferença de um pano pendurado e uma parede) e puxar tudo que está em cima da
mesa ou do móvel por cima dele.

5. Cuidado com animais, mesmo considerados domésticos. As atitudes do bebê e a invasão do


território considerado pelo animal como seu, pode desencadear ataques e grandes lesões no bebê.
Intoxicação exógena
1 - O QUE SIGNIFICA?
É o surgimento de sinais e sintomas decorrente do contato com substâncias químicas que são
prejudiciais à saúde, podendo gerar danos severos e até mesmo a morte.

2 - QUAIS OS PRINCIPAIS AGENTES CAUSADORES DE INTOXICAÇÕES EM CRIANÇAS?


• Qualquer substância usada na quantidade inadequada, de forma incorreta ou com prazo de validade
vencido pode provocar intoxicação.-
• Os acidentes ocorrem principalmente em ambiente doméstico.
• A faixa etária mais afetada é de 1 a 4 anos.
• Armazenamento incorreto, embalagens inseguras e desinformação dos pais sobre prevenção de
acidentes.
Intoxicação exógena
3 – EM CASA, QUAIS OS PRODUTOS QUE PODEM CAUSAR PROBLEMAS?
- Medicamentos, produtos de limpeza, inseticidas, tintas, graxas, xampus, cremes e cosméticos
diversos, bebidas alcoólicas, dentre outros-
- Contato com plantas tóxicas e animais peçonhentos, como cobras, aranhas, escorpiões, lacraias e
abelhas.
Intoxicação exógena
4 – COMO SUSPEITAR QUE UMA CRIANÇA ESTÁ INTOXICADA?

Sinais e sintomas de fácil identificação, entre eles:

Vômito;
Salivação excessiva;
Sonolência, desorientação;
Dificuldade de respirar;
Desmaio;
Convulsão;
Lesão, queimadura ou vermelhidão na pele, boca e lábios;
Cheiro característico de algum produto na pele, roupa, piso ou objetos ao redor;
Alteração súbita do comportamento ou do estado de consciência.
Intoxicação exógena
5 – COMO OS PAIS PODEM AJUDAR A PREVENIR?
• Produtos de limpeza e medicamentos -> lugares altos e longe do alcance;
• Evitar guardar, manusear ou tomar a medicação sob a visão da criança;
• Preferir embalagens com tampas de segurança;
• Não oferecer embalagens vazias pra criança brincar;
• Remédios e substâncias tóxicas em suas embalagens originais;
• Não tenha em casa álcool, produtos inflamáveis, tóxicos, cáusticos ou que possam causar
envenenamentos;
• Animais peçonhentos -> verificar os locais de brincadeira e dentro dos calçados;
Intoxicação exógena
6 – COMO AS CRIANÇAS PODEM SE ENVOLVER NA PREVENÇÃO?
Polo de Jogos e Saúde (do Multimeios/Icict/Fiocruz) e o Sistema Nacional de Informações Tóxico-
Farmacológicas (Sinitox/Fiocruz) - “Quem deixou isso aqui?”
Intoxicação exógena
7 – O QUE DEVE SER FEITO EM CASO DE INTOXICAÇÃO?-
Ligar 192;
Centros de Informação e Assistência Toxicológica (Ciats);

1) Tente identificar o produto que causou o acidente e a quantidade ingerida;


2) Não ofereça leite, água ou outros líquidos;
3) Não provoque vômitos sem orientação, especialmente se a criança tiver ingerido soda cáustica,
querosene, ácidos, alvejantes, desinfetantes, removedores, gasolina;
4) Em caso de contato com pele ou olhos, lave o local com água em abundância;
5) Retire roupas impregnadas com o produto;
6) Leve a criança ao serviço médico mais próximo e junto a embalagem, o rótulo ou a bula do produto
suspeito.
 
Acidentes de trânsito
 

1) Importância para a pediatria:


• Os traumatismos relacionados aos meios de transporte são, no âmbito mundial, a primeira causa de
morte entre 5 e 29 anos, penalizando cerca de duas vezes mais as crianças e jovens de países de
média renda, como o Brasil, em comparação com os de alta renda.

2) A legislação brasileira sobre crianças ocupantes de veículos:


• Todo pediatra tem que estar a par das normas nacionais vigentes.
• A Resolução nº 277 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), de 28 de maio de 2008, é a
norma legal brasileira sobre o transporte de crianças em automóveis (porém, é considerada
ultrapassada desde o seu surgimento).
Acidentes de trânsito

2) A legislação brasileira sobre crianças ocupantes de veículos:


• Janeiro de 2020: Contran publica a Resolução nº 518, que prevê que todos os modelos de
automóveis e utilitários produzidos no Brasil ou importados deverão ter ao menos uma ancoragem
inferior Isofix ou Latch (padrão estadunidense), com o respectivo tirante superior, quando
indicado, para os novos assentos de segurança do tipo i-Size (classificação por estatura da criança
no lugar do antigo sistema de massa corporal).
Cuidados com adolescentes
• Acidentes fora do ambiente doméstico aumentam: trânsito, os afogamentos, as quedas, queimaduras
e, os com armas de fogo.
• Fatores importantes de risco: álcool e drogas.
• Autocuidado e autoestima.
Cuidados com adolescentes
• Ensinar a andar sozinho na rua, respeitando os sinais de trânsito;
• Esportes radicais: assegurar equipamentos e o local sejam seguros;
• Praticar esportes com os equipamentos de segurança;
• Cuidado com jogos e desafios da internet;
• Não permitir manuseio de substâncias que possam causam danos - produtos tóxicos,
cáusticos, inflamáveis, pesticidas, venenos;
• Não permitir acesso à armas, branca ou de fogo;
• Manter toda medicação fora do alcance.
Referências
Manual de Orientação sobre Acidentes na Infância
file:///C:/Users/Samsung/Downloads/_22337c-ManOrient_-_Os_Acidentes_Sao_Evitaveis__1_.pdf

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