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1 Introdução...............................................................................................................................1
1.1 Objectivos...............................................................................................................................2
1.2 Metodologias..........................................................................................................................3
9 Subestádio vi: a invenção dos meios novos por combinação mental (1 Ano e 2 Anos)......10
13 A inteligência da criança......................................................................................................17
15 Conclusão.............................................................................................................................20
16 Referências bibliográficas....................................................................................................21
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1 Introdução
O presente trabalho Trata de revisão de literatura tendo em vista a composição tendo em vista a
composição de um referencial que constitui processo significativo para a pesquisa sobre o
desenvolvimento cognitivo da criança no trabalho de sua educação científica em contexto
escolar. A pesquisa buscou, nos trabalhos de Piaget e de pesquisadores que discutem sua teoria,
as ideias que constituem a essência da teoria piagetiana.
Diante disso, o objectivo principal é evidenciar de que maneira essa teoria pode contribuir para o
desenvolvimento e aprendizagem escolar, inclusive de conceitos científicos. Para isso, foi
necessária a explicitação de vários conceitos que são fundamentais para a compreensão das
ideias do teórico. Contudo, admite-se que não são ideias fáceis de compreensão, pois por ser uma
teoria que aborda o desenvolvimento mental da criança. No entanto, é uma teoria que surpreende
pela forma como explica o desenvolvimento cognitivo e o surgimento de vários processos
cognitivos como a percepção, o pensamento, a linguagem e, sobretudo, a inteligência.
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1.1 Objectivos
1.2 Metodologias
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2 Os Estádios No Desenvolvimento Cognitivo
Para que se possa falar em estádio nos termos propostos por Piaget, é necessário, em primeiro
lugar, que a ordem das aquisições seja constante. Trata-se de uma ordem sucessiva e não apenas
cronológica, que depende da experiência do sujeito e não apenas de sua maturação ou do meio
social. Além desse critério, Piaget propõe outras exigências básicas para caracterizar estádios no
desenvolvimento cognitivo:
1) Todo estágio tem de ser integrador, ou seja, as estruturas elaboradas em determina todo
estágio tem de ser integrador, ou seja, as estruturas elaboradas em determinada etapa devem
tornar-se parte integrante das estruturas das etapas seguintes;
2) Um estádio corresponde a uma estrutura de conjunto que se caracteriza por suas leis de
totalidade e não pela justaposição de propriedades estranhas umas às outras;
Com estes critérios Piaget distinguiu quatro grandes períodos no desenvolvimento das estruturas
cognitivas, intimamente relacionados ao desenvolvimento da afetividade e da socialização da
criança: estádio da inteligência sensório-motora (até, aproximadamente, os 2 anos); estádio da
inteligência simbólica ou pré-operatória (2 a 7-8 anos); estádio da inteligência operatória
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concreta (7-8 a 11-12 anos); e estádio da inteligência formal (a partir, aproximadamente, dos 12
anos).
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4 Sub estádio i: o exercício dos Reflexos (até 1 mês)
No transcorrer dos intercâmbios da criança com o meio ambiente logo os esquemas reflexos vão
mostrar cer tos desajustes, exigindo transformações. O que provoca tais desajustes são as
resistências encontradas na assimilação dos objetos ao conjunto de ações. Estes desajustes vão
ser compensados por uma acomodação do esquema. Correspon dem a uma perda momentânea de
equilíbrio dos esquemas-reflexos. Os reajustes que possibilitam o êxito consistem na obtenção
momentânea de um novo equilíbrio.
No decurso do segundo mês surgem duas novas condutas típicas do início desse período: a
protusão da língua e a sucção do polegar, que caracterizam a reacção circular primária na qual o
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resultado interessante descoberto por acaso é conservado por repetição. A reação circular
primária refere-se a procedimentos aplicados ao próprio corpo da criança.
Esta é a fase em que as acções ou operações de deslocamento da criança são realizadas mediante
“grupos práticos”, através da coordenação motora, sem dar origem ainda à representação mental.
A acção é que cria o espaço, a criança não tem consciência dele. Os espaços criados pela acção
oral, visual, táctil, postural, auditivo etc. ainda não são coordenados entre si, portanto, são
heterogéneos. A criança parece considerar o mundo como um conjunto de quadros que aparecem
e desaparecem. O tempo é simples duração sentida no decorrer da acção própria.
Neste subestádio das primeiras adaptações adquiridas as condutas observadas ainda não são
inteligentes no seu verdadeiro sentido. Elas fazem a transição entre o orgânico e o intelectual,
preparando a inteligência.
A terceira etapa desse período caracteriza-se pelo surgimento das reacções circulares secundárias
voltadas para os objectos. Pode-se defini-las como movimentos centralizados sobre um resultado
produzido no ambiente exterior, com o único propósito de manter esse resultado. Após ter
aplicado as reacções circulares sobre o corpo próprio, a criança vai, pouco a pouco, utilizando
esse procedimento sobre os objectos exteriores. Vai, então, elaborando o que Piaget chama de
reacções circulares secundárias, que marcam a passagem entre a actividade reflexa e a actividade
propriamente inteligente. Pela primeira vez aparece um elemento de previsão de acontecimentos.
A reacção circular só começa quando um efeito casual, provocado pela acção da criança, é
percebido como resultado desta acção. Por isso, se até então tudo era para ser visto, escutado,
tateado, agora tudo é para ser sacudido, balançado, esfregado etc, conforme as diversas
diferenciações dos esquemas manuais e visuais.
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período as crianças têm as primeiras antecipações de movimentos relacionados à trajectória de
um objecto e já conseguem distingui-lo quando semi-oculto. Mas o objecto existe apenas em
ligação com a acção própria. O mundo é, portanto, um mundo de quadros cuja permanência é
mais longa, mundo que a criança procura fazer durar mais longa mente, mas que se desvanece
como antes.
A principal novidade do quarto subestádio é a busca, pela criança, de um fim não imediatamente
atingível através da coordenação de esquemas secundários. A coordenação de esquemas observa-
se no fato da criança se propor a atingir um objectivo não directamente acessível pondo em
acção, nessa intenção, esquemas até então relativos a outras situações. Há uma dissociação entre
os meios e os fins e uma coordenação intencional dos esquemas. Já é possível, também, a
imitação de respostas que a criança não vê em si mesma.
A subordinação dos meios aos fins já é observada na actividade lúdica da criança. Quanto à
construção do objecto, há a busca de objectos ocultos atrás de anteparos, apesar da procura
sempre recair sobre o primeiro anteparo usado para esconder o objecto. A criança é capaz, por
exemplo, de esconder um objecto sob um anteparo e depois retirá-lo nova mente; mas, se o
objecto escondido for deslocado para outra posição, ela ainda o procurará na primeira posição.
Há portanto, a busca do objecto desaparecido, porém, sem considerar a sucessão dos
deslocamentos visíveis. A permanência do objecto ainda é subjectiva, isto é, ligada à própria
acção da criança.
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Ao lidar com as relações espaciais a criança se encontra numa situação intermediária aos grupos
subjectivos e objectivos examinando a constância dos objectos. O mesmo ocorre em relação à
causalidade: a criança aplica os meios conhecidos às situações novas e começa a atribuir aos
objectos e às pessoas uma actividade própria, o que indica a transição entre a causalidade
mágico-fenomenista (que caracteriza o sugerindo anterior) e a causalidade objectiva. Ela deixa
de considerar suas acções como única fonte de causalidade e considera o corpo de outra pessoa
como um centro autónomo de actividade causal apreciando o arranjo espacial necessário para a
acção bem-sucedida. O tempo também começa a se aplicar aos acontecimentos independentes do
sujeito e a constituir séries objectivas. Este é, portanto, um subestádio de transição, no qual a
eficiência da acção da criança ainda está marcada pelas características da acção própria.
A descoberta dos meios novos por experimentação ativa (11-12 Meses A 18 Meses)
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último deslocamento. Há, portanto, a descoberta da actuação sobre os objectos por meio de
intermediários e se inicia o reconhecimento de que os objectos podem causar fenómenos
independentemente de sua acção, bem como o domínio sobre objectos que foram ocultos sob
anteparos.
A criança leva em conta relações espaciais, conseguindo fazer grupos espaciais objectivos; ela
agora está interessada não mais apenas em sua acção, mas, sobretudo, no objecto. Adquire a
noção de deslocamento dos objectos em relação uns aos outros por contacto directo. Mas, apesar
de perceber as relações espaciais entre as coisas, ainda não consegue representá-las na ausência
do contato directo: ela só considera os deslocamentos realizados dentro do seu campo perceptivo.
Começa a ter percepção de certa sucessão no tempo e memória mais prolongada de uma
sequência de deslocamentos. O tempo agora engloba sujeito e objecto, constituindo-se o elo
contínuo e sistemático que une os acontecimentos do mundo exterior uns aos outros. A
causalidade é objectiva sobre os objectos e as pessoas e situada no quadro espácio-temporal.
9 Subestádio vi: a invenção dos meios novos por combinação mental (1 Ano e 2 Anos)
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capaz de situá-las num tempo representativo que engloba a si mesma e ao mundo. A
representação mental estende o tempo a acontecimentos lembrados.
Em resumo, nestes dois primeiros anos de vida a criança se desenvolve no sentido de uma
descentração progressiva. No início está num estado de confusão total, possuindo apenas seus
reflexos hereditários. É a partir de sua tomada de contacto com o mundo exterior que ela vai
desenvolver condutas de adaptação: seus reflexos transformam-se em hábitos, depois, pouco a
pouco, os processos de acomodação e assimilação levam-na a estabelecer com o mundo relações
de objectividade e, ao mesmo tempo, a construir sua própria subjectividade. Os três primeiros
subestádios são de elaboração: a criança assimila o real a si própria. No terceiro já se percebe
uma transição, na qual ocorre a dissociação para, no quarto subestádio, vermos a criança oscilar
entre a descentralização objetiva que termina com o sexto subestádio, pela representação. No
estádio sensório-motor o instrumento principal de apoio e de constituição de si mesma e do
mundo é a percepção, pela qual a criança estabelece relações directamente com o mundo
exterior. A partir deste estádio essas relações com o mundo serão mediadas pela função
simbólica, no plano das representações.
A primeira etapa dessa reconstrução, que Piaget denomina período pré-operatório, é dominada
pela representação simbólica. A criança não pensa, no sentido estrito desse termo, mas ela vê
mentalmente o que evoca. O mundo para ela não se organiza em categorias lógicas gerais, mas
distribui-se em elementos particulares, individuais, em relação com sua experiência pessoal. O
egocentrismo intelectual é a principal forma assumida pelo pensamento da criança neste estádio.
Seu raciocínio procede por analogias, por transdução, uma vez que lhe falta a generalidade de
um verdadeiro raciocínio lógico.
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O advento da capacidade de representação vai possibilitar o desenvolvimento da função
simbólica, principal aquisição deste período, que assume as suas diferentes formas — a
linguagem, a imitação diferida, a imagem mental, o desenho, o jogo simbólico — compreendidas
como diferentes meios de expressão daquela função.
A inteligência tem acesso, então, ao nível da representação, pela interiorização da imitação (que,
por sua vez, é favorecida pela instalação da função simbólica). A criança tem acesso, dessa
forma, à linguagem e ao pensamento. Ela pode elaborar, igualmente, imagens que lhe permitem,
de certa forma, transportar o mundo para a sua cabeça.
O pensamento imagístico egocêntrico, característico desta fase, pode ser observado no jogo
simbólico, no qual a criança transforma o real ao sabor das necessidades e dos desejos do
momento. O real é transformado pelo pensamento simbólico, na medida em que o jogo se
desenvolve, ao sabor das exigências do desejo expresso no e pelo jogo. É por isso que Piaget
considera o jogo simbólico como o egocentrismo no estado puro.
Um pensamento assim dominado pelo simbolismo essencialmente particular, pessoal e, por isso,
incomunicável, não é um pensamento socializado. Ele não repousa em conceitos, mas no que
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Piaget chama pré-conceitos, que são particulares, no sentido em que evocam realidades
particulares, tendo seu correlato imagístico ou simbólico próprio à experiência, de cada criança.
Entre os 5 e 7 anos, período geralmente chamado de “intuitivo”, ocorre uma evolução que leva a
criança, pouco a pouco, à maior generalidade. Seu pensamento agora repousa sobre
configurações representativas de conjunto mais amplas, mas ainda está dominado por elas. A
intuição é uma espécie de acção realizada em pensamento e vista mental mente: transvasar,
encaixar, seriar, deslocar etc. Ainda são esquemas de acção aos quais a representação assimila o
real. Mas a, intuição é, também, por outro lado, um pensamento imagístico, versando sobre
configurações de conjunto e não mais sobre simples colecções sincréticas, como no período
anterior.
O pensamento da criança entre dois e sete anos é dominado pela representação imagística de
carácter simbólico. A criança trata as imagens como verdadeiros substitutos do objecto e pensa
efectuando relações entre imagens. A criança é capaz de, em vez de agir em actos sobre os
objectos, agir mentalmente sobre seu substituto ou imagem, que ela no meia. Proveniente da
interiorização da imitação, a representação simbólica possui o carácter estático da imitação,
motivo pelo qual versa, essencialmente, sobre as configurações, por oposição às transformações.
Com a instalação das estruturas operatórias do período seguinte, a imagem vai ser subordinada às
operações. Na passagem da acção sensório-motora para a representação, pela imitação, é
possível apreender melhor as ligações entre as operações e a acção, tornando mais compreensível
a origem de certos distúrbios dos processos figurativos: espaço, tempo, esquema corporal etc.
Por volta dos sete anos a actividade cognitiva da criança torna-se operatória, com a aquisição da
reversibilidade lógica. A reversibilidade aparece como uma propriedade das acções da criança,
susceptíveis de se exercerem em pensamento ou interiormente. O domínio da reversibilidade no
plano da representação — a capacidade de se representar uma acção e a acção inversa ou
recíproca que a anula — ajuda na construção de novos invariantes cognitivos, desta vez de
natureza representativa: conservação de comprimento, de distâncias, de quantidades discretas e
contínuas, de quantidades físicas (peso, substância, volume etc). O equilíbrio das trocas
cognitivas entre a criança e a realidade, característico das estruturas operatórias, é muito mais
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rico e variado, mais estável, mais sólido e mais aberto quanto ao seu alcance do que o equilíbrio
próprio às estruturas da inteligência sensório-motora.
Tanto as operações como as estruturas que se constroem até aproximadamente os onze anos, são
de natureza concreta; permanecem ligadas indissoluvelmente à acao da criança sobre os objectos.
Entre os 11 e os 15-16 anos, aproximada mente, as operações se desligam progressivamente do
plano da manipulação concreta. Como resultado da experiência lógico matemática, o adolescente
consegue agrupar representações de representações em estruturas equilibradas (ocorrendo,
portanto, uma nova mudança na natureza dos esquemas) e tem acesso a um raciocínio hipotético-
dedutivo. Agora, poderá chegar a conclusões a partir de hipóteses, sem ter necessidade de
observação e manipulação reais. Esta possibilidade de operar com operações caracteriza o
período das operações formais, com o aparecimento de novas estruturas intelectuais e,
consequentemente, de novos invariantes cognitivos. A mudança de estrutura, a possibilidade de
encontrar formas novas e originais de organizar os esquemas não termina nesse período, mas
contínua se processando em nível superior. As estruturas operatórias formais são o ponto de
partida das estruturas lógico-matemáticas da lógica e da matemática, que prolongam, em nível
superior, a lógica natural do lógico e do matemático.
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conexões, a maioria das quais adquirida pelo exercício e reforça da pelo funcionamento.
Portanto, a maturação é um factor necessário na génese, mas não se sabe exactamente qual o seu
papel além da abertura de possibilidades.
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desenvolvimento. De todo modo, para assimilar é preciso ter desenvolvido estruturas de
assimilação.
Aos três factores indicados, que explicitam três condições do desenvolvimento representados
pela herança, o meio e o funcionamento, é preciso, entretanto, acrescentar uma terceira
característica essencial dos sistemas vivos, que é a auto-regulação, chamada por Piaget de factor
de equilibração. É a auto-regulação que explica a evolução e define o estado mesmo do vital.
Embora não se possam identificar os órgãos mentais com os órgãos físicos, é possível
estabelecer uma correspondência entre os factores responsáveis pelo desenvolvimento
morfogenético e aqueles que entram no desenvolvimento psicológico. Assim, à noção de herança
ou estrutura pré-construída corresponde a de maturação orgânica que embora não dependa
apenas de programação hereditária desempenha, em relação ao comportamento, o mesmo papel
de factor preliminar que os gens em relação à epigenese. Ao factor funcionamento corresponde o
de actividade e ao meio físico se acrescentam as transmissões sociais e culturais. Estes três
factores, entretanto, só podem operar de forma coordenada, e é essa a função do quarto factor a
auto-regulação ou equilibração que também é fundamental no caso do desenvolvimento
psicológico.
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termos de equilíbrio entre a assimilação e a acomodação, o resultado disso é o conhecimento,
meio que possui a mente humana para se adaptar. Assim, se o sujeito constitui o objeto, ele se
constitui ao se reconstituir de volta.
13 A inteligência da criança
Jean Piaget, foi um teórico que conseguiu discutir vários processos cognitivos ao mesmo tempo e
dentre esses processos, preocupou-se muito em desvendar como ocorre o nascimento da
inteligência na criança. Será que esta já nasce inteligente? Ou a inteligência é algo que
conquistamos com o contacto o mundo exterior? São essas questões que surgem na mente de
muitos psicólogos e pedagogos e que muitas vezes são perguntas sem repostas. Buscamos então
aqui compreender sobre as ideias de Piaget a cerca da inteligência da criança. Desde já
afirmamos que isso não é uma tarefa fácil. No período sensório-motor, a inteligência, surge bem
antes da linguagem e do pensamento, mas se trata de uma inteligência prática, sustentada pela
manipulação de objectos concretos e pela percepção destes objectos enquanto estão presentes a
mente. Piaget (2011), explica que quando uma criança pega uma vareta para puxar um objeto
que está distante, considera-se isto um ato de inteligência. Mas uma inteligência que só é
possível com a presença de objectos, não se pode dizer ainda de que isso é inteligência
propriamente dita. A inteligência não aparece, de modo algum, num dado momento do
desenvolvimento mental, como um mecanismo completamente montado e radicalmente diferente
dos que o precederam. Apresenta, pelo contrário uma continuidade admirável com os processos
adquiridos ou mesmo inatos respeitantes à associação habitual e ao reflexo, processos sobre os
quais ela se baseia, ao mesmo tempo que os utiliza (PIAGET, 1986, p.23). Diante disso,
podemos entender que a inteligência é um processo que se inicia desde o nascimento da criança,
mas não uma inteligência propriamente dita, mas uma inteligência oriunda dos reflexos e hábitos
adquiridos ou inatos do sujeito, pode-se falar então de uma inteligência senso-motora, o que
significa dizer que até o desenvolvimento pleno da inteligência várias etapas serão realizadas.
Piaget (1986), afirma que a inteligência é uma adaptação, por isso, para apreender as suas
relações com a vida em geral, se faz necessário definir quais as relações que existem entre o
organismo e o meio ambiente. Isto significar dizer que para entendermos a evolução da
inteligência é indispensável conhecer as relações que o sujeito estabelece com o meio e como o
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meio influencia nesse processo, ou seja, de que forma a criança utiliza os objetos externos para
apreender e aprender sobre eles por meio de ações coordenadas. Nesse sentido, a inteligência
existe na acção do sujeito, na acção mental e física constituída com o ambiente, ou seja, essa
interacção de sujeito e ambiente envolve um equilíbrio entre a assimilação e a acomodação,
processo pelo qual permite nossa adaptação ao meio e a interiorização dos objectos desse meio.
As idéias de Piaget sobre a linguagem e o pensamento da criança são de grande importância para
a compreensão da origem da linguagem e se esta acontece simultaneamente com o pensamento
ou se surgem em espaços diferentes. Segundo Piaget (2011), é graças a linguagem que a criança
tornar-se capaz de invocar situações não atuais, libertando-se então das fronteiras do espaço
próximo e presentes, ou seja, saindo do campo perceptivo.Isto significa dizer que os objetos e
acontecimentos deixam de ser percepções imediatas e passam a fazer parte de um quadro
conceitual e racional o que contribui significativamente para o conhecimento. A linguagem é
necessariamente, interindividual, sendo constituída por um sistema de signos (=significantes
arbitrários ou convencionais). Mas, ao lado da linguagem, a criança pequena- menos socializada
que a de 7-8 anos e sobretudo que o próprio adulto -tem necessidade de outro sistema de
significantes, mais individual e mais motivado: os símbolos, cujas formas mais corrente na
criança pequena se encontram no jogo simbólico ou de imaginação..., o jogo simbólico aparece
mais ou menos ao mesmo tempo da linguagem..(PIAGET, 2011, p.77). Diante disso, entende-se
que o jogo simbólico tem papel importante no pensamento da criança, pois esta é capaz de
“representar” situações individuais cognitivamente e afetivamente à medida que imagina
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determinado objeto ou acontecimento. Para Piaget (2011), a ação representada pela criança não
está presente e nem é atual, mas são situações evocadas, o que consiste numa característica da
representação.Podemos dizer então, que a representação ocorre independente da linguagem. Para
Piaget (2011), pode-se dizer que a origem do pensamento deve ser procurada por meio da função
simbólica, mas ressalta que a função simbólica pode ser explicada pela formação de
representações. Deste modo, “a formação da função simbólica,ao contrário, consiste em
diferenciar os significantes dos significados, de modo que os primeiros permitam a evocação da
representação dos segundos” (PIAGET, 2011, p.79). Entende-se dessa forma, a importância do
jogo simbólico para o pensamento, pois por meio da imaginação a criança tornar-se capaz de
representar individualmente objeto e acontecimentos ocorridos num momento passado e isso
contribui para a formação do pensamento. Mas, segundo Piaget (2011), é inútil perguntar se é a
função simbólica responsável pelo pensamento ou, ao contrário, se é o pensamento que permite a
formação da função simbólica. O que podemos concluir é que o pensamento precede a
linguagem e esta o transforma, ajudando-o a chegar num equilíbrio por meio de esquematização
mais desenvolvida e uma abstração mais instável. (PIAGET, 2011).
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15 Conclusão
O estudo dos trabalhos desenvolvidos por Piaget nos permitem conhecer a forma como este
teórico concebe o desenvolvimento mental da criança e como suas pesquisas a cerca da gênese
do conhecimento pode permitir ao professor um repensar em sua prática na busca de uma práxis
que conceba o sujeito como capaz de construir conhecimento a partir de sua inteligência, acção e
interacção com o meio. A teoria piagetiana permite uma compreensão biológica e psicológica da
evolução mental da criança, pois é importante conhecer como o organismo do sujeito reage ao
receber uma informação nova do meio e ao tentar organizar essa informação em sua estrutura
cognitiva. É importante saber também como essas informações tornam-se conhecimentos por
meio da acção do sujeito na busca de adaptar-se ao ambiente. Conclui-se, então, que este
trabalho constitui-se de uma síntese do pensamento piagetiano, pois é um pensamento um tanto
complexo, mas coerente e rico, no sentido de oferecer informações acerca do desenvolvimento
cognitivo que são imprescindíveis àqueles que desejam fazer de seus aprendizes sujeitos
autónomos e capazes de construírem conhecimentos e não de reproduzirem o que outros fizeram.
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16 Referências bibliográficas
COLL, C. O construtivismo na sala de aula. Tradução: Cláudia Schilling. São Paulo: Ática,
2009.
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