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TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

(TEA) E ASPECTOS NEUROBIOLÓGICOS


Profª: Fabiana Lozano Cardoso
Enfermeira;
Especialista em Saúde Mental, Alterações Comportamentais e Farmacologia;
Especialista em Emergências Psiquiátricas;
Mestre em Ensino e Tecnologias;
Expertise em Atendimento Adulto e Infantil com Transtorno Mental.
TRANSTORNO DO ESPECTRO
“This is a quote. Words full of wisdom that someone important said and

AUTISTA
can make the reader get inspired.”

—SOMEONE FAMOUS
Timeline – Teorias do TEA
Hans
Eugen Bleuler Asperger Michael Rutter Anne Tavarez

1908 1943 1944 1950/60 1971 1990 1992 1993

Leo Kanner hipótese da causa Funções


“mãe multifatorial Executivas e
geladeira” ToM
ANATÔMICOS;
FISIOLÓGICOS;
BIOLÓGICOS.

APRESENTAM
MUDANÇAS?
TEORIA DA ETIOPATOGÊNIA
DO AUTISMO
A picture is worth a
thousand words
Multifatorial
A complex idea can be conveyed
with just a single still image,
namely making it possible to
Mono/Poligéneticas
absorb large amounts of data
quickly.

Ambiental
FONTE: (DE RUBEIS et al, 2014; DE LA TORRE-UBIETA et al, 2016; HOANG; CYTRYNBAUM;
5 SCHERER, 2017; NG et al., 2017; VORSTMAN, 2017; BAI et al., 2019)
ETIOPATOGÊNIA
Prematuridade Herdabilidade

Mutações
Apgar Baixo
Genéticas

Suplementação
Ác. Fólico e Medicações
Sulfato Ferroso
TEORIAS DA ETIOPATOGÊNIA DO AUTISMO

A) Cada individuo possui um copo


representando o risco de apresentar TEA
e as bolas são fatores de risco que
Em 1977 o pesquisador investigou 21 contribuem com diferentes níveis de
pares de gêmeos (10 bivitelinos e 11 impacto.
univitelinos).
B) Copo de risco com o limiar do TEA não
alcançado – apresenta fatores porém não
em quantidade suficiente.
1944
Sendo que 25C) indivíduos
Copo como limiar
deste TEA alcançado –
de já
grupo
1971 possui
tinham o diagnóstico fortes
de autismo. fatores para o
desenvolvimento.

FONTE: Testes Genéticos valem a pena? USP, 2020.


TEORIAS DA ETIOPATOGÊNIA DO AUTISMO

Em 1977 o pesquisador investigou 21


pares de gêmeos (10 bivitelinos e 11
univitelinos).

1944
Sendo que 25 indivíduos deste grupo já
1971 tinham o diagnóstico de autismo.

FONTE: Testes Genéticos valem a pena? USP, 2020.


TEORIA DA ETIOPATOGÊNIA DO
AUTISMO

1944

1971

Freitas, B. C. G., Trujillo, C. A., Carromeu, C., Yusupova, M., Herai, R. H., & Muotri, A. R.. Stem cell sand modeling of autism spectrum disorders. Experimental Neurology, 2014.
NEUROANATOMIA E NEUROFISIOLOGIA
NEUROANATOMIA E NEUROFISIOLOGIA
NEUROANATOMIA E NEUROFISIOLOGIA

ANATOMIA CEREBRAL
NEUROANATOMIA E NEUROFISIOLOGIA
NEUROANATOMIA
DIVISÕES DO SISTEMA NERVOSO

A divisão do sistema nervoso é topográfica e também funcional,


embora as duas porções sejam interdependentes.

SISTEMA NERVOSO SISTEMA NERVOSO


CENTRAL PERIFÉRICO

MEDULA
ENCÉFALO NERVOS GÂNGLIOS
ESPINHAL
SISTEMA NERVOSO
resultado correto.
NEUROTRANSMISSORES E TEA

O QUE SÃO
NEUROTRANSMISSORES?

Neurotransmissores são mensageiros químicos que transportam,


aumentam e modulam sinais entre neurônios e outras células no
corpo.
NEUROTRANSMISSORES E TEA
SINAPSES E TEA
SINAPSES E TEA
TEORIA DA MENTE

CONCEITO:

A capacidade de compreender os estados mentais ( sentimentos, desejos,


crenças e intenções) dos outros e de si mesmo é uma das características
sociais do ser humano.

Teoria da mente (em inglês Theory of Mind - ToM), também designada


por mentalização, é uma habilidade de atribuir e representar, em si próprio
e nos outros, os estados mentais independentes e de compreender que
os outros possuem crenças, desejos e intenções que são distintas da sua
própria.
TEORIA DA MENTE
▪ Investigações com exames de imagem cerebral realizadas em indivíduos
autistas descobriram diferenças localizadas principalmente nos sulcos frontais e
temporais.

▪ Foram encontradas anormalidades da anatomia e do funcionamento do lobo


temporal de indivíduos autistas. Essas alterações estão localizadas bilateralmente
nos sulcos temporais superiores (STS). O STS é uma região importante para a
percepção de estímulos sociais e demonstram hipoativação na percepção de face
e cognição social (direção do olhar, expressões gestuais e faciais de emoção), e
estão significativamente ligados com outras partes do “cérebro social”, devem
estar presente a partir dos 4 anos.

(ZILBOVICIUS et al., 2006)


TEORIA DA MENTE

O sulco temporal superior está envolvido


no processamento dos movimentos
oculares e na interpretação de pistas
sociais dinâmicas, direção do olhar,
gestos e expressões faciais (Pelphrey et
al, 2005).
SULCO TEMPORAL SUPERIOR

SULCO TEMPORAL INFERIOR


TEORIA DA MENTE
Segundo Frith e Cohen (2013), de acordo
com a teoria da mente a principal
alteração do autismo é a falta de
capacidade de construir elaborações
sobre a mente alheia. E esse circuito
neuronal especializado – os neurônios
espelho, localizados no lobo frontal - que
permite pensar sobre nós mesmos e
sobre o outro e, desta forma, prever o
comportamento de seus semelhantes.
TEORIA DA MENTE
TEORIA DA MENTE
TEORIA DA MENTE
TEORIA DA COERÊNCIA CENTRAL

A coerência central define-se como a


capacidade para integrar informação e
estímulos em contexto, que pressupõe uma
grande quantidade de informações, capaz de
fazer com que cada um de nós se centre
sobretudo no todo em detrimento das partes
(Frith, 2003).
TEORIA DA COERÊNCIA CENTRAL
NEURÔNIO ESPELHO
NEURÔNIO ESPELHO

• Desde bebês, o ato de imitar expressões faciais,


caretas permite à medida que se desenvolve
aprender uma série de comportamentos e
movimentos.

• Quando vemos uma ação, temos a iniciativa de


“realizar a ação mentalmente”, repetindo-a. Esse
tipo de comportamento se deve aos neurônios
espelhos.
NEURÔNIO ESPELHO
• Capacidade de imitar, auxilia a empatia;

• Necessária para os processos de


desenvolvimento;

• Interação Social;

• Desenvolvimento de habilidades motoras,


comunicativas e sociais.
ATENÇÃO E TEA
ATENÇÃO - TEA
ATENÇÃO - TEA
FUNÇÕES NEUROPSICOLÓGICAS NO TEA

MEMÓRIA
A memória focaliza coisas específicas,
requer grande quantidade de energia
mental e deteriora-se com a idade. É um
processo que conecta pedaços de
memória e conhecimentos a fim de gerar
A memória é a capacidade de adquirir novas ideias, ajudando a tomar decisões
(aquisição), armazenar (consolidação) diárias.
e recuperar (evocar) informações
disponíveis.
FUNÇÕES NEUROPSICOLÓGICAS NO TEA
FUNÇÕES NEUROPSICOLÓGICAS NO TEA

COMPORTAMENTO
EVENTOS EXTERNOS

Evocação e
utilização

RETENÇÃO Retenção
AQUISIÇÃO Consolidação
TEMPORÁRIA Duradoura

Esquecimento
SISTEMAS DE MEMÓRIA
FONTE: LENT, 2010.
FUNÇÃO EXECUTIVA
A função executiva é um grupo de habilidades mentais controladas pelo lobo frontal
do cérebro que ajudam as pessoas a executar tarefas de forma planejada e
organizada. A função executiva nos ajuda a:

GERENCIAR O ALTERNAR O ORGANIZAÇÃO PLANEJAMENTO


TEMPO FOCO

Problemas na função executiva podem ocorrer na população em geral e são muito


comuns no déficit de atenção e no autismo.
PRINCIPAIS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

FUNÇÃO EXECUTIVA
Organização;
SÍNDROME TRANSTORNO

Inibir
respostas Planejamento;
inadequadas.

Prestando
atenção;
FUNÇÃO EXECUTIVA
As Funções Executivas (FEs) são uma família de
processos cognitivos de controle necessários em
atividades que exigem raciocínio, concentração e
controle de impulsos. (Logue & Gould, 2014). Cognição

São essenciais para o comportamento voltado


ao cumprimento de objetivos (Diamond, 2012). Planejamento

É possível destacar três Funções Executivas Função


centrais: a inibição, que inclui o controle inibitório Executiva
(resistir a tentações e a comportamentos
impulsivos) e o controle de interferências (atenção
seletiva e inibição cognitiva) e a flexibilidade
cognitiva.
FUNÇÕES NEUROPSICOLÓGICAS NO TEA

FUNÇÃO EXECUTIVA

ALTERAÇÃO NA FUNÇÃO
EXECUTIVA (DISEXECUTIVA)

▪ indiferença afetiva; RESULTADOS ▪ Dificuldades no planejamento;


▪ irritabilidade; ▪ Dificuldades na manutenção
▪ diminuição do senso-crítico; de um objetivo na execução de
▪ inflexibilidade. uma tarefa;
▪ Déficits no aprendizado.

(BOSA; CALLIAS, 2000; SCHEUER et al., 2005).


QUANDO PENSAR
NO TRANSTORNO
DO ESPECTRO
AUTISTA?
Entendendo o DSM

43
É um documento elaborado pela Associação Americana de
Psiquiatria (APA), tem por objetivo a definição de como são
realizados os diagnósticos de transtornos mentais, e também
é um indicador para melhorar as aplicações dos recursos
financeiros públicos embasado em dados estatísticos (APA,
1952).

44
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

No DSM-I é possível observar a palavra autismo, porém, ela é encontrada


para relacionar sintomas psicóticos e esquizofrênicos (APA, 1952).

Em 1968 é publicado o DSM-II, trazendo a classificação “Esquizofrenia tipo


Infantil”, e cita como sintoma o comportamento autístico (APA, 1982).

No DSM-III o autismo aparece pela primeira vez como entidade nosográfica, na


classe de diagnósticos de distúrbios globais do desenvolvimento, sendo o autismo
infantil uma subcategoria (APA, 1987).

No DSM-IV (1994) é importante citar que pela primeira vez há a utilização da


palavra transtorno.
SÍNDROME TRANSTORNO
TRANSTORNO DE
NEURO
DESENVOLVIMENTO
TRANSTORNO DO ESPECTRO
AUTISTA

SÍNDROME TRANSTORNO

O
SÍNDROME TRANSTORNO
TRANSTORNO DE
NEURO
DESENVOLVIMENTO
Ano DSM Denominações para o autismo
1952 DSM-I Reação Esquizofrênica, tipo
infantil

1968 DSM-II Esquizofrenia tipo Infantil

Década de 80 DSM-III Distúrbio Global do


Desenvolvimento

1994 DSM-IV Transtorno Global do


Desenvolvimento

2013 DSM-V Transtorno do Espectro Autista


Fonte: STEIN (2021)
TRANSTORNO DO ESPECTRO
AUTISTA

Classificado como um transtorno


SÍNDROME de
TRANSTORNO
neurodesenvolvimento definido como:
[...] um grupo de condições com início no período do
desenvolvimento. Os transtornos tipicamente se manifestam
cedo no desenvolvimento, em geral antes de a criança
ingressar na escola, sendo caracterizados por déficits no
desenvolvimento que acarretam prejuízos no funcionamento
pessoal, social, acadêmico ou profissional. Os déficits de
desenvolvimento variam desde limitações muito específicas
na aprendizagem ou no controle de funções executivas até
prejuízos globais em habilidades sociais ou inteligência (APA,
2014, p. 72).
CONCEITO

SÍNDROME por déficits persistentes


[...] caracteriza-se TRANSTORNOna
comunicação social e interação social em
múltiplos contextos, incluindo déficits na
reciprocidade social, em comportamentos não
verbais de comunicação usados para interação
social e em habilidades para desenvolver, manter
e compreender relacionamentos. Além dos déficits
na comunicação social, o diagnóstico do
transtorno do espectro autista requer a presença
de padrões restritos e repetitivos de
comportamento, interesses ou atividades (APA,
2014, p. 31).
TRANSTORNO DO ESPECTRO
AUTISTA

SÍNDROME TRANSTORNO
De acordo com o DSM-V (2014) os critérios de
diagnósticos elucidados neste manual para a
avaliação diagnóstica do Transtorno do
Espectro Autista estão subdivididos em cinco
áreas: A, B, C, D e E
TRANSTORNO DO ESPECTRO
AUTISTA

SÍNDROME TRANSTORNO
TRANSTORNO DO ESPECTRO
AUTISTA

SÍNDROME TRANSTORNO
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

Déficits persistentes na Padrões restritos e repetitivos de


comunicação social e na interação comportamento, interesses
social em múltiplos contextos, ou atividades, conforme manifestado
conforme manifestado pelo que por pelo menos dois dos
atualmente segue, ou por história seguintes, atualmente ou por história
prévia. prévia.
Déficits persistentes na comunicação social e na interação
social em múltiplos contextos, conforme manifestado pelo que
atualmente segue, ou por história prévia.

1. Déficits na reciprocidade socioemocional e que são variáveis incluindo abordagem social


anormal, dificuldade para estabelecer uma conversa coerente, compartilhamento reduzido de
interesses, emoções ou afeto, bem como dificuldade para iniciar ou responder a interações sociais.
Déficits persistentes na comunicação social e na interação
social em múltiplos contextos, conforme manifestado pelo que
atualmente segue, ou por história prévia.

2. Déficits nos comportamentos comunicativos não verbais usados para interação social que
igualmente são variáveis incluindo comunicação verbal e não verbal pouco integrada à
anormalidade no contato visual e linguagem corporal, ou déficits na compreensão e uso de gestos,
bem como ausência total de expressões faciais e comunicação não verbal.

Anormalidade no contato visual não pode ser interpretada como AUSÊNCIA


de contato visual.
Déficits persistentes na comunicação social e na interação
social em múltiplos contextos, conforme manifestado pelo que
atualmente segue, ou por história prévia.

3. Déficits para desenvolver, manter e compreender relacionamentos, o que inclui dificuldade em


ajustar o comportamento para se adequar a contextos sociais diversos, compartilhar brincadeiras
imaginativas, fazer amigos e, ainda, a ausência de interesse por pares.
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

Déficits persistentes na Padrões restritos e repetitivos de


comunicação social e na interação comportamento, interesses
social em múltiplos contextos, ou atividades, conforme manifestado
conforme manifestado pelo que por pelo menos dois dos
atualmente segue, ou por história seguintes, atualmente ou por história
prévia. prévia.
Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses
ou atividades, conforme manifestado por pelo menos dois dos
seguintes, atualmente ou por história prévia.

1. Movimentos, uso de objetos ou fala estereotipados ou repetitivos (por exemplo, estereotipias


motoras simples, entre elas: alinhar brinquedos ou girar objetos, ecolalia, frases idiossincráticas).
Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses
ou atividades, conforme manifestado por pelo menos dois dos
seguintes, atualmente ou por história prévia.

2. Insistência nas mesmas coisas, adesão inflexível a rotinas ou padrões ritualizados de


comportamento verbal ou não verbal(como sofrimento extremo em relação a pequenas mudanças,
dificuldades com transições, padrões rígidos de pensamento, rituais de saudação, necessidade de
fazer o mesmo caminho ou ingerir os mesmos alimentos diariamente).
Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses
ou atividades, conforme manifestado por pelo menos dois dos
seguintes, atualmente ou por história prévia.

3. Interesses fixos e altamente restritos que são anormais em intensidade ou foco (por exemplo,
forte apego a objetos incomuns ou preocupação com eles, bem como interesses excessivamente
circunscritos ou perseverantes).
Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses
ou atividades, conforme manifestado por pelo menos dois dos
seguintes, atualmente ou por história prévia.

4. Hiper ou hiporreatividade a estímulos sensoriais ou interesse incomum por aspectos sensoriais


do ambiente (como indiferença aparente à dor/temperatura, reação contrária a sons ou texturas
específicas, cheirar ou tocar objetos de forma excessiva, fascinação visual por luzes ou
movimentos).
CLASSIFICAÇÃO
DOS NÍVIS DE
GRAVIDADE
TRANSTORNO DO ESPECTRO
AUTISTA

SÍNDROME LEVE TRANSTORNO

MODERADO

GRAVE
TRANSTORNO DO ESPECTRO
AUTISTA

SÍNDROME TRANSTORNO
LEVE
Nível 1 (leve) – Pessoas no TEA com necessidade de pouco apoio.

Apresentam dificuldade para iniciar interações sociais ou mantê-las com boa


qualidade. E menor interesse em interações sociais rotineiras. As tentativas de
fazer novas amizades costumam ser mal sucedidas
TRANSTORNO DO ESPECTRO
AUTISTA

SÍNDROME
MODERADO TRANSTORNO

Nível 2 (moderado) – Pessoas no TEA com necessidade de apoio substancial.

Estão classificados no nível 2 pessoas que apresentam déficit severos nas suas
habilidades de comunicação social (verbal e não verbal).
TRANSTORNO DO ESPECTRO
AUTISTA

SÍNDROME GRAVE TRANSTORNO

Nível 3 (severo) – Pessoas no TEA com necessidade de apoio muito


substancial.

Estão classificados no nível 3 pessoas com comprometimento muito grave na


comunicação social verbal e não verbal e cujo comprometimento traz intenso
prejuízo ou, até mesmo, impossibilita a ocorrência e a manutenção de interações
sociais interpessoais.
Como as aves, as pessoas são diferentes em seus
vôos, mas iguais no direito de voar!

fabiana_lozano@hotmail.com Instagram: @fabianalozanoprof Facebook: Fabiana Lozano

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