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ÁREAS

ENCEFÁLICAS
RELACIONADAS
COM AS EMOÇÕES

Prof. Me. Paulo Antônio Rezende


AUTISMO
Introdução:

Este tema vem sendo alvo de estudos e pesquisas por muitos


anos, porém, devido a sua complexidade, ainda não é possível
apontar uma causa unânime do Transtorno do Espectro Autista
(TEA).

Contudo a corrente mais aceita atualmente é a da área


neurológica que estuda o funcionamento cerebral (GARCIA;
MOSQUERA, 2011).
AUTISMO
Introdução:

Mundialmente, estima-se que uma em cada 160 crianças


possui o TEA (JÚNIOR, 2017).

No Brasil, calcula-se que esse número possa chegar a 2


milhões de autistas (OLIVEIRA, 2019).

Esses dados tornam importante uma análise das principais


características do TEA, as implicações no cérebro desses
indivíduos e uma discussão sobre o impacto desse diagnóstico
no ambiente familiar.
AUTISMO
Introdução:

Os pais são os primeiros a notar déficits no comportamento da


criança e a partir daí se inicia uma jornada rumo ao diagnóstico.

Os primeiros sintomas podem se manifestar durante o segundo


ano de vida da criança, contudo se os sintomas forem graves
podem ser observados antes dos dois anos de idade.

Geralmente os primeiros sinais se mostram através de uma


dificuldade no desenvolvimento da linguagem e na interação
social, mas também pode ocorrer a perda de habilidades já
desenvolvidas (APA, 2014).
AUTISMO
Introdução:
Diante da indicação do diagnóstico de TEA, pais e cuidadores
têm reações diferentes.

Alguns acham que não vão conseguir lidar com essa criança,
outros já aceitam mais facilmente.

Enquanto há aqueles que se surpreendem ao longo do processo


supondo que reagiriam de uma forma, mas ao receber o
diagnóstico agem diferente, seja positivamente ou
negativamente.
AUTISMO
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA:

No DSM-IV, o então transtorno autista fazia parte de um grupo


denominado de Transtornos globais do desenvolvimento:

Transtorno de Asperger

 Transtorno de Rett.
AUTISMO
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA:

A partir do DSM-V houve uma reorganização da definição de


autismo e de seus critérios diagnósticos o qual passou a integrar
o grupo dos transtornos do neurodesenvolvimento.

 Essa reorganização resultou, ainda, na alteração do seu nome


para Transtorno do Espectro Autista (TEA) (BARNHILL,
2015).
AUTISMO
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA:

O transtorno do espectro autista, como explica o DSM-V,


caracteriza-se:

 Por déficits, de caráter contínuo, na comunicação.

 Na interação social.

 Na existência de padrões repetitivos e restritos de interesses,


comportamentos e atividades.
AUTISMO
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA:
Logo na primeira infância é possível notar alguns sinais de
alteração no comportamento da criança como:

Dificuldade de interação, tendência ao isolamento e apego a


objetos aparentemente sem valor.

 Atraso na linguagem, interesse por enfileirar objetos ou


brinquedos, sensibilidade a barulhos, dificuldade de mudar a
rotina, entre outros.
AUTISMO
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA:

Algumas crianças apresentam um desenvolvimento típico e, de


repente, começam a regredir, param de falar e interagir.

 Em outros casos, sempre apresentaram dificuldades no


desenvolvimento das áreas de comunicação e interação social.

Observar esses tipos de déficits no comportamento desde cedo


pode ajudar em um diagnóstico precoce, potencializando o
tratamento e resultados.
AUTISMO
FUNCIONAMENTO CEREBRAL NO TEA:

Este tema vem sendo alvo de estudos e pesquisas por muitos


anos, porém, devido a sua complexidade.

Ainda não é possível apontar de forma universal uma causa


para o TEA.

 Entretanto, a corrente mais aceita atualmente é a da área


neurológica, segundo a qual as mutações genéticas e os
sintomas ocorrem por falhas na comunicação entre regiões do
cérebro (GARCIA; MOSQUERA, 2011).
AUTISMO
FUNCIONAMENTO CEREBRAL NO TEA:

Entender as modificações que ocorrem no cérebro do


indivíduo com TEA é importante para que se possam formular
estratégias que auxiliem no desenvolvimento de habilidades
sociais mais satisfatórias.

Quando analisamos o funcionamento do indivíduo com TEA,


percebemos que eles apresentam déficits em diversas áreas e
não apenas em uma específica.

 Por esse motivo não podemos apontar só uma área cerebral


que seja a causa.
AUTISMO
FUNCIONAMENTO CEREBRAL NO TEA:

Nos últimos anos, pesquisas têm apontado para algumas


estruturas cerebrais que têm sofrido alterações no TEA, que são:
Sistema límbico

Corpo caloso

Gânglios da base

Tálamo

Cerebelo

Amígdala
AUTISMO
FUNCIONAMENTO CEREBRAL NO TEA:

Alguns estudos mostraram que a noradrenalina, dopamina e


serotonina, neurotransmissores.

 São encarregados pela propagação de informações e


aprendizados, estariam com seu funcionamento comprometido.

Outra variação observada diz respeito ao tamanho do cérebro,


pois existiria uma propensão a cérebros mais volumosos em
indivíduos com TEA (SILVA; GAIATO; REVELES, 2012).
AUTISMO
Exames anatômicos de imagem cerebral no autismo:

A RM estrutural é hoje em dia aplicada para diagnosticar


anomalias cerebrais que podem estar subjacentes a vários
transtornos de neurodesenvolvimento.

 O que contribui para uma melhor compreensão das relações


entre o cérebro e o comportamento durante o desenvolvimento
infantil normal e anormal.
AUTISMO
Exames anatômicos de imagem cerebral no autismo:

Os primeiros estudos com RM no autismo foram publicados ao


final dos anos 80.

 Desde então, cerca de 200 estudos sobre o tema foram


publicados.

Uma revisão dessa extensa literatura sobre o autismo revela


séries de achados não replicados.
AUTISMO
Exames anatômicos de imagem cerebral no autismo:

O cerebelo foi uma das estruturas mais estudadas no autismo.

 Em 1988, um estudo quantitativo com RM demonstrou


evidência de hipoplasia nos lóbulos em um grupo de pacientes
com autismo.16

 Esta hipoplasia não foi encontrada por outros pesquisadores e


parece não estar especificamente vinculada ao autismo, e sim
mais relacionada a retardo mental.
AUTISMO
Exames anatômicos de imagem cerebral no autismo:

Amígdala:

Alguns estudos demonstraram volume maior, alguns


descreveram volume menor.

Outros não revelaram anormalidades significativas em relação


ao autismo.
AUTISMO
Exames anatômicos de imagem cerebral no autismo:

 Hipocampo:

Até hoje não foram relatados consistentemente achados sobre


o hipocampo de indivíduos com autismo.

Estudos não revelaram alterações no tamanho do hipocampo


no autismo, enquanto outros relataram tanto diminuição quanto
aumento de volume.
AUTISMO
Exames anatômicos de imagem cerebral no autismo:

 Cíngulo:

Quanto ao cíngulo, Haznedar et al. relataram que os indivíduos


com autismo apresentaram um menor volume dessa região.
AUTISMO
Exames anatômicos de imagem cerebral no autismo:

 Corpo Caloso:

Egaas et al. encontraram que o terço caudal do corpo caloso estava


reduzido em indivíduos com autismo em comparação a controles
saudáveis.

Esse resultado foi confirmado por estudos subsequentes, entre eles


um estudo no qual o tamanho do corpo caloso foi mensurado em
uma amostra de indivíduos autistas e comparado às medidas de
indivíduos controle não-autistas com retardo mental.
AUTISMO
Exames anatômicos de imagem cerebral no autismo:

 Substancia cinzenta:

Um estudo pioneiro em adultos autistas de alto funcionamento


utilizando MBV foi publicado em 1999 por Abell et al.

 Nesse estudo, os autores revelaram anormalidades da substância


cinzenta na região fronto-temporal.

* Morfometria baseada em voxels (MBV).


AUTISMO
Exames anatômicos de imagem cerebral no autismo:

 Substancia cinzenta:
Outro estudo, foram obtidos de 21 crianças com autismo primário
(idade média 9,3 ± 2,2 anos) e de 12 crianças saudáveis (idade
média 10,8 ± 2,7 anos).

 Comparando os dados das crianças autistas com os das crianças


normais encontramos redução significativa da concentração de
substância cinzenta localizada bilateralmente nos sulcos temporais
superiores.
AUTISMO
Exames anatômicos de imagem cerebral no autismo:

 Lobo temporal:

As disfunções das regiões temporais podem explicar grande parte


dos sintomas clínicos (déficits perceptivo, emocional e cognitivo)
observados no autismo.

Além disso, as regiões associativas temporais estão estreitamente


conectadas aos sistemas sensoriais associativos frontais, parietais e
límbico.41

Consequentemente, a disfunção do lobo pode explicar também os


componentes emocionais e cognitivos do autismo.
AUTISMO
Exames anatômicos de imagem cerebral no autismo:

 Lobo temporal:
O lobo temporal é central para o processamento de numerosos
estímulos ambientais que ingressam no sistema nervoso por meio
dos órgãos sensoriais visuais e auditivos.

 O lobo temporal é também essencial para o processamento desses


estímulos em padrões estruturados de atividade neural, constituindo
as experiências que dão sentido ao mundo ao nosso redor.
FIM!

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