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JULIANA CRISTINA NUNES DIAS RODRIGUES

ABA E AUTISMO: UM ESTUDO DA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO APLICADA E


SUA EFICÁCIA NO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

CONSELHEIRO LAFAIETE
2023
JULIANA CRISTINA NUNES DIAS RODRIGUES

ABA E AUTISMO: UM ESTUDO DA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO APLICADA


E SUA EFICÁCIA NO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
ABA E AUTISMO: UM ESTUDO DA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO APLICADA E
SUA EFICÁCIA NO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

RESUMO- O presente artigo teve como objetivo explanar sobre o Trasntorno do Espectro
Autista – TEA, a importância do diagnóstico precoce para maior prognostico de pacientes com TEA, bem
como a eficácia da Análise Aplicada do Comportamento no tratamento multidisciplinar de crianças
Autistas. Dados em pesquisas revela que o tratamento de autistas de forma precoce, baseado no método
ABA, vem trazendo ganhos consideráveis em habilidades sociais e de comunicação (atenção
compartilhada, brincadeira compartilhada, habilidades de imitação e linguagem).

PALAVRAS-CHAVE: Autismo, Diagnóstico, Comportamento, Precoce, Aplicada .


1 INTRODUÇÃO

Nos últimos tempos, a Análise do Comportamento Aplicada tem sido alvo de


frequentes discussões quanto aos seus objetivos e práticas, bem como sobre sua
eficácia no tratamento multidisciplinar de crianças autistas.
O ABA teve o desafio, nos últimos cinquenta anos, de estudar o comportamento
das pessoas em situações reais e desenvolver pesquisas com problemas
comportamentais do mundo natural, mostrando sua relevância social e justificando a
ampliação da área (Carvalho Neto, 2002).
Dentre as pesquisas aplicadas, o trabalho desenvolvido com pessoas autistas e
atrasos do desenvolvimento tem historicamente se destacado pela variedade de
procedimentos.
Pesquisas mundiais indicam que o TEA tornou-se um dos transtornos do
neurodesenvolvimento mais comuns, com um alto impacto pessoal, familiar e social.
Dados recentes dos Centros de Controle para Doenças nos Estados Unidos apontam
que 1 (um) em cada 48 (quarenta e oito) crianças são diagnosticadas com autismo nos
Estados Unidos (Centers for Disease Control, 2015 ).
Estudos voltados ao Transtorno do Espectro Autista vem buscando encontrar e
aprimorar formas mais precoces de diagnóstico do quadro, além de desenvolvimento de
tecnologias eficazes de avaliação.
Notam-se evidências de que a intervenção baseada na Análise do Comportamento
Aplicada (ou ABA, do inglês Applied Behavior Analysis), pode produzir mudanças
significativas no comportamento de pessoas com autismo e vem trazendo ganhos em
habilidades consideráveis principalmente nas áreas sociais e de comunicação.
Entender o Transtorno do Espectro Autista, suas causas e particularidades se faz
fundamental para compreendermos os benefícios que o ABA pode trazer as crianças
autistas.
2 O TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

O transtorno do espectro do autista - TEA ou autismo é uma síndrome


caracterizada por alteração do desenvolvimento global que tem incidência no mundo
todo.
Ele é considerado um transtorno do neurodesenvolvimento definido no DSM-5,
classificação diagnóstica dos transtornos mentais, por déficits de comunicação social
associado a comportamentos ou interesses repetitivos, estereotipados com início
precoce. De acordo com o DSM-5, como sintomas deverão estar presentes no início do
período de desenvolvimento e se tornarem evidentes na primeira infância.
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) caracteriza um conjunto heterogêneo de
alterações comportamentais com início precoce, curso crônico e impacto certo, embora
variável, em áreas múltiplas do desenvolvimento, atingindo principalmente as áreas
referentes à linguagem e socialização (Americansychiatric Association - APA, 2013).
O termo "autismo", autos significa "a si mesmo", e ismo, que significa “ação ou
estado”, foi empregado primeiramente por Leo Kanner, em 1943, para definir uma
síndrome específica observada em 11(onze) crianças.
Leo Kanner descreveu sob o termo “Transtorno Autístico do Contato Afetivo” um
quadro que ele caracterizou por “autismo extremo, obsessividade, estereotipias e
ecolalia”, relacionando-os com fenômenos da linha da esquizofrenia.
A síndrome de Kanner caracterizava-se por início precoce, ou seja, a partir do
primeiro ano de vida com característica de retraimento social, mesmice,
comprometimento de linguagem, comportamentos motores estereotipados e deficiência
intelectual.
Sabe-se que Kanner não descreveu o autismo em indivíduos com deficiência
intelectual grave ou distúrbios cerebrais conhecidos. Anos depois, Hans Asperger,
austríaco, descreveu pacientes com “tendências autistas” que eram diferentes das
crianças descritas por Kanner, principalmente em relação à expressão de habilidades
excepcionais isoladas e habilidades linguísticas relativamente preservadas, a Síndrome
de Asperger.
Esta diferença de intensidades, apresentações e combinações de sintomas se
faz a nomenclatura “espectro autista”.
Não há um autismo, mas muitos tipos, o termo “espectro” reflete a ampla
variação nos desafios e pontos fortes possuídos por cada pessoa com autismo.
O autismo é um dos transtornos que integram o quadro de Transtorno do
Espectro Autista (TEA). O TEA foi definido, pela literatura atual, como uma série de
quadros distintos que podem variar quanto à intensidade dos sintomas e prejuízo
gerando na rotina do indivíduo.

[...] o denominador comum desses pacientes é sua impossibilidade de


estabelecer desde o começo da vida, interações esperadas com pessoas e
situações (...) apreciam ser deixados sozinhos, agindo como s as pessoas em
volta não estivessem ali (...) quase todas as mães relatam a perplexidade
causada pelo fato dos filhos, diferentes dos demais, não desejarem ser tomados
em seus braços (KANNER, 1966, APUD KELMAN et al, 2010, p. 224).

Indivíduos com autismo têm perfis comportamentais atípicos, como cognição


social prejudicada e percepção social, disfunção executiva e processamento atípico de
estímulos sensoriais e de informação. Esses perfis são sustentados pelo
desenvolvimento de sistemas neurais atípicos.
Outros exemplos de transtornos que fazem parte do espectro – e que
anteriormente eram considerados diagnósticos distintos – são: a Síndrome de Asperger
e o Transtorno Global do Desenvolvimento.
No autismo há alterações em dois domínios principais: Comunicação e
Interações Sociais.
As alterações da linguagem são consideradas um fator relevante de diagnóstico
e estão presentes na totalidade dos casos. Entre elas é possível observar um
acentuado prejuízo na capacidade de iniciar ou manter uma conversa, uso
estereotipado e repetitivo da linguagem (repetição de frases ou palavras
independente do significado), além da entonação, velocidade e ritmo, em geral,
estão comprometidos (APA, 2013). Vale destacar que aproximadamente metade
das crianças autistas não usam linguagem funcional e apresenta atraso
comunicativo persistente (Klin & Mercadante, 2006).
O autismo tem sido um assunto desafiador para os estudiosos de todas as áreas,
pela falta de conhecimento mais aprofundado sobre suas características e como
trabalhar com esta clientela.

3 POSSÍVEIS CAUSAS DO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

Uma das grandes indagações feitas após o diagnóstico de autismo é o que


causou esta condição.
Sabe-se que não há uma única causa de autismo, estudos sugerem que o
autismo se desenvolve a partir de uma combinação de questões genéticas e não
genéticas, ou então questões ambientais.
A origem do autismo pode estar relacionada a diversos fatores, podendo estar
relacionados aos fatores:
 Genéticos: Fatores complexos, uma vez que não há um gene específico
associado ao transtorno do espectro autista, e sim uma variedade de mutações e
anomalias cromossômicas que vem sendo associadas a ele. Em relação ao
gênero, a proporção é de quatro meninos para uma meninas.
 Neurológicos: Há prevalência de Autismo associados a atrasos cognitivos bem
como também a quadros epilepsia, por exemplo.
 Ambientais: Infecções e intoxicações durante o período pré-natal, prematuridade,
baixo peso e complicações no parto são alguns dos fatores que podem estar
associados.
A etiologia do autismo é desconhecida, embora a taxa de concordância estimada
entre 60% e 92% em gêmeos monozigóticos, comparada à taxa de 0% a 10% em
gêmeos dizigóticos, evidencie a importância de fatores genéticos. A concordância
incompleta em gêmeos monozigóticos sugere a interferência de fatores ambientais.
Acredita-se que o autismo esteja associado a uma herança poligênica e
epistática, e que fatores ambientais possam atuar associados com determinantes
genéticos, aumentando a possibilidade da manifestação.
O autismo é, portanto, um distúrbio multifatorial envolvendo fatores genéticos e
fatores ambientais.
O progresso da genética molecular e clínica, com o desenvolvimento de novas
técnicas, melhorou o conhecimento sobre síndromes genéticas associadas ao
transtorno do espectro autista.
Atualmente, as alterações genéticas identificadas no TEA, podem ser
classificadas como anormalidades cromossômicas citogeneticamente visíveis,
representadas por variações no número de cópias de um segmento de DNA, incluindo
deleções, duplicações e distúrbios de gene único.
Estudos sobre tema citam alguns riscos aumentados, riscos diminuídos e
nenhum efeito sobre os riscos ao TEA podendo ser citados:
Risco Aumentado:
 Idade avançada dos pais
 Gravidez e complicações no parto
 Baixo peso ao nascerem
 Gestações múltiplas
 Gravidez com espaçamento inferior a um ano
Risco Diminuído:
 Vitaminas em pré-natais contendo ácido fólico, antes e durante a concepção e
durante a gravidez.
Nenhum Efeito Sobre os Riscos:
 Vacinas.
Cientistas têm realizado extensas pesquisas para determinar se existe alguma ligação
entre a vacinação infantil e o autismo e os resultados são enfáticos e mostram que
vacinas não causam autismo.
Entender esta síndrome é um desafio enfrentado por muitos pesquisadores que
buscam respostas ainda não encontradas, no entanto algumas características são bem
gerais e marcantes, como:

“Tendência ao isolamento, ausência de movimento antecipatório, dificuldades


na comunicação, alterações na linguagem, com ecolalia e inversão pronominal,
problemas comportamentais com atividades e movimentos repetitivos,
resistência à mudanças e limitação de atividade espontânea. Bom potencial
cognitivo, embora não demonstrassem. Capacidade de memorizar grande
quantidade de material sem sentido ou efeito prático. Dificuldade motora global
e problemas com a alimentação.” (KANNER, apud MENEZES, 2012, p. 37).

4 A IPORTÂNCIA DA INTERVENÇÃO PRECOCE

Alguns atrasos no desenvolvimento associados ao autismo podem ser


identificados e abordados bem cedo. Recomenda-se que os pais ou responsáveis
busquem uma avaliação sem demora.
A maioria dos casos ainda é detectada tardiamente, no entanto, pesquisas
demonstram que a intervenção precoce melhora muito o prognóstico das crianças com
sintomas de TEA, razão pela qual os profissionais em saúde devem estar atentos aos
desvios e atrasos de desenvolvimento neuropsicomotor, na linguagem e habilidades
sociais, encaminhando a especialistas quando se percebe a manutenção de alterações
em mais de uma avaliação.
Ainda na primeira infância, neste período inicial da vida, há alguns
comportamentos que fogem ao chamado desenvolvimento típico, e já podem servir de
alerta a familiares e profissionais.
O tempo e a gravidade dos primeiros sintomas do Transtorno do Espectro Autista
podem variar amplamente. Algumas crianças com autismo mostram sugestões de
problemas futuros dentro dos primeiros meses de vida. Em outros, os sintomas podem
não se tornar óbvio até os dois anos ou mais tarde. Algumas crianças com autismo
parecem desenvolver normalmente até cerca de um a dois anos de idade e, em
seguida, parar de ganhar novas habilidades e/ou começam a perder habilidades
anteriormente alcançadas.
Os sinais mais óbvios do Transtorno do Espectro Autista tendem a aparecer
entre dois e três anos de idade. Em alguns casos, ele pode ser diagnosticado por volta
dos dezoito meses.
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) refere-se a uma série de condições
caracterizadas por desafios com habilidades sociais, comportamentos repetitivos, fala e
comunicação não-verbal, bem como por forças e diferenças únicas.
Notam-se sinais que podem ser rastreados precocemente, sendo eles:
 Por volta dos seis meses de idade, nenhum sorriso social ou outras expressões
quentes, alegres dirigidas às pessoas;
 Dificuldade em sustentar contato visual;
 Ausência de resposta clara ao ser chamado pelo nome;
 Por volta dos 9 meses, nenhuma partilha de sons vocais, sorrisos ou outra
comunicação não-verbal;
 Com 12 meses, nenhum balbucio;
 Por volta dos 12 meses, nenhum uso de gestos para se comunicar, por exemplo,
apontar, alcançar, acenar dentre outros,
 Atraso no desenvolvimento da linguagem verbal e não verbal, ou seja, não
apontar, não responder a sorrisos, demorar para balbuciar e falar, ou regressão
de linguagem;
 Desconforto com afagos e ao ser pego no colo;
 Aversão ou fixação em algumas texturas bem como incômodos com
determinados sons;
 Comportamentos repetitivos e estereotipados: enfileirar brinquedos, rodopiar em
torno de si mesmo, balançar o corpo dentre outros;
 Tem interesses muito restritos;
 Se perturba e desestrutura por pequenas alterações na rotina ou arredores;

5 A ANÁLISE DO COMPORTAMENTO APLICADA

Análise do Comportamento Aplicada (Applied Behavior Analysis - ABA) é um


termo advindo do Behaviorismo, que observa, analisa e explica a interface entre o
ambiente, o comportamento humano e a aprendizagem.
O Behaviorismo concentra-se na análise objetiva do comportamento observável
e mensurável; ao se analisar um comportamento um plano de ação pode ser
implementado para modificar aquele comportamento.
Os estudos científicos do Behaviorismo iniciaram-se através de Ivan Pavlov,
John B. Watson, Edward Thorndike e B.F. Skinner os quais são considerados os “Pais
do Behaviorismo”.
B.F. Skinner em 1938, lançou o livro “The Behavior of Organisms” (O
comportamento dos organismos) onde descreveu sua grande descoberta, o
Condicionamento Operante, que usamos atualmente para mudar ou modificar
comportamentos e ajudar na aprendizagem.
Condicionamento Operante significa que um comportamento seguido por um
estímulo reforçador que resulta em uma probabilidade aumentada de que aquele
comportamento ocorra no futuro.
Junto do Condicionamento Operante, Skinner pesquisou e descreveu os termos:
SD (Estímulo Discriminativo = Discriminative Stimulus), Reforçador (Reinforcer),
Controle de Estímulo (Stimulus Control), Extinção (Extinction), Esquemas de
Reforçamento (Schedules of Reinforcement) e Modelagem (Shaping). Esses conceitos
podem ser aplicados para trabalhar em grande parte de comportamentos humanos.

“Quando nosso comportamento é reforçado positivamente, nós dizemos que


gostamos do que estamos fazendo; dizemos que estamos felizes.” (Skinner,
1978, p.5)

Faz-se ciente de que aprendemos através de associações e nosso


comportamento é “modificado” através das consequências deles. Se tem um
comportamento e o resultado é o esperado então tendemos novamente repetir este
comportamento, no entanto, se ao contrário, o resultado não é o esperado, então é
menos provável que se faça novamente tal comportamento. Assim o comportamento
pode ser “modificado” pelo resultado ou consequência dele.

6 A ANÁLISE DO COMPORTAMENTO APLICADA NO AUTISMO

Os estudos acerca do desenvolvimento atípico em crianças e adolescentes têm


sido uma preocupação constante da Análise do Comportamento. As pesquisas nesta
abordagem da psicologia estão se voltando cada vez mais para populações como
crianças diagnosticadas com autistas e seu espectro ou outros distúrbios invasivos do
comportamento. Tais estudos e intervenções têm mostrado a eficácia de um tratamento
comportamental com esta população.
O trabalho terapêutico, geralmente interdisciplinar, é intensivo e visa melhorar a
autonomia da criança, instalando ou aumentando a frequência de comportamentos
funcionais e apropriados, sejam estes sociais, acadêmicos ou verbais, diminuindo os
comportamentos indesejados socialmente, e melhorando a contribuição para as
atividades da vida diária (AVDs).
O método ABA descreve uma abordagem científica que pode ser usada para
tratar diversas questões e em crianças com autismo é uma das aplicações dessa
ciência.
.Para ensinar crianças com autismo, ABA é usada como base para instruções
intensivas e estruturadas em situação de um para um.
A intervenção precoce é importante, mas esse tipo de técnica também pode
beneficiar crianças maiores e adultos. A metodologia, técnicas e currículo do
programador também podem ser aplicados na escola e em casa. A sessão de ABA
normalmente é individual e a maioria das intervenções precoces seguem uma agenda
de ensino em período integral. O programa é não aversivo – rejeita punições,
concentrando-se na premiação do comportamento desejado.
O currículo a ser efetivamente seguido depende de cada criança em particular,
mas geralmente é amplo; cobrindo as habilidades acadêmicas, de linguagem, sociais,
de cuidados pessoais, motoras e de brincar. O intenso envolvimento da família no
programa é uma grande contribuição para o seu sucesso.
O analista do comportamento inicia a intervenção com uma avaliação de
repertório inicial, isto é, faz um levantamento de todos os comportamentos da criança,
observando aqueles que são adequados e funcionais em seu meio e, assim, devem ser
maximizados; e aqueles que são inadequados ou prejudiciais ao indivíduo ou aos
outros e, portanto, precisam ser minimizados e extintos.
Além disto, é preciso investigar aqueles comportamentos que ainda não estão
presentes no repertório da criança, para que sejam instalados e possam substituir os
comportamentos disruptivos que foram aprendidos.
Outro aspecto importante da intervenção comportamental em autismo é o
registro sistemático e contínuo das respostas da criança. Este registro permite avaliar
continuamente os progressos da intervenção, avaliando se os procedimentos estão
sendo adequados para este caso.
A avaliação contínua através de registros e gráficos comportamentais permite
que o terapeuta reveja a intervenção, modifique procedimentos e faça novas análises
funcionais de acordo com os resultados observados.
Este olhar voltado para variáveis ambientais como determinantes e
mantenedoras de comportamentos possibilita uma intervenção mais otimista, afinal
lidamos com variáveis observáveis e manipuláveis.
Assim, o analista do comportamento jamais fecha um diagnóstico, acredita
sempre num prognóstico mais promissor, isto é, a criança com desenvolvimento atípico
tem capacidade para aprender tudo que uma criança normal aprende, porém precisa de
procedimentos de ensino especiais e individualizados.

7 CONCLUSÃO

Nota-se que as técnicas da Análise do Comportamento Aplicada – ABA


aplicadas em crianças e adolescentes que apresentam Transtorno do Espectro Autista
vem proporcionando evoluções consideráveis no prognóstico.
A identificação precoce e entendimento do TEA se tornam ímpar para a eficácia
do tratamento proposto.
A análise do comportamento não privilegia o diagnóstico fechado e padronizado
e nem se limita a causas orgânicas e genéticas, que poderiam restringir o prognóstico e
tornar inúteis muitas técnicas de ensino que tem dado resultados claros em curto prazo.
A principal característica da análise do comportamento é a concepção de que todo
repertório comportamental é único, exclusivo daquele indivíduo, determinado e mantido
por sua história de vida, isto é, suas interações com o meio ao seu redor.
A análise do comportamento aborda o tema do autismo de forma individual,
olhando para o comportamento do indivíduo único, e analisando as contingências que
geraram e estão mantendo os comportamentos indesejados em seu repertório.
Diante do exposto, percebe-se que o autista precisa ser compreendido em sua
essência e ser visto como pessoa capaz de desenvolver habilidades mediantes
estratégias adequadas.
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