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Para sustentar as discussões e buscas por estratégias de ensino aos alunos com autismo, se faz
indispensável compreender o que é este transtorno e como foi “descoberto” o primeiro diagnóstico.
Saber da história deste transtorno nos faz refletir acerca do desenvolvimento integral das pessoas que o
tem, bem como nos auxilia a compreender a luta das famílias em prol da qualidade de vida dessas
pessoas. Também, saber o que é o autismo permite-nos encarar a pessoa que o tem em sua plenitude,
ao invés de limitarmos nosso olhar apenas para a sua condição específica podendo resultar em
discriminação e preconceitos. Por esta razão, o presente artigo de revisão se trata de um recorte de uma
pesquisa maior e definiu como objetivo central Conhecer a história do autismo visando compreender
como foram diagnosticados os primeiros casos e como estes embasam os conhecimentos científicos na
atualidade. Assim, dentre os teóricos que respaldam a presente revisão, destacam-se Donvan & Zucker
(2017). O desenvolvimento está dividido em duas sessões a saber: A história do autismo: compreensões
iniciais; e O que causa o autismo? O público alvo para esta leitura são profissionais da educação,
familiares de pessoas com autismo e profissionais da área de saúde e reabilitação cognitiva. Espera-se
que os conhecimentos aqui expostos possam contribuir e por se tratar de recorte de uma pesquisa
maior a nível de mestrado, há continuidade deste conteúdo.
Autismo
O autismo é um problema de origem multifatorial que se caracteriza pela dificuldade de comunicação,
socialização e de uso da imaginação.
O autismo é um problema do desenvolvimento humano que foi descrito pela primeira vez pelo médico
Leo Kanner em 1943. No trabalho de Kanner, foram estudados 11 casos de pessoas que apresentavam
uma incapacidade de relacionar-se. Ele chamou esse problema de “distúrbios autísticos do contato
afetivo”.
Em 1944, um médico chamado Hans Asperger realizou um trabalho que descrevia crianças bastante
semelhantes às descritas no trabalho de Kanner, entretanto sua pesquisa demorou muito para ser
conhecida, principalmente pelo fato de ter sido escrita em alemão. Atualmente, consideram-se Kanner e
Asperger como os primeiros a identificar o autismo.
Por muito tempo, acreditou-se que o autismo fosse ocasionado pela falta de contato da mãe com o
bebê, aceitando-se que a frieza ou rejeição da mãe era a causa do problema. Entretanto, hoje se sabe
que isso não é uma verdade e que a etiologia do autismo é múltipla. Entre os fatores que podem
determinar esse problema, podemos destacar alguns fatores genéticos, o uso de certos medicamentos e
infecções durante a gestação.
O autismo pode ser observado logo no início da vida do paciente, sendo comum a ocorrência de
alterações em torno dos três anos de idade. Geralmente, os pais iniciam suas preocupações quando o
paciente ainda não desenvolveu linguagem, por volta dos 12 meses aos 18 meses. Entre os sintomas que
podem aparecer em autistas e que são sinais de alerta, podemos destacar:
Problemas de sono;
Recusa alimentar ou restrição a poucos alimentos;
Vale salientar que as manifestações citadas são comuns, mas não significam que a presença delas é
suficiente para o diagnóstico de autismo e nem que elas ocorram com a mesma intensidade em todas as
pessoas. A dificuldade de comunicação, por exemplo, acontece em níveis variados, sendo que algumas
crianças não desenvolvem essa habilidade.
Muitas pessoas acreditam que os autistas sejam normalmente gênios da matemática e tenham grandes
habilidades artísticas. Entretanto, essa não é sempre uma verdade. Existe uma pequena parcela dessas
pessoas que são chamadas de autistas de alto desempenho e que apresentam uma grande capacidade
de memória e habilidades impressionantes em matemática e artes. A razão para ocorrerem essas altas
habilidades é ainda desconhecida.
Para diagnosticar o autismo, uma série de testes deve ser realizada, sendo o diagnóstico basicamente
clínico. O médico deverá avaliar o desenvolvimento, as habilidades do paciente, a comunicação, entre
outros fatores. Vale salientar que cada pessoa autista apresenta uma dificuldade e uma habilidade
diferente da outra, portanto, é necessária uma análise por uma equipe multiprofissional.
Como dito anteriormente, o autista apresenta dificuldades e habilidades que precisam ser exploradas.
Uma equipe deverá atuar de maneira interdisciplinar de modo a conseguir o melhor desenvolvimento
do indivíduo. Entre os profissionais que podem ajudar no acompanhamento do autista, podemos citar o
psicólogo, psiquiatra, pediatra, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional e fisioterapeuta.
Estratégias
estratégias que podem ser utilizadas para intervir junto de uma pessoa com autismo na sala de aula e
que ajudarão ao longo de todo o processo de ensino-aprendizagem e detalhar cada um deles.
Antecipação
Dar Tempo
Ser Claro
Não Perspetivar
Proporcionar Rotina
Necessidade de Autorregulação
Aceitar Desafios
. Antecipação
Explicar a cada momento o que vai ser feito, o que vai acontecer depois e porquê. Saber com o que
contar traz estabilidade de comportamentos.
Dar à pessoa tempo suficiente para compreender a informação que está a ser partilhada e esperar
algum tempo para que a resposta ocorra caso não seja imediata.
As questões colocadas ao aluno devem ser claras e diretas, com linguagem simples que facilite a
compreensão. Deve usar-se imagens se necessário.
As pessoas com autismo podem interpretar literalmente o que lhes é dito. Portanto deve-se evitar
palavras com duplo sentido, humor ou ironia em virtude de ser mal compreendido.
Dificuldades sociais são inerentes ao autismo e podem incluir pobre contacto ocular, linguagem corporal
incomum, falar em momentos inapropriados ou de tópicos descontextualizados.
Algumas pessoas com autismo são particularmente sensíveis à luz, ao barulho, aos cheiros, ao toque ou
ao movimento e por vezes combinados entre si em diferentes intensidades. Ao criar um ambiente o
mais adequado às necessidades da pessoa irá favorecer as aprendizagens.
Devemos considerar sempre que o comportamento apresentado é inerente ao autismo mesmo que seja
desafiante.
Perguntar, partilhar, envolver a pessoa com autismo e os seus pais, cuidadores, terapeutas, etc. É
importante para criar consistência, conhecimento e melhor gestão de objetivos e dificuldades
Conclusão
Em vista do que foi citado, constata-se que o autismo já existia bem antes do diagnóstico confirmado
por Kanner. Este transtorno de ordem do neurodesenvolvimento afeta pessoas em diferentes níveis de
gravidade, sendo classificado como de leve a grave, a depender do nível de dependência e,
consequentemente, da necessidade de apoio exigido para realizar atividades do cotidiano.
Apesar de décadas de investigação científica e avanços significativos desde o diagnóstico à intervenção
de reabilitação, ainda não se conseguiu uma definição sobre a causadefinitiva do transtorno. Porém, já
se sabe que a causa genética é a mais provável no meio científico.
Outra constatação que se destacou foi a história das famílias de pessoas com autismo. No levantamento
bibliográfico vimos o quanto sofrem estas famílias por não saberem o que acometem seus filhos e
portanto, dificultar ainda mais a tomada de decisão sobre o tratamento a ser dado ao caso. A saúde
mental desses familiares é uma questão fundamental a ser investigada, de forma que possam oferecer
pistas sobre possíveis estratégias terapêuticas, que certamente implicarão em maior bem-estar para tais
famílias.
Referências bibliográficas
BRITO, Maria Cláudia; MISQUIATTI, Andréa Regina Nunes. Transtornos do Espectro do Autismo e
Fonoaudiologia: atualização profissional em saúde e educação. In: Autismo: a questão do diagnóstico. 1ª
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PAULA, Cristiane S. de; et. al Conceito do Transtorno do Espectro Autista: definição e epidemiologia. In:
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2ª ed. – São Paulo: Hogrefe, 2017. cap. 01. p. 07 – 28.
RODRIGUES, Janine Marta Coelho; SPENCER, Eric. A Criança Autista: um estudo psicopedagógico. 2ª ed.
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