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Comparar é um recurso fundamental nas atividades de conhecer. Por isso mesmo, os educadores o
empregam sempre que desejem esclarecer questões teóricas e práticas relativas do seu mister. O nome
Educação Comparada reserva-se, no entanto, a designar certo ramo de estudos que primeiramente se
caracterizam pela vasta escala de observação de que se utilizam, por força de seu objeto.
Esse objeto são os sistemas nacionais de ensino. Cada um deles se apresenta como um conjunto de
serviços escolares e paraescolares, devidamente estruturados e com sentido peculiar em cada povo. A
Educação Comparada começa por descrevê-los e confront-los entre si, para assinalar semelhanças e
diferenças quanto à morfologia e às funções, estejam estas apenas previstas em documentos legais ou
alcancem efetiva realização.1
Aprofundando depois esses pontos, vem a demonstrar que cada sistema não deve ser como um simples
agregado de serviços escolares a que um regime qualquer de administração imponha unidade formal.
Nem também que cada um deles se constitua e funcione como criação arbitrária de políticos,
administradores e pedagogos. Que representará, então, o sistema de cada país?...
Em sentido amplo, há de ser entendido como uma projeção, no plano das instituições do povo a que
pertença, de forças que levem as gerações mais amadurecidas a influir nas que menos o sejam, para
transmitir-lhes as próprias idéias, sentimentos, técnicas, desejos e aspirações. Consideradas essas
condições e seus efeitos, permite-se falar de um processo educacional.
Antes de definir-se nas instituições de ensino, e ainda concorrente com elas, esse processo está
presente no seio de cada família, nas relações de vizinhança, nas atividades dos centros de trabalho e
nos de recreação, nas igrejas, nas associações culturais, em todas as formas de agremiação. Procede ele
da vida coletiva e visa manter suas formas, representando um aspecto da dinâmica social, em geral.
O que a Educação Comparada se propõe fazer, partindo das formas institucionalizadas do ensino, é
aprofundar a análise desse processo, nas relações que apresente com as circunstâncias da existência dos
vários grupos sociais, e da integração deles na sociedade nacional.
Algumas dessas circunstâncias são de fácil caracterização. Decorrem do espaço do país, de sua
geografia, da composição e distribuição da população respectiva, das ocupações a que se entreguem
diferentes grupos, e, com isso, das formas primárias de agregação, cooperação e competição
econômica.
Outras, porém, ainda que em tudo isso se apóiem, não são de tão fácil discriminação. Dizem respeito
aos costumes e tradições, desejos e aspirações de cada grupo, cada pequena comunidade, cada região.
Referem-se aos modos de viver, de trabalhar, crer e esperar. No que possuem de comum, estabelecem
sentimentos de comunidade, relações entre esses grupos, dando origem às formas de organização
econômica, cívica, jurídica, religiosa, moral.
O caráter dominante desses modos de vida é manter-se através do tempo, é durar E por que assim
perduram, comunicam-se ou entre si se relacionam, vindo a sistematizar-se de modo crescente, ou a
institucionalizar-se. Consiste essa institucionalização em tornarmais claros os objetivos comuns, em
distribuir tarefas para que eles possam ser atingidosentre pessoas e grupos, em estabelecer um estatuto
mais ou menos consistente.
Conforme a dominância que adquirem umas sobre as outras, podemos entender as instituições segundo
uma dada hierarquia. Em nosso tempo, as de natureza política tendem a ter expressão dominante,
reunindo, como reúnem, grupos menores em coletividades mais amplas, caracterizadas como nações.
Nem por outra razão se diz queuma nação é um povo num território, submetido a um regime político
organizado.
Teoria de Sistema
Após essa percepção, surge a definição de Sistema, que é um
“Um conjunto de elementos inter-relacionados com um objetivo comum”
Isto quer dizer que todas as áreas do conhecimento possuem sistemas.
E que os sistemas possuem características e leis comuns independentemente da área onde se
encontram
Sistema
Exemplos de sistemas:
Carro, corpo humano, computador, uma empresa, etc.
Contra-exemplo: pessoas caminhando na rua (pois não possuem objetivo comum)
Definição de Sistema
Sistema é uma entidade que tem a capacidade de manter um certo grau de organização em face de
mudanças internas ou externas, composto de um conjunto de elementos, em interação, segundo
determinadas leis, para atingir um objetivo específico.
Sistema pode ser definido como um conjunto de elementos interdependentes que interagem com
objetivos comuns formando um todo, e onde cada um dos elementos componentes comporta-se, por
sua vez, como um sistema cujo resultado é maior do que o resultado que as unidades poderiam ter se
funcionassem independentemente.
Qualquer conjunto de partes unidas entre si pode ser considerado um sistema, desde que as relações
entre as partes e o comportamento do todo seja o foco de atenção.
Sistemas Abertos
Os Sistemas são abertos e sofrem interações com o ambiente onde estão inseridos.
A interação gera realimentações que podem ser positivas ou negativas, criando assim uma
autoregulação regenerativa, que por sua vez cria novas propriedades que podem ser benéficas ou
maléficas para o todo independente das partes.
Um sistema realimentado é necessariamente um sistema dinâmico.
Em um ciclo de retroação uma saída é capaz de alterar a entrada que a gerou, e, consequentemente, a
si própria.
Conceitos Fundamentais
Limites:
Talvez esse seja um dos pontos mais difíceis de ser definido, isto é qual a fronteira de um sistema? Como
delimitar o que está dentro ou fora do sistema.
Interfaces:
A maneira como os subsistemas se relacionam através de entradas e saídas.
Pontos de Vista:
Todo sistema pode ser entendido ou observado de diferentes ângulos ou pontos de vista. A TGS
considera que um sistema pode ser influenciado por pontos de vista.
Hierarquia:
A idéia de dividir um problema grande (sistema) em problemas menores (subsistemas) é intrínseca a
idéia de sistemas.
Em produtos
Bens, Serviços, Informações
Diferente de seus insumos, para serem então devolvidos para seu ambiente.
A quantidade de produtos gerados por um sistema deve ser suficiente para o funcionamento de todos
os seus subsistemas.
Os sistemas que não têm condições de continuadamente atender a essa condição, comprometem sua
capacidade de sobrevivência a curto prazo (caso não atendam às necessidades de "produção"), a médio
prazo (caso não atendam às necessidades de "manutenção") ou a longo prazo (caso não atendam às
necessidades de "adaptação").
Tipos de Sistemas
Há diversas classificações para sistemas.
a) Concretos X Abstratos
Sistemas concretos existem fisicamente e os abstratos, são modelos ou representações do mundo
físico
b) Naturais X Artificiais
Sistemas naturais existem na natureza e artificiais foram criados ou inventados pelo homem.
c) Abertos X Fechados
Sistemas abertos realizam trocas com o meioambiente; sistemas fechados, não.
• Entender um sistema significa fazer as devidas conexões entre seus elementos, de modo que se
ajustem logicamente em um todo.
A investigação de qualquer parte do sistema deve ser sempre realizada em relação ao todo.
• Embora cada subsistema possa ser visto como uma unidade autocontida, ele faz parte de uma ordem
maior e mais ampla, que o contém.
Expressões-chave
Entrada, Input
A energia e insumos transformados pelo sistema
Matérias-primas, energia, trabalho humano, informações, tempo, etc.
Processamento, Throughput
O processo usado pelo sistema para converter os insumos retirados do ambiente, para obtenção de
produtos para consumo do próprio sistema ou serem devolvidos ao ambiente
Planejamento, tomada de decisão, comunicação, coordenação, armazenamento, transporte,
transformação, distribuição física, etc
Saída, Output
O produto ou serviço resultante do processo de transformação do sistema
Bens extrativos ou silvícolas, bens agropecuários, bens industriais, bens de consumo, serviços
comerciais, serviços públicos, idéias, leis, etc.
Retroalimentação, Feedback
Informações sistemáticas sobre algum aspecto do sistema, que possam ser utilizadas para avaliar e
monitorá-lo, de modo a melhorar seu desempenho
Número de unidades produzidas, qualidade do produto, relação entre a quantidade produzida e os
insumos gastos, outros tipos de relações entre esforço e resultado, tempestividade das atividades, etc.
Controle, Control
As atividades e processos usados para avaliar as entradas, processamentos e saídas, de modo a
permitir as ações corretivas
Sistemas de informação, testes de controle de qualidade, exames, avaliação de desempenho,
controladoria contábil, pesquisas sócio-econômicas, etc.
Referências bibliográficas
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