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JOSELMO REZENDE
dos negócios. Diversas oportunidades se
apresentam para as organizações e novos
negócios são criados enquanto outros deixam
de existir. As organizações possuem acesso a
informações como nunca se viu antes, pois
estão disponíveis de forma gratuita na web. JOSELMO REZENDE
O conhecimento não é mais centralizado
ou monopolizado, nem mesmo possui alto
custo, já que os computadores deixaram
de ser grandes investimentos e passaram
a ser somente um componente a mais na
implantação dos sistemas informatizados
das organizações.
Nesse contexto, entender os dados
gerados no mercado e transformá-los em
informações consistentes para a tomada
de decisão nas organizações, deixando-
as disponíveis na hora certa para o
Joselmo Rezende
IESDE
2020
© 2020 – IESDE BRASIL S/A.
É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito do autor e do
detentor dos direitos autorais.
Projeto de capa: IESDE BRASIL S/A. Imagem da capa: INGARA/Shutterstock
Rezende, Joselmo
Sistema de Informações de Marketing / Joselmo Rezende. - 1. ed. -
Curitiba [PR] : IESDE, 2020.
122 p. : il.
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-387-6539-4
3 Pesquisas mercadológicas 47
3.1 Conceitos e visão de pesquisa 48
3.2 Informações quantitativas e qualitativas 53
3.3 Pesquisa quantitativa 57
3.4 Pesquisa qualitativa 58
3.5 Coolhunting e pesquisa de tendências 62
O sistema proposto por Wierenga et al. (1999) não foge dos mo-
delos anteriores quanto às ferramentas necessárias para dar suporte
às decisões de marketing e, ainda, abrange as decisões de impacto
financeiro na organização. Os autores também destacam que esse
sistema deve ser encabeçado pela alta direção ou CEO da empresa,
ressaltando que esse envolvimento o fará ser aceito e implantado.
Dados
Subsistemas
Macroambiente internos
Sistema de informações
Mercado Produção
Nichos potenciais Custos Recebimento das Tomadores de decisão
informações
Governo Investimentos
Informações
Entrada
Tratamento da base Recebimento das
Concorrência Tecnologias
Validação das informações informações
Posicionamento Recursos
de marcas humanos Elaboração de relatórios Análise
Consumidor Financeiros Encaminhamento aos Execução do plano/ações
interessados
Índices e
expectativas
futuras
Canais de vendas
Nesse contexto, Alves (2018) acentua que o SIM deve dar suporte às
decisões do composto de marketing (preço, produto, praça e promo-
ção), como definição de composição do produto, nome, posicionamento
de mercado, preço adequado em relação à concorrência, melhor forma
de entrega e como ele deve ser comunicado para o mercado utilizando
os canais mais efetivos. O autor também aponta que “um Sistema de
Informações de Marketing é fundamental para que a empresa possa
manter o alicerce concreto de informações que vão integrar os depar-
tamentos, com o objetivo de melhorar o fluxo gerencial e apoiar os
processos e as operações empresariais” (ALVES, 2018, p. 21).
1.2.1 Microambiente
Para Alves (2018), o microambiente de uma organização é compos-
to de clientes, concorrentes e fornecedores. Kotler (1995) reforça que
esses elementos são os agentes que afetam a habilidade da empresa
em produzir produtos e serviços.
Quadro 1
Agentes do microambiente organizacional
Custos de transformação
Organizações externas
que fornecem serviços Custos indiretos
Fornecedores
ou produtos para a Custos diretos, tais como transporte
organização
Subcontratações em períodos de pico
Redes varejistas
Intermediários de Redes atacadistas Custos de distribuição por canal de vendas
marketing Representantes Valor consumidor final
Distribuidores
(Continua)
1.2.2 Macroambiente
Se no microambiente a organização pode interferir ou exercer al-
guma influência, no macroambiente já não existe essa possibilidade.
Entretanto, é de extrema relevância o olhar das empresas para esse
outro ambiente, uma vez que ele pode interferir significativamente nas
suas estratégias.
O macroambiente é representado pelas forças demográficas, econô-
micas, físicas, tecnológicas, políticas, legais, sociais e culturais que afe-
tam suas vendas ou lucros (KOTLER, 1995). Alves (2018) destaca que esse
ambiente é composto de informações que influenciam o microambiente
e engloba forças distantes da empresa, mas que influenciam todo o am-
biente. De acordo com Reichelt (2013, p. 66), “o macroambiente envolve
aspectos que a empresa não pode influenciar”.
Devemos analisar e acompanhar o macroambiente para prevermos
tendências e oportunidades futuras, reduzindo ameaças e localizando
mais oportunidades de negócios. Scherer (2015, p. 60) reforça que é
“imprescindível fazer uma previsão do futuro para antecipar problemas
e ultrapassar a mera perspectiva de sobrevivência para as empresas”.
Intermediários de
marketing
Ambiente Ambiente físico
demográfico e e tecnológico
econômico
Sistema de Sistema de
informações de planejamento de
marketing marketing
Produto
Fornecedores Praça
Consumidores- Preço Públicos
-alvo
Promoção
Sistema Sistema de
de controle organização e
de marketing implementação
de marketing
Ambiente Ambiente
político e legal sociocultural
Concorrentes
Figura 3
Os três fluxos de informações de uma empresa
Fluxo de informação
coletada externamente à
empresa e utilizada por ela
do
rca
e
M
Fluxo de
informação
Empresa produzida
pela empresa
e destinada
a ela
Fluxo de informação
produzida pela empresa e
destinada ao mercado
TIPOS DE INFORMAÇÃO
GRANDES FLUXOS
ATIVIDADE CONVÍVIO
Publicidade
INFORMAÇÃO Pedido de compra Relatório anual para os
Fatura para o cliente acionistas
De dentro para fora da
Comunicação ao cliente Conferências em universi-
empresa
Oferta de emprego dades
Fatura do fornecedor
Catálogo do fornecedor
Extratos de bancos
De fora para dentro da Relações pessoais
Pedido dos clientes
empresa Participação em seminários
Leis e regulamentações
Planos da concorrência
Intervenção de um consultor
Conhecimento
SAE
Sistema Alta gestão
de apoio
aos executivos Nível
estratégico
SIS
Sistema de apoio Gerência
Informações SAD
às decisões sênior
Dados
Sistema de processamento Nível
SPT
de informações operacional
Sistemas de
informações empresariais
Sistemas de
informações empresariais
Quanto à abrangência
Figura 7
Funções e objetivos dos sistemas de informações
Função Objetivos
Aperfeiçoar
Satisfazer
Automatizar Afetar a estratégia relacionamento com
necessidades de
processos básicos do negócio clientes e outros
informação
Eficiência Competitividade stakeholders
Eficácia
Relacionamento
Processamento Processamento
de transações e de dados
exceções
Sistemas de
Pesquisa e informação Sistemas de Sistemas de
análise de de gestão informações informações de
informações estratégicas relacionamento
Detecção do
foro informal
que melhora o
relacionamento
com clientes e
stakeholders
Além disso, Reichelt (2013) destaca que um bom SIM pode trazer
vantagem competitiva de três formas:
•• Melhor definição do mercado em que se pretende atuar.
•• Melhor definição da oferta; uma vez que se conhece o mercado,
pode-se aperfeiçoar o desenvolvimento dos produtos ou serviços.
•• Melhor execução do planejamento de marketing, visto que o SIM
permite mensurar com maior rapidez os resultados, melhorando
o planejamento e as correções futuras.
Por fim, vale lembrar que a definição do SIM vai muito além daquela
de equipamentos e softwares, pois ele envolve equipes, processos, in-
vestimentos e, principalmente, uma preocupação organizacional com a
perpetuidade da organização no mercado.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os sistemas de informações se mostraram essenciais para o desenvol-
vimento de negócios, deixando de ser um simples emissor de relatórios,
como no início de seu uso, para ser uma ferramenta de apoio à tomada
de decisões estratégicas dentro de uma empresa.
O aumento da competitividade, o aparecimento de novas tecnologias,
o aumento do número de informações, a internet, as tecnologias disrup-
tivas e o aparecimento de novos negócios, cada vez mais, aumentaram a
competitividade das organizações e exigiram informações que sejam mais
assertivas e minimizem os riscos.
Os sistemas de informações não possuem um modelo fechado, rígido e
estático. Pelo contrário, devem ser compostos de sistemas informacionais
que sejam flexíveis, adaptáveis e escalonáveis, uma vez que os negócios
são dinâmicos. Outro ponto importante é o fator humano. A tecnologia e
os colaboradores devem se relacionar, uma vez que o sistema de informa-
ções deve estar integrado às rotinas da organização.
É importante entendermos que o SIM não existe sem a integração de
homem, máquina, sistemas e processos definidos. A falta de um desses
itens compromete o resultado final não somente no quesito da definição
das informações necessárias para tomada de decisão, como o correto
fluxo da informação dentro da empresa, definição das ferramentas neces-
sárias para implementar o sistema, procedimentos para o correto fluxo
de informações, seus responsáveis e os tomadores de decisões, como na
correta coleta desses dados.
Por fim, para utilizar um sistema de informações, é fundamental enten-
der sua necessidade, o fluxo interno das informações, quem irá utilizar a
informação gerada e quando ela será utilizada.
GABARITO
1. Deve-se perceber quais processos, fluxos e procedimentos estão predefinidos
para a circulação das informações, desde as informações de RH até as informações
estratégicas e de mercado, as fontes utilizadas, os fluxos de distribuição e as formas
de distribuição.
2. Você deve desenhar quais são as decisões diárias e quais informações são pertinentes
para tomar cada uma delas. O desenho deve ter um começo, meio e fim, demonstrando
como uma informação é utilizada para a tomada de decisão. Com esse exercício, será
possível perceber se as informações que chegam são completas, corretas e efetivas
para as tomadas de decisões. Esse mapeamento pode ser por meio de fluxos. A
partir disso, será possível criar procedimentos operacionais e melhorar os processos
informacionais.
Desenvolvimento de informações
Análise Mercados-alvo
Concorrentes
Implementação
Públicos
Análise de
Distribuição das apoio às Pesquisa de
informações decisões de marketing
Controle marketing
Forças macroambientais
Atividade 1
VISÃO VISÃO BUSCA BUSCA
INDIRETA CONDICIONADA INFORMAL FORMAL Segundo Kotler (1995), os
administradores examinam o
Exposição geral Exposição direta. Esforço limitado, Esforço delibera-
das informações. Não envolve uma mas não estrutu- do acompanhado
ambiente de quatro maneiras.
Os administrado- busca ativa e nem rado, para obter de um plano, Explique cada uma e dê um
res não possuem uma área ou tipo informações ou procedimento exemplo.
um objetivo espe- de informação para um propósi- ou metodologia
cífico. identificada. to específico. para obtenção
de informações
específicas.
Figura 2
Sistema de Informações de Marketing – Modelo de Mattar e Santos
Fonte de dados
DADOS
Coleta de dados
Processamento
INFORMAÇÕES
Usuários
- Intermediários
- Ações promocionais
Objetivos da Objetivos de
Segmentos-alvo
comunicação venda
Planejamento
Ação
Controle
Resultados/Objetivos de vendas
Figura 4
Sistema de Informações de Marketing – Modelo de Semenik e Bamossy
Entrada de
dados: Fontes de Informações geradas Análise de dados Saída de dados Resultados
informações
1 1 1 1 1
Atividades e registros O consumidor Análise quantitativa Análise de Identificação de
internos da organização (demografia, estilo e qualitativa oportunidades de oportunidades
(dados secundários) de vida, atitudes, marketing (previsões 2
Planejamento
2 necessidades, intenções de vendas, tamanho do
Sistema de e comportamentos) mercado e tendências estratégico
acompanhamento do 2 de consumo) 3
Avaliação de
ambiente Sistema de marketing 2
(distribuidores, Planejamento do desempenho
(dados secundários)
atacadistas, varejistas e marketing mix (produto,
3
Projeto de pesquisa fornecedores) preço, distribuição e
de mercado (dados 3 comunicação)
primários) Ambiente (concorrência, 3
tendências culturais, Implementação das
político-legislativo, estratégias de marketing
tecnologia e economia) (segmentação,
4 diferenciação,
Operações internas posicionamento e
(pesquisa e competitividade)
desenvolvimento, 4
produção, administração, Controle: dados de
força de vendas, registros desempenho (custos,
financeiros) vendas, lucros e
participação de
mercado)
Mercado
(relatórios regulares de
Custos da empresa Ambiente
vendas e estudos de
propósitos especiais)
CONTABILIDADE INTERNA
Todo e qualquer registro contábil
interno da empresa, como lucros,
gastos, compras, vendas por
áreas, vendedores e clientes.
INTELIGÊNCIA DE CIÊNCIA DE
MARKETING MARKETING
Informações de marketing Auxílio aos administradores
obtidas de jornais, revistas, na tomada de decisão,
relatórios, exposições, feiras incluindo a utilização de mo-
e vendedores. delos e gráficos.
PESQUISA
Forma sistemática de coletar, re-
gistrar e analisar dados relativos
a problemas e oportunidades de
marketing, podendo ser constan-
te ou pontual.
Figura 6
Sistema de Informações de Marketing – Modelo de Chiusoli e Ikeda
Subsistemas de Processamento
Fonte de dados entradas Decisões de marketing
de dados
Subsistemas Decisões de
(base de produtos e
Sistema de apoio a decisões de marketing
dados serviços
internos) Segmentação e posicionamento Tomador de
Ambiente decisão
Planejamento e estrutura
interno
Decisões de
canal
Executivo de
Subsistema marketing
de pesquisa
de marketing Decisões de
Ambiente preço
externo
Subsistema
de
inteligência Decisões de
de marketing comunicações
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Percebemos neste capítulo que diversos autores descrevem o SIM.
Apesar de divergirem quanto às necessidades, devemos lembrar que
alguns modelos apresentados tiveram início na década de 1960 ou 1970.
Mesmo assim, segundo Chiusoli e Ikeda (2010), existem pontos em co-
mum em todos os modelos apresentados – o sistema, a informação
e o marketing –, e cada autor destaca um ou outro processo com mais
ênfase. Além disso, identificamos que os modelos apresentados seguem
princípios semelhantes de coleta de dados, tratamento das informações,
análise e tomada de decisão. Assim, apresentamos uma síntese do SIM de
cada autor a seguir.
GABARITO
1. As quatro maneiras são:
•• Visão indireta: exposição geral das informações sem um objetivo específico. Ex.:
análise do mercado para acompanhar a movimentação e novas perspectivas de
consumo.
•• Visão condicionada: exposição direta sem uma busca ativa. Ex.: recebimento de re-
latórios de mercado para análises, mas que podem trazer padrões desconhecidos.
•• Busca informal: esforço limitado, não estruturado. Obtém informações para um
propósito específico. Ex.: esforço de um gestor visitando pontos de vendas para
entender a exposição de produtos da concorrência e layout das lojas.
•• Busca formal: esforço deliberado e com um plano, procedimento ou metodologia
para obtenção de informações específicas. Ex.: pesquisa estruturada com meto-
dologia para identificar o comportamento de consumo de um mercado específico.
2. Você pode escolher qualquer um dos modelos apresentados neste capítulo. Como
exemplo, vamos comparar os modelos de Kotler e Mattar e Souza. O modelo de Kotler
possui os seguintes componentes: sistemas de pesquisa de marketing (análise); sistemas
de inteligência de marketing (análise e controle externo); sistemas de registros internos
(controle interno); e sistemas de apoio à decisão de marketing (análise e tomada de
decisão). O modelo de Mattar e Souza apresenta componentes bem parecidos com os
de Kotler, que são: pesquisa de marketing (análise); informações competitivas (análise e
controle externo); informações internas (busca); e monitoramento ambiental (análise e
tomada de decisão). Percebemos, assim, que ambos os modelos se preocupam com as
etapas de análise, controle externo e tomada de decisão.
3. Não. Cada segmento de mercado e cada organização, mesmo dentro de um segmento
específico, possui características próprias e peculiaridades inerentes aos negócios.
Imaginemos dois restaurantes, porém um deles oferece o produto por quilo e o
outro, à la carte (serve na mesa). O primeiro precisa de um SIM que controle o peso
da balança, a comida que é abastecida durante o serviço, a produção na cozinha em
grandes volumes, com médias de consumo por dia no mês etc. O segundo, além da
produção de pratos específicos, deve controlar também os clientes, entender os seus
pedidos, relacionar-se com eles, o tipo de comida e bebida a oferecer etc. Assim,
percebemos que o mesmo segmento pode apresentar características bem diferentes.
Pesquisas mercadológicas 47
3.1 Conceitos e visão de pesquisa
Vídeo Para Semenik e Bamossy (1995), a pesquisa de marketing deve ser
uma coleta sistemática e organizada, e sua interpretação deve apre-
sentar informações relevantes para a tomada de decisões nessa área.
Chiusoli e Ikeda (2010) também reforçam essa ideia, destacando que a
pesquisa deve descobrir e/ou descrever fatos, atitudes e opiniões, ou
mesmo verificar a correlação de dados relevantes. Para Paixão (2012,
p. 83), ela “deve ser vista como um investimento que tem por objetivo
responder a questões cruciais com o objetivo de reduzir riscos e incer-
tezas de qualquer decisão que deva ser tomada”.
Pesquisas mercadológicas 49
Figura 2
Processo de pesquisa segundo Kotler
Definição do
problema e dos Desenvolvimento do Coleta de Análise de Apresentação dos
objetivos de plano de pesquisa informações informações resultados
pesquisa
Pesquisas mercadológicas 51
Após a coleta, é necessário tabular os dados pesquisados para que os
resultados sejam formatados e apresentados da melhor forma possível.
Existem diversas técnicas de tabulação e análise, mas as mais conhecidas
são: regressão múltipla; análise discriminante; análise conjunta;
análise fatorial; análise por conglomerado; e escala multidimensional
(CHIUSOLI; IKEDA, 2010). Vejamos mais claramente essas técnicas:
Quadro 1
Técnicas de tabulação e análise
Pesquisas mercadológicas 53
Gráfico 1
Curva de Gauss
-3 σ -2 σ -1 σ +1 σ +2 σ +3 σ
Em que:
n = tamanho da amostra;
k² = nível de confiança, expresso em número
n = k² p x q de desvios-padrão;
e² p = percentagem em que o fenômeno se
verifica;
q = percentagem complementar (100 – p);
e² = erro máximo permitido.
Pesquisas mercadológicas 57
Uma vez definido o objetivo da pesquisa e o método de coleta,
identificamos um padrão de comportamento. Além disso, tomamos
como base o resultado de uma amostra, desde que ela seja represen-
tativa para o universo desejado, e a adotamos como resultado para a
tomada de decisão.
Dalfovo et al. (2008) ainda destacam que a coleta dos dados nas
pesquisas quantitativas geralmente é realizada por meio da aplicação
de questionários dos pesquisadores e entrevistas que apresentam va-
riáveis distintas, predeterminadas e relevantes para a pesquisa. A apre-
sentação dos resultados é feita sempre por meio de tabelas e gráficos.
Pesquisas mercadológicas 59
Günther (2006) cita vários autores que discorrem sobre técnicas de
análise de dados qualitativos, dentre as quais destacamos:
•• grounded theory: baseia-se nos dados coletados ao longo da pes-
quisa. Assim, parte-se do princípio de que a teoria surgirá por
meio de procedimentos sistematizados a partir da coleta dos da-
dos (GIL, 2008).
•• análise fenomenológica: estuda os fenômenos apresentados
ao longo da pesquisa. Foca no cotidiano e na compreensão do
modo de viver das pessoas, e não na definição de conceitos pré-
-estabelecidos (GIL, 2008).
•• paráfrase social-hermenêutica: analisa o contexto sócio-histórico
e espaço-temporal do fenômeno pesquisado; pode-se empreen-
der análises discursivas, semióticas, de conteúdo ou de qualquer
padrão formal que venha a ser necessário. São reconstituídas as
condições sociais de produção, circulação e recepção das formas
simbólicas, procurando resgatar situações no espaço e no tempo
(VERONESE; GUARESCHI, 2006).
•• análise de conteúdo qualitativa: descreve e interpreta o con-
teúdo de documentos e textos, com descrições sistemáticas
que reinterpretam mensagens, compreendendo seus significa-
dos de modo mais aprofundado do que em uma simples leitura
(MORAES, 1999).
•• hermenêutica objetiva: opera com a reconstrução lógica de
acontecimentos. É aplicada especialmente em estudos que se in-
teressam pelo entendimento dos processos lógicos de interação,
o que explica sua apropriação para os estudos de família e dos
intramuros da escola e da sala de aula (VILELA; NAPOLES, 2008).
•• interpretação psicanalítica de textos: parte do princípio de
análise dos textos e observações coletadas considerando o con-
texto do momento da coleta. Uma de suas vertentes investiga a
sociedade e a cultura (AIELLO-FERNANDES, 2012).
•• análise tipológica: determina categorias por meio do estudo de
tipos e formas de modelos básicos. Foca na sua constituição dos
documentos, considerando o suporte, o conteúdo e a estrutura
(SILVA; TRANCOSO, 2015).
Quadro 2
Características das pesquisas qualitativas e quantitativas
Quadro 3
Diferenças entre pesquisas qualitativas e quantitativas
Pesquisas mercadológicas 61
Artigo
http://www.scielo.br/pdf/ptp/v22n2/a10v22n2.pdf
Gráfico 2
Onda, moda e tendência
Onda
Mudança
Tendência
Moda
Tempo
Pesquisas mercadológicas 63
Para tanto, devemos identificar os tipos de tendências para que
possamos adotá-las como estratégias e integrá-las nos planos de ino-
vação organizacional (RASQUILHA, 2015):
•• tendência como oportunidade: é um modelo rápido e radical.
Esse tipo de tendência afeta as vendas, a participação no merca-
do e os lucros, e os consumidores exercem grande influência no
mercado e na estratégia da organização.
•• tendência como ameaça: está ligada diretamente ao negócio
e pode gerar um desinteresse do consumidor pelo produto ou
1
serviço ofertado. A previsão dessa tendência é importante para a
Você pode ler mais sobre a
falência da Kodak em: https:// sobrevivência da organização. Um exemplo que podemos citar é
gizmodo.uol.com.br/kodak- o da empresa Kodak, que não observou a tendência para o cres-
-apos-falencia/. Acesso em: 10 cimento e uso de imagens digitais e não alterou a perspectiva de
dez. 2019. 1
seu negócio, levando a organização à falência .
•• tendência em falta: trata-se de identificar novas oportunidades,
ganhando tempo e a oportunidade para aproveitar melhor o im-
pacto do lançamento de uma nova tecnologia, um novo mercado
ou um novo produto de sucesso.
•• “apanhar” tendências: trata-se de identificar uma tendência e
implementá-la na cultura da empresa. Algumas organizações têm
essa perspectiva em sua cultura. Porém, se isso não acontece, é
Vídeo importante criar processos para a identificação de novas tendên-
Este vídeo, publicado cias de mercado.
pelo canal Panke, fala
da “virada” das sandálias Em resumo, tendência é “um processo de mudança que resulta da
Havaianas. Percebemos
que a empresa observou observação do comportamento dos consumidores e que origina o de-
o comportamento dos senvolvimento de novas ideias: de negócio, de produto ou serviço, de
consumidores, entendeu
que havia uma necessida- marca ou de ação” (RASQUILHA, 2015, p. 28, grifos do original).
de e expectativa e alterou
o produto para atender a Acompanhar, identificar e entender as tendências cria um ambien-
essa demanda. te de inovação nas organizações. Desenhar processos e sistemas nas
Disponível em: https://www.you- empresas para esse tipo de pesquisa de marketing é essencial para a
tube.com/watch?v=7cOfu_VuJ2w.
Acesso em: 16 set. 2019. sobrevivência da organização a longo prazo e, como vimos, algumas
vezes a curto prazo também.
4
1 Input 2 3 5 Output
Tendências Insights e
e cool (legal) Ideias Inovação Recursos e capacidades respostas do
Exemplos mercado
Oportunidade
de inovação
Pesquisas mercadológicas 65
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As pesquisas são essenciais para o SIM, uma vez que, por meio delas, é
possível aprofundar nosso conhecimento sobre o mercado, os produtos,
a concorrência ou os consumidores. Sendo assim, as organizações de-
veriam utilizar essa ferramenta com mais frequência para subsidiar suas
decisões.
Entretanto, sabemos que o investimento e o trabalho são altos. O
planejamento da pesquisa até a análise dos dados leva muito tempo, e
a gestão das organizações não tem esse tempo para tomar as decisões
necessárias.
É importante, então, que o gestor de marketing crie ferramentas de mo-
nitoramento e acompanhamento do mercado. Essas ferramentas devem
estar na rotina do departamento para que as informações sejam atualiza-
das e constantes. Com as plataformas tecnológicas, podemos obter muitas
informações do ambiente de marketing para subsidiar a alta gestão.
Além disso, o planejamento de pesquisas de mercado deve ocorrer
sazonalmente, seja de acordo com o calendário da organização ou com
o calendário do mercado em que ela está inserida, seja para acompanha-
mento do mercado ou do comportamento dos consumidores.
Sendo assim, o investimento em pesquisa deve fazer parte do orça-
mento anual da organização assim, como o investimento em ferramentas
tecnológicas para monitoramento e pesquisa e para a geração de relató-
rios que subsidiem as tomadas de decisões.
REFERÊNCIAS
AIELLO-FERNANDES, R. A. O método psicanalítico como abordagem qualitativa:
considerações preliminares. Anais da X Jornada Apoiar (p. 306-314). Campinas: Instituto
de Psicologia da USP, 2012. Disponível em: http://serefazer.psc.br/wp-content/
uploads/2013/09/aiello-fernandes-ambrosio-e-aiello-vaisberg-APOIAR-2012.pdf. Acesso
em: 29 nov. 2019.
ALVES, E. B. Sistemas de informações em marketing. Curitiba: InterSaberes, 2018.
BRANCO, F. P. Pesquisa de Mercado: Controle e Qualidade e o ISSO 20252. São Paulo, 2007.
57f. Monografia. (Especialista em Pesquisa de Mercado em Comunicação) - Escola de
Comunicação e Artes, Universidade de São Paulo.
CHIUSOLI, C. L.; IKEDA, A. A. Sistema de informação de marketing. São Paulo: Atlas, 2010.
CORRÊA, M. V.; ROZADOS, H. B. F. A netnografia como método de pesquisa em Ciência
da Informação. Encontros Bibli, Florianópolis, v. 22, n. 49, p. 1-18, 2017. Disponível em:
https://periodicos.ufsc.br/index.php/eb/article/view/1518-2924.2017v22n49p1/34047.
Acesso em: 29 nov. 2019.
GABARITO
1. Seguindo o modelo de Chiusoli e Ikeda (2010), podemos fazer, por exemplo, o seguinte
planejamento:
Pesquisas mercadológicas 67
Tempo de planejamento
Tempo de organização e treinamento da equipe
de pesquisa
5) orçamento e cronograma
Levantamento em campo
Período de tabulação e análise dos dados
Dia de apresentação dos resultados
6.4) determinação da forma de Será feita uma pesquisa quantitativa com pergun-
aplicação do instrumento tas fechadas do tipo survey
2. Você deve identificar as variáveis necessárias e utilizar a fórmula indicada por Gil
(2008) para calcular o tamanho da amostra de grupos com menos de 100.000
indivíduos (universo finito). Além disso, deve considerar que o nível de confiabilidade
de 95,5% equivale a dois espaços na curva de Gauss e, por isso, o número será 2.
Assim, considerando a Atividade 1, o cálculo será:
n = 2² x 10 x 90 x 30.000
5² x (30.000 – 1) + 2² x 10 x 90
n = 143,31
A esse respeito, Rezende (2007, p. 18) destaca que dado é “um con-
junto de letras, números ou dígitos que, tomado isoladamente, não
transmite nenhum conhecimento, não contém um significado claro”.
Ainda segundo o autor, a informação é um dado trabalhado ou tratado.
Eleutério (2015) também reforça essa descrição e define dado como
sendo algo que foi observado e medido de maneira numérica, textual
ou visual, e a informação seria o conjunto de dados interpretado e ana-
lisado que ganha, assim, relevância e finalidade.
Figura 1
Esquema genérico de transformação dos dados em informações
Entrada Saída
Tratamento de
Dados Informações
dados
Figura 2
Pirâmide do conhecimento
Inferências
Conhecimento produzidas pelas
informações
Dados
Informação
interpretados
Registros
Dados
estruturados
Alto volume Baixo valor
DADOS FILTRAGEM
São coletados de fontes diversas, São selecionados os dados
tanto internas quanto externas. relevantes para a análise de um
Dependendo da necessidade, quadro ou situação em questão;
os dados podem ser coletados os dados que não se encaixam
diariamente por meio de informes para responder a tal questão são
ou relatórios de mercado, de modo descartados.
a subsidiar as decisões cotidianas
ou resolver um problema
específico, por meio de pesquisas.
PROCESSAMENTO APRESENTAÇÃO
Os dados passam por um São emitidos relatórios com
tratamento estatístico. Eles gráficos e planilhas que permitem
são totalizados, sumarizados e a visualização, a interpretação e a
transformados em percentuais e compreensão dos dados. Deve-
médias. A aplicação de métodos -se ter grande cuidado com essa
estatísticos permite que se observe etapa, pois a qualidade da decisão
uma tendência ou se determine tomada está intimamente ligada à
períodos de sazonalidade, clareza de interpretação do decisor
entre outros movimentos após o contato com o material
mercadológicos importantíssimos. fruto de tal apresentação.
Quadro 1
Tipos de demandas
Plena Quando a empresa está satisfeita com a recepção de sua oferta pelo mercado.
Quando existem forças que inibem o consumo do produto, como ocorre com
Indesejada
cigarros e bebidas alcoólicas.
Figura 4
Fluxo de informações para a previsão de demanda
Demanda da indústria
Eventos externos
Planos e decisões
Previsão de demanda
da empresa
Market share
Eventos internos
Kotler e Keller (2006 apud ALVES, 2018) ressaltam que existem mais
de 90 tipos de previsões de demandas, que podem envolver os níveis
de produto (vendas totais, setoriais, da empresa, por linhas de produ-
tos, formas ou itens), o tempo (curto, médio ou longo prazo), o espaço
(mundo, país, região, território) ou os clientes.
Figura 5
Tipos de decisões e seus respectivos níveis funcionais
Tipos de decisão
Figura 6
Etapas do processo de decisão
Eleutério (2015, p. 49) menciona que, para cada decisão que toma-
mos, “utilizamos uma quantidade maior ou menor de informações que,
quando combinadas, embasam nossas escolhas e nos ajudam a formar
uma espécie de modelo racional”. Tais decisões são embasadas nas
premissas iniciais e na qualidade de informações que o gestor possui
para a análise dos cenários.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Compreender os conceitos que envolvem dados, informações e os
processos de transformação necessários para alcançar os objetivos es-
perados é essencial para as organizações. Assim, a primeira orientação é
alinhar expectativas, definir objetivos e reorganizar processos e sistemas,
a fim de que as organizações tenham a possibilidade de produzir dados à
tomada de decisões.
Muitas empresas e profissionais ainda hoje estão presos ao fazer e
resolver, esquecendo-se de analisar e planejar. Realizar tarefas é, muitas
vezes, algo instintivo e mais fácil. Entretanto, o diferencial vem da análise,
de enxergar e perceber o que o concorrente não viu, conseguir antever/
prever uma tendência ou um movimento de mercado e estar preparado
para aproveitá-lo. Essa será a chave da competitividade e diferenciação.
Logo, é preciso visualizar a situação como um todo; saber garimpar os
dados, definir os processos de transformação e analisar as informações
com olhos estratégicos. Nesse sentido, faz-se necessário entender o tra-
tamento de dados e as necessidades da organização, com o objetivo de
que as informações geradas sejam relevantes e estejam disponíveis no
momento necessário, bem como cheguem às pessoas que necessitam
recebê-las. Para que isso aconteça, é preciso investir em tecnologias para
o tratamento de dados, que permitam uma melhor mensuração de de-
mandas e resultados, uma vez que produzem uma quantidade infindável
de informações.
GABARITO
1. Em um quadro de demanda negativa, a empresa precisa buscar quais são os motivos
de rejeição que existem em determinado grupo de consumidores. A esse respeito,
indica-se a realização de uma pesquisa qualitativa para compreender os motivos da
rejeição. Após isso, pode-se testar com esse grupo uma versão do produto “melhorada”
com as sugestões dadas por esses consumidores e verificar a aceitação deles.
2. Devemos entender as notícias como dados, que podem ser relevantes ou não e que,
uma vez processados e cruzados com as atividades realizadas no dia, podem se tornar
informações importantes para uma tomada de decisões. Por exemplo: imagine que
você está indo trabalhar e vê a notícia de que o aeroporto estará fechado por três dias.
O dado era irrelevante até você saber que precisa comparecer a um compromisso
urgente em outra cidade. A notícia a respeito do aeroporto era somente um dado, que
não era importante no momento que você a viu, mas passou a ser fundamental para
a tomada de decisão sobre a sua viagem, a data e o meio de transporte alternativo à
sua disposição.
Especificamente, em um BDR:
uma coleção de tabelas, todas com nomes únicos, compõem a
base de dados, podendo estar relacionada a uma ou mais ta-
belas. Conceitos como integridade referencial de dados – que
garantem que um dado referenciado em uma tabela esteja pre-
sente na tabela que está sendo referenciada – e chaves primárias
estão presentes e garantem que um conjunto de informações
possa ser representado de maneira consistente, independente
da forma de acesso. (BOSCARIOLI, 2006, p. 2)
EMPREGADO DEPARTAMENTO
NumEmpregado NomeEmpregado SalárioEmpregado NumDepto NomeDepto Ramal
032 J Silva 380 21 Pessoal 124
043 P Ariquemes 420 25 Financeiro 223
067 A Brandão 520 28 Produção 312
123 M Lucia 450
149 C Andrade 950
RELAÇÃO EMPREGADOS
NumEmpregado NomeEmpregado NomDepto Ramal
032 J Silva Pessoal 124
043 P Ariquemes Financeiro 223
067 A Brandão Produção 312
123 M Lucia Produção 312
149 C Andrade Financeiro 223
Tipo Explicação
Orientação A orientação por assunto é uma característica marcante, pois toda a modelagem é dese-
por assunto nhada em torno dos principais assuntos da organização. Enquanto os sistemas transacio-
nais estão voltados aos processos e às aplicações específicas, o data warehouse objetiva o
assunto, que trata de um conjunto de informações relativas à determinada área estratégica
de uma organização.
Integração A integração é uma característica importante, pois é por meio dela que se padroniza uma
representação única para os dados de todos os sistemas, os quais formarão a base de dados
do data warehouse. Grande parte do trabalho de construção deste é baseado na análise dos
sistemas transacionais e dos dados que eles contêm. Tais dados geralmente se encontram
armazenados em vários padrões de codificação, referentes aos diversos sistemas existentes
nas organizações e codificados por diversos analistas; isso significa que dados semelhantes
podem estar em formatos diferentes.
Variação no O registro dos dados é mantido por um período muito superior ao dos sistemas tradicio-
tempo nais. Nele, o registro do dado vem de algum momento específico, o que demonstra que ele
não é atualizável. Para cada atualização, realiza-se um novo registro para marcar a alteração.
Seu principal objetivo é acompanhar o comportamento das mudanças durante um período
maior, tendo em vista que os gestores tomam decisões fundamentais nessa variação.
Não Existem somente duas operações relacionadas à não volatilidade: a carga inicial e as con-
volatilidade sultas dos front-ends aos dados. Após serem integrados e transformados, os dados são car-
regados em blocos, a fim de serem disponibilizados para o acesso dos usuários. A maneira
como os dados são carregados e tratados é diferente dos sistemas tradicionais. No ambien-
te tradicional, os dados são carregados registro a registro, em múltiplas transações. Essa
volatilidade requer um trabalho considerável para assegurar integridade e consistência. Um
data warehouse, por sua vez, não requer esse grau de controle, uma vez que os dados são
lidos apenas na origem e gravados no destino.
(Continua)
Tipo Explicação
Modelos de Associam um item a uma ou mais variáveis de predição de valores reais, consideradas de
relacionamento variáveis independentes ou exploratórias. Isto é, constatam se há uma relação funcional
entre variáveis entre “x” e “y”.
Relaciona um item a uma classe categórica ou a um grupo delas (cluster). Os clusters são
Análise de definidos por meio de agrupamentos de dados baseados em medidas de similaridade
agrupamentos ou em modelos probabilísticos. A análise de cluster é uma técnica que visa detectar a
(cluster) existência de diferentes grupos dentro de determinados conjuntos de dados e, em caso
de existência, determinar quais são eles.
Designa uma descrição compacta para dado subconjunto. As medidas de posição e va-
Sumarização riabilidade são exemplos simples de sumarização. Ainda, as funções mais sofisticadas en-
volvem técnicas de visualização e a determinação de relações funcionais entre variáveis.
Tipo Explicação
Requer a divisão do mercado em diferentes unidades geográficas, como: país, estados,
Segmentação
cidades, regiões etc. A empresa pode optar por trabalhar em apenas uma ou em di-
geográfica
versas regiões.
Segmentação Divide-se em grupos de variáveis básicas, como idade, tamanho da família, gênero, nível
demográfica de instrução, entre outras. Trata-se da base mais utilizada pelas organizações.
Segmentação Separa os clientes com base no estilo de vida e em aspectos como personalidade e
psicográfica valores. O modo de consumo traduz o estilo de vida dos consumidores.
Segmentação por meio do conhecimento e da atitude do consumidor com relação ao
Segmentação
produto, no uso ou na resposta a ele. Podemos identificar esse uso por status, fidelida-
comportamental
de, índice de utilização e atitudes.
Segmentação de
Trata-se de uma combinação de diversas variáveis para identificar grupos-alvo especí-
multiatributos:
ficos e definidos. Assim, o banco identifica subgrupos e segmentos dentro de grupos
análise geodemo-
existentes.
gráfica
Artigo
https://www.cisco.com/c/dam/global/pt_br/assets/executives/pdf/internet_of_things_iot_ibsg_0411final.pdf.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Atualmente, o uso de banco de dados é primordial na vida das organi-
zações. Os mercados se tornaram mais complexos, a quantidade de infor-
mações aumentou significativamente, e o uso de inteligência para coletar,
agrupar, analisar e criar mais inteligência se tornou imprescindível para a
vida das organizações.
O aparecimento da web nos anos de 1990, especialmente no Brasil,
o uso da inteligência coletiva e a grande quantidade de informações que
circulam na rede obrigam as organizações a controlar, cada vez mais, o
mercado em que atuam. Isso porque a web proporcionou aos usuários
um poder maior de escolha e independência. Ela desterritorializou os
mercados, quebrou barreiras, ampliou as opções dos consumidores e
possibilitou que estes falassem de marcas e organizações com grande
abrangência e capacidade de influenciar o consumo de um grande grupo
de consumidores. Tal fato obrigou as empresas a melhorarem seu moni-
toramento do mercado, sua capacidade de análise e seus investimentos
em tecnologia.
Por outro lado, as organizações conseguem muito mais acesso a in-
formações, tanto de consumidores como de monitoramento de ações de
mercado. As barreiras para se chegar aos consumidores foram quebra-
das, permitindo que as empresas adquirissem um melhor conhecimento
e monitoramento do mercado. Isso significa maior complexidade para os
consumidores guardarem seus dados, bem como para as organizações
analisarem a infinitude de informações veiculadas no mercado.
REFERÊNCIAS
ALVES, E. B. Sistemas de informações em marketing: uma visão 360º das informações
mercadológicas. Curitiba: Intersaberes, 2018.
ANDERSON, C. A Cauda Longa: a nova dinâmica de marketing e vendas – como lucrar com
a fragmentação dos mercados. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.
BAPTISTA, P.; KELLER, C. I. Por que, quando e como regular as novas tecnologias? Os
desafios trazidos pelas inovações disruptivas. Revista de Direito Administrativo, Rio de
Janeiro, v. 273, p. 123-163, 2016. Disponível em: http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.
php/rda/article/download/66659/64683. Acesso em: 28 nov. 2019.
GABARITO
1. Como a atividade envolve uma pesquisa particular, a resposta também é de caráter
pessoal. Porém, recomendamos que você realize uma busca no Google com os títulos
banco de dados, data mining, data warehouse e database marketing, buscando modelos de
sistemas, quais são os mais utilizados e marcas. Assim, será possível identificar que
tipos de sistemas existem no mercado e como eles são estruturados.
2. A resposta a esta atividade abrange uma análise interna de uma organização. Por
mais simples que possa ser (mesmo que seja um micronegócio), ela necessita de
informações. Logo, é interessante observar como os sistemas apresentados podem
colaborar. Exemplo: constatar na empresa avaliada se ela possui matriz e filial ou
mais de um ponto de vendas, bem como se ela conta com um sistema integrado de
informações (data warehouse); se os sistemas de RH, finanças e vendas estão integrados
em um único sistema com cruzamento de informações (banco de dados); e, por fim, se
os departamentos de marketing e vendas apresentam sistemas de análise de vendas,
registro de clientes e outros.
Sustentabilidade
do negócio
Excelência Relacionamento
operacional com o cliente
Sistema de
Informação
Organizacional
Melhores Novos produtos
decisões e serviços
Por sua vez, Eleutério (2015) destaca que a gerência de nível médio
trata da coordenação sobre o nível operacional e busca a excelência
desse nível. Sua principal atividade é o acompanhamento constante das
operações e de seus indicadores de desempenho. O autor ainda desta-
ca que, nesse nível, deve-se transformar os dados em informações que
serão utilizadas pelo nível decisório, sustentando administrativamente
o atingimento dos resultados esperados. Dessa forma, as informações
devem ser apresentadas nos formatos de relatórios gerenciais e grá-
ficos, que são mais sintéticos e objetivos. A figura a seguir apresenta
esse esquema genérico do sistema de informações gerenciais.
Figura 2
Estrutura genérica de um sistema de informações gerenciais
Dados da operação
Dados da operação
Essa lei tornou mais rígidas as punições por uso incorreto ou indevi-
do de dados de terceiros, considerando até mesmo a abordagem utili-
zada na coleta e no uso das informações pelas organizações. Sob essa
ótica, o artigo 2º da referida lei menciona:
A disciplina da proteção de dados pessoais tem como
fundamentos:
I - o respeito à privacidade;
II - a autodeterminação informativa;
III - a liberdade de expressão, de informação, de comunicação e
de opinião;
IV - a inviolabilidade da intimidade, da honra e da imagem;
V - o desenvolvimento econômico e tecnológico e a inovação;
VI - a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do consumi-
dor; e
VII - os direitos humanos, o livre desenvolvimento da personali-
dade, a dignidade e o exercício da cidadania pelas pessoas natu-
rais. (BRASIL, 2018)
Essa mudança não pode acontecer somente por iniciativa das áreas
operacionais ou de gestão da organização, tampouco por uma neces-
sidade de melhorar a performance da área ou da unidade operacional.
Pelo contrário, ela deve surgir como uma cultura organizacional basea-
da em números, dados concretos, informações consistentes e precisas
quanto a cenários, projetos e perspectivas. Nesse sentido, a alta gestão
deve administrar com base em dados concretos, e não somente pela
experiência dos gestores. Isso porque o mercado muda, bem como as
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A perspectiva da opção por um sistema de informações organizacional
que contemple as atividades organizacionais deve permear toda a orga-
nização. Nesse sentido, a necessidade de implementar um sistema deve,
acima de tudo, prezar o mapeamento da organização, bem como o enten-
dimento das funções organizacionais e dos processos.
Dessa forma, a automatização de informações deve constituir um be-
nefício para a organização, e não um novo problema, porém no formato
digital e automático. Sob essa lógica, devemos entender que os sistemas
de informações servem como uma ferramenta de tomada de decisões
nas organizações.
REFERÊNCIAS
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Victor Civita, 1984.
BRASIL. Lei n. 13.709, de 14 de agosto de 2018. Diário Oficial da União, Poder Legislativo,
Brasília, DF, 15 ago. 2018. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2018/lei/L13709.htm. Acesso em: 6 dez. 2019.
CANDIOTTO, C. Ética: abordagens e perspectivas. Curitiba: Champagnat, 2010.
ELEUTÉRIO, M. A. Sistemas de informações gerenciais na atualidade. Curitiba: Intersaberes,
2015.
KHAUAJA, D. M. O sistema de informações no planejamento de marketing: em busca da
vantagem competitiva. Revista de Gestão da Tecnologia e Sistemas de Informação, v. 4, n. 1,
p. 23-46, 2007.
OLIVEIRA, J. F. Sistemas de Informação: um enfoque gerencial inserido no contexto
empresarial e tecnológico. São Paulo: Erica, 2000.
REZENDE, D. A. Sistemas de informações organizacionais: guia prático para projetos em
cursos de administração, contabilidade e informática. São Paulo: Atlas, 2007.
VÁZQUES, A. S. Ética. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2012.
VEIGA, F. J. Evolução dos sistemas de informação. Coimbra, 2006. Disponível em: https://
student.dei.uc.pt/~fveiga/GSI/Evolucao_Sist_Inf.pdf. Acesso em: 6 dez. 2019.
2. A ética deve ser uma reflexão sobre a ação humana enquanto objeto de lei, uma vez
que a lei ordenada parte do homem para regularizar suas ações. Também, a ética está
relacionada ao cumprimento das leis, uma vez que, se determinado indivíduo respeita
a lei, não há como não trabalhar com ética.