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E-BOOK

TECNOLOGIAS DE
COMUNICAÇÃO E DE INFORMAÇÃO
Fundamentos da tecnologia da
informação

APRESENTAÇÃO

No mundo globalizado em que vivemos, nós utilizamos tecnologias da informação (TI)


diariamente: desde quando acordamos e damos uma “conferida” nas redes sociais, ao
trabalharmos ou estudarmos, usando sistemas próprios das empresas e escolas, usando
ferramentas do pacote Office, e-mails, ferramentas para conferências e reuniões online, e em
diversas outras situações.

Todas essas tecnologias apresentam características diversas, em relação à sua arquitetura,


objetivo, facilidade no uso, e são essenciais como apoio às operações de negócios. A TI suporta
tarefas desde a criação e legalização de uma empresa, contatos com clientes e fornecedores, e
muitas vezes a TI é o núcleo do negócio, quando falamos de uma empresa de tecnologia.

Nesta Unidade de Aprendizagem, estudaremos o que são as Tecnologias da Informação, quais


os impactos que elas geram na vida das pessoas e como elas podem auxiliar as empresas na
condução dos seus negócios.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Explicar os fundamentos e as características básicas da TI.


• Analisar o impacto proporcionado pela TI nas operações de negócios.
• Relacionar o uso de métricas de TI com o sucesso nos negócios.

DESAFIO

As TI's têm se mostrado fundamentais para a condução dos negócios nas empresas modernas.
Além de impactarem a forma como as empresas operam, elas mudam hábitos pessoais e
proporcionam muitas facilidades para seus usuários. Por outro lado, o emprego inadequado de
tecnologia, seja por um indivíduo ou por uma organização, requer certos cuidados para que o
investimento realizado gere o retorno esperado.

Como existem tecnologias para os mais diversos propósitos, é preciso que as pessoas e empresas
façam uma análise da viabilidade e do custo-benefício de sua utilização. Analisando o caso das
empresas, a TI pode auxiliar diretamente na melhoria da produtividade dos colaboradores, desde
que esteja alinhada aos negócios realizados pela organização. Todas as áreas de uma empresa
podem se beneficiar do uso da TI, fazendo com que ocorra uma integração entre os dados e
informações organizacionais e criando um ambiente propício para a colaboração.

Considere uma empresa familiar de médio porte que atua no segmento de produção de cafés
especiais. Apesar de bem estruturada, ela pretende expandir sua atuação no Brasil tendo como
base o uso intenso de TI. No momento, a grande questão que os gestores precisam resolver é
como a TI poderia ser usada em cada área funcional para auxiliar os colaboradores na execução
de suas tarefas.

Sendo assim, liste pelo menos dois possíveis usos da TI para cada uma das seguintes áreas
funcionais da empresa: financeiro, marketing, produção e recursos humanos.

INFOGRÁFICO

bn Quando falamos de tecnologias da informação, é importante reforçar que essas tecnologias


são utilizadas para que os dados que produzimos possam ser transformados em informações
úteis. Essas informações podem ser utilizadas como suporte às decisões do negócio, pautando as
decisões em fatos e previsões baseadas nos dados. Desta forma, temos uma maior probabilidade
de tomar boas decisões.
Nós estamos sempre gerando dados, e é importante que estes dados passem por algum processo
de análise ou transformação para que possam gerar informações úteis, que possam por exemplo
embasar as decisões em um contexto empresarial.

Veja no infográfico a seguir a pirâmide de prioridades na Tecnologia de Informação: dados,


informações e inteligência de negócios, e um exemplo que ilustra o que poderia acontecer em
cada etapa.
Desta forma, com base na análise dos dados, em conjunto com informações extras, é possível
tomar decisões que possibilitam aumentar a produtividade da empresa, e ao mesmo tempo trazer
um maior conforto aos funcionários.

CONTEÚDO DO LIVRO

O uso da TI sem o devido envolvimento com a estratégia organizacional pode ocasionar


problemas para os gestores. Além disso, essa falta de alinhamento entre a TI e a estratégia torna
difícil a medição do real impacto que a tecnologia gera na empresa e nos seus funcionários.
Mesmo que a tecnologia seja utilizada em pequena escala, seus resultados precisam ser medidos
para que seja possível uma análise mais criteriosa sobre o custo-benefício proporcionado por
ela.

Neste contexto, acompanhe o capítulo Fundamentos da Tecnologia da Informação da obra


Sistemas de Informação.
SISTEMAS DE
INFORMAÇÃO

Glauber Rogério
Barbieri Gonçalves
Revisão técnica:

Jeferson Faleiro Leon


Graduado em Desenvolvimento de Sistemas
Especialista em Formação Pedagógica

G643s Gonçalves, Glauber Rogério Barbieri


Sistemas de informação [recurso eletrônico] / Glauber
Rogério Barbieri Gonçalves ; [revisão técnica: Jeferson
Faleiro Leon]. – Porto Alegre : SAGAH, 2017.

ISBN 978-85-9502-227-0

1. Computação. 2. Sistemas de Informação. I. Título.

CDU 004.78

Catalogação na publicação: Ana Paula M. Magnus – CRB 10/2052


Fundamentos da
tecnologia da informação
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Explicar os fundamentos e as características básicas da Tecnologia


da Informação (TI).
„„ Analisar o impacto proporcionado pela TI nas operações de negócios.
„„ Relacionar o uso de métricas de TI com o sucesso nos negócios.

Introdução
A palavra-chave do intenso momento que vivemos é competitividade,
mas como podemos então alcançar altos níveis de competitividade?
Sem sombra de dúvidas o caminho a percorrer irá passar pelo domínio
das informações.
Se em nossas vidas já necessitamos muito de informações, imagine
no mundo competitivo das empresas, no qual a demanda por infor-
mações é exponencialmente requisitada. Com isso, cada vez mais, o
conhecimento dos sistemas de informação se torna parte do dia a dia
empresarial, possibilitando um melhor gerenciamento das atividades
e proporcionando, assim, melhores resultados. Portanto, lembre que
o sucesso, tanto seu como da empresa que trabalhar, passará pelo co-
nhecimento de sistemas de informação e da tecnologia envolvida para
processar essas informações.
Neste texto, você irá estudar os fundamentos da TI, percebendo a
importância deles para melhorar a performance nessa época de cons-
tantes mudanças e de necessidade, muitas vezes, de comparações de
organizações locais a organizações de classe mundial.
14 Fundamentos da tecnologia da informação

A era digital
Se pararmos para pensar, há um tempo não muito distante, tínhamos bem
poucas formas de comunicação instantânea, por exemplo, caso fosse a um
banco e tivesse que enviar valor a um parente que morasse em uma cidade
distante, você utilizaria um processo off-line de ordem de pagamento que
poderia demorar até dois dias. Hoje, com o advento dos meios on-line você,
de seu smartphone realizar a operação em segundos da sua própria casa.
Com a combinação do advento da internet, da abertura das fronteiras pela
globalização e com a nova era do conhecimento, as empresas embarcaram
nesse novo mundo, pois não há como voltar atrás, pelo contrário, as empresas
passaram por grandes alterações para que rapidamente se adaptassem a essa
nova realidade.
Hoje em dia já utilizamos o termo “empresa digital”, porque em muitos
casos as empresas são virtuais, não tem loja física, são entidades formadas para
terem uma rapidez de resposta condizente com a necessidade de um público
com a necessidade de um retorno rápido as suas expectativas.
A tendência é cada vez mais haver uma interação digital dentro as or-
ganizações, unindo departamentos, controles, setores e combinando essas
partes para um melhor gerenciamento do todo, promovendo, com isso, um
melhor gerenciamento e ganhos de produtividade com consequente aumento
da lucratividade.

Evolução dos sistemas de informação


Com o passar do tempo, a necessidade para suprir a demanda de consumido-
res por produtos em quantidade suficiente e com uma melhor qualidade foi
aumentando, e esse aumento de demanda ocorreu também pelo processamento
das informações. A Figura 1 demonstra o caminho percorrido pelos sistemas
de informação.
Fundamentos da tecnologia da informação 15

Figura 1. História do papel dos sistemas de informação.


Fonte: Paulino (2012).

O que começou com um simples processamento de dados, hoje propor-


ciona às empresas o que chamamos de vantagem competitiva, que é muito
importante para as estratégias empresariais. A vantagem competitiva auxilia
as empresas desde o planejamento, como na execução em todas as suas áreas
(seja para projetar um novo produto ou uma nova linha de montagem para
esse produto) até a melhor forma de levar o produto ao consumidor. Isso é
realizado comparando os dados com a performance da concorrência, para
cada vez mais estar na frente de todos.
A TI proporciona as empresas muitas possibilidades, participando de
praticamente todos os processos. Auxilia na tomada de decisão, na confecção
de controles e na execução das atividades. Podemos apresentar inúmeros
exemplos de empresas que estão na vanguarda da utilização desse poderoso
instrumento, como a IBM, a grande cadeia de suprimentos WAL-MART, a
companhia área GOL, entre outras de vários segmentos.

Empresas tradicionais e empresas digitais


Como vimos, o advento da globalização, da internet e da era do conhecimento
alteraram a forma como as empresas procedem em suas atividades.
16 Fundamentos da tecnologia da informação

O apoio da TI, nesse cenário, pode proporcionar um ambiente organizacional


capaz de auxiliar os gestores a trabalharem suas demandas de informação mais
rapidamente e com uma melhor análise dos dados. Para que você compreenda
a complexidade do mundo atual, o Quadro 1 mostra as preocupações ou as
funções das empresas tradicionais e as da era digital.

Quadro 1. Comparativo entre empresas tradicionais e da era digital.

Tradicional Era digital

Comprar Dominar os processos


de compra e venda

Vender Conhecer e utilizar a intranet/


extranet/E-learning

Estocar Conhecer e utilizar os sistemas


CRM/ERP/BI*, entre outros

Receber Comércio eletrônico: B2B, B2C*

Pagar Forte preocupação com questões


éticas e sociais, terceirização

Estrutura de decisão simples Automações e reengenharia,


tele trabalho

Segurança da informação precária Processos robustos de segurança e


modelos de negócios entre outros

*CRM, Customer Relationship Management; ERP, Enterprise Resource Planning;


BI, Business Intelligence; B2B, business-to-business; B2C, business-to-customer.

Como você pode perceber, as preocupações hoje são muitas e não tem
mais como o empresário cuidar sozinho de todos os processos e de todas as
inovações, por isso ele precisa dos sistemas de informação, que com certeza
são a chave do sucesso para as empresas modernas.
Fundamentos da tecnologia da informação 17

Dados, informações e inteligência de negócios


Para entendermos melhor a evolução e a utilização dos sistemas de informações,
vamos, nesse momento, entender as relações entre os dados, as informações
e a utilização deles para a inteligência nos negócios. Veja, na Figura 2, um
exemplo dessa relação.

Figura 2. Relação entre dados e informações.


Fonte: Adaptada de InfoTec (2013).

Para que você compreenda melhor, vamos detalhar alguns conceitos


importantes:

„„ Dado: segundo uma das definições da palavra aplicada ao contexto,


dados são um conjunto de valores ou ocorrências em um estado bruto, ou
seja, podem ser inúmeros e não relacionados entre si, portanto precisam
de tratamento para que virem ou uma informação e, então, descrevam
as características de um evento aleatório.
„„ Informação: pode ser definida como um conjunto de dados organizados,
que nos trazem uma mensagem sobre um evento ou fenômeno. Ela vai
ser a base do conhecimento, pois acaba por trazer as possibilidades
18 Fundamentos da tecnologia da informação

necessárias para a solução de problemas ou tomada de decisões. Outra


definição indica que a informação é um fenômeno que confere signi-
ficado ou sentido às coisas, já que, por meio de códigos e de conjuntos
de dados, forma os modelos do pensamento humano, convertendo os
dados em contexto significativo e útil.
„„ Conhecimento: começou a ser definido na antiga Grécia, para o filósofo
grego Platão, o conhecimento é aquilo que é necessariamente verda-
deiro (episteme). Por sua vez, a crença e a opinião ignoram a realidade
das coisas, pelo que fazem parte do âmbito do provável e do aparente.
Ele também pode ser considerado como um conjunto de informações
armazenadas por intermédio da experiência ou da aprendizagem (a
posteriori), o através da introspecção (a priori). No sentido mais lato
do termo, trata-se da posse de múltiplos dados inter-relacionados que,
por si só, têm um menor valor qualitativo. O conhecimento não é ad-
quirido, por exemplo, encostando a cabeça em um livro e “pegando” as
informações contidas nesse livro, há que se ter interação pela leitura,
ou seja, uma pesquisa feita nesse livro e depois algum tipo de interação
proveniente dessa pesquisa, com a combinação desses três elementos
o indivíduo estará adquirindo conhecimento.

Com a utilização dos dados, das informações agrupadas e do conhecimento,


chegamos ao que conhecemos hoje por inteligência de negócios (business
intelligence) que, segundo uma definição, serve para aumentar a competiti-
vidade e alavancar os resultados empresariais. Com essa poderosa solução,
as empresas obterão velocidade de respostas tanto no nível estratégico como
no tático e operacional, conquistando com isso enormes ganhos.
Fundamentos da tecnologia da informação 19

Na inteligência de negócios (business intelligence)


o sucesso requer a contrapartida do investimento
aplicado pela gestão nos componentes essenciais de
estruturação de um sistema de Business Intelligence
(BI). As empresas precisam direcionar seus esforços
para compra ou contratação das necessidades
específicas para uma solução desse porte. O BI é
composto, basicamente, por ferramentas, infraes-
trutura, profissionais (corpo técnico) e dados. A junção
desses componentes é o que permite a criação e
a manutenção de um sistema de apoio à decisão
dentro da organização. Os dados, como sabemos, são
as entradas (inputs) para a geração das informações
gerenciais que apoiam a decisão. Esse componente
é essencial e fruto dos mais diversos sistemas de in-
formação distribuídos pela organização. A qualidade
do dado também é importante, por isso as empresas
devem desenvolver ou adquirir seus sistemas inter-
nos pensando em padronização (categorização e
detalhamento do dado) e na possibilidade de futura
aquisição de uma solução BI. Com isso, o custo para
se ter um BI efetivo é bem menor e com grande valor
agregado. Veja uma matéria completa sobre este
tema no link ou código a seguir.

https://goo.gl/FRTVuW

Estrutura de dados e informações


As formas de estruturação dos dados e informações vêm, ao longo dos anos, se
aperfeiçoando. Imagine que você tem a tarefa de processar apenas dois dados
quaisquer aleatórios, pode ser fácil em um primeiro momento, mas depois
serão quatro dados diferentes, trinta, centenas e milhares, dessa forma você
irá precisar de auxílio, e esse auxílio virá das ferramentas de informação. As
ferramentas de informação surgiram por uma necessidade do governo ameri-
cano nos anos de 1890, quando o governo precisava processar o censo e, se não
tivesse alguma forma de ajuda, com os dados que tinha, levaria pelo menos
10 anos para terminar. Neste momento surgiram assim os MAINFRAMES
(computadores de grande porte), que você pode observar na Figura 3.
20 Fundamentos da tecnologia da informação

Figura 3. Computadores de grande porte.


Fonte: Computer History Museum (c1996-2017).

Assim nasciam as primeiras aplicações de ferramentas para processamento


de informações, primeiro em cartões perfurados, depois com o princípio das
máquinas como as conhecemos hoje. Então, quando precisamos processar um
número muito grande de dados em informações, nos valemos dos sistemas
de informação para estruturar melhor esses dados e informações coerentes,
procurando um processamento rápido para gerar uma inteligência de negócios.

A área de TI
Assim como os equipamentos, a área que abriga os profissionais que trabalham
nela sofreram alterações com a evolução.
Antigamente a área era chamada de Centro de Processamento de Dados
(CPD), fazendo alusão aquela figura de uma pessoa apenas digitando dados,
sem muitas vezes saber por quê. Esses dados eram copilados para serem
transformados em informações, mas para elas eram simplesmente dados.
Passando por essa fase e com a necessidade de melhor administrar as
informações, os CPDs trocaram de denominação e passaram a ser chamados
Fundamentos da tecnologia da informação 21

de Tecnologia da Informação (TI), sigla que é até hoje por nós conhecida. Dada
a sua importância e relevância para as organizações foi atribuída a devida
importância a esses profissionais que são responsáveis pela informática nas
empresas.
O futuro nos trará outra denominação, que está já surgindo e é o que
chamamos por Gestão do Conhecimento (KM, Knowledge Management),
que está visa gerenciar o conhecimento adquirido, o transformando em re-
sultado, elevando o capital intelectual dos colaboradores de uma empresa,
transformando estes em ativo da empresa e melhorando suas performances
para alcançar resultados positivos.
De simples suporte, hoje a TI está diretamente relacionada aos fatores
críticos para o sucesso das empresas. A TI é uma área diretamente relacionada
ao uso da tecnologia para o auxílio de gestão, processando as informações para
gerar vantagens competitivas. Desde que utilizada adequadamente, ela pode ser
um importante facilitador da inovação dos negócios e, consequentemente do
sucesso empresarial. Para isso, os usuários devem ter ou desenvolver talentos
no uso e no gerenciamento da TI, especialmente no âmbito das organizações.
Sendo assim, você deve lembrar dos três recursos que compõe a TI: as
informações que foram agrupadas a partir dos dados coletados, as próprias
pessoas que farão o trabalho dessas compilações e da própria TI, que agrupa
todos os elementos.

Você pode definir TI como o conjunto de todas as atividades e soluções providas por
recursos de computação voltados para a produção, o armazenamento, a transmissão,
o acesso, a segurança e o uso das informações. É a área da informática que trata a
informação, a organização e a classificação de forma a permitir a tomada de decisão
em prol de algum objetivo. TI refere-se, de modo geral, ao conjunto de recursos de
informação, seus usuários e a gerência que os supervisiona, inclusive a infraestrutura
de TI e todos os outros sistemas de informação em uma organização.

Papéis e responsabilidades na TI
Em determinadas organizações, a mesma pessoa pode assumir as funções e
as responsabilidades de dois ou mais cargos, fornecendo orientação e apoio
aos funcionários.
22 Fundamentos da tecnologia da informação

No Quadro 2 você verá alguns cargos importantes para as empresas, mas


cabe ressaltar que eles não aparecem em todas as organizações, nas maiores
com certeza e nas menores acabam por ter denominações diferentes, porém
suas responsabilidades estarão presentes em todas as organizações.

Quadro 2. Principais cargos de gestão.

Sigla Denominação Função

CIO Vice-presidente Responsável por supervisionar todos os usos da


de sistemas de tecnologia da informação e garantir o alinhamento
informação (Chief estratégico da TI com as metas e os objetivos
Information globais da organização. Atua como gerente, líder
Officer) e comunicador, ou seja, garante a entrega de todos
os projetos de TI nos prazos corretos, alinhados com
as estratégias, defendendo e comunicando a área
de TI com as demais.

CTO Vice-presidente É responsável por assegurar o rendimento, a


de tecnologia velocidade, a precisão, a disponibilidade e a
(Chief Technology confiabilidade da tecnologia da informação
Officer) de uma organização. Devem ter um bom
conhecimento sobre a área de TI.

CSO Vice-presidente É responsável por garantir a segurança dos


de segurança sistemas de TI e desenvolver estratégias e
(Chief Strategy proteções contra ataques de hackers e vírus.
Officer)

CPO Vice-presidente É responsável por garantir o uso ético


de privacidade e legal das informações dentro de uma
(Chief Product organização. Esses profissionais geralmente
Officer) possuem conhecimento da área do direito.

CKO Vice-presidente É responsável pela coleta, manutenção e


de conhecimento distribuição do conhecimento da organização.
(Chief Knowledge Ele atua no desenvolvimento de programas
Officer) e sistemas que tornam fácil para as pessoas
reutilizar o conhecimento. Também atua na
parte de manter os colaboradores encorajados
em aprimorar os sistemas, atuando diretamente
no resultado da empresa e diminuindo o
gap nos treinamentos a novos usuários.

Fonte: Baltzan e Phillips (2012).


Fundamentos da tecnologia da informação 23

Métricas de eficiência e de eficácia da TI


Hoje em dia não há como você ficar longe dos termos “objetivo e metas”,
irá encontrar em toda a organização para qual for prestar serviços, além dos
chamados indicadores de desempenho, que são utilizados para mensurar esses
objetivos e metas.
A área de TI é muito importante nesse contexto e, portanto, não poderia
ficar de fora, afinal participa diretamente na busca por melhores resultados.
Tal é a sua importância, que a TI deve sempre buscar manter ativos e seguros
os sistemas de informação.
Cada área empresarial tem seus indicadores próprios, por exemplo, na área
comercial um desses indicadores pode ser a venda por período, que indica o
quanto foi vendido em determinado período de tempo. A TI não fica longe
disso e também tem suas próprias métricas, veremos a seguir algumas delas.
Os indicadores têm como objetivo serem fontes para uma avaliação qua-
litativa e quantitativa da eficiência dos processos tecnológicos dentro de uma
organização, para a TI eles aparecem em quatro pontos chaves que toda a
empresa deve trabalhar. São eles:

1. Desempenho (performance) da infraestrutura e sistemas;


2. Produtividade e engajamento (envolvimento) das equipes;
3. Sustentabilidade financeira (financiamento e autofinanciamento);
4. Disponibilidade e resultados dos serviços internos (períodos de
atendimento).

Essas informações fazem parte do planejamento das organizações, justi-


ficando seus investimentos e custos.

Principais grupos de métricas na TI


Os dois grandes grupos de métricas, são Key Performance Indicators (KPI)
e Key Goal Indicators (KGI).

Key Performance Indicators

São indicadores chave de desempenho, responsáveis por mensurar a qualidade


e a taxa de resposta dos processos tecnológicos perante os objetivos de cada
organização. Eles atendem a premissa de que a informação deve ser rápida,
segura e precisa. Podem ser separados em alguns grupos:
24 Fundamentos da tecnologia da informação

„„ Eficiência das chamadas ao setor de TI;


„„ Uptime dos serviços;
„„ Performance do sistema de proteção.

Key Goal Indicators

A tradução da sigla é indicadores chave de objetivo/sucesso. Os KGIs são res-


ponsáveis por quantificar os resultados dos recursos de TI. Diferentemente do
conceito anterior, em que o foco é o desempenho, essa métrica demonstra se a
infraestrutura e os sistemas da empresa atingiram suas metas de desenvolvimento.
Para saber quais os retornos do investimento que a TI está dando, seja
no âmbito dos funcionários ou na aquisição de algum equipamento, as or-
ganizações irão utilizar essas métricas. Contudo, sempre há a questão de
quais utilizarem, quanto utilizar e porque utilizar, para que realmente sejam
mensurados os processos de uma forma correta e que essas métricas sejam
utilizadas para a melhoria continua de todos.

A infraestrutura de TI tem sua eficácia relacionada ao tempo


em que os recursos ficam disponíveis. Nesse sentido, o uptime
ideal dos sistemas e dispositivos internos deve estar acima de
99%, na maior parte dos casos. Muitas empresas de grande
porte chegam a demandar da área de TI disponibilidades supe-
riores as 99,99%. Isso garante que os profissionais da empresa
contarão com uma infraestrutura que sempre atenderá às suas
necessidades. Quanto maior for a garantia de disponibilidade,
maior serão os investimentos necessários para que os sistemas
possam rodar com o menor risco de downtime. Caso o uptime
esteja baixo, medidas podem ser tomadas para otimizar a
infraestrutura de TI, por exemplo, equipamentos podem ser
configurados de acordo com o seu perfil de uso. Além disso,
dispositivos com baixo desempenho podem ser trocados por
equipamentos mais eficazes. O índice de uptime dos principais
sistemas e recursos é talvez a métrica de TI mais conhecida.
Para mais informações sobre este tema, você pode acessar o
link ou o código a seguir (OPSERVICES, 2017):

https://goo.gl/Ptmy5C
Fundamentos da tecnologia da informação 25

As métricas são as medidas detalhadas que alimentam os indicadores de desempenho


para que, assim, os investimentos e os esforços na área possam ser mensurados. Em
termos organizacionais, a TI tornou-se importante parte da estratégia, da vantagem
competitiva e da rentabilidade, por isso, a importância de mensurar esse apoio a
organização.

1. A forte competição nos mercados d) O adequado manuseio das


modernos faz com que as empresas informações é fundamental
busquem continuamente formas de para a gestão de negócios
melhorar sua gestão. Neste aspecto, bem-sucedidos.
a TI possui papel fundamental, e) O frequente surgimento de
pois auxilia as empresas a criarem novas tecnologias faz com que
ambientes e processos de a vida útil dos equipamentos
trabalho voltados para o ganho de tecnológicos seja longa.
produtividade e, consequentemente, 2. Em função do grande volume de
para o aumento da lucratividade. A informação produzido e consumido
chave do sucesso para as empresas pelas empresas modernas, é
está no alinhamento da TI com sua importante que elas possuam
estratégia de negócios. Sobre a TI, mecanismos para fazer a gestão
marque a alternativa correta. de suas informações da maneira
a) A aquisição de equipamentos mais ampla possível. Neste aspecto,
tecnológicos precisa ser o apoio da TI pode proporcionar
realizada antes da elaboração a criação de um ambiente
do planejamento estratégico organizacional capaz de auxiliar
de TI da empresa. os gestores a trabalharem suas
b) Em função do alto custo de demandas de informação de forma
implantação, a TI consegue mais ágil e eficaz. Considerando a
agregar valor apenas importância do conceito de dados,
em determinadas áreas informações e inteligência de
funcionais das empresas. negócios para melhor
c) Em tempos de crise e de entendimento da TI, analise
retração na economia, a as afirmações a seguir.
TI não consegue produzir I. Dados são fatos brutos que
tanto impacto nos negócios descrevem as características
de uma organização. de um evento.
26 Fundamentos da tecnologia da informação

II. Informações são dados recursos computacionais para


convertidos em contexto acesso às informações. Em termos
significativo e útil. organizacionais, a TI tornou-se
III. Inteligência de negócios são importante para parte da estratégia,
informações valiosas obtidas de da vantagem competitiva e da
fontes íntegras e confiáveis. rentabilidade da organização. É fato
Qual(is) afirmativa(s) está(ão) que a TI pode auxiliar na obtenção
correta(s)? de maiores ganhos financeiros,
a) Somente I e II. motivo pelo qual as empresas
b) Somente I e III. investem em tecnologias e esperam
c) Somente II e III. receber delas contribuições para
d) I, II e III. oportunidades de melhorias.
e) Somente III. Entretanto, medir o sucesso da TI no
3. A TI é uma área diretamente ambiente organizacional é bastante
relacionada ao uso da difícil. Em termos práticos, saber
tecnologia para auxiliar a qual o retorno do investimento
gestão e o processamento de feito em determinado equipamento
informações. Desde que utilizada de informática não é um processo
adequadamente, ela pode ser simples. Para justificar os gastos
um importante facilitador da com TI, a empresa precisa medir a
inovação nos negócios e no sucesso recompensa desses investimentos,
empresarial. Para que isso se torne seu impacto no desempenho
realidade, é necessário que as dos negócios e o valor total
pessoas desenvolvam e utilizem alcançado. Analise as afirmativas
talentos no uso e no gerenciamento a seguir relacionados às métricas
da TI, especialmente no âmbito de eficiência e de eficácia da TI.
das organizações. Neste contexto, I. Em média, as organizações
identifique a alternativa que gastam 50% do orçamento
apresenta corretamente os três de TI com o gerenciamento
recursos que compõem a TI. de suas métricas.
a) Conhecimento, II. A medição da TI contempla,
equipamentos e tecnologia exclusivamente, produtos
da informação. e serviços que envolvem
b) Conhecimento, pessoas e clientes externos.
tecnologia da informação. III. As métricas trabalham para
c) Informação, conhecimento alimentar os indicadores-chave
e equipamentos. de desempenho da organização.
d) Informação, equipamentos e Qual(is) afirmativa(s) está(ão)
tecnologia da informação. correta(s)?
e) Informação, pessoas e a) Somente I.
tecnologia da informação. b) Somente II.
4. A TI pode ser definida como c) Somente III.
todas as soluções utilizadas pelas d) Somente II e III.
empresas e pessoas que envolvem e) I, II e III.
Fundamentos da tecnologia da informação 27

5. Todos os funcionários da restrita, pois foca apenas na


organização precisam trabalhar realização e na condução de
em conjunto para que seja cursos de capacitação para
possível o desenvolvimento de um os diversos colaboradores da
ambiente propício à elaboração empresa.
de iniciativas estratégicas capazes b) A preocupação do vice-
de gerar vantagens competitivas. presidente de sistemas de
A compreensão da estrutura informação (CIO) deve ser
tradicional de um departamento estritamente com a TI.
de TI, envolvendo seus cargos, c) Em determinadas organizações,
papéis e responsabilidades, auxilia a mesma pessoa pode
as empresas a criarem equipes com assumir as funções e
esse perfil. Como a TI é uma área responsabilidades de dois
relativamente nova, a nomenclatura cargos, fornecendo orientação
dos cargos pode variar de e apoio aos funcionários.
organização para organização. d) O vice-presidente de privacidade
Entretanto, alguns cargos de TI vêm (CPO) é responsável por
sendo elevados a níveis estratégicos garantir a segurança dos
nos últimos anos, mostrando a sistemas de TI e desenvolver
importância dessa área para melhor estratégias e proteções
condução dos negócios. Em relação contra ataques indevidos.
aos papéis e as responsabilidades e) O vice-presidente de segurança
normalmente identificados na TI, (CSO) é responsável por
assinale a afirmação correta. garantir o uso ético e legal
a) A atuação do vice-presidente das informações dentro
de conhecimento (CKO) é mais de uma organização.
28 Fundamentos da tecnologia da informação

BALTZAN, P.; PHILLIPS, A. Sistemas de informação: a importância e as responsabilida-


des do pessoal de TI nas tomadas de decisões. Porto Alegre: AMGH, 2012. (Série A).
COMPUTER HISTORY MUSEUM. Assembly of IBM 1401 computers. Mountain View,
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OPSERVICES. Quais são as métricas mais importantes para a área de TI? Porto Alegre,
2017. Disponível em: <https://www.opservices.com.br/metricas-de-ti/>. Acesso em:
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PAULINO, E. Tecnologia da informação. 28 ago. 2012. Apresentação em slides. Dispo-
nível em: <https://pt.slideshare.net/egnaldopaulino/fundamentos-ti>. Acesso em:
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Leituras recomendadas
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em: <https://imasters.com.br/artigo/8240/publicidade-online/agregando-valor-ao-
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ELIAS, D. A composição da inteligência de negócios. São Paulo: Canaltech, 2014. Dis-
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POZZEBON, M.; FREITAS, H. M. R. Construindo um EIS (enterprise information system)
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dez. 1996.
SILVA, C. M. S. A importância da tecnologia da informação. Administradores, João
Pessoa, 17 jun. 2005. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/artigos/
tecnologia/a-importancia-da-tecnologia-da-informacao/10961/>. Acesso em: 25
jul. 2017.
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR

Neste vídeo, são apresentados os conceitos básicos relacionados com a TI, objetivando
principalmente compreender o relacionamento entre os dados, as informações e a inteligência de
negócios.

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EXERCÍCIOS

1) A forte competição nos mercados modernos faz com que as empresas busquem
continuamente formas de melhorar sua gestão. Neste aspecto, as TI's possuem papel
fundamental, pois auxiliam as empresas a criarem ambientes e processos de trabalho
voltados para o ganho de produtividade e, consequentemente, para o aumento da
lucratividade. A chave do sucesso para as empresas está no alinhamento da TI com
sua estratégia de negócios.

Sobre as TI's, marque a alternativa CORRETA:

A) A aquisição de equipamentos tecnológicos precisa ser realizada antes da elaboração do


planejamento estratégico de TI da empresa.

B) Em função do alto custo de implantação, a TI consegue agregar valor apenas em


determinadas áreas funcionais das empresas.

C) Em tempos de crise e de retração na economia, a TI não consegue produzir tanto impacto


nos negócios de uma organização.

D) O adequado manuseio das informações é fundamental para a gestão de negócios bem-


sucedidos.

E) O frequente surgimento de novas tecnologias faz com que a vida útil dos equipamentos
tecnológicos seja longa.

2) Em função do grande volume de informação produzido e consumido pelas empresas


modernas, é importante que elas possuam mecanismos para fazer a gestão de suas
informações da maneira mais ampla possível. Neste aspecto, o apoio da TI pode
proporcionar a criação de um ambiente organizacional capaz de auxiliar os gestores
a trabalharem suas demandas de informação de forma mais ágil e eficaz.

Considerando a importância do conceito de dados, informações e inteligência de


negócios para melhor entendimento da TI, analise as afirmações a seguir:
I. Dados são fatos brutos que descrevem as características de um evento.
II. Informações são dados convertidos em contexto significativo e útil.
III. Inteligência de negócios são informações valiosas obtidas de fontes íntegras e
confiáveis.

Está CORRETO o que se afirma em:

A) Somente I e II.

B) Somente I e III.

C) Somente II e III.

D) I, II e III.

E) Somente III.

3) A TI é uma área diretamente relacionada com o uso da tecnologia para auxiliar a


gestão e o processamento de informações. Desde que utilizada adequadamente, ela
pode ser um importante facilitador da inovação nos negócios e no sucesso
empresarial. Para que isso se torne realidade, é necessário que as pessoas
desenvolvam e utilizem talentos no uso e no gerenciamento da TI, especialmente no
âmbito das organizações.
Neste contexto, identifique a alternativa que apresenta CORRETAMENTE os três
recursos que compõem a TI.

A) Conhecimento, Equipamentos e Tecnologia da Informação.

B) Conhecimento, Pessoas e Tecnologia da Informação.

C) Informação, Conhecimento e Equipamentos.

D) Informação, Equipamentos e Tecnologia da Informação.

E) Informação, Pessoas e Tecnologia da Informação.

4) A TI pode ser definida como todas as soluções utilizadas pelas empresas e pessoas que
envolvem recursos computacionais para acesso às informações. Em termos
organizacionais, a TI tornou-se importante para parte da estratégia, da vantagem
competitiva e da rentabilidade da organização. É fato que a TI pode auxiliar na
obtenção de maiores ganhos financeiros, motivo pelo qual as empresas investem em
tecnologias e esperam receber delas contribuições para oportunidades de melhorias.
Entretanto, medir o sucesso da TI no ambiente organizacional é bastante difícil. Em
termos práticos, saber qual o retorno do investimento feito em determinado
equipamento de informática não é um processo simples. Para justificar os gastos com
TI, a empresa precisa medir a recompensa desses investimentos, seu impacto no
desempenho dos negócios e o valor total alcançado.

Analise os itens abaixo que estão relacionados com as métricas de eficiência e de


eficácia da TI:
I. Em média, as organizações gastam 50% do orçamento de TI com o gerenciamento
de suas métricas.
II. A medição da TI contempla, exclusivamente, produtos e serviços que envolvem
clientes externos.
III. As métricas trabalham para alimentar os indicadores-chave de desempenho da
organização.
Está CORRETO o que afirma em:

A) Somente I.

B) Somente II.

C) Somente III.

D) Somente II e III.

E) I, II e III.

5) Todos os funcionários da organização precisam trabalhar em conjunto para que seja


possível o desenvolvimento de um ambiente propício à elaboração de iniciativas
estratégicas capazes de gerar vantagens competitivas. A compreensão da estrutura
tradicional de um departamento de (TI), envolvendo seus cargos, papéis e
responsabilidades, auxilia as empresas a criarem equipes com esse perfil. Como a TI
é uma área relativamente nova, a nomenclatura dos cargos pode variar de
organização para organização. Entretanto, alguns cargos de TI vêm sendo elevados a
níveis estratégicos nos últimos anos, mostrando a importância desta área para melhor
condução dos negócios.

Em relação aos papéis e responsabilidades normalmente identificados na TI,


identifique a afirmação CORRETA:

A) A atuação do vice-presidente de conhecimento (CKO) é mais restrita, pois foca apenas na


realização e condução de cursos de capacitação para os diversos colaboradores da
empresa.

B) A preocupação do vice-presidente de sistemas de informação (CIO) deve ser estritamente


com a TI.
C) Em determinadas organizações, a mesma pessoa pode assumir as funções e
responsabilidades de dois cargos, fornecendo orientação e apoio aos funcionários.

D) O vice-presidente de privacidade (CPO) é responsável por garantir a segurança dos


sistemas de TI e desenvolver estratégias e proteções contra ataques indevidos.

E) O vice-presidente de segurança (CSO) é responsável por garantir o uso ético e legal das
informações dentro de uma organização.

NA PRÁTICA

A TI vem sendo utilizada nos mais variados setores e com os mais diversos objetivos. Desde um
simples apoio na execução de tarefas rotineiras até a realização de complexas automações em
indústrias pesadas. Os recursos tecnológicos são capazes de promover melhorias na
produtividade das pessoas envolvidas com a organização. Importante salientar que tanto os
funcionários internos das empresas quanto seus parceiros externos de negócios podem se
beneficiar da TI. Veja a seguir alguns exemplos.
SAIBA MAIS

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:

Fundamentos de Sistemas de Informação.

Inicie sua leitura no capítulo 8 - Tecnologia da informação (página 155).

Sistemas de Informação

Inicie a sua leitura no item “Medição do sucesso da tecnologia da informação” (página 15) e
encerrando no item "A inter-relação entre as métricas de eficiência e de eficácia da TI", que se
encerra na página 18.

Alinhamento entre negócios e TI

O artigo fala sobre alinhamento estratégico entre TI e negócios, dando uma visão sobre alguns
dos frameworks de governança de TI. DA ROSA, Adriano Adonis; DA SILVA, Paula Maines.
ALINHAMENTO ENTRE NEGÓCIOS E TI. Administração de Empresas em Revista, v. 2, n.
16, p. 355-371, 2020. Disponível em:

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Sistemas de computador

APRESENTAÇÃO

Nesta Unidade de Aprendizagem estudaremos os principais tipos de sistemas de computação de


pequeno, médio e grande porte, além da sua utilização por empresas e usuários finais.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Reconhecer as características básicas dos tipos de sistemas de informação.


• Diferenciar os sistemas de pequeno, médio e grande porte.
• Identificar as funções básicas dos sistemas de computação.

DESAFIO

Os chamados “computadores pessoais” (personal computer – PC) são utilizados em empresas


dos mais variados portes e segmentos, auxiliando as pessoas a executarem suas tarefas com mais
rapidez e eficiência. Entretanto, atualmente eles não são a única opção disponível no mercado.
Uma série de equipamentos inteligentes e dispositivos de acesso à informação oferecem acesso
à internet e recursos, para executar tanto tarefas básicas quanto avançadas de computação. Os
dispositivos móveis são classificados como assistentes digitais e estão entre os recursos mais
populares na categoria dos dispositivos de acesso à informação. Esses dispositivos possuem
capacidade de acesso à web e utilizam tela sensível ao toque, permitindo que seus usuários
desempenhem diversas tarefas por meio de uma interface amigável e simplificada.

Considere uma empresa que atua no ramo da construção civil em diversas cidades do interior do
estado de São Paulo, cujo foco de atuação é a venda de imóveis residenciais na planta. Os
gestores da empresa definiram no planejamento estratégico que os seus funcionários que atuam
com a venda direta dos imóveis aos clientes seriam apoiados nesta tarefa pelo uso de tecnologias
modernas. Sendo assim, adquiriram um tablet e um smartphone de última geração para cada um
dos vendedores, mas ainda não especificaram como eles deverão ser utilizados no processo de
venda. Esta é a sua tarefa: especifique pelo menos três maneiras pelas quais os vendedores
poderiam utilizar os equipamentos tecnológicos durante todas as atividades do processo de
venda dos imóveis.

INFOGRÁFICO

Atualmente, os sistemas de computação possuem diversos tamanhos, formatos e recursos. Os


constantes avanços nos hardwares e softwares, assim como as mudanças no perfil dos usuários
finais, fazem com que sejam desenvolvidos novos modelos de computadores, desde aqueles
relativamente pequenos, como os smartphones, até outros maiores, como os mainframes de uso
corporativo. Veja mais detalhes no infográfico a seguir.

CONTEÚDO DO LIVRO

É importante compreender o computador como sendo um complexo sistema que envolve uma
série de componentes, os quais executam diversas funções, tais como entrada, processamento,
saída, armazenamento e controle. A partir do momento em que essas funções são integradas e
executadas, o usuário final passa a contar com um equipamento próprio para o processamento
de dados. Neste contexto, acompanhe um trecho da obra Administração de Sistemas de
Informação, de O'Brien e Marakas, a qual serve de base teórica para a nossa Unidade de
Aprendizagem. Página 86 (começando no item “Observação técnica: o conceito de sistema de
computador”) até a página 88 (terminando em “... com mais rapidez cálculos numéricos”).
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
DICA DO PROFESSOR

Neste vídeo são apresentadas as principais funções dos computadores, considerando-os como
parte de um sistema de computação. Além disso, são apresentados também exemplos dos três
tipos de sistemas de computação existentes.

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EXERCÍCIOS

1) O computador pode ser entendido como um sistema de componentes e funções de


hardware programado para diversas ações, tais como executar rotinas e gerar
resultados de acordo com o solicitado pelos usuários finais. Sob outro ponto de vista,
o computador não é apenas um conjunto de dispositivo eletrônicos responsável por
executar tarefas de processamento de informação, mas sim um sistema que envolve
componentes inter-relacionados que, por sua vez, executam funções básicas do
sistema, como entrada, processamento, saída, armazenamento e controle. Com base
nessas funções básicas do sistema, marque a alternativa CORRETA:

A) A função de armazenamento de um sistema de computação ocorre exclusivamente nos


circuitos da unidade primária de armazenamento do computador.

B) A função de entrada objetiva transformar os dados inseridos pelo usuário no sistema em


saídas visíveis para os gestores da organização.

C) A Unidade Central de Processamento (CPU) é responsável tanto pela função de


processamento dos dados quanto pela função de controle nos sistemas de computação.

D) O processamento é sempre realizado pelos dispositivos de saída, os quais possuem sua


própria unidade central de processamento (CPU).
E) Por padrão, as saídas geradas pelo processamento em sistemas de computação precisam
ser obrigatoriamente apresentadas ao usuário final em dispositivos como monitores ou
impressoras.

2) Mudanças tecnológicas acontecem com muita frequência, fazendo com que as pessoas
e as empresas tenham de se adequar aos ambientes modificados e criados.
Entretanto, a evolução da tecnologia demorou para atingir níveis suficientes para o
desenvolvimento do computador. Sem este recurso tecnológico moderno, diversas
outras inovações sequer teriam sido concebidas e efetivamente construídas. Para
avaliar de forma justa a contribuição do computador no desenvolvimento de outras
tecnologias, é importante conhecer sua história e evolução. Neste contexto, analise as
afirmações a seguir:

I. Os cartões perfurados ainda são utilizados para gestão de dados nas empresas,
especialmente naquelas que não dispõem de recursos financeiros para aquisição de
equipamentos mais modernos.
II. A válvula eletrônica, o transistor e o circuito integrado são tecnologias
desenvolvidas que fazem parte da história evolutiva dos sistemas de computação.
III. O computador pessoal facilitou o uso dos recursos de computação pelas pessoas e
organizações, pois apresenta tamanho reduzido e relativa simplicidade de manuseio.

Está CORRETO SOMENTE o que se afirma em:

A) I e II.

B) I e III.

C) II e III.

D) I.

E) III.
3) Atualmente, existem computadores de diversos tamanhos e formatos, atendendo a
uma grande diversidade de clientes e suas necessidades. As constantes evoluções e
melhorias sofridas pelo hardware e pelo software nos últimos anos faz com que o
surgimento de novas tecnologias ocorra com uma frequência até então nunca vista.
Equipamentos como smatphones e tablets são exemplos de tecnologias recentes que
criaram novos mercados e mudaram a forma como as pessoas e as empresas se
comunicam e colaboram. Analise as afirmações que tratam a respeito da evolução
dos computadores e identifique a CORRETA:

A) A principal vantagem de se utilizar novas tecnologias é que elas são capazes, por si só, de
aumentar a produtividade das pessoas e, consequentemente, a lucratividade de uma
empresa.

B) As organizações devem prever recursos financeiros para estarem constantemente


atualizando sua estrutura tecnológica, preferencialmente assim que os lançamentos são
disponibilizados no mercado.

C) Em termos de capacidade de armazenamento, as impressoras evoluíram mais


significativamente em relação aos computadores pessoais.

D) Independente da qualidade e do custo para aquisição de novas tecnologias, os gestores


devem sempre analisar a adequação delas à estratégia de negócios da organização.

E) O mouse é um exemplo de dispositivo de entrada que passou por profundas modificações


de formato e recursos até obter a configuração atual.

4) As organizações normalmente realizam um planejamento envolvendo o uso de


tecnologias em seus negócios. Este planejamento precisa levar em consideração as
necessidades específicas da empresa e das pessoas envolvidas com as tecnologias, tais
como funcionários, clientes e outros parceiros de negócio. Neste sentido, é importante
que o planejamento elaborado defina claramente qual o tipo de sistema de
computação mais adequado para atender às demandas corporativas. Em relação aos
tipos de sistemas de computação, eles podem ser de pequeno, médio ou grande porte.
Cada um destes tipos possui suas características particulares e deve ser utilizado em
contextos diferentes nas empresas. Ou seja, o tipo de sistema definido precisa estar de
acordo com a estrutura tecnológica e com as demandas de negócio da organização.

Analise os itens abaixo que estão relacionados com os três tipos de sistemas de
computação:
I. Atualmente, os equipamentos de pequeno porte apresentam recursos
computacionais com alto desempenho, fazendo com que sua performance seja maior
do que computadores de grande porte de gerações mais antigas (e com um custo
muito menor).
II. Os mainframes, também conhecidos como supercomputadores, são os principais
equipamentos dos sistemas de médio porte, atendendo exclusivamente o mercado
corporativo.
III. A utilização de computadores de grande porte está em contínuo declínio,
especialmente em função do aumento de custos de aquisição e manutenção.

Está correto o que afirma em:

A) Somente I.

B) Somente II.

C) Somente III.

D) I, II e III.

E) Somente II e III.

5) Os sistemas de computação, independente do seu tipo, operam em velocidades muito


grandes. As primeiras medições de velocidade de processamento do computador
normalmente eram feitas em milissegundos e microssegundos. Entretanto, hoje boa
parte dos computadores opera na faixa de nanossegundos, sendo que alguns
equipamentos alcançam velocidades de picossegundos (trilhonésimos de segundos).
De acordo com a Lei de Moore, a potência dos computadores continuará crescendo
exponencialmente. Analisando as afirmações relacionadas com a velocidade de
processamento do computador e com a Lei de Moore, conclui-se que:

A) A taxa de desempenho de um microprocessador pode ser precisamente medida com uma


análise de quantos milhões de instruções ele executa por segundo.

B) A velocidade do processamento não sofre influência de fatores como o tamanho das vias
dos circuitos ou dos barramentos, nem do uso de memória cache.

C) O aprimoramento exponencial do hardware não necessariamente implica em melhorias


exponenciais no desempenho do software que roda sobre ele.

D) Os custos de aquisição e manutenção aumentam proporcionalmente ao incremento da


velocidade do equipamento tecnológico.

E) Seguindo as instruções da Lei de Moore, uma organização consegue alterar as


configurações de seus equipamentos para que eles obtenham melhores resultados em
termos de velocidade de processamento.

NA PRÁTICA

O comércio eletrônico é uma área relativamente nova em termos de mercado de negócios, tendo
na tecnologia sua base de funcionamento. À medida que aumenta o volume de acessos aos
ambientes virtuais de comércio, melhorias na estrutura tecnológica das organizações são
necessárias para que os sistemas se mantenham disponíveis para os usuários. Seja para uma
empresa já estabelecida no mercado tradicional ou para uma nova empresa, esta modalidade de
comércio deve ser fortemente explorada, pois a tendência é de que o volume financeiro
movimentado continue crescendo a cada ano. As empresas podem realizar investimentos
específicos para a criação de um ambiente eletrônico de negócios. Veja a seguir.
SAIBA MAIS

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:

Fundamentos de Sistemas de Informação

AUDY, Jorge Luis Nicolas; ANDRADE, Gilberto Keller de; CIDRAL, Alexandre.
Fundamentos de Sistemas de Informação. Porto Alegre: Bookman, 2007. Capítulo 8
(“Tecnologia da Informação”), Seção “Tecnologias de Hardware” (página 156)
Software de sistema

APRESENTAÇÃO

Nesta Unidade de Aprendizagem, estudaremos os conceitos básicos relacionados com os


softwares de sistema e como eles são utilizados para possibilitar o gerenciamento dos
computadores.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Reconhecer as características básicas dos softwares de sistema.


• Diferenciar as principais funções dos sistemas operacionais.
• Identificar o papel das linguagens de programação no desenvolvimento de programas de
computador.

DESAFIO

Sistemas operacionais são sistemas integrados de programas, cuja responsabilidade é gerenciar


as operações do computador, controlar os recursos de entrada, saída e armazenamento, além de
oferecer diversos serviços auxiliares à medida que o equipamento executa os programas de
aplicação do usuário.

Atualmente, o sistema operacional Windows da empresa Microsoft é o mais utilizado em


computadores pessoais no mundo todo. A partir de uma interface amigável e simplificada, ele
permite que seus usuários acessem e executem diversos recursos dos computadores. Sua
interface de trabalho apresenta vários elementos que facilitam a interação dos usuários com o
sistema, tais como ícones, animações, imagens, botões e caixas.

Outro sistema operacional disponível no mercado é conhecido como Linux. Apesar de suas
versões mais modernas apresentarem interface gráfica similar a do Windows, a estrutura destes
sistemas é completamente diferente. O Linux está licenciado como um software livre e possui
código aberto, isto é, sua licença permite que ele seja adquirido e distribuído sem custos, além
de possibilitar mudanças em seu código-fonte por qualquer pessoa. Enquanto o Linux vem
sendo bastante utilizado no ambiente corporativo como servidor de aplicações e dados, o
Windows continua sendo o preferido dos usuários finais. Neste contexto, realize uma pesquisa
sobre o sistema operacional Linux, procurando entender suas características e modo de
funcionamento. Em seguida, liste pelo menos três pontos positivos e três pontos negativos do
Linux. Caso seja necessário, utilize a comparação com as características do sistema operacional
Windows para identificar os pontos positivos e negativos.

INFOGRÁFICO

A Linguagem de Programação permite ao programador criar o conjunto de instruções que


constitui o programa do computador. Observe, no infográfico a seguir, quais os tipos existentes.

CONTEÚDO DO LIVRO

A linguagem de programação tem um papel fundamental na computação, pois permite que os


desenvolvedores elaborem códigos e rotinas que, ao serem executados em um computador, se
tornam os programas acessados pelos usuários. Toda linguagem de programação possui suas
próprias características, tais como vocabulário e gramática, sendo muito importante que os
desenvolvedores e empresas conheçam o perfil da linguagem antes de definir sobre o seu uso
em determinado projeto de software. Neste contexto, acompanhe um trecho da obra
Administração de Sistemas de Informação, de O'Brien e Marakas, a qual serve de base teórica
para a nossa unidade de aprendizagem. Página 148 começando no item Linguagem de
programação até a página 155 terminando em “...desenvolvimento de software".

Boa leitura.
James A. O’Brien
George M. Marakas

ADMINISTRAÇÃO DE
SISTEMAS DE
INFORMAÇÃO

15ª Edição
O12a O’Brien, James A.
Administração de sistemas de informação [recurso
eletrônico] / James A. O’Brien, George M. Marakas ; tradução:
Rodrigo Dubal ; revisão técnica: Armando Dal Colletto. – 15.
ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : AMGH, 2013.

Editado também como livro impresso em 2013.


ISBN 978-85-8055-111-2

1. Administração de empresas. 2. Sistemas de informação.


I. Marakas, George M. II. Título.

CDU 658:004

Catalogação na publicação: Fernanda B. Handke dos Santos – CRB 10/2107


148 MÓDULO II • Tecnologias da informação

Categoria do O que faz Produto IBM Clientes Principal Clientes


software concorrente
Gerenciamento Monitora redes para Tivoli T. Rowe Price o utiliza HP OpenView Amazon.com o uti-
de rede controlá-las e mantê-las para proteger registros liza para monitorar
funcionando. de clientes. seus servidores.

Servidor de Transfere dados entre WebSphere REI o utiliza no site da BEA Web- Washingtonpost.
aplicativo aplicativos de negócios empresa e para distribuir Logic com o utiliza para
e a web. dados. desenvolver novas
páginas.

Gerenciador de Proporciona armaze- DB2 Mikasa o utiliza para Oracle 11g Southwest Airlines
banco de dados namento digital para ajudar os clientes a en- o utiliza para os
dados da empresa. contrar produtos on-line. programas de fideli-
dade do cliente.

Ferramentas de Aumenta a capacidade Lotus São utilizadas pela Se- Microsoft Time Inc. o utiliza
colaboração de todos os recursos – phora para coordenar a Exchange para fornecer
do e-mail aos calendá- manutenção da loja. e-mail para seus
rios eletrônicos. funcionários.

Ferramentas Permite ao programa- Rational Merrill Lynch as usa para Microsoft Usado para desen-
de desenvolvi- dor criar códigos de desenvolver códigos Visual Studio volver o sistema de
mento software com rapidez. para transações on-line. .NET gerenciamento.

FIGURA 4.17 Comparação entre softwares de sistemas oferecidos pela IBM e pelos principais concorrentes.

Outros exemplos de programas de suporte de sistema incluem monitores de desempenho


e de segurança. Os monitores de desempenho são programas que monitoram e ajustam o
desempenho e a utilização de um ou mais sistemas de computador para manter a eficácia da exe-
cução. Os monitores de segurança são pacotes que monitoram e controlam o uso dos sistemas de
computador e fornecem mensagens de alerta, além de registrarem evidências de uso não autori-
zado de recursos do equipamento. Uma tendência recente é a fusão dos dois tipos de programas
em sistemas operacionais como o Windows 2008 Datacenter Server da Microsoft ou em software
de gerenciamento de sistemas como o CA-Unicenter da Computer Associates, com capacidade
para gerenciar tanto sistemas de grande porte como servidores de um centro de dados.
Outra tendência importante em termos de software é o uso do software de sistema conheci-
do como servidores de aplicação, que oferece interface middleware, entre sistema operacional
e programas de aplicação dos usuários. Middleware consiste em um software que auxilia diversas
aplicações de software e sistemas de computação em rede na troca de dados e no trabalho conjun-
to mais eficiente. Entre os exemplos, estão os servidores de aplicação, servidores web e software
de integração de aplicação corporativa (enterprise application integration – EIA). Desse modo, por
exemplo, os servidores de aplicação, como WebLogic da BEA e WebSphere da IBM, ajudam as
aplicações de comércio e negócio eletrônico baseadas na web a executar com mais rapidez e mais
eficácia em computadores com Windows, Unix e outros sistemas operacionais.

Linguagem de Para entender melhor a respeito de software, é necessário conhecimento básico do papel da lin-
guagem de programação no desenvolvimento dos programas do computador. A linguagem de
programação programação permite ao programador criar o conjunto de instruções que constitui o programa
do computador. Existem diversas linguagens de programação, cada uma com vocabulário, gra-
mática e uso exclusivos.

Linguagem de Linguagem de máquina (ou linguagem de primeira geração) é o nível mais básico de linguagem de
máquina programação. Nos estágios iniciais do desenvolvimento do computador, todas as instruções de
programação tinham de ser escritas usando códigos binários exclusivos para cada computador.
Esse tipo de programação envolve a difícil tarefa de escrever instruções na forma de sequências
de dígitos binários (um e zero) ou de outros sistemas numéricos. Os programadores precisam
conhecer em detalhes as operações internas do tipo específico de CPU que estão usando e eles
CAPÍTULO 4 • Software 149

FIGURA 4.18 Exem-


Quatro níveis de linguagem de programação
plos de quatro níveis
• Linguagem de máquina: • Linguagem de alto nível: de linguagem de
Uso de instruções de código binário Uso de instruções curtas ou anotações aritmé- programação. Essas
1010 11001 ticas instruções em lingua-
1011 11010 BASIC: X  Y  Z gem de programação
1100 11011 COBOL: COMPUTE X  Y  Z devem ser usadas
• Linguagem “montadora”: • Linguagem de quarta geração: para calcular a soma
Uso de instruções codificadas com símbolos Uso de instruções naturais e não procedural de dois números
LOD Y SUM THE FOLLOWING NUMBERS (SOMAR OS conforme a expressão
ADD Z SEGUINTES NÚMEROS) X = Y + Z.
STR X

devem escrever séries longas de instruções detalhadas para realizar cada tarefa simples de proces-
samento. A programação em linguagem de máquina requer especificação de locais de armazena-
mento para cada instrução e item de dados utilizados, e é necessário incluir instruções para cada
chave e indicador usados pelo programa. Esses requisitos tornam a programação de linguagem
de máquina uma tarefa difícil e propensa a erro. Uma programação em linguagem de máquina
para somar dois números juntos na CPU de um computador específico e armazenar o resultado
deve ter a forma mostrada na Figura 4.18.

Linguagem “montadora” (ou linguagem de segunda geração) é o nível seguinte da linguagem Linguagem
de programação. Ela foi criada para reduzir as dificuldades de escrever os programas em lin- “montadora”
guagem de máquina. O uso da linguagem “montadora” requer um programa conversor de
linguagem denominado “montador” (assembler) que permite ao computador converter as instru-
ções dessa linguagem em instruções da máquina. A linguagem “montadora” frequentemente é
chamada linguagem simbólica, porque símbolos são usados para representar códigos de opera-
ção e locais de armazenamento. Abreviações alfabéticas convenientes denominadas mnemônicas
(que ajudam a memorizar) e outros símbolos representam os códigos de operação, locais de
armazenamento e elementos de dados. Por exemplo, o cálculo X = Y + Z, em uma linguagem
montadora, deve ficar conforme indica a Figura 4.18.
A linguagem “montadora” ainda é utilizada como método de programação em lingua-
gem orientada à máquina. A maioria dos fabricantes de computadores fornece uma linguagem
“montadora” que reflete o conjunto de instruções em linguagem de máquina exclusiva de uma
linha específica de equipamentos. Essa característica é interessante para os programadores de
sistema, que programam software de sistema (ao contrário dos programadores de aplicação, que
programam software de aplicação), porque propicia mais controle e flexibilidade na criação de
um programa para um computador específico. Eles conseguem produzir softwares mais eficien-
tes, ou seja, programas que exijam mínimo de instruções, armazenamento e tempo de CPU para
executar uma tarefa específica de processamento.

A linguagem de alto nível (ou linguagem de terceira geração) utiliza instruções, denominadas Linguagem de alto
sentenças, que adotam frases curtas ou expressões aritméticas. Cada sentença em linguagem de nível
alto nível consiste, na verdade, em macroinstruções, ou seja, cada uma gera diversas instruções
para a máquina quando convertida em linguagem de máquina pelos programas conversores de
linguagem de alto nível, denominados compiladores ou interpretadores. As sentenças de linguagem
de alto nível lembram frases ou expressões matemáticas necessárias para expressar o problema
ou o procedimento programado. A sintaxe (vocabulário, pontuação e regras gramaticais) e a
semântica (significado) dessas sentenças não refletem o código interno de nenhum computador
específico. Por exemplo, o cálculo X = Y + Z seria programado em linguagem de alto nível Basic
e Cobol como mostra a Figura 4.18.
As linguagens de alto nível, como Basic, Cobol e Fortran, são mais fáceis de aprender e pro-
gramar que a linguagem “montadora”, porque as regras, formas e sintaxes são menos rígidas. No
entanto, os programas de linguagem de alto nível normalmente são menos eficientes que os de
linguagem “montadora” e levam mais tempo para serem convertidos em instruções da máquina.
150 MÓDULO II • Tecnologias da informação

Como a maioria das linguagens de alto nível é independente da máquina, os programas escritos
nessa linguagem não precisam ser reprogramados quando um novo computador é instalado, e os
programadores não precisam aprender uma linguagem diferente para cada tipo de computador.

Linguagem de A expressão linguagem de quarta geração descreve diversas linguagens de programação mais
quarta geração voltadas à conversação e menos aos procedimentos do que as linguagens anteriores. É chamada
linguagem de quarta geração para ser diferenciada da linguagem de máquina (primeira geração),
linguagem montadora (segunda geração) e linguagem de alto nível (terceira geração).
A maioria das linguagens de quarta geração consiste em linguagem não procedural que incentiva
usuários e programadores a especificar os resultados desejados, enquanto o computador determina
a sequência de instruções que produzirá tais resultados. Portanto, a linguagem de quarta geração
simplifica o processo de programação. A linguagem natural às vezes é considerada linguagem de
quinta geração e fica bem próxima do inglês ou de outras línguas humanas. A atividade de pesquisa e
desenvolvimento de inteligência artificial está desenvolvendo linguagens de programação fáceis de
usar, como as de uma conversa comum na língua materna de uma pessoa. Por exemplo, Intellect,
uma linguagem natural, utilizaria uma sentença como “Qual é a pontuação média do teste MIS
200?” para programar uma simples tarefa de calcular a média de pontos de um teste.
No início da linguagem de quarta geração, os resultados indicaram que ela não compor-
tava ambientes de processamento de alto volume de transações. Se, de um lado, a linguagem de
quarta geração caracteriza-se pela facilidade do uso, do outro, é considerada menos flexível do
que suas antecessoras, principalmente por causa da necessidade de mais capacidade de armaze-
namento e de velocidade de processamento. Em um ambiente de grande volume de dados como
o de hoje, a linguagem de quarta geração é muito utilizada e não é mais vista com essa caracte-
rística de alternância entre facilidade de uso e flexibilidade.

Geração automática de códigos

Vinte anos atrás, o engenheiro de software Fred Brooks celebremente observou que não havia
nenhum bala de prata capaz de matar “o monstro de compromissos perdidos, orçamentos estou-
rados e produtos defeituosos”. Hoje, a criação de software pode parecer tão cara, sujeita a erros e
difícil como sempre, e ainda assim o progresso continua. Embora ainda não haja nenhuma bala
de prata à vista, uma série de novas técnicas promete impulsionar ainda mais a produtividade de
um programador, pelo menos em alguns domínios de aplicativos.
As técnicas abrangem um amplo espectro de métodos e resultados, mas todas visam à
geração automática de software. Normalmente, elas geram código a partir de projetos de alto
nível e capazes de serem lidos por máquina ou a partir de linguagens de domínio – assistidos por
compiladores avançados – que às vezes podem ser usados por não programadores.
Gordon Novak, professor de ciência da computação da Universidade do Texas, em Austin,
e membro do Laboratório de Inteligência Artificial da universidade, está trabalhando em “pro-
gramação automática” – usando bibliotecas de versões genéricas de programas, como algorit-
mos – para classificar ou encontrar itens em uma lista. Mas, ao contrário de sub-rotinas tradicio-
nais, que possuem interfaces simples mas rígidas e são iniciados por outras linhas de código do
programa, a sua técnica funciona em um nível superior e, portanto, mais flexível e fácil de usar.
Os usuários de Novak constroem “visões” que descrevem os dados e princípios do apli-
cativo e depois conectam as visões por setas nos diagramas que mostram as relações entre os
dados. Os esquemas são, em essência, gráficos de altíssimo nível do programa desejado. Eles são
compilados de forma que personalizam os algoritmos genéricos armazenados para o problema
específico do usuário, e o resultado é um código fonte comum, como C, C++ ou Java.
Novak diz ter sido capaz de gerar 250 linhas de código-fonte de um programa de indexa-
ção em 90 segundos com o seu sistema. Isso é equivalente a uma semana da produtividade de um
programador médio usando uma linguagem tradicional. “Você está descrevendo seu programa
em um nível superior”, diz ele. “E o meu programa está dizendo o seguinte: ‘posso adaptar o
algoritmo para a sua aplicação de forma gratuita’.”
Douglas Smith, cientista principal do Kestrel Institute, uma empresa de pesquisa de ciên-
cia computacional sem fins lucrativos de Palo Alto, Califórnia, está desenvolvendo ferramen-
CAPÍTULO 4 • Software 151

tas para “automatizar conhecimentos e inseri-los no computador”. Um programador começa


com o Specware da Kestrel, que é uma linguagem genérica de quinta geração que especifica
as funções de um programa sem ligação com a linguagem de programação final, a arquitetura
do sistema, os algoritmos, as estruturas de dados, e assim por diante. O Specware baseia-se em
uma biblioteca de componentes, mas estes não são o código. Eles estão em um nível superior e
incluem o conhecimento de design e princípios sobre algoritmos, estruturas de dados, e assim
por diante. Smith os chama de “modelos abstratos”.
Além disso, o Specware pode produzir provas de que o código de trabalho está “correto”
– isto é, que obedece aos requisitos colocados pelo usuário (que, evidentemente, podem conter
erros). “Alguns clientes querem isso para aplicativos de alta garantia, sem falhas de segurança”,
diz Smith. A Kestrel trabalha para a Nasa e agências de segurança militar dos Estados Unidos.
“É uma linguagem para escrever os requisitos do problema, uma instrução de alto nível
daquilo que a solução deve ser, sem dizer como resolver o problema”, diz Smith. “Consideramos
que isso é a fronteira final em engenharia de software. É o que os analistas de sistemas fazem.”

Fonte: Adaptado de Gary Anthes, “In the Labs: Automatic Code Generators”, Computerworld, 20 de março
de 2006.

A linguagem orientada a objetos, como Visual Basic, C++, e Java, também é considerada lin- Linguagem
guagem de quinta geração e tornou-se ferramenta principal no desenvolvimento de softwares. orientada a objetos
Resumidamente, enquanto a maioria das demais linguagens de programação separa elementos
de dados dos procedimentos ou das ações a serem executadas com base neles, a linguagem
orientada a objetos une tudo e forma objetos. Desse modo, um objeto é constituído por dados e
ações a serem executadas com base nesses dados. Por exemplo, um objeto pode ser um conjunto
de dados sobre a conta poupança de um cliente do banco e as operações (como cálculo de juros)
a serem executadas com base nesses dados; ou pode ser dados gráficos, como uma tela de vídeo
e as ações a serem executadas nessa tela (ver Figura 4.19).
Na linguagem procedural, o programa é composto de procedimentos para executar ações
com base em cada elemento de dado. No sistema orientado a objetos, estes orientam outros
objetos a executar as ações com base em si mesmos. Por exemplo, para abrir uma janela na tela
do computador, o objeto menu inicial envia ao objeto janela uma mensagem para se abrir, e a
janela aparece na tela. Isso ocorre porque o objeto janela contém o código de programação para
abrir a si mesma.

FIGURA 4.19 Exem-


Sacar plo de objeto conta
(montante) poupança bancária
Esse objeto é consti-
tuído por dados sobre
ex
Im o me
tra

o saldo da conta do
jur ular

pri
t

cliente e de operações
os
lc

mi nsal
Ca

básicas que podem ser


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executadas com base


Saldo da nesses dados.
conta
corrente
lar r
o t tifica
Ob do
sal

itu
n
ter

Ide

Depositar
(montante)

Objeto conta poupança


152 MÓDULO II • Tecnologias da informação

Barra de
menus
Barra de
ferramentas

Caixa de Janela de
ferramentas exploração
do objeto
Formulário

Janela de
propriedades

Janela de criação do formulário Janela de código Janela de layout do formulário

Fonte: Cortesia da Microsoft®.

FIGURA 4.20 Ambiente de programação orientada a objetos Visual Basic.

A linguagem orientada a objetos é mais fácil de usar e mais eficiente na programação de inter-
faces gráficas do usuário necessárias em muitas aplicações. Portanto, é a linguagem de programação
mais utilizada atualmente no desenvolvimento de softwares. Além disso, uma vez programados os
objetos, eles podem ser reutilizados. Portanto, a reutilização de objetos é um grande benefício da
programação orientada a objetos. Por exemplo, os programadores podem criar uma interface do
usuário de um novo programa, montando objetos padrão, como janelas, barras, caixas, botões e
ícones. Assim, a maioria dos pacotes de programação orientada a objetos oferece uma interface grá-
fica do usuário que suporta montagem visual de objetos por meio de operações de apontar e clicar,
arrastar e soltar com o mouse, conhecida como programação visual. A Figura 4.20 mostra a tela de
um ambiente de programação orientada a objetos Visual Basic. A tecnologia orientada a objetos será
discutida no Capítulo 5, juntamente com os bancos de dados orientados a objetos.

Serviços e As três linguagens de programação que consistem em ferramentas importantes para a criação
de páginas multimídia, sites e aplicações baseados na web são: HTML, XML e Java. Além disso,
linguagens XML e Java tornaram-se componentes estratégicos das tecnologias de software que estão auxi-
da web liando muitas das iniciativas de serviços na web nas empresas.

HTML A HTML (Hypertext Markup Language – Linguagem de Marcação de Hipertexto) é uma lingua-
gem de descrição de uma página para criar documentos de hipertexto ou hipermídia. A HTML
insere códigos de controle em locais especificados em um documento que criam ligações (hi-
perlinks) com outras partes do documento ou com outros documentos em qualquer parte da
World Wide Web. A HTML embute códigos de controle em texto ASCII de um documento
para definir títulos, cabeçalhos, gráficos e componentes multimídia, além de hiperlinks dentro
do documento.
CAPÍTULO 4 • Software 153

Como já foi mencionado, diversos programas incluídos nas principais suítes de software
automaticamente convertem documentos em formato HTML. Entre eles, estão navegadores
web, programas de processamento de texto e planilha eletrônica, gerenciadores de banco de
dados e pacotes de apresentação gráfica. Esses e outros programas especializados de publicação
na web, como o Microsoft FrontPage, Lotus FastSite e Macromedia DreamWeaver, oferecem
ampla gama de recursos para ajudar o usuário a desenhar e criar páginas multimídia para a web
sem a programação HTML formal.

A XML (eXtensible Markup Language – Linguagem de Marcação Extensível) não é uma lingua- XML
gem de descrição de formato de página web, como a HTML. Ao contrário, a XML descreve o
conteúdo das páginas web (como de documentos corporativos destinados ao uso na web), apli-
cando identificadores ou marcadores contextuais nos dados dos documentos da web. Por exemplo,
a página de uma agência de viagens, com nomes de linhas aéreas e horários de voos, teria mar-
cadores XML ocultos como “nome da companhia aérea” e “horário de voo” para classificar cada
horário dessa companhia na página. Além disso, os dados de estoque de produtos disponíveis em
um site poderiam ter marcadores como “marca”, “preço” e “tamanho”. Os dados colocados dessa
forma facilitam a busca, classificação e análise de informações na web.
Por exemplo, um software de busca compatível com XML facilmente localizará o produto
exato pesquisado se os dados do item na web tiverem marcadores de identificação XML. E um
site web criado com XML determinaria mais facilmente as características da página utilizadas pelo
cliente e os produtos pesquisados. Portanto, a XML promete facilitar muito e tornar mais eficientes
os processos de comércio e negócio eletrônico, auxiliando o intercâmbio eletrônico automático de
dados empresariais entre companhias e seus clientes, fornecedores e outros parceiros comerciais.
Como mencionado no início do capítulo, este livro foi completamente revisado e editado
para a edição atual, por meio de um aplicativo baseado em XML chamado PowerXEditor, da
Aptara. Vamos concentrar nossa atenção nesse aplicativo singular de XML destinado a gerar
ganhos de eficiência na indústria editorial.

Aptara, Inc.: revolucionando a indústria de editoração por meio da XML

A indústria editorial sofreu uma convulsão na última década. A “cauda longa” de vendas de
livros já existentes por meio de vendedores on-line como a Amazon e a melhoria nas tecnologias
de hardware e software capazes de replicar a experiência de ler um livro ou revista indicam que as
editoras estão imprimindo e vendendo cada vez menos livros inéditos. Como resultado, muitas
dessas empresas estão se aventurando na editoração digital.
“Todas as editoras estão mudando do impresso para o digital”, anunciou Dev Ganesan,
presidente e CEO da Aptara, empresa especializada em transformação de conteúdo. “É uma
mudança e tanto. As empresas de software precisam desenvolver plataformas para criação de
conteúdos que atendam às necessidades de cada cliente. Ao mesmo tempo, os clientes estão con-
siderando a editoração em termos de manipulação de conteúdo em relação a autores, editores e
funcionários da produção. E, além disso, estão tentando automatizar partes do processo de pro-
dução. E as empresas devem estar dispostos a comercializar produtos usando a mídia tradicional
e a nova para atingir o maior público possível. Assim, há uma série de desafios, mas também um
monte de oportunidades.”
O resultado de tudo isto é que os profissionais de aprendizagem podem agora fornecer
conteúdo de forma mais flexível e com menor custo. Eles podem transformar conteúdos estáticos
em dinâmicos ao tomarem um volume de conhecimento impresso, como um livro, e converte-
rem-no em um formato digital. Podem, em seguida, dividir esse conteúdo em pedaços menores
e organizar essas pepitas de informação de acordo com as necessidades dos alunos. Além disso,
podem fazer que o conteúdo seja publicado e distribuído com muito mais rapidez por meio das
mídias digitais on-line. Isso é crucial em uma indústria que, como a de saúde, enfrenta rápidas
mudanças decorrentes das inovações e regulamentações tecnológicas, disse outra fonte da Aptara.
“Além da redução de custos, eles querem mudanças muito mais rapidamente”, afirmou. “O
momento certo para comercialização torna-se fundamental porque há muita inovação acontecendo.
Se eles não têm seus produtos de impressão prontos mais agilmente, acabam ficando para trás”.
154 MÓDULO II • Tecnologias da informação

Um produto inovador da Aptara é o PowerXEditor (PXE). Aplicativo baseado em XML,


o PXE permite que um editor faça upload de um layout de livro existente; edite ou revise todos
os elementos do livro, incluindo a aparência e percepção dos textos, figuras, tabelas e outros
elementos exclusivos para esse livro; e insira o livro em um programa de paginação que define a
versão para impressão final. A questão importante é que tudo isso é feito em formato digital em
vez do método anteriormente comum de dividir páginas e cortar e colar figuras e tabelas. Como
o conteúdo do PXE é baseado em XML, o aplicativo pode ser acessado pela internet usando
qualquer navegador web convencional. Isso significa que todos os que trabalham no livro po-
dem ter acesso a vários capítulos e elementos onde quer que estejam. Adicione na administração
do fluxo de trabalho os aspectos do PXE, e todas as fases de revisão, edição de texto e processos
de verificação do livro podem ser manipuladas com facilidade.
A Figura 4.21 mostra uma típica tela do PXE. Você pode notar que se trata do processo
de edição da página que você está lendo. A Figura 4.22 mostra o código XML da mesma página.

Fonte: Adaptado de Brian Summerfield. “Executive Briefings: Balancing Print and Digital Media”. Chief
Learning Officer, março de 2008. Disponível em http://www.clomedia.com/includes/printcontent.
php?aid=2133

FIGURA 4.21 O
PowerXEditor baseado
em XML permite que
todos os colaborado-
res do projeto de um
livro tenham acesso
aos elementos do livro
por meio de um na-
vegador web comum.
Esta é uma tela do PXE
da página que você
está lendo agora.

Fonte: Cortesia da Aptara.

FIGURA 4.22 Esta é


seção do código XML
da página que você
está lendo agora. Em-
bora seja semelhante
ao código-fonte em
HTML, a XML é muito
mais poderosa e com-
plexa.

Fonte: Cortesia da Aptara.


CAPÍTULO 4 • Software 155

Java é uma linguagem de programação orientada a objetos criada pela Sun Microsystems e que Java e .NET
está revolucionando a programação de aplicações para a World Wide Web e intranets e extra-
nets corporativas. A linguagem Java está relacionada com as linguagens de programação C
e Objective C, mas é muito mais simples e mais segura, além de ser independente da plataforma
de computação. A Java também se destina especificamente às aplicações de rede de tempo real,
interativas e baseadas na web. As aplicações Java são compostas por pequenos programas de
aplicação, denominados applets, e podem ser executadas por qualquer computador e em qual-
quer sistema operacional de qualquer local da rede.
Uma das principais razões da popularidade da linguagem Java é a facilidade de criação e
distribuição dos applets, dos servidores da rede para os PCs-cliente e para os computadores da
rede. Os applets podem consistir em pequenos programas de aplicação para fins especiais ou
pequenos módulos de programas maiores de aplicações Java. Os programas Java também são
independentes de plataforma – podem ser executados nos sistemas Windows, Unix e Macintosh
sem nenhuma modificação.
A linguagem .NET da Microsoft é um conjunto de assistentes de programação para servi-
ços na web, ou seja, um recurso para utilizar a web em lugar do próprio computador do usuário
para acessar vários serviços (ver adiante). A linguagem .NET destina-se a oferecer a usuários in-
dividuais e empresariais interface interoperativa via web para aplicações e dispositivos do com-
putador, além de tornar as atividades de computação cada vez mais orientadas a navegadores
web. A plataforma.NET abrange servidores, serviços de componentes, como armazenamento
de dados baseado na web; e software de dispositivos. Ela também inclui o Passport, serviço de
verificação de identidade que requer preenchimento de formulários apenas uma única vez.
A plataforma .NET destina-se a permitir o funcionamento simultâneo de todos os dis-
positivos de computação e a atualização automática e sincronizada de todas as informações do
usuário. Além disso, deverá oferecer serviços especiais de assinatura on-line. O serviço permitirá
o acesso a produtos e serviços personalizados e a utilização destes de um ponto inicial central
para gerenciamento de várias aplicações (por exemplo, e-mail) ou software (por exemplo, Office
.NET). Para os desenvolvedores, a .NET oferece capacidade de criar e reutilizar módulos, au-
mentando, assim, a produtividade e reduzindo a quantidade de erros de programação.
A expectativa para o lançamento completo da .NET é de alguns anos, com lançamento
periódico de produtos, como serviço de segurança pessoal e novas versões do Windows e Office,
chegando separadamente ao mercado para implementar a estratégia da .NET. Hoje, já está dis-
ponível o ambiente de desenvolvimento Visual Studio .NET; além disso, o Windows XP possui
algumas capacidades de .NET.
A versão mais recente da linguagem Java é a Java Enterprise Edition 5 (Java EE 5), que se
tornou principal alternativa à plataforma de desenvolvimento de software .NET da Microsoft
para muitas organizações que pretendem capitalizar o potencial comercial das aplicações e dos
serviços baseados na web. A Figura 4.23 compara as vantagens e desvantagens da utilização da
Java EE 5 e .NET no desenvolvimento de software.

Serviços na web são componentes de software baseados na estrutura da web e nas tecnologias e Serviços na web
nos padrões orientados a objetos para utilização da web para ligar eletronicamente as aplicações
de diferentes usuários e diferentes plataformas de computação. Portanto, os serviços na web
ligam funções empresariais básicas para compartilhar dados, em tempo real dentro das aplica-
ções baseadas na web, por uma empresa com seus clientes, fornecedores e outros parceiros. Por
exemplo, os serviços na web permitem à aplicação de compras de uma empresa verificar rapi-
damente o estoque de um fornecedor antes de emitir um grande pedido, enquanto a aplicação
de vendas do fornecedor utiliza os serviços para verificar automaticamente a classificação de
crédito da empresa em um serviço de informação de crédito antes de aprovar a compra. Desse
modo, tanto entre as empresas como entre os profissionais de TI, a expressão serviços na web é
comumente utilizada para descrever as funções de computação e negócios baseadas na web ou
de serviços realizados pelas tecnologias e pelos padrões de software da web.
A Figura 4.22 mostra o funcionamento dos serviços na web e identifica algumas das tec-
nologias e dos padrões básicos envolvidos. A linguagem XML é uma das principais tecnologias
que viabilizam o funcionamento das aplicações dos serviços na web entre diferentes plataformas
de computação. São importantes também a UDDI (Universal Description and Discovery In-
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
DICA DO PROFESSOR

Neste vídeo, iremos apresentar as principais características dos sistemas operacionais, seus
objetivos de uso e como ocorre seu relacionamento com os sistemas de aplicação de usuários.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

EXERCÍCIOS

1) A principal categoria de software de sistema é conhecida como “programa de


gerenciamento de sistema”, composta de programas capazes de gerenciar os recursos
de hardware, software, rede e dados dos sistemas de computador durante a execução
das várias tarefas de processamento de informações dos usuários. O sistema
operacional, os programas de gerenciamento de rede e os sistemas de gerenciamento
de banco de dados são os exemplos práticos mais importantes deste tipo de programa.
Analise as afirmações abaixo relacionadas com os sistemas operacionais e identifique
a CORRETA:

A) A interface do usuário é a parte do sistema operacional que permite a comunicação com o


usuário para que ele possa carregar os programas, acessar arquivos e realizar outras
tarefas.

B) A única tarefa não realizada pelos sistemas operacionais é a de gerenciamento de arquivos


e utilitários.

C) O principal objetivo dos sistemas operacionais modernos é aumentar o nível de


intervenção humana no hardware do computador.

D) O sistema operacional é iniciado assim que os programas de aplicação do usuário são


carregados na memória principal do computador.

E) Os sistemas operacionais são programas que ajudam o usuário a criar procedimentos e


programas de sistema de informação.

2) Qualquer sistema operacional executa cinco funções básicas na operação do sistema


de um computador: serve como interface do usuário, gerenciador de recursos,
gerenciador de tarefas, gerenciador de arquivos e utilitários, além de oferecer
serviços de suporte. Normalmente, o sistema operacional utiliza diversos programas
de gerenciamento de recursos para controlar os recursos de hardware e de rede do
sistema de computador. Considerando o gerenciamento de recursos realizado pelo
sistema operacional, analise as afirmações a seguir:
I. Os recursos de hardware gerenciados incluem processador, memória, dispositivos
de armazenamento secundário (como disco rígido) e diversos periféricos de entrada e
saída.
II. O gerenciamento de recursos proporciona ao sistema de computador capacidade
de memória virtual bem mais ampla do que a capacidade real dos circuitos de
armazenamento primário.
III. Quando o sistema operacional consegue alocar espaço para memória virtual, o
computador consegue processar programas maiores do que normalmente
permitiriam seus circuitos de memória. Está correto o que se afirma em:

A) Somente I e II.

B) Somente I e III.

C) Somente II e III.

D) I, II e III.

E) Somente III.

3) Avalie as asserções a seguir sobre o gerenciamento de tarefas e a relação proposta


entre elas. ( Os programas de gerenciamento de tarefas do sistema operacional
gerenciam a realização das tarefas dos usuários finais, determinando quais tarefas
acessam a Unidade Central de Processamento - Central Processing Unit (CPU) e o seu
tempo de acesso... ... PORQUE...

( ... o gerenciamento multitarefa permite a execução de diversas tarefas no


computador de modo aparentemente simultâneo. A respeito dessas asserções, assinale
a alternativa CORRETA.

A) As duas afirmações são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira.

B) As duas afirmações são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira.

C) A primeira afirmação é verdadeira, e a segunda é falsa.

D) A primeira afirmação é falsa, e a segunda é verdadeira.

E) As duas afirmações são falsas.

4) A ideia geral do software de código aberto é relativamente simples: se os


programadores puderem ler, redistribuir e modificar o código-fonte de uma parte do
software, este evoluirá, pois as pessoas o melhoram, adaptam e consertam as falhas.
Em função das grandes comunidades de desenvolvedores de software de código
aberto, essas melhorias e adaptações podem ocorrer a uma velocidade surpreendente.
Isso fica mais evidente para aquelas pessoas acostumadas com o ritmo lento do
desenvolvimento convencional de software. Analise os itens abaixo que estão
relacionados com os softwares de código aberto:
I. O conceito de código aberto segue o proposto pelo universo altamente comercial (e
proprietário) do tradicional desenvolvimento de software.
II. O software de código aberto é protegido por direitos autorais e distribuído com os
termos de licença destinados a garantir que o código-fonte esteja sempre disponível.
III. Todo software que disponibiliza ou não seu código-fonte é considerado código
aberto, principalmente se ele for da categoria dos freewares. Está CORRETO
somente a(s) afirmativa(s):

A) I.
B) II.

C) III.

D) I e II.

E) I e III.

5) Como a filosofia do código aberto é baseada em uma variedade de modelos, em


algumas ocasiões, elas parecem entrar em conflito. Existe um número considerável de
modelos para desenvolvimento e gestão do software de código aberto. Com o objetivo
de formalizar algumas das práticas propostas por esses modelos e transformá-las em
regras, um grupo de entusiastas se reuniu e buscou definir exatamente o que é e o que
não é software de código aberto. Analise as afirmações abaixo e identifique aquela
que apresenta corretamente uma característica do licenciamento de código aberto de
acordo com as normas atuais:

A) A licença deve permitir modificações e trabalhos derivados a partir do software, desde que
essa nova versão seja distribuída com base nos termos de uma licença tradicional de
“copyright”.

B) A licença não pode colocar restrições em outros programas que são distribuídos com o
programa licenciado.

C) A licença pode restringir apenas a distribuição gratuita dos softwares, pois o pagamento
pelo seu uso é uma das fontes de recurso das empresas desenvolvedoras.

D) A licença pode restringir o uso do software por apenas determinados setores específicos de
atuação.

E) A licença trata de que cada produto de software desenvolvido receberá uma versão
diferente da licença, cuja numeração será sequencial.

NA PRÁTICA

Uma importante prática que continua crescendo na área de informática é a produção de software
de código aberto. Podemos entendê-lo como sendo o software de computador disponibilizado
juntamente com seu código-fonte e devidamente licenciado. Este registro legal fornece aos
usuários o direito de estudar, modificar e distribuir o software de graça para qualquer pessoa ou
empresa com qualquer finalidade. Na maioria das vezes, o software de código aberto é
desenvolvido colaborativamente, inclusive com os membros do projeto estando em diferentes
localidades físicas.

SAIBA MAIS

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:

Administração de Sistemas de Informação


Software de aplicação para usuários
finais

APRESENTAÇÃO

Nesta Unidade de Aprendizagem, estudaremos os conceitos básicos relacionados com os


softwares de aplicação utilizados para trabalhar com computadores ou acessar redes de
computação.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Reconhecer as características básicas dos principais pacotes populares de software de


aplicação.
• Diferenciar os principais tipos de software de aplicação.
• Identificar o impacto causado pelos softwares de aplicação na produtividade dos usuários
finais.

DESAFIO

É consenso entre os especialistas que o e-mail mudou completamente a forma de comunicação e


de trabalho das pessoas. Em diversos casos, a primeira atividade de um funcionário é verificar o
conteúdo da sua caixa de correio eletrônico, identificando novas mensagens ou dando
continuidade a conversas iniciadas anteriormente. Pelo fato de permitir a vinculação de textos,
imagens e vídeos, o e-mail continua sendo uma importante forma de manter ativa a
comunicação nas organizações, servindo inclusive como fonte de documentação e formalização
tanto para questões internas quanto externas. As organizações modernas estão sempre buscando
novas formas de melhorar a comunicação em seu ambiente, pois isso impacta diretamente na
produtividade e na satisfação dos seus colaboradores e, até mesmo, dos seus parceiros de
negócios, como clientes e fornecedores. Uma comunicação efetiva, mediada pela tecnologia,
pode fazer com que apenas as informações realmente necessárias cheguem a seus destinatários
como eles precisam, no tempo certo e com integridade.
Nesse contexto, faça uma pesquisa sobre o uso de tecnologias da informação (TI) e softwares de
aplicação para melhoria da comunicação organizacional. A partir do resultado dessa pesquisa,
liste três tecnologias/softwares que poderiam ser utilizados para aumentar o poder de
comunicação dos funcionários de uma empresa com seus clientes, explicando como isso
aconteceria na prática.

INFOGRÁFICO

Veja, no infográfico a seguir, os tipos de software.

CONTEÚDO DO LIVRO

Para o adequado uso da tecnologia, seja para questões pessoais ou profissionais, é importante
conhecer os principais tipos e categorias de software existentes e como eles podem contribuir
para a realização das tarefas. No caso dos softwares de aplicação para usuários finais, os
programas podem ser subdivididos em categorias de aplicação para fins gerais e para funções
específicas, dificultando ainda mais a tarefa de se definir o software mais adequado para cada
situação.

Nesse contexto, acompanhe um trecho da obra Administração de sistemas de informação, de


O'Brien e Marakas, a qual serve de base teórica para a esta unidade de aprendizagem. Leia da
página 122 (começando no item O que é software ?) até a página 127 (terminando na figura
4.4).
James A. O’Brien
George M. Marakas

ADMINISTRAÇÃO DE
SISTEMAS DE
INFORMAÇÃO

15ª Edição
O12a O’Brien, James A.
Administração de sistemas de informação [recurso
eletrônico] / James A. O’Brien, George M. Marakas ; tradução:
Rodrigo Dubal ; revisão técnica: Armando Dal Colletto. – 15.
ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : AMGH, 2013.

Editado também como livro impresso em 2013.


ISBN 978-85-8055-111-2

1. Administração de empresas. 2. Sistemas de informação.


I. Marakas, George M. II. Título.

CDU 658:004

Catalogação na publicação: Fernanda B. Handke dos Santos – CRB 10/2107


122 MÓDULO II • Tecnologias da informação

Seção I Software de aplicação para usuários finais

Introdução ao Este capítulo apresenta uma visão geral dos principais tipos de software utilizados para trabalhar
com computadores ou acessar redes de computação. Ele aborda as características e finalidades
software desses softwares, além de apresentar exemplos de uso. Antes de iniciar o capítulo, seria interes-
sante analisar um exemplo característico da mudança contínua do universo do software corpo-
rativo.
Leia o “Caso do mundo real 1” sobre as implementações inovadoras e bem-sucedidas
do software como serviço (software-as-a-Service SaaS). Com esse exemplo, é possível aprender
muito sobre os desafios e as oportunidades do mercado de pequenos softwares corporativos (ver
Figura 4.1).

O que é software? Para compreender bem a necessidade e o valor da ampla variedade de softwares existentes, é
necessário entender corretamente o que é software. Software é um termo genérico referente
a vários tipos de programas usados para operar e manipular computadores e seus periféricos.
Uma forma simples de distinguir hardware de software é enxergar o primeiro como a parte in-
variável do computador e o segundo como a parte variável. Existem diversos tipos e categorias
de software. Neste capítulo, será dada ênfase aos diferentes tipos de software e seus variados usos.

Tipos de software A análise inicial sobre software abordará os principais tipos e as funções básicas do software de
aplicação e do software de sistema disponíveis para os usuários do computador, como mostra
a Figura 4.2, que resume as principais categorias dos softwares de sistema e aplicação discutidos
neste capítulo. Evidentemente, trata-se de uma ilustração conceitual. Os tipos de software dis-
poníveis dependem sobretudo dos tipos de computadores e das redes utilizados e das tarefas
específicas realizadas. Nesta seção, serão abordados os softwares de aplicação e, na Seção II, os
principais tipos de software de sistema.

Software de A Figura 4.2 mostra que, entre os softwares de aplicação, estão diversos programas que po-
aplicação para dem ser subdivididos em categorias de aplicação para fins gerais e para funções específicas. Os
usuários finais programas de aplicação para fins gerais são aqueles que executam tarefas comuns de proces-
samentos de dados de usuários finais. Por exemplo, os programas de processamento de texto,
planilha eletrônica, gerenciamento de banco de dados e editoração eletrônica são comumente
utilizados pelos usuários para fins domésticos, educacionais, empresariais, científicos, entre ou-
tros. Por causa do significativo aumento de produtividade proporcionado por esses programas,
às vezes eles são conhecidos como pacotes de produtividade. Alguns outros exemplos são os pro-
gramas de navegação na web, correio eletrônico e groupware, que facilitam a comunicação e a
colaboração entre equipes e grupos de trabalho.
Outra forma comum de classificar o software é com base no método de desenvolvimento.
Software sob medida (customizado) é a expressão usada para identificar aplicações de software
desenvolvidas dentro da organização, para uso próprio; isto é, a organização que cria o código
do programa também é a que adota a aplicação final do software. Por outro lado, software Cots
(acrônimo de commercial off-the-shelf, ou seja, pronto para comercialização) é aquele desenvol-
vido para ser comercializado em diversas cópias (e, em geral, com o objetivo de obter lucros
comerciais). Nesse caso, a organização que cria o software não é o público-alvo desse produto.
Há diversas características importantes na descrição do software Cots. A primeira, como
descrita na definição, é a venda do produto em várias cópias com mínimas mudanças, além das
versões de atualização já programadas. Os consumidores do software Cots geralmente não têm
controle sobre especificações, programação, evolução, ou acesso ao código-fonte ou à docu-
mentação interna. O produto Cots é vendido, alugado ou licenciado para o público em geral,
mas, em quase todos os casos, o fornecedor do produto mantém os direitos de propriedade
intelectual do software. O software sob medida, porém, é de propriedade da organização que o
desenvolveu (ou pagou para que fosse desenvolvido), e as especificações, funcionalidades e pro-
priedade do produto final são controladas ou mantidas pela organização que o criou.
GE, H.B. Fuller Co., e outras
CASO
DO MUNDO REAL 1 empresas: implementações bem-
-sucedidas de software como serviço

A cadeia de suprimentos da General Eletric não é simples-


mente descomunal. É uma rede bizantina de parceiros de
abastecimento, alcançando todos os cantos do mundo: 500 mil
não queriam fazê-lo. Eles queriam um sistema de informações
de fornecedor que fosse fácil de usar e instalar, pudesse unir o
império de terceirização da GE em um repositório central, ti-
fornecedores em mais de 100 países com 14 diferentes idio- vesse capacidade multilíngue e que também oferecesse funcio-
mas. A cada ano, a GE gasta cerca de US$ 55 bilhões com sua nalidades de autoatendimento, de modo que cada um de seus
vasta base de fornecedores. fornecedores fosse capaz de gerir seus próprios dados.
Há muito tempo no cargo de CIO da GE, Gary Reiner O propósito era óbvio: obter uma visão comum de sua
conhece esse problema muito bem, uma vez que, entre suas base de fornecedores e uma única versão de todos esses dados
outras funções, ele é responsável por como o conglomerado – um objetivo que atormenta quase toda empresa hoje em dia.
de US$ 173 bilhões gasta aqueles US$ 55 bilhões, utilizando Mas, para chegar lá, Reiner e suas equipes de TI e contratos
as práticas Seis Sigma da GE e aproveitando seu robusto poder tomaram uma rota diferente. Em 2008, a GE adquiriu o apli-
de compra. A GE, por exemplo, gasta US$ 150 milhões em cativo de um fornecedor pouco conhecido de software como
desktops e laptops a cada ano com um único fornecedor, a Dell serviço (SaaS), que acabaria por se tornar a maior implantação
– “por um preço muito baixo”, afirma Reiner. de SaaS até agora.
Durante anos, o Global Procurement Group da GE en- “Quando avaliamos uma solução, somos indiferentes ao
frentou uma realidade desafiadora: tentar controlar com preci- fato de que é hospedado pelo fornecedor ou por nós”, diz Rei-
são e dar sentido a todas as interações da cadeia de suprimen- ner. “Examinamos a funcionalidade da solução e o preço.” E foi
tos com meio milhão de fornecedores, contratos, iniciativas de assim que a empresa sempre operou. De acordo com Reiner
conformidade, certificações e outros dados críticos que pre- seu grupo não vê uma grande diferença de custo e capacidades
cisavam ser armazenados, gerenciados e disponibilizados cen- entre os produtos locais e SaaS. “Devo enfatizar”, acrescenta
tralmente a milhares em todo o globo. A GE estava usando a ele, “que não vemos uma grande diferença no preço tanto do
chamada Global Supplier Library, um sistema doméstico que, ponto de vista dos custos de operação quanto dos custos de
segundo Reiner, tinha uma “capacidade rudimentar”. Reiner e transição”. Além disso, com relação aos custos de implemen-
sua equipe sabiam que a GE precisava de algo melhor, mas eles tação, “eles giram principalmente em torno de interface com
os sistemas existentes, mudanças de processo e limpeza de da-
dos”, afirma. “Essas três despesas existirão quer a GE hospede
o aplicativo ou se isso for tarefa do fornecedor”.
A plataforma de tecnologia Aravo, que não foi testa-
da conforme os requisitos da GE, e apenas com cerca de 20
clientes, juntamente com a escala das necessidades da GE,
realmente não foi motivo de preocupação para Reiner. “Po-
deríamos ter ficado preocupados com isso”, admite ele. “Mas
também seria uma preocupação se tivéssemos o software hospe-
dado em nossos servidores. Sabíamos que a Aravo poderia lidar
com isso.” Além disso, Reiner diz que nenhum fornecedor da
cadeia de suprimentos ofereceu o tipo de funcionalidade que
o produto SIM da Avaro ofereceu. Por isso, Reiner e sua equi-
pe argumentaram que era muito mais barato comprar do que
desenvolver. “Preferimos trabalhar com ele”, diz, “a desenvol-
vê-lo por conta própria”. Um gerente de fornecimento da GE
disse à Aravo que o retorno do investimento da GE no projeto
não é apenas positivo, mas “altamento positivo”.
“Eles estão usando SaaS para 100 mil usuários e 500 mil
fornecedores em seis idiomas: isso é uma mudança importan-
te na implantação de tecnologia”, diz Mickey North Rizza,
diretora de pesquisa da AMR Research. Segundo Rizza, que
o volume de transações, combinado com o fato de a cadeia de
suprimentos e os funcionários de contratos da GE em todo o
mundo agora serem capazes de acessar as mesmas informa-
ções de parceiros de fornecimento do mesmo ponto central,
é significativo não só para o espaço de gestão da cadeia de
Fonte: ©Chuck Savage/Corbis. suprimentos, mas também para o mundo do SaaS e da compu-
tação em nuvem. “Finalmente, temos um grande companhia
FIGURA 4.1 O software como serviço está por trás de abordando a questão da transparência de dados por meio da
uma das maiores e mais impressionantes cadeias de supri- utilização de um produto de SaaS”, diz North Rizza. “É um
mentos do mundo. grande negócio.”

Continua 哫
Até agora, a espinhosa questão da qualidade de dados cessidade, podemos tentar influenciar a próxima versão. Mas,
com relação aos dados de fornecedores da GE foi aprimorada, na maioria dos casos, A, B ou C serão o suficiente.”
porque os fornecedores utilizam agora as capacidades de auto- Na H.B. Fuller, mudança para o SaaS nas ferramentas
atendimento no sistema SaaS para gerenciar seus próprios da- de recursos humanos permitiu à empresa fortalecer seu pes-
dos. A GE tem 327 mil funcionários no mundo, e seus sistemas soal. “Posso fazer uma reorganização e ter isso refletido dentro
de abastecimento contam com mais de 100 mil usuários. Ainda de minutos, e não tenho que ligar para alguém do RH para
há muito trabalho a fazer para a plataforma SIM – por exemplo, atualizar tudo”, diz John. “Também posso acessar organogra-
os empregados terceirizados da GE adicionarão mais fluxos de mas de outras áreas da organização e ver onde as pessoas estão
trabalho e novas consultas no sistema, e mais idiomas também e o que estão fazendo e compreender melhor a empresa.”
poderão ser adicionados (seis estão em operação agora). Quando se trata da gestão do SaaS, nem o departamento
De acordo com Reiner, a GE está comprometida em tra- de TI, nem a unidade de negócios que utiliza o software pare-
balhar com a Aravo a longo prazo, pois o sistema teve um bom cem ansiosos para abrir mão do controle. “As decisões de compra
desempenho até o momento. E o SaaS, como um mecanismo de estão mudando da TI para os líderes empresariais”, que muitas
entrega de aplicativos, parece ter um futuro brilhante na GE. vezes optam por taxar o software como um gasto e não esperar
Quando Steven John assumiu o cargo de CIO da fabri- pela aprovação do comitê de investimento, diz Wang. Ainda as-
cante química H. B. Fuller Co., ele herdou uma implementa- sim, acrescenta, “é muito importante fazer a TI participar dessas
ção do sistema de folha de pagamento da North American, que decisões sobre SaaS, uma vez que há arquiteturas e projetos de TI
era caro e não levava a lugar nenhum. As unidades de negócios gerais a serem considerados. Torna-se muito caro quando aplica-
não tinham participado da decisão sobre a tecnologia, e o pro- tivos não se integram, ou não interagem, bem uns com os outros.
“É bom ter pelo menos alguns parâmetros e políticas de
jeto estava inerte por questões de adaptação e outras preocupa-
forma que as pessoas saibam que tipo de aplicativo funcionará
ções. John optou por abandonar o controle do software de folha
melhor no ambiente e qual será mais barato para compartilhar
de pagamento e migrou para o SaaS.
informações e dados”, diz Wang.
“Eu queria realizar uma implementação que fosse sim-
Um dos problemas com o SaaS é que, se o fornecedor
ples e direta – para configurar, mas não personalizar – e ver os
for à falência, tudo deixará de funcionar. Você não é dono do
benefícios de uma plataforma padrão e geral”, diz John. “Foi
software. É uma operação de leasing. A pergunta, portanto, é:
uma maneira de ensinar, economizar dinheiro e terceirizar um
“O que você possui?” Se o fornecedor não tiver uma opção de
sistema que não era essencial.” Abrir mão do controle era um implantação local, “você precisará ser capaz de extrair dados
dilema fácil de resolver em comparação com as dores de cabeça transacionais, informações de arquivo-mestre, usando qualquer
que John enfrentaria para tentar corrigir o software existente. tipo de programas de migração, e, assim, poderá convertê-los
“Você está recebendo muito mais inovação”, afirma Ray em uma alternativa local se precisar”, diz Wang.
Wang, analista da Forrester Research Inc. “Os produtos são A longo prazo, Wang prevê uma cultura de TI em que
muito mais configuráveis do aqueles que a maioria das pessoas o software como serviço seja comum: “Poderemos viver em um
têm em seus próprios aplicativos. Você pode alterar campos, mundo onde tudo será configurado. Todos os nossos aplicati-
renomear coisas e mover atributos e fluxos de trabalho. Por- vos não permanecem no local, e os líderes empresariais estão
tanto, há um bom nível de controle.” em busca de aplicativos externos”. “As equipes de TI estão fa-
Além do mais, as opções de configuração são mais re- zendo testes para se certificar de que os aplicativos funcionam
finadas e bem pensadas, dando aos usuários algumas boas bem no ambiente, assegurando que não haja erros ou vírus e
escolhas, em vez de inúmeras opções. John descobriu que a que a integração funcione – basicamente, a equipe de TI vai
configuração em vez da personalização permite à H. B. Fuller passar o tempo fornecendo serviços e implementando, inte-
manter o seu “núcleo enxuto”. “Acredito que mais padroniza- grando e fazendo instalações. É assim que prevemos o merca-
ção leva a uma maior agilidade”. “O SaaS permite-nos dizer: do em 2020.”
‘isso é bom o suficiente... para nossas necessidades’. Então, não Fonte: Adaptado de Thomas Wailgum. “GE CIO Gets His Head in the
é necessário enfrentar aquelas situações horríveis em que você Cloud for New SaaS Supply Chain App”. CIO Magazine, 22 de janeiro de
tem sistemas altamente personalizados. Usamos as opções de 2009; e Stacy Collett. “SaaS Puts Focus on Functionality”. Computerworld,
configuração A, B ou C. Se uma das três não atende à nossa ne- 23 de março de 2009.

QUESTÕES DO ESTUDO DE CASO ATIVIDADES DO MUNDO REAL


1. Que fatores as empresas devem considerar ao decidir 1. O caso mostra que a implementação de SaaS da GE
entre desenvolver seus próprios aplicativos, comprá-los foi, até o momento, a maior expansão da tecnologia no
de um fornecedor ou trilhar o caminho do SaaS, como mundo. Que outras empresas começaram a utilizar o SaaS
discutido aqui? Faça uma lista de fatores e discuta sua amplamente desde esse acontecimento? Faça uma pes-
importância para essa decisão. quisa na internet sobre as implementações mais recentes.
2. Que riscos a GE corre ao contratar um fornecedor de pe- Quais são as diferenças da experiência da GE? Prepare um
queno porte e menos experiente? Que medidas poderiam relatório para mostrar suas descobertas.
ter sido postas em prática para evitar o surgimento de 2. Ao implementarem sistemas baseados em SaaS, as empre-
problemas? Dê vários exemplos. sas estão abrindo mão do controle sobre a propriedade
3. O que as empresas devem fazer se nenhuma das “opções da tecnologia e permitindo que terceiros tenham acesso a
de configuração” se adapta perfeitamente às suas neces- dados valiosos. Quais são os perigos dessa atitude? Como
sidades? Deveriam tentar uma adaptação ou selecionar o as empresas poderiam se prevenir? Divida a turma em
alternativa “menos pior”? Quando deveriam fazer uma pequenos grupos para discutir essas questões e dê algumas
coisa ou outra? sugestões e recomendações.
CAPÍTULO 4 • Software 125

Software do
computador

Executa tarefas de Gerencia e suporta


Software processamento de Software operações de sistemas
de aplicação informações de de sistema e redes de computação
usuários finais

Programas de Programas de Programas de Programa de


aplicação para aplicação para gerenciamento desenvolvimento
fins gerais fins específicos de sistema de sistema

Suítes de software Corporativo – contabilidade, Sistema operacional Conversor de linguagem


Navegadores web Processamento de transações, Programas de de programação
Correio eletrônico gestão de relacionamento gerenciamento de sistema Editores e ferramentas
Processamento de texto com o cliente, planejamento Sistema de gerenciamento de programação
Planilhas de recursos empresariais, de banco de dados Pacotes de engenharia
Gerenciador de banco e-commerce, etc. Servidor de aplicativo de software auxiliada
de dados Ciência e engenharia Utilitários do sistema por computador (Case)
Apresentação gráfica Educação, Monitores de
Gerenciador de entretenimento etc. desempenho e segurança
informações pessoais
Groupware

FIGURA 4.2 Visão geral do software de um computador. Observe os principais tipos e exemplos de software de aplicação e de
sistema.

A mais recente inovação no desenvolvimento de software é denominada software de código


aberto. Nessa abordagem, os desenvolvedores colaboram no desenvolvimento de uma aplicativo
utilizando padrões de programação que permitem a qualquer pessoa contribuir para o software.
Além disso, à medida que cada desenvolvedor conclui seu projeto, o código para a aplicação tor-
na-se disponível e gratuito para qualquer pessoa que deseje utilizá-lo. Vamos discutir essa nova
abordagem para o desenvolvimento de software com maiores detalhes na Seção II deste capítulo.

Visa Internacional: implementando uma


suíte de negócios eletrônicos

A Visa International é muito conhecida e respeitado em todo o mundo pelas inovações


que trouxe para o comércio global com seu sofisticado sistema de processamento de paga-
mentos do consumidor. Até recentemente, porém, a Visa tinha muitos sistemas ultrapas-
sados na gestão de alguns dos seus mais importantes processos de negócios internos. Após
uma análise feita pela KPMG em 1999, determinou-se que muitos dos sistemas internos da
Visa estavam se tornando um risco para a organização.
A análise da KPMG constatou que os sistemas internos da Visa eram desnecessaria-
mente complexos e subutilizavam algumas das vantagens que a tecnologia podia trazer para a
empresa. A infraestrutura de administração financeira da Visa era fragmentada, complexa e de
manutenção dispendiosa. Muitas vezes, os dados não eram padronizados, resultando em várias
bases de dados diferentes que geravam interpretações díspares dos dados de negócios. Ainda
mais surpreendente era o fato de que compras corporativas, contas a pagar e funções de ge-
renciamento de ativos da empresa ainda estavam sendo gerenciadas manualmente, resultando
em atrasos e discrepâncias.
126 MÓDULO II • Tecnologias da informação

Sistemas internos fragmentados não são incomuns em empresas como a Visa, que obteve
crescimento acelerado de dois dígitos durante onze anos consecutivos. Após uma revisão cuidadosa
de soluções de software disponíveis, a Visa escolheu o software de aplicativos empresariais Oracle
E-Business Suite para solucionar os problemas oriundos de uma retaguarda complexa e ineficiente.
Os resultados da conversão para o novo pacote de software foram espetaculares. Os modernos
aplicativos financeiros do produto da Oracle transformaram os incômodos e desatualizados proce-
dimentos da Visa em soluções de negócio eletrônico baseadas na web que atenderam às exigências
da empresa para todas as funções e processos. Oracle Financials, por exemplo, automatizou a velha
organização da Visa e criou um sistema mais ágil capaz de registrar o impacto das atividades finan-
ceiras em escala global. As contas a pagar passaram de um processo manual complicado para um
sistema integrado que verifica automaticamente as faturas com relação aos pagamentos e solicita
avaliações de quaisquer discrepâncias via e-mail. O Oracle iProcurement também ajudou a automa-
tizar o sistema de requisição e compras, simplificando todo o processo de compra e implementando
um modelo de autoatendimento para aumentar a eficiência de processamento.

Fonte: Adaptado de Oracle Corporation, “Visa to Save Millions a Year by Automating Back-Office Processes
with Oracle E-Business Suite,” Customer Profile. Disponível em: www.oracle.com. Acesso: 13 set 2002.

Software de Existem milhares de pacotes de software de aplicação com funções específicas para suportar
certas aplicações de usuários finais empresariais e de outras áreas. Por exemplo, software de
aplicação aplicação empresarial auxiliam a reengenharia e a automação de processos empresariais com
empresarial aplicações estratégicas de negócios eletrônicos, como gestão de atendimento ao cliente, ERP
e gestão da cadeia de fornecedores. Outros exemplos são os pacotes de software para aplicação
de comércio eletrônico (e-commerce) na web, ou em áreas funcionais da empresa para gestão de
recursos humanos, contabilidade e finanças. Há ainda outros softwares que auxiliam gerentes e
profissionais de negócio, oferecendo ferramentas de apoio para tomada de decisões em sistemas
de exploração de dados, portais de informações empresariais ou de gestão de conhecimento.
Essas aplicações e ferramentas de software empresariais serão discutidas em mais detalhes
nos próximos capítulos. Por exemplo, as aplicações de depósito e de exploração de dados se-
rão abordadas nos Capítulos 5 e 9; as aplicações de contabilidade, marketing, produção, gestão
de recursos humanos e financeira serão discutidas nos Capítulos 7 e 8. O Capítulo 7 também
discutirá a aplicação de gestão de relacionamento com o cliente, ERP e gestão da cadeia de
suprimentos. O e-commerce será analisado no Capítulo 8, e as aplicações de apoio à tomada de
decisões e de análise de dados serão exploradas no Capítulo 9. A Figura 4.3 mostra alguns dos
vários tipos de software de aplicação empresarial disponíveis no Mercado. Essas aplicações, em
particular, estão integradas na E-Business Suite da Oracle Corp.

ORACLE E-BUSINESS SUITE

Planejamento avançado Inteligência de negócios Contratos


E-commerce Gerenciamento de ativo empresarial Câmbios
Finanças Recursos humanos Central de interação
Produção Marketing Preenchimento de pedidos
Requisição e compras Desenvolvimento de produto Automação de serviços profissionais
Projetos Vendas Serviços
Treinamento Tesouraria

Fonte: Adaptado de Oracle Corp., “E-Business Suite: Manage by Fact with Complete Automation and Complete Information”, Oracle.com, 2002.

FIGURA 4.3 Aplicações empresariais do Oracle E-Business Suite ilustram um dos vários tipos de softwares de aplicação empre-
sarial disponíveis.
CAPÍTULO 4 • Software 127

A discussão inicial deste capítulo será focada nos softwares de aplicação para fins gerais baseados Suítes de
em suítes de software. Esse enfoque deve-se ao fato de a maioria dos pacotes de produtividade
mais usados ser comercializada na forma de suítes de softwares, como Microsoft Office, Lotus softwares
SmartSuite, Corel WordPerfect Office, Sun StarOffice, e a respectiva versão aberta, o OpenO- e pacotes
ffice. Uma análise dos componentes desses pacotes proporciona uma visão geral das importan-
tes ferramentas de software disponíveis para melhorar a produtividade.
integrados
A Figura 4.4 compara os programas básicos componentes nos quatro principais conjuntos
de software. Observe que cada conjunto integra pacotes de software de processamento de texto,
planilha eletrônica, apresentação gráfica, gerenciamento de banco de dados e gerenciamento de
informações pessoais. Microsoft, Lotus, Corel e Sun oferecem, dependendo da versão escolhida,
outros progrmamas juntamente com seus pacotes. Por exemplo, programas de acesso à internet,
correio eletrônico, publicação na web, editoração eletrônica, reconhecimento de voz, gestão
financeira, enciclopédia eletrônica, e assim por diante.
O custo de uma suíte de software é muito inferior ao custo total de compra de cada pro-
grama individual. Outra vantagem é que todos os programas do mesmo pacote usam ícones,
ferramentas e barras de status, menus e outros recursos com a mesma interface gráfica do usuário
(GUI), produzindo, assim, a mesma aparência e sensação, facilitando a aprendizagem e a utili-
zação dos recursos. Os softwares da suíte também compartilham as mesmas ferramentas, como
verificador ortográfico e assistente de ajuda, o que os torna mais eficientes. Outra grande vanta-
gem das suítes é que os softwares são programados para ser totalmente compatíveis, facilitando,
por exemplo, a importação de arquivos entre si, independentemente do programa em execução
no momento. Esses recursos os tornam mais eficientes e mais fáceis de usar do que se forem
utilizados diversos programas individuais de pacotes diferentes.
É claro que inserir tantos programas e recursos em apenas um grande pacote também tem
suas desvantagens. Os críticos do setor argumentam que muitos recursos desses pacotes não são
totalmente aproveitados pela maioria dos usuários finais, pois os pacotes tomam muito espaço
no disco rígido (muitas vezes, mais de 250 MB), dependendo das versões ou funções instaladas.
Por causa do seu tamanho, os conjuntos de software às vezes são pejorativamente chamados pe-
los críticos bloatware. O custo desses conjuntos varia de US$ 100 para uma atualização de uma
versão a mais de US$ 700 para uma versão completa de algumas dessas suítes.
Esses prós e contras justificam, em parte, o uso dos pacotes integrados como Microsoft
Works, Lotus eSuite WorkPlace, AppleWorks e outros. Os pacotes integrados combinam algumas
das funções de diversos programas – como processamento de texto, planilha eletrônica, apresenta-
ção gráfica e gerenciador de banco de dados – em um único pacote de software.
Como os pacotes integrados não incluem muitos dos recursos e das funções existentes nos
pacotes individuais e nas suítes de software, eles são considerados menos potentes. Essa limitação
de funcionalidade, no entanto, exige muito menos espaço do disco rígido (menos de 10 MB),
custa menos de US$ 100 e, muitas vezes, vem pré-instalada em muitos microcomputadores
menos sofisticados. Os pacotes integrados oferecem funções e recursos suficientes para muitos
usuários de computador, além de fornecerem em um pacote menor, algumas das vantagens das
suítes de software.

Programas Microsoft Office Lotus Corel WordPerfect Sun Open


SmartSuite Office Office
Processamento de texto Word WordPro WordPerfect Writer

Planilha eletrônica Excel 1–2–3 Quattro Pro Calc

Apresentação gráfica PowerPoint Freelance Presentations Impress

Gerenciado de banco Access Approach Paradox Base


de dados

Gerenciador de infor- Outlook Organizer Corel Central Schedule


mações Pessoais

FIGURA 4.4 Componentes básicos de programas de quatro principais suítes de software. Outros
programas podem ser incluídos, dependendo da edição do pacote selecionada.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
DICA DO PROFESSOR

Neste vídeo, apresentaremos a categorização em níveis dos principais tipos de software


encontrados no mercado.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

EXERCÍCIOS

1) Entre os softwares de aplicação estão diversos programas que podem ser subdivididos
em categorias de aplicação para fins gerais e para funções específicas. Os programas
de aplicação para fins gerais são aqueles que executam tarefas comuns de
processamento de dados de usuários finais. Em função do significativo aumento de
produtividade proporcionado por esses programas, eles também são conhecidos como
“pacotes de produtividade”. Analise as afirmações abaixo relacionadas com a
classificação dos softwares e identifique a CORRETA:

A) A classificação dos tipos de softwares é padronizada e não varia em função dos tipos de
computadores e das redes utilizadas.

B) A principal vantagem que uma empresa pode obter a partir da utilização de softwares
desenvolvidos exclusivamente para comercialização é que ela terá grande controle sobre a
programação deles.

C) Os programas para navegação na web, correio eletrônico e groupware são exemplos de


softwares de aplicação que facilitam a comunicação e a colaboração entre equipes e grupos
de trabalho.

D) Os sistemas operacionais modernos, como Windows e Linux, são os principais exemplos


de softwares de aplicação para usuários finais.

E) Software sob medida é uma expressão utilizada para identificar aplicações de software
desenvolvidas fora da organização, para uso genérico.

2) Atualmente, o software mais utilizado em diversas empresas é o navegador web. Isso


ocorre especialmente por causa da evolução sofrida por esse software de aplicação
para o usuário final, recebendo novos recursos que aumentaram a interação das
pessoas com a tecnologia. Os navegadores web estão rapidamente se tornando
plataforma universal de software na qual os usuários finais realizam pesquisas,
gerenciam e-mails, transferem arquivos e executam muitas outras atividades
baseadas na internet. Nesse contexto, analise as afirmações a seguir:

I. A única restrição ainda existente nos navegadores modernos é a de realizar sessões


de videoconferência.
II. O navegador também é chamado de cliente universal, pois é o componente de
software instalado em todos os dispositivos de comunicação e computação de rede dos
usuários de toda a empresa.
III. Navegadores são softwares destinados à navegação pelos usuários nos ambientes
da internet, das intranets e das extranets corporativas.

Está CORRETO SOMENTE o que se afirma em:

A) I e II.

B) I e III.

C) II e III.

D) I.

E) III.

3) Leia as seguintes afirmativas:

(1) Uma recente inovação no desenvolvimento de software é denominada software de


código aberto, cuja abordagem prevê que os desenvolvedores colaborem na produção
de um aplicativo utilizando padrões de programação que permitem a qualquer
pessoa contribuir para melhorar o software...

...PORQUE...

(2) ...à medida que cada desenvolvedor conclui seu projeto, o código para a aplicação
torna-se disponível e gratuito para qualquer pessoa que deseje utilizá-lo.

A respeito dessas duas frases, assinale a alternativa CORRETA:

A) As duas afirmações são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira.

B) As duas afirmações são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira.

C) A primeira afirmação é verdadeira, e a segunda é falsa.

D) A primeira afirmação é falsa, e a segunda é verdadeira.

E) As duas afirmações são falsas.

4) Os softwares para processamento de texto e elaboração de planilhas eletrônicas


transformaram a forma como as pessoas realizam suas tarefas nas organizações.
Antes restritos a grandes empresas com recursos suficientes para adquirir poderosos
(e caros) computadores corporativos, esses softwares se popularizaram juntamente
com o advento dos computadores pessoais, tendo como grandes vantagens a
simplicidade de uso e a interface amigável com o usuário.

Analise os itens abaixo que estão relacionados com os softwares para processamento
de texto e elaboração de planilhas eletrônicas:
I. As planilhas eletrônicas facilitaram o processo de criação de documentos
organizacionais que demandam execução de cálculos e exibição dos resultados em
formatos variados, como textual e gráfico.
II. Nos principais pacotes de escritório existentes no mercado, as aplicações de
processamento de texto e planilha eletrônica fazem parte de um mesmo software.
III. O foco principal dos softwares de processamento de texto é a conversão dos
documentos em formato HTML para publicação como páginas web.

Está CORRETO SOMENTE o que se afirma em:

A) I.

B) II.

C) III.

D) I e II.

E) II e III.

5) O software de computador pode ser dividido em duas categorias básicas,


denominadas software de aplicação e software de sistema. Enquanto o objetivo de um
software de aplicação é executar tarefas de processamento de informações de usuários
finais, o software de sistema busca gerenciar e suportar operações de sistemas e redes
de computação. Considerando que a categoria de software de aplicação pode ser
subdividida em programas de aplicação para fins gerais e para fins específicos,
identifique a alternativa que apresenta apenas exemplos de programas de aplicação
para fins gerais:

A) Conversor de linguagem de programação, ferramentas para programação de softwares e


monitores de segurança.

B) Gerenciador de banco de dados, planilhas eletrônicas e correio eletrônico.

C) Navegadores web, sistema operacional e sistema de processamento de transações.


D) Processador de texto, groupware e programas de gerenciamento de sistema.

E) Servidor de aplicativo, sistema de gestão de relacionamento com o cliente e gerenciador de


informações pessoais.

NA PRÁTICA

Groupware é um software que permite a colaboração entre grupos de trabalho e equipes com o
objetivo de cumprir as atribuições coletivas. Esta é uma categoria de software de aplicação para
fins gerais que combina diversos recursos e funções de softwares facilitadores do trabalho em
conjunto. Normalmente, os produtos de groupware dependem da estrutura da internet para
viabilizarem o trabalho em conjunto de equipes virtuais localizadas geograficamente em áreas
distintas. Veja, a seguir, um exemplo.
SAIBA MAIS

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:

AUDY, Jorge Luis Nicolas; ANDRADE, Gilberto Keller de; CIDRAL,


Alexandre. Fundamentos de sistemas de informação

Leia o Capítulo 8 Tecnologia da informação pertencente a Parte II Bases conceituais de sistemas


de informação.
Competindo com a Tecnologia da
Informação

APRESENTAÇÃO

Nesta Unidade de Aprendizagem, estudaremos os diversos usos estratégicos das tecnologias da


informação (TI) e analisaremos como elas podem auxiliar as organizações a criarem vantagens
competitivas em seus negócios.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Explicar como a tecnologia da informação cria um ambiente favorável para o


desenvolvimento de vantagens competitivas.
• Diferenciar os principais tipos de estratégias competitivas básicas.
• Identificar situações em que as tecnologias impactam as operações de negócios das
empresas.

DESAFIO

As empresas buscam constantemente adequar suas estratégias de negócios à realidade do


mercado. Para isso, em diversas ocasiões, contam com o apoio dos recursos da tecnologia da
informação (TI), buscando maior eficiência nos seus processos e aumento da produtividade de
seus colaboradores. Atualmente, existe uma necessidade constante de inovação por parte das
empresas, seja em seus produtos, seja em seus processos internos. Os consumidores desejam
adquirir novas experiências, desde que estejam diretamente relacionadas com suas necessidades.

Nesse contexto, entre as principais estratégias básicas que podem ser adotadas pelas empresas,
destaca-se a estratégia de inovação. Nela, o objetivo principal da organização passa a ser a busca
por novas maneiras de fazer negócios, seja pelo desenvolvimento de novos produtos e serviços,
seja pela entrada em mercados, seja por nichos exclusivos. Para que isso seja possível, a TI tem
papel fundamental, pois auxilia diretamente a organização na condução de atividades que
buscam alcançar os objetivos estratégicos definidos. Considere uma empresa que atua no
segmento educacional tradicional oferecendo cursos de capacitação profissional em unidades
físicas localizadas em diversas cidades do Brasil. Após diversas pesquisas de mercado, a
empresa decidiu modernizar seus produtos e serviços para conseguir maior crescimento e
lucratividade.

Você foi contratado pela empresa como Diretor de Inovação e tem como principal atribuição o
desenvolvimento de um novo produto ou serviço totalmente inovador para o mercado. A ideia
dos diretores da empresa é que esse produto/serviço esteja vinculado com as mais recentes
tecnologias da informação, criando uma imagem de modernidade para a organização. Sendo
assim, proponha e detalhe a criação de um novo produto ou serviço que a empresa oferecerá ao
mercado como parte do seu plano de modernização.

INFOGRÁFICO

Veja, no Infográfico a seguir, as estratégias básicas no uso da TI.

CONTEÚDO DO LIVRO

O mercado consumidor está cada vez mais exigente, obrigando as organizações a se


reinventarem em tudo o que se refere ao produto ofertado, seja no custo, prazo de entrega,
qualidade e diferenciais. Este último é uma das principais caracterísitcas que tem impulsionada
uma corrida por parte das empresas para a manutenção do seu grupo de clientes.

Desta forma, o uso da tecnologia da informação tem contribuído de forma expressível na


elaboração de estratégias competitivas por meio do uso de ferramentas, sistemas de informação
e demais mecanismos que agilizam o processo de construção de produtos ou serviços
inovadores, otimizam custos e reestruturam processos antes obsoletos.

No capítulo Competindo com a Tecnologia da Informação da obra Tecnologias de Comunicação


e de Informação, você aprenderá os conceitos principais que contriuem para a implementação de
estratégias de competitividade por meio do uso da tecnologia da informação, seus impactos na
realização de operações organizacionais e os ganhos que tais mecanismos podem trazer para as
empresas.

Boa leitura.
TECNOLOGIAS DE
COMUNICAÇÃO E
DE INFORMAÇÃO
Competindo com
a tecnologia da
informação
Marcel Santos Silva

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

>> Explicar como a tecnologia da informação cria um ambiente favorável para


o desenvolvimento de vantagens competitivas.
>> Diferenciar os principais tipos de estratégias competitivas básicas.
>> Identificar situações em que as tecnologias impactam as operações de
negócios das empresas.

Introdução
Não é de hoje que a tecnologia da informação (TI) impacta a vida das empresas e
das pessoas, seja por facilitar o acesso a produtos ou serviços, seja por permitir
a implementação de novos negócios que otimizam o processo de construção e
melhoram a eficiência e a eficácia de toda a cadeia de suprimentos. A TI exerce
um papel importante dentro do processo de construção de produtos inovadores,
principalmente de modelos que lançam mão de tecnologias disruptivas para
solucionar problemas enfrentados pela sociedade nos mais diversos ramos de
atividade.
Há diversos elementos que podem contribuir para que uma organização ob-
tenha vantagens competitivas; no entanto, é inegável que, sem o apoio da TI, isso
se torna mais complicado. É claro que a TI, por si só, não garante mais vantagem
competitiva, mas, por ser parte da estratégia corporativa estabelecida pela alta
2 Competindo com a tecnologia da informação

cúpula das empresas, ela possibilita a agregação das demais abordagens para
que esse sucesso seja alcançado.
Neste capítulo, serão apresentados os usos da TI que garantem um ambiente
favorável para a implementação de técnicas que oferecem vantagens competitivas
para as organizações que as aplicam. Além disso, você também conhecerá as prin-
cipais estratégias competitivas e as situações em que as tecnologias contribuem
para o sucesso das operações de negócios.

A vantagem competitiva com auxílio da TI


Para se manterem vivas no mercado, as organizações devem buscar meios para
a criação de vantagens competitivas. Nos últimos anos, a TI tem contribuído
fortemente com as empresas no que se refere à automatização de processos,
à otimização de custos e à redução de atividades operacionais repetitivas, o
que promove uma maior eficiência no processo de gestão das organizações.
De acordo com Baltzan e Phillips (2012), uma vantagem competitiva pode
ser definida como um produto ou serviço cujo valor é maior que a oferta
similar do concorrente. Porém, tais vantagens são temporárias, pois esses
diferenciais são copiados em um curto espaço de tempo. Ao ser a primeira
no mercado a ter certa vantagem competitiva, a organização ganha o que
é conhecido como “vantagem do primeiro movimento”. Ainda conforme os
autores, as organizações usam três tarefas comuns para analisar e criar
vantagens competitivas, a saber:

1. Modelo das Cinco Forças;


2. três estratégias genéricas;
3. análise da cadeia de valor.

Os sistemas de informações utilizados como ferramenta para o desenvolvi-


mento estratégico das organizações no que se refere à tomada de decisão têm
as apoiado no enfrentamento das forças competitivas atuantes no mercado.
Esse ambiente de negócios tem um conjunto de forças (ilustrado na Figura
1) que define a competição em qualquer ramo de atividade. Tais forças são
o poder de negociação do cliente, o poder de negociação dos fornecedores,
a possibilidade de surgimento de produtos ou serviços substitutos, a pos-
sibilidade de entrada de novos concorrentes e a concorrência em atuação
(AUDY; ANDRADE; CIDRAL, 2007).
Competindo com a tecnologia da informação 3

Figura 1. Modelo das Cinco Forças de Porter.


Fonte: Baltzan e Phillips (2012, p. 20).

O poder de negociação do cliente é considerado alto quando este tem


disponíveis muitas opções no que diz respeito a de quem comprar. Por outro
lado, quando essas opções são poucas, o seu poder de negociação é consi-
derado baixo. Para criar uma vantagem competitiva e reduzir esse poder, é
preciso tornar os produtos mais atrativos aos consumidores, de forma que
esses produtos sejam adquiridos em vez dos produtos do concorrente. Um
bom exemplo de recurso facilitado pela TI são os programas de fidelidade.
Oferecidos por diversas empresas, esses programas recompensam os clien-
tes de acordo com o uso dos serviços ou o consumo dos produtos. Porém,
gerenciar e controlar esse consumo só é possível por meio de sistemas de
informação de grande porte, que armazenam e processam tais informações
de forma ágil e segura (BALTZAN; PHILLIPS, 2012).
O poder de negociação dos fornecedores é o inverso do poder de negocia-
ção dos clientes, ou seja, ele será alto quando o comprador não tiver muitas
opções de quem comprar, e baixo quando suas opções forem muitas. Dentro
da cadeia de suprimentos, as organizações desempenham os dois papéis: de
comprador, para a aquisição da matéria-prima, e de fornecedor, ao colocar
seu produto à venda, conforme ilustra a Figura 2 (BALTZAN; PHILLIPS, 2012).
Nesse cenário, um exemplo de ferramenta de TI que pode auxiliar a em-
presa a estabelecer uma vantagem competitiva como compradora é a reali-
zação de negociações B2B (business-to-business), “[...] um serviço baseado
na internet, que traz consigo muitos compradores e vendedores” (BALTZAN;
4 Competindo com a tecnologia da informação

PHILLIPS, 2012, p. 21). Essa modalidade conta com uma importante variação,
a chamada “troca privada”, que consiste na divulgação das necessidades do
comprador para o recebimento de propostas de fornecedores interessados.
Essas propostas são feitas por um leilão reverso, em que “[...] lances cada vez
menores são solicitados por organizações que querem fornecer o produto
ou serviço desejado a um preço cada vez menor. À medida que os lances vão
ficando cada vez menores, mais e mais fornecedores abandonam o leilão”; e,
então, a organização vencedora será aquela com o lance mais baixo (BALTZAN;
PHILLIPS, 2012, p. 21).
Para garantir vantagem competitiva, a organização busca diminuir o poder
do fornecedor quando ela assume o papel de cliente, e trabalha para au-
mentar o poder do fornecedor quando ela se encontra nessa posição. Dessa
forma, por meio da gestão de negociação em toda a cadeia de suprimentos,
é possível alcançar melhores resultados.

Figura 2. Organização na cadeia de suprimentos.


Fonte: Baltzan e Phillips (2012, p. 21).

Uma ameaça que tem se tornado comum é o surgimento de produtos


ou serviços substitutos, que, com o auxílio da tecnologia, objetivam otimi-
zar custos e oferecer maior valor agregado ao cliente. Essa nova forma de
inovação, que tem sido chamada “disrupção”, oferece produtos acessíveis
e criam um mercado de consumidores novo, desestabilizando as empresas
que eram líderes no setor.
A possibilidade de entrada de novos concorrentes é considerada alta
quando é fácil que novos concorrentes entrem em um mercado. Por outro
lado, essa possibilidade é considerada baixa quando existem barreiras sig-
nificativas que dificultam a entrada de novas empresas nesse mercado. Um
exemplo clássico disso é a implementação de serviços digitais que antes
eram analógicos, o que impossibilita, por um determinado tempo, a entrada
de concorrentes no ramo de atividade (BALTZAN; PHILLIPS, 2012).
Competindo com a tecnologia da informação 5

No entanto, já não se pode mais contar com essa estratégia de digitali-


zação. Isso porque, com a evolução tecnológica ocorrida nos últimos anos,
é imprescindível que, para se manterem no mercado, as empresas busquem
inovações disruptivas, as quais, na maioria das vezes, têm como estrutura
de sustentação a TI.
A concorrência em atuação acontece em todos os ramos de atividade, pois
é muito difícil algum ramo de atuação não ter concorrentes. A concorrência
é alta quando a disputa pelo cliente é grande, e baixa quando esta é mais
complacente (BALTZAN; PHILLIPS, 2012).
Para garantir vantagem competitiva, as organizações devem possuir um
conjunto de indicadores que estejam alinhados com os objetivos estratégicos
e possibilitem ao gestor elaborar análises qualificadas do desempenho or-
ganizacional, bem como dos recursos disponíveis. A ponte entre esse último
aspecto e a orientação para a informação direciona o gestor à identificação
da posição de sua organização (DAVENPORT; MARCHAND; DICKSON, 2004).
Para Burgelman, Christensen e Wheelwrigth (2012), os determinantes do
sucesso se encontram nos contextos de tecnologia e negócios; porém, eles têm
valores e características distintas, que dependem do conceito de inovação.
No entanto, sozinho, esse conceito não garante a vantagem técnica, pois é
necessário que haja uma demanda para tal inovação. Ainda assim, não é
possível garantir essa vantagem somente com o sucesso técnico, uma vez que
devem ser analisados os impactos operacionais dessa inovação tecnológica
na produção, no marketing e na logística.
Considerando a existência dessas forças, a organização tem a obrigação de
criar e implementar uma estratégia competitiva, que consiste, basicamente,
no estabelecimento de ações para se diferenciar de sua concorrência e au-
mentar sua participação no mercado. Por fim, é importante ressaltar que o
sucesso de uma estratégia competitiva se dá quando os clientes preferem
os produtos ou serviços de determinadas organizações em detrimento dos
produtos ou serviços oferecidos por seus concorrentes.

A vantagem competitiva de qualquer organização tem mais chances


de emergir dos aspectos exclusivos definidos em sua estratégia
tecnológica do que das características compartilhadas com as demais organi-
zações. Os grupos bem-sucedidos por longos anos desenvolvem competências
tecnológicas e capacitações diferentes das desenvolvidas por seus concorrentes,
sendo elas dificilmente copiáveis.
6 Competindo com a tecnologia da informação

Estratégias competitivas
Ao decidir entrar em um determinado mercado, a organização precisa esta-
belecer uma estratégia para isso. As estratégias podem ser abrangentes, de
forma a atingirem um nicho de mercado grande, ou focadas, quando cobrem
um nicho específico desse mercado. De acordo com Audy, Andrade e Cidral
(2007), as quatro principais estratégias competitivas são a estratégia de
liderança de custo, a estratégia de diferenciação, a estratégia de inovação,
a estratégia de crescimento, a estratégia de aliança e a criação de valor, que
serão detalhadas a seguir.

Estratégia de liderança de custo


A premissa da estratégia de liderança de custo é oferecer ao cliente produtos
ou serviços a um baixo custo, de modo que os preços da empresa sejam
menores que os dos concorrentes. Há sistemas de informação que podem
ser associados a essa estratégia, como, por exemplo, os que possibilitam a
redução dos custos de produção e comercialização de produtos ou serviços.
A implantação de um sistema de informação integrado, também conhecido
como ERP (enterprise resource planning), contribui na redução de custos
de produção, uma vez que ele automatiza processos e identifica gargalos
e ociosidade de recursos que podem ser suprimidos ou realocados (AUDY;
ANDRADE; CIDRAL, 2007).

Estratégia de diferenciação
Como o próprio nome aponta, a estratégia de diferenciação tem como foco
principal conquistar a fidelidade do cliente por meio da criação de produtos
ou serviços que diferenciem a empresa de seus concorrentes. Os sistemas de
informação podem contribuir com essa estratégia ao possibilitar que sejam
agregadas aos produtos novas características, que dificilmente poderão ser
copiadas pelos concorrentes. Com isso, garante-se a associação à marca de
diferenciais oferecidos pela empresa (AUDY; ANDRADE; CIDRAL, 2007).

Estratégia de inovação
A estratégia de inovação busca novas formas de realizar negócios, seja pelo
desenvolvimento de novos produtos, seja pelo ingresso em novos mercados,
seja pela criação de maneiras diferentes de se produzir. Nessa estratégia, o
Competindo com a tecnologia da informação 7

aspecto tecnológico pode oferecer contribuições significativas, tendo em vista


que a tecnologia da informação e comunicação pode auxiliar na otimização de
processos repetitivos ou operacionais, tornando-os automáticos e eficazes
(AUDY; ANDRADE; CIDRAL, 2007).

Estratégia de crescimento
A estratégia de crescimento visa à expansão significativa da capacidade de
produção de bens e serviços, bem como à diversificação e à integração de
produtos, o que culmina no crescimento da organização. Os sistemas de apoio à
tomada de decisão podem auxiliar na construção de modelos preditivos, ofere-
cendo análises complexas de possíveis cenários e, assim, permitindo ao gestor
uma tomada de decisão muito mais assertiva (AUDY; ANDRADE; CIDRAL, 2007).

Estratégia de aliança
A busca por parcerias com clientes e fornecedores dentro da cadeia de supri-
mentos em que a empresa atua, sendo os precursores nesse ramo, possibilita
ganhos satisfatórios. Para se desenvolver a estratégia de aliança, as principais
formas são fusões, aquisições ou contratos relacionados à produção ou à
comercialização dos produtos ou serviços. Nesse tipo de estratégia, os sis-
temas de informação garantem que as operações comuns sejam integradas,
possibilitando redução de custos, otimização de processos e compartilhamento
de recursos e informações entre as unidades (AUDY; ANDRADE; CIDRAL, 2007).

Criação de valor
O processo de negócio pode ser definido como um conjunto de atividades que
atendem a um objetivo específico. Uma das abordagens de cadeia de valor
utilizada é a de Michael Porter, cujo objetivo é avaliar a eficácia dos processos
de negócios de uma organização. Essa abordagem enxerga a empresa como
um conjunto de processos que agregam valor ao produto ou serviço para o
cliente (BALTZAN; PHILLIPS, 2012).
A Figura 3 apresenta uma cadeia de valor. Nela, em sua parte inferior, é
possível observar que as atividades primárias de valor adquirem a matéria-
-prima, produzem, comercializam e fornecem serviços pós-vendas. Já as
atividades de valor de apoio, apresentadas na parte superior do gráfico,
são compostas por infraestrutura da empresa, gestão de recursos humanos,
suprimentos e TI (BALTZAN; PHILLIPS, 2012).
8 Competindo com a tecnologia da informação

Figura 3. Cadeia de valor.


Fonte: Baltzan e Phillips (2012, p. 25).

Um exemplo de atividade possibilitada pela TI é a implementação de um


sistema de recursos humanos que gerencie o desempenho de forma eficiente,
garantindo, assim, um plano de recompensa justo. Por meio desse sistema,
também é possível identificar funcionários que podem deixar a empresa e, então,
proporcionar a eles novos desafios e oportunidades que os motivem a permanecer.
Para Burgelman, Christensen e Wheelwrigth (2012), a estratégia tecnológica
de uma organização está intrinsicamente ligada à evolução das suas capacita-
ções técnicas. No entanto, estas são influenciadas de forma significativa pela
evolução das áreas mais abrangentes da tecnologia de que elas são parte —
áreas essas que evoluem, em sua maioria, independentemente da organização.
Dentre os mais diversos usos estratégicos da TI, há alguns que merecem
destaque, como o PRM (partner relationship management), o CRM (customer
relationship management) e o SCM (supply chain management), que garantem
sistemas e ferramentas para a gestão de relacionamento com parceiros, com
clientes e com toda a cadeia de suprimentos, respectivamente.

O impacto da TI nas operações


organizacionais
O uso da TI nas operações organizacionais traz ganhos efetivos para as em-
presas, seja quando utilizada como suporte eficiente nas operações diárias,
seja quando ela é empregada estrategicamente com sistemas de informação.
Ao criar estratégias empresariais com uso da TI para o desenvolvimento de
produtos, serviços e capacidades, a organização tem grandes vantagens no
mercado em que atua.
Competindo com a tecnologia da informação 9

De acordo com O’Brien e Marakas (2013), uma das principais implementa-


ções das estratégias competitivas corresponde à reengenharia de processos
de negócio (BPR, do inglês business process reengineering), também chamada
apenas “reengenharia”. Essa estratégia combina a promoção de inovação do
negócio com a melhoria dos processos para que a empresa se diferencie no
mercado. Porém, cabe ressaltar que realizar mudanças radicais em busca de
mais eficiência e eficácia não é uma tarefa fácil. Tendo isso em conta, para
facilitar a reengenharia, os autores apontam como um dos passos iniciais o
uso de abordagens de redesenho organizacional.
Não se pode deixar de citar a importância da TI na BPR. Algumas caracte-
rísticas intrínsecas à TI — como velocidade, alta capacidade de processamento
de informação, conectividade dos equipamentos e tecnologia de comunicação
da internet — aumentam consideravelmente a eficiência em processos ope-
racionais organizacionais. No Quadro 1, é possível observar alguns aspectos
em que a BPR supera as melhorias empresariais (O’BRIEN; MARAKAS, 2013).

Quadro 1. Comparativo entre as melhorias empresariais e a BPR

Melhorias
empresariais BPR

Grau de mudança Incremental Radical

Processo de mudança Versão nova e Processo


melhorada do processo completamente novo

Ponto de partida Processos existentes Zero

Frequência de mudança Uma vez ou contínua Mudança periódica

Tempo necessário Curto Longo

Abrangência Pequena, dentro das Grande e interfuncional


funções

Horizonte Passado e presente Futuro

Participação De baixo para cima De cima para baixo

Modo de execução Cultural Cultural e estrutural

Habilitador primário Controle estatístico TI

Risco Moderado Alto

Fonte: Adaptado de O’Brien e Marakas (2013).


10 Competindo com a tecnologia da informação

Com a evolução tecnológica dos processos de comunicação, principalmente


com a expansão da internet, é cada vez mais necessário que as empresas
tenham um desempenho ágil. Aqui, entendemos a agilidade no desempenho
empresarial como a habilidade de uma empresa em “[...] prosperar em situa-
ções de mudanças rápidas e contínua fragmentação dos mercados globais em
busca de melhor qualidade, alto desempenho, oferta de produtos e serviços
configurados de acordo com o cliente” (O’BRIEN; MARAKAS, 2013, p. 58).
As empresas ágeis são capazes de produzir lucros no mercado ofere-
cendo aos clientes produtos variados e com curtos ciclos de vida. Ademais,
elas conseguem produzir pedidos de maneira individual e em quantidades
diferentes. Tais empresas “[...] dependem muito das tecnologias da internet
para integrar e gerenciar processos empresariais [...]”, ao mesmo tempo
em que “[...] disponibilizam o poder de processamento da informação para
tratar massas de consumidores como indivíduos” (O’BRIEN; MARAKAS,
2013, p. 59).

A internet e as redes similares a ela — intranets (dentro da empresa)


e extranets (entre uma empresa e seus parceiros comerciais) — torna-
ram-se as principais infraestruturas de TI, apoiando as operações empresariais
das mais diversas organizações.

Para que uma empresa se torne ágil, é necessário que ela implemente
quatro estratégias básicas, descritas a seguir (O’BRIEN; MARAKAS, 2013).

1. Oferecer ao cliente um produto ou serviço que seja visto por ele como a
solução para os seus problemas, de modo que os preços dos produtos
ou serviços possam ser baseados no valor da solução, e não no valor
do custo de produção.
2. Associar-se a seus consumidores e fornecedores, bem como a outras
empresas (inclusive as concorrentes), a fim de poder levar seus
produtos ao mercado da maneira mais rápida e com o menor custo
possível.
3. Ser organizada a ponto de conseguir crescer em momentos de mudança
e incerteza. Isso se torna possível pelo uso de estruturas flexíveis
focadas no aproveitamento de oportunidades que venham a surgir.
4. Alavancar o impacto do seu pessoal e o conhecimento que ele tem, pois,
nutrindo um espírito empreendedor, a empresa incentiva a inovação,
a adaptação e o comprometimento do seu quadro de colaboradores.
Competindo com a tecnologia da informação 11

O Quadro 2 apresenta como a TI pode ajudar a empresa a se tornar uma


competidora ágil com o auxílio dos seus clientes, fornecedores e parceiros
de negócios.

Quadro 2. Modos como a TI pode auxiliar uma empresa a ser uma compe-
tidora ágil

Tipos de
agilidade Descrição Papel da TI

Cliente Habilidade para cativar os Tecnologias para


clientes na exploração de construir e melhorar
oportunidades inovadoras como comunidades de
fontes de ideias inovadoras, clientes virtuais para
como cocriadores de inovações projeto de produto,
e como usuários para testar avaliações e testes
ideias ou ajudar outros usuários
a conhecer a ideia

Parceria Habilidade para alavancar Tecnologias que


recursos, conhecimentos e facilitem a colaboração
competências dos fornecedores, entre empresas,
distribuidores, produtores como plataformas e
contratados e fornecedores de portais colaborativos,
logística na exploração e no uso sistemas de cadeia de
de oportunidades inovadoras suprimentos, etc.

Operacional Habilidade para obter Tecnologias para


velocidade, exatidão e custo a estruturação e
econômico na exploração de integração dos
oportunidades inovadoras processos empresariais

Fonte: Adaptado de O’Brien e Marakas (2013).

Considerando-se que o ambiente de negócios tem se tornado cada vez


mais dinâmico e global, a criação de uma empresa virtual pode ser a melhor
forma de se implementar estratégias de negócios e alianças importantes
para o sucesso organizacional (O’BRIEN; MARAKAS, 2013).
Portanto, para explorar rapidamente uma nova oportunidade de negó-
cio, é necessário que a empresa crie um negócio virtual, formando alianças
estratégicas que permitirão a ela reunir os componentes necessários para o
fornecimento da solução demandada pelos novos consumidores (Figura 4).
Convém destacar que isso só será possível por meio do uso dos principais
componentes digitais existentes, a saber, a internet, as intranets, as extranets
e as demais tecnologias de informação e comunicação disponíveis (O’BRIEN;
MARAKAS, 2013).
12 Competindo com a tecnologia da informação

Figura 4. Modelo de uma empresa virtual e suas relações.


Fonte: O’Brien e Marakas (2013, p. 60).

Há diversas estratégias utilizadas pelas empresas virtuais, dentre as quais


podemos destacar as seguintes (O’BRIEN; MARAKAS, 2013):

„„ compartilhamento de infraestrutura e riscos com parceiros;


„„ união de núcleos de competências que se complementam;
„„ redução do tempo entre a concepção e a venda por meio do
compartilhamento;
„„ aumento da cobertura de mercado e das instalações;
„„ obtenção de acesso a novos mercados e compartilhamento de mer-
cados ou fidelidade de clientes;
„„ migração da venda de produtos para a venda de soluções.

Assim, concluímos que os sistemas de informação desempenham diversos


papéis estratégicos nas organizações, por meio do uso de tecnologias que
auxiliam na construção de vantagens competitivas. Um ponto importante a
se destacar é o uso estratégico das tecnologias da internet para o comércio
eletrônico, que pode propiciar alguma vantagem competitiva.
A TI é peça imprescindível na implementação da BPR, uma vez que pos-
sibilita mudanças radicais que melhoram drasticamente sua eficiência e
Competindo com a tecnologia da informação 13

sua eficácia. No entanto, levando-se em consideração que o mercado tem


se tornado cada vez mais competitivo, cabe salientar que o uso de recursos
tecnológicos e sistemas de informação não é suficiente para garantir van-
tagem competitiva. É necessário que isso esteja associado às estratégias e
ao planejamento das organizações para que estas obtenham a atenção dos
consumidores e, assim, alcancem o sucesso.

Referências
AUDY, J. L. N.; ANDRADE, G. K. de; CIDRAL, A. Fundamentos de Sistemas de Informação.
Porto Alegre: Bookman, 2007.
BALTZAN, P.; PHILLIPS, A. Sistemas de informação. Porto Alegre: McGraw-Hill, 2012.
(Série A).
BURGELMAN, R. A.; CHRISTENSEN; C. M; WHEELWRIGTH, S. C. Gestão estratégica da
tecnologia e da inovação: conceitos e soluções. 5 ed. Porto Alegre: AMGH, 2012.
DAVENPORT, T. H.; MARCHAND, D. A.; DICKSON, T. Dominando a gestão da informação.
Porto Alegre: Bookman, 2004.
O’BRIEN, J. A.; MARAKAS, G. M. Administração de sistemas de informação: uma introdução.
Porto Alegre: AMGH, 2013.

Leituras recomendadas
LAURINDO, F. J. B. et al. O papel da tecnologia da informação (TI) na estratégia das
organizações. Gestão & Produção, v. 8, n. 2, p. 160–179, ago. 2001. Disponível em: http://
www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-530X2001000200005&lng=en
&nrm=iso Acesso em: 8 maio 2021.
LOPES, A. E. M. P. Limitadores ao progresso de um ecossistema empreendedor à luz da
gestão da tecnologia da informação. Revista Interdisciplinar Científica Aplicada, v. 14, n.
4, p. 39–61, 2020. Disponível em: https://rica.unibes.com.br/rica/article/view/1103/835.
Acesso em: 8 maio 2021.

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DICA DO PROFESSOR

O vídeo a seguir apresenta as principais forças enfrentadas pelas empresas nos seus ambientes
de negócios, além de possíveis estratégias competitivas que podem ser elaboradas para enfrentá-
las.

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EXERCÍCIOS

1) O tradicional modelo de competição elaborado por Michael Porter indica que para a
empresa sobreviver e ter sucesso é preciso que sejam desenvolvidas e implementadas
estratégias capazes de criar oposição aos seguintes fatores:

1) Rivalidade dos concorrentes dentro do setor.


2) Ameaça de novos concorrentes no setor e no mercado.
3) Ameaça causada por produtos substitutos que possam tomar uma parte do
mercado.
4) Poder de barganha dos clientes.
5) Poder de barganha dos fornecedores.

Como visto na Dica do Professor, para que a empresa consiga efetivamente combater
essas forças, sua estratégia pode estar relacionada com as seguintes estratégias
competitivas básicas: liderança em custos, diferenciação, inovação, crescimento e
aliança.

Analise as afirmações relacionadas com essas estratégias competitivas básicas e


identifique a alternativa CORRETA:

A) A aquisição, associação ou fusão de empresas, independentemente do seu segmento de


atuação, são exemplos clássicos da estratégia de inovação.

B) A estratégia de aliança envolve a busca por novas maneiras de fazer negócios, tanto em
termos de desenvolvimento de novos produtos e serviços quanto da entrada em mercados
exclusivos.

C) A estratégia de diferenciação pressupõe a produção de produtos e serviços com custos


mais baixos em relação à concorrência.

D) A estratégia de liderança em custos baseia-se no desenvolvimento de produtos e serviços


diferenciados daqueles oferecidos pelos competidores no mercado.

E) A expansão para novos mercados globais e a diversificação de produtos e serviços são


exemplos práticos da implementação da estratégia de crescimento.

2) A gestão das empresas precisa considerar o uso de estratégias básicas para concorrer
no mercado atual, pois diversas forças atuam, a todo momento, criando dificuldades
para que o sucesso seja alcançado. Nesse aspecto, a tecnologia da informação (TI)
pode colaborar para que os objetivos estratégicos sejam plenamente atingidos.
Normalmente, os investimentos em TI conseguem promover a fidelização de clientes e
fornecedores desde que sejam criados novos e valiosos relacionamentos com eles.
Considerando que a TI pode ser usada para implementar as estratégias básicas da
competitividade, analise as afirmações a seguir:

I. A estratégia de liderança em custos pode ser implementada pela criação de novos


produtos e serviços que incluam componentes de TI.
II. O desenvolvimento de parcerias virtuais pode ser feito com o apoio da TI,
implementando assim a estratégia de aliança.
III. Para implementar a estratégia de crescimento, a TI pode ser utilizada para
gerenciar a expansão regional e global da empresa.

De acordo com o conteúdo apresentado em Dica do Professor, está CORRETO o que


se afirma em:

A) Somente I e II.

B) Somente I e III.
C) Somente II e III.

D) Somente I.

E) I, II e III.

3) A tecnologia da informação (TI) precisa ser analisada sob um ponto de vista mais
amplo, isto é, como algo mais do que apenas um conjunto de tecnologias que auxiliam
e suportam as operações de negócios, grupos de trabalho e colaboração entre
empresas. Essa análise deve ser realizada levando-se em conta que a TI efetivamente
permite que a empresa mude a maneira como compete nos mercados em que atua.
Contudo, o uso estratégico da TI não é algo simples de ser alcançado, demandando
um amplo processo de planejamento e alinhamento estratégico entre as tecnologias e
o negócio da organização. Analise as afirmações que tratam a respeito do
alinhamento estratégico da TI e identifique a CORRETA:

A) A estratégia de TI restringe-se ao uso de ferramentas para aumentar o relacionamento da


empresa com seus clientes, especialmente com aqueles que movimentam maior volume
financeiro.

B) A gestão plena de TI precisa estar relacionada com o seu alinhamento ao negócio, com a
tomada de decisão sobre a alocação de recursos e com a criação de mecanismos de
medição do sucesso do uso das tecnologias.

C) A TI consegue gerar valor para a estrutura de negócios das organizações, mas a tomada de
decisões estratégicas ainda não pode ser realizada com o seu apoio, pois os sistemas de
informação não fornecem dados confiáveis.

D) O alinhamento estratégico entre a TI e os negócios da organização deve focar as áreas


funcionais de maior importância, pois os custos para abranger toda a organização são
elevados.
E) O pleno relacionamento da TI com a estratégia de negócios da empresa visa a garantir a
retirada da concorrência do mercado, gerando novos produtos e serviços com maior
qualidade.

4) Diversos especialistas concordam que uma das mais importantes implementações das
estratégias competitivas é a reengenharia de processos de negócios, normalmente
chamada apenas de reengenharia. Ela pode ser entendida como uma reavaliação
fundamental dos processos empresariais, objetivando conseguir melhorias em custos,
qualidade, velocidade e atendimento. Além disso, a reengenharia combina a
estratégia básica de promover inovação no negócio com a estratégia de promover
melhorias nos processos para que a empresa se transforme em um concorrente mais
forte no mercado.
Analise os itens a seguir que estão relacionados com a reengenharia de processos de
negócios:
I. O benefício gerado pela reengenharia elimina o risco de falhas organizacionais nos
processos de negócios.
II. A reengenharia de processos de negócios demanda um grau de mudança radical e
normalmente demanda um período mais longo de tempo para ser realizada.
III. Os recursos de TI podem aumentar consideravelmente a eficiência dos processos
empresariais, exceto aqueles relacionados com a comunicação interpessoal dos
colaboradores. ,Está CORRETO SOMENTE o que se afirma em:

A) I.

B) II.

C) III.

D) II e III.

E) I e III.

5) A estratégia básica de diferenciação consiste em utilizar os atributos da TI para


reduzir as vantagens de diferenciação dos concorrentes e direcionar produtos e
serviços para nichos de mercado selecionados. PORQUE a estratégia de
diferenciação é a mais indicada e a que promove melhores resultados quando a
empresa pretende alinhar sua estratégia de negócios com o uso de TI. Analisando as
afirmações acima, conclui-se que:

A) As duas afirmações são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira.

B) As duas afirmações são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira.

C) A primeira afirmação é verdadeira, e a segunda é falsa.

D) A primeira afirmação é falsa, e a segunda é verdadeira.

E) As duas afirmações são falsas.

NA PRÁTICA

Normalmente, uma empresa espera que a utilização estratégica da tecnologia da informação (TI)
em seu ambiente funcione como sustentação das suas operações de negócios, além de permitir o
desenvolvimento de novas estratégias competitivas.Entretanto, medir os resultados deste apoio
da TI à organização é uma tarefa complexa. Muitas vezes os gestores têm a percepção de que a
TI não está totalmente alinhada com as estratégias de negócios.

Veja um exemplo.
SAIBA MAIS

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:

TI alinhada às estratégias de negócios


Seja para aumento do desempenho de vendas, integração de sistemas ou para redução de custos,
qualquer tipo de negócio pode se beneficiar com o alinhamento da TI às áreas estratégicas de
negócios

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Fundamentos de Sistemas de Informação

AUDY, Jorge Luis Nicolas; ANDRADE, Gilberto Keller de; CIDRAL, Alexandre.
Fundamentos de Sistemas de Informação. Porto Alegre: Bookman, 2007. (Capítulo 4)
Tecnologias de entrada, saída e
armazenamento de dados I

APRESENTAÇÃO

Nesta Unidade de Aprendizagem estudaremos como as tecnologias de entrada e saída de dados


facilita o manuseio dos computadores e de outros dispositivos.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Explicar o papel dos periféricos na comunicação com os equipamentos tecnológicos e com


os usuários.
• Identificar as características básicas dos principais periféricos de entrada e saída.
• Diferenciar periféricos de entrada e periféricos de saída.

DESAFIO

Nos últimos anos, diversos periféricos foram lançados no mercado para tentar facilitar o uso dos
equipamentos tecnológicos pelos usuários. Desde o desenvolvimento de avançadas mesas
digitalizadoras até incrementos discretos nos teclados e mouses, os fabricantes procuram a todo
o momento produzir novas formas para melhorar a interação das pessoas com as tecnologias. No
mercado atual é possível encontrar um grande número de periféricos, tanto de entrada como de
saída, cujo papel principal é o de aumentar a eficiência no uso da tecnologia da informação pelas
pessoas. Entretanto, é importante que a aquisição e o uso de cada periférico seja bem planejado,
evitando-se situações como insatisfação com o recurso tecnológico em função de expectativas
não atendidas. Para isso, as pessoas e organizações precisam pesquisar e conhecer bem as
características de cada periférico, para que o processo de escolha seja facilitado. Neste contexto,
faça uma pesquisa a respeito das características básicas dos principais periféricos de entrada e
saída. Com os resultados desta pesquisa, elabore uma tabela contendo pelo menos três
periféricos de entrada e três de saída. Para cada periférico incluído na tabela, especifique pelo
menos um ponto positivo e um ponto negativo de sua utilização.
INFOGRÁFICO

Confira no infográfico a seguir os principais periféricos de entrada e saída de dados.

CONTEÚDO DO LIVRO

Existem diversas tecnologias que podem ser utilizadas pelas pessoas para informar dados a um
computador. Em casos específicos, duas ou mais tecnologias podem ser combinadas para
proporcionar maior facilidade aos usuários e melhor qualidade nos dados inseridos. Isso é
fundamental para que o computador saiba efetivamente qual a intenção do usuário ao manuseá-
lo. Neste contexto, acompanhe um trecho da obra Administração de Sistemas de Informação, de
O'Brien e Marakas, a qual serve de base teórica para a nossa Unidade de Aprendizagem. Inicie a
leitura na página 95 (começando no item Sistemas de reconhecimento de voz) e vá até a página
99 (terminando em “... de computadores do banco.”).

Boa leitura.
James A. O’Brien
George M. Marakas

ADMINISTRAÇÃO DE
SISTEMAS DE
INFORMAÇÃO

15ª Edição
O12a O’Brien, James A.
Administração de sistemas de informação [recurso
eletrônico] / James A. O’Brien, George M. Marakas ; tradução:
Rodrigo Dubal ; revisão técnica: Armando Dal Colletto. – 15.
ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : AMGH, 2013.

Editado também como livro impresso em 2013.


ISBN 978-85-8055-111-2

1. Administração de empresas. 2. Sistemas de informação.


I. Marakas, George M. II. Título.

CDU 658:004

Catalogação na publicação: Fernanda B. Handke dos Santos – CRB 10/2107


CAPÍTULO 3 • Hardware 95

FIGURA 3.16 Muitos


PDAs (assistentes digi-
tais pessoais) aceitam
entrada baseada em
caneta.

Fonte: © Comstock/PunchStock.

A tecnologia da computação baseada em caneta está sendo usada em muitos computadores


portáteis e assistentes digitais pessoais. Apesar da popularidade das tecnologias de telas sensíveis
ao toque, muitos ainda preferem usar uma caneta do que a ponta dos dedos. Os tablets PCs e
os PDAs contêm processadores velozes e softwares capazes de reconhecer e digitalizar textos
manuscritos, letras de forma e desenhos feitos à mão. Esses equipamentos têm uma camada sen-
sível à pressão, semelhante à da tela sensível ao toque, sob o visor de cristal líquido (LCD). Em
vez de escrever em um bloco de papel fixado em uma prancheta ou usar um teclado, o usuário
escolhe as opções, envia e-mail e escreve os dados diretamente no computador (ver Figura 3.16).
Existem variados tipos de dispositivos baseados em caneta, entre os quais a caneta digita-
lizadora e a mesa gráfica digitalizadora. A caneta digitalizadora pode ser usada como dispositivo
indicador ou para desenhar ou escrever na superfície sensível à pressão da mesa gráfica digita-
lizadora. O texto escrito ou o desenho feito à mão é digitalizado pelo computador, aceito como
entrada, exibido no visor e inserido no aplicativo.
O sistema de reconhecimento de voz está se tornando popular no universo corporativo entre as Sistemas de
pessoas não acostumadas com digitação, pessoas com necessidades especiais e viajantes a negócios, reconhecimento
e está sendo mais usado para ditados de textos, navegação entre as telas e pesquisas na web. de voz
O sistema de reconhecimento de voz pode ser o futuro da inserção de dados e certamente pro-
mete ser o método mais fácil de processamento de texto, navegação nos aplicativos e computa-
ção conversacional, já que a fala é o meio mais fácil e natural de comunicação humana. Hoje em
dia, a entrada desse tipo de sistema está mais viável tecnológica e financeiramente para diversas
aplicações. Os primeiros produtos com essa tecnologia usavam reconhecimento de voz discreta, em
que era necessária uma pausa entre cada palavra pronunciada. O novo software de reconhecimento
de voz contínua (CSR) reconhece falas de conversas contínuas (ver Figura 3.17).
O sistema de reconhecimento da voz digitaliza, analisa e classifica a voz e seus padrões
sonoros. O software compara os padrões de voz do usuário com os armazenados em um banco
de dados e transfere as palavras reconhecidas para o software do aplicativo. Normalmente, para
atingir alto nível de precisão, o sistema instalado no computador deve ser treinado para reco-
nhecer a voz e os padrões sonoros do usuário. O treinamento do sistema consiste na repetição
de diversas palavras e frases e no uso frequente do recurso.
96 MÓDULO II • Tecnologias da informação

FIGURA 3.17 Utili-


zação da tecnologia
de reconhecimento
da voz para processa-
mento de texto.

Fonte: © Tim Pennell/Corbis.

Os produtos de software de reconhecimento de voz contínua como Dragon Naturally Spe-


aking e ViaVoice da IBM possuem vocabulário composto de até 300 mil palavras. O treinamen-
to para atingir uma precisão de 95% pode levar horas. Muitas horas de uso, processadores velo-
zes e mais memória propiciam uma precisão de até 99%. Além disso, tanto o Microsoft Office
Suite 2003 como o XP trazem embutido um sistema de reconhecimento da voz para ditados e
comandos de voz para utilização do software.
Em situações de trabalho, os dispositivos de reconhecimento da voz permitem ao opera-
dor inserir dados sem o uso das mãos para digitar informações ou instruções e proporcionam
entrada mais precisa de dados. Por exemplo, as indústrias usam esse tipo de sistema em ativida-
des de inspeção, no estoque e no controle de qualidade de diversos produtos; e as companhias
aéreas e de entrega de encomendas, em atividades como separação de bagagens e pacotes. O
reconhecimento da voz também ajuda na operação do sistema operacional e dos pacotes de soft-
ware do computador mediante a entrada de dados e comandos por voz. Por exemplo, esse tipo
de software pode ser ativado por comando de voz para enviar e-mail e navegar na web.
Cada vez mais aplicações e mais produtos estão embutindo sistemas de reconhecimento
de voz independentes do interlocutor, que permitem ao computador reconhecer algumas pala-
vras de uma voz totalmente desconhecida. Por exemplo, o computador de mensagem de voz usa
software de reconhecimento de voz e resposta sonora para dirigir oralmente o usuário final
em diversas etapas de várias atividades. Normalmente, esse sistema permite ao computador
responder à entrada verbal ou do tom de toque telefônico. Entre os exemplos desse tipo de
aplicação, estão as centrais de atendimento telefônico computadorizado ou de telemarketing,
os serviços bancários de pagamento de contas por telefone, os serviços de cotação de ações,
os sistemas de matrícula de universidades e as consultas de saldos de contas bancárias e de
crédito de clientes.
Um dos mais recentes exemplos dessa tecnologia é o Ford Sync, que é um sistema de
comunicações e entretenimento para automóveis instalado na fábrica. O dispositivo foi desen-
volvido pela Ford Motor Company e pela Microsoft. O sistema foi oferecido em doze modelos
diferentes de Ford, Lincoln e Mercury na América do Norte nos modelos 2008, e está disponí-
vel na maior parte dos carros Ford 2009.
CAPÍTULO 3 • Hardware 97

O Ford Sync permite ao motorista instalar praticamente qualquer telefone celular ou apa-
relho reprodutor de mídia digital no veículo e operá-lo por meio de comando de voz, do volante
ou de controles manuais do rádio. O sistema também é capaz de receber e ler mensagens de
texto usando uma voz feminina digitalizada chamada “Samantha”. O Sync é capaz de interpretar
cerca de uma centena de mensagens taquigrafadas – como RMA para “rindo muito alto” – e
também pode ler palavrões, embora não vá decifrar acrônimos obscenos. O reconhecimento da
voz é atualmente comum no carro, em casa e no trabalho.
Poucas pessoas conseguem dimensionar a facilidade de trabalho e a melhoria do sistema de com- Digitalização
putação proporcionadas pelo uso do digitalizador. A sua função é transferir documentos para óptica
o computador com o mínimo de tempo e inconveniências, transformando praticamente tudo o
que esteja em papel – carta, logotipo ou foto – em formato digital reconhecido pelo computador.
O digitalizador pode ser uma ótima ajuda para tirar a pilha de papéis de cima da mesa e
transferi-la para o computador.
O dispositivo de digitalização óptica lê o texto ou os gráficos e os converte em entrada digital
para o computador. Assim, a digitalização óptica permite a entrada direta, no sistema do com-
putador, de dados de documentos originais. Por exemplo, um digitalizador compacto de mesa
pode ser usado para digitalizar páginas de texto e gráficos, e transferi-los aos aplicativos do com-
putador, para editoração e publicação na web. Também pode ser usado para digitalizar qualquer
tipo de documento e transferi-lo para o sistema a fim de organizá-lo em pastas, como parte do
sistema de biblioteca de gerenciamento de documentos, facilitando a consulta e a recuperação dos
dados (ver Figura 3.18).
Existem muitos tipos de digitalizadores ópticos, porém todos utilizam dispositivos fotoelétri-
cos para digitalizar os caracteres lidos. Os padrões de luz refletidos dos dados são convertidos em
impulsos eletrônicos e aceitos, então, como entrada no sistema do computador. Os digitalizadores
compactos de mesa tornaram-se bastante populares por causa do baixo custo e da facilidade de uso
com os sistemas de computadores pessoais. No entanto, maiores e mais caros, os digitalizadores do
tipo plano (scanners de mesa) são mais velozes e oferecem maior resolução na digitalização colorida.

FIGURA 3.18
Um sistema
moderno de
gerenciamento
de documen-
tos pode servir
como digitali-
zador óptico,
copiadora, fax e
impressora.

Fonte: Cortesia da Xerox.


98 MÓDULO II • Tecnologias da informação

FIGURA 3.19 Utili-


zação de um bastão
de digitalização óptica
para ler o código de
barras com os dados
de estoque.

Fonte: © Jeff Smith/The Image Bank/Getty Images.

Há outra tecnologia de digitalização óptica denominada reconhecimento óptico de ca-


racteres (optical character recognition - OCR). Os digitalizadores OCR têm capacidade para ler
caracteres e códigos de etiquetas de mercadorias, rótulos de produtos, recibos de cartões de cré-
dito, contas de luz, água etc., prêmios de seguro, passagens aéreas e outros documentos. Os digi-
talizadores OCR também são usados para classificar automaticamente a correspondência, contar
pontos de testes e processar diversos tipos de formulários de empresas e órgãos governamentais.
Dispositivos como os bastões de mão para digitalização óptica em geral são utilizados na
leitura de códigos de barras. Um exemplo comum é o código de barra UPC (código universal de
produto) usado em praticamente todos os produtos vendidos. Por exemplo, os digitalizadores
automáticos utilizados em caixas de supermercados fazem a leitura do código de barra UPC.
Esses equipamentos emitem feixes de laser que são refletidos no código, e a imagem refletida é
convertida em impulsos eletrônicos que são enviados para o computador da loja, a fim de iden-
tificar o preço do produto. Essa informação retorna para o terminal e é visualmente exibida e
impressa no recibo do cliente (ver Figura 3.19).

CSK Auto substitui formulários de papel por dados digitais

A CSK Auto Corp está colhendo os benefícios de um novo sistema de comprovação de remes-
sa (proof-of-delivery - POD), implantado em 2005 para ajudar a empresa de varejo de peças de
automóvel de US$ 1,6 bilhão a impulsionar seu desempenho. A CSK Auto possui mais de 1.100
lojas em 22 Estados que operam sob os nomes Checker Auto Parts, Schuck’s Auto Supply, e
Kragen Auto Parts, bem como um negócio por atacado. A CSK Auto, que transporta quase 20
mil produtos automotivos, tinha de providenciar a impressão de centenas de milhares de for-
mulários de várias vias enquanto motoristas entregavam autopeças aos seus clientes de atacado.
Os formulários precisavam ser armazenados em vários locais e às vezes eram extraviados, o que
resultava em sobrecarga dispendiosa.
Para resolver o problema, a empresa desenvolveu e implantou um aplicativo de com-
provação de remessa que roda em um computador portátil HHP Dolphin 2D, que inclui uma
câmera digital integrada. Quando um motorista conclui uma entrega, o recebimento de infor-
mações é capturado eletronicamente a partir de um código de barras, e o motorista tira uma foto
digital da assinatura no momento da entrega. Quando os motoristas retornam aos escritórios e
CAPÍTULO 3 • Hardware 99

devolvem as unidades portáteis, e os dados são transmitidos a um servidor da loja. Os clientes


podem ver as informações de entrega no site seguro da empresa.
A CSK Auto investiu US$ 1 milhão no sistema de comprovação de remessa, mas espera
uma grande economia, uma vez que estava gastando cerca de US$ 500 mil anualmente no sis-
tema baseado em papel. “Um dos interessantes e inesperados benefícios do sistema é que os de-
partamentos de contas a pagar de nossas maiores empresas agora nos pagam mais rapidamente, já
que a informação está mais facilmente disponível para eles”, diz Larry Buresh, vice-presidente-sênior
e gerente de tecnologia.

Fonte: Adaptado de George Hulme. “CSK Auto Replaces Paper Forms with Digital Data”. Information Week,
26 abril de 2005.

A tecnologia da tarja magnética é uma forma conhecida de entrada de dados que faz a leitura Tecnologias de
dos cartões de crédito. A camada da tarja magnética no verso desses cartões tem capacidade entrada
para armazenar até 200 bytes de informações. É nessa tarja que fica gravado o número da conta
do cliente, o qual pode ser lido por caixas automáticos de bancos, terminais de autorização de
cartões de crédito e vários outros tipos de leitores de tarja magnética.
Os cartões inteligentes (smart cards) com microprocessador e diversos quilobytes de me-
mória embutidos em cartões de débito, crédito e outros são comuns na Europa e estão cada
vez mais disponíveis nos Estados Unidos. A Holanda serve de exemplo: milhões de cartões de
débito inteligentes são emitidos pelos bancos do país. Esses cartões de débito armazenam um
saldo em dinheiro e permitem transferir eletronicamente qualquer montante a outras pessoas
para pagamento de pequenos itens e serviços. O saldo do cartão pode ser reabastecido nos caixas
automáticos ou em qualquer outro terminal. Os cartões de débito inteligentes usados na Ho-
landa têm um microprocessador e memória de 8 ou 16 KB, mais a tarja magnética comum. Os
cartões inteligentes são muito usados para pagamentos em parquímetros, máquinas de venda de
itens variados, bancas de jornais, telefones e lojas.
As câmeras digitais representam outro conjunto de tecnologia de entrada em franco
crescimento. As câmeras digitais de fotos ou de vídeo permitem capturar, armazenar e carregar
fotos ou vídeos com movimento pleno e com áudio no computador. Essas imagens digitalizadas
podem ser editadas ou melhoradas por meio de software de edição de imagem, e inseridas em
jornais, relatórios, apresentações multimídia e páginas web. Os telefones celulares comuns de
hoje também incluem o recurso de câmera de vídeo.
Os sistemas de computação dos bancos fazem a leitura magnética de cheques e recibos
de depósito usando a tecnologia de reconhecimento de caracteres em tinta magnética
(magnetic ink character recongnition - MICR). Os computadores têm capacidade, portanto, para
separar e depositar os cheques nas contas corretas. Esse processamento é possível por causa do
número de identificação do banco e da conta do cliente impressa na parte inferior da folha de
cheque com uma tinta à base de óxido de ferro. O primeiro banco a receber o cheque emitido
deve codificar o valor em tinta magnética impresso no canto inferior direito do cheque. O
sistema MICR utiliza 14 caracteres (os dez dígitos decimais e quatro símbolos especiais) de
formato padronizado. O equipamento leitor-classificador faz a leitura do cheque inicialmente
magnetizando os caracteres impressos em tinta magnética para, depois, captar o sinal emitido
por caracteres e transferi-lo para o cabeçote de leitura. Desse modo, os dados são capturados
eletronicamente pelos sistemas de computadores do banco.

O computador fornece as informações em diversos formatos. Documentos impressos e exibidos Tecnologias


na tela sempre foram, e ainda são, as formas mais comuns de saída dos sistemas de computação.
No entanto, outras tecnologias de saída naturais e atraentes, como sistemas de resposta de voz e de saída
saídas multimídia, são cada vez mais usadas em aplicações corporativas.
Por exemplo, vários produtos de consumo produzem saída de voz e áudio gerada por
microprocessadores de áudio e fala. Os softwares de mensagem de voz permitem aos sistemas de
mensagens e correio de voz de PCs e servidores interagir com os usuários por meio de respos-
ta de voz, e, evidentemente, saídas multimídia são comuns em sites da internet e das intranets
corporativas.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
DICA DO PROFESSOR

No vídeo a seguir são apresentados os principais periféricos de entrada e saída de dados, suas
características básicas e como ocorre a sua interação com o computador.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

EXERCÍCIOS

1) Os periféricos possuem papel fundamental na interação dos usuários com os sistemas


de computação. Seja para a entrada ou saída de dados, eles normalmente se
conectam ao equipamento tecnológico e passam a enviar e receber instruções.
Dependendo do tipo e da qualidade do periférico, as respostas são mais rápidas, o que
proporciona satisfação aos seus usuários. Analise as afirmações e identifique aquela
que apresenta apenas periféricos de entrada:

A) Caixa de som, teclado e mouse.

B) Fone de ouvido, sistema de multimídia e webcam.

C) Leitores biométricos, webcam e unidade de DVD.

D) Mouse, monitor de vídeo e impressora.

E) Unidade de DVD, tela sensível ao toque e fone de ouvido.

2) Periférico é um nome genérico dado a qualquer dispositivo de entrada, saída e


armazenamento secundário, parte de um sistema de computação, mas não da
Unidade Central de Processamento (CPU). Para o seu pleno funcionamento, os
periféricos precisam de conexões diretas ou ligações de telecomunicações com a CPU
de um sistema de computação. Neste contexto, analise as afirmações a seguir:
I. Todos os periféricos de entrada, saída e armazenamento são considerados como
dispositivos on-line.
II. Dispositivos off-line não estão diretamente ligados a um computador, mas podem
ser controlados pela CPU.
III. Os periféricos ficam separados da CPU, mas podem estar eletronicamente
conectados a ela ou serem controlados por ela.

Está CORRETO SOMENTE o que se afirma em:

A) I e II.

B) I e III.

C) II e III.

D) II.

E) III.

3) Leia as seguintes afirmativas:

( A qualidade da imagem da tela depende do tipo de monitor de vídeo usado e da


placa de circuito gráfico instalada no computador...

...PORQUE...

(2) ...os avanços na tecnologia, como os recursos de matriz ativa e feixe duplo,
proporcionam melhoria nas cores e maior nitidez nos monitores de cristal líquido -
Liquid Crystal Display (LCD).

A respeito dessas duas frases, assinale a alternativa CORRETA.

A) As duas afirmações são verdadeiras e a segunda justifica a primeira.


B) As duas afirmações são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira.

C) A primeira afirmação é verdadeira e a segunda é falsa.

D) A primeira afirmação é falsa e a segunda é verdadeira.

E) As duas afirmações são falsas.

4) O computador pode gerar e fornecer informações em diversos formatos. Caso o


usuário possua mais de um periférico de saída, ele poderá escolher qual deles
proporciona o formato mais adequado para suas necessidades. Os documentos
impressos e exibidos na tela sempre foram, e ainda são, as formas mais comuns de
saída dos sistemas de computação. Analise os itens abaixo que estão relacionados com
as tecnologias de saída de dados:
I. Tecnologias recentes e mais naturais, como sistemas de resposta de voz e saídas
multimídia, vêm sendo cada vez mais usadas pelas organizações.
II. As saídas impressas são mais baratas que as saídas de vídeo, motivo pelo qual o
seu uso é mais difundido, tanto pelas empresas quanto pelas pessoas.
III. No caso das empresas, o uso de impressoras como tecnologia de saída acaba
sendo obrigatório em função da necessidade de se manter registros físicos de todas as
informações organizacionais.

Está CORRETO SOMENTE o que se afirma em:

A) I.

B) II.

C) III.

D) I e II.
E) I e III.

5) As tecnologias modernas de entrada de dados fornecem aos usuários de


computadores uma interface natural e simplificada, permitindo o envio de comandos
e a inserção direta de dados no sistema de computação. Esses dispositivos acabaram
com a necessidade de registro dos dados em documentos-fonte (como formulários de
vendas ou orçamentos), eliminando, assim, a etapa adicional de digitação dos dados
no computador. Analise as afirmações relacionadas com as tecnologias de entrada de
dados e identifique a CORRETA:

A) O sistema de reconhecimento de voz está caindo em desuso, principalmente nas


organizações, pois necessita de grande espaço de armazenamento para ser salvo.

B) Os dispositivos de digitalização ótica leem textos ou gráficos e conseguem convertê-los


em entrada digital para o computador; no entanto, esses dispositivos ainda não conseguem
transferir os dados digitalizados para os aplicativos do computador.

C) Os dispositivos indicadores, como a superfície sensível ao toque, já são mais utilizados


para digitar dados e textos nos sistemas de computação do que os teclados.

D) Os sistemas de reconhecimento de texto manuscrito convertem textos com eficiência e


rapidez, e são capazes de identificar com boa precisão qualquer tipo de caligrafia.

E) Trackball, pointing stick e touchpad são dispositivos indicadores que operam dentro de
uma tela sensível ao toque para permitir a entrada de dados em um sistema de computação.

NA PRÁTICA

A Tecnologia da Informação (TI) nasceu e continua sendo desenvolvida para facilitar a


execução de tarefas por seus usuários. No caso das organizações, a TI consegue auxiliar
diretamente os colaboradores a desempenhar suas tarefas com maior eficiência e qualidade. As
tecnologias para entrada e saída de dados também possuem importante papel na gestão moderna,
pois auxiliam os usuários a ter uma interação mais produtiva com os computadores.

SAIBA MAIS

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:

AUDY, Jorge Luis Nicolas; ANDRADE, Gilberto Keller de; CIDRAL,


Alexandre. Fundamentos de Sistemas de Informação. Porto Alegre: Bookman, 2007.
(Capítulo 8).
Tecnologias de entrada, saída e
armazenamento de dados II

APRESENTAÇÃO

Nesta Unidade de Aprendizagem, estudaremos os fundamentos básicos relacionados com o


armazenamento em computador, analisando para isso, tecnologias como a memória RAM
(Random Access Memory), o disco magnético e a identificação por radiofrequência.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Apontar as características básicas do armazenamento em computador.


• Diferenciar as tecnologias utilizadas para armazenamento de dados.
• Discutir as possibilidades de uso prático da tecnologia de identificação por
radiofrequência.

DESAFIO

As tecnologias para armazenamento de dados passaram por diversas evoluções ao longo do


tempo. Desde os antigos disquetes até a recente memória flash, os especialistas buscam criar
soluções computacionais que efetivamente consigam resolver os problemas dos usuários em
relação a armazenamento. A maior dificuldade ainda continua sendo equacionar os custos com a
capacidade de armazenamento dos dispositivos.

Neste contexto, a tecnologia de identificação por radiofrequência (Radio-Frequency


Identification – RFID) foi desenvolvida para funcionar como um método de identificação
automática por meio de sinais de rádio, com possibilidade de armazenar e recuperar dados
remotamente em dispositivos chamados de “etiquetas RFID”. A RFID também pode ser
entendida como um sistema de etiquetagem e identificação de objetos móveis, como
mercadorias, pacotes de correio e, até mesmo, organismos vivos (como animais de estimação).

Através de um dispositivo especial conhecido como leitora de identificação por radiofrequência,


o sistema RFID possibilita a identificação dos objetos e o seu rastreamento conforme se
movimentam. Faça uma pesquisa sobre a tecnologia de identificação por radiofrequência
(RFID) e aponte pelo menos três possibilidades de uso prático no mundo corporativo.

INFOGRÁFICO

O infográfico a seguir mostra as relações observadas entre os diversos meios e dispositivos de


armazenamento.

CONTEÚDO DO LIVRO

Dentre as diversas tecnologias disponíveis para armazenamento de dados em computadores, os


discos magnéticos e ópticos se destacam pela sua capacidade de acesso rápido e grande
armazenamento por um custo razoável. Essas unidades que permitem o armazenamento de
grandes volumes de dados não podem ser entendidas como extravagância por parte de seus
usuários, especialmente se considerarmos o tamanho dos arquivos de vídeos e filmes, trilhas
sonoras e imagens com alta qualidade e resolução que rapidamente consomem espaços imensos
do disco. Neste contexto, acompanhe um trecho da obra Administração de Sistemas de
Informação, de O'Brien e Marakas, a qual serve de base teórica para a nossa unidade de
aprendizagem. Leia do tópico Discos magnéticos ao subtópico Aplicações de negócio.

Boa leitura.
James A. O’Brien
George M. Marakas

ADMINISTRAÇÃO DE
SISTEMAS DE
INFORMAÇÃO

15ª Edição
O12a O’Brien, James A.
Administração de sistemas de informação [recurso
eletrônico] / James A. O’Brien, George M. Marakas ; tradução:
Rodrigo Dubal ; revisão técnica: Armando Dal Colletto. – 15.
ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : AMGH, 2013.

Editado também como livro impresso em 2013.


ISBN 978-85-8055-111-2

1. Administração de empresas. 2. Sistemas de informação.


I. Marakas, George M. II. Título.

CDU 658:004

Catalogação na publicação: Fernanda B. Handke dos Santos – CRB 10/2107


106 MÓDULO II • Tecnologias da informação

Discos Unidades de disco magnético de multigigabytes não são uma extravagância, tendo em vista
arquivos de vídeos e filmes, trilhas sonoras e imagens com qualidade fotográfica que rapida-
magnéticos mente consomem espaços imensos do disco.
Os discos magnéticos são a forma de armazenamento secundário mais usada nos computado-
res. Essa utilização deve-se à capacidade de acesso rápido e de grande armazenamento por um
custo razoável. As unidades de disco magnético contêm discos de metal revestidos em ambos os
lados por um material de gravação de óxido de ferro. Diversos discos são montados em um eixo
vertical, que normalmente gira os discos a uma velocidade de 3.600 a 7.600 rotações por minuto
(rpm). Cabeçotes eletromagnéticos de leitura/gravação são posicionados por braços de acesso
entre os discos levemente separados para ler e gravar os dados em trilhas circulares e concên-
tricas. Os dados são gravados nas trilhas em minúsculos pontos magnetizados para formar os
dígitos binários dos códigos dos computadores. Cada trilha comporta a gravação de milhares de
bytes, e existem centenas de trilhas de dados em cada superfície do disco, proporcionando, assim,
bilhões de posições de armazenamento do software e dos dados (ver Figura 3.27).

Tipos de discos Existem diversos tipos de arranjos de disco magnético, inclusive cartuchos de discos removíveis
magnéticos e unidades fixas. Os dispositivos removíveis são populares porque podem ser transportados e
usados para armazenar cópias de segurança dos dados, que podem ser guardados em outro local
por questões de conveniência e segurança.
• Discos flexíveis, ou disquetes magnéticos, consistem em discos de filme de poliéster
cobertos por um composto de óxido de ferro. Um único disco é montado e gira li-
vremente dentro de uma capa plástica dura ou flexível, com aberturas de acesso para
acomodar o cabeçote de leitura/gravação de uma unidade de disco. O disco flexível de
3,5 polegadas, com capacidade de 1,44 MB, é a versão mais usada com uma tecnologia
de superdisco, oferecendo até 120 MB de armazenamento. A unidade de disco com-
pacto, ou ZIP drive, utiliza uma tecnologia semelhante à do disco flexível para fornecer
capacidade de até 750 MB de armazenamento em disco portátil. Os computadores de
hoje têm de tudo, mas eliminaram a inclusão de um drive para leitura de discos flexíveis,
embora esses drives possam ser encontrados em caso de necessidade.

Fonte: © Royalty Free/Corbis.

Fonte: © Stockbyte/PunchStock.

FIGURA 3.27 Unidade de disco rígido magnético e unidade de disco flexível de 3,5 polegadas.
CAPÍTULO 3 • Hardware 107

• As unidades de disco rígido combinam discos magnéticos, braços de acesso e cabeçotes


de leitura/gravação em apenas um módulo selado, o qual proporciona um ambiente
mais estável, com velocidades maiores, densidades maiores de gravação de dados e to-
lerâncias mais críticos. Estão disponíveis versões de cartuchos de disco fixas ou removí-
veis. A capacidade das unidades de disco rígido varia de algumas centenas de megabytes
a centenas de gigabytes de armazenamento.
Equipamentos de armazenamento de computador com arranjo redundante de discos indepen- Armazenamento
dentes (Raid) – caixas enormes, do tamanho de uma geladeira, repletas de dezenas de discos Raid
magnéticos interconectados, com capacidade para armazenar o equivalente a 100 milhões de
formulários de imposto de renda – raramente ficam congestionados – mas poderiam ficar.
Uma rede tão veloz e tão confiável abriu caminho para o ciberespaço e o e-commerce, sendo o
armazenamento de dados cada vez mais “turbinado” a base fundamental da internet.
Arranjos de unidades de disco rígido de microcomputadores interconectados substituíram as
unidades de grande porte e alta capacidade, e oferecem armazenamento direto praticamente
ilimitado. Conhecidos como Raid (arranjo redundante de discos independentes), eles com-
binam de seis a mais de cem pequenas unidades de disco rígido e microprocessadores de con-
trole em uma única unidade. As unidades de Raid proporcionam enormes capacidades (de 1 a 2
terabytes ou mais) com alta velocidade de acesso, porque os dados são acessados paralelamente
por diversos caminhos e a partir de vários discos. Essas unidades também propiciam capacidade
de tolerância contra falhas, já que o formato redundante permite múltiplas cópias dos dados em
diversos discos. Se um disco falhar, os dados poderão ser recuperados das cópias de reserva
automaticamente armazenadas em outros discos. Redes de armazenamento (SANs) são redes
locais de canais de fibra de alta velocidade que interconectam muitas unidades de Raid e, assim,
por meio dos servidores de redes, compartilham com vários usuários sua capacidade combinada.
Há várias classificações de Raid, e as novas implementações incluem não apenas versões de
hardware, mas também métodos de software. Os aspectos técnicos do Raid ultrapassam o escopo
deste livro e provavelmente também as necessidades dos modernos tecnólogos de negócios. É
suficiente notar que os mecanismos de armazenamento nas organizações modernas provavel-
mente se utilizam de algum tipo de tecnologia Raid. Em caso de interesse mais aprofundado
nessa tecnologia e no seu modo de funcionamento, há uma grande variedade de recursos de
internet disponíveis.
O armazenamento em fita não se restringe mais apenas a cópias de reserva. Os subsistemas Fita
do disco oferecem tempo de resposta mais rápido para os dados de missão crítica. No entanto,
o montante absoluto de dados que os usuários precisam acessar hoje em dia como parte das magnética
grandes aplicações empresariais, como para data warehouses, exige o uso de unidades de fitas
magnéticas, mais acessíveis financeiramente.
A fita magnética ainda é usada como meio de armazenamento secundário nas aplicações em-
presariais. Os cabeçotes de leitura/gravação das unidades de fita magnética gravam dados na
forma de pontos magnetizados na camada de óxido de ferro da fita de plástico. Os dispositivos
de fita magnética incluem cartuchos e carretéis de fita para sistemas de médio e grande portes,
e pequenas fitas cassete ou cartuchos para PCs. Os cartuchos de fita magnética substituíram os
carretéis em muitas aplicações e têm capacidade para conter mais de 200 MB.
Uma aplicação crescente da fita magnética nas corporações envolve o uso de cartuchos
de fita magnética de alta velocidade e 36 trilhas em unidade robotizada com vários drivers de
leitura/gravação, o que permite o acesso direto a centenas de cartuchos. Esses dispositivos ofe-
recem armazenamento de baixo custo como complementação dos discos magnéticos e atendem
à enorme necessidade de espaço para os dados e outras necessidades de acesso da empresa. Ou-
tras grandes aplicações da fita magnética são o armazenamento de arquivos de longo prazo e de
cópias de segurança para PCs e outros sistemas.
A tecnologia do disco óptico tornou-se uma necessidade, pois a maioria das empresas de soft- Discos ópticos
ware distribui seus volumosos programas em CD-ROM. Hoje em dia, muitas corporações
estão lançando seus próprios CDs para distribuição de produtos e informações corporativas
antes mantidas em estantes.
108 MÓDULO II • Tecnologias da informação

FIGURA 3.28 Com-


Capacidades das unidades de disco óptico
paração entre as capa-
cidades das unidades • CD-ROM
de disco óptico. A unidade de CD-ROM é uma forma econômica de ler os arquivos de dados e carregar o software no
computador, além de executar CDs de música.

• CD-RW
A unidade de CD-RW permite ao usuário criar seu próprio CD com dados personalizados para
manter cópias de segurança ou transferir dados. Também permite compartilhar arquivos de vídeo,
grandes arquivos de dados e de fotos digitais e outros arquivos volumosos com outros usuários que
tenham uma unidade de CD-ROM. Quaisquer unidades de CD-ROM possuem a mesma capacidade,
ou seja, toda unidade lê qualquer CD-ROM, CD de áudio e CD criado no gravador de CD.

• CD-RW/DVD
Uma combinação de CD-RW/DVD com todas as vantagens do CD-RW, CD-ROM e DVD-ROM em
uma única unidade. A unidade combinada de CD-RW/DVD permite a leitura de discos de DVD-ROM
e CD-ROM, a criação de CDs personalizados.

• DVD-ROM
A unidade de DVD-ROM permite a leitura de DVD de vídeo com cor e imagem cristalina e som
claro no computador pessoal. Com ela, o usuário está preparado para executar futuros softwares e
arquivos volumosos de dados que serão lançados em DVD-ROM. Uma unidade de DVD-ROM tam-
bém consegue ler discos de CD-ROM, oferecendo efetivamente ao usuário completa capacidade de
leitura óptica em apenas um dispositivo.

• DVD+RW/+R com CD-RW


Uma unidade de DVD+RW/+R com CD-RW contém todas as tecnologias em um único dispositivo,
permitindo gravar discos de DVD+RW ou DVD+R e CD, além de ler DVD e CD. Ela permite a criação
de DVD para armazenar cópias de segurança e arquivos de dados de até 4,7 GB (isso representa até
sete vezes a capacidade do CD padrão de 650 MB) e até duas horas de vídeo digital MPEG2.

Fonte: Adaptado de “Learn More – Optical Drives”, www.dell.com.

Os discos ópticos, meio de armazenamento em franco crescimento, usam diversas tecnologias


alternativas (ver Figura 3.28). Uma das versões é o chamado CD-ROM (disco compacto com
memória somente de leitura). A tecnologia do CD-ROM utiliza discos compactos (CDs) de 12
centímetros (4,7 polegadas) semelhantes aos usados em sistemas de áudio estereofônico. Cada
disco tem capacidade para armazenar mais de 600 MB, o que equivale a mais de 400 discos
flexíveis de 1,44 MB ou mais de 300 mil páginas de texto digitado em espaço duplo. O laser
registra os dados gravando permanentemente pontos microscópicos em uma trilha espiral no
disco-mestre que serve de base para a produção em massa de CDs. Depois, as unidades de CD-
-ROM usam um dispositivo de laser para ler os códigos binários formados por esses pontos.
Outra tecnologia conhecida de disco óptico é o CD-R (disco compacto gravável). As
unidades de CD-R ou gravadores de CD são usados para gravar os dados de forma definitiva
no CD. A principal limitação tanto do CD-ROM como do CD-R é a impossibilidade de apa-
gar os dados gravados. No entanto, as unidades CD-RW (disco compacto regravável) gravam
e apagam os dados usando o raio laser para aquecer o ponto microscópico na superfície do
disco. Nas versões CD-RW de tecnologia óptico-magnética, uma bobina magnética muda as
propriedades reflexivas do ponto de uma direção a outra, gravando, assim, o código binário 1
ou 0. Um dispositivo a laser consegue ler os códigos binários do disco captando a direção da
luz refletida.
A tecnologia do DVD tem aumentado muito a capacidade e os recursos do disco óptico.
Os discos ópticos com tecnologia de DVD (videodisco digital ou disco versátil digital) tem ca-
pacidade de armazenar de cada lado do disco de 3 a 8,5 GB de dados de multimídia. Espera-se
que, com a alta capacidade e qualidade audiovisual, a tecnologia do DVD substitua a tecnologia
do CD para armazenamento de dados e acelere o uso de unidades de DVD para produtos mul-
timídia tanto de entretenimento doméstico como de computadores pessoais. Assim, os discos
de DVD-ROM vêm substituindo cada vez mais os videocassetes de fita magnética para filmes
e outros produtos multimídia, ao passo que os discos de DVD-RW estão sendo usados para
armazenar cópias de segurança e grandes arquivos de dados e multimídia (ver Figura 3.29).
CAPÍTULO 3 • Hardware 109

FIGURA 3.29 O
armazenamento em
disco óptico inclui
tecnologia de CD e
DVD.

Fonte: Photodisc/Getty Images.

O processamento de imagens é a principal aplicação dos discos ópticos nos sistemas de médio Aplicações de
e grande portes, já que permite o armazenamento prolongado de arquivos históricos de ima- negócio
gem de documentos. Instituições financeiras, entre outras, utilizam digitalizadores ópticos para
capturar imagens de documentos digitalizados e armazená-las em discos ópticos como meio
alternativo para a microfilmagem.
Uma das principais aplicações empresariais dos discos de CD-ROM em computadores
pessoais é como meio de publicação, para permitir rápido acesso a materiais de referência de
forma compacta e conveniente. Entre esses materiais estão catálogos, listas telefônicas, manuais,
resumos periódicos, listas de peças e banco de dados estatísticos de atividades econômicas e
comerciais. As aplicações de multimídia interativa nas atividades empresariais, educacionais e
de entretenimento também utilizam bastante os discos ópticos. A grande capacidade de ar-
mazenamento dos discos de CD e DVD é escolha natural para videogames, vídeos educativos,
enciclopédias de multimídia e apresentações publicitárias para computador.

Uma das tecnologias de armazenamento mais recentes e que mais cresce é a identificação por Identificação
radiofrequência (radio frequency identification - RFID). A RFID é um sistema de etiquetagem e
identificação de objetos móveis, como mercadorias de estoque, pacotes postais e, algumas vezes, por radio-
até mesmo de organismos vivos (como animais de estimação). Por meio de um dispositivo espe- frequência
cial denominado leitora de identificação por radiofrequência, o sistema RFID permite identifi-
car os objetos e rastreá-los conforme eles se movimentam.
O sistema de RFID utiliza uma minúscula (às vezes menor que um grão de areia) peça de
hardware denominada circuito integrado de RFID, o qual possui uma antena para transmitir e re-
ceber sinais de rádio. Atualmente, existem dois tipos gerais desse circuito: passivo e ativo. O circuito
de RFID passivo não possui gerador de energia e tem de extraí-la do sinal enviado da leitora, ao
passo que o circuito de RFID ativo gera energia própria e não precisa estar perto da leitora para
transmitir os sinais. O circuito de RFID pode ser fixado em objetos ou, no caso de alguns sistemas
de RFID passivos, introduzido nos objetos. Um uso recente dessa tecnologia é para a identifica-
ção de animais de estimação, como cães e gatos. Com um minúsculo circuito injetado sob a pele,
os animais podem facilmente ser identificados caso se percam, pois esse tipo de circuito contém
informações do proprietário do animal para um eventual contato. Seguindo adiante nessa linha, o
Departamento de Administração de Segurança nos Transportes dos Estados Unidos está avaliando
a possibilidade de embutir identificações de RFID nos cartões de embarque das companhias aéreas
para acompanhar a movimentação dos passageiros.
Sempre que a leitura dentro de um perímetro enviar sinais apropriados a um objeto, o
circuito de RFID associado responde oferecendo as informações solicitadas, como o número
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
DICA DO PROFESSOR

Neste vídeo, iremos apresentar as características básicas dos principais meios e dispositivos de
armazenamento, tanto aqueles categorizados como primários (memória RAM, por exemplo)
quanto os secundários (disco rígido, por exemplo).

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

EXERCÍCIOS

1) Os dados são processados e armazenados no sistema do computador a partir da presença ou


ausência de sinais eletrônicos ou magnéticos no conjunto de circuitos do computador ou no
meio de armazenamento utilizado. Este processo é conhecido como “dois estados ” ou
representação binária dos dados, já que o computador apresenta apenas dois estados
possíveis – ligado ou desligado. O menor elemento de um dado é chamado de “bit”, sigla para
dígito binário, que tem valor 0 (zero) ou 1 (um). Os códigos do computador, como o American
Standard Code For Information Exchange (ASCII), usam diversas combinações de bits para
formar bytes que representam os números de 0 a 9, as letras do alfabeto e muitos outros
caracteres, como pode ser visto na figura a seguir.

Utilizando a codificação ASCII da figura como base, o código abaixo se refere a qual palavra?
01010100010001010100001101001110010011110100110001001111010001110100100101000001

A) Armazenamento.

B) Computador.

C) Informação.

D) Memória.

E) Tecnologia.

2) Para que a Unidade Central de Processamento - Central Processing Unit (CPU)


obtenha o máximo desempenho do computador, a memória precisa constantemente
alimentar o processador com instruções. Quanto mais rápidas as CPUs, mais rápidas
e maiores são as memórias. O armazenamento primário (memória principal) do
computador consiste em circuitos integrados de memória semicondutora, a qual
armazena as informações necessárias para o computador processar os aplicativos. Os
dois tipos básicos de memória semicondutora são chamados de memória de acesso
aleatório - Random Access Memory (RAM) e memória somente de leitura - Read-Only
Memory (ROM)s. Neste contexto, analise as afirmações a seguir:
I. A memória RAM pode ser utilizada apenas para leitura e não para gravação de
dados.
II. A memória ROM é utilizada para armazenamento permanente de dados, isto é,
ela não possui a volatilidade da memória RAM. Suas variações são conhecidas como
Prom e Eprom.
III. Os principais atrativos deste tipo de memória são o reduzido tamanho, a alta
velocidade e a boa resistência contra choques e altas temperaturas. Está CORRETO
o que se afirma em:

A) Somente I.
B) Somente II.

C) Somente II e III.

D) I, II e III.

E) Somente I e III.

3) Leia as seguintes afirmativas:

( As unidades de armazenamento conhecidas como Arranjo Redundante de Discos


Independentes (RAID) combinam de seis a mais de cem pequenas unidades de disco
rígido e microprocessadores de controle em uma única unidade, proporcionando
enorme capacidade com alta velocidade de acesso... ...Porque... ( ...os dados nestas
unidades são acessados paralelamente por diversos caminhos e a partir de vários
discos. A respeito dessas duas frases, assinale a alternativa CORRETA.

A) As duas afirmações são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira.

B) As duas afirmações são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira.

C) A primeira afirmação é verdadeira, e a segunda é falsa.

D) A primeira afirmação é falsa, e a segunda é verdadeira.

E) As duas afirmações são falsas.

4) Os dispositivos de armazenamento são componentes capazes de gravar dados para


um sistema computacional, podendo ser classificados para uso de armazenamento
primário ou secundário. No caso dos dispositivos de armazenamento que compõem a
memória secundária, eles podem ser removíveis ou não removíveis. O disco rígido -
Hard Disk (HD) e o disco de estado sólido - I (SSD) são exemplos de dispositivos que,
normalmente, ficam permanentemente no interior do computador, onde os softwares
são instalados para uso. Analise os itens abaixo que estão relacionados com os discos
rígidos, fita magnética e discos ópticos:
I. O SSD é um circuito integrado ou um chip, comumente utilizado em netbooks e
outros equipamentos de tamanho reduzido.

II. A fita magnética é o meio de armazenamento mais utilizado pelas aplicações


empresariais, porém restrita à realização de cópias de reserva (backup) dos dados
corporativos.

III. O processamento de imagens é a principal aplicação dos discos ópticos nos


sistemas de médio e grande portes, pois permitem o armazenamento de grandes
volumes de dados em diferentes mídias, como CD-ROM, DVD-ROM e Memória
RAM.

Está CORRETO o que se afirma:

A) I.

B) II.

C) I e II.

D) I e III.

E) I, II e III.

5) Uma das tecnologias de armazenamento mais recentes e que mais cresce no mercado
atual é a identificação por radiofrequência (Radio Frequency Identification – RFID).
A RFID é um sistema de etiquetagem e identificação de objetos móveis, como
mercadorias de estoque, pacotes postais e, algumas vezes, até mesmo de organismos
vivos (como animais de estimação). Por meio de um dispositivo especial chamado
leitora de identificação por radiofrequência, o sistema RFID permite identificar os
objetos e rastreá-los conforme eles se movimentam.

Analise as afirmações relacionadas com a tecnologia RFID e identifique a


CORRETA:

A) A principal vantagem da tecnologia RFID é que ela se mostra totalmente protegida de


acessos indevidos feitos por hackers.

B) O circuito de RFID ativo não possui gerador de energia e tem de extraí-la do sinal enviado
da leitora.

C) O circuito de RFID pode ser fixado em objetos ou, no caso de alguns sistemas de RFID
passivos, introduzidos nos objetos.

D) O sistema RFID utiliza uma grande peça de hardware denominada circuito integrado de
RFID, o qual possui uma antena para transmitir e receber sinais de rádio.

E) Os chips RFID podem ser conectados tanto via radiofrequência, ou seja, livre de fios,
quanto por meio de cabos de rede desenvolvidos especialmente para uso com estes
dispositivos.

NA PRÁTICA

A RFID vem tendo sua utilização ampliada para diversos ramos de negócios. Seja para o
rastreamento de cargas, seja para o controle de inventário em supermercados, o uso das etiquetas
RFID proporciona agilidade e simplicidade para as empresas que buscam inovações nos seus
processos de controle.
SAIBA MAIS

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:

Tecnologia de Identificação por radiofrequência: fundamentos e aplicações em automação


de bibliotecas

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Administração de Sistemas de Informação.


Telecomunicações e redes I

APRESENTAÇÃO

Nesta Unidade de Aprendizagem, estudaremos os conceitos básicos relacionados com


Telecomunicações e Redes, analisando os impactos causados no ambiente organizacional pela
utilização dessas tecnologias.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Explicar o conceito de rede.


• Diferenciar internet, intranet e extranet.
• Reconhecer a importância das redes para aumentar a colaboração entre as pessoas.

DESAFIO

As redes de computadores foram fundamentais para aumentar o poder de comunicação das


empresas nos últimos anos, seja com seus funcionários, seja com seus parceiros de negócios,
como clientes e fornecedores. A criação de ambientes interligados facilita bastante o
compartilhamento de informações, além de promover maior produtividade aos envolvidos. Uma
das formas de se interligar os sistemas da empresa com seus parceiros de negócios é através de
uma estrutura tecnológica conhecida como extranet. Neste ambiente, os usuários devidamente
registrados podem encontrar diversas funcionalidades de acordo com seu perfil. Caso seja um
fornecedor, o ambiente disponibilizará funções relacionadas com os processos de fornecimento
de produtos à empresa, por exemplo, uma cotação de preços. Neste contexto, considere que você
é o responsável por interligar o ambiente tecnológico de uma empresa com seus clientes e
fornecedores em uma extranet. Liste pelo menos três funcionalidades a serem disponibilizadas
para os clientes e outras três para os fornecedores.

INFOGRÁFICO
Veja no infográfico a seguir as principais formas de uso da internet.

CONTEÚDO DO LIVRO

O uso de redes de telecomunicações mudou drasticamente a forma como as pessoas se


comunicam e os meios utilizados pelas empresas para fazer negócios. O entendimento correto
do conceito de rede é fundamental para que seja possível compreender como as empresas atuam
neste novo contexto. Acompanhe um trecho da obra Administração de Sistemas de Informação,
de O'Brien e Marakas, a qual serve de base teórica para a nossa unidade de aprendizagem. Leia
até o final do tópico Tendências da tecnologia.

Boa leitura.
James A. O’Brien
George M. Marakas

ADMINISTRAÇÃO DE
SISTEMAS DE
INFORMAÇÃO

15ª Edição
O12a O’Brien, James A.
Administração de sistemas de informação [recurso
eletrônico] / James A. O’Brien, George M. Marakas ; tradução:
Rodrigo Dubal ; revisão técnica: Armando Dal Colletto. – 15.
ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : AMGH, 2013.

Editado também como livro impresso em 2013.


ISBN 978-85-8055-111-2

1. Administração de empresas. 2. Sistemas de informação.


I. Marakas, George M. II. Título.

CDU 658:004

Catalogação na publicação: Fernanda B. Handke dos Santos – CRB 10/2107


206 MÓDULO II • Tecnologias da informação

Seção I A empresa em rede

A empresa Quando os computadores são conectados em rede, há uma convergência de duas áreas – infor-
mática e comunicação –, e o resultado é muito mais amplo que uma simples soma das partes.
em rede Repentinamente, os aplicativos de informática tornam-se disponíveis para coordenação e co-
mercialização empresa-empresa, tanto de pequeno como de grande porte. A internet global
cria uma área pública sem limites geográficos – o ciberespaço – onde cidadãos comuns podem
interagir, divulgar ideias e adquirir mercadorias e serviços. Em suma, o impacto tanto da
informática como da comunicação na estrutura social e organizacional é muito maior.
Desse modo, as tecnologias de telecomunicações e de redes estão interconectando e revolucio-
nando empresas e sociedade. As corporações se transformaram em empresas em rede. A inter-
net, a web, a intranet e extranet estão conectando funcionários e processos corporativos a clien-
tes, fornecedores e terceiros interessados nas empresas. As companhias e os grupos de trabalho
podem, assim, trabalhar em conjunto com mais criatividade, gerenciar operações e recursos
empresariais com mais eficácia e competir com êxito na atual economia global em contínua
mudança. Este capítulo apresenta os princípios básicos de telecomunicações e redes aplicados a
esses desenvolvimentos.
Leia o “Caso do mundo real 1” sobre tecnologia de rede pública sem fio. É possível apren-
der muito sobre o futuro das fronteiras entre o ser humano e o computador e suas aplicações
comerciais a partir desse caso (ver Figura 6.1).

O conceito Como este capítulo enfoca sistemas e tecnologias da informação, é fácil pensar em rede em
termos de conexão de computadores. No entanto, para entender bem a finalidade da imple-
de rede mentação de redes de computadores, é importante compreender o conceito de rede no sentido
mais amplo.
O termo rede significa, por definição, cadeias, grupos ou sistemas interconectados ou
inter-relacionados. Essa definição, a princípio, permite identificar qualquer tipo de rede: cadeia
de hotéis, sistema viário, relação de nomes da agenda de endereços ou do PDA de um indivíduo,
sistema ferroviário, membros de uma igreja, clube ou organização. Os exemplos de rede são pra-
ticamente infinitos, e as redes de computadores, embora importantes e poderosas, não passam
de mais um simples exemplo desse conceito.
Essa definição pode ser expressa como uma fórmula matemática para calcular a quanti-
dade de conexões ou interações possíveis: N(N  1) ou N  N. Nessa fórmula, N refere-se ao
2

número de nós (pontos de conexão) da rede. Se a rede possuir poucos nós, a quantidade de co-
nexões possível será bem pequena. Usando a fórmula, é possível verificar que três conexões pro-
duzem apenas seis conexões possíveis. Uma rede constituída de dez nós produz quantidade bem
maior de conexões – 90. Quando existe uma grande quantidade de nós conectados, o número
de conexões possível aumenta bastante. Uma rede com cem nós tem 9.900 conexões possíveis,
e uma rede com mil nós possui 999 mil conexões possíveis. Esse tipo de progressão matemática
é denominado exponencial, o que significa que o aumento na quantidade de conexões é muito
maior que no número de nós. Caso acrescente apenas mais um nó em uma rede, a quantidade
de conexões aumenta muitas vezes mais. Imagine o efeito de acrescentar uma nova rampa de
entrada e saída de um sistema viário que conecte 30 mil cidades e bairros. Quantas novas cone-
xões essa rampa criaria? Talvez mais relevante seja o efeito da adição de outra pessoa, como um
amigo para a sua conta do Facebook, MySpace ou Plaxo. Se você tem cem amigos exclusivos, e
cada um deles tiver outros cem amigos exclusivos e o novo amigo tiver cem amigos exclusivos...
bem, você já entendeu tudo. A próxima seção abordará esse assunto.

Lei de Metcalfe Robert Metcalfe fundou a 3Com Corp., e criou o protocolo Ethernet para rede de compu-
tadores. Ele usou sua visão de rede para expressar o aumento exponencial, mencionado no
parágrafo anterior, em termos de potencial de valor de negócio. A lei de Metcalfe postula
que a capacidade de utilização – ou a utilidade – de uma rede é igual ao número de usuários elevado
ao quadrado.
CASO
DO MUNDO REAL 1 Starbucks e outros: o futuro do
Wi-Fi público

O s pontos de acesso Wi-Fi públicos são populares há


cerca de oito anos. Durante esse período, as empresas
prestadoras do serviço foram tateando, na tentativa de desco-
alternativas próximas. Em segundo lugar, fazendo que milhões de
clientes paguem antecipadamente, a Starbucks recebe o dinheiro
antes (em vez de esperar que as pessoas realmente tomem seu
brir como ganhar dinheiro com isso. O modelo dominante até café). Por último (e o melhor): no caso de perda, roubo ou ex-
hoje tem sido o de simplesmente cobrar pelo serviço. Pague travio dos cartões, a Starbucks fica com o dinheiro sem dar nada
US$ 20 por mês e você poderá acessar em qualquer um dos em troca.
nossos vários locais. Recentemente, no entanto, uma espécie Como os muitos cafés indie, o Bauhaus Books and Coffee,
de ponto de virada foi atingido: agora, em vez de ser alugado em Seattle, há muito tempo confia no acesso Wi-Fi gratuito
por uma taxa, o Wi-Fi vai ser cada vez mais cedido gratuita- para ajudar a atrair clientes. “À noite, toda a parte do bar próxi-
mente para motivar os clientes a comprar outros bens e ser- ma à janela fica cheia com pessoas usando seus computadores”,
viços. Atualmente o Wi-Fi é como a torradeira que os bancos diz Grace Heinze, que há 13 anos é gerente do Bahaus, situado
costumavam distribuir para quem abria uma nova conta. entre o centro de Seattle e o sofisticado bairro de Capitol Hill.
A Starbucks está liderando uma transição de Wi-Fi co- O Bauhaus tem prosperado apesar de todas as Starbucks que
brado para Wi-Fi como uma isca para levar as pessoas a gastar surgiram em seu entorno: 15 lojas em um raio de 1 quilômetro,
dinheiro em outras coisas. Isso provavelmente tem a ver com o e 38 em 1,5 quilômetros.
fato de a Starbucks estar enfrentando uma forte concorrência Será que Heinze está preocupada que seu artístico café,
pela multidão que toma café da manhã em concorrentes como cujo nome vem do movimento de arte alemão dos anos 1920, e
o McDonald’s, que também está sendo mais agressivo, liberan- repleto de recordações possa perder clientes para a Starbucks,
do o acesso gratuito ao Wi-Fi. agora que a empresa está disponibilizando seus ótimos recur-
A oferta da Starbucks poderá ser um golpe de gênio. A sos de Wi-Fi por duas horas diárias gratuitas para qualquer
empresa, junto com a AT&T, vai dar ao cliente duas horas gra- cliente? Na verdade, não.
tuitas de Wi-Fi por dia, mas somente com o uso de um cartão “As pessoas vêm aqui porque gostam de nossa atmosfe-
Starbucks. Se você quiser mais de duas horas, poderá pagar US$ ra e de nosso café”, diz Heinze. “Não estamos sentindo muita
19,99 por mês, o que também dará direito a Wi-Fi ilimitado pressão por causa disso.” Os pontos de acesso Wi-Fi começaram
oferecido pela AT&T em cerca de 70 mil pontos de acesso, em a surgir por volta do início do milênio. Impulsionados pela po-
89 países. A Starbucks não só supera outros vendedores de açú- pularidade crescente dos laptops, os cafés com acesso Wi-Fi ra-
car e cafeína, oferecendo acesso Wi-Fi, mas também difunde pidamente suplantaram os antiquados cibercafés, que pagavam
seu lucrativo cartão Starbucks e fornece um caminho para as os altos preços de aquisição e manutenção de computadores.
pessoas ansiosas em pagar pelo acesso ilimitado. Ainda assim, até alguns anos atrás, muitos cafés libera-
Os cartões Starbucks beneficiam a empresa de três manei- vam o acesso aos seus pontos de acesso Wi-Fi por meio de
ras. Em primeiro lugar, as pessoas com cartões ficam provavel- códigos dados apenas a clientes que pagavam, segundo Jack
mente mais propensas a escolher a Starbucks mesmo com outras Kelley, presidente regional em Seattle da Caffe Ladro. Havia
o temor de “que, se o Wi-Fi público fosse gratuito, o lugar
ficaria lotada de ‘campistas’”, conta Kelley, referindo-se a con-
sumidores que permanecem o dia inteiro sem comprar nada.
Mas isso não aconteceu depois que os doze cafés Ladro da área
de Seattle mudaram para o acesso Wi-Fi gratuito alguns anos
atrás. Hoje em dia, “não nos importamos se você vai se sentar
no estacionamento e usar o acesso”, diz Kelley. Questionado
sobre o impacto da decisão do Starbucks sobre sua empresa,
Kelly respondeu: “O Wi-Fi é gratuito em toda parte hoje em
dia. Será que a Starbucks não está um pouco ultrapassada?”
Conforme a pressão aumenta para tornar gratuitos os
pontos de acesso Wi-Fi, algumas operadoras estão se voltan-
do para publicidade na web a fim de compensar os custos ou
ganhar dinheiro. Esses anúncios são exibidos durante o login
ou na homepage do usuário. A JiWire fornece anúncios para
mais de 8 milhões de usuários por mês em várias redes Wi-Fi,
incluindo a Boingo, com taxas muito maiores do que das pági-
nas web comuns. No entanto, esse tipo de publicidade “parece
bruta” para Kelley, da Ladro. “É como todos aqueles anúncios
Fonte: Getty Images.
no cinema”, diz ele. “Acho que é excessivo.”
FIGURA 6.1 O acesso público sem fio pode estar em uma “Muitos fregueses dos cafés menores continuarão a
encruzilhada com os recentes movimentos em direção à apoiar a sua loja local, por lealdade, um ambiente único contra
livre prestação desse serviço baseada em publicidade. o de um corporação gigantesca, apoio da comunidade, a conve-