Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
3
1. Abordagem Sistémica e Departamental
1.1. Conceitualização de Sistema
Existem muitas definições para sistema na literatura. Ribeiro (2004) define que é um conjunto
de elementos, interagentes e interdependentes, cada qual com sua função específica, que
trabalha em sintónia para atingir determinado objectivo comum; ao passo que Faria (1980)
define sistema como um superfluxo integrador dos diversos fluxos sectoriais que resultam nas
actividades dos órgãos especializados, responsáveis pelo desempenho das funções típicas de
um organismo. Um grande sistema coordena fluxo e os subsistemas comportam fluxos
específicos. O sistema é, enfim, uma organização em acção. Ele afirma que esse conceito é
subtendido em decorrência das seguintes propriedades:
4
1.2. Abordagem sistêmica
A abordagem sistêmica é a abordagem de um objecto, situação ou matéria sob as regras de
um sistema, ou seja, mantendo uma perspectiva sistêmica, para determinar os elementos que o
compõem e a relação entre eles, bem como suas entradas e saídas de informações em relação
ao mundo fora do sistema. Este tipo de abordagem baseia-se na distinção entre o geral e o
particular e, assim, propõe duas leituras fundamentais a destacar:
5
Características principais: conjunto organizado e complexo; conjunto de unidades
inter-relacionadas; todo sistema tem um objectivo; todo sistema afectado em uma das
suas partes será afectado nas demais; há um equilíbrio entre as partes de um sistema.
A abordagem sistêmica é a maneira como pensar sobre o trabalho de gerenciar, ela fornece
uma estrutura para visualizar factores ambientais internos e externos como um todo integrado.
Ela permite o reconhecimento da função dos subsistemas, bem como dos supra-sistemas
complexos dentro dos quais as organizações têm que operar. Os conceitos sistêmicos criam
uma maneira de pensar, a qual, de um lado, ajuda o gerente a reconhecer a natureza de
problemas complexos e, por isso, ajuda a operar dentro do ambiente percebido.
6
Desse modo, Ribeiro (2004) afirma que a teoria sistêmica teve o benefício de apresentar a
organização funcionando em partes e ao mesmo tempo em interação com o meio ambiente,
conforme apresentado na Figura 2. (P. 108)
Por fim, Wetherbe (1987) conclui que: A abordagem sistêmica é uma maneira de pensar
quando analisando ou gerenciando sistemas, ela não está interessada apenas nas partes de um
sistema; ao contrário, considera o efeito total criado quando as partes funcionam como um
todo – o próprio sistema. O projecto de sistemas consiste em estabelecer os objectivos dos
sistemas, selecionar para inclusão aquelas entidades que possuam atributos que possam
contribuir para os objectivos dos sistemas e estruturar adequadamente as entidades incluídas
no sistema.
Dessa forma, (Martinelli, 2006) nos últimos 50 anos, um amplo conjunto de metodologias
sistêmicas foi desenvolvido com o objectivo de resolver com problemas mal estruturados,
algumas das quais podem ser usadas para abordar problemas comuns em administração, em
especial nas questões ligadas às actividades de negociação no dia-à-dia das pessoas nas
organizações.
2. Abordagem Departamental
A departamentalização surge à medida que as empresas tornam-se maiores e envolvem
actividades mais diversificadas, forçando-as a dividir as principais actividades e tarefas
organizacionais e transformá-las em responsabilidades departamentais ou divisionais. Os
diferentes tipos de departamentalização definem os critérios usados para agrupar as pessoas
em unidades organizacionais, para que possam ser mais bem administradas. As organizações
podem ter problemas quanto à escolha de determinados tipos de departamentalização, e para
evitar isso, essas organizações devem conhecer, analisar e escolher o melhor tipo de
departamentalização, que a seguir, serão apresentados.
7
Para suprir às exigências internas e externas, cada organização desenvolve um tipo de
desenho departamental. O desenho departamental constitui uma característica fundamental da
estrutura de uma organização, partindo do princípio da divisão do trabalho, na especialização
horizontal, que consiste em escolher modalidades para obter homogeneidade nas tarefas e
actividades em cada órgão, agrupando os componentes da organização em unidades
organizacionais como departamentos, divisões ou equipes.
Existem várias formas de se departamentalizar uma organização: por função, por localização,
por produto ou serviço, por clientes, por processos, por projectos, etc. Cada uma delas segue
critérios diferentes. Já a seguir vamos comentar sobre cada uma delas:
8
Departamentalização por quantidade: baseia-se em critérios numéricos. Um responsável
fica a cargo de um número determinado de funcionários. Esse tipo de departamentalização é
usado, às vezes, quando há uma divisão de turnos de trabalho na empresa. Ela só é bem-
sucedida quando as tarefas exercidas pelos funcionários são semelhantes e repetidas.
Departamentalização por projectos: empresas que lidam com projectos temporários, como
agências de consultoria, dividem seus recursos humanos, financeiros e materiais de acordo
com projectos com prazos limitados. Essa departamentalização tende a ser temporária.
9
Conclusão
De acordo com as informações adquiridas no processo deste trabalho, chegamos a concluír
que ao utilizar uma abordagem sistêmica, os administradores foca-se nos recursos e faz com
que os processos de uma determinada organização seja capaz de visualizar as expectativas que
os clientes e consumidores criam, faz com que estas mesmas expectativas se transformem em
requisitos e estes, por sua vez, em características diferenciais de produtos e serviços. Os
administradores devem estabelecer critérios de mensuração de desempenho confiáveis e que
indiquem se os clientes recebem os produtos adquiridos tal como solicitado, em tempo hábil e
na qualidade desejada. Os administradores também podem utilizar dados referentes ao
passado próximo de forma que se tome uma referência de performance, para que no futuro
novas estratégias possam ser traçadas a fim de garantir a melhoria contínua de produtos e
serviços.
Desse modo, da análise das vantagens e desvantagens, pude concluir que não existe apenas
um tipo de abordagem departamental que responda com a eficácia desejada a qualquer tipo de
organização. É de grande importância que cada organização desenvolva um tipo de
departamentalização mais adequada às suas características e necessidades específicas.
10
Referências
Bouding, K. (1956), “General systems theory - the skeleton of science”, Management
Science, apud Wetherbe, J. C. (1987), “Análise de Sistemas para Sistemas de Informação por
Computador”, 3. ed, Rio de Janeiro: Campus.
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração / Idalberto Chiavenato.
6.ed. Rio de Janeiro. Campus, 2000. p. 244-267.
Faria, A. N. (1980), Organização de empresas e prática de organização, 6. ed., Vol. 1., Rio de
Janeiro: Livros Técnicos e Científicos.
Faria, J. C. (2002), Administração: teorias e aplicações, São Paulo: Pioneira Thompson.
Martinelli, D. P. (2006), “Negociação, Administração e Sistemas: três níveis a serem inter-
relacionados”, Revista Administração, São Paulo, Vol. 41, No. 4, pp. 353-368.
Ribeiro, A. D. L. (2004), Teorias da Administração, São Paulo: Saraiva.
11