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Evolução do Pensamento

da Administração e
Tecnologias de Gestão

Unidade 5
Evolução do Pensamento
da Administração e
Tecnologias de Gestão

1ª edição
2019
Produção do Material Didático - Pedagógico
Delinea Tecnologia Educacional

Diretoria Executiva Design Educacional


Charlie Anderson Olsen Juliana Bordinhão Diana
Larissa Kleis Pereira
Margarete Lazzaris Kleis Revisão Gramatical
Sílvia Almeida
Gestão de Produção
Camila Sayury Nakahara Coordenação de Design Gráfico
Edison Valim
Coordenação de Produção
Fátima Satsuki de Araujo Iino Projeto Gráfico
Hortência Granair
Professor Conteudista
Alice Castro Diagramação
Thiago Rocha
Erica Sarraf Fernandes Biondo
Flaviana Totti Custódio dos
Santos
Sumário
5.1 Teoria dos sistemas������������������������������������������������������������������������������� 6
5.1.1 A organização como um sistema aberto����������������������������������������������������������������9

5.2 Aplicação da teoria dos sistemas nas organizações����������������������������� 14


Unidade 5
A abordagem sistêmica da administração

Para iniciar seus estudos


Analisar as relações entre as organizações e o ambiente por meio da abordagem sistêmica e seus prin-
cipais conceitos, suas características e seus representantes.

Objetivos de Aprendizagem

• Analisar a importância da teoria dos sistemas para a atual administração das organizações.
• Analisar a ideia de sistema e os elementos de sua estrutura: inputs, processamento, outputs e
retroalimentação; as relações da equifinalidade, sinergia e entropia negativa como metáforas
para a compreensão dos pressupostos da atual administração nas organizações.

5
5.1 Teoria dos sistemas
De acordo com Maximiano (2010), o principal idealizador da teoria dos sistemas foi Ludwig Von Berta-
lanffy (1901-1972), biólogo austríaco que estudou o metabolismo celular e sua relação de trocas com o
ambiente externo. Chiavenato (2002, p. 410) discorre sobre o fato de Bertalanffy ter elaborado
uma teoria interdisciplinar para transcender os problemas exclusivos de cada ciência e proporcio-
nar princípios gerais (sejam físicos, biológicos, sociológicos, químicos etc.) e modelos gerais para
todas as ciências envolvidas, de modo que as descobertas efetuadas em cada uma pudessem ser
utilizadas pelas demais.

A teoria dos sistemas tem por finalidade identificar as propriedades, os princípios e as leis dos siste-
mas em geral, independentemente do tipo de sistema estudado.
Mas, antes de continuar acompanhando a abordagem sobre a teoria dos sistemas, pense na seguinte
questão: o que é sistema? Conforme Chiavenato (2002, p. 188), “[...] é um conjunto de elementos que
estão dinamicamente interligados para formar um todo [...]. São características que existem no sistema
como um todo e que não existem em seus elementos em particular”. Como exemplo de sistema, o
autor cita as características da água, que são totalmente diferentes das características dos elementos
isolados que a compõem: o hidrogênio e o oxigênio.

Reflita

Como exemplo de sistema, podemos citar o aparelho respiratório do nosso corpo,


que é composto por vários órgãos, dentre eles: pulmão, faringe, traqueia, laringe,
cavidade bucal, fossas nasais etc. Se você tampar as fossas nasais e a cavidade
bucal, o aparelho respiratório do nosso corpo funcionará normalmente? Se o sistema
está interligado e inter-relacionado, o sistema respiratório será afetado pela influên-
cia externa se esses órgãos forem tampados, não é mesmo? A partir desse exemplo,
podemos fazer um paralelo com a ideia de organização como sendo um sistema
composto de várias partes. Reflita sobre isso!

Podemos entender que um sistema é um conjunto de unidades relacionadas para alcançar um obje-
tivo. Desse conceito, de acordo com Chiavenato (2014), decorrem duas características: o propósito e
o globalismo.

Propósito
Diz respeito ao fato de que todo sistema existe para alcançar objetivos. Suas partes/elemen-
tos, bem como seus relacionamentos, definem um arranjo que visa sempre a um objetivo ou
a uma finalidade.
Globalismo
Todo sistema tem uma natureza orgânica. Mas o que isso significa exatamente? Significa que
uma ação que produzir mudanças em uma de suas partes produzirá mudanças em todas as
outras. Em última instância, qualquer estímulo, em qualquer unidade, afetará as outras unida-
des por conta do relacionamento que existe entre elas. O efeito fará um ajustamento em todo
sistema. À medida que o sistema sofre mudanças, esse ajuste será contínuo.

Cabe ainda destacar que todo sistema é constituído de subsistemas (partes) que integram um sistema
maior (suprassistema). Há uma hierarquia de sistemas: cada sistema tem subsistemas e faz parte de
um suprassistema.
Nesse sentido, podemos verificar que o conceito de sistema pode ser aplicado a vários níveis: desde
um microssistema até um suprassistema, indo, por exemplo, desde a célula até o universo. A figura a
seguir ilustra essa questão.

Figura 5.1: Sistema, subsistema e suprassistema

Suprassistema

Sistema

Subsistema Subsistema

Fonte: Maximiano (2010).

Vamos a um exemplo prático? Podemos ilustrar dizendo que o suprassistema seria uma fábrica de
automóveis que tem como objetivo fabricar peças e realizar montagem de automóveis.
Esse suprassistema (fábrica de automóveis) é composto por outros sistemas, dentre eles, está o sis-
tema automóvel, que tem como objetivo transportar passageiros e cargas. Esse sistema (automóvel) é
constituído pelos subsistemas motor, caixa de marchas, suspensão, pneus, carroceria, dentre outros.
Ficou mais clara essa hierarquia dos sistemas? Além da hierarquia entre sistemas, subsistemas e
suprassistemas, é importante observar as tipologias de sistemas, bem como sua classificação. Chia-
venato (2014) distingue os tipos de sistemas conforme sua composição. São eles:
a. Sistemas físicos ou concretos: são compostos de equipamentos, maquinarias, obje-
tos e coisas reais. São denominados de hardware e podem ser descritos em termos
quantitativos.
b. Sistemas abstratos ou conceituais: são compostos de conceitos, filosofias, planos,
hipóteses e ideias abstratas. Os símbolos representam atributos e objetos que, muitas
vezes, só existem no pensamento das pessoas. São denominados de software.

Ainda conforme Chiavenato (2014), há interdependência entre as tipologias de sistemas. Os siste-


mas físicos (hardware), assim como as máquinas, precisam dos sistemas abstratos (programação/
software) para desempenharem suas funções. Outrossim, os sistemas abstratos somente se realizam
quando aplicados a algum sistema físico.

Atenção

Um exemplo que podemos citar e que faz parte do cotidiano é uma escola, que é
dotada de um sistema físico (salas de aula, carteiras, iluminação etc.) para desenvol-
ver um programa de ensino (sistema abstrato).

Quanto à classificação dos sistemas conforme sua natureza, Chiavenato (2014) faz a seguinte distin-
ção:

a. Sistemas fechados: não fazem intercâmbio com o ambiente que os circunda, pois são
herméticos a qualquer influência ambiental. Sendo assim, não recebem influência do
ambiente e também não influenciam o ambiente.
b. Sistemas abertos: apresentam amplas relações de intercâmbio com o ambiente, por
meio de inúmeras entradas e saídas, pelas quais trocam matéria e energia regular-
mente. São adaptativos e, para sobreviver, devem reajustar-se constantemente às con-
dições do meio. Essa adaptabilidade é um aprendizado constante dentro das orga-
nizações. Podemos citar, como exemplo, o aparelho respiratório do ser humano. Se
fecharmos a boca e o nariz, o ar não entrará nos pulmões, consequentemente, o sis-
tema respiratório será prejudicado, certo? Ou seja, estão relacionados.
5.1.1 A organização como um sistema aberto

Conforme Chiavenato (2002), as organizações são sistemas criados pelo homem e mantêm uma dinâ-
mica de interação com o meio externo através do contato com clientes, fornecedores, concorrentes,
entidades sindicais, órgãos governamentais e outros agentes externos, por isso, caracterizam-se como
sistemas abertos. Podemos visualizar essa ideia na figura a seguir.

Figura 5.2: Ambiente do sistema organizacional

Mercado
Governo Mão de obra

Fornecedores Concorrência

ORGANIZAÇÃO
Consumidor
Sistema
financeiro
Comunidade

Sindicatos Tecnologia

Fonte: Maximiano (2010).

Isso acontece porque a organização influencia o meio ambiente, mas também recebe influência dele.
Além disso, como já vimos, a organização é um sistema integrado por diversas partes relacionadas
entre si, que trabalham em harmonia umas com as outras, com finalidade de alcançar objetivos, tanto
dela mesma como de seus participantes.

Quadro 5.1: Principais diferenças entre sistemas vivos e organizados

Sistemas vivos (organismos) Sistemas organizacionais (organizações)

Nascem, herdam traços estruturais. São organizados, constroem sua estrutura.

Podem ser reorganizados, têm uma vida ilimitada e


Morrem, seu tempo de vida é limitado.
podem ser reconstruídos.

Não podem transformar a própria Podem transformar a própria estrutura –


estrutura. morfogênese.

Concretos – elementos físicos e


Abstratos – elementos psicológicos e sociológicos.
químicos.

Doença = distúrbio no processo vital. Problema = desvio nas normas sociais.

Fonte: Chiavenato (2002, p. 479).


Em resumo, Chiavenato (2002) afirma que um sistema aberto pode ser compreendido como um con-
junto de partes em constante interação e interdependência, constituindo um todo sinérgico, sendo o
todo maior que a soma das partes, orientado para determinados propósitos ou comportamentos, em
relação de interdependência com o ambiente externo. Essa visão diz respeito a uma abordagem sistê-
mica, por abordar as organizações como sistemas.
A abordagem sistêmica representou grande avanço para a teoria administrativa, por disseminar a ideia
de que cada organização é composta por diversas partes, que possuem funções específicas e interde-
pendentes, mas também por permitir o estudo da interação entre organização e ambiente externo, fato
importante para a compreensão dos processos de mudança e competitividade.
De acordo com Maximiano (2015), Bertalanffy propôs como características básicas da teoria dos sis-
temas:
• tendência para a integração nas várias ciências naturais e sociais;
• tal integração parece orientar-se para uma teoria dos sistemas;
• essa teoria proporciona princípios unificadores que atravessam verticalmente os campos cien-
tíficos.
As organizações possuem as características de sistemas abertos, conforme descrito por Chiavenato
(2002), a saber:
• Comportamento probabilístico e não determinístico: como todos os sistemas sociais, as orga-
nizações são consideradas sistemas abertos por serem influenciadas constantemente por fato-
res externos. Por esse motivo, seu comportamento não é totalmente previsível.
• As organizações como partes de uma sociedade maior e constituídas de partes menores: como
já visto anteriormente, as organizações são vistas como sistemas dentro de sistemas, em que
os sistemas são considerados complexos e que interagem entre si.
• Interdependência das partes: a organização é um sistema social composto por partes inde-
pendentes, porém, inter-relacionadas. Ou seja, uma mudança ocorrida em uma das partes vai
impactar as outras. Nenhuma parte pode ser mudada sem que haja efeito sobre as outras.
• Homeostase ou “estado firme”: seria um estado de equilíbrio, quando a unidirecionalidade e o
progresso são atingidos.
»» Unidirecionalidade ou constância de direção: quer dizer que, apesar das mudanças do
ambiente, os mesmos resultados são alcançados, pois o sistema continua direcionado para
o mesmo objetivo.
»» Progresso em relação ao fim: o sistema mantém, em relação ao fim desejado, um grau de
progresso dentro dos limites definidos como toleráveis.
Ainda sobre a homeostase, segundo Chiavenato (2002, p. 481), a organização precisa conciliar dois
processos opostos e imprescindíveis para sua sobrevivência:
»» Homeostasia: é a tendência do sistema em permanecer em equilíbrio, mantendo-se inalte-
rado.
»» Adaptabilidade: é a mudança do sistema a fim de se ajustar aos padrões requeridos em sua
interação com o ambiente externo.
• Fronteiras ou limites: é a linha que demarca e define o que está dentro e o que está fora do
sistema ou subsistema, ou seja, nessa fronteira, mesmo não existindo fisicamente, há a possi-
bilidade de um indivíduo participar de duas organizações simultaneamente, organização A e B,
por exemplo.
É por meio da fronteira que existe uma interface, que se trata de um canal entre diferentes com-
ponentes de um sistema por meio do qual a informação é transferida ou o intercâmbio de energia,
matéria ou informação é realizado. (CHIAVENATO, 2002, p. 481).

• Morfogênese: diferentemente dos sistemas mecânicos (uma máquina não pode mudar suas
engrenagens) e dos sistemas biológicos (um animal não pode criar uma cabeça a mais), o sis-
tema organizacional possui a capacidade de modificar a si próprio e sua estrutura por meio de
um processo cibernético (os membros da organização comparam os resultados desejados com
os resultados obtidos e, ao detectar erros, fazem a correção para modificar a situação).
• Resiliência: segundo a linguagem científica, resiliência é a capacidade de superar um distúrbio
imposto por um fenômeno externo. As organizações, consideradas um sistema aberto, são capa-
zes de superar perturbações externas provocadas pela sociedade, sem perder seu potencial. A
resiliência determina o grau de defesa ou de vulnerabilidade do sistema a pressões ambientais
externas.
Na figura a seguir, é possível observar a resiliência da árvore para se adaptar ao ambiente e continuar
sua jornada.

Figura 5.3: Exemplo de resiliência e adaptabilidade

Fonte: Plataforma Deduca (2018).

Os estudos de Bertalanffy foram adaptados para muitas ciências naturais e humanas. No caso das
ciências humanas/sociais, o chamado “modelo dos sistemas abertos” mostrou-se bastante profícuo
em função de sua abrangência e flexibilidade.
Nesse sentido, o conceito de ambiente, apresentado por Maximiano (2010, p. 221), é o seguinte:
[...] ambiente do sistema é o conjunto de elementos que não pertencem ao sistema, mas qualquer
alteração no sistema pode mudar seus elementos e qualquer alteração nos seus elementos pode
mudar o sistema.

Para melhor compreensão dos elementos básicos que integram todos os sistemas, bem como a inte-
ração entre esses elementos, veja a figura a seguir.
Figura 5.4: Elementos do sistema

Objetivos

Entradas Processo de Saída


transformação
Controle e
avaliação

Retroalimentação

Fonte: Maximiano (2010).

Já temos a visão do que é o sistema como um todo. Agora, vamos entender um pouco sobre cada parte
que o constitui.
• Objetivos: é a própria razão de ser do sistema, ou seja, é a finalidade para a qual o sistema foi
criado.
• Entradas (input): insumos, materiais e energia que são fornecidos ao sistema para que possa
ocorrer o processamento e gerar um resultado ou produto.
• Processo de transformação: transformação do insumo em produto. O processo é a maneira pela
qual os elementos dos sistemas interagem no sentido de produzir a saída/produto.
• Saída (output): são os resultados do processo de transformação. As saídas representam a con-
solidação dos objetivos do sistema e, nesse sentido, podem ser avaliadas para saber se os
objetivos foram ou não cumpridos.
• Controle e avaliação: trata-se de verificar se os objetivos foram cumpridos. Para que possa ocor-
rer uma avaliação, é necessária a definição de uma medida de desempenho do sistema, uma
medida padrão.
• Retroalimentação (feedback): consiste em um processo de comunicação que reage a cada
entrada de informação incorporada pelo sistema, gerando uma ação-resposta, bem como uma
alteração no sistema. Seria o feedback do sistema. A retroalimentação visa manter o desempe-
nho de acordo com o padrão ou critério escolhido.
Ao ser apropriada pela Administração, a teoria dos sistemas permitiu que as organizações fossem
vistas em sua totalidade, e não apenas no somatório de cada uma de suas partes. Assim, a partir dessa
teoria, a organização passou a ser entendida como um conjunto de áreas ou setores que, de maneira
separada, não sobrevivem. No entanto, estando unidos, têm o objetivo de manter a empresa viva e em
condições de buscar cumprir seus objetivos organizacionais.
A teoria dos sistemas utiliza o conceito do “homem funcional” em contraste ao conceito do
“homem econômico” da teoria clássica, do “homem social” da teoria das relações humanas, do
“homem organizacional” da teoria estruturalista, do “homem administrativo” da teoria comporta-
mental. Na teoria dos sistemas, o indivíduo se comporta em um papel dentro das organizações,
inter-relacionando-se com os demais indivíduos, como um sistema aberto. (CHIAVENATO, 2002,
p. 491).
Essa teoria ampliou a visão acerca das problemáticas organizacionais, diferentemente da antiga abor-
dagem dos sistemas fechados.
Quando falamos em relações da equifinalidade, sinergia e entropia negativa, podemos utilizá-las em um
contexto metafórico para compreendermos os pressupostos da atual administração nas organizações.

Equifinalidade
Figura 5.5: Equifinalidade

Fonte: Plataforma Deduca (2018).

Refere-se a um “sistema aberto, o resultado de seu funcionamento independe do ponto de


partida, ou seja, o equilíbrio é determinado pelos parâmetros do sistema; diferentes condi-
ções iniciais geram igualdade de resultados e diferentes resultados podem ser gerados por
diferentes condições iniciais.” (GOMES et al., 2014, p. 8).

Sinergia
Figura 5.6: Sinergia

Fonte: Plataforma Deduca (2018).

“A interação dos elementos do sistema é chamada de sinergia.” (GOMES et al., 2014, p. 8).
Entropia
Figura 5.7: Entropia

Fonte: Plataforma Deduca (2018).

“A entropia é a desordem ou ausência de sinergia. Um sistema pára de funcionar adequada-


mente quando ocorre entropia interna” (GOMES et al., 2014, p. 8).

Ao mesmo tempo em que esses três conceitos estão inter-relacionados, percebemos que também têm
uma ligação direta com os elementos que compõem o sistema. Com isso, nos levam a compreender os
pressupostos da administração nas organizações nos dias de hoje.

5.2 Aplicação da teoria dos sistemas nas organizações


Segundo Maximiano (2015), a abordagem sistêmica contribuiu de maneira decisiva para a evolução do
pensamento administrativo. Dentre as contribuições, está a facilitação:
• do estabelecimento dos objetivos organizacionais;
• de uma análise mais estruturada da organização como um todo: de suas partes e de seu
ambiente.
Para Maximiano (2010, p. 228), o Sistema de Informações Gerenciais (SIG) “é o processo de transfor-
mação de dados em informações que são utilizadas na estrutura decisória da empresa, proporcio-
nando, ainda, a sustentação administrativa para aperfeiçoar os resultados esperados”.
Além disso, o gerente precisa estar ciente de que o SIG se presta a fornecer informações seguras para
as tomadas de decisões que resultem nos objetivos estabelecidos.
Cabe observar também que o SIG pode contribuir para trazer uma grande vantagem competitiva à orga-
nização, à medida que propicia a integração de todos os subsistemas principais em um único sistema.
Em função disso, necessita incorporar informações necessárias para o planejamento e o controle, bus-
cando sempre a maior proximidade com o processo decisório, conforme esquematizado a seguir.
Figura 5.8: Interação da informação com o processo decisório

Fontes de Efeito sobre


informação ambiente
interna (externo)

Informação Comparação
Tomada com os
relevantes
de decisão padrões
para decisões

Fontes de Efeito
informação sobre
externa empresa

Ação corretiva
necessária

Fonte: Maximiano (2010).

Para Maximiano (2010), a tomada de decisão significa a transformação das informações analisadas
em ação. Os desafios impostos conduzem os gerentes a buscarem informações que representem a
realidade das organizações, para que o processo decisório seja efetuado de forma eficaz e contribua
para o alcance dos objetivos estabelecidos.
São vários os elementos que compõem o processo decisório, tais como: condições de incerteza, ris-
cos, objetivos almejados, melhor estratégia, dentre outros.
Maximiano (2015) entende que o processo decisório compreende as seguintes fases, representadas
na figura a seguir:

Figura 5.9: Fases do processo decisório

Avaliação

Escolha: julgamento e
o
isã

avaliação de alternativas
c
De
Alternativas

Concepção de alternativas:
processo criativo

Diagnóstico: busca
Di de entendimento
ag

st
ic
o

Frustração, ansiedade,
Problema
dúvida, curiosidade

Fonte: Maximiano (2015, [s.p.]).


Dessa forma, destacam-se as seguintes fases:
• identificação do problema ou oportunidade;
• diagnóstico;
• geração de alternativas;
• escolha de uma alternativa;
• avaliação da decisão.
Segundo Maximiano (2010), o SIG apresenta uma variedade de benefícios às organizações, tais como:
• redução dos custos das operações;
• melhoria no acesso às informações, pois estão todas na máquina, disponíveis para consulta;
• melhoria nos serviços realizados e oferecidos, pois o SIG possibilita que a organização conheça
os gostos e as preferências dos clientes;
• ligação entre empresa e fornecedor, facilitando e agilizando pedidos;
• melhoria nas tomadas de decisões, devido a informações mais rápidas e precisas;
• aumento do nível de motivação das pessoas envolvidas, em função da diminuição do trabalho e
do volume de papéis a serem manipulados.
Os benefícios citados por Maximiano (2010) nos revelam a importância de um bom sistema de infor-
mação gerencial para as organizações. Assim, é possível perceber que o SIG vai além de ser apenas
um sistema de coleta de dados. Ele é um grande auxiliador das tomadas de decisões e do cumprimento
dos objetivos organizacionais.

Curiosidade

Interessante as metáforas que Gareth Morgan tece sobre as organizações poderem


ser “lidas” como máquinas, como organismos, como cérebros, como culturas, dentre
outras. Para conhecer essa visão do autor, acesse: <https://pt.slideshare.net/ALevy/
imagens-da-organizao-de-gareth-morgan>.
Síntese

Nesta unidade, aprendemos que:


• Sistema é um conjunto de partes integrantes e interdependentes que, conjuntamente, formam
um todo unitário, com determinados objetivos, efetuando determinadas funções.
• A teoria dos sistemas pressupõe que a organização seja vista como um sistema composto basi-
camente por objetivos, entradas, processamento, saídas e retroalimentação.
• Há uma relação entre equifinalidade, sinergia e entropia, o que nos leva a um novo olhar sobre as
organizações contemporâneas.

Saiba mais

Para entender um pouco mais sobre a origem do pensamento sistêmico, indicamos


a leitura do seguinte artigo: <http://bit.ly/2u1sUp8>.

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Referências

CHIAVENATO, I. Teoria geral da administração. 6. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2002.

______. Introdução à teoria geral da administração. 9. ed. Barueri, SP: Manole, 2014.

GOMES, L. B. et al. As origens do pensamento sistêmico: das partes para o todo. Pensando famílias, v.
18, n. 2, p. 3-16, 2014. Disponível em: <http://bit.ly/2u1sUp8>. Acesso em: 8 jul. 2018.

MAXIMIANO, A. A. Introdução à administração. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

______. Fundamentos de administração: introdução à teoria geral e aos processos da administração.


3. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2015.

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