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TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO

TEORIA DE SISTEMAS (RESUMO)

A Teoria de Sistemas é um ramo específico da Teoria Geral de Sistemas (TGS), que busca os
princípios unificadores capazes de interligar os universos particulares das ciências, fazendo com
que os progressos alcançados em uma ciência beneficiem as demais.

Por volta de 1940, Ludwig von Bertalanffy (1901-1972), biólogo alemão, iniciou o movimento,
conduzindo seus estudos de sistemas gerais. A abordagem de sistemas para as organizações
recebe contribuições dos trabalhos dos biólogos, mas foram E. J. Miller e A. K. Rice que
correlacionaram as organizações industriais e comerciais ao organismo biológico.

A aplicação da TGS na Administração é denominada Teoria de Sistemas. Com essa Teoria, a


abordagem sistêmica chega à TGA, entendendo que a organização deva ser estudada como um
todo, que não pode ser separado em partes sem que haja perda de suas características
essenciais.

Essa Teoria, com ênfase no ambiente, surge na década de 1950 e vê a organização como um
sistema aberto. Os administradores podem perceber a organização como um todo, composto por
partes cuja atividade afeta, de forma inter-relacionada, a atividade de toda a organização, e como
parte de um sistema maior que é o ambiente externo.

1. Conceito de Sistemas
“Sistema é um conjunto de elementos interdependentes e interagentes que formam um todo
organizado no sentido de alcançar um objetivo.” (CHIAVENATO, 2003)

Quanto à sua natureza, os sistemas podem ser fechados ou abertos:


 Fechados: não apresentam intercâmbio com o meio ambiente, ou seja, não recebem
influência e nem influenciam o ambiente.
 Abertos: apresentam relações de intercâmbio com o ambiente por meio de inúmeras
entradas e saídas.
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O sistema é caracterizado pelos seguintes parâmetros:
 Entrada ou insumo (input): ingressa no sistema para fazê-lo funcionar.
 Saída ou produto/serviço ou resultado (output): conseqüência do funcionamento do
sistema.
 Processamento ou processador ou transformador: mecanismo interno do sistema que
converge as entradas em saídas.
 Retroação ou retroalimentação ou retroinformação ou alimentação de retorno
(feedback): compara a saída com um critério ou padrão previamente estabelecido a fim de
manter o funcionamento do sistema dentro daquele critério ou padrão. A retroação pode ser
positiva ou negativa.
 Ambiente: meio que envolve externamente o sistema.

2. A Organização como um Sistema Aberto


A organização não existe no vácuo e não é autônoma e livre no seu funcionamento. Pelo
contrário, cada organização vive e opera em um ambiente, do qual recebe entradas (recursos) e
no qual coloca suas saídas (produtos, serviços).

O sistema aberto está em constante interação dual com o ambiente: o influencia e por ele é
influenciado. A Teoria de Sistemas mostra a importância do ambiente e a interdependência da
organização com ele.

É um sistema integrado por diversas partes ou unidades relacionadas entre si, que trabalham em
harmonia umas com as outras, com a finalidade de alcançar uma série de objetivos, tanto da
organização como de seus participantes.

3. Características das Organizações como Sistemas Abertos

 Comportamento probabilístico e não-determinístico: o ambiente inclui variáveis


desconhecidas e incontroláveis.
 A organização como parte de uma sociedade maior e constituída de partes menores:
as organizações são vistas como sistemas dentro de sistemas.
 Interdependência das partes: a organização é um sistema social cujas as partes são
interdependentes e inter-relacionadas.
 Homeostase ou “estado firme”: a organização alcança um estado firme (um estado de
equilíbrio) quando satisfaz dois requisitos:
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o Unidirecionalidade ou constância de direção: a organização orientada para o mesmo
fim. Apesar das mudanças do ambiente ou da organização, os mesmos resultados são
atingidos.
o Progresso em relação ao fim: o grau de progresso pode ser melhorado quando a
empresa alcança o resultado com menor esforço.
 Fronteira ou limite: é a linha que demarca e define o que está dentro e o que está fora do
sistema ou subsistema.
 Morfogênese: o sistema organizacional tem a capacidade de modificar a si próprio e sua
estrutura básica. Uma máquina não pode mudar suas engrenagens, porém uma organização
pode modificar sua constituição e estrutura, já que seus membros comparam os resultados
desejados com os resultados obtidos e detectam os erros que devem ser corrigidos para
modificar a situação.
 Resiliência: capacidade de superar o distúrbio imposto por um fenômeno externo. A
resiliência determina o grau de defesa ou de vulnerabilidade do sistema a pressões
ambientais externas.

4. Apreciação Crítica da Teoria de Sistemas

De todas as teorias administrativas, a Teoria de Sistemas é a menos criticada. A crítica em


relação a essa Teoria revela os seguintes aspectos:
 Confronto entre teorias de sistema aberto e de sistema fechado.
 Caráter integrativo e abstrato da Teoria de Sistemas: algumas variáveis novas passaram
a ser estudadas nesse contexto.
 Efeito sinérgico das organizações como sistemas abertos: sinergia  efeito
multiplicador quando as partes do sistema interagem entre si ajudando-se mutuamente. A
perspectiva sistêmica mostra que a organização deve ser administrada como um todo
complexo.
 Homem funcional: o indivíduo comporta-se em um papel dentro das organizações, inter-
relacionando-se com os demais indivíduos como um sistema aberto. As organizações são
sistemas de papéis, nas quais as pessoas desempenham papéis.
 Nova abordagem organizacional: nessa nova abordagem organizacional, o importante é
ver o todo e não cada parte isoladamente para enxergar o emergente sistêmico.
 Ordem e desordem: a principal deficiência que se constata na noção de sistemas abertos é
o conceito de equilíbrio. Hoje, predomina o conceito de que toda organização é
caracterizada simultaneamente por ordem (a organização prega repetição, regularidade,
redundância) e desordem (a organização é produtora de eventos, perturbações, desvios e
ruídos que conduzem à instabilidade e à mudança).
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Referências Bibliográficas
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. 9. ed. rev. atual. São
Paulo: Manole, 2014.
SOBRAL, Filipe; PECI, Alketa. Administração: teoria e prática no contexto brasileiro. 2. ed. São
Paulo: Pearson Prentice Hall, 2013.

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