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Método de Custeio e Critério de

Avaliação dos Estoques


Katia Pinto

Método de Custeio e Critério de Avaliação dos Estoques 1


Sumário

Introdução.......................................................................................... 03

Objetivos............................................................................................................ 04

Estrutura do Conteúdo..................................................................................... 04

Método de Custeio e Critério de Avaliação dos Estoques

Tópico 1: Método de Custeio.............................................................................. 05

1.1 Custeio Direto ou Variável................................................................. 06

1.2 Custeio por Absorção ou Integral..................................................... 09

1.3 Custeio por Atividade – ABC Custeio baseado em

Atividades ou Custeio ABC (Activity Based Costing).............................. 13

Resumo.............................................................................................................. 17

Referências Bibliográficas............................................................................... 18

Método de Custeio e Critério de Avaliação dos Estoques 2


Seja bem-vindo(a) ao conteúdo “Método de Custeio e Critério de Avaliação dos
Estoques”.

A Contabilidade de Custos apresenta muitas ferramentas para que possamos tomar


uma boa decisão, assim como, para redução de custos e um bom relacionamento com
o fornecedor. Para isso, observaremos que vários sistemas e custos são utilizados para
atender à necessidade do usuário e as operações da entidade.

O contador sempre deverá estar atento e em busca de uma boa ferramenta que
possa dar uma boa base de análise, pois o fará com o usuário. Através de todas essas
informações são sanadas as necessidades gerenciais de uma empresa, por isso, neste
conteúdo iremos demonstrar formas de custeio e a a sua aplicação na entidade para que
possamos ter um bom resultado, e assim, uma boa tomada de decisão.

As empresas produzem matérias-primas ou prestam serviços, esperando atingir seus


objetivos. Adotam vários métodos e procedimentos no dia a dia unindo recursos produtivos
que muitas vezes não se dão contam de até onde podem ir e, por isso, a Contabilidade age
para que essas empresas consigam entender seus custos.

Bons estudos!

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Esperamos que ao final deste conteúdo
você seja capaz de:
bj et ivos
O
1. Entender o comportamento do cus-
teio;
2. Compreender a aplicação do custeio
e sua utilização na tomada de decisão;
3. Entender como calcular os custeios;
4. Compreender a diferença entre as
formas de custeio.

Estru Para melhor compreensão do conteúdo


do Co
tura estuda­
do, este material está dividido de
nteúd
o acordo com os seguintes tópicos:

1. Método de Custeio

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1. Método de Custeio

Na década de 20, as organizações se baseavam na produção em massa e os produtos


eram pouco diversificados e, por isso, consolidou o Custeio Tradicional, pois esse que
simbolizava o capitalismo, devido às mudanças na diversificação dos produtos.

Observou-se que o aumento da participação dos custos indiretos na composição dos


custos totais e o aumento da diversificação dos produtos e processos, fez com que gerasse
o desuso do Custeio Tradicional para fins gerenciais, assim formando outros métodos de
custeio.

Método de Custeio é o definido como sendo o método usado para a apropriação de


custos.

Existem dois métodos de custeio:

• Custeio Variável ou Direto;

• Custeio por Absorção.

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1.1 Custeio Direto ou Variável

Este método é um sistema que se baseia na separação dos custos variáveis e custos
fixos, pelo fato de que nos produtos só devem ser alocados os custos que se relacionam
diretamente no processo de produção , ou seja , o custo direto ( matérias–primas, mão de
obra direta, outros custos variáveis). Os custos fixos não transitam pela conta de estoque,
pois o estoque é variável e como vimos anteriormente o custo fixo é tudo aquilo que não se
altera, desta forma o custo fixo irá diretamente para a conta de resultado, como despesas.

Esta metodologia de Custeio Direto con-


sidera e apropria somente os componentes
de custos variáveis, ou seja, matérias-pri-
mas, mão de obra direta, embalagens, fre-
te de distribuição dos produtos, impostos e
comissões de vendas, proporcionalmente à
quantidade produzida e/ou vendida. Nesse
sistema não consideramos o rateio dos gas-
tos fixos de fabricação e/ou administração
no custo do produto.

Importante
O Método de Custeio Variável é utilizado pelas empresas
no auxílio à tomada de decisões, tendo como premissa básica,
conhecer a Margem de Contribuição que cada produto apresenta
para cobrir gastos fixos da empresa e gerar lucro.

Principais características do custeio direto:

Basicamente orientado para o aspecto gerencial por


permitir a apuração da lucratividade real de cada produto,
não se adequando às exigências legais;

Permite um maior controle sobre os gastos fixos ao


mantê-los isolados do custo de mercadorias vendidas.

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Fluxo do Custeio Direto ou Variável

Custo de produção Custo fixos de


(Fabris) produção

Custo de produção Custo de produção


CGF
(Diretos) (Indiretos)

Produtos

Produtos estocados Produtos


Despesas
no final do mês vendidos (CPV)

Despesas variáveis Despesas fixas


(Diretas) (Indiretas)
(Ex: comerciais) (Ex:administrativas)

Análise de resultados:
(+) Vendas/faturamento/receitas
(-) CPV (Custos dos produtos vendidos)
(-) Despesas variáveis diretas

(=) Margem de contribuição total


(-) CGF (Custos gerais de fabricação)
Produtos estocados (-) Despesas fixas
no início do mês

(-) Variação de estoques (considera


somente custos e despesas variáveis)

(=) Lucro líquido (antes de impostos)

Fonte: Figura 1. Modelo conceitual do custeio variável/direto com análise de


resultados por margem de contribuição. Adaptado de Costa (1998).

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Modelo de um DRE para Método Variável

DRE – Método Variável


Receita de Vendas
(-) Gastos Variáveis
= Margem de Contribuição
(-) Gastos Fixos
= Lucro Operacional

Exemplo:

A empresa JK Ltda teve os seguintes gastos de produção no mês de Janeiro:

Custos e Despesas Variáveis R$


Matérias-primas por unidade 100,00 Custos e Despesas Fixas R$
produzida
Depreciação 500,00
Mão de obra direta por unidade 50,00
Mão de obra indireta 5.500,00
produzida
Outros custos 3.000,00
Total dos Custos Variáveis por 140,00
unidade produzida Total 8.000,00
Despesas Gerais Fixas 2.200,00
Despesas de Variáveis de Vendas 45,00
por unidade

No mês de novembro produziu 45 unidades, das quais 28 unidades foram vendidas


mês, ao preço de venda de R$ 700,00 por unidade e não havia estoque iniciais.

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Receita de Vendas = Preço x unidades vendidas= $700,00 x 28 unidades
= 19.600,00
Despesas Variáveis de Venda = Unidades vendidas x Despesas variáveis
de venda por unidade = 28 unidades x R$ 45,00 = (1.260)
Custos Variáveis = Custos Variáveis por unidade produzida x quantidade
vendida = R$ 140,00 x 28 = (3920,00)
Margem de Contribuição = (Receita de Vendas – Despesas Variáveis de
Vendas-Custos Variáveis) 19.600
Custos Fixos = (8.000)
Despesas Gerais Fixas = (2.200)
LUCRO = 9.400,00

1.2 Custeio por Absorção ou Integral

Consiste em atribuir aos produtos


fabricados todos os custos de produção,
sejam eles fixos ou variáveis.

Esse método é na realidade


derivado dos princípios de contabilidade
geralmente aceitos e é utilizado para
custear os estoques e apurar o custo
dos produtos vendidos. Portanto, vale
para fins de balanço patrimonial e
demonstrativo de resultado.

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Custos Despesas

Indiretos Diretos

Rateio

Produto A

Vendas
Produto B

Produto C

Estoque

Custo do produtos
vendidos

Resultado

Fonte: Esquema de Custeio por Absorção, sem Departamentalização (Martins,2008).

Modelo de DRE para Método de Absorção

DRE – Método Absorção


Receita de Vendas
(-) CPV
= Lucro Bruto
(-) Despesas
= Lucro Líquido

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Exemplo:

Para efeito de comparação, vamos


usar os mesmos dados do exemplo
aplicado ao custeio direto ou variável.

Empresa JK ltda teve os seguintes


gastos de produção no mês de Janeiro:

Custos e Despesas Variáveis R$


Matérias-primas por unidade 100,00 Custos e Despesas Fixas R$
produzida
Depreciação 500,00
Mão de obra direta por unidade 50,00
Mão de obra indireta 5.500,00
produzida
Outros custos 3.000,00
Total dos Custos Variáveis por 140,00
unidade produzida Total 8.000,00
Despesas Gerais Fixas 2.200,00
Despesas de Variáveis de Vendas 45,00
por unidade

No mês de novembro produziu 45 unidades, das quais 28 unidades foram vendidas


mês, ao preço de venda de R$ 700,00 por unidade e não havia estoque iniciais.

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Calcular o lucro pelo custeio por absorção ou integral:

Cálculo do Custo Unitário

Custo Variável unitário = R$ 140,00

Custo Fixo unitário = Custo fixo total/Quantidade produzida

Custo Fixo unitário = R$ 8.000,00/45 unidades produzidas = R$ 177,78

Cálculo do Custo Unitário total = R$ 317,78

Apuração do resultado.

Receita de Vendas = Preço x unidades vendidas = $700,00 x 28 unidades = 19.600,00

- Custo dos Produtos Vendidos = Custo Unitário total x Quantidade Vendida = R$317,78
x 28 = (8.897,84)

Lucro Bruto = 10.702,16

Despesas Variáveis de Venda = Unidades vendidas x Despesas variáveis de vendapor


unidade = 28 unidades x R$ 45,00 = (1.260)

- Despesas Gerais Fixas = (2.200)

LUCRO = R$ 7.242,16

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Custeio por Absorção Custeio Variável
1. Não há a preocupação em classificar custos fixos e 1. Classifica os custos em fixos e variáveis.
variáveis.
2. Classifica os custos em diretos e indiretos. 2. Classifica os custos em diretos e indiretos.
3. Debita ao segmento, em cujo custo está sendo apurado 3. Debita ao segmento, em cujo custo está sendo apurado
os seus custos diretos e também os indiretos através de apenas os custos que são diretos ao mesmo e variáveis
uma taxa de absorção. em relação ao parâmetro escolhido como base.
4. Os resultados apresentados sofrem influência direta do 4. Os resultados apresentados sofrem influência direta do
volume de produção. volume de vendas.
5. É um critério legal e fiscal, de uso externo. 5. É um critério administrativo e gerencial, de uso interno.

6. Aparentemente, sua filosofia básica alia-se aos precei- 6. Aparentemente sua filosofia básica contraria os precei-
tos geralmente aceitos de contabilidade, principalmente os tos geralmente aceitos de contabilidade, principalmente os
fundamentos do regime de competência. fundamentos do regime de competência.
7. Apresenta a marginal operacional diferença entre as re- 7. Apresenta a contribuição marginal diferença entre as
ceitas e os custos diretos e indiretos do segmento estuda- receitas e os custos diretos e variáveis do segmento es-
do. tudado.
8. O custeamento por absorção destina-se a auxiliar a ge- 8. O custeamento variável destina-se a auxiliar, sobretudo,
rência no processo de determinação da rentabilidade e de a gerência no processo de planejamento e de tomada de
avaliação patrimonial. decisões.
9. Como o custeamento por absorção trata dos custos di- 9. Como o custeamento variável trata dos custos diretos
retos e indiretos de determinado segmento, sem cogitar e variáveis de determinado segmento, o controle da ab-
de perquirir se os custos são variáveis ou fixos, apresenta sorção dos custos da capacidade ociosa não é bem ex-
melhor visão para o controle da absorção dos custos da plorado.
capacidade ociosa.

Fonte: Leone (2000, p. 406-407).

1.3 Custeio por Atividade – ABC Custeio baseado em


Atividades ou Custeio ABC (Activity Based Costing)

É um método de custeio que está baseado nas atividades que a empresa efetua no
processo de fabricação de seus produtos. Este sistema parte do princípio que os recursos
são consumidos pelas atividades e essas, por sua vez, são: consumidas pelo produto ou
serviço.

O sistema de custeio ABC permite que tenhamos a melhor visualização dos custos
através da análise das atividades executadas dentro da empresa e suas respectivas
relações com os objetos de custos, permitindo aos gerentes uma atuação mais seletiva e
eficaz sobre o comportamento dos custos da organização.

O sistema ABC tem em sua importância proporcionar informações gerenciais que


auxiliarão aos tomadores de decisão. Assim como exigir controles pormenorizados,
proporciona o acompanhamento e correções devidas nos processos internos da empresa,
ao mesmo tempo em que possibilita a implantação e o aperfeiçoamento dos controles
internos da entidade.

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Apresentam também como objetivos do custeio de atividades:

Apurar com maior precisão os Determinar a eficiência e a efi-


custos dos produtos ou servi- cácia das atividades executa-
ços; das;

Possibilitar um cálculo com maior Detectar as atividades


precisão em seus preços de ven- que estão onerando o
da. produto/serviço;

Identificar novas ativida-


Segurança no conhecimento de seu des, com a finalidade de
gerenciamento; melhorar o desempenho
da empresa no futuro;

Volume de produção men-


Produto Preço de venda unitário
sal
Camisetas 18.000 un R$ 10,00
Vestidos 4.200 un R$ 22,00
Calças 13.000 un

Tempo Despendido na Produção

Corte e Costura Acabamento


Produtos
Unitário Total Unitário Total
Camisetas 0,30 h 5.400 h 0,15 h 2.700 h
(0,30x 18.000) (0,15x 18.000)
Vestidos 0,70 h 2.940 h 0,60 h 2.520 h
Calças 0,80 h 10.400 h 0,30 h 3.900 h
Total 18.740 h 9.120 h

Fonte: Martins, Eliseu

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CUSTO DIRETO POR UNIDADE

Custo Direto Camiseta Vestido Calça


Tecidos $3,00 $4,00 $3,00
Aviamentos $0,25 $0,75 $0,50
Mão de obra $0,50 $1,00 $0,75
Total $ 3,75 $5,75 $4,25

Atribuição dos Custos Indireto por Produto – Sem Departamentalização

Custo de Mão de Obra Direta


Produto Unitário Total
Camisetas $ 0,50 (0,50x18.000) $ 9.000
Vestidos $ 1,00 $ 4.200
Calças $ 0,75 $ 9.750
Total $ 22.950

Atribuição dos Custos Indireto por Produto – Sem Departamentalização

CUSTOS INDIRETOS
Aluguel $ 24.000
Energia Elétrica $ 42.000
Salários Pessoa supervisão $ 35.000
Mão de Obra Indireta $ 35.000
Depreciação $ 32.000
Material de Consumo $ 12.000
Seguros $ 20.000
Total $190.000

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Atribuição dos Custos Indireto por Produto – Sem Departamentalização

Despesas
Administrativas $ 50.000
Com Vendas $ 43.000
Comissões (5% das Vendas) (*) $ 24.020
Mão de Obra Indireta $ 35.000
Total $ 117.020
(*) Tudo que produz é vendido.

Atribuição dos Custos Indireto por Produto – Sem Departamentalização

Taxa de Aplicação dos CIP


Custos Indiretos $190.000 (total dos custos indiretos)
Mão de Obra Direta $22.950 (total da mão de obra direta)
Taxa de Aplicação dos CIP $8,2789/$MOD

Aplicação dos CIP


Produto Unitário Total
Camisetas $ 4,14 $ 74.510 (4,14x18.000 unid)
Vestidos $ 8,28 $ 34.771
Calças $ 6,21 $ 80.719
Total $ 190.000

RESUMO DO CUSTEIO SEM DEPARTAMENTALIZAÇÃO

Itens Camiseta Vestido Calça


Custos Diretos $3,75 $5,75 $4,25
Custos Indiretos $4,14 $8,28 $6,21
Custo Totais $7,89 $14,03 $10,46
Preço de Vendas $10,00 $22,00 $16,00
Lucro Bruto Unitário $2,11 $7,97 $5,54
Margem (%) 21,1% 36,2% 34,6%
Ordem de Lucratividade 3° 1° 2°

Fonte: Martins (2008).

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Nesta aula podemos observar a evolução da Contabilidade de Custos no seu nasci-
mento e da Contabilidade Financeira, demonstrando a forma de avaliar os estoques nas
indústrias. Foi demonstrado o controle dos custos e dos investimentos que passou a ser
utilizado na fixação de preços e na relação com a posição de demonstrar controle de pro-
dutos e serviços ao controle dos órgãos fiscais.

Podemos observar várias formas de custeio e como cada uma destas se comportam
à medida que devemos inseri-las ou não ao efeito de rateio.

Observamos a contribuição que alguns conceitos se apresentam como uma ferramen-


ta gerencial aplicada à análise de custos e preços de venda de diversas empresas. Essas
ferramentas evidenciam e são aplicadas perfeitamente nas empresas, independentemente
do porte, ou atuação, com adaptações consideráveis, nos apresentando dados para uma
boa tomada de decisão.

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MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 9ª ed. São Paulo: Atlas, 2003.

MARION, J. C. Contabilidade Básica. 6a. ed. São Paulo: Atlas, 1998.

PADOVEZE, C. L. Contabilidade Gerencial: um enfoque em sistema de informação


contábil. São Paulo: Atlas, 1997.

LEONE, S. G. S. Curso de Contabilidade de Custos. São Paulo: Atlas, 1997.

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