Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Introdução
Muitas empresas concentram seus esforços na identificação dos
recursos consumidos durante o processo produtivo com o objetivo de manter o
controle dos custos. No entanto, esses fatores não são suficientes para auxiliar
os gestores na tomada de decisões!
Para isso você precisará conhecer também os sistemas de custeio.
Segundo Ferreira (2011, p. 135), “Um sistema de custeio consiste num critério
por meio do qual os custos são apropriados à produção”. Existem alguns
modelos de sistema de custeio disponíveis no mercado, adotados conforme o
objetivo e o que se pretende controlar.
No Brasil o sistema de custeio reconhecido pelo fisco é o sistema de
Custeio por Absorção, no entanto, para fins gerenciais, você pode adotar
outros métodos, como o Custeio Variável, o Custeio ABC, o Custeio Padrão
etc.
Acompanhe o vídeo inicial deste tema, da professora Marinei,
acessando o material on-line.
Problematização
A empresa Mattos & Cia Ltda., tem passado por diversas dificuldades:
O ex-administrador controlava os recursos consumidos por meio do
custeio por absorção, pois considerava que a empresa deveria controlar
apenas os custos fiscais, uma vez que esses deveriam ser declarados aos
órgãos competentes.
Você não precisa responder agora! Realize seus estudos sobre esse
tema e escolha a melhor alternativa para a sua situação mais adiante.
Apuração
O custeio por absorção é a metodologia permitida pelo fisco no Brasil e
para compreendê-la iremos usar o esquema apresentado por Neves &
Viceconti (2003), que inclui os processos de:
1. Separação de custos e despesas.
2. Apropriação dos custos direitos e indiretos à produção realizada no
período.
3. Apuração do custo da produção acabada.
4. Apuração do custo dos produtos vendidos.
5. Apuração do resultado.
Custeio Variável
O custeio variável é uma metodologia que consiste em apenas apropriar
os custos variáveis da produção do período. Nesse tipo de custeamento deve-
se primeiramente identificar quais são os custos fixos e os custos variáveis,
depois são apropriados aos custos de produção apenas os custos variáveis, os
fixos serão apropriados diretamente à conta de resultados.
Como esse tipo de custeio fere os princípios fundamentais da
contabilidade, uma vez que os custos fixos são tratados como despesas
mesmo que nem todos os produtos fabricados tenham sido vendidos, essa
metodologia não é permitida para fins de apuração do custo fiscal no Brasil;
Alguns teóricos da área de custo defendem que o custeio variável,
apresenta o custo objetivo sem distorções, por não considerar o custo fixo
como custo da produção, uma vez que esse tipo de custo existe mesmo que
não haja produção. Dessa forma, em uma análise o custo fixo precisa ser
retirado da base de cálculo para que não interfira nos resultados apresentados.
Segundo Viceconti & Neves (2003), uma das peculiaridades desse tipo
de custeio está na forma de apresentar seus resultados: por meio da
Demonstração de Resultado. No custeio variável, a diferença entre o valor de
vendas líquidas e a soma dos custos dos produtos vendidos (que só contém
custos variáveis), com as despesas variáveis (administrativas e de vendas), é
denominada margem de contribuição. Deduz-se dessa margem os custos
fixos e as despesas fixas e assim se obtém o lucro operacional líquido.
Elaboração:
Nessa metodologia de custeio, apenas os custos variáveis são
computados como custos da produção.
CPP = 30.000,00, dessa forma o CPP será igual ao custo da produção
acabada, uma vez que não existem estoques iniciais e finais de produtos em
elaboração.
Custos dos Produtos Vendidos (CPV)
Custo unitário da produção: R$ 30.000,00/1000 = R$ 30,00
CPV= 600 unidades vendidas x R$ 30,00 = 18.000,00
Estoque Final de Produtos Acabados
400 unidade x R$ 30,00 =12.000,00
Demonstração do Resultado:
Vendas Líquidas............................................R$ 36.000,00
(-) CPV............................................................R$ 18.000,00
(-) Despesas Variáveis....................................R$ 5.000,00
(=) Margem de Contribuição...........................R$ 13.000,00
(-) Custos Fixos...............................................R$ 8.000,00
(-) Despesas Fixas..........................................R$ 3.000,00
(=) Lucro Líquido............................................R$ 2.000,00
Vantagens
1. Impede que aumentos de produção que não correspondam a um
aumento de vendas distorçam o resultado.
Desvantagens
1. No caso de Custos Mistos (custos que têm parcela fixa e outra variável)
nem sempre é possível separar objetivamente a parcela fixa da parcela
variável.
Análise do custo/volume/lucro
Por meio dessa análise é possível projetar o lucro que seria obtido em
relação aos níveis de produção e vendas. Por essa análise podemos ainda
definir a quantidade mínima que empresa deve vender ou produzir para que
não tenha prejuízo. Abaixo apresentamos um conceito completo dessa análise
do ponto de vista da autora Lunkes:
É o estudo dos efeitos de mudanças nos custos e do nível de
atividade sobre a lucratividade da empresa. A análise focaliza as
interações entre os elementos, preço do produto e serviço, volume ou
nível de atividade, custos variáveis por unidade, custos fixos totais e
quantidade de produtos vendidos e serviços prestados. Sendo assim,
o CVL proporciona um exame níveis de atividades, custos, despesas
e lucros (LUNKES,2006).
Ponto de equilíbrio
Essa análise também é conhecida ou chamada de “Break-even Point”,
porque ao utilizá-la é possível saber a quantidade mínima que empresa precisa
produzir para que não tenha prejuízo. Agora iremos descrever algumas siglas
que compõem a fórmula algébrica do ponto equilíbrio.
PV = Preço de venda
RT = Receita total
CT = Custo total
Q = Quantidade vendida
CF = Custo fixo
CVu = Custo variável unitário
MCu = Margem de contribuição unitária= PV-CVu, então podemos
deduzir que:
RT = PV.Q
CT = CF + (CVu.Q)
No ponto de equilíbrio, RT = CT, dessa forma:
Pv.Q = CF + (CVu.Q)
Pv.Q - CVu.Q = CF
Margem de contribuição
Conforme Ferreira (2011, p. 149), a forma menos ou mais arbitrária de
como os custos fixos são apropriados faz com que os custos de produção,
apurados de acordo com o custeio por absorção, não sejam um bom indicador
para o processo administrativo de tomada de decisões.
No entanto, sabemos que os custos fixos são rateados aos produtos e o
critério de rateio dos custos fixos (indiretos) adotados projetará seu reflexo no
custo de produção. Já comentamos que o custo fixo não se altera em relação à
produção, até determinada capacidade limite, no entanto ao analisar o custo
unitário produzido podemos concluir que quanto maior a produção menor o
custo unitário apropriado. Em relação aos custos totais fixos ocorre o contrário.
Dessa forma, a melhor maneira de analisar os custos é considerar o
10
Então:
RT = PV.Q
CT = CF + (CVu.Q)
Por meio da margem de contribuição, podemos calcular Lucro Total (LT):
LT = RT - CT
LT = PV.Q - CF - CVu.Q
LT = (PV - CVu)Q - CF
LT = MCu.Q - CF
Por meio da fórmula podemos compreender que o lucro total pode ser
calculado multiplicando a margem de contribuição unitária pela quantidade
vendida, achando a margem de contribuição total. Com esse resultado e
subtraindo o total do custo fixo chegamos ao lucro total.
11
Problematização
Muito bem! Acredito que você já teve tempo suficiente para refletir sobre
o caso apresentado no início dos estudos deste tema, então considere as
situações a seguir e escolha entre elas aquela que é FALSA em relação aos
negócios da Mattos Ltda.
1. Se considerar que o produto C contribui para venda de mais de 10% dos
outros dois produtos, é financeiramente mais vantajoso manter a sua
produção do que deixar de produzi-lo.
12
Síntese final
Nesse tema você estudou dois métodos de custeio e viu que muitos
procedimentos fiscais adotados por empresas são norteados pelo controle
fiscal brasileiro e contábil, que exige a apuração dos custos pelo método do
custeio por “Absorção”. Viu também que essa modelagem atende tanto às
determinações fiscais quanto aos princípios fundamentais de contabilidade,
pois nela são considerados os custos fixos e variáveis para a apuração dos
custos de produção.
No entanto, as empresas também precisam tomar decisões estratégicas
e por isso buscam outras metodologias que atendam aos objetivos ou
informações que os gestores necessitam. Você estudou aqui uma das
metodologias usadas estrategicamente, o custeio “Variável”.
Nela a apuração de custos de produção não considera os custos e
despesas fixas, sendo esses descarregados apenas na apuração de resultado
e não participando na formação e controle dos custos de produção. Essa
metodologia permite ainda que o gestor realize outras aferições relevantes
sobre o comportamento de custos como: Análise do custo/volume/lucro;
margem de contribuição; ponto de equilíbrio etc.
Para finalizar seu estudo acompanhe à videoaula da professora Marinei,
no material on-line, em que ela aborda os principais pontos deste tema.
Atividades
1. Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna presente no
texto a seguir.
13
Trator A
Matéria-Prima = $ 250.000,00
Mão de Obra Direta = $ 125.000,00
Trator B
Matéria-Prima = $ 150.000,00
Mão de Obra Direta = $ 100.000,00
14
Materiais requisitados:
*Diretos = R$ 150.000,00
*Indiretos = R$ 25.000,00
Mão de Obra:
*Direta = R$ 100.000,00
*Indireta = R$ 15.000,00
15
Referências
FERREIRA, R. J. Contabilidade de Custos. Rio de Janeiro: Editora Frase,
2011.
LUNKES, R. J. Contabilidade Gerencial - Um enfoque na tomada de Decisão.
Editora Visual Books, 2006.
VICECONTI, P.; NEVES, S. das. Contabilidade de Custos. São Paulo:
Editora Saraiva, 2003.
16