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Contabilidade de Gestão

Um sistema de contabilidade é um mecanismo formal para reunir, organizar e comunicar


informações sobre as atividades de uma organização.

Contabilidade financeira:
Utilizadores  Externos (investidores, Estado, …)
Prioridades  Rigor e objetividade
Temporalidade  Passado
Nível de análise  Organização no seu todo
Formato  Conforme procedimentos legais

Contabilidade de gestão:
Utilizadores  Internos (gestores de topo e intermédios, …)
Prioridades  Relevância
Temporalidade  Futuro (tomada de decisões)
Nível de análise  Departamentos e unidades
Formato  Dependente das necessidades dos decisores internos (flexível)

A contabilidade de gestão fornece informação necessária para o planeamento,


organização e controlo, para isso: regista e analisa os gastos envolvidos na produção, analisa as
existências de matérias primas, produtos em curso e produtos acabados. Serve também de apoio
à decisão, seja ela de preços, produção, outsourcing, …

Custos- quantificação monetária dos recursos utilizados para atingir um determinado objetivo

 Objetos de custos- aquilo a que queremos calcular o custo


 Indutor de gastos- fatores que afetam o gasto (relação causa/efeito)
Objeto de custo (relacionado com) Indutores de gastos
Produção Número de unidades produzidas
Marketing e vendas Volume de vendas
Número de vendedores
Número de anúncios
Serviço de apoio a clientes Número de produtos reparados
Número de horas de reparação

Componentes dos custos de produção:

 Matérias primas e subsidiárias


 Envolve o preço de compra, gastos de compra, gastos de
conservação, quebras, …
 Mão de obra direta
 Remunerações e encargos após determinados os tempos de trabalho
 Gastos gerais de fabrico (trabalho e materiais indiretos- salários pagos a trabalhadores que não
estão envolvidos na produção e matérias usados para suportar o processo de produção)
Materiais Diretos Mão de obra direta Gastos gerais de fabrico

Gasto Primo Gastos de transformação

Classificação dos gastos:

▪ Gastos diretos vs Gastos Indiretos


Classificação da sua associação com um determinado objeto de custo

 Gastos diretos- podem ser diretamente associados ao objeto de custo


 Gastos indiretos- não podem ser diretamente associados ao objeto de custo
(normalmente são os gastos gerais de fabrico associados ao produto)

▪ Gastos fixos vs Gastos variáveis


Classificação em função da sua relação com o volume de atividade

 Gastos fixos- independentes do nível de atividade (renda do armazém, …)


 Gastos variáveis- dependentes do nível de atividade (matérias primas consumidas, …)
 Gastos semi variáveis- gastos que variam se variar o nível de produção (energia,
água, …)

▪ Gastos do produto vs Gastos o período


O custo dos produtos torna-se gastos do período (aparece na DR) quando o produto é vendido
1) Compramos matérias primas e vão para armazém de matérias primas
2) Há consumo de matérias primas resultado de uma requisição interna de
Na produção entram os
custos da mão de obra e matérias primas que as faz mover para a produção
gastos gerais de fabrico 3) O produto uma vez terminado vai para o armazém (existências de
produtos acabados)
4) Os produtos saem do armazém quando há uma requisição por parte do
cliente (custos do produto  custos do período)

▪ Gastos (e rendimentos) diferenciais


Este valor de gasto/rendimento é útil para avaliar alternativas que envolvem diferentes
gastos/ rendimentos. Não inclui, no entanto, outros gastos/ rendimentos que possam estar
envolvidos, por exemplo, tempo.
▪ Custo de oportunidade
Constitui o beneficio potencial que se abdica quando se seleciona uma alternativa em
detrimento de outra

▪ Custos irrecuperáveis
São custos já incorridos e que não podem ser alterados, qualquer que seja a decisão

▪ Gastos controláveis vs Gastos não controláveis


São úteis para dar apoio a sistemas de avaliação de desempenho se um departamento
estiver a exceder o orçamento, os gastos serão analisados e caso eles sejam controláveis
o responsável pelo departamento terá capacidade de os alterar

▪ Gastos reais vs Gastos básicos


 Gastos reais- gastos históricos, que já incorremos
 Gastos básicos- gasto previstos, como orçamentos

Comportamento dos gastos:


Com conhecimento do comportamento dos gastos o gestor saberá como os gastos
reagiram com as suas decisões e influencias externas.
A nível industrial normalmente os materiais e mão de obra diretos são custos variáveis e
os gastos gerais de fabrico são custos semivariáveis.
Podemos assistir a 3 fases:

1) O rendimento dos fatores é baixo, vão aumentando os gastos, mas a um nível


mais baixo
2) O ritmo é durante mais tempo constante
3) Os níveis de atividade são já mais elevados e podes levar a baixos rendimentos,
no sentido em que os gastos voltam a subir agora de forma acelerada

Funções de gastos:

Y = Custos Totais
F = Custos Fixos
V = Custos Variáveis
X=
o Step-cost function

Custos

É razoável para representar os custos a


curto prazo. Mostra os custos fixos para
cada patamar de atividade, vão sendo
necessários novos investimentos

Custos de atividade

o Componentes

Componente variável

Componente fixa

o Relação não linear

Valores do custo associados


a uma nuvem de atividade

Formas de obtenção da função de gastos:

 The High-Low Method- utilizar o ponto mais alto e o mais baixo


 The Scatterplot Method- utilizar o diagrama de nuvem
 The Method of Least Squares- aplicar regressão linear

Apuramento do CIPF, CIPA, CIV:

CIPF = matérias primas consumidas + mão de obra direta + gastos gerias de fabrico

Consumo de matérias primas = stock inicial de matérias primas + compras – stock final de matérias primas

CIPA = CIPF- stock final de produtos em vias de fabrico + stock inicial de produtos em vias de fabrico
CIV = CIPA – stock final de produtos acabados + stock inicial de produtos acabados
Fundamentos de um sistema de custeio
Qualquer sistema de custeio tem duas fases:
1. Acumulação de gastos
 Agregar numa conta num determinado período de tempo as
utilizações de recursos (horas, matérias, …)
2. Imputação dos gastos
 Imputar os gastos é atribuir a um objeto de custo uma parcela dos
gastos acumulados, ou seja, alocar/distribuir os gastos em função
dos vários objetos de custo

Gastos Gerais de Fabrico


Existem duas formas de imputar os GGF:

 Base única
 Acumula todos os gastos gerais de fabrico e escolhe-se um único critério
para fazer a imputação
 Este método é aplicável quando a empresa produz um único produto ou
produtos muito semelhantes em termos de produção, este não é um
método ideal pois nem sempre é possível encontrar a ligação entre o
conjunto dos gastos e um indutor comum
 Base múltipla (que tem como situação particular as secções homogéneas)
 Criar diferentes grupos homogéneos e identificar para cada grupo um
critério que se adeque
Alguns critérios que podem ser usados para as bases: custo da mão de obra direta; número de horas de mão de
obra direta; número de unidades produzidas; quantidade de matérias consumidas; número de horas de trabalho das
máquinas; …

Centros de gastos:

o É uma alternativa para imputar os gastos, mais correta pois ajuda a encontrar
custos mais adequados para os produtos
o Neste método são acumulados os gastos gerais de fabrico tendo em conta o
funcionamento dos diversos órgãos da empresa
Método das Secções Homogenias:

o Possuem três características:


▪ Responsabilização- há um responsável
▪ Homogeneidade de funções- o que é feito em cada secção deve ter
afinidade e homogeneidade
▪ Em cada secção é possível definir uma unidade de medida da atividade
centro, que dependerá do tipo de funções que se realizam no centro

o Tipos de secções:
▪ Principais- estão diretamente associadas à produção do produto
Industriais
▪ Auxiliares- não intervêm diretamente na produção (limpeza, manutenção, …)
▪ Administrativas
▪ Financeiras

o Repartições (depois de definidos os as secções, fazemos a imputação dos gastos nos produtos):
 Primária- distribuímos os gastos pelas várias secções; os gastos vão ser
redistribuídos pelos locais onde tiveram origem
 Secundária- acontece quando distribuímos os gastos das secções auxiliares para
as secções primárias
▪ Poderão existir ou não Prestações Reciprocas- casos em que as secções
beneficiam uma da outra, são interdependentes

Secção auxiliar 1
30% 30%

Secção auxiliar 1 40% 10% Secção auxiliar 1

30% 60%
Secção auxiliar 1

Se designar por X p total dos gastos da Secção auxiliar 1 e Y os gastos da Secção auxiliar 2:

 X = gastos primários da secção 1 + 0.1Y


 Y = gastos primários da secção 2 + 0,4X
o Etapas:

1. Repartição dos gastos pelas secções (gastos primários)


2. Imputação dos gastos das secções auxiliares às secções beneficiárias da sua
atividade (reembolsos)
3. O custo total de cada secção é dividido pelo número de unidades de obra (ou unidades
de imputação) e assim calculado o respetivo custo unitário
4. Os gastos de cada secção são repartidos pelos diversos utentes (produtos, outras secções, ...)
com base no número de unidades de obra que a cada um consumiu durante o
período em análise

O método das Secções Homogéneas pode ser usado para determinar os gastos de distribuição e
administrativos:
▪ O método das secções é também adotado para o controlo dos gastos de funcionamento
dos diversos segmentos não fabris da organização e para repartição pelos produtos dos
custos não industriais
▪ É difícil atribuir uma unidade de obra a estas secções

O grau de divisão da empresa em secções deve ter em conta:


▪ O método de apuramento de custos dos produtos é mais correto quanto:
o Maior o número de secções- haverá mais homogeneidade
o Possibilidade de definição de uma unidade de medida de atividade (unidade de
obra) - os gastos são repartidos pelos centros e para cada centro é definida a
unidade mais conveniente
▪ O interesse da divisão para efeitos de gestão:
o Isolamento de responsabilidades
o Controlo dos custos- termo de comparação e possível utilização de custos básicos
o Relacionamento com as funções da empresa numa estrutura organizacional
clássica

Plano de Contas da contabilidade de Gestão


Não existe um plano oficial ou um sistema normalizado
A articulação com a Contabilidade Financeira é feita através do uso das Contas refletidas
(91). Tanto a Contabilidade de Gestão como a Contabilidade Financeira atuam sobre o mesmo
resultado, mas a Contabilidade de Gestão faz uma reclassificação dos gastos para permitir o
apuramento de custos.

71 9171

CF CG
Esquema geral de apuramento dos custos de produção

Existências- MP MOD GGF


100,000 250,000 120,000 120,000 60,000 60,000
200,000
50,000 0 0

Fabricação Existências- PA CIV


20,000 300,000 78,000 240,000 240,000
250,000 300,000
120,000 138,000
60,000
150,000

 Durante o período, são adquiridas matérias primas que custam 200.000€


 Matérias primas que custam 250.000€ são usados na produção
 A conta fabricação registra o saldo das unidades parcialmente concluídas do produto
 À medida que são utilizados materiais diretos e mão-de-obra direta, seus custos são
adicionados à conta de fabricação
 O custo das despesas gerais de fabrico também é adicionado à conta de fabricação
 Os custos totais de fabricação são iguais aos custos totais de matérias primas, mão-de-obra
direta e despesas gerais de fabrico
 O custo dos bens fabricados durante o período diminui a conta fabricação e aumenta a conta
dos produtos acabados
 A conta de existências de bens acabados detém o saldo de custos atribuído a todas as unidades
de produto concluídas que ainda não foram vendidas
 À medida que as unidades do produto são vendidas, o custo dos produtos vendidos diminui a
conta do Inventário de bens acabados e aumenta a conta do custo da mercadoria vendida

Imputação dos GGF- base única


Imputação dos GGF- base múltipla

Regimes de fabrico

vs ▪ Simples - tem apenas uma etapa


▪ Complexa – tem várias etapas, estádios
▪ Contínua - um produto passa pelas várias fases de fabrico de forma interrupta, a
vs qualquer momento se encontram produtos em vias de fabrico
▪ Descontínua
▪ Uniforme – produção de um produto
▪ Múltipla
 Disjunta- consigo produzir diferentes produtos a qualquer altura, os
produtos são interdependentes
 Conjunta- não consigo obter um produto sem outro

Métodos de apuramento do custo industrial dos produtos


o Direto/ por ordens de produção
 Fabrico de produtos únicos ou prestação de serviços diferenciados
 É possível identificar o produto ao longo de todo o processo
 O produto/ serviço é geralmente iniciado por uma requisição expressa
o Indireto/ por processos
 Fabricação de um único produto ou número reduzido de produtos
 Produção contínua e ininterrupta ou por séries de produtos homogêneos
 Acumulação mensal por produtos dos gastos industriais, determinando-se o
custo médio de cada unidade
 Os gastos industriais são frequentemente decompostos pelas principais fases de
produção
o Misto

Qualquer que seja o método adotado, os gastos não industriais (comerciais, administrativos)
não são imputados ao produto mas sim vistos como gastos do período.
Valorização da produção em vias de fabrico
▪ Método direto- o custo da produção em vias de fabrico no fim de cada mês é dado
diretamente pela ficha de custos respetiva
▪ Método indireto- no fim de cada mês há que proceder à inventariação e valorização da
produção em vias de fabrico (usando o método das unidades equivalentes)

Método das unidades equivalentes:


1. Conhecer a quantidade e grau de acabamento
2. Reduzir as quantidades em vias de fabrico a unidades de produto acabado
3. Aplicar o critério valorimétrico (custo medio, FIFO, LIFO)

Produção conjunta

A produção conjunta ocorre quando a produção de um produto implica necessariamente


a obtenção de outros. É impossível identificar os recursos consumidos por cada um dos produtos
obtidos neste regime, até ao ponto de separação. Até este ponto os produtos são interdependentes,
logo, os custos são conjuntos e temos, por isso, a necessidade de determinar os custos dos co-
produtos e subprodutos para efeitos de valorização dos stocks.

Consoante o valor dos produtos falamos em co-produtos (têm valores comerciais semelhantes),
subprodutos (tem um valor comercial muito inferior ao do principal) e resíduos (têm um valor muito baixo
podendo implicar custos).

Repartição dos custos conjuntos:

Métodos para distribuir os custos conjuntos pelos co-produtos

 Critério baseado nas quantidades produzidas

É atribuído aos vários produtos o mesmo custo unitário, este método é adequado quando
os preços de venda são muito instáveis, não é aplicável quando as unidades de medida
não podem ser adicionadas e ignora a diferente capacidade de gerar rendimentos dos
produtos.

 Critérios baseados no valor de mercado

 Valor de venda- este método tem a vantagem de permitir comparar a


rendibilidade dos produtos, no entanto, tem a desvantagem da validade do
pressuposto: maior preço de venda  maior custo de produção; em algumas
indústrias os preços de venda são muito voláteis gerando custos de produção
muito inconstantes; o valor de venda pode refletir o valor acrescentado em
operações subsequentes ao ponto de separação
 Valor de venda no ponto de separação- alguns produtos podem não ser
comercializáveis no ponto de separação precisão por isso de continuar no
processo produtivo. Os custos específicos destes produtos incluem todos os
gastos que ocorram após o ponto de separação (alguns não industriais) e que
contribuem para o valor de venda

Métodos para distribuir os custos conjuntos pelos subprodutos

 Critério do custo nulo- atribui-se ao subproduto um custo nulo e todos os custos são
imputados aos co-produtos ou produtos principais

 Critério do lucro nulo- os proveitos líquidos obtidos com a venda dos subprodutos devem
ser deduzidos aos custos conjuntos ou ao custo do produto principal de que resultam. Pelo
contrário, se houver uma perda, ela deve ser adicionada aos produtos principais. Este
critério e recomendável quando os subprodutos têm valor comercial relativamente
significativo

Algumas conclusões (dos métodos de valor)

 Os custos conjuntos são gerados por todos os produtos envolvidos e por nenhum em
particular
 Considerar análise custo-benefício na escolha do critério a utilizar
 Os critérios adotados na repartição dos custos conjuntos têm um impacto elevado nos
resultados apurados e na valorização das existências
 Os custos de produção apurados para efeitos de valorização dos stocks são inapropriados
para a tomada de decisões

Contextos de decisão

Ao tomar decisões procuramos:

 O interesse dos custos unitários para os produtos conjuntos limita-se quase


exclusivamente à avaliação das existências finais
 Distinguir custos irrelevantes e custos incrementais
 Aumento ou redução da produção
 (Decisões ao nível da) Transformação dos produtos obtidos no ponto de separação (pode não haver
mercado para os produtos no ponto de separação)
Produção defeituosa
As empresas têm frequentemente produção defeituosa e devem existir métodos de
valorização e classificação.

A produção defeituosa tanto poderá não ser vendida, como poderá ser vendida, mas a um
preço inferior ou poderá ser reprocessada o que implicará custos adicionais.

Podemos classificar a produção defeituosa como resultante de quebras:

▪ Normal- há constantemente uma % desta produção (a empresa deve tentar diminui-la)


▪ Anormal- surge de um imprevisto ou situação pontual (ex. inundação)

Os custos com a produção defeituosa anormal não devem incidir na produção acabada,
devem ser considerados custos do período (conta 93.05- custos industriais não incorporados).

Para a valorização dos produtos de diferentes qualidades devem-se utilizar métodos


semelhantes à repartição dos custos conjuntos, o lucro nulo é o mais comum.

Também as quebras anormais de rendimento são consideradas custo do período.

Limitações do método das secções homogéneas

O uso da base única é comum em sistemas elementares que são menos dispendiosos e
pouco precisos no sentido em que se utiliza o mesmo critério para um vasto grupo de gastos.

A base múltipla exige sistemas mais complexos e por isso mais dispendiosos, os GGF
passam a ser agrupados em diferentes grupos e mais homogéneos. Devemos usar sistemas
complexos quando existe uma grande proporção de custos indireto e os produtos são
diversificados  quanto mais homogéneos mais grupos existirão

Os métodos de custeio tradicionais medem os recursos consumidos proporcionalmente às


quantidades produzidas e imputam custos de acordo com as unidades produzidas. Assim, assume-
-se que os produtos com maiores unidades consumidas são responsáveis por um maior montante
de custos indiretos  coloca-se a questão de distorção de custos

Custeio Baseado nas Atividades


Esta é uma forma de custeio que imputa os custos aos produtos/ serviços de acordo com
o consumo que estes fazem dos recursos utilizados nas atividades que lhe estão associadas.
Para obter produtos ou serviços necessitamos de atividades, nelas são consumidos
recurso, recursos esses que envolvem custos.

 Resource driver – o indutor de recursos é uma medida da quantidade de


recursos consumida por atividade
 Activity driver – o indutor de atividade é uma medida da frequência ou
intensidade da procura de uma atividade por um objeto de custo
Custo dos recursos

1º etapa Resource drivers

Cost Pools
Atividades ou grupos de
atividades

2º etapa Activity drivers

Objetos de custos

Deve-se utilizar este método de custeio quando as são reconhecidas distorções provocadas
pelos sistemas tradicionais e quando a produção é diversa em volume e complexidade.

Conceção de um sistema de ABC

1. Identificar as atividades responsáveis pela utilização dos recursos, às quais irão ser
apurados os respetivos custos (cost pools)
2. Selecionar as unidades de medida dessas atividades (activity drivers) e apurar os respetivos
custos unitários
3. Identificar os produtos/serviços que utilizam essas atividades, determinando os
respetivos níveis de utilização

Vantagens

 Conduz ao apuramento mais rigoroso dos custos, melhorando o controlo de gestão e


qualidade das decisões estratégicas
 Mede mais corretamente os custos das atividades que não são proporcionais ao volume
de produção
 Permite obter informações mais válidas sobre as componentes verdadeiramente
responsáveis pela geração dos custos (as atividades), as quais constituem
simultaneamente os elementos que são efetivamente geridos.

Sistemas de custeio

Materiais Diretos
Custo dos
Custo dos Trabalho Direto
Produtos
Produtos Gastos Gerais de Fabrico Variáveis
Gastos Gerais de Fabrico Fixos
Custo do
Custo do Custos Administrativos Variáveis
Período
Período Custos Administrativos Fixos
 Custeio Total:
▪ Todos os custos industrias fixos são imputados aos produtos
▪ É o método reconhecido para efeitos externos
▪ Todos os custos de fabricação devem ser atribuídos aos produtos

Argumentos a favor deste método:

 Todos os custos (variáveis e fixos) são necessários para produzir o produto e devem, por
isso, ser a ele imputados
 No longo prazo, os custos fixos têm de ser cobertos pelas vendas
 Adequa-se a atividades sazonais, já que possibilita um esbatimento na oscilação dos
resultados resultante de diferentes níveis de venda

 Custeio Variável:
▪ Só os custos industrias variáveis são imputados aos produtos
▪ Tem algumas vantagens na tomada de algumas decisões (aceitação de encomendas,
outsourcing, …)
▪ Atribuem-se aos produtos apenas os custos gerados por esse objeto de custo, os custos
fixos são incorporados na fabricação

Argumentos a favor deste método:

 No curto prazo, os custos relevantes para tomar muitas decisões são os custos variáveis
(melhor utilização da capacidade instalada)
 O lucro/ prejuízo não depende das políticas de stocks
 Faz depender mais o resultado do nível de vendas, permitindo assim avaliar melhor o
desempenho
 Facilita a análise custo-volume-resultado

Impacto no resultado

Relação entre o resultado no sistema de


Relação entre produção e vendas Efeito no inventário
custeio total e custeio variável
Produção > Vendas Inventário aumenta Custeio Total > Custeio Variável
Produção < Vendas Inventário diminui Custeio Total < Custeio Variável
Produção = Vendas Sem mudança Custeio Total = Custeio Variável

Custeio Racional
O custo de produção inclui todos os custos variáveis industriais, bem como a parte dos custos
fixos industriais que não sejam custos de subactividade. Procura-se assim incluir no custo de
produção os custos que lhe estão “tendencialmente” associados, evitando a oscilação no custo de
produção unitário que resulta no custeio total das variações no volume de produção
𝑎𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑎𝑙
𝐶𝑜𝑒𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑖𝑚𝑝𝑢𝑡𝑎çã𝑜 𝑑𝑜𝑠 𝐶𝐹 =
𝑎𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑛𝑜𝑟𝑚𝑎𝑙

É então necessário definir o nível de atividade normal, esta que será uma % da capacidade
produtiva

Impacto no resultado
▪ P = V (mesmo resultado que no Custeio Total e Variável, embora o desdobramento entre custos fixos
incluídos no custo das vendas e no custo das vendas e nos custos industriais não incorporados dependa da
relação entre a atividade normal e a atividade real)
▪ P>V
 Resultado CRacional > Resultado CVariável
 Resultado CRacional > Resultado CVariável
▪ Se Ar < An  Resultado CTotal > Resultado CRacional
▪ Se Ar > An  Resultado CTotal < Resultado CRacional
▪ Se Ar = An  Resultado CTotal = Resultado CRacional

Análise Gastos – Volume – Resultados


Esta análise procura perceber de que forma a variação do volume (quantidades) pode
influenciar os gastos e, por sua vez, os resultados.
Neste modelo consideramos o preço de venda constante, utilizamos o SCV e os gastos
variáveis proporcionais às quantidades produzidas.

Ponto Crítico das Vendas

É o nível de atividade que gera um resultado operacional nulo. A empresa deverá conhecer
este valor dado que lhe permitirá prever o nível mínimo de produção capaz de cobrir os custos
comerciais.

vendas
custos totais

custos variáveis

custos fixos

Q* uni
Prejuízo Lucro
Como encontrar o pronto crítico?

Sabemos que no PC, 𝑅𝑂 = 0, logo,

⇔ 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 − 𝐶𝑉𝑎𝑟 − 𝐶𝐹𝑖𝑥𝑜𝑠 = 0 ⇔ (𝑝𝑣𝑒𝑛𝑑𝑎 ∗ 𝑞 ∗) − (𝐶𝑉𝑢 ∗ 𝑞 ∗) − 𝐶𝐹 = 0


𝐶𝐹
⇔ 𝑄∗ =
𝑝𝑣 − 𝐶𝑉𝑢

Margem de contribuição
Excedente do preço de venda uma vez cobertos os custos variáveis. Permite recuperar
os custos fixos e, uma vez estes cobertos, a margem de contribuição corresponde ao aumento
marginal do resultado operacional
𝑚𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 = 𝑝𝑣 − 𝐶𝑉𝑢

C-V-R e Imposto sobre o Rendimento


As quantidades a produzir e vender (Q) para obter um resultado alvo após impostos são
dadas por:
𝑟𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜

𝐶𝐹 + 𝑅𝑂 (1 − 𝑡)
𝑄 =
𝑝𝑣 − 𝐶𝑉𝑢

Análise da sensibilidade
▪ Margem de segurança – distância ao ponto critico, % que posso fazer descer a atividade
até atingir o ponto critico
𝑄 − 𝑄∗
𝑀𝑆 =
𝑄
▪ Grau de alavanca operacional – quanto maior for o peso dos GF maior é o risco, ou seja,
maior ou menor permeabilidade do resultado a variações no nível de atividade

∆𝑅𝑂
∆𝑅𝑂 𝑄 (𝑝𝑣 − 𝐶𝑉𝑢) ∗ 𝑄 𝑀𝐶
𝐺𝐴𝑂 = 𝑅𝑂 = ∗ = =
∆𝑄 ∆𝑄 𝑅𝑂 𝑅𝑂 𝑅𝑂
𝑄

Se GAO = 3, uma variação de 1% nas quantidades tem um impacto de 3% nos resultados

C-V-R com mais do que um produto


A maioria das empresas produz e comercializa mais do que um produto, faz parte da
capacidade instalada das decisões relativamente à escolha do mix de produtos mais vantajoso.
Neste caso, o PCV dependerá da composição das vendas.
C-V-R com a utilização do sistema de custeio total
Se a empresa utiliza o sistema de custeio total, há que considerar a relação entre a produção
e as vendas e a sua implicação em termos dos custos fixos de produção que são custos do período.

Decisões de pricing
São importantes tendo em conta diferentes objetivos de uma politica de preços, estas podem
ser tendo em vista maximizar os lucros, ganhar quota de mercado, assegurar retorno…

Produtos massificados num mercado competitivo

 Redução de preços para “roubar” quota de mercado aos concorrentes


 Adicionar novas funcionalidades para criar a ideia nos clientes de que estão a ter value
for Money

Produtos diferenciados

 Podem adotar estratégias de preço mais conservadoras

A teoria económica clássica e a determinação do preço ótimo

 Procura e preço de venda estão inversamente relacionados

 O ótimo atinge-se no ponto em que o rendimento marginal iguala o custo marginal

Abordagens alternativas para a determinação do preço de venda

 Com base numa margem sobre o custo total (complexivo, ou seja, materiais, mod, ggf, custos comerciais e administrativos)
 Determinar o custo total complexivo dos produtos e adicionar-lhe a margem
pretendida

Não é bom pois o cliente pode não estar disposto a pagar esse valor, definir um preço com base no
custo pode não ser bom pois se esquece o cliente

Limitações destes métodos:

 Quando fixam o preço inteiramente com base na função de custos tendem a ignorar as
condições de mercado

 Não se adequam a análise de certas decisões de curto-prazo, especialmente aquelas que


dizem respeito à gestão da capacidade produtiva excedentária

Com base na margem de contribuição


Aplicações mais comuns:

 Pricing para uma encomenda especial quando há capacidade produtiva disponível (é


perigoso porque se se tornar frequente, o preço baixo passa de especial a normal)

 Tarifas de estação baixa nos hotéis, preços reduzidos nos transportes públicos fora das
horas de ponta
Vantagens:

 Mais apropriada para decisões de curto-prazo

 Não implica o estabelecimento de critérios (muitas vezes subjetivos) de repartição dos


custos fixos
Desvantagens:

 Dado que considera apenas os custos variáveis como custos do produto, pode conduzir a
preços de venda demasiado baixos

 A longo prazo tanto os custos variáveis como os custos fixos têm de ser recuperados

 O recurso sistemático ao estabelecimento de preços de venda com base nos custos


variáveis pode minar a política normal de pricing da empresa

Escalonamento da produção
Problema do estabelecimento do plano de produção em face da existência de um fator
produtivo restritivo

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