Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Proveito
É a componente positiva do resultado do exercício. É todo o custo inventariável e armazenado.
Nem sempre um proveito corresponde à receita.
Receita
È o direito de receber, nasce a partir do momento em que fornecemos ao exterior os bens ou
serviços.
Pagamento
Saída de meios monetários para terceiros que pode ou não coincidir com a contratação da dívida.
Recebimento
Verifica-se quando da entrada de meios monetários e vem regularizar ou não uma dívida. Pode
coincidir ou não com a receita.
Despesa
Pressupõe a obtenção do direito de uso de factores, com ou sem pagamento imediato. Constitui uma
obrigação de pagar a terceiros quer um serviço prestado, quer um bem adquirido.
Custo monetário – valor monetário dos recursos físicos consumidos, obtido pela expressão
monetária dos recursos físicos em unidades monetárias, que é o valor que resulta do
somatório dos produtos das quantidades pelos respectivos preços.
n
Custo Monetário = Q1 x P1 + Q2 x P2+....+ Qn x Pn = Qi x P1
i=1
Nota: Ao converter o custo tecnológico em moeda, obtém-se o custo monetário.
Nota:
1 - A contabilidade de custos privilegia o apuramento do custo monetário. Sempre que falamos de
custo nos referimos ao custo monetário.
2 - O custo monetário tem dois componentes: As quantidades, cuja magnitude depende da
racionalidade com que se usam os recursos, e o preço, determinado pelas condições de procura e
oferta de factores no mercado.
2
Jeremias Sitoe, Doutorando em Riscos Complexos
IV. Classificação dos Custos
1. Quanto à espécie
3. Quanto ao âmbito
3
Jeremias Sitoe, Doutorando em Riscos Complexos
Custos directos – são todos os que são especificamente originados por este ou
aquele serviço (custos directos das funções e departamentos) ou por este ou
aquele produto (custos directos dos produtos);
Custos indirectos – são todos aqueles originados não por este ou aquele serviço
ou produto, mas sim por vários serviços ou produtos (gastos gerais da empresa),
desconhecendo-se, no momento da sua efectivação, o seu destino funcional e/ou
final.
4
Jeremias Sitoe, Doutorando em Riscos Complexos
Fixos ou de estrutura – são os ligados à estrutura da empresa ou da
secção praticamente independentes da sua actividade.
Custos Variáveis
Podem ser:
Proporcionais - quando variam proporcionalmente com o volume;
Progressivos - quando crescem a uma taxa maior que a taxa de crescimento do
volume, e;
Digressivos - quando crescem a uma taxa menor que a taxa de crescimento do volume.
Para facilitar análise dos custos variáveis, geralmente se assume que eles são variáveis
proporcionais.
Nota:
1 - Os custos variáveis totais é que aumentam ou diminuem conforme o volume (de produção ou de
venda) aumenta ou diminui, respectivamente.
2 - Os custos variáveis unitários (proporcionais) mantêm-se invariáveis mesmo que varie o volume
(de produção ou de venda);
Y = a + bx
Y - custo total misto
a - Parte fixa do custo misto (intercepto vertical)
b - Custos variáveis unitários
X - Nível de actividade ou volume
Nota: a equação da recta dos custos mistos pode ser estimada com recurso ao método dos mínimos
quadrados.
Custos Fixos
São aqueles que não variam quando se altera o volume ou são pouco sensíveis à sua
variação.
São os que proporcionam a capacidade para produzir ou vender, razão porque também se
chamam custos de capacidade.
Tipos de capacidade:
Capacidade física, que é dada pelos edifícios, equipamentos;
Capacidade organizacional, dada pelos quadros da empresa, e;
5
Jeremias Sitoe, Doutorando em Riscos Complexos
Capacidade financeira, dada pelas possibilidades financeiras da empresa.
Nota:
1 - Os custos fixos totais mantêm-se invariáveis mesmo que varie o volume (de produção
ou de venda);
2 - Os Custos fixos unitários aumentam ou diminuem conforme volume (de produção ou de
venda) diminui ou aumenta, respectivamente.
V. Custos Funcionais
Custos de Aprovisionamento
Designa-se por custo de aprovisionamento o custo das matérias no momento da sua incorporação
na produção, isto é, quando saem do respectivo armazém para entrar no processo produtivo.
Custos de Transformação
2. Os gastos gerais de fabrico, tais como todos os fornecimentos, seguros, força motriz,
mão-de-obra indirecta, amortizações, etc., exigidos pela produção.
CT=MOD + GGF
6
Jeremias Sitoe, Doutorando em Riscos Complexos
Custos Administrativos
Os Custos de Administrativos compreendem todas as despesas exigidas pela direcção da empresa,
tais como: ordenados dos membros dos órgãos sociais, respectivas deslocações e estadas, despesas
de representação, material de escritório, ordenados do pessoal de escritório, etc.
Custos financeiros
Os Custos Financeiros são os que representam o custo dos capitais alheios aplicados na empresa.
A soma dos custos das matérias directas consumidas e da mão-de-obra directa designa-se
Custo Primo
CP=MP + MOD
Por outro lado, a soma dos custos da mão-de-obra directa e dos gastos gerais de fabrico
chama-se Custo de Transformação (CT).
CT=MOD + GGF
Esquematicamente:
Matérias Directas Custo Primo
Custo de Produção
Custo de Mão-de-obra Directa ou Directo
ou Industrial
Transformação Gastos gerais de Fabrico
Matérias Directas
As matérias directas são os bens que se laboram para obter o produto final, e que geralmente são
incorporados no produto final (Madeira e móvel, farinha e pão, papel e livro, etc.).
Mão-de-obra Directa
7
Jeremias Sitoe, Doutorando em Riscos Complexos
Designa-se por mão-de-obra directa o custo com o pessoal que trabalha directamente na fabricação
do produto, excluindo-se os encargos com o pessoal da área industrial, que tem funções de supervisão
(encarregados, chefes de secção, directores) ou de apoio (direcção fabril, planeamento e controlo de
produção, etc.) que são considerados Gastos Gerais de Fabrico (GGF).
Com os Gastos Gerais de Fabrico não se passa o mesmo, pois neles são fundamentalmente
englobados gastos que são comuns aos diversos produtos que se fabricam.
Por esta razão, têm que ser definidos critérios de imputação (de distribuição ou de repartição) dos
gastos Gerais de Fabrico verificados no período pelos produtos fabricados nesse período.
A imputação dos GGF aos produtos pode ser feita de duas maneiras:
A totalidade dos GGF é imputada aos produtos através de uma única base de imputação
(imputação de base única);
Repartem-se previamente os GGF por grupos de custos com certas afinidades, escolhendo-
se para cada agrupamento a base de imputação mais conveniente (imputação de base
múltipla).
8
Jeremias Sitoe, Doutorando em Riscos Complexos
A imputação de base única enferma de muitas limitações, pois só por mero acaso se encontrará
uma relação de proporcionalidade aceitável entre todos os GGF e a base de imputação
escolhida.
Com efeito, repare-se que alguns GGF variarão com a mão-de-obra directa, outros com as horas
de trabalho das máquinas, etc. Por outro lado, um produto pode recorrer a uma secção em que o
trabalho se encontra sensivelmente mecanizado, outro a uma secção em que o trabalho é
sobretudo manual. Podem mesmo todos os produtos recorrer às mesmas secções, mas ser diferente o
contributo que cada uma dá para cada produto.
Portanto, raramente se pode recorrer ao método de base única, sendo necessário agrupar previamente
os GGF por grupos com certas afinidades e depois, para cada grupo de custos, escolhe-se a base mais
adequada.
Tal significa que, para a determinação dos resultados, a empresa considera a diferença entre o preço
de venda e o custo industrial dos produtos vendidos (designada por resultado bruto), deduzindo-
lhe depois os restantes custos de período, para apurar o resultado líquido
Refira-se que, o cálculo analítico do custo comercial apenas interessa para a elaboração de
orçamentos relativos a encomendas (em fase anterior à produção) e para a fixação dos preços de
venda, trabalhando-se geralmente com valores previsionais, de acordo com as informações obtidas
em anos anteriores.
Custo Económico-Técnico
O Custo económico-técnico resulta do somatório do custo comercial ou complexivo com os Gastos
Figurativos. Estes gastos – respeitam a cálculos previsionais referentes a investimentos
monetários que se podiam ter efectuado em Instituições de Crédito, por exemplo em depósitos a
prazo, obtendo-se assim os respectivos proveitos em juros e ao terem feito os investimentos na
empresa podem não obter esses proveitos ou estes serem menores que se tivessem efectuado outra
aplicação monetária. Considera-se portanto que estes juros não obtidos constituem custos.
Os gastos figurativos não são contabilizados, servem apenas para calcular o custo económico-
técnico e o eventual lucro que poderia surgir mesmo com a imputação destes custos.
9
Jeremias Sitoe, Doutorando em Riscos Complexos
Esquema geral da configuração de custos
Lucro
Puro
Lucro
Lucro Liquido
Gastos Bruto (Resultado)
Figurativos (Margem
Preço
de Bruta)
Custo Venda
Custos Económico
Não Técnico
Industriais Custo
Comercial
GGF Custo Ou
Industrial Complexivo
MOD Custo ou de
MP Primo Produção
Com conhecimento do custo dos produtos nas suas diversas fases de fabricação, há que determinar os
resultados que se vão verificando. Assim, ao subtrairmos às vendas o custo industrial dos produtos
que se venderam obtém-se uma “margem bruta”.
Adicionando ao custo industrial dos produtos vendidos os custos não industriais e efectuando a
subtracção ao valor das vendas, obtém a “margem líquida”.
Custos do Período – são custos que são relacionados com os proveitos à base temporal. São
deduzidos dos proveitos do exercício em que foram incorridos. Todos os custos não industriais
(de venda, administrativos e financeiros) são custos do período.
10
Jeremias Sitoe, Doutorando em Riscos Complexos
Custos do Produto – são Os custos incorridos na compra de matérias ou na fabricação de
produtos. Contrariamente aos custos do período, os custos do produto não são necessariamente
tomados em conta no cálculo dos resultados do período em que foram incorridos. Figuram na
demonstração de resultados do período em que os produtos a que respeitam forem vendidos.
São também conhecidos por custos inventariáveis.
Por conseguinte, todos os custos que entram na determinação do custo industrial dos produtos
são custos de produtos e não custos de períodos. Só na altura em que os produtos são vendidos é
que os custos dos produtos passam a ser custos de períodos.
Em suma, os custos industriais dos produtos vendidos e os custos não industriais constituem custos
de períodos.
Real
Monetária
A todo o fluxo real corresponde um fluxo monetário de sentido inverso. Estes fluxos podem ser
simultanêos ou não. Haverá desfasamento quando o fluxo monetário de contrapartida se verificar
num período posterior ao do fluxo real.
Assim temos;
No momento do fluxo real há uma obrigação a cumprir, cujo valor corresponde à despesa do
período;
Quando a dívida for liquidada, ou seja, no período em que se verificar o fluxo monetário, far-
se-á o pagamento.
Então, no caso de não haver sincronismo entre as duas correntes, o período em que se verificar a
despesa não coincide com o momento em que se faz o pagamento.
Por outro lado, nem toda a despesa do período será, na maioria das vezes, custo desse mesmo
período, como se pode comprovar nos exemplos seguintes:
O pagamento da renda de Janeiro de 2001, feito no mês de Dezembro do ano anterior, não
constitui um custo de Dezembro, visto que diz respeito ao mês seguinte;
Todas as despesas verificadas após e durante a fabricação constituem custos do produto e não
do período. Isso só acontece no período em que o produto é vendido (custos do período).
Tudo o que foi dito anteriormente é extensivo aos fluxos reais de saída e consequentes fluxos
monetários de entrada.
Resumidamente temos:
11
Jeremias Sitoe, Doutorando em Riscos Complexos
No momento do fluxo real (venda de produtos fabricados) há um direito a receber, cujo valor
corresponde à receita do período.
Quando o crédito for cobrado, ou seja, no período em que se verificar o fluxo monetário,
surge o recebimento.
Também aqui pode não haver sincronismo entre as duas correntes. Quanto isso acontece há a
considerar momentos diferentes para a receita e para o recebimento.
Por outro lado, a receita verificada num período (mês) pode não corresponder totalmente ao proveito
obtido. Nesse caso, apenas se consideram como proveitos os referentes ao exercício (mês) e só esses
– princípio de especialização económica dos exercícios. Este princípio contabilístico determina
que:
“No apuramento dos resultados de cada exercício devem ser considerados todos os custos e
proveitos desse exercício e só esses.”
Por outro lado, fala-se em regime de competência financeira se os resultados são determinados pela
diferença entre as receitas e as despesas de um período.
Podemos considerar ainda o regime de competência de caixa, quanto os resultados da actividade são
determinados através da diferença entre os recebimentos e os pagamentos.
Em suma, temos:
Receita - é o direito de receber e nasce a partir do momento em que fornecemos ao
exterior serviços ou bens;
Recebimento – verifica-se quando da entrada de meios monetários e vem regularizar ou
não uma dívida. É sempre a importância recebida, que pode coincidir ou não com a receita
(antecipada-adiantamento, simultânea, ou postecipada-venda a crédito);
Proveito – componente positiva do resultado do exercício;
Despesa – constitui uma obrigação de pagar a terceiros quer um serviço prestado quer um
bem adquirido;
Pagamento –É a saída de meios monetários a terceiros/credores que pode ou não coincidir
com a contracção da dívida;
Custo – componente negativa do resultado, que representa o valor dos consumos
incorporados no processo produtivo.
12
Jeremias Sitoe, Doutorando em Riscos Complexos
X. Custos controláveis e custos não controláveis
Nem sempre os custos de um determinado centro podem ser controlados pelo respectivo
responsável. Há casos de custos que, em alguns casos são controlados por uma autoridade
hierarquicamente superior.
Acontece muitas vezes que a escolha de uma ou de outra alternativa não implica nenhuma
alteração em certos elementos de custo. No exemplo anterior o salário do motorista poderia
não ser afectado pela possibilidade de oficializar ou não a actividade. Neste caso diríamos
que o salário do motorista é um custo irrelevante (Sunk Cost) para a tomada da decisão.
Os custos relevantes são aqueles cujo comportamento se alterará quando uma dada decisão
for tomada. Por isso são relevantes para a tomada da decisão. No exemplo anterior as
amortizações da viatura, os impostos e o salário do cobrador, são custos relevantes.
As decisões são geralmente tomadas perante alternativas. Para se decidir entre as diferentes
alternativas possíveis há que medir os resultados (ou cash-flows) associados a cada uma
delas e compara-los. Esta comparação deve ser feita relativamente a uma das alternativas
que se toma como referencia. De qualquer forma, haverá sempre duas alternativas para
decidir, que consistem: (i) na alteração da situação que é objecto de análise: (ii) na
manutenção da situação (que será a alternativa de referência).
Solução
Admitamos que a empresa dispõe de edifício que serve de armazém da actividade comercial
grossista que também desenvolve. Aquele edifício pode ser facilmente arrendado a terceiros, para
armazém, por 12 000 MTn por ano. Na análise daquela actividade da empresa, deverá considerar-se
como seu custo de oportunidade o valor do arrendamento possível, ou seja, 12 000 MTn por ano. O
conceito de custo de oportunidade permite reter que a rendibilidade dos recursos aplicados na
empresa deve ser sistematicamente comparada com a de aplicações alternativas possíveis.
14
Jeremias Sitoe, Doutorando em Riscos Complexos