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INTRODUÇÃO

Para começar, devemos ter em conta que uma teoria é um conhecimento meramente racional e
científico. A teoria geral dos custos está voltada ao estudo, análise e interpretação dos custos de
produção. Sem esquecer que a teoria geral de custos consagrou-se como sendo um conjunto de
conhecimentos que apresentam uma sistematização e credibilidade, propondo-se a explicar, a
elucidar ou a interpretar os fenômenos das impulsões patrimoniais que formam o custo de produtos,
bens ou serviços. Debruçaremos ainda sobre a classificação da teoria dos custos a nível interno e
externo do mercado, sua importância e sua aplicabilidade. Passaremos uma visão clara sobre a teoria
dos custos, perspectivando a distinção entre as categorias contábeis. Veremos ainda aspectos
relacionados sobre o teorema geral da teoria de custos, ou seja, o componente matemático da
teoria de custos. As premissas estabelecidas para uma consultoria em custos devem estar
submetidas à lógica contábil, da ciência e da filosofia.
TEORIA DE CUSTOS

A teoria de custos é uma parte fundamental da economia que analisa os diversos custos associados à
produção de bens e serviços. Audam a entender como os custos variam em resposta às mudanças na
produção e na tomada de decisões empresariais.

É importante deixar claro que a teoria de custos tem um forte impacto na produção de bens e
serviços.

PRODUÇÃO DE BENS E SERVIÇOS

A produção de bens e serviços é um componente fundamental das atividades econômicas em


qualquer sociedade. Sendo assim explicaremos detalhadamente como ocorre cada uma delas, ou
seja, a produção de bens e a produção de serviços.

Produção de Bens

Bens são produtos tangíveis que podem ser tocados, vistos e possuídos. Exemplos incluem carros,
roupas, alimentos e eletrônicos.

Processo de Produção de Bens

Envolve a transformação de matérias-primas ou insumos em produtos acabados por meio de


diferentes etapas, como fabricação, montagem e embalagem.

Setores de Produção:

A produção de bens é comumente categorizada em sectores, como o sector primário (extrativismo),


setor secundário (manufactura) e sector terciário (serviços relacionados à produção e distribuição de
bens).

Produção de Serviços

Serviços são atividades intangíveis que proporcionam valor aos consumidores. Exemplos incluem
educação, saúde, transporte e consultoria.

Características da Produção de Serviços

Diferentemente dos bens tangíveis, os serviços são intangíveis, perecíveis (não podem ser
armazenados) e frequentemente produzidos e consumidos simultaneamente.

Processo de Produção de Serviços

Involui uma combinação de recursos humanos, tecnológicos e materiais para entregar um serviço de
qualidade. Pode incluir interações diretas com clientes.

Sectores de Serviços

O sector terciário da economia é predominantemente composto por serviços. Inclui sub-sectores


como educação, saúde, finanças, entretenimento e muito mais.
Princípio da teoria de custos

O princípio fundamental da teoria de custos é que uma empresa deve tomar decisões de produção e
determinar seus níveis de output baseando-se na comparação entre custos e receitas. Existem vários
princípios e conceitos inter-relacionados dentro da teoria de custos. Um dos princípios centrais é o
"Princípio do Custo Total", que afirma que o custo total de produção é a soma de todos os custos
fixos e variáveis associados a um determinado nível de produção.

1- Custos Fixos (CF);

2- Custos Variáveis (CV);

3- Custos Totais (CT);

4- Custo Médio Total (CMT);

5- Custo Explícito e Implícito;

6- Custo Marginal (CM);

7- Ponto de Equilíbrio (PE);

8- Custo de Oportunidade (CO).

Custos Fixos (CF): são despesas que permanecem constantes, independentemente do volume de
produção ou das vendas. Exemplos incluem aluguel, salários administrativos e seguro.

Os custos fixos são importantes na análise de ponto de equilíbrio, pois representam a quantidade a
quantidade mínima de produção ou vendas necessárias para cobrir todos os custos fixos e variáveis.
É responsável pelo gerenciamento eficaz desses custos mantendo a estabilidade financeira de uma
empresa.

Características dos Custos Fixos (CF)

- Não variam com o nível de produção ou vendas;

- Permanecem constantes ao longo de determinado período.

Custos Variáveis (CV): são despesas que variam proporcionalmente com a quantidade produzida. Isso
significa que, à medida que a produção aumenta, os custos variáveis também aumentam, e à medida
que a produção diminui, os custos variáveis diminuem. Matérias-primas e mão de obra directa são
exemplos típicos.

A compreensão dos custos variáveis é crucial para análise de rentabilidade e tomada de decisões
estratégica nas empresas. Juntamente com os custos fixos, os custos variáveis são fundamentais para
calcular o ponto de equilíbrio e para determinar os impactos financeiros das mudanças nos níveis de
produção ou vendas.
Características dos Custos Variáveis (CV)

- Variam proporcionalmente com o nível de produção ou vendas;


- Aumentam à medida que a produção aumenta e diminuem com a redução da produção.

Custos Totais (CT): é a soma de custos fixos e variáveis. Representa o total de despesas associadas à
produção.

Características dos Custos Totais (CT)

- Soma de custos fixos e variáveis;

- Representa o custo total associado à produção ou operação.

Custo Médio Total (CMT): é o custo total dividido pela quantidade produzida. Inclui custos fixos,
médios e custos variáveis médios.

Características do Custo Médio Total (CMT)

- Relacionados à medida de custos por unidade produzida;

- Incluem custos médios fixos e custos médios variáveis.

Custo Explícito e Implícito: custo explícito refere-se a desembolsos monetários diretos. Custo
implícito envolve recursos que têm um valor, mas não envolvem pagamento direto.

Custo Marginal (CM): é o custo adicional de produzir uma unidade adicional de um bem ou serviço. É
calculado como a variação no custo total dividida pela variação na quantidade produzida.

Características dos Custos Marginais (CM)

- Representam o custo adicional de produzir uma unidade adicional;

- Útil para tomar decisões sobre a produção de unidades adicionais.

Ponto de Equilíbrio (PE): é o ponto em que as receitas totais se igualam aos custos totais, resultando
em zero de lucro ou prejuízo. É útil para tomar decisões sobre os nível de produção.

Estes conceitos são fundamentais para a análise econômica e financeira das empresas, permitindo
uma compreensão mais profunda dos custos associados à produção e tomada de decisões
empresariais.

Aplicabilidade da teoria de custos

A teoria de custos é amplamente aplicável em diversas áreas e sectores, desempenhando um papel


fundamental na gestão e tomada de decisões empresariais. Algumas das principais áreas de
aplicabilidade incluem:
1- Tomada de Decisões de Produção;

2- Precificação de Produtos e Serviços;

3- Análise de Rentabilidade;

4- Análise de Ponto de Equilíbrio;

5- Avaliação de Desempenho Empresarial;

6- Planeamento Financeiro;

Tomada de Decisões de Produção: ajuda a determinar os níveis ideias de produção, considerando os


custos fixos, variáveis e marginais.

Precificação de Produtos e Serviços: facilita a definição de preço de venda adequado, garantindo que
os produtos cubram os custos totais e proporcionem margens de lucro desejadas.

Análise de Rentabilidade: permite avaliar a rentabilidade de produtos, linhas de produtos ou


serviços, identificando quais contribuem mais significativamente para o lucro.

Análise de Ponto de Equilíbrio: determina o ponto em que as receitas totais igualam os custos totais,
indicando o nível mínimo de produção necessária para evitar prejuízos.

Avaliação de Desempenho Empresarial: é utilizada na comparação entre custos reias e orçados,


avaliando o desempenho financeiro e a eficiência operacionail.

Planeamento Financeiro: auxilia no planeamento de orçamentos, fornecendo estimativas precisas


dos custos futuros associados à produção e operação.

A teoria de custos, com seus princípios e conceitos, fornece uma estrutura analítica essencial para a
gestão financeira e estratégica das empresas. Ela é valiosa em contextos de curto e longo prazo,
contribuindo para a sustentabilidade e o sucesso organizacional.

Custos Directos

Os custos directos são despesas que podem ser diretamente atribuídas a um produto específico,
serviço ou projecto. Esses custos são facilmente identificáveis e associados directamente à produção
de um bem ou à prestação de um serviço.

Aqui estão alguns exemplos comuns de custos directos:

Matéria-Prima: o custo dos materiais que são incorporados ao produto final.

Mão de Obra Direta: salários e benefícios dos trabalhadores envolvidos directamente na produção
do produto ou na prestação do serviço.

Custos de Fabricação Diretos: despesas específicas relacionadas à produção, como custos de energia
e manutenção de máquinas directamente ligadas à fabricação.
Embalagens Específicas do Produto: custos associados à embalagem que é exclusiva para um
produto específico.

Características dos Custos Directos

- Podem ser directamente associados a um produto ou serviço específico;

- São facilmente rastreáveis.

Custos Indirectos

Os custos indiretos, ao contrário dos custos diretos, não podem ser facilmente atribuídos
directamente a um produto, serviço ou projecto específico. Eles são gastos que se relacionam
comumente a várias actividades ou produtos dentro de uma organização.

Aqui estão alguns exemplos típicos de custos indiretos:

Custos de Produção Indirectos: despesas relacionadas à produção que não podem ser rastreadas
directamente a um produto específico, como custos de manutenção da fábrica ou custos de
supervisão.

Mão de Obra Indirecta: salários e benefícios dos funcionários que não estão directamente envolvidos
na produção, mas desempenham funções de suporte, como supervisores, gerentes de produção, etc.

Custos Gerais de Fabricação (Overhead): incluem despesas indiretas associadas à produção, como
custos de energia, aluguel da fábrica, depreciação de equipamentos compartilhados, entre outros.

Custos Administrativos: despesas relacionadas à administração da empresa como um todo, como


salários dos funcionários administrativos, despesas de escritório e utilidades.

Características dos Custos Indirectos

- Não podem ser directamente atribuídos a um produto específico;

- Geralmente associados a várias atividades ou produtos.

A teoria de custos assegura a maximização de seus resultados no momento da realização de uma


actividade produtiva. Nessa perspectiva, um dos seus objectivos é maximizar a massa de lucros. Esse
objectivo provém diante da maximização de produção para um certo custo total ou pela minimização
do custo total para um certo nível de produção.

A teoria de custos é uma área da economia que se concentra no estudo e análise dos custos
associados à produção de bens e serviços. Ela fornece ferramentas conceituais e princípios que
ajudam a entender como os custos variam em resposta às mudanças na produção e na tomada de
decisões empresariais.

Para o nível microeconómico, alguns cientistas defendem que, para um bom entendimento sobre a
teoria de custos deve-se estabelecer a distinção entre os custos contábeis e os custos de
oportunidades.
Custos Contábeis: é o custo explícito considerado na contabilidade privado.

Custos de oportunidade: são contos implícitos, que não envolvem desembolso. Os Custos de
oportunidade privada são os valores sobre os custos de produção em determinados insumos que
pertencem à empresa e são usados no processo productivo, e que são estimadas podendo ser
ganho, no melhor uso de alternativo.

Exemplo:

a) Quando a empresa tem prédio próprio, ela deve imputar um custo de oportunidade,
correspondente ao que ela receberia se alugasse o prédio;

b) Capital mantido em caixa na empresa: o custo de oportunidade é o que a empresa poderia estar
ganhando, aplicando, por exemplo, no mercado financeiro;

c) Estudante: o custo de oportunidade de estar estudando é representado pelo que ele está
deixando de ganhar se trabalhasse;

Assim sendo, para o economista, as curvas de custos das firmas consideram, Além dos custos
contábeis, os custos de oportunidades, pois assim estaria sendo captada a verdadeira escassez
relativa (o custo para a sociedade) dos recursos utilizados.

Logo, se uma empresa deseja obter 30.000 litros de leite por dia (sabendo que o preço recebido pelo
litro de leite está dado no mercado), o máximo de lucro será obtido se essa produção for elaborada
com o menor custo total.

Para uma boa compreensão da teoria geral dos custos, é preciso ter bem claro a distinção das
seguintes categorias contábeis:

1- Gasto: é toda forma de aquisição de bens, serviços e de provisionamento ou pagamento de


tributos de contribuições sociais. Portanto, todo desembolso ou promessa de desembolso.

2- Desembolso: é o ato de pagar os gastos.

3- Despesa: é toda forma de aquisição de bens e serviços necessários e vinculados à obtenção da


receita.

4- Custo: é toda forma de aquisição de bens e serviços, gerando transformação de matéria-prima em


produto ou mercadoria, desde que vinculados à produção de bens ou serviços.

5- Perdas: representa o consumo involuntário, decorrentes de situações excepcionais e anormais,


como roubo, incêndio fraudes e corrupções.

6- Desperdícios: representa os gastos de ativos, ou a geração de despesas realizadas de forma a não


atender o princípio da eficiência, são consumos que não agregam valor, como, por exemplo, um mal
dimensionamento na utilização das matérias-primas e máquinas. Ou demorar uma hora para fazer
um trabalho que pode ser feito em 10 minutos, isso reflecte em um desperdício. A eficiência na
gestão dos recursos, capital e trabalho, é essencial para se evitar o desperdício.
Teorema da Teoria de Custos

O teorema da teoria geral de custos, ou componente matemático da teoria, sustenta que existe uma
prova matemática contábil do preço do custo, o qual é representado pela soma dos gastos realizados
para a obtenção do produto ou da prestação de serviços.

Custo de produção = Custos variáveis + custos fixos

As sete leis ou lógicas que regulam a teoria geral dos custos são:

1- Quanto maior a produção da quantidade de bens, maior será o consumo dos custos variáveis;

2- Os gastos com os custos fixos existem independentemente da quantidade de bens produzidos;

3- Os gastos não vinculados a produção de bens ou a prestação de serviços, inclusive despesas e


desperdícios não podem influenciar a formação do preço de custo;

4- Todo o procedimento de just in time, diminuem a exposição de capital;

5- Toda a forma de economia de escala, gera aumento da remuneração do investimento na produção


de bens ou serviços;

6- A recuperação dos investimentos em máquinas, equipamentos ou bens intangíveis, se dá pela


depreciação e amortização (fundos de reintegração do ativo), e a remuneração do capital investido
em bens tangíveis ou intangíveis, se dá pelo lucro;

7- A geração de lucro ou prejuízo pela venda de produtos ou serviços é um fenômeno patrimonial


diverso da geração de caixa, portanto, não se confunde o lucro da operação como a geração de caixa.
Pode existir lucro sem a geração de caixa, assim como, o inverso também é factível. Sendo que o
lucro existe a partir do volume de produção e vendas superior ao ponto de equilíbrio econômico.

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