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Introdução

Para que os tipos de aulas em história se efective um ensino de qualidade, é


preciso buscar no referencial teórico as bases científicas que orientam a ciência que se
quer ministrar e que norteiam sua aplicação como disciplina escolar nos diferentes
níveis de ensino, pois será a partir a clareza teórico-metodológica que o professor terá
subsídios para construir uma prática pedagógica significativa para o aluno.

Reconsiderar o papel dos tipos de aulas em história como ferramenta da


construção social é um ideal de sociedade pelo qual se luta. É necessário definir
metodologias de aprendizagem vinculadas à dimensão sociopolítica da educação,
questionando sempre a respeito de que sociedade está se ajudando a construir.

Nesse caso, os educadores em História podem definir o referencial sociopolítico


historicamente correcto, de acordo com o momento que ele atravessa. Partindo daí, a
proposição se torna diferente das outras, pois as práticas do dia a dia de professores e
alunos os ajudam a construir colectivamente, inserindo-os no contexto sociocultural.

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Tipos de Aulas em História

A aula de História é um lugar onde a criação do sentido é plural e infinita, de tal


forma que nossas narrativas nunca esgotam as possibilidades de conhecer o passado e o
presente. Por isso, dizemos que a História é um modo de interpretar o passado, nunca
uma forma de apresentar o passado “tal qual teria sido”.

Deste modo ao escolher trabalhar com novas estratégias de aula, o professor não
deve se iludir, pois tais estratégias não solucionam os problemas didático-pedagógicos
do processo de ensino-aprendizagem de História e nem alteram as representações
sociais e o valor dado ao conhecimento pela nossa sociedade imediatizada e presentista.
O objectivo central do uso de novas estratégias em sala de aula deverá sempre ser a
busca por uma linguagem que possibilite uma melhor compreensão das dimensões da
problemática histórica pelos alunos.

A metodologia e os recursos usados no ensino de História devem possibilitar, ou


melhor, levar o aluno a perceber que a História é social, dá-se colectivamente, é
produção humana, e que o professor é o mediador no processo de elaboração conceitual
do educando.

O modelo de aula a ser oferecido, nas mais variadas disciplinas, é uma


preocupação central do professor interessado em tornar sua própria disciplina mais
interessante. No que tange ao ensino de História, muitos professores se preocupam em
romper com as aulas centradas em sua capacidade de narrar a história. Neste tipo de
aula, a capacidade de interpretar o passado se transforma em um exercício próprio ao
professor e estranho à figura do aluno.

Contudo, mesmo não negando a importância da capacidade de narrar,


devemos perceber que este modelo de aula impede o contacto do aluno com os
elementos que permitem a construção das narrativas históricas. Em uma perspectiva
ainda mais problemática, notamos que esse tipo de aula muitas vezes faz com que o
aluno veja a História como um tipo de saber livresco, onde não há reflexões sobre a
necessidade de se saber História e como ela se constitui.

Num contexto geral os tipos de aulas podem ser:

Colóquio
O colóquio é uma modalidade de apresentação verbal muito usada em
congressos ou encontros técnicos e científicos, se diferenciando do Seminário por conta
do seu menor grau de aprofundamento no tema. Isso ocorre devido ao tipo de público,
nesse caso, constituído por não especialistas no assunto ou mesmo leigos.

Seminário
Como o colóquio, o seminário é uma modalidade de apresentação muito comum
em congressos ou reuniões científicas, no qual um especialista discorre sobre um
determinado tema de sua área de actuação, para uma plateia formada por especialistas.

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A grande diferença para o colóquio, portanto, é a profundidade da abordagem. Enquanto
no seminário, por ser voltado a especialistas, busca-se um aprofundamento do assunto;
no colóquio, a abordagem é mais superficial, já que o público é leigo.

Aula expositiva clássica


A aula expositiva clássica é a mais comum nas escolas de todos os níveis. Nesse
tipo de aula, o professor discorre sobre determinado assunto durante algum tempo,
sendo que a postura dos alunos é totalmente passiva.

Aula dialogada (dialógica)


A aula expositiva dialogada, também chamada dialógica, é um tipo de aula onde
o professor quebrará a postura passiva dos seus alunos, por meio da introdução de
questionamentos a serem respondidos pelos alunos, dinamizando a actividade em sala
de aula.

Aula magistral
Na aula magistral, o professor, que geralmente é um especialista de renome,
discorre sobre o tema proposto, oferecendo uma visão mais ampla sobre o assunto.
Depois, o tema da aula será desenvolvido de forma mais detalhada em grupos menores,
em um momento conduzido por monitores, ou mesmo, professores auxiliares do
especialista.

Aula de demonstração
A demonstração é um tipo de aula onde o professor, com o uso de equipamentos
e outros materiais, inclusive experimentais, demonstra a operação, os efeitos ou mesmo
uma lei científica. Ao mesmo tempo, o professor discorre sobre o tema, relacionando
seus aspectos teóricos e práticos.

Aula prática
A aula prática tem como principal característica o uso de equipamentos e
materiais, com os quais os alunos fazem algum tipo de experiência sobre uma lei
científica ou os efeitos dela, relacionando seus aspectos teóricos e práticos, sendo, por
isso, uma metodologia de trabalho activa.

Assim sendo os tipos de aulas existentes o ensino de história são:

 Arqueologia
 Antropologia
 Arte
 Religiões mundiais

Arqueologia
Este campo estuda a história humana analisando sua actividade, como o estudo
de artefactos encontrados.

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Antropologia
É o estudo dos humanos, do comportamento humano e das sociedades do
passado e do presente.

Arte
A história da arte pode explicar muito sobre os diferentes períodos de tempo da
história.

As obras de arte são mais do que apenas para o nosso prazer visual; elas podem
nos ajudar a comunicar ideias políticas, espirituais e mesmo filosóficas. É por isso que
os historiadores da arte analisam e estudam continuamente as peças de arte mais de uma
vez.

Religiões mundiais
Para entender melhor a história de um país, é necessário ter uma compreensão
geral de suas crenças religiosas. É aqui que entra a história da religião.

Ao aprender sobre a história religiosa de uma sociedade, é possível compreender


melhor as crenças e os rituais que movem as pessoas.

Objectivo das Aulas de História

As aulas de história possuem objectivos específicos, sendo um dos mais


relevantes, o que se relaciona à constituição da noção de identidade. Assim, é primordial
que as aulas de história estabeleçam relações entre identidades individuais, sociais e
colectivas, entre as quais as que se constituem como nacionais.

Dentro dessa perspectiva, as aulas de história tende a desempenhar um papel


mais relevante na formação da cidadania, envolvendo a reflexão sobre a actuação do
indivíduo em suas relações pessoais com o grupo de convívio, suas afectividades e sua
participação no colectivo.

Conforme as Orientações Curriculares para o Ensino Médio é importante que


nos tipos de aula de história exista debates em sala de aula para que se compreenda o
papel do ensino de história na vida da população, dos vínculos que cada geração
estabelece com outras gerações, das raízes culturais e históricas que caracterizam a
sociedade humana.

Um compromisso fundamental das aulas de história encontra-se na sua relação


com os alunos. Por isso é necessário chamar a atenção dos alunos para os usos
ideológicos a que as aulas histórica está sujeita que muitas vezes constituem “lugares de
memória”, estabelecidos pela sociedade e pelos poderes constituídos, que escolhem o
que deve ser preservado e relembrado e o que deve ser silenciado e “esquecido”.

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Conforme Peter Burke (2000), os historiadores se interessam ou precisam se
interessa pelas aulas de história, considerando dois pontos de vista: como fonte histórica
e como fenómeno histórico.

Sob o primeiro aspecto, além de estudarem fontes para a história, os professores


de história devem elaborar uma crítica da reminiscência, nos moldes da operação de
análise dos documentos históricos.

No que tange ao segundo aspecto, os professores devem estar interessados no


que o autor denomina “história social do lembrar”. Partindo-se da premissa de que as
aulas de histórias devem servir de impulso social, pois faz-se necessário identificar os
princípios de selecção e observar como os mesmo variam de lugar para lugar, ou de um
grupo para o outro e como se transformam na passagem do tempo.

Desenvolvimento das Aulas de História

A tarefa dos tipos de aulas em história é fornecer ao estudante um senso de


identidade que estimule e facilite sua cooperação com o outro: pessoas, nações, culturas
diferentes. Trabalhando com a perspectiva da História para o desenvolvimento de uma
sociedade, a História se torna mais acessível às crianças e adolescentes.

Considerando o eixo temático ‘tipos de aulas em história’, no primeiro ciclo, os


alunos iniciem seus estudos históricos no presente, mediante a identificação das
diferenças e das semelhanças existentes entre eles e suas famílias. Com os dados
presentes, a proposta é que desenvolvam estudos do passado, identificando mudanças e
permanências nas organizações familiares.

A introdução das aulas de história como objecto de estudo escolar requer que se
explorem as possibilidades inerentes da sociedade, sem se limitar a constatar o “real” ou
as motivações possíveis para alunos pouco sensibilizados com a História escolar mais
tradicional. A sociedade deve ser utilizado como objecto de estudo escolar pelas
possibilidades que oferece de visualizar as transformações possíveis realizadas por
homens comuns, ultrapassando a ideia de que a vida social é permeada de alienação.

Uma articulação dessa natureza requer concepção da sociedade que não se


apresente como mera motivação para o estudo do passado, seleccionando as
experiências amorosas de reis e rainhas ou o dia-a-dia de pessoas comuns ou famosas
pautados por meras descrições curiosas e desligados do contexto social da existência
desses indivíduos.

Os tipos de aulas de história tem-se convertido em uma das correntes assumidas


por gerações de professores e alunos preocupados com uma história social capaz de
redimensionar a visão política.

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Aulas de História Para o Desenvolvimento Local

A História Local é entendida como uma modalidade de estudos históricos que


contribuiu para a construção dos processos interpretativos sobre as formas como os
atores sociais se constituem historicamente em seus modos de viver, situados em
espaços que são social8ente construídos e repensados pelo poder político e económico
na forma estrutural de “bairros e cidades”.

A História Local é a história que trata de assuntos referentes a uma determinada


região, município, cidade, distrito. Apesar de estar relacionada a uma história global, a
história local se caracteriza pela valorização dos particulares, das diversidades; ela é um
ponto de partida para a formação de uma identidade regional.

Ela tem sido compreendida como “história do lugar”. Nesse aspecto, a


localidade tem-se tornado objecto de investigação e ponto de partida para a produção de
conhecimentos sobre o passado.

É a partir do local que o aluno começa a construir sua identidade e a se tornar


membro activo da sociedade civil, no sentido de que faz prevalecer seu direito de acesso
aos bens culturais, sendo eles materiais ou não materiais.

A História Local geralmente se liga aos tipos de aulas de história, ao fazer os


professores e alunos como participantes de uma história aparentemente desprovida de
importância e estabelecer relações entre os grupos sociais de condições diversas que
participaram de entre cruzamentos de histórias, tanto no presente quanto no passado.

O Impacto dos Tipos de Aulas em História nos Alunos

O impacto dos Tipos de Aulas em História nos alunos redimensiona a


importância social da área na formação do estudante, sinalizando e fundamentando a
possibilidade de estudo e actividade que valorizem a atitude intelectual do aluno no
desenvolvimento e envolvimento em trabalhos que favoreçam sua autonomia para
aprender.

Nesse contexto, o estudo histórico têm um impacto, na medida em que


contempla pesquisa e reflexão da relação construída socialmente e da relação
estabelecida entre indivíduo, grupo e o mundo social. Nesse sentido, o ensino de
História poderá fazer escolha pedagógica capaz de possibilitar ao aluno reflectir sobre
seus valores e suas práticas quotidianas e relacioná-los com a problemática histórica
inerente ao seu grupo de convívio, à sua localidade, à sua região e à sociedade nacional
e mundial.

A construção de noções modifica a maneira como o aluno compreende os


elementos do mundo e as relações que esses elementos estabelecem entre si, na medida
em que o ensino de História lhe possibilita construir noções, proporcionando mudanças
no seu modo de entender a si mesmo, entender os outros, as relações sociais e a própria
História.

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A Importância do Ensino de História no Ambiente Escolar

As aulas de história podem desempenhar um papel importante na configuração


da identidade ao incorporar a reflexão sobre o indivíduo nas suas relações pessoais com
o grupo de convívio, suas afectividades, sua participação no colectivo e suas atitudes de
compromisso com classes, grupos sociais, culturais, valores e com gerações passadas e
futuras.

O ensino de História é portador da possibilidade de levar o aluno a estabelecer


relações e produzir reflexões sobre culturas, especialidades e temporalidades variadas
através da construção de noções que contemplem os seus valores e os de seu grupo,
desenvolvendo para isto relações cognitivas que o levem a intervir na sociedade.

Para ensinar História a partir da experiência de vida do aluno faz-se necessária


uma perspectiva teórico-metodológica que fale da vida das pessoas, as memórias e
lembranças dos sujeitos de todos os segmentos sociais. É preciso dar voz às histórias
desses sujeitos que sempre estiveram excluídos dos conteúdos ensinados.

O ensino de História pode também possibilitar ao aluno reconhecer a existência


da história crítica e da história interiorizada e a viver conscientemente as especificidades
de cada uma delas. O estudo de sociedades de outros tempos e lugares pode possibilitar
a constituição da própria identidade colectiva na qual o cidadão comum está inserido, à
medida que introduz o conhecimento sobre a dimensão do ‘outro’, de uma ‘outra
sociedade’, ‘outros valores e mitos’, de diferentes momentos históricos.

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Conclusão

Com base as investigações feitas para a realização do presente trabalho,


concluímos que os tipos de aulas de história tem como principal pressuposto formar
cidadãos que possam ser críticos com a realidade na qual estão inseridos, devido ao fato
de que seus conceitos e conteúdos possam fazer com que os alunos debatam sobre o que
está acontecendo não somente sobre o passado, mas também sobre o presente.

É necessário que o ambiente escolar forneça condições para que os professores


possam desenvolver novas metodologias para que incorporem os conteúdos de história
local em seus componentes curriculares, pois poderão inserir seus alunos como cidadãos
críticos no ambiente em que vivem.

Como educadores, temos a responsabilidade de ensinar uma História que faça


parte do dia-a-dia do aluno, pois somente assim o ensino de História para eles terá
outro significado e sua aprendizagem será reconhecida por todos.

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Referências Bibliográficas

 ALMEIDA FILHO, Orlando José de. OMURO, Selma de Araujo


Torres. História a Ser Ensinada: Algumas Reflexões Sobre os Tipos de Aulas de
História.

 BARBOSA, Vilma de Lurdes. Ensino de História Local: Redescobrindo


Sentidos. Saeculum – Revista de História. João Pessoa: jul/dez, 2006.

 BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de História: Fundamentos e


Métodos. Editora Cortez: São Paulo, 2009.

 BRASIL/MEC/SEF. Coleção explorando o ensino de história: Ensino


Fundamental. Volume 21, 2010.

 FONSECA, Selva Guimarães. Didática e Prática de Ensino de História:


Experiências, Reflexões e Aprendizados. Editora Papirus: São Paulo, 2003.
Coleção Magistério: Formação e Trabalho.

 PROENÇA, M. C. Ensino da História e formação para a cidadania. Curitiba:


Aos Quatro Ventos, 1999.

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