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CCOP

MANUAL DE CUSTOS OBRAS PÚBLICAS

METODOLOGIA E CONCEITOS

2005

PREFEITURA MUNICIPAL DE JOINVILLE

FUNDAÇAO IPPUJ
UNIDADE DE PESQUISA E DOCUMENTAÇÃO
CENTRAL DE CUSTOS DE OBRAS PÚBLICAS - CCOP

1ª EDIÇÃO
PREFEITURA MUNICIPAL DE JOINVILLE
Prefeito Engº Marco Antônio Tebaldi

FUNDAÇÃO IPPUJ
Diretor Presidente Arqº Murilo Teixeira Carvalho
MANUAL DE CUSTOS P/
OBRAS PÚBLICAS

VOLUME 1

METODOLOGIA E CONCEITOS
MANUAL DE CUSTOS P/ OBRAS PÚBLICAS
CENTRAL DE CUSTOS DE OBRAS PÚBLICAS – CCOP

Equipe Técnica

Engº Gilson Perozin


Engº Rover Perfeito Matias
Téc. Edif. Jamerson Fernando Cordeiro
Téc. Edif. Israel Welter

Brasil, Fundação IPPUJ.


Manual de custos para obras públicas. 1. ed. –
Joinville /
Santa Catarina, 2005.

v.1: Metodologia e conceitos.

1. Obras públicas – Construções – Estimativas e


custo.
I. Título.
PREFEITURA MUNICIPAL DE JOINVILLE
FUNDAÇÃO IPPUJ – UNIDADE DE PESQUISA E DOCUMENTAÇÃO
CENTRAL DE CUSTOS DE OBRAS PÚBLICAS - CCOP

MANUAL DE CUSTOS PARA


OBRAS PÚBLICAS
VOLUME 1

METODOLOGIA E CONCEITO

1ª edição

JOINVILLE / SC
2005
FUNDAÇÃO IPPUJ – UNIDADE DE PESQUISA E DOCUMENTAÇÃO
CENTRAL DE CUSTOS DE OBRAS PÚBLICAS – CCOP

Rua Hermann August Lepper, 10 2º andar,


CEP 89221-000 – Joinville – SC
Tel: (0xx47) 431-3447
Fax: (0xx47) 422-7333

TÍTULO: MANUAL DE CUSTOS PARA OBRAS PÚBLICAS


VOLUME 1: Metodologia e conceitos

Impresso no Brasil / Printed in Brazil


APRESENTAÇÃO
Este documento tem como objetivo mostrar as técnicas e metodologias aplicadas nas ações da
Central de Custos de Obras Públicas, nele estão incorporados todos os estudos desenvolvidos e suas
referências bibliográficas, bem como os critérios adotados para o cálculo dos custos unitários dos insumos e
serviços necessários a execução das construções públicas, e também as rotinas e procedimentos
empregado pelo sistema informatizado que gera os custos unitários de referência.

Este manual foi elaborado em 2005 e utilizou como referência os manuais do Departamento
Nacional de Infra-Estrutura de Transportes – DNIT, os textos foram adaptados e transcritos de forma a
repassarem os conceitos e metodologias da Central de Custos. Como as construções públicas possuem
obras diversificadas como edificações, drenagem, infra-estrutura urbana, transportes entre outros, torna-se
amplo os parâmetros a serem definidos, buscamos então simplificar o conteúdo deste manual direcionando
aos leitores a referências seguras as quais representam exatamente nossos conceitos.

Para fins de apresentação este manual está organizado como segue:

Volume 1 Manual de Custos de Obras Públicas - Metodologia e Conceitos

Volume 2 Catálogo de Referência de Serviços e Custos – Construções de Obras Públicas

Classe 05 Serviços Técnicos


Classe 10 Construções de Edificações
Classe 15 Reformas em Geral
Classe 20 Demolições em Geral
Classe 25 Serviços Empreitados
Classe 30 Serviços Extraordinários
Classe 35 Serviços Gerais Urbanos
Classe 40 Serviços Rodoviários

Volume 3 Composições de Custos Unitários de Referência – Construções de Obras Públicas

Volume 4 Manual do Sistema e Usuário

Anexo 1 Pesquisa de Preços de Insumos – Materiais / Equipamentos / Mão-de-obra

Anexo 2 Caderno de Índices e Custos

Anexo 3 Caderno Como Construir


MANUAL DE CUSTOS PARA
OBRAS PÚBLICAS

METOLOGIA E CONCEITOS

SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 9
1.1 OBJETIVO 9
1.2 METODOLOGIA 9
1.2.1 SISTEMA DE PESQUISA DE PREÇOS 9
1.2.2 CÁLCULO DOS CUSTOS DE MÃO-DE-OBRA 10
1.2.3 CUSTOS HORÁRIOS DE EQUIPAMENTOS 11
1.2.4 COMPOSIÇÃO DE CUSTOS UNITÁRIOS DIRETOS 11
1.2.5 PLANILHA DE ORÇAMENTO 12
2 PREÇO DE OBRAS PÚBLICAS 14
2.1 ESTRUTURA DE CUSTOS 14
2.1.1 APRESENTAÇÃO 14
2.1.2 INTRODUÇÃO 14
2.1.3 DENOMINAÇÃO 14
2.1.4 METODOLOGIA 14
2.1.5 DEFINIÇÃO CONCEITUAL DOS COMPONENTES DO PREÇO FINAL 14
2.1.6 CÁLCULO DA TAXA DO BDI 20
2.1.7 CRITÉRIO DE APLICAÇÃO DAS TAXAS DE BDI 27
2.1.8 CONCLUSÃO 27
3 SISTEMA DE LEVANTAMENTO DE PREÇOS DOS INSUMOS E SERV. EMPREITADOS 28
3.1 O SISTEMA DE COLETA DE PREÇOS 28
3.1.1 CARACTERISTICAS DA PESQUISA 28
3.1.2 COBERTURA DA PESQUISA 28
3.1.3 CICLO DE ATUALIZAÇÃO 28
3.2 PROCESSAMENTO DA PESQUISA 29
3.2.1 PREPARAÇÃO DOS QUESTIONÁRIOS 29
3.2.2 PESQUISA DE PREÇOS 29
3.2.3 TRANSCRIÇÃO E CRÍTICA DOS VALORES 30
3.2.4 SELEÇÃO DO PREÇO DE REFERÊNCIA 30
3.3 INFORMATIZAÇÃO DO SISTEMA 30
3.3.1 AMBIENTE DE PROCESSAMENTO 30
3.3.2 DESCRIÇÃO DAS FUNÇÕES 30
4 CUSTOS UNITÁRIOS DOS INSUMOS 31
4.1 CUSTO DA MÃO-DE-OBRA 31
4.1.1 SALÁRIO 31
4.1.2 ENCARGOS SOCIAIS 31
4.1.3 ADICIONAL A MÃO DE OBRA 38
4.2 EQUIPAMENTOS 39
4.2.1 CUSTO HORÁRIO 39
4.2.2 CRITÉRIO DE CÁLCULO DO CUSTO HORÁRIO 41
4.3 MATERIAIS 52
4.3.1 PREÇOS LOCAIS E REGIONAIS 53
4.3.2 CUSTOS DOS MATERIAIS POSTOS NA OBRA 53
5 TECNOLOGIA DE CONSTRUÇÃO 54
5.1 INTRODUÇÃO 54
5.2 CLASSES DE SERVIÇOS 54
5.3 COMPOSIÇÃO ANALÍTICA DE CUSTOS DE SERVIÇOS 55
5.3.1 DESENVOLVIMENTO E MONTAGEM DAS COMPOSIÇÃO ANALÍTICA 55
5.3.2 PRINCÍPIOS QUE REGEM A MONTAGEM DAS COMPOSIÇÕES ANALÍTICAS 56
5.4 INSUMOS 56
6 TABELAS DE PREÇOS DO SISTEMA 57
7 ESTIMATIVAS DE CUSTO (ORÇAMENTO) 58
7.1 ESTUDOS E CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES 58
7.2 ITEMIZAÇÃO DO ORÇAMENTO 58
7.3 SELEÇÃO DE COMPOSIÇÕES DE SERVIÇOS 58
7.4 PREÇOS UNITÁRIOS DOS SERVIÇOS 58
7.5 QUANTITATIVOS DE SERVIÇOS 58
7.6 PREÇO TOTAL DA OBRA 58
7.7 PLANILHA EXTRATORA DE DADOS DO VOLARE 58
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 59
1. INTRODUÇÃO

1.1. OBJETIVO

Nosso objetivo é fornecer referencias de custos atualizadas para obras públicas, propiciando a todos
os técnicos e usuários o livre acesso ás informações. Estamos agora disponibilizando o “Manual de Custos
de Obras Públicas”, que contém os parâmetros aplicados em todos os nossos trabalhos.

As tarefas envolvidas no processo de estimar custos são trabalhosas e consumidoras de tempo,


portanto onerosas. Por outro lado, torna-se necessário que a abrangência e extensão do sistema de custos
cinjam-se á brevidade, a fim de conservar sua utilidade. Assim as circunstâncias fizeram com que
adotássemos um sistema de cálculo de custos unitários com emissão de planilhas de preços referenciais
para serviços e insumos.

Os custos de obras em geral são muito sensíveis à sua localização geográfica, a condições naturais,
sociais, econômicas e logísticas. Estas condições não dificultam nossos trabalhos, pois nossas obras são
todas de âmbito local. Contudo é preciso entender que o fornecimento de serviços e a disponibilidade de
insumos são ás vezes insuficientes em nossa região, necessitando assim pesquisas em outras localidades.

Atualmente utilizamos os recursos da informática para abreviar as tarefas que no passado eram
penosas, principalmente no que diz respeito a custos. Por outro lado á informática tem se caracterizado
também, como ferramenta facilitadora no controle e fiscalização de obras, propiciando assim ao Tribunal de
Contas de Santa Catarina desenvolver o “Sistema de Fiscalização Integrada de Gestão”, que tem por
objetivo acompanhar e fiscalizar as ações públicas. Com este sistema todas as ações da administração
municipal estarão sendo acompanhadas, permitindo um controle atualizado das informações. Por este
motivo estamos revisando todo nosso sistema, buscando uma adaptação ás regras do tribunal.

Esperamos que todos aqueles que consultarem este manual, apontem suas sugestões, críticas e
dúvidas, permitindo assim que este trabalho torne-se ainda mais confiável.

1.2. METODOLOGIA

Foram definidas algumas diretrizes metodológicas referenciadas em literaturas técnicas, de modo a orientar
os trabalhos a serem desenvolvidos. Entendemos que o setor de custo da administração pública não deve
adentrar em profundas pesquisas, pois seu papel é determinar a estimativa de custo e não realmente
elaborar o orçamento, que é papel do mercado. A revista construção e mercado em entrevista ao Sr. Paulo
Roberto Vilela Dias, mestre em engenharia civil, presidente do Instituto Brasileiro de Engenharia de Custos
e professor do Mestrado em Engenharia Civil da Universidade Federal Fluminense publicou na seção
expertise o seguinte texto “Ao administrador público consciente cabe organizar o mercado, garantindo que o
preço de referência da licitação seja o mais preciso e justo possível, dentro das limitações que lhe são
impostas pela metodologia de estimativa utilizada, e que apresente no edital projetos e especificações
técnicas adequados à elaboração do orçamento da construção por parte dos prestadores de serviços”.
Entendemos que este pensamento deixa claro o nosso papel, possibilitando definir as metas a serem
alcançadas pelo setor de custos da administração pública. E a seguir apresentaremos as diretrizes que
foram utilizadas em nossos trabalhos.

1.2.1. SISTEMA DE PESQUISA DE PREÇOS

a) Coleta da Amostra de Preços de Materiais e Equipamentos


Realizamos no mínimo três coletas de preços para cada item, refazendo as pesquisas se um mesmo item
cotado apresentar grande diferença entre os fornecedores. Portanto se houver impossibilidade de
obtermos preços da praça, utilizaremos os colhidos por outras entidades reconhecidamente idôneas e
aceitas pelo mercado. Os preços colhidos são todos locais ou regionais, só fugindo a regra quando o
fornecimento de serviços e a disponibilidade de insumos forem insuficientes em nossa região.

b) Coleta da Amostra de Preços para Serviços Empreitados


As empreitadas caracterizam-se por serviços completos, o que faz que nossas coletas de preços sejam
mais apuradas. A minuta de contrato e ou especificação de serviço são as diretrizes para os fornecedores
apresentarem suas propostas e garantirem seus preços. Assim adotamos a mesma metodologia de coleta
dos materiais e equipamentos, contudo adicionamos maiores detalhes ao formulário de pesquisa

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encaminhado aos empreiteiros. Os preços colhidos são preferencialmente locais ou regionais, apenas
mudando de regra se o fornecimento dos serviços forem insuficientes em nossa região.

c) Pesquisa de Custos de Mão-de-Obra


A oferta de mão-de-obra para serviços de construção é muito grande, isto faz com que a concorrência de
mercado torne-se um fator predominante na definição dos preços dos serviços. Contudo entendemos que
a coletividade é o melhor representante das classes profissionais, por isso adotamos como referencia as
Convenções Coletivas de Trabalho, celebradas entre os Sindicatos de Trabalhadores e os Sindicatos
Patronais (Sinduscon/SC e Sintrapav/SC), que definem os pisos salariais das categorias profissionais. A
cada ano celebra-se o dissídio das categorias, quando então ajustamos o piso salarial das categorias.
Também realizamos pesquisas intermediárias, mas apenas se ficar caracterizado mudanças significativas
no mercado de mão-de-obra.

d) Regiões de Preços Pesquisados


Nossas pesquisas limitam-se ao município de Joinville, mas como os serviços e insumos muitas vezes são
insuficientes em nossa região, realizamos pesquisas em outras localidades. Contudo adotamos certos
critérios, em primeiro lugar realizamos pesquisas municipais e em segundo as regionais, estaduais e
nacionais. A determinação de preços obedecerá ao seguinte critério:

• Mão-de-Obra: piso salarial regional resultante da convenção coletiva de trabalho (Sinduscon/SC e


Sintrapav/SC);
• Materiais e equipamentos: média dos valores pesquisados, rejeitando-se as ofertas.

e) Pesquisa e Cadastramento de Novos Materiais e Equipamentos


A capacitação profissional esta sempre presente em nossos trabalhos, isto inclui o conhecimento de novas
tecnologias e também de novos materiais aplicados na construção. As pesquisas e cadastramentos de
novos materiais e equipamentos desencadeiam constantes ajustes em nosso banco de dados, propiciando
novas edições do Catalogo de Referência de Serviços e Custos. É claro que as atualizações de preços
também exigem novas publicações, mas é a união dos fatores que as justificam.

1.2.2. CÁLCULO DOS CUSTOS DE MÃO-DE-OBRA

a) Custo da Mão-de-Obra em Horas


O custo da mão de obra são todos calculados em horas normais, pois são satisfatórios para obtenção de
preços de referência. Contudo não foram incluídos nos cálculos as horas extraordinárias e as noturnas.
Dados históricos mostram que a administração pública municipal pouco utilizou dessas horas em suas
obras, ficando ao encargo das empresas contratadas o dimensionamento de suas equipes e inclusão das
mesmas em suas propostas. Entendemos que é a condição de cada empresa que propicia a execução
das obras nos prazos exigidos, permitindo assim que muitas delas abram mão destas horas.

b) Encargos Sociais
Sobre os salários incidem os encargos sociais, que são determinados e regulamentados por lei,
entretanto, no que se referem aos direitos dos empregados, temos incidências variáveis de acordo com a
freqüência com que são exercidos. Adotamos os cálculos para encargos sociais praticados setor de
construção, que perfazem quatro grupos:

• GRUPO A: neste grupo estão as obrigações que incidem diretamente na folha de pagamento;
• GRUPO B: neste grupo estão contemplados os dias em que não há prestação de serviço, mas que o
funcionário tem direito de receber;
• GRUPO C: neste grupo estão os encargos pagos diretamente aos empregados;
• GRUPO D: neste grupo estão os encargos referentes a incidência sobre outros encargos.

Posteriormente apresentaremos neste manual a memória de cálculo dos grupos, bem como a taxa
aplicada para os encargos sociais na administração pública municipal.

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1.2.3. CUSTOS HORÁRIOS DE EQUIPAMENTOS

Entendemos que estes custos necessitam de pesquisas extremamente trabalhosas e consumidoras de


tempo. Assim adotamos para o referido assunto os estudos do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de
Transportes – DNIT, que colocou a disposição na Internet o manual de custos rodoviários, que apresenta o
resultado dos estudos desenvolvidos na sua revisão, atualização e complementação, editado em 1972 e
1980. Nele foram incorporados estudos após a realização de seminários na sede do órgão em Brasília com
as demais equipes do Departamento e a comunidade rodoviária em geral. Este manual foi elaborado em
1998, e sua metodologia implantada pelo DNER no ano de 2000 com o seu lançamento em 2003. Em seus
cálculos de custos, levou-se em consideração novas tecnologias e também os atuais métodos construtivos
rodoviários. O DNIT cita que sua atualização será periódica, pois acompanha o contínuo desenvolvimento
da tecnologia e da economia do país.

Assim cabe-nos esclarecer que, a adoção deste manual e suas metodologias foram de grande valia para
nossos técnicos, pois além de ampliarem nossos conhecimentos nos propiciaram ótimos resultados.

1.2.4. COMPOSIÇÃO DE CUSTOS UNITÁRIOS DIRETOS

a) Modelos de Referência para Montagem das Composições


Utilizamos três referências na organização das informações do Catálogo de Referência de Serviços e
Custos, que são, a Tabela de Composições de Preços para Orçamentos – TCPO da Editora PINI Ltda, o
Catálogo de Referência – Sistema de Custos Unitários da EMOP – Empresa de Obras Públicas do Estado
do Rio de Janeiro e o Sistema de Custos Rodoviários - SICRO do Departamento Nacional de Infra-
estrutura de Transporte - DNIT. Apesar de analisarmos a forma de apresentação destes três modelos,
acabamos por imprimir características próprias ao conteúdo do nosso Catálogo. Criamos oito divisões -
Serviços Técnicos, Construção de Edificações, Reforma em Geral, Demolição em Geral, Serviços
Empreitados, Serviços Extraordinários, Serviços Gerais Urbanos e Serviços Rodoviários, compostos por
cinco níveis - Classe, Subclasse, Título, Subtítulo e Descrição. Esta forma de apresentação mostrou-se
apropriada á administração pública, pois permitiu uma melhor organização dos serviços, bem como
agilidade nas buscas. E como a grupos de serviços que possuem características próprias, nada mais
apropriado que colocá-los em uma mesma família.

Este sistema trouxe-nos algumas vantagens, entre elas a organização do mercado, pois imprime um
modelo padrão de referência a ser utilizado pelas empresas nas licitações públicas, bem como facilidade
nas análises das propostas. Contudo, temos ainda que realizar alguns ajustes, pois temos que atender as
exigências do Tribunal de Contas do Estado que desenvolveu o “Sistema de Fiscalização Integrada de
Gestão” para acompanhamento de Obras Públicas.

Já nossas composições, propriamente ditas, seguem os modelos usados pelo mercado, como
mostraremos posteriormente nos próximos capítulos.

b) Metodologia para Adequação de Coeficientes com vistas a Determinação de Produtividade de Mão-


de- Obra e Equipamentos e da Quantidade dos Materiais
Cada serviço contém características próprias, isto faz com que as pesquisas tornem-se extremamente
trabalhosas e consumidoras de tempo, e, portanto onerosas. Assim no campo das pesquisas, como dito
anteriormente, adotaremos as referências disponibilizadas no mercado. Pois cabe a administração pública
organizar o mercado garantindo que o preço de referência da licitação seja o mais preciso e justo possível,
dentro das limitações que lhe são impostas pela metodologia de estimativa utilizada. Desta forma
procuramos além das referências citadas anteriormente, utilizar as concorrências públicas para o ajuste
das nossas composições.

c) Incidências do BDI e das Leis Sociais


Estas taxas são calculadas incidindo sobre o custo dos serviços, e são aplicadas nos materiais,
equipamentos, serviços empreitados e mão de obra. Assim por definição as Leis Sociais incidirão na mão
de obra, e o BDI nos materiais, equipamentos, serviços empreitados, mão de obra e inclusive nas Leis
Sociais.

Dependo da característica de cada serviço, as taxas de BDI e Leis Sociais poderão variar. Contudo,
achamos conveniente adotar uma única taxa para ambos. Pois é justo compreender que as estimativas de

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custo da administração pública, muitas vezes estejam abaixo ou acima do preço real, necessitando de
certa forma de algumas compensações. Pois está bem caracterizado pelo PMI (Project Mangement
Institute) em sua norma PMBOK Guide, aprovada pela ANSI que, toda obra tem caráter único e, portanto
possam apresentar certo grau de incerteza.

Obs: Apresentaremos mais á frente nossos estudos para definição das taxas do BDI (Benefício e
Despesas Indiretas) e de Leis Sociais (Encargos Sociais).

1.2.5. PLANILHA DE ORÇAMENTO

a) Percentual de BDI (Benefício e Despesas Indiretas)


Os critérios adotados para cálculo do percentual de BDI em nossas estimativas de custos, foram todos
definidos pela Central de Custos de Obras Públicas. Este estudo obteve êxito, após longos períodos de
pesquisa, pois é um assunto polêmico que varia de acordo com as condições dos serviços e também
pelas características de cada obra. Assim concluímos que, a melhor técnica a ser adotada seria, basear-
se em referências de nível nacional, bem como realizar a capacitação técnica de nossos profissionais,
através de palestras, cursos e seminários. Isto fez com que novos conceitos fossem agregados aos
nossos estudos.

Compreendemos que é certo definir o percentual de BDI por faixa de valores, ou seja, obra a obra.
Contudo entendemos que para administração pública basta fixar um único percentual que seja justo e
calçado em referências de mercado.

Conforme Lei 8666/93, Artigo 40, inciso XIII, que diz: “que deverá ser indicado pelo contratante,
obrigatoriamente, limites para pagamento de instalação e mobilização para execução de obras ou serviços
que serão obrigatoriamente previstos em separado das demais parcelas, etapas ou tarefa”, entendemos
que este texto ficou bem caracterizado pelo DNIT no que diz respeito a serviço cuja, a remuneração é
incluída no BDI, que tem seu retorno distribuído por todo o prazo de realização da obra e são diferentes
dos serviços que geram custos diretos, os quais são pagos na época em que são realizados. Portanto
essa situação poderá configurar um financiamento por parte do executor, o que obriga a estimativa e
incorporação de ônus financeiro ao preço de venda ou por conseqüência, o ajuste nos preços dos itens da
planilha. Então a redução desses tipos de incertezas e, conseqüentemente, dos contingenciamentos com
que o executor se resguarda dos riscos que delas decorrem, só poderá ocorrer se os contratantes das
obras buscarem retirar do BDI, e passarem a encarar como itens de custo direto, todos os serviços
passíveis desse tratamento, e de formular normas para seu pagamento que sejam compatíveis com suas
respectivas estruturas de custos.

Conclui-se, portanto que, por ocasião da elaboração do orçamento da obra e, posteriormente, do preparo
das planilhas de preço há serem incluídas nos editais de licitação, todos os itens passíveis de serem
considerados como custos diretos, sejam classificados como tais, cabendo naturalmente, a administração
pública estabelecer esse enquadramento em suas normas de medições e pagamentos, em função de sua
experiência, conveniência, capacidade de fiscalização, características da obra e das condições de sua
realização.

É o caso presente que fez, que retirássemos do BDI, os itens de mobilização e instalação, conforme
preconizado pela Lei nº 8666/93 em seu Artigo 40, inciso XIII.

b) Estimativas de Custo para Obras Públicas


O sistema “Volare” permite que se desenvolvam planilhas (orçamentos) para vários tipos de obras. Porém,
entendemos que, todo sistema disponibilizado ou adquirido no mercado deva sofrer adequações que
atendam as diferentes necessidades. Portanto, a escolha deste sistema justifica-se pelo que oferece, pois,
contém um banco de dados atualizado mensalmente e também preços pesquisados em varias regiões do
Brasil, inclusive em Santa Catarina, fornecendo suporte técnico e atualização on-line de novas versões.

A PINI empresa que desenvolveu este sistema, atende ao mercado de obras há vários anos, publicando
vasto material técnico e didático sobre Construção Civil, sendo uma ótima referência aos profissionais
envolvidas neste ramo.

Portanto este sistema permitiu em primeiro nível, criar um banco de dados exclusivo para Central de
Custos. Propiciando a formulação de uma estrutura de 05 níveis, que estão caracterizadas pela sua

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Classe, Subclasse, Titulo, Subtítulo e Descrição. Esta estrutura possibilitou uma melhor organização dos
serviços e também sua adequação em virtude de certas condições locais, sociais, econômicas, logísticas
e também de materiais.

Para a elaboração das estimativas de custo de uma obra com utilização do sistema “Volare”, o executor do
orçamento deverá estar atento ás condições impostas no Catálogo de Referência de Serviços e Custos,
bem como observar as informações de referências para aplicação das taxas de BDI e de Leis Sociais, e
também os Critérios de Orientação e Determinação de Quantitativos Orçamentários.

O Catálogo de Referência é um caderno que tem como finalidade padronizar os custos de obras públicas
da administração pública, fornecendo referencias e permitindo a organização do mercado local. Também
disponibilizando a seus usuários, todos os subsídios necessários para o bom desenvolvimento das
estimativas de custo e estudos em questão. Para os interessados este Catálogo encontra-se disponível
nos sites: www.joinville.sc.gov.br e www.ippuj.sc.gov.br.

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2. PREÇO DE OBRA PÚBLICA

2.1. ESTRUTURA DE CUSTOS

Gostaríamos de esclarecer que o Estudo do BDI desenvolvido antes deste manual, já contempla em seu
conteúdo a Definição Conceitual dos Componentes do Preço Final. Portanto tomamos a liberdade de
anexá-lo á este Manual tal como foi concebido anteriormente.

2.1.1. APRESENTAÇÃO

Em 4 de junho de 2002, a Prefeitura Municipal de Joinville assinou o Termo de Adesão ao PBQP-H, e em


20 de novembro de 2003 realizou o 1º Seminário de Qualidade em Obras Públicas, onde foram criados 05
(cindo) grupos de trabalho para desenvolverem estudos referentes à implantação do PBQP-H,
desenvolvimento e descrição técnica dos parâmetros para Obras Públicas e métodos de cobrança desses
parâmetros, implementação de gestão de resíduos da construção civil e SIG projetos.

Os trabalhos efetuados pelos grupos deverão resultar em um documento que conterá o diagnóstico
detalhado do setor construtivo, e apontará os fatores críticos a serem solucionados, buscando a otimização
da qualidade dos materiais, componentes, sistemas construtivos, projetos e obras nos empreendimentos
públicos.

Dentre tais fatores, está a adoção consensual de taxa referente a “Benefícios e Despesas Indiretas” (BDI)
para obras e serviços de engenharia, sendo este tema em específico que será apresentado neste
documento.

2.1.2. INTRODUÇÃO

Para organização das informações deste documento, a coordenação da “Central de Custos de Obras
Públicas” utilizou estudos realizados ao longo de um ano e cinco meses e contou com a participação de
vários setores da Prefeitura. O trabalho foi desenvolvido com base no estudo de material técnico
especializado e ampla discussão envolvendo técnicos da Prefeitura.

2.1.3. DENOMINAÇÃO

Na elaboração dos orçamentos para a construção civil, denominam-se Benefícios e Despesas Indiretas
(BDI) à taxa correspondente às despesas indiretas e ao lucro que, aplicada ao custo de produção de uma
obra ou serviço de engenharia, resulta no preço de venda ou preço final. Essa taxa, tanto pode ser inserida
na composição dos custos unitários, como pode ser aplicada ao final do orçamento, sobre o custo de
produção da obra. Dessa forma, o preço final de uma obra ou serviço de engenharia na construção civil é
igual ao custo de produção do mesmo mais a taxa de BDI.

2.1.4. METODOLOGIA

Iniciaremos da seguinte forma:

- Pela definição conceitual dos componentes do preço final da obra (custos de produção da obra - diretos e
indiretos, despesas indiretas e benefícios) e discriminação do conteúdo de cada um desses itens;

- Pelo efetivo cálculo da taxa de BDI, contemplando as despesas que não podem, de forma alguma, serem
incluídas na planilha orçamentária, por não estarem vinculadas diretamente ao serviço contratado, ou
sejam, as despesas indiretas (despesas com a administração central, despesas financeiras, tributárias,
riscos e eventuais) e a parcela de benefício ou lucro da empresa.

2.1.5. DEFINIÇÃO CONCEITUAL DOS COMPONENTES DO PREÇO FINAL

a) Custo de Produção da Obra (CP)


O custo de produção da obra corresponde aos gastos diretos e indiretos necessários à completa execução
da obra ou serviço contratados, que deverão ser orçados gerando os itens constantes da planilha
orçamentária.

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Por definição, “quando um gasto for atribuído aos vários produtos de uma empresa, ele passa a se
denominar custo, ou custo de produção. Custo, portanto, é um gasto atribuído à produção. A denominação
de despesa fica reservada aos gastos atribuídos aos exercícios contábeis. É hábito incluir como custo de
produção as seguintes despesas: a) matéria prima; b) mão de obra direta; c) mão de obra indireta (salários
do supervisor, contramestre, etc.); d) materiais indiretos (pregos, cola, soda cáustica, catalisadores etc.)” -
(IUDÍCIBUS, 1979, p. 302).

Para facilitar o entendimento dos assuntos abordados, adotamos esta mesma definição de custo de
produção, classificando como despesas indiretas, os gastos efetuados fora do âmbito da produção.

Custo Direto de Produção da Obra


O custo direto de produção de uma obra é aquele decorrente dos gastos referentes à produção dos
diversos serviços necessários à completa execução da obra, sendo proporcional ao seu porte físico e às
características dos projetos e especificações. Compreende os gastos com a mão de obra, materiais e
equipamentos, diretamente ligados aos serviços.

Custo Indireto de Produção da Obra


Custo indireto de produção de uma obra é aquele decorrente do conjunto de atividades realizadas no local
da obra que não estão diretamente ligadas aos serviços, compreendendo a direção e acompanhamento
técnico da produção. Consideramos como custo indireto de produção os gastos referentes a: implantação
da obra, mobilização e desmobilização de canteiro, manutenção de canteiro, equipes técnica e
administrativa da obra, locação de veículos e seguros.

Em grande parte dos trabalhos especializados sobre o tema, os custos indiretos de produção da obra
(também denominados de custos com administração local) incidem sobre o custo direto de produção da
mesma, fazendo parte da taxa do BDI.

Consideramos em nosso trabalho que alguns custos indiretos são facilmente mensuráveis, sendo que os
mesmos serão somados aos custos diretos e sobre estes incidirá uma taxa de BDI. Os outros custos
indiretos são mais difíceis de serem mensurados, e estes foram considerados como um percentual do BDI,
que incidirá sobre os custos diretos e indiretos facilmente mensuráveis.

Também Fernando Morethson Sampaio em seu livro Orçamento e Custo da Construção (p.65), considera
que a administração da obra, despesas com mobilização e desmobilização do canteiro, somente devem
fazer parte do BDI, caso não tenham sido levadas em conta na planilha orçamentária ou na ficha de
composição de custos (ver novas regras na Lei 8666/93, Artigo 40, que versa sobre o assunto, e que
também está esclarecido no item 1.2.5 deste manual).

A NBR 12.721 (NB-140, da Associação Brasileira de Normas Técnicas) que versa sobre discriminação
orçamentária, também relaciona na planilha todos os itens que consideramos como custo indireto de
produção da obra. Embora esta norma refira-se à construção de edifícios sob regime de incorporação, ela
exprime uma preocupação que é comum ao nosso objetivo, uma vez que visa sistematizar um roteiro a ser
seguido na elaboração de orçamentos, de modo que não se omita nenhum serviço.

b) Despesas Indiretas
São gastos que não estão relacionados com os serviços da planilha orçamentária da obra. Compreendem
gastos de diversas naturezas como despesas com administração central, financeiras, tributárias, e
despesas devido a riscos e eventuais.

Sabe-se que a administração local é um custo indireto de produção e não uma despesa indireta, mas como
alguns destes custos torna-se de difícil mensuração, principalmente para o setor público onde a maior parte
das obras são terceirizadas. Incluiremos estes custos indiretos como despesas indiretas, sendo que parte
destas despesas integrará a taxa de BDI, conforme o item 4.2.

c) Despesas com a Administração Central (AC)


Os gastos com a administração central compreendem a manutenção e operação do escritório central. Estes
gastos devem ser rateados por todas as obras que a empresa esteja executando em determinado período,
e variam de acordo com a carteira de contratos e a estrutura da empresa. Face á impossibilidade de

15
apuração destes gastos considerando as especificidades de cada obra e/ou empresa, adota-se uma taxa de
administração central única e representativa.
Os técnicos do Tribunal de Contas da União, sugerem que este percentual seja de 6,00% incidindo apenas
sobre o custo direto de produção e citam Amilcar Martins em seu “Curso de Orçamento de Obras de
Edificações”, que considera como aceitáveis taxas entre 5% e 7,5% para este item.
Também Mozart Bezerra da Silva em seu “Como Compor BDI” considera os gastos com administração
central incidindo apenas sobre custo direto de produção em uma faixa de varia de “15% para empresas
pequenas trabalhando com garantia de qualidade, reduzindo-se para até 5% em grandes empresas”.

Com base nos estudos técnicos mencionados, consideramos uma taxa de 5,00% (cinco por cento) sobre o
custo de produção da obra.

Inclui-se entre os gastos com a administração central: aluguel de escritório central, manutenção da
edificação sede da empresa, compra de material de expediente para a administração, despesas com
aquisição de editais, elaboração de propostas comerciais, pró-labore e representação da diretoria, despesas
com atividades administrativo-financeiras (manutenção de setores da sede da empresas como secretarias,
contabilidade, recursos humanos, compras, finanças e cobranças), dentre outros.

d) Despesas com a Administração Local


Serão chamados de despesas com administração local os custos indiretos referentes há administração
local.

Considera-se necessário para facilitar o cálculo destas despesas, dividi-las em duas partes:

Despesas com a Administração Local de Difícil Mensuração


As despesas com a administração local de difícil mensuração estão representadas por um índice percentual
adicionado ao BDI, que incide sobre o custo de produção da obra.

No dimensionamento dessas despesas foram considerados o custo com engenheiro, mestre-de-obras,


estagiário de engenharia, veículo para apoio da administração, despesas de escritório, aluguel de telefone e
fax, utilidades e gastos com ferramentas e EPI´s.

Na mensuração destes itens, calculamos alguns como sendo utilizados em tempo integral na obra (mestre-
de-obras, estagiário de engenharia, despesas de escritório, aluguel de telefone e fax e utilidades) e outros
como sendo utilizados em tempo parcial na obra (engenheiro, veículo para apoio da administração e gastos
com ferramentas e EPI´s).

O valor da administração local de difícil mensuração foi encontrado em função do BDI (corrigido), segundo
memorial de cálculo que mostraremos adiante. Sendo que encontramos os seguintes valores de acordo
com o custo de produção.

Custo de Produção (R$)

Até 500.000,00 Entre 500.001,00 Acima de

e 1.500.000,00 1.500.001,00

ALP 10,30 % 4,58 % 3,50 %

16
Despesas com a Administração Local de Fácil Mensuração
Estas despesas deverão ser quantificadas, e adicionadas a planilha de custos diretos do orçamento.

Dentre as despesas com a administração local de fácil mensuração estão incluídas as despesas com a
implantação e as instalações provisórias da obra, que são:

• Barracão para a administração;

• Barracão para almoxarifado;

• Tapumes;

• Placa da empresa;

• Placa da Contratante;

• Ligação e instalações provisórias de água e esgoto;

• Ligação e instalações provisórias de energia elétrica.

e) Mobilização e Desmobilização
Estas despesas compreendem os custos com transporte de equipamentos, pessoal e utensílios em função
da localização da obra.

Como este item é de difícil mensuração com base em estudos técnicos a respeito, consideraremos um
percentual prático de 1,5 % (um e meio por cento) sobre o custo de produção da obra.

f) Despesas Financeiras (DF)


As despesas financeiras são aquelas que se relacionam com a remuneração dos recursos investidos pelo
contratado na execução da obra, em benefício do contratante.

No caso de obras públicas, o contratado precisa utilizar recursos próprios para executar etapas que só
serão pagas quando concluídas, que gera despesas de investimento de capital. Para estipulação do valor a
ser cobrado como despesa financeira, deve-se analisar qual o custo de oportunidade do capital, ou seja,
deve-se apurar qual seria o seu rendimento se o capital de giro tivesse sido aplicado no mercado financeiro
naquele período.

O critério mais apropriado para estipular valores de despesas financeiras é adotar os rendimentos do
Certificado de Depósito Bancário (CDB) no período em análise.

Considerando um prazo médio entre o desembolso e o recebimento de 30 dias e levando-se em


consideração a atual conjuntura econômica, adotamos a taxa de 1,50 % (um e meio por cento) a incidir
sobre o custo de produção da obra.

g) Despesas Tributárias (DT)


São tributos ou impostos cobrados pelo governo sobre a receita total da obra, estando assim incluído o
COFINS, PIS, ISS e CPMF, perfazendo um total de 5,93 % (cinco vírgula noventa e três por cento) a incidir
sobre o preço final da obra.

Despesa com COFINS


A Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (COFINS) instituída pela Lei complementar No. 70
de 30 de dezembro de 1991, e alterada pela Lei No. 9.718 de 27 de novembro de 1998, estabelece uma
alíquota de 7,6 % (sete vírgula seis por cento), a incidir sobre o faturamento da empresa. Como alguns
abatimentos podem ser realizados na cobrança do referido imposto. Segundo pesquisa realizada pelo
Sinduscon-SP, o valor percentual médio de arrecadação do COFINS na região sul passou a ser de 3,7 %
(três virgula sete por cento).

17
Despesa com PIS
O Programa de Integração Social (PIS) tem alíquota de 0,65% (zero virgula sessenta e cinco por cento)
incidindo sobre o faturamento da empresa, conforme Lei Federal Complementar No. 7, de 07 de setembro
de 1970 (institui o Programa de Integração Social) e alterações contidas no Decreto-Lei Federal Nº 2.445,
de 29 de junho de 1988, Decreto-Lei Federal Nº 2.449, de 21 de julho de 1998 e Lei Federal Nº 9.715, de 25
de novembro de 1998.

Despesa com ISS


O Imposto sobre Serviços (ISS) é de competência municipal e varia com as leis específicas de cada
localidade, incidindo sobre o preço do serviço, deduzidas as parcelas correspondentes ao valor dos
materiais adquiridos de terceiros (quando fornecidos pelo prestador dos serviços) e ao valor das sub-
empreitadas já tributadas pelo imposto, conforme Decreto – Lei Federal Nº 406, de 31 de dezembro de
1968.

Para o Município de Joinville a alíquota é de 2,0 % (dois por cento), conforme estabelecido na Lei Municipal.
Considerando que os gastos com materiais e sub-empreitadas (passíveis de dedução) correspondem a 40%
do faturamento, o ISS incidirá sobre 60% restantes, o que corresponde a 1,2% (um vírgula dois por cento)
do preço final da obra.

Em municípios cujo valor da alíquota de ISS seja inferior a 5,00 %, esta incidirá sobre 60 % do faturamento,
gerando o percentual equivalente que comporá a taxa de BDI.

Salientamos que o recolhimento do ISS é devido ao município onde será prestado o serviço, o que implica
na adoção de taxas de BDI diferenciadas, considerando o valor da alíquota de ISS correspondente.

Despesa com CPMF


A Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e de Direitos de
Natureza Financeira (CPMF), instituída pela Lei Federal Nº 9.311, de 24 de outubro de 1996, tem alíquota
de 0,38% (zero virgula trinta e oito por cento), conforme prorrogação e alteração determinada pela Emenda
Constitucional Nº 21, de 18 de março de1999.

h) Despesas com Riscos e Eventuais (RE)


Consideram-se como riscos e eventuais os imprevistos que prejudicarem o andamento das obras,
independente da ação prévia do construtor, como fenômenos naturais (condições climáticas atípicas, ventos
fortes, águas subterrâneas), perdas de eficiência de mão de obra, perdas excessivas de materiais (por
quebras e re-trabalhos) e greves.

Como analisado por Mozart Bezerra da Silva, “a taxa de contingências que tem sido adotada para obras de
edificações é de até 3 % sobre os custos de produção acrescido das despesas administrativas e
financeiras”, estando aí incluídos os prêmios das companhias de seguro.

Neste item não estão considerados os seguros, que conforme visto anteriormente no item 3.1.2, constam da
planilha orçamentária. Desta forma, consideramos a taxa de 1,00 % (um por cento) sobre o custo de
produção da obra.

i) Lucro Operacional (LO)


O lucro operacional para uma determinada obra é o resultado econômico e financeiro positivo, gerado pela
diferença entre o total das receitas e o total das despesas da obra e do rateio das despesas da
administração central, antes do pagamento das despesas fiscais.

j) Despesas Fiscais
Denominamos de despesas fiscais às relativas ao Imposto de Renda de Pessoa Jurídica, Adicional de
Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. Como discriminado nos subitens
posteriores, o conjunto das despesas fiscais, perfazem um total de 34,00 % (trinta e quatro por cento) a
incidir sobre o lucro operacional da empresa.

18
Despesa com Imposto de Renda

A alíquota do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) é de 15,00% (quinze por cento) sobre o lucro
operacional, ficando a parcela do lucro (real, presumido ou arbitrado) que exceder a R$ 240.000,00
(duzentos e quarenta mil reais), sujeita à incidência de adicional de imposto de renda à alíquota de 10,00%
(dez por cento), conforme Lei No. 9.249 de 26 de dezembro de 1995, Lei No. 9.340 de 27 de dezembro de
1996, Lei 9.532 de 10 de dezembro de 1997, Lei No. 9.718 de 27 de novembro de 1998, Lei No. 9.816 de
23 de agosto de 1999, Lei 9.959 de 27 de janeiro de 2000 e Regulamento do Imposto de Renda.

Despesa com Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido

A alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) é de 9,00% (nove por cento) sujeita às
mesmas normas de apuração e de pagamento estabelecidas para o imposto de renda das pessoas
jurídicas, conforme Lei No. 7.689 de 15 de dezembro de 1988 (institui a contribuição social sobre o lucro das
pessoas jurídicas), Lei No. 7.856 de 24 de outubro de 1989, Lei No. 8.981 de 20 de janeiro de 1995, Lei No.
9.249 de 26 de dezembro de 1995, Lei No. 9.340 de 27 de dezembro de 1996, Lei 9.779 de 19 de janeiro de
1999, e Medida Provisória N° 1.858-10 e reedições.

k) Lucro Líquido
O lucro líquido para uma determinada obra é o resultado econômico e financeiro positivo gerado pela
diferença entre o total das receitas e o total das despesas da obra e do rateio das despesas da
administração central, após a incidência das despesas fiscais relacionadas no item anterior.

Os técnicos do Tribunal de Contas da União em seu trabalho, consideram “que uma margem de lucro entre
7,00 % e 8,50 % estaria perfeitamente adequada aos valores atualmente praticados no mercado da
construção civil”. Os autores também citam estudo publicado pela ASBRACO (Associação Brasiliense de
Construtores) em maio de 2000 que considera como margem de lucro o valor de 7,20 %. O referido lucro
citado pelos autores é operacional, uma vez que os mesmos não consideram o Imposto de Renda e a
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido como partes integrantes do BDI, devendo incidir sobre o custo
direto de produção.

Também o engenheiro Mozart Bezerra da Silva em recente trabalho desenvolvido para a Companhia de
Água e Esgoto do Maranhão considera os benefícios variando entre 5,00 % e 10,00 % incidindo sobre custo
de produção, acrescidos das despesas com administração central e contingências. Os benefícios citados
por Mozart representam o lucro líquido, uma vez que o autor considera o Imposto de Renda e Contribuição
Social a incidir posteriormente sobre o Preço Final da obra.

Com base na avaliação dos estudos especializados consideramos uma faixa de lucro líquido da ordem 6,0
%, 7,00 % e 8,00 %, já desoneradas pelas despesas fiscais de 34,00%, que conforme memória de cálculo a
seguir, resultam em percentuais de lucro operacional de 9,09%, 10,61% e 12,12% respectivamente. Estes
percentuais deverão variar inversamente com o porte financeiro da obra conforme tabela a seguir:

Lucro Custo de Produção (R$)

Até 500.000,00 Entre 500.001,00 Acima de

e 1.500.000,00 1.500.001,00

Lucro Líquido 8,00 % 7,00 % 6,00 %

Lucro Operacional 12,12 % 10,61 % 9,09 %

Nota: O lucro operacional não considera Imposto de Renda e CSLL como parte integrante do BDI.

19
2.1.6. CÁLCULO DA TAXA DO BDI

Sendo:

LL = Lucro Líquido

DS = Despesas Fiscais (IR e CSLL)

LO = Lucro Operacional

Temos:

LL = LO – DS

Como DS = 0,34 LO (ver item 6) temos:

LL = LO – 0,34 LO

LL = LO (1 – 0,34)

LL = 0,66 LO

LO = LL / 0,66

As três faixas de lucro operacional são:

Para LL = 6,00 %;

LO = 6,00 / 0,66 = 9,09 %

Para LL = 7,00 %;

LO = 7,00 / 0,66 = 10,61%

Para LL = 8,00 %;

LO = 8,00 / 0,66 = 12,12 %

Para o cálculo da taxa de BDI que deverá incidir sobre o custo de produção da obra (diretos e indiretos),
adotamos a seguinte formulação matemática com base nas considerações mencionadas nos itens
anteriores:

Sendo:

CP = Custo de Produção da Obra;

PF = Preço Final da Obra;

AC = Administração Central (incidindo sobre o custo de produção da obra);

MD = Mobilização e Desmobilização;

ALP = Administração Local Parcial (incidindo sobre o custo de produção da obra);

DF = Despesas Financeiras (incidindo sobre o custo de produção da obra);

DT = Despesas Tributárias (incidindo sobre o preço final da obra);

RE = Riscos e Eventuais (incidindo sobre o custo de produção da obra);

20
LO = Lucro Operacional (incidindo sobre o preço final da obra).

Então:

BDI = 1 + AC + ALP + MD + DF + RE - 1
1 – (DT + LO)

Memória de Cálculo:

PF = CP + AC x CP + ALP x CP + DF x CP + DT x PF + RE x CP + LO x PF

PF = CP (1 + AC + ALP + MD + DF + RE) + PF (DT + LO)

PF [1 – (DT + LO)] = CP (1 + ALP + MD + DF + RE)

PF = 1 + AC + ALP + MD + DF + RE
CP 1 – (DT + LO)

PF - 1 = 1 + AC + ALP + MD + DF + RE - 1
CP 1 – (DT + LO)

PF – CP = 1 + AC + ALP + MD + DF + RE - 1
CP 1 – (DT + LO)

BDI = 1 + AC + ALP + MD + DF + RE - 1
1 – (DT + LO)

Como mencionado no item anterior, o lucro líquido deverá variar inversamente com o porte financeiro,
influindo no cálculo do BDI. Portanto, segue abaixo os percentuais utilizados e resultado obtido para cada
índice de lucro:

Para um lucro líquido de 6,00 %, teremos:

Sendo:

Custo de produção acima de R$ 1.500.000,00:

AC = 0,0500 (5,00 % sobre o custo de produção da obra);

MD = 0,015 (1,5 % sobre o custo de produção da obra);

DF = 0,0150 (1,50 % sobre o custo de produção da obra);

DT = 0,0593 (5,93 % sobre o preço final da obra);

RE = 0,0100 (1,00 % sobre o custo de produção da obra);

LO = 0,0909 (9,09 % sobre o preço final da obra).

Então:

Resultando em uma taxa do BDI = 32,30 %

Memória de Cálculo:

Obs: Nesta primeira etapa não levaremos em consideração a Administração Local Parcial (ALP) inclusa no
BDI.
Resultando em uma taxa de BDI = 28,27 %

21
Corrigiremos este valor em função de incluirmos uma parte com as despesas da administração local na taxa
BDI.

Tomaremos como exemplo um orçamento de construção de uma escola municipal, cujo custo direto é de
R$ 1.500.000,00 e as despesas indiretas totalizam R$ 70.717,24, sendo que deste total R$ 48.217,24 é de
difícil mensuração (CIDM) e R$ 22.500,00 é de fácil mensuração (CIFM).

PF = 1 + BDI (CD + CI)

PF = 1,2827 (1.500.000,00 + 70.717,24)

PF = 2.014.759,00

Para a correção do BDI, consideramos que o custo direto de difícil mensuração está incluso no BDI.

CD + CIFM = 1.500.000,00 + 22.500,00

CD + CIFM = 1.522.500,00

BDI corrigido = [PF / (CD + CIFM) - 1] x 100

BDI corrigido = [(2.014.759,00 / 1.522.500,00) - 1] x 100

BDI corrigido = (1,3230 - 1) x 100

BDI corrigido = 32,30%

Agora calcularemos o valor da administração local que esta inclusa no BDI corrigido.

Obs: Ao valor da administração local incluiremos 1,5 % devido ao custo de mobilização e desmobilização.

BDI corrigido = 1 + AC + DF + RE + ALP + MD -1


1 - (DT + LO)

0,3230 = 1 + 0,05 + 0,015 + 0,01 + ALP + 0,015 - 1


1 - (0,0593 + 0,0909)

AL =0,035

ALP = 3,5 %

Para um lucro líquido de 7,00 %, teremos:

Sendo:

Custo de produção de R$500.001,00 até R$1.500.000,00:

AC = 0,0500 (5,00 % sobre o custo de produção da obra);

MD = 0,015 (1,50 % sobre o custo de produção da obra);

DF = 0,0150 (1,50 % sobre o custo de produção da obra);

DT = 0,0593(5,93 % sobre o preço final da obra);

RE = 0,0100 (1,00 % sobre o custo de produção da obra);

LO = 0,1061 (10,61 % sobre o preço final da obra).

Então:

22
Resultando em uma taxa do BDI = 36,02 %

Memória de Cálculo:

Obs: Nesta primeira etapa não levaremos em consideração a Administração Local Parcial (ALP) inclusa no
BDI.
Resultando em uma taxa de BDI = 30,60 %

Corrigiremos este valor em função de incluirmos uma parte com as despesas da administração local na taxa
do BDI.

Tomaremos como exemplo um orçamento de construção de uma escola municipal, cujo custo direto é de
R$ 950.000,00 e as despesas indiretas totalizam R$ 47.018,16 sendo que deste total R$ 32.768,16 é de
difícil mensuração (CIDM) e R$ 14.250,00 é de fácil mensuração (CIFM). E como outro exemplo
consideraremos um orçamento de construção de uma escola municipal, cujo custo direto é de R$
650.000,00 e as despesas indiretas totalizam R$ 41.858,16, sendo que deste total R$32.108,16 e de difícil
mensuração (CIDM) e R$ 9.750,00 é de fácil mensuração (CIFM).

Para um orçamento de R$ 950.000,00, calcularemos o BDI corrigido e a administração local inclusa no BDI
corrigido, como:

PF = 1 + BDI (CD + CI)

PF = 1,3060 (950.000,00 + 47.018,16)

PF = 1.302.105,72

Para a correção do BDI, consideraremos que o custo direto de difícil mensuração estará incluso no BDI.

CD + CIFM = 950.000,00 + 14.250,00

CD + CIFM = 964.250,00

BDI corrigido = [PF / (CD + CIFM) - 1] x 100

BDI corrigido = [(1.302.105,72 / 964.250,00) - 1] x 100

BDI corrigido = (1,3504 - 1) x 100

BDI corrigido = 35,04%

Agora calcularemos o valor da administração local que esta inclusa no BDI corrigido.

BDI corrigido = 1 + AC + DF + RE + ALP + MD - 1


1-(DT + LO)

0,3504 = 1 + 0,05 + 0,015 + 0,01 + ALP + 0,015 - 1


1- (0,0593 + 0,1061)

AL = 0,0380

ALP = 3,80%

Para um orçamento de R$ 650.000,00, calcularemos o BDI corrigido e a administração local inclusa no BDI
corrigido, como:

PF = 1 + BDI (CD + CI)

PF = 1,3060 (650.000,00 + 41.858,16)

23
PF = 903.566,76

Para a correção do BDI, consideraremos que o custo direto de difícil mensuração estará incluso no BDI.

CD+CIFM = 650.000,00 + 9.750,00

CD+CIFM = 659.750,00

BDI corrigido = [PF / (CD + CIFM) - 1] x 100

BDI corrigido = [(903.566,76 / 659.750,00) - 1] x 100

BDI corrigido = (1,3696 - 1) x 100

BDI corrigido = 36,96 %

Agora calcularemos o valor da administração local que esta inclusa no BDI corrigido.

BDI corrigido =1 + AC + DF + RE + ALP + MD - 1


1- (DT + LO)

0,36960 = 1 + 0,05 + 0,015 + 0,01 + ALP + 0,015 - 1


1 - (0,0593 + 0,1061)

ALP=0,0536

ALP=5,36 %

Calculando-se a média dos valores encontrados para a administração local teremos:

ALP = 0,0380 + 0,0536


2

ALP = 0,0458

ALP = 4,58 %

Inserindo a administração local na fórmula do BDI, encontraremos uma taxa de BDI corrigido de 36,02%.

c) Para um lucro líquido de 8,00 %, teremos:

Sendo:

Custo de produção de R$150.000,00 até R$500.000,00:

AC = 0,0500 (8,00 % sobre o custo de produção da obra);

MD= 0,0150 (1,50 % sobre o custo de produção da obra);

DF = 0,0150 (1,50 % sobre o custo de produção da obra);

DT = 0,0593 (5,93 % sobre o preço final da obra);

RE = 0,0100 (1,00 % sobre o custo de produção da obra);

LO = 0,1212 (12,12 % sobre o preço final da obra).

Então:

Resultando em uma taxa do BDI = 45,49 %

24
Memória de Cálculo:

Obs: Nesta primeira etapa não levaremos em consideração a Administração Local Parcial (ALP) inclusa no
BDI.

Resultando em uma taxa de BDI = 33,00%.

Corrigiremos este valor em função de incluirmos uma parte com as despesas da administração local na taxa
do BDI.

Tomaremos como exemplo um orçamento de construção de uma escola municipal, cujo custo direto é de
R$ 500.000,00 e as despesas indiretas totalizam R$ 38.978,16, sendo que deste total R$ 31.478,16 é de
difícil mensuração (CIDM) e R$ 7.500,00 é de fácil mensuração. E como outro exemplo consideraremos um
orçamento de construção de uma escola municipal, cujo custo direto é de R$ 350.000,00 e as despesas
indiretas totalizam R$ 36.398,16 sendo que deste total R$ 31.148,16 é de difícil mensuração (CIDM) e R$
5.250,00 é de fácil mensuração (CIFM). E como outro exemplo consideraremos um orçamento de
construção de uma escola municipal, cujo custo direto é de R$ 150.000,00 e as despesas indiretas totalizam
R$ 22.413,96, sendo que deste total R$20.163,96 é de difícil mensuração (CIDM) e R$ 2.250,00 é de fácil
mensuração (CIFM).

Para um orçamento de R$ 500.000,00, calcularemos o BDI corrigido e a administração local inclusa no BDI
corrigido, como:

PF = 1 + BDI (CD + CI)

PF = 1,33 (500.000,00 + 38.978,16)

PF = 716.840,95

Para a correção do BDI, consideraremos que o custo direto de difícil mensuração estará incluso no BDI.

CD+CIFM = 500.000,00+7.500,00

CD+CIFM = 507.500,00

BDI corrigido = (PF / (CD + CIFM) - 1) x 100


BDI corrigido = [(716.840,95 / 507.500,00) - 1] x 100

BDI corrigido = (1,4125 - 1) x 100

BDI corrigido = 41,25 %

Agora calcularemos o valor da administração local que esta inclusa no BDI corrigido.

BDI corrigido = 1 + AC + DF + RE + ALP + MD - 1


1 - (DT + LO)

0,4125 = 1 + 0,05 + 0,015 + 0,01 + ALP + 0,015 - 1


1 - (0,0593 + 0,1212)

ALP = 0,0680

ALP = 6,80 %

25
Para um orçamento de R$ 350.000,00, calcularemos o BDI corrigido e a administração local inclusa no BDI
corrigido, como:

PF = 1 + BDI (CD + CI)

PF = 1,33 (350.000,00 + 36.398,16)

PF = 513.909,55

Para a correção do BDI, consideraremos que o custo direto de difícil mensuração estará incluso no BDI.

CD+CIFM = 350.000,00+5.250,00

CD+CIFM = 355.250,00

BDI corrigido = (PF / (CD + CIFM) -) x 100

BDI corrigido = [(513.909,55 / 355.250,00) -1] x 100

BDI corrigido = (1,4466 -1) x 100

BDI corrigido = 44,66 %

Agora calcularemos o valor da administração local que esta inclusa no BDI corrigido.

BDI corrigido = 1 + AC + DF + RE + ALP + MD - 1


1 - (DT + LO)

0,4466 = 1 + 0,05 + 0,015 + 0,01 + ALP + 0,015 - 1


1- (0,0593 + 0,1212)

ALP = 0,0959

ALP = 9,59%

Para um orçamento de R$ 150.000,00, calcularemos o BDI corrigido e a administração local inclusa no BDI
corrigido, como:

PF = 1 + BDI (CD+ CI)

PF = 1,33 (150.000,00 + 22.413,96)

PF = 229.310,57

Para a correção do BDI, consideraremos que o custo direto de difícil mensuração estará incluso no BDI.

CD + CIFM = 150.000,00 + 2.250,00

CD + CIFM = 152.250,00

BDI corrigido = (PF / (CD + CIFM) - 1) x 100

BDI corrigido = [(229.310,57 / 152.250,00) - 1] x 100

BDI corrigido = (1,5061 - 1) x 100

BDI corrigido = 50,61 %

Agora calcularemos o valor da administração local que esta inclusa no BDI corrigido.

26
BDI corrigido = 1 + AC + DF + RE + AL + MD - 1
1 - (DT + LO)

0,5061= 1 + 0,05 + 0,015 + 0,01 + AL + 0,015 - 1


1 - (0,0593 + 0,1212)

ALP = 0,145

ALP = 14,50 %
Calculando-se a média dos valores encontrados para a administração local teremos:

ALP = 0,0680+0,0959+0,1450
3

ALP = 0,1030

ALP = 10,30%

Inserindo a administração local na fórmula do BDI, encontraremos uma taxa de BDI corrigido de 45,49%.

2.1.7. CRITÉRIO DE APLICAÇÃO DAS TAXAS DE BDI

O critério adotado para utilização das taxas de BDI seguirá a tabela abaixo, variando com o porte financeiro
da obra.

Custo de Produção (R$)

Até 500.000,00 Entre 500.001,00 Acima de

e 1.500.000,00 1.500.001,00

BDI 45,49% 36,02% 32,30%

2.1.8. CONCLUSÃO

No presente trabalho, procuramos detalhar os diversos componentes do BDI, com base em estudos
técnicos e contribuição dos vários órgãos da Prefeitura, visando uniformizar os conceitos e proporcionar a
adoção de um critério único e consensual para a definição de suas taxas.

Conforme os estudos apresentados encontramos percentuais de taxas do BDI variando entre 32,30%
á 45,49%, e analisando o histórico de propostas das concorrências públicas, observamos que
nenhuma delas ultrapassou a taxa de 35%. Logo, como este valor está próximo da média das taxas
encontradas neste estudo, adotaremos uma taxa percentual de 35% (trinta e cinco por cento) para as
obras executadas na Prefeitura Municipal de Joinville.

A taxa de benefícios e despesas indiretas resultante deste trabalho deverá, ser revisada anualmente, a fim
de detectar possíveis variações nos valores e índices estatísticos adotados, ou mudanças na legislação.

Desta forma, acreditamos que os Órgãos Contratantes poderão desenvolver planilhas orçamentárias mais
transparentes, e preços de venda para obras e serviços de engenharia, compatíveis com a realidade de
mercado e assim, viabilizando os objetivos do Programa da Qualidade das Obras Públicas da Prefeitura
Municipal e Joinville.

27
3. SISTEMA DE LEVANTAMENTO DE PREÇOS DOS INSUMOS E SERVIÇOS EMPREITADOS

3.1. O SISTEMA DE COLETA DE PREÇOS

O SPP - Sistema de Pesquisa de Preços é responsável pela coleta e manutenção dos preços dos materiais,
equipamentos e mão de obra, utilizados no cálculo das composições de serviço de Obras Públicas.

Este sistema mantém o cadastro dos estabelecimentos, onde são pesquisados periodicamente os preços
praticados pela venda a vista dos materiais e equipamentos, contidos no Sistema de Cadastramento de
Dados. Para cada estabelecimento participante da pesquisa, são identificados os itens por eles
comercializados, e a cada ciclo de pesquisa de preços, a SPP emite questionários com solicitação de
informações aos estabelecimentos.

Os custos de mão de obra são levantados através das convenções coletivas, junto a sindicatos e órgãos
locais envolvidos em obras, e de acordo com os perfis profissionais previamente definidos no Sistema de
Cadastramento de Dados.

Os serviços empreitados são caracterizados pelos componentes fornecidos. Isto é, seus preços já incluem
os materiais e a mão de obra com seus encargos, e deverão ser pesquisados como serviços instalados e ou
montados. Neste caso a SPP encaminha o questionário de solicitação de informações, bem como seus
anexos, que são, as especificações de serviços, os desenhos e projetos, garantindo assim, que os
fornecedores tenham clareza dos serviços que pretendemos contratar.

3.1.1. CARACTERÍSTICAS DAS PESQUISAS

As pesquisas de preço para o Sistema de Cadastramento de Dados são executadas obedecendo á critérios
pré-definidos. Em primeiro lugar realizamos pesquisas a nível municipal, mas como, nem sempre é possível
encontramos no município todos os insumos necessários, e nem número suficiente de fornecedores para
realização de três coletas de preços, realizamos também pesquisas regionais e estaduais. Esta forma de
pesquisa permite que tenhamos prioritariamente preços municipais e em seguida os regionais e estaduais.
Portanto, serão atendidas as regras, quando houver condições de fornecimento pelo mercado de todos os
insumos necessários para complementação do banco de dados do sistema.

Cada preço pesquisado pela SPP é comparado com os respectivos valores informados anteriormente pelos
estabelecimentos. Caso a variação no valor, não esteja situado no intervalo definido para aceitação, o valor
coletado sofrerá nova verificação. O preço unitário dos materiais e equipamentos são, definidos pela
seleção do melhor preço pesquisado no município e ou região e estado.

3.1.2. COBERTURA DA PESQUISA

A SPP coleta informações de preço para cada material, em pelo menos três estabelecimentos. São
considerados como informantes os estabelecimentos comerciais credenciados, preferencialmente atuando
no comércio atacadista, que comercializem regularmente os materiais pesquisados e que sejam expressivos
para o comércio local. Para a pesquisa de preço de equipamentos, são considerados, preferencialmente, os
representantes autorizados e, quando possível, são pesquisados preços, em pelo menos, três fornecedores.
Caso não exista representação local, são considerados os preços cobrados pelos fabricantes, ou seus
distribuidores nacionais, acrescido do respectivo custo de frete até o município.

3.1.3. CICLO DE ATUALIZAÇÃO

Os ciclos de pesquisa de preços são trimestrais, sendo que, os preços estimados são todos coletados na
segunda quinzena do segundo mês, e primeira quinzena do terceiro mês, ficando a última quinzena do
trimestre reservada para o lançamento dos preços no sistema. Certos insumos e serviços empreitados são
reajustados por índices de referência de mercado (INCC, CUB, IROR entre outros). Contudo, torna-se
necessário a realização de pesquisas semestralmente para verificação dos índices aplicados, isto é, se os
índices estiverem apresentando variações de preços muito altas ou baixas com relação ao mercado,
poderemos a cada seis meses ajustar seus preços.

28
3.2. PROCESSAMENTO DA PESQUISA

O processamento do SPP será executado em quatro fases distintas:

a) Preparação dos questionários: onde são identificados os itens comercializados, pelos estabelecimentos
cadastrados no SPP e emitidos os questionários para coleta de informações;
b) Pesquisa de preços: realizada trimestralmente, na segunda quinzena do segundo mês e primeira
quinzena do terceiro mês;
c) Transcrição e crítica das informações: realizada pela equipe técnica da Central de Custos de Obras
Públicas – CCOP, visando transcrever para meio legível, por processamento eletrônico de dados as
informações, que ao mesmo tempo deverão ser submetidas a testes que comprovem os preços
fornecidos;
d) Seleção de preço de referência: seleção do melhor preço informado, entre os preços pesquisados, ou
determinação de seu valor, quando necessário.

3.2.1. PREPARAÇÃO DOS QUESTIONÁRIOS

O SPP mantém um cadastro dos estabelecimentos, onde serão identificados: a forma de acesso ás
informações, como telefone, fax ou e-mail e itens comercializados pelos estabelecimentos cadastrados. O
cadastro é mantido em nível municipal e se necessário regional e estadual pela SPP. Com base neste
cadastro e nos dados mantidos pelo sistema de cadastramento de dados do Volare, são elaborados os
questionários para coleta de informações, através da identificação dos itens comercializados pelos
estabelecimentos. Periodicamente de acordo com o ciclo de pesquisa de preços adotado, o SPP emitirá os
questionários de pesquisa de preços, personalizados por estabelecimento.

3.2.2. PESQUISA DE PREÇOS

Os questionários preparados pelo SPP são submetidos aos estabelecimentos participantes da pesquisa
para prestarem informação direta ou assistida. Conforme a disponibilidade de pessoal na SPP os
questionários podem ser levados em mãos, até os estabelecimentos, e serão preenchidos através de
entrevista local ou enviados por telefone, correio, e-mail ou fax, para serem preenchidos pelo próprio
informante e posteriormente encaminhado a SPP. A SPP zela pelos prazos da pesquisa de preços,
mantendo contato permanente com os estabelecimentos.

Abaixo apresentaremos como realizamos as pesquisas de preços para cada tipo de insumo:

• Mão-de-obra - Efetuada junto aos sindicatos regionais que representam as categorias profissionais.
Serão acompanhados os dissídios profissionais definidos nas convenções coletivas que poderão vir a
alterar o padrão de remuneração da mão-de-obra. Os dados de mão de obra serão registrados, tomando
como referência os salários acordados a nível municipal e se necessário regional ou estadual,
registrando o padrão de remuneração em salários mínimos e a taxa de encargos trabalhistas aplicáveis a
cada categoria profissional. O valor da remuneração é o da jornada de trabalho normal, sem a inclusão
de qualquer adicional, encargos ou vantagens.

• Equipamentos - A pesquisa de preço é efetuada junto aos fabricantes e ou concessionárias, para


equipamentos novos. São pesquisados equipamentos descritos no Sistema de Cadastramento de
Dados, elaborada com informações obtidas em manuais e folheto dos fabricantes. Os acessórios ou
parte componentes dos equipamentos não serão pesquisados porque estão computados nos
coeficientes de manutenção utilizados nos cálculos de horas produtivas e improdutivas. O SPP deverá
considerar como preço do equipamento o seu valor unitário para venda a vista, acrescido dos impostos
(ICM E IPI) e frete. Serviços extras como, supervisão de montagem, garantia, assistência técnica, peças
de reposição, entre outros, não deverão ser incluídos no preço dos equipamentos. Eventuais
bonificações praticadas pelo fabricante ou revendedor autorizado, não deverão ser utilizadas em nossas
pesquisas, pois não temos garantias de que estarão permanentemente disponibilizadas.

• Materiais – A pesquisa de preços é efetuada junto aos estabelecimentos que comercializem


regularmente os materiais pesquisados e que sejam expressivos para o comércio local, e quando
necessário, junto aos fabricantes, revendedores, distribuidores e comércio atacadista. Deve ser

29
considerado como preço do material seu valor unitário para venda á vista e sem ofertas, acrescido dos
impostos (ICM e IPI) e frete.

3.2.3. TRANSCRIÇÃO E CRÍTICA DOS VALORES

Os questionários preenchidos são conferidos, para verificar se os preços informados correspondem aos
itens pesquisados. Para cada insumo, em média três pesquisas são realizadas, contudo se houver dúvidas
quanto aos preços informados, realizaremos novas pesquisas e ou consulta aos fornecedores, até que
obtenhamos três valores aproximados para um mesmo insumo. Nesta fase, são efetivados descontos ou
acréscimos no preço, sendo que a transcrição do mesmo é efetuada no SPP pela equipe técnica da CCOP,
após a aceitação dos questionários.

3.2.4. SELEÇÃO DO PREÇO DE REFERÊNCIA

A seleção de preços é baseada no melhor valor informado. Caso este não exista, a SPP deverá repetir os
valores anteriormente pesquisados com aplicação de índices percentuais de reajuste (INCC, CUB, IROR e
etc) ou fazer uso das publicações que apresentem preços de referência regional para insumos e serviços da
construção civil, e se for o caso criar preços através de estudos apropriados.

3.3. INFORMATIZAÇÃO DO SISTEMA

3.3.1. AMBIENTE DE PROCESSAMENTO

O software “Volare” funciona em ambiente Microsoft Windows, com Sistema Gerenciador de Banco de
Dados “Microsoft Access”. Estaremos em breve, migrando para o Sistema Gerenciador “Microsoft SQL
Server”, pois a necessidade de um Sistema de Gerenciamento que absorva grande quantidade de
informações com segurança e agilidade, é primordial. Assim o “Volare” poderá estar integrado á rede
internet e intranet, permitindo aos usuários de forma seletiva, o acesso ao banco de dados do sistema.
Desta forma todas as solicitações de criação, substituição, adequação, inclusão e revisão poderão ser
disponibilizadas em tempo real, via on-line.

Todos a série histórica de informações estará disponibilizada no sistema, permitindo a consulta dos
usuários. O “Volare” reconhece duas classes de usuários, as quais serão atribuídos privilégios
diferenciados: usuário do sistema e gestor do sistema. O usuário do sistema poderá fazer consultas restritas
ao banco de dados, sendo que e o gestor terá acesso ilimitado ao sistema, podendo utilizar todos os tipos
de consulta e de transações para atualização dos dados. Apesar das limitações impostas aos usuários do
sistema, no que se referir a criação das planilhas orçamentárias, terão total autonomia, permitindo-se alterar
componentes e preços das composições e incluir novos serviços. É importante entender que, qualquer
alteração não proveniente do gestor será de total responsabilidade do usuário, que responderá em qualquer
instância os resultados apresentados.

3.3.2. DESCRIÇÃO DAS FUNÇÕES

O “Volare” está dividido em três sistemas: base de dados, orçamento e planejamento. O sistema de banco
de dados é o responsável pela manutenção dos dados básicos, quais sejam: catálogo de materiais, mão de
obra, equipamentos e parâmetros do sistema (cadastramento de dados e pesquisa de preços). O sistema
de orçamento é responsável pela seleção e extração dos serviços do banco de dados, permitindo o
carregamento dos mesmos em planilha de cálculo de custos de obras públicas.

O Catálogo de Referência de Serviços e Custos, que é o resultado dos trabalhos desenvolvidos por este
sistema, é montado através do carregamento em planilha de cálculo “Microsoft Excel”, que permite a
montagem e formatação do catálogo, para definitiva publicação em meios de comunicação usuais e digitais.

Obs: O detalhamento das funções do sistema está disponível no Volume 02 (Manual do Usuário e Sistema)
deste Manual.

30
4. CUSTOS UNITÁRIOS DOS INSUMOS

4.1. CUSTO DA MÃO-DE-OBRA

A coleta dos custos da mão de obra será feita, em todo o município ou região, através do piso salarial
acordado nas Convenções Coletivas de Trabalho celebradas entre, o Sindicato dos Trabalhadores e
Patronais, da Construção Civil e Construção Pesada. E na ausência de referências será realizada pesquisa
dos valores médios praticados no mercado, obtidos em outras fontes.

4.1.1. SALÁRIO

Os custos referentes á mão de obra receberão o seguinte tratamento para serem inseridos nos custos dos
serviços de obras públicas:

• Para as categorias de servente e operários qualificados, que têm o piso básico determinado nas
convenções coletivas de trabalho serão, adotados o maior valor encontrado no município e ou região
que o compõem. Portanto para estás categorias o piso básico utilizado para mão-de-obra pela CCOP
é o da Convenção Coletiva do Trabalho do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Joinville
(Sinduscon).

• Para as demais categorias serão calculados pela fórmula:

Salário horário = padrão salarial x salário normativo


220

4.1.2. ENCARGOS SOCIAIS

Os encargos incidem sobre a mão de obra, como preconiza a lei vigente e a prática usual da administração
de pessoal. Apresentaremos abaixo a memória de cálculo que define a taxa aplicável dos encargos sociais
sobre a mão de obra, utilizando como referência o modelo de cálculo do DNIT, o qual, adotamos em parte
para definição dos encargos da Central de Custos de Obras Públicas.

TAXAS DE ENCARGOS SOCIAIS SOBRE A MÃO-DE-OBRA


Tipo de Contrato: Contratação Direta de Serviço
Regime de trabalho: horista com horas normais de trabalho
Percentual 126,68%

Os encargos são determinados e regulamentados por lei, entretanto, os que se referem aos direitos dos
empregados, têm incidência variável de acordo com a freqüência com que são exercidos.
Foram adotados os valores médios ocorridos no setor da Construção.
Nos itens seguintes são detalhados os quatros grupos que compõem os encargos sociais:

a) Cálculo dos Encargos Sociais Referentes ao Grupo A


Neste grupo estão incluídas as obrigações, que incidem diretamente sobre a folha de pagamento e que são
regulamentadas de acordo com a legislação a seguir:

31
Item Contribuição Legislação Percentual
Lei 8.212, art. 22 de 24/07/9, regulamentada pelo art. 25,
A1 INSS 20,00
Decreto 356 de 07/12/91.
Lei 5.107, art. 02 disciplinado pela Lei 8.036 de 11/05/90 e,
regulamentada pelo Decreto 99.684 de 08/11/90. Adicional da
A2 FGTS Lei Complementar nº 110/01 de 29/06/2001 (a vigorar a partir de 8,50
01/10/2001), que acrescenta 0,5% sobre a remuneração devida
ao FGTS pelo prazo de 60 meses.
Lei 5.107/66, art. 23 de 13/09/66, Art. 08 inciso II. Lei 8029/90 -
A3 SESI redação dada pela Lei 8.154/90 de 28/12/90 e, regulamentada 1,50
pelo art. 01 e Decreto 99.570/90.
A4 SENAI Art. 1º DL 6246/44, Lei 8.029/90, Lei 8.154 de 28/12/90. 1,00
Art. 03 Decreto 60.446/67, 1º item I do Decreto Lei 1.146/70,15,
A5 INCRA item II Lei Complementar nº 11/71, 1º DL 1867 /81 e Lei 0,20
7.787/89.
Salário Art. 03 do Decreto 60.446/67, item 01 do Decreto 87.043 de
A6 2,50
Educação 22/03/82 e Lei 7787/89.
Seguro contra Art. 26, regulamentada Art. 22 item II, letra A da Lei 8.212 de
A7 acidente de 24/07/91, regulamentada pelo Decreto 356 de 07/12/91 art 26, 3,00
trabalho INSS item III.
Art. 08, parágrafo 3° Lei 8.029/90 modificada pela Lei 8.154/90,
A8 SEBRAE 0,60
regulamentada pela Lei 99.570/90.
O total de encargos do Grupo A é de 37,30%

b) Cálculo dos Encargos Sociais Referentes ao Grupo B


Neste grupo são considerados os dias em que não há prestação de serviço, mas que o funcionário tem
direito de receber sua remuneração. Sobre estes dias incidem também os encargos do grupo A. Antes de
apresentar o demonstrativo do cálculo dos encargos do grupo B, calculam-se as horas efetivamente
trabalhadas por ano de acordo com os seguintes parâmetros:

Dias trabalhados por ano = 365


Dias da semana =7
Dias trabalhados por semana = dias da semana - 1 dia de repouso =6
Meses por ano = 12
Horas trabalhadas por semana = 44
Semanas por mês = 365/ 12/ 7 = 4,3452
Semanas por ano = 365/ 7 = 52,1429
Horas trabalhadas por dia = 44/ 6 = 7,3333
Horas remuneradas por semana = 7 x 7,3333 = 51,3331
Horas remuneradas por mês = 51,3331 x 4,3452 = 223,0526
Horas trabalháveis por ano = 365 x 7,3333 = 2.676,6545

Das horas trabalháveis por ano, devem ser descontados os dias não trabalhados, previstos pela legislação,
(conforme baixo indicado) para se obter os dias efetivamente trabalhados:

32
DIAS NÃO TRABALHADOS LEGISLAÇÃO
Descanso remunerado (domingos) Art 67 CLT e Lei 605 de 05 de janeiro de 1949
Feriados e dias Santificados Art 70 do CLT
(média de 13 dias/ ano) Art 1° da Lei 605/ de 5/11/49 e Decreto Lei 86 de 27/12/66
São feriados federais:
- os dias de eleição de acordo com legislação específica;
- de acordo com as Leis: 662 de 06/04/49, 1266 de 08/12/50 e 6802 de
30/06/80 os seguintes dias:
1º de janeiro Dia da Confraternização Universal
21 de abril Dia de Tiradentes
1º de maio Dia do Trabalho
7 de setembro Independência do Brasil
12 de outubro Dia da Padroeira do Brasil
15 de outubro Dia da Proclamação da República
25 de dezembro Natal
Os feriados municipais são 3a feira carnaval Data móvel
determinados por leis próprias, 6a feira Santa, Corpus Cristi, Data móvel – 5ª feira, 02 novembro.
sendo que, na maioria dos finados.
municípios estão incluídos:
Férias - (30 dias) Art 129 a 148 da CLT, inciso XVII da CF
Auxílio enfermidade (15 primeiros Lei 3.607/60 e 8213 de 24/07/91
dias)
Auxílio de acidente de trabalho (15 Lei 3607/60 e 8213 de 24/07/91
primeiros dias)
Licença Paternidade (05 dias Disposição Provisória da Constituição Federal de 88 (Art. 10, parágrafo
consecutivos) 1°).
Faltas justificadas Art 473 e 822 da CLT
- 2 dias consecutivos por morte de ascendente, descendente ou
cônjuge;
- 3 dias consecutivos em caso de casamento;
- 2 dias a cada 12 meses para doação voluntária de sangue;
- 2 dias para alistamento eleitoral;
- período em que estiver cumprindo às exigências do serviço militar.
Lei 1060 de 05/03/1950
- 1 dia por ano para internação de dependente;
- dias que estiver a serviço da justiça como testemunha.
Por determinação de lei específica:
- dias de greves devidamente reconhecidas por determinação judicial;
- dias reconhecidamente de calamidade pública (chuva, inundações
etc).

Cálculo das horas correspondentes aos dias não trabalhados:


Repouso semanal remunerado:
- 1 dia por semana de descanso (domingo), salvo no período de férias;
- 30 dias de férias por ano;
(365 -30) x 7,3333 = 350,9508 h /a
7
Feriados:
-13 dias para o total dos feriados por ano;
- 2 dias com probabilidade de cair num domingo ou nas férias.
11 x 7,3333 = 80,6663 h /a

Férias
- 30 dias de férias a cada ano.
30 x 7,3333 = 219,9990 h/a

33
Auxílio Enfermidade
- afastamento médio de 5 dias, por ano e por empregado.
5 x 7,3333 = 36,6665 h/a
Auxílio Acidente
- 15 primeiros dias de licença sob a responsabilidade do empregador.
Apenas 3% dos empregados utilizam este benefício.
15 x 0,03 x 7,3333 = 3,3000 h/a
Licença Paternidade
- a duração da licença é de 5 dias corridos;
- a probabilidade de um dia destes não cair no domingo é de 85,8%, a composição etária da
população entre 18 a 59 anos é de 50%;
- a taxa média de fecundidade, de acordo com o anuário do IBGE 1990-1995, é de 3%.
5 x 0,858 x 0,03 x 1,00 x 7,3333 = 1,8876 h/a
0,50
Faltas Justificadas
- considerou-se a média de 1,5 dias de faltas justificadas por ano, por trabalhador.
1,5 x 7,3333 = 11,00 h/a

Pelo demonstrativo acima, conclui-se que:


- Total das horas não trabalhadas por ano: 704,4702 h/a
- Total de horas efetivamente trabalhadas no ano:
(2.676,6545 - 704,4702) = 1.972,1843 h/a
Com o valor das horas efetivamente trabalhadas por ano chega-se aos percentuais de incidência dos
encargos do Grupo B:
B1 - Repouso semanal remunerado
350,9508 x 100% = 17,80 %
1.972,1843
B2 - Feriados
80,6663 x 100% = 4,09 %
1.972,1843
B3 - Férias
Além das horas não trabalhadas, há que considerar que o empregado tem direito de receber mais 1/3 do
valor das férias
219,9990 x 1,3333 x 100 % = 14,87 %
1.972,1843
B4 - Auxílio Enfermidade
36,6665 x 100% = 1,86 %
1.972,1843
B5 - Auxílio Acidente
3,3000 x 100% = 0,17 %
1.972,1843
B6 - 13 ° Salário, de acordo com Lei 4090 de 13/07/62
30 x 7,3333 x 100 % = 11,16 %
1.972,1843
B7 - Licença Paternidade
1,8876 x 100% = 0,10 %
1.972,1843
B8 - Faltas Justificadas
11,00 x 100 % = 0,56 %
1.972,1843

O total de encargos do Grupo B é de 50,61%

34
c) Cálculo dos Encargos Sociais Referentes ao Grupo C

Neste grupo estão os encargos pagos diretamente aos empregados e, assim sendo, os que não incidem
sobre eles os encargos do Grupo.

Eles são previstos de acordo com a seguinte legislação:


ENCARGOS
LEGISLAÇÃO
GRUPO C
Multas por Art 6°da Lei 5.107/66 alterada pelo art 10°, Inciso I das Disposições
C1 Rescisão sem Transitórias da Constituição Federal de 88
Justa Causa
Aviso Prévio
C2 Art 487 CLT art7, inciso XXI da CF
indenizado
Art 9° da Lei 7.238/84, Instrução Normativa 2 SNT de 12/03/92-
Indenização
C3 multa por demissão sem justa causa nos 30 dias antes da data base
Adicional
da Convenção Coletiva de Trabalho

O cálculo dos itens deste grupo é feito da seguinte forma:

C1- Multa por Rescisão do Contrato de Trabalho sem Justa Causa


Trata-se de indenização compensatória de 40%, sobre a o saldo do fundo de garantia, devido á demissão
sem justa causa.
Sabendo-se que:
- a freqüência de empregados demitidos sem justa causa = 95%
- o período médio de permanência dos empregados = 9 meses
- as horas remuneradas por mês = 223,0526
- o percentual de contribuição para FGTS sobre o salário = 8%
0,40 x 0,08 x 0,95 x 9 x 223,0526 x 12 x 100 % = 4,13 %
1.972,1843 9
C2 - Aviso Prévio Indenizado
Indenização equivalente ao salário de 30 dias do empregado dispensado sem justa causa.
30 x 7,3333 x 0,95 x 12 x 100 % = 14,13 %
1.972,1843 9
C3 - Indenização Adicional
Trata-se de uma indenização equivalente ao salário de 30 dias para o empregado demitido sem justa causa,
no período de 30 dias anteriores à data base da correção salarial.
A ocorrência média de demissões nesta situação é de 14 %.
30 x 7,3333 x 0,14 x 100 % = 1,55 %
1.972,1843

O total de encargos do Grupo C é de 19,93%

d) Cálculo dos Encargos Sociais Referentes ao Grupo D


Neste grupo estão os encargos referentes á incidência sobre outros encargos ou seja:
D1- Incidência do Grupo A sobre B
0,3680 x 0,5061 x 100 %= 18,62 %
D2 - Incidência de multa do FGTS sobre o 13º salário
Corresponde a incidência do FGTS sobre o 13º salário, conforme determina o art 10, inciso I das
disposições Transitórias da Constituição Federal de 88, para o caso da dispensa sem justa causa, ou seja:
0,1116 x 0,08 x 0,40 x 0,95 x100 % = 0,34 %

O total de encargos do Grupo D é 18,96%

35
Com os valores acima obtemos o total de encargos sociais de 126,30 %, calculados sobre o valor do
salário/hora efetivamente trabalhado.

e) Resumo dos Encargos Sociais


Resumo dos Encargos Sociais Trabalhistas
Regime de Contratação: Contrato Direto dos Serviços
Salário:Horário Regime de Trabalho: Normal

GRUPO A PERCENTAGEM
INSS 20,00
FGTS 8,50
SESI 1,50
SENAI 1,00
INCRA 0,20
Salário Educação 2,50
Seguro Acidente De Trabalho 3,00
SEBRAE 0,60
TOTAL DO GRUPO A 37,30

GRUPO B
Repouso Remunerado 17,80
Feriados e Dias Santificados 4,09
Férias e 1/3 de Férias 14,87
Auxilio doença 1,86
Acidente de Trabalho 0,17
13o Salário 11,16
Licença Paternidade 0,10
Faltas Justificadas 0,56
TOTAL GRUPO B 50,61

GRUPO C
Multa por Rescisão Contrato Trabalho sem Justo Causa 4,13
Aviso Prévio Indenizado 14,13
Indenização Adicional 1,55
TOTAL GRUPO C 19,81

GRUPO D
Incidência do Grupo A sobre B 18,62
Incidência da Multa FGTS sobre 13o Salário 0,34
TOTAL GRUPO D 18,96
TOTAL DOS ENCARGOS 126,68

36
f) Observações Adicionais
Foram ainda analisados, no cálculo do custo da mão-de-obra, os seguintes aspectos:
• Insalubridade O Art 189 a 197 da CLT trata do adicional ao salário
devido ao trabalho insalubre. A aplicação deste
acréscimo o percentual a ser adotado e as proteções
a serem fornecidas, dependem das condições de
trabalho de acordo com perícia técnica. Assim
sendo, não será considerada esta parcela.
• Periculosidade De acordo com Art 193 da CLT deve ser acrescido
percentual de 40 % às categorias que trabalhem com
risco de vida.
• Paralisação dos serviços Neste item deveriam ser incluídas as horas
paralisadas de serviço, devido aos deslocamentos da
equipe, dias de chuva, e outros motivos em que o
trabalhador é remunerado, sem haver produção de
serviço. O deslocamento da equipe deverá ser
considerado na produção dos serviços, enquanto os
dias de chuva (devido a grande variação, de acordo
com a região e o período de realização da obra)
devem ser incluídos no BDI.
• Licença Maternidade Prevista na Disposição Provisória da Constituição
Federal de 88 (Art 10, parágrafo 1°), este item não foi
considerado, tendo em vista que praticamente, a
totalidade da mão-de-obra dos trabalhadores
horistas da construção é de homens.
• Aviso Prévio Trabalhado Pelo Artigo 488 da CLT é facultado o aviso prévio
trabalhado sendo, neste caso reduzido do 2 horas,
por dia a jornada de trabalho. Este procedimento não
foi considerado, tendo em vista que esta prática não
é usual na construção civil.
• PIS / PASEP Regulamentado de acordo com os Decretos Lei 2445
de 29 de junho de 1988 e 2449 de 21 de julho de
1988 deve ser considerada como parte do BDI.
• FINSOCIAL Também deverá ser incluído no BDI já que este
fundo incide sobre a receita bruta da empresa.
• Contribuição Sindical A contribuição sindical é facultativa, assim sendo não
foi considerada.

37
4.1.3. ADICIONAL À MÃO-DE-OBRA

Além dos encargos acima calculados, devem ser feitas as seguintes observações com referências a outros
custos que incidem sobre a mão de obra, a seguir relacionados, que foram intitulados de ADICIONAL À
MÃO-DE-OBRA, pois são diretamente proporcionais à mão-de-obra empregada.

Adicional à
Legislação Específica
mão-de-obra
• Equipamento De acordo com Art. 162 da CGT e MR 6 e 18, referente à segurança e medicina do
de Proteção trabalho, é obrigatório o fornecimento dos equipamento de proteção individual,
Individual gratuitamente aos empregados.
• Transporte De acordo Lei 7418 de 85, regulamentada pelo Decreto 95.247 de 17/11/87, é
obrigatório o fornecimento de transporte aos empregados.
• Alimentação O fornecimento de alimentação aos trabalhadores tem sido incluído, com mais
freqüência, nos acordos coletivos de trabalho. Assim sendo, sua obrigatoriedade
adquire força de lei. Juntando-se a estes argumentos, a prática usual do fornecimento
de alimentação nas obras de construção rodoviárias.
• Ferramentas O fornecimento das ferramentas manuais necessárias à execução dos serviços.
Manuais

a) Demonstrativo do Adicional à Mão-de-obra


Para considerá-los no cálculo dos custos da mão-de-obra, foram calculados percentuais correspondentes
aos itens acima relacionados.
• Equipamento de Proteção Individual
Percentual mínimo de equipamento de proteção individual de segurança sobre a mão de obra é de 1,12%.
• Transporte
- percentual do transporte em relação ao salário médio 6,8%;
- participação dos empregados de acordo com art 9 inciso I do decreto 95.247 de 87 = 6%;
- percentual de dedução fiscal de acordo com instrução do MAJUR de 1996 = 25%.
Transporte = [0,068 x (1-0,06)] X (1-0,25) X 100% = 4,79%
• Alimentação
- percentual do custo médio de alimentação em relação ao salário médio - 16%;
- percentual da participação máxima do trabalhador permitida de acordo com a Lei 6321de 14 de abril
de1976 - 20%;
- percentual de dedução fiscal (instrução do MAJUR de 1996) - 25%.
Alimentação = [0,16 x (1-0,20)] X (1-0,25) X 100% = 9,60%
• Ferramentas Manuais
- percentual sobre a mão-de-obra do custo com ferramentas manuais, necessários á execução de
determinados serviços, é de 5,00%;

Resumo dos Encargos Adicionais à Mão-de-obra


Regime de Contratação: Contratação Direta dos Serviços
Salário: Horário Regime de Trabalho:Normal
Discriminação Percentual
Equipamento de Proteção Individual 1,12
Transporte 4,79
Alimentação 9,60
Ferramentas Manuais 5,00

Observações:
• Os percentuais referentes aos Equipamentos de Proteção Individual e Ferramentas Manuais estão
considerados no cálculo do BDI, conforme apresentado anteriormente neste manual.
• O Vale Transporte não foi contemplado em nossos custos, pois é opcional, conforme citado em
Convenção Coletiva de Trabalho do SINDUSCON/SC, e também porque, a pessoa jurídica poderá

38
deduzir do imposto sobre a renda devido, valor equivalente à aplicação da alíquota cabível do
Imposto sobre a Renda sobre o valor das despesas comprovadamente realizadas, no período-base,
na concessão de Vale Transporte, na forma em que dispuser o Regulamento da Lei nº 7.418 de 16
de dezembro de 1985.
• Como descrito anteriormente o fornecimento de alimentação aos trabalhadores tem sido incluído,
com mais freqüência, nos acordos coletivos de trabalho. A Convenção Coletiva de Trabalho do
SINTRAPAV/SC sita na Cláusula 21: As empresas que mantiverem mais de 50 empregados no
canteiro de obras estão obrigadas a fornecerem alimentação a seus empregados alojados, e que o
valor cobrado dos empregados, por refeição, não poderá ultrapassar 0,2% do salário normativo,
sendo assim, as empresas contratadas pela administração pública para execução de obras, tem em
sua maioria, número menor de empregados, e mesmo que tivessem maior número, o custo de
alimentação é cobrado. Há também texto a respeito na Convenção Coletiva de Trabalho do
SINDUSCON/SC, que diz no Item 8: Havendo necessidade do empregado trabalhar mais de 02
horas extras, quer diárias ou esporadicamente, fica a empresa obrigada a fornecer um lanche
gratuitamente, antes do início do trabalho extraordinário, o que também não é o nosso caso, pois o
período de trabalho considerado em nossos cálculos são todos de horas normais. Sendo assim,
entendemos que, cabe ás condições de cada obra a inclusão ou não deste adicional. Portanto, não
consideramos este custo em nossas planilhas de custos unitários.

4.2. EQUIPAMENTOS

Apresentaremos abaixo uma síntese de dois documentos: “Manual de Custos Rodoviários – Metodologia
e Conceitos” do DNIT, e “Engenharia de Custos – Uma Metodologia de Orçamentação para Obras Civis” de
Paulo Roberto Vilela Dias, que foram utilizados como referência pela Central de Custos de Obras Públicas
no cálculo dos custos horários de equipamentos.

4.2.1. CUSTO HORÁRIO

O cálculo dos custos destes serviços requer o conhecimento dos custos horários de operação dos
equipamentos empregados em sua execução. Deste modo, será preciso estabelecer critérios que definam a
forma como serão levados em conta os diferentes componentes desse custo. As despesas que são
consideradas para o cálculo dos custos horários de um equipamento são os custos de propriedade
(depreciação, seguros, impostos e etc), os custos de manutenção (reparos, pneus, partes de desgaste e
etc), e os custos de operação (combustível, filtros, lubrificantes, mão de obra operação e etc). Sendo que o
custo horário de um equipamento é a soma dos custos de propriedade, de manutenção e de operação,
referidos à unidade de tempo (hora), sendo utilizado para o cálculo dos custos unitários dos serviços que o
equipamento produz, obtido através da relação:

Custo unitário do serviço produzido = Custo horário do equipamento


Produção horária do equipamento

Há obras que exigem grande variação de desgaste aos equipamentos, em função das condições de
trabalho que lhes são impostas, é por isso que os fabricantes sugerem vincular sua vida útil ás condições
que operam. Essa vinculação pode ser feita, de forma simplificada, estabelecendo-se para estes
equipamentos três níveis de condições de operação: leve, média e pesada. Sendo que são dois os fatores
que influem sobre a maior ou menor vida útil desses equipamentos: tipo de solo com que o equipamento
está operando e condições de superfície de rolamento sobre a qual ele trabalha.

Os tipos de solo nas obras podem variar, em termos de facilidade de operação, desde argila levemente
arenosa e de fácil rompimento até rocha fragmentada ou explodida. São os solos usualmente definidos
como de 1ª, 2a e 3ª categorias. Acrescenta-se, ainda, a categoria dos materiais úmidos, turfosos e etc,
cujas dificuldades de manuseio são notórias. As características de cada um desses tipos de solos fazem
com que os equipamentos tenham maior ou menor desgaste, em termos de motor, transmissão, chassis,
desgaste do material rodante, bordas cortantes, dentes de caçamba, etc.

As superfícies em que os equipamentos operam variam, de firmes e lisas até irregulares, com matacões ou
rocha explodida. Suas características influenciam o maior ou menor desgaste da estrutura e das peças
componentes do equipamento, em função dos impactos e resistência ao rolamento. A combinação destes
fatores, ou sua ação independente determina o maior ou menor desgaste dos equipamentos, e

39
conseqüentemente, influirão sobre a vida útil dos mesmos. A variação do desgaste e da vida útil diferencia-
se, não apenas pelas condições de sua utilização, como também pelo tipo da máquina.

Há também nas construções equipamentos que trabalham em condições razoavelmente uniformes, não
sendo necessário para o cálculo do custo horário estabelecer diferenciação das condições em que são
utilizados, como é o caso dos equipamentos de compactação, britagem, usina de solos, usina de asfalto e
etc.

Conforme considerações acima, apresentaremos a seguir as características que definem as condições de


trabalho que os equipamentos normalmente trabalham.

Condições Leves
Para escavação e carga:
• Camada de solo superficial;
• Materiais de baixa densidade;
• Argila com baixo teor de umidade;
• Material retirado de pilhas;
• Operação de lâmina em aterro solto;
• Reboque de “scrapers” (trator de esteira);
• Espalhamento e nivelamento de materiais;
• Vala em solo leve até 2m de profundidade (retro-escavadeira).

Para transporte:
• Superfícies com apoio total as sapatas e com baixo teor de areia;
• Superfícies firmes, sem material solto;
• Superfícies conservadas por motoniveladoras;
• Estradas de curvas moderadas;
• Resistência ao rolamento menor que 4% (*).

(*) Rr - Resistência ao rolamento


Rr = Kg de força necessário
peso do veículo

Condições Médias
Para escavação e carga:
• Argila arenosa;
• Argila com alguma umidade;
• Mistura de solos diferentes como areia e cascalho fino;
• Produção de aterros (trator de esteiras);
• Carregamento em rocha bem fragmentada;
• Vala em solo médio a pesado até 3,00m de profundidade;
• Escavação em barranco de material facilmente penetrável;
• Material escarificado;
• Desmatamentos;
• Unidades carregando em terreno nivelado (“scrapers”).

Para transporte:
• Distâncias irregulares (grandes e pequenas);
• Aclives e declives constantes;
• Resistência ao rolamento entre 4% a 7%;
• Pouca patinagem do material rodante.

40
Condições Pesadas

Para escavação e carga:


• Pedras freqüentes ou afloramento de rochas;
• Cascalho grosso (sem finos);
• Escarificação pesada em rocha;
• Trabalho em pedreiras;
• Carregamento contínuo em solos compactados como xisto argiloso, cascalho consolidado, etc;
• Vala em profundidades superiores a 3m;
• Carregamento em rocha escarificada (para “scrapers”);
• Restrições constantes no comprimento ou largura de operação.

Para transporte:
• Deslocamento contínuo em terreno rochoso;
• Piso úmido ou irregular;
• Freqüentes aclives;
• Piso de areia frouxa e seca sem aglutinante;
• Resistência ao rolamento maior que 7%;
• Piso em pedras soltas e lamelares.

4.2.2. CRITÉRIOS DE CÁLCULO DO CUSTO HORÁRIO

4.2.2.1 Custos de Propriedade

a) Depreciação
Em termos genéricos, a depreciação é considerada como a parcela do custo operacional correspondente ao
desgaste e à obsolescência do equipamento que ocorrem ao longo de sua vida útil. Assim sendo, seu valor
total corresponde à diferença entre o preço do equipamento novo e o valor residual que ele ainda possui ao
final de sua vida útil.
A inclusão da depreciação como parcela de custo tem, a função de gerar um fundo, de tal forma que, ao
final da vida útil, o valor do fundo adicionado ao valor residual seja suficiente para a aquisição de um novo
equipamento, igual ao que estaria sendo retirado na linha de produção.
Esta conceituação é importante no sentido de desvincular a depreciação pelo uso (ou seja, relacionada ao
número de horas em que o equipamento presta serviços efetivos) de outros dois conceitos que não se
aplicam no caso do cálculo de seu custo horário: a idade cronológica do equipamento e a depreciação para
fins contábeis, regulamentada por legislação específica.
O cálculo da depreciação para efeito de custeio depende, portanto, de alguns parâmetros, tais como:
período de vida útil, valor de aquisição de equipamento novo e valor residual e, ainda, da definição da forma
como imputar este ônus ao custo operacional horário.

b) Parâmetros de Depreciação
• Valor de Aquisição
Os valores de aquisição dos equipamentos, a serem utilizados nos cálculos do seu custo horário, serão
sempre aqueles objeto de coleta pela CCOP, no município ou região, correspondentes às cotações de
fabricantes ou grandes revendedores, relativas a equipamentos novos para venda à vista, compreendendo
em seu valor a carga tributária que sobre eles incide (ICMS e IPI).

• Valor Residual
Ao se pretender atribuir ao valor residual dos equipamentos um percentual de seu Valor de Aquisição,
verifica-se que o mercado de máquinas usadas distingue tipos de equipamentos e marcas. Existem algumas
de maior aceitação e procura, outras menos procuradas e, mesmo, as de interesse imediato nulo. Há,
também, variação de valor, conforme a região em que se deseja negociar. Certos equipamentos,
principalmente de pequeno porte, ao final de sua vida útil, têm apenas valor de sucata. A existência de
mercado consumidor ativo melhora o valor residual do equipamento, aqueles que tiverem procura nesse
mercado, terão cotação mais elevada. Esses fatores são dinâmicos e variam ao longo do tempo.
Com apoio na pesquisa a seguir, e através da tabela do SICRO2 do DNIT, adotamos os seguintes
percentuais do valor de Aquisição dos Equipamentos para a estimativa de seu Valor Residual:

41
TABELA - PERCENTUAIS DE VALORES DE AQUISIÇÃO ADOTADOS PELO SICRO2 PARA
REPRESENTAR O VALOR RESIDUAL DOS EQUIPAMENTOS.

VALOR VALOR
TIPO DE EQUIPAMENTO RESIDUAL TIPO DE EQUIPAMENTO RESIDUAL
(%) (%)
Acabadora de concreto com forma deslizante 10,0 Martelete rompedor 28 a 33kg 5,0
Aplicador de mat. termoplástico por extrusão 15,0 Martelo perfurador rompedor 5,0
Aquecedor de fluido térmico 10,0 Microtrator com roçadeira 20,0
Aquecedor de material termoplástico 15,0 Moto-serra 5,0
Bate estacas de gravidade 15,0 Motoniveladora 20,0
Betoneira 10,0 Motoscraper 15,0
Caldeira de asfalto rebocável 10,0 Perfuratriz de esteira “Crawler-drill” 5,0
Caminhão basculante 20,0 Perfuratriz manual 5,0
Caminhão basculante para rocha 20,0 Placa vibratória com motor diesel 5,0
Caminhão betoneira 20,0 Prensa excêntrica 15,0
Caminhão carroceria de madeira 20,0 Régua vibratória 5,0
Caminhão tanque 20,0 Retroescavadeira 20,0
Campânula de ar comprimido 10,0 Roçadeira em trator de pneus 20,0
Carregadeira de pneus 20,0 Roçadeira mecânica 5,0
Carrinho de mão 5,0 Rolo autopropulsor vibratório 10,0
Cavalo-mecânico com reboque 20,0 Rolo compactador de pneus autopropulsor 15,0
Central de concreto 10,0 Rolo compactador estático 15,0
Chata 25m³ c/ rebocador 15,0 Rolo compactador pé-de-carneiro “tamping” 15,0
Compressor de ar 15,0 Rolo compactador pé-de-carneiro vibratório 10,0
Compressor de ar para pintura com filtro 15,0 Rolo estático de pneus autopropulsor 15,0
Conjunto de britagem 10,0 Rolo Tandem estático 15,0
Conjunto moto bomba 5,0 Rolo Tandem vibratório 10,0
Distribuidor de agregados 10,0 Seladora de juntas 10,0
Distribuidor de asfalto em caminhão 20,0 Serra circular 5,0
Distribuidor de lama asfáltica montado em
20,0 Serra de juntas 10,0
caminhão
Equipamento distribuidor de LARC (Microflex) 20,0 Serra de disco diamantada para junta 10,0
Draga de sucção para extração de areia 15,0 Soquete vibratório 5,0
Equipamento para hidrosemeadura 20,0 Talha de guincho manual 5,0
Escavadeira hidráulica 20,0 Tanque de estocagem de asfalto 10,0
Texturizadora e lançadora c/estação
Esmerilhadeira de disco 5,0 10,0
Meteorológica
Espalhadora de concreto 10,0 Transformador de solda 5,0
Estabilizadora e recicladora a frio 20,0 Trator “uniloader” com vassoura 20,0
Fábrica de pré-moldados - guarda-corpo 10,0 Trator agrícola (de pneus) 20,0
Fábrica de pré-moldados – mourão 10,0 Tratores de esteira acima de 200 kW 15,0
Fábrica de pré-moldados para pavimentação 10,0 Máquina p/pintura de faixa a quente 15,0
Fábrica de tubos de concreto 10,0 Tratores de esteira até 200 kW 20,0
Fábrica de pré-moldados – balizador 10,0 Tripé / Sonda com motor 10,0
Fresadora a frio 20,0 Usina de asfalto a quente 10,0
Fresadora de solos 20,0 Usina misturadora de solos 10,0
Furadeira elétrica de impacto 5,0 Usina de pré-misturado a frio 10,0
Vassoura mecânica para varredura com
Fusor 15,0 20,0
aspirador
Gerica 5,0 Vassoura mecânica rebocável 10,0
Grade de disco 5,0 Veículo leve “Pick-up” (caminhonete) 25,0
Grupo gerador 15,0 Veículos leves - automóvel até 100hp 25,0
Guilhotina 15,0 Vibrador de imersão para concreto 5,0
Jateadora de areia Lixadeira 5,0 Vibro-acabadora de asfalto 10,0
Lixadeira 5,0 Vibro-acabadora de concreto de cimento 10,0
Máquina p/pintura demarcação de faixas
15,0
autopropelida.
Máquina universal para corte de chapa 15,0

42
• Período de Vida Útil do Equipamento
Os valores de depreciação vão diminuindo com o número de anos em que o equipamento é utilizado,
enquanto o custo dos reparos para mantê-los em condições de utilização, vai aumentando com o passar
dos anos. Existe um momento, em que as economias de custo de manutenção, que se pode obter pela
utilização de um equipamento novo, são suficientes para cobrir a diferença para mais no custo de
depreciação. Este seria o ponto ideal de troca, pois, embora nesse preciso instante, os custos totais das
duas opções sejam os mesmos, o equipamento antigo entrará, daí por diante, em regime de custos
crescentes e o novo em regime de custos decrescentes.
A vida útil de um equipamento é influenciada por dois fatores preponderantes: os cuidados com sua
manutenção e as condições de trabalho sob as quais opera. Quanto à manutenção, admitiu-se 44 que a
mesma obedeça às recomendações do fabricante, visto que os orçamentos devem ser neutros em relação
ao maior ou menor zelo que os possíveis executantes venham a ter com o seu equipamento. No que
respeita às condições de trabalho, o assunto foi enfocado no item 4.2.2 do Manual.
Como vemos, a determinação da vida útil do equipamento é complexa, pois envolve vários fatores. Os
fabricantes de equipamentos sugerem valores, a partir dos quais fazem estimativas de custos de
depreciação e dos reparos. Considerando as condições médias de aplicação e operação dos equipamentos,
optou-se por considerar a vida útil sugerida pelos fabricantes, conforme Tabela apresentada a seguir.

43
TABELA - VIDA ÚTIL DOS EQUIPAMENTOS
Cond. Tipo
Pot. VU HTA
de Descrição de
(kW) (anos) (h/a)
trab. comb.

L Trator de esteira c/ lâmina 82 D 6,00 2.000


M Trator de esteira c/ lâmina 82 D 5,00 2.000
P Trator de esteira c/ lâmina 82 D 4,00 2.000

L Trator de esteira c/ lâmina 104 D 6,00 2.000


M Trator de esteira c/ lâmina 104 D 5,00 2.000
P Trator de esteira c/ lâmina 104 D 4,00 2.000

L Trator de esteira c/ lâmina 228 D 11,00 2.000


M Trator de esteira c/ lâmina 228 D 9,00 2.000
P Trator de esteira c/ lâmina 228 D 7,50 2.000

L Motoscraper 246 D 11,00 2.000


M Motoscraper 246 D 8,50 2.000
P Motoscraper 246 D 6,00 2.000

L Motoniveladora (105 a 130hp) 104 D 10,00 2.000


M Motoniveladora (105 a 130hp) 104 D 7,50 2.000
P Motoniveladora (105 a 130hp) 104 D 6,00 2.000

Trator agrícola de pneus 77 D 8,00 1.250

L Carregadeira de pneus 1,72m3 78 D 6,00 2.000


M Carregadeira de pneus 1,72m3 78 D 5,00 2.000
P Carregadeira de pneus 1,72m3 78 D 4,00 2.000

L Carregadeira de pneus 3,1m3 127 D 6,00 2.000


M Carregadeira de pneus 3,1m3 127 D 5,00 2.000
P Carregadeira de pneus 3,1m3 127 D 4,00 2.000

L Retroescavadeira 57 D 6,00 2.000


M Retroescavadeira 57 D 5,00 2.000
P Retroescavadeira 57 D 4,00 2.000

Rolo Pé-de-carneiro autopropulsor 11,25t (vibratório) 85 D 6,00 1.750

L Trator de esteira c/ escarificador 228 D 11,00 2.000


M Trator de esteira c/ escarificador 228 D 9,00 2.000
P Trator de esteira c/ escarificador 228 D 7,50 2.000

L Motoniveladora (150 a 180hp) 138 D 10,00 2.000


M Motoniveladora (150 a 180hp) 138 D 7,50 2.000
P Motoniveladora (150 a 180hp) 138 D 6,00 2.000

L Carregadeira de pneus 1,33m3 79 D 6,00 2.000


M Carregadeira de pneus 1,33m3 79 D 5,00 2.000
P Carregadeira de pneus 1,33m3 79 D 4,00 2.000

Rolo compactador pé-de-carneiro vibratório 80 D 6,00 1.750

44
Cond. Tipo
Pot. VU HTA
de Descrição de
(kW) (anos) (h/a)
trab. comb.
Rolo compactador pé-de-carneiro "tamping" 156 D 6,80 1.750

L Escavadeira hidráulica deesteiras 166 D 7,00 2.000


M Escavadeira hidráulica de esteiras 166 D 5,00 2.000
P Escavadeira hidráulica de esteiras 166 D 4,00 2.000

Escavadeira hidráulica, esteira, cap 600l p/ longo alcance 96 D 5,00 2.000


Draga de sucção para extração de areia 100 D 5,00 2.000
Chata para 25m3 com rebocador 100 D 5,00 2.000
Grade de disco 24X24 - 10,00 1.000
Rolo compactador Tanden, vibratório autopropulsor de 10,9t 112 D 6,00 1.750
Rolo compactador liso vibratório, autopropulsor 11,6t 108 D 6,00 1.750
Rolo compactador liso vibratório autopropulsor. 7,2 57 D 6,00 1.750
Tanden
Rolo compactador. de pneus autopropulsor 21t 97 D 6,80 1.750
Usina misturadora solo 350 / 600t/h 99 E 8,00 1.750
Vassoura mecânica rebocável 10,00 1.000
Distribuidor de agregados rebocável 10,00 1.250
Distribuidor de agregados autopropulsor 40 D 8,00 1.750
Tanque estocagem de asfalto de 20 000l 8,00 2.500
Distribuidor de asfalto em caminhão 150 D 10,00 1.250
Aquecedor de fluido térmico 8 E 8,00 2.500
Usina de asfalto a quente 40 / 60t/ h 128 E 8,00 1.750
Vibro-acabadora de asfalto sôbre pneus 20 D 8,00 1.750
Usina pré-misturadora a frio 60 / 100t/ h 43 E 8,00 1.750
Usina pré - misturadora a frio 30 / 60t/ h 20 E 8,00 1.750
Rolo estático Tanden autopropulsor a 9t 43 D 6,80 1.750
Rolo Tanden vibratório 1,6t 10 D 6,00 1.750
Rolo compactador de pneus estático autopropelido. de 23t 83 D 6,80 1.750
Rolo compactador liso vibratório 6,6t 59 D 6,00 1.750
Distribuidor de lama asfáltica montado em caminhão 170 D 5,30 2.000
Caldeira de asfalto rebocável 600l 1 E 10,00 1.250
Usina de asfalto a quente 100/140t/h 260 E 8,00 1.750
Fresadora a frio 105 D 5,00 1.200
Fresadora a frio 297 D 5,00 1.200
Estabilizadora e recicladora a frio 250 D 8,00 1.250
Rolo compactador liso autopropulsor vibratório 85 D 6,00 1.750
Rolo compactador de pneus 74 D 6,80 1.750
Usina de asfalto 90/120 t/h com filtro de manga 188 E 8,00 1.750
Vibro-acabadora para asfalto sôbre esteiras 74 D 8,00 1.750
Rolo compactador estático 70 D 6,80 1.750
Carregadeira compacta (de pneus) 45 D 5,00 2.000
Fressadora e distribuidora de solos p/ regular subleito 243 D 5,00 2.000
Equipamento distribuidor de LARC (Microflex) com cavalo
274 D 12,00 1.000
mecânico
Compressor de ar 250pcm 59 D 7,00 1.750
Compressor de ar 350pcm 83 D 7,00 1.750
Compressor de ar 764pcm 200 D 7,00 1.750
Perfuratriz manual 6,00 1.750
Perfuratriz sobre esteira “Crawler-Drill" 6,00 1.750
Conjunto de britagem 30 m3/h 74 E 8,00 1.750
Conjunto de britagem 9 / 20 m3/h 23 E 8,00 1.750
Compressor de ar 180pcm 59 D 7,00 1.750
Martelete rompedor de 28kg 6,00 1.750
Martelete rompedor de 33kg 6,00 1.750
Compressor de ar p/ pintura com filtro 2 E 6,00 1.750
Compressor de ar portátil 375pcm 87 D 7,00 1.750

45
Cond. Tipo
Pot. VU HTA
de Descrição de
(kW) (anos) (h/a)
trab. comb.
Conjunto de britagem 80m3/h 292 E 8,00 1.750
Conjunto de britagem para produção de rachão 73 E 8,00 1.750
Betoneira de 320l - diesel 7 D 6,00 1.750
Betoneira de 320l - elétrica 4 E 6,00 1.750
Betoneira de 750l - elétrica 9 E 6,00 1.750
Carrinho de mão 80l 1,00 1.000
Gerica A-15 1,00 1.000
Vibrador de imersão para concreto 2 E 7,00 1.000
Fábrica de tubos de concreto D=20cm 2 E 5,00 1.200
Fábrica de tubos de concreto D=30cm 2 E 5,00 1.200
Fábrica de tubos de concreto D=40cm 2 E 5,00 1.200
Fábrica de tubos de concreto D=60cm 2 E 5,00 1.200
Fábrica de tubos de concreto D=80cm 2 E 5,00 1.200
Fábrica de tubos de concreto D=100cm 2 E 5,00 1.200
Fábrica de tubos de concreto D=120cm 2 E 5,00 1.200
Fábrica de tubos de concreto D=150cm 2 E 5,00 1.200
Instalação completa p/ fabricação de mourão 2 E 5,00 1.200
Instalação completa p/ fabricação de balizador 2 E 5,00 1.200
Instalação completa p/ fabricação de guarda-corpo 2 E 5,00 1.200
Central de concreto 30m3/h c/ silo p/ cimento (dosadora) 25 E 10,00 1.500
Espalhadora de concreto 172 D 8,00 1.250
Acabadora de concreto com forma deslizante 172 D 8,00 1.250
Texturizadora e lançadora c/ estação meteorológica 57 D 8,00 1.250
Serra de disco diamantado para junta 47 G 8,00 1.250
Seladora de juntas 6 G 8,00 1.250
Central de concreto de 270m3 /h 149 E 10,00 1.500
Régua vibratória de 4,25m 1 E 8,00 1.250
Máquina p/serrar juntas 6 E 5,00 2.000
Instalação fábrica de pré-moldados para pavimentação 2 E 10,00 1.200
Jateadora de areia 5,00 1.200
Betoneira 580 l 10 G 6,00 1.750

L Caminhão basculante 5m3 (8,8t)- 125 D 6,00 2.000


M Caminhão basculante 5 m3 (8,8t)- 125 D 5,30 2.000
P Caminhão basculante 5 m3 (8,8t)- 125 D 4,00 2.000

L Caminhão carroceria de madeira 15t 170 D 6,50 2.000


M Caminhão carroceria de madeira 15t 170 D 5,80 2.000
P Caminhão carroceria de madeira 15t 170 D 5,00 2.000

L Caminhão basculante 6 m3 (10,5t) 150 D 6,00 2.000


M Caminhão basculante 6 m3 (10,5t) 150 D 5,30 2.000
P Caminhão basculante 6 m3 (10,5t) 150 D 4,00 2.000

L Caminhão basculante 10m3 (15t) 170 D 6,00 2.000


M Caminhão basculante 10m3(15t) 170 D 5,30 2.000
P Caminhão basculante 10m3 (15t) 170 D 4,00 2.000

L Caminhão basculante p/ rocha 8m3 (13 t) 170 D 6,00 2.000


M Caminhão basculante p/ rocha 8m3 (13 t) 170 D 5,30 2.000
P Caminhão basculante p/ rocha 8m3 (13 t) 170 D 4,00 2.000

L Caminhão tanque 6.000l 150 D 6,50 2.000


M Caminhão tanque 6.000l 150 D 5,80 2.000
P Caminhão tanque 6.000l 150 D 5,00 2.000

L Caminhão tanque 10.000l 170 D 6,50 2.000

46
Cond. Tipo
Pot. VU HTA
de Descrição de
(kW) (anos) (h/a)
trab. comb.
M Caminhão tanque 10.000l 170 D 5,30 2.000
P Caminhão tanque 10.000l 170 D 5,00 2.000

L Caminhão carroceria fixa 4t 80 D 6,50 2.000


M Caminhão carroceria fixa 4t 80 D 5,80 2.000
P Caminhão carroceria fixa 4t 80 D 5,00 2.000

L Caminhão carroceria fixa 9t 150 D 6,50 2.000


M Caminhão carroceria fixa 9t 150 D 5,80 2.000
P Caminhão carroceria fixa 9t 150 D 5,00 2.000

L Caminhão basculante 4m3 (7,1t) 112 D 6,00 2.000


M Caminhão basculante 4m3 (7,1t) 112 D 5,30 2.000
P Caminhão basculante 4m3 (7,1t) 112 D 4,00 2.000

Cavalo mecânico c/ reboque 29,5t 265 D 12,00 1.000


Veículo leve automóvel até 100hp 38 G 5,00 1.500

Veículo leve Pick up 97 D 5,00 2.000

L Caminhão tanque 13.000l 170 D 6,00 2.000


M Caminhão tanque 13.000l 170 D 5,30 2.000
P Caminhão tanque 13.000l 170 D 4,00 2.000

L Caminhão tanque 8.000l 150 D 6,50 2.000


M Caminhão tanque 8.000l 150 D 5,80 2.000
P Caminhão tanque 8.000l 150 D 5,00 2.000

L Caminhão betoneira 5m3 (11,5t) 160 D 6,00 2.000


M Caminhão betoneira 5m3 (11,5t) 160 D 5,30 2.000
P Caminhão betoneira 5m3 (11,5t) 160 D 4,00 2.000

L Caminhão basculante 14m3 (20t) 279 D 6,00 2.000


M Caminhão basculante 14m3 (20t) 279 D 5,30 2.000
P Caminhão basculante 14m3 (20t) 279 D 4,00 2.000

L Caminhão basculante p/ rocha 12m3 (18t) 279 D 6,00 2.000


M Caminhão basculante p/ rocha 12m3 (18t) 279 D 5,30 2.000
P Caminhão basculante p/ rocha 12m3 (18t) 279 D 4,00 2.000

L Caminhão carroceria c/ equipamento guindauto 6x1, cap 7t 150 D 6,50 2.000


M Caminhão carroceria c/ equipamento guindauto 6x1, cap 7t 150 D 5,80 2.000
P Caminhão carroceria c/ equipamento guindauto 6x1, cap 7t 150 D 5,00 2.000

Grupo gerador 40KVA 32 D 7,00 2.000


Grupo gerador 140KVA 120 D 7,00 2.000
Grupo gerador 180KVA 144 D 7,00 2.000
Grupo gerador 292KVA 212 D 7,00 2.000
Grupo gerador 9/10KVA 10 D 7,00 2.000
Grupo gerador 80KVA 88 D 7,00 2.000
Grupo gerador 2,5 a 3KVA 3 D 7,00 2.000
Grupo gerador 25KVA 15 D 7,00 2.000
Trator de pneus c / roçadeira 77 D 8,00 1.250
Micro trator com roçadeira 10 D 6,00 1.000
Roçadeira mecânica 2 D 3,00 400
Campânula de ar comprimido (3m3) - 11,00 1.250

47
Cond. Tipo
Pot. VU HTA
de Descrição de
(kW) (anos) (h/a)
trab. comb.
Bate estaca de gravidade 500kg 17 D 10,00 1.500
Bate estaca de gravidade 3000kg 160 D 10,00 1.500
Serra circular de 8" 4 E 8,00 2.000
Talha guincho manual para 4t 11,00 1.250
Soquete vibratório 2 G 9,00 1.000
Conjunto Moto-Bomba 11 G 8,00 1.250
Máquina Demarcadora de faixas autopropelida 44 D 10,00 1.250
Equipamento p/ hidrossemeadura (5.500l) 125 D 5,30 2.000
Esmerilhadeira de disco 2 E 8,00 1.250
Tripé/sonda c/ motor 22 D 5,00 2.000
Furadeira elétrica de impacto 1 E 8,00 1.250
Placa vibratória c/ motor a diesel 3 D 10,00 1.000
Equipamento p/ varred. e aspiração (montado em
150 D 5,80 2.000
caminhão)
Moto serra 4 G 3,00 400
Máquina para corte de chapa 4 E 7,00 2.000
Prensa excêntrica 1 E 7,00 2.000
Guilhotina 8t 3 E 7,00 2.000
Máquina p/pintura de faixa a quente 22 D 10,00 1.250
Máquina para pintura (fusor) 10 D 5,00 1.500
Martelo perfurador/ rompedor 1 E 8,00 1.250
Lixadeira 2 E 8,00 1.250
Transformador de solda 8 E 7,00 2.000
Aplicador de material termoplástico por extrusão 4 D 10,00 1.250

• Critério de Depreciação
Adotamos o método aplicado pelo DNIT, que é o da “linha reta”, em que o valor horário da depreciação é
dado pela fórmula linear:

dh = VA – R
n . HTA

dh = Depreciação horária
VA = Valor de aquisição
R = Valor residual
n = Vida útil
HTA = Quantidade de horas trabalhadas por ano

c) Custo de Oportunidade do Capital


Dentre os diferentes itens tradicionais que compõem a estrutura de custos de construção encontram se os
juros sobre o capital imobilizado para o desenvolvimento da atividade. Eles representam o custo, incorrido
pelo empresário, pelo fato de aplicar, num negócio específico, seu capital próprio ou o capital captado de
terceiros. No que diz respeito aos juros relativos ao capital aplicado em equipamentos, tradicionalmente,
eles são imputados diretamente no cálculo do custo horário do equipamento.
Cabe lembrar que, considerar os custos do capital aplicado, como remuneração deste fator de produção,
não significa que se deva computá-los aos níveis de juros de mercado na ponta da captação. O critério justo
seria de remunerá-lo pelo seu custo de oportunidade, ou seja, pelo nível médio de rendimento que este
capital poderia obter, em condições semelhantes de risco. Como, entretanto, seria extremamente difícil
definir o que poderia ser considerada uma condição semelhante de risco, pode-se tomar como referência as
opções de baixo risco apresentadas pelo mercado, que compensam taxas mais baixas com a segurança da
aplicação. Encontram-se neste caso as aplicações em Cadernetas de Poupança, cujo rendimento se dá à
taxa nominal de TR+ 6% ao ano; em que a TR entra como componente inflacionária e os 6% como
rendimento real.
Assim sendo a aplicação simples da taxa de i = 6 % a.a. sobre base permanentemente reajustada estaria,
na realidade, promovendo a remuneração mencionada.

48
A taxa de juros assinalada deve incidir sobre o valor médio do investimento em equipamento, durante sua
vida útil, que é fornecido pela expressão Im = [(n+1) x VA] / 2n; obtendo-se a valor horário dos juros pela
fórmula abaixo, em que todos os símbolos já foram identificados:

Jh = I m . i ;
HTA

4.2.2.2 Custos de Manutenção


Os custos horários de manutenção utilizados são obtidos através da expressão:

M = V0 x K , onde
H

M = custo horário da manutenção (R$/h)


V0 = valor de aquisição do equipamento (R$)
H = vida útil em horas
K = Coeficiente de Manutenção.

Os custos de manutenção calculados incluem materiais e mão de obra, necessários para execução dos
reparos em geral, material rodante ou pneus e materiais especiais de desgaste. Então para o estes custos
adotamos a planilha de “Dados Básicos de Equipamentos” do DNIT (Anexo 1 - Manual de Pesquisa de
Preços de Equipamentos), conforme exemplo do modelo apresentado a seguir:

49
50
4.2.2.3 Custos de Operação

Para o cálculo destes custos a CCOP utilizou como referência o livro de Engenharia de Custos “Uma
Metodologia de Orçamentação para Obras Civis” de Paulo Roberto Vilela Dias, que diz:

Materiais

Fazem parte desta parcela os custos referentes aos seguintes materiais:


- Combustíveis;
- Óleo lubrificante de carter;
- Óleos lubrificantes para sistema hidráulico, transmissão e comandos finais;
- Graxa;
- Filtros para combustíveis e lubrificantes.

A quantificação dos gastos com materiais de operação será feita a partir das seguintes hipóteses:
- Preço médio único para todos os óleos lubrificantes utilizados pelos equipamentos;
- O preço do óleo lubrificante é igual aproximadamente a seis vezes o do óleo diesel e cinco vezes o da
gasolina, admitindo-se, inclusive, que esta proporção se mantenha constante;
- O preço unitário da graxa equivale ao dobro do óleo lubrificante;
- A despesa horária com filtros corresponde a 50% do valor total dos óleos lubrificantes consumidos por
hora, no caso de motores a diesel.

Por outro lado, baseados em consumos médios horários de combustível e lubrificantes, fornecidos por
ábacos e tabelas, são encontrados os seguintes resultados por HP na barra de direção e por hora:

a) Para motores a óleo diesel


Óleo diesel 0,150 litros por HP
Óleos lubrificantes 0,002 litros por HP
Filtro 0,002 unidade por HP
Graxa 0,001 quilos por HP

Tomando-se o preço do litro de óleo diesel como parâmetro e operando-se com base nas premissas, antes
estabelecidas, tem-se:

Óleo diesel 0,150 0,150


Óleos lubrificantes 0,002 x 6 0,012
Filtros 0,002 x 3 0,006
Graxa 0,001 x 12 0,012
Total 0,180

O que justifica o critério seguinte que deve ser adotado, para a determinação do custo horário de materiais
de operação, no caso de equipamentos a óleo diesel: multiplica-se o fator 0,18 pela potência da máquina
em HP e este produto pelo preço do litro do óleo diesel, ou pela seguinte expressão:

Custo horário do material (MAT) = 0,18 x HP x preço de 1litro de óleo diesel

b) Para motores a gasolina


Gasolina 0,225 litros por HP
Óleos lubrificantes 0,002 litros por HP
Graxa 0,001 quilos por HP

Tomando-se o preço da gasolina como parâmetro e operando-se com base nas premissas antes
estabelecidas, sendo que o preço da gasolina é cinco vezes menor que o do óleo lubrificante e dez vezes
menor do que a graxa tem-se:

Gasolina 0,225 0,225


Óleos lubrificantes 0,002 x 5 0,010
Graxa 0,001 x 10 0,010
Total 0,245

51
O que justifica o seguinte critério, que deve ser adotado, para a determinação do custo horário de materiais
de operação, no caso de equipamentos a gasolina: multiplica-se o fator 0,245 pela potência da máquina em
HP e este produto pelo do litro da gasolina. Ou traduzindo-se em fórmula:

Custo horário de material (MAT) = 0,245 x HP x preço de 1 litro de gasolina

c) Para motores a álcool


Álcool 0,300 litros por HP
Óleos lubrificantes 0,002 litros por HP
Graxa 0,001 quilos por HP

Tomando-se o preço do álcool como parâmetros e operando-se com base nas premissas de que o preço do
álcool é sete vezes menor que o do óleo lubrificante e doze vezes menor que o da graxa, tem-se:

Gasolina 0,300 0,300


Óleos lubrificantes 0,002 x 7 0,014
Graxa 0,001 x 12 0,012
Total 0,326

O que justifica o seguinte critério, que deve ser adotado, para a determinação do custo horário de materiais
de operação, no caso de equipamentos a álcool: multiplica-se o fator 0,326 pela potência do veículo em HP
e este produto pelo preço do litro do álcool. Ou traduzindo-se em fórmula:

Custo horário de material (MAT) = 0,326 x HP x preço de 1 litro de álcool

d) Para motores elétricos


Os motores elétricos poderão ter sua potência expressa em termos de quilowatt (KW). O consumo horário
em termos de KW será numericamente igual á potência, onde simplificando tem-se:

Custo horário material (MAT) = KW x preço de 1 KM/h Industrial

Mão-de-Obra

As fórmulas utilizadas para o cálculo destes custos são as seguintes:

Para Custo Produtivo CP = DJ + M + MAT + MO

CP = Custo produtivo
DJ = Custo horário de depreciação/juros
M = Manutenção
MAT = Custo horário de material
MO = Mão-de-obra

Para Custo Improdutivo, o livro apresenta a fórmula CI = DJ + MO. Porém, como o DNIT no item 5.2.4 do
Manual de Custos Rodoviários - Volume 1, diz que, o Custo Improdutivo é igual ao custo horário da mão-de-
obra, e que, não se consideram os outros custos, pois se admite que estes ocorram somente ao longo da
vida útil, decidimos ajustar a fórmula conforme apresentado a seguir:

Para Custo Improdutivo CI = MO

CI = Custo improdutivo
MO = Mão-de-obra

4.3. MATERIAIS

Os materiais são componentes que agrupados e somados a mão-de-obra, equipamentos, percentuais de


BDI, taxas e encargos, tem por definição o nome de serviço. Portanto a definição dos coeficientes de
consumo e dos custos dos materiais são partes inerentes deste serviço. A formação de um banco de dados
para este fim exige profundas e extensas pesquisas e estudos por parte do engenheiro de custo, que

52
necessita ter conhecimento de diversos fatores, como, dosagem, traço, tempo, cubagem entre outros, que
por sua vez necessitam de medições e ajustes constantes, para auditoria de seus resultados.

4.3.1. PREÇOS LOCAIS E REGIONAIS

São realizadas pela CCOP pesquisas periódicas de preços no mercado em nível municipal e regional,
buscando preços médios entre produtos em pelo três estabelecimentos, para então cadastrá-los no banco
de dados. São considerados informantes os estabelecimentos comerciais credenciados, preferencialmente
atuando no comércio atacadista, que comercializem regularmente os materiais pesquisados e que sejam
expressivos para o comércio local.

4.3.2. CUSTOS DOS MATERIAIS POSTOS NA OBRAS

Os preços dos materiais levantados pelo sistema de coleta já incluem em sua maioria o frete. Porém
dependendo da característica do material ou equipamento e também da distância, este poderá ser cobrado.
Portanto, é muito importante que o setor de cotação questione junte aos fornecedores a cobrança ou não do
frete, para que, ao final das cotações tenhamos preços dos materiais postos nas obras.

53
5. TECNOLOGIA DE CONSTRUÇÃO

5.1. INTRODUÇÃO

O Estatuto das Licitações - Lei No. 8.666, de 21 de junho de 1993 - define, como se segue, os conceitos de
“obra” e “serviço”:
“ ... Art. 6o - Para os fins desta Lei, considera-se:
I - Obra - toda construção, reforma, fabricação, recuperação
ou ampliação, realizada por execução direta ou indireta;
II - Serviço - toda atividade destinada a obter determinada
utilidade de interesse para a Administração, tais como:
demolição, conserto, instalação, montagem, operação,
conservação, reparação, adaptação, manutenção, transporte,
locação de bens, publicidade, seguro ou trabalhos técnico-
profissionais; ...”

Na Engenharia, a expressão “obra” é, freqüentemente, utilizada para descrever o resultado físico que é
obtido através da realização de um conjunto de serviços ou atividades. Portanto, este conjunto está aplicado
no “Catálogo de Referência de Serviços e Custos” da CCOP com a seguinte classificação:
• Serviços Técnicos;
• Construção de Edificações;
• Reforma em Geral;
• Demolição em Geral;
• Serviços Empreitados;
• Serviços Extraordinários;
• Serviços Gerais Urbanos;
• Serviços Rodoviários.

5.2. CLASSES DE SERVIÇOS

As classes foram criadas com objetivo de organizar os serviços contidos no banco de dados do sistema
“Volare”. Criamos assim uma estrutura com o objetivo de agrupar os serviços em famílias, para facilitar as
consultas e as montagens orçamentárias. Também optamos pelo re-agrupamento dos serviços nas classes,
criando assim as subclasses, títulos e subtítulos. O banco de dados de custos é uma rede complexa de
informações, que se, não for bem organizado, poderá perder sua praticidade e inviabilizar seu uso. Portanto
cabe ao usuário criar uma estrutura que atenda tanto os anseios da administração pública, bem como as
exigências do tribunal de contas e também os orçamentistas.
As classes de serviços que foram criadas serão apresentadas a seguir, segundo sua natureza e finalidade:

• Classe - Serviços Técnicos;


• Classe - Construção de Edificações;
• Classe - Reforma em Geral;
• Classe - Demolição em Geral;
• Classe - Serviços Empreitados;
• Classe - Serviços Extraordinários;
• Classe - Serviços Gerais Urbanos;
• Classe - Serviços Rodoviários.

Os serviços que compõem estas classes são definidos da seguinte forma:

Serviços Técnicos – São os serviços necessários antes do início da obra, por exemplo: agrimensura;
sondagem; projetos; ensaios; entre outros. Podendo os mesmos, serem utilizados em obras de construção,
ampliação e reforma;

Construção de Edificações – São serviços necessários a partir do início da obra, e do mura para dentro do
terreno, por exemplo: serviços iniciais; instalação do canteiro de obra; movimentação e contenção de terra;
drenagem do terreno; infraestrutura; superestrutura; entre outros. Podendo os mesmos, serem utilizados em
obras de construção, ampliação e reforma;

54
Reforma em Geral – São os serviços necessários exclusivamente nas reformas, por exemplo: reparos,
substituições, raspagem e lavagem de pisos, cobertura, forros, esquadrias, pavimentação de concreto, entre
outros. Podendo os mesmos, serem utilizados em obras de construção, ampliação e reforma;

Demolição em Geral – São os serviços necessários exclusivamente nas demolições, por exemplo:
desmonte, remoção e demolição de coberturas, forros, pisos, paredes, esquadrias, vidros, concreto, entre
outros. Podendo os mesmos, serem utilizados em obras de construção, ampliação e reforma;

Serviços Empreitados – São os serviços contratados prontos, por exemplo: galpão pré-fabricado em
concreto, estrutura metálica em aço, divisórias pré-fabricadas, entre outros. Podendo os mesmos, serem
utilizados em obras de construção, ampliação e reforma;

Serviços Extraordinários – São os serviços menos usuais, geralmente utilizados em obras especiais, não
caracterizadas como padrões, por exemplo: painel protendido de concreto; alvenaria com blocos sílico-
calcáreos, alvenaria estrutural, telhas de concreto, esquadrias de PVC, entre outros;

Serviços Gerais Urbanos – São os serviços caracterizados como urbanos, isto é, do muro para fora dos
terrenos, e que são de responsabilidade da Prefeitura, por exemplo: construções viárias urbanas –
drenagem, pavimentação, sinalização e passeios, pontes, habitação popular, entre outros;

Serviços Rodoviários – São os serviços caracterizados como rodoviários e que geralmente não são de
competência municipal, mas podendo vir a ser, se forem firmados convênios de parceria com Estado e
União.

As subclasses, títulos e subtítulos poderão ser vistas no “Catálogo de Referência de Serviços e Custos”
através do site: www.joinville.sc.gov.br e www.ippuj.sc.gov.br.

5.3. COMPOSIÇÕES ANALITÍCA DE CUSTOS DE SERVIÇOS

Entende-se como custo unitário de serviço, o somatório das despesas efetuadas e calculadas para a sua
execução, distribuídas pelos diferentes elementos constituintes, por unidade de produção, obedecendo as
especificações estabelecidas para os serviços no projeto e/ou especificações.
A composição analítica compreende tão somente os itens de custo, isto é, mão-de-obra, materiais,
equipamentos, sub-empreitadas, transporte e BDI (despesas indiretas e lucro previsto), sem nenhuma
inclusão de preços destes insumos, que posteriormente serão para cálculo do custo unitário de serviço.
Não existem normas técnicas que definam os modelos de composição de custo, portanto, quem assume
essa responsabilidade são os Editais de Licitações. Caso estes não exijam um padrão determinado de
composição, o que é o nosso caso, pode-se adotar qualquer um, mas desde que este apresente todos os
elementos constituintes e seus itens de custo.

5.3.1. DESENVOLVIMENTO E MONTAGEM DA COMPOSIÇÃO ANALÍTICA

A sistemática de preenchimento de cada item, deve estar em consonância com a especificação particular de
cada serviço, levando-se em conta a unidade de pagamento deste serviço, que normalmente deve ser
apresentado no projeto ou incluído nas especificações como medição e pagamento.
Geralmente a planilha por produção deverá ser adotada sempre que a incidência de equipamentos pesados
for elevada (como nos casos de obras de estradas, terraplenagem, barragens, infra-estrutura urbana, etc).
Nas obras de edificações, construções novas ou reformas, admiti-se a utilização da planilha de composição
de custo simplificada.
Inicialmente, ressalta-se que dois tipos distintos de composições de custo podem ser adotados: uma
simplificada e outra por produção.
A Central de Custos de Obras Públicas adotou apenas um tipo de composição que é a simplificada, pois
como já foi dito anteriormente nosso papel é organizar o mercado. Como as definições de produção exigem
muitas pesquisas, adotamos referências para estes resultados, que foram as do DNIT e do próprio “Volare”
que é nosso sistema que já apresenta coeficientes em substituição aos números de produção. Porém a
metodologia de cálculo para produção é apresentada no Manual do DNIT – Volume 1, que expressa os
procedimentos utilizados para apresentação da produção de cada serviço, os quais transformamos em
coeficientes para aplicação nas composições simplificadas.
Portanto, partiremos a seguir para os princípios de preenchimento da composição analítica simplificada.

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5.3.2. PRINCIPIOS QUE REGEM A MONTAGEM DAS COMPOSIÇÕES ANALÍTICAS

As composições simplificadas são sempre apresentadas para uma produção de serviço igual a 1 (uma)
unidade. Estas devem ser determinadas pela incidência dos insumos nos serviços, que é a quantidade de
determinado insumo necessária á realização de uma unidade de serviço. Temos como componentes das
composições os materiais, equipamentos e mão-de-obra, e como percentuais incidentes sobre eles os
encargos e o BDI (benefício e despesas indiretas), sendo que os encargos incidem percentualmente sobre
a mão-de-obra e o BDI sobre tudo, inclusive sobre os encargos.
Apresentaremos abaixo um exemplo da composição simplificada extraída do sistema Volare, que esta em
uso atualmente pela CCOP.

Composição Simplificada de Custo Unitário de Serviço

Laje pré-fabricada comum para piso ou cobertura, custo


código m2 coef. custo unitário total
intereixo 38 cm, espessura:12 cm unitário

Tela soldada 15x15cm # 3,4mm MAT. m2 1,000000 3,03 882,25


Prego (tipo de prego: 18x27) MAT. kg 0,030000 4,78 41,75
Cimento Portland CPII-E-32 (resistência: 32,00 MPa) MAT. kg 15,000000 0,37 1.615,99

Areia lavada tipo média MAT. m3 0,048900 31,56 449,36


Brita 1 MAT. m3 0,011100 37,00 119,58
Brita 2 MAT. m3 0,033200 37,00 357,67
Laje pré-fabricada convencional para piso ou MAT. m2 1,000000 10,78 3.138,81
cobertura (espessura: 80,00mm / vão livre: 3,50m /
peso próprio: 205Kgf/m² / sobrecarga: 150Kgf/m²)

Escora de eucalipto diam. 100mm MAT. m 2,000000 0,59 343,58


Carpinteiro M.O. h 0,730000 2,35 499,50
Armador M.O. h 0,150000 2,35 102,64
Pedreiro M.O. h 0,440000 2,35 301,07
Servente M.O. h 1,880000 1,55 848,47
Betoneira 5Hp EQ.CH h 0,040000 7,05 82,11
PREÇO (mão-de-obra): 6,02
PREÇO (material): 24,14
PREÇO TOTAL (unit.): 30,16
LS(%): 126,68 7,62
BDI(%): 35,00 13,23
ADM(%): 0,00 0,00
TOTAL TAXA: 20,85
PREÇO TOTAL UNIT. (c/ taxa): 51,01
QUANTIDADE: 1,00
PREÇO TOTAL (c/ taxa): 51,01

5.4. INSUMOS

O departamento competente de custos, após a elaboração de todas as composições de custo de projetos e


da definição dos recursos indiretos, deve efetuar listagem contendo todos os itens necessários à pesquisa
de preços de mercado, abrangendo pessoal, materiais, equipamentos, sub-empreitadas e transportes.
Devendo então, elaborar uma listagem de insumos básicos para as obras públicas, que será utilizada por
todos os setores interessados da administração pública, garantindo a maior fidelidade possível ao custo
final, deixando para o BDI a função de avaliar acréscimos e ou reduções nos custos.
Quanto à metodologia de pesquisa de preços de mercado para os itens acima citados, esclarecemos que já
foram determinadas anteriormente neste manual e para o custo horário dos equipamentos foram utilizadas
referências do manual do DNIT e do livro “Uma Metodologia de Orçamentação para Obras Civis” que
também já foram citados anteriormente.

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6. TABELA DE PREÇOS DO SISTEMA

As tabelas acham-se divididas em dois grandes grupos, Preços de Insumos e Composições de Preços
Unitários. As tabelas foram todas extraídas do sistema “Volare”, através de migração para o programa
Excel, como é o caso do Catálogo de Referência de Serviços e Custos (Volume 3 deste manual). Este
Catálogo apresenta tabelas de serviços e insumos contendo custos unitários, que são atualizados
periodicamente pela CCOP e estão disponibilizadas na internet, com exceção das tabelas de composições
que estão sofrendo alguns ajustes, mas que em breve também estarão disponibilizadas.
Os endereços eletrônicos são os seguintes: sites - www.joinville.sc.gov.br e www.ippuj.sc.gov.br.
O Catálogo é um documento utilizado como referência por toda administração pública e empresas
participantes das concorrências públicas, e contém listagens de serviços e insumos com custos atualizados
periodicamente, sendo que, a cada edição são incorporados, ajustados e pesquisados novos serviços e
insumos, bem como novas tendências de mercado, tecnologia da construção e preços de mão-de-obra,
materiais, equipamentos, empreitadas, taxas entre outros.

As tabelas que estão contidas no Catálogo são as seguintes:

• Limites para Licitação;


• Estimativa de Custo por Etapa da Construção;
• Índice de Ajustes de Obras Rodoviárias;
• Custo Unitário Básico de Obras Públicas;
• Custo Unitário Básico;
• Pesos Específicos de Materiais Usuais em Construção;
• Pesos Específicos de Materiais Usuais em Estradas;
• Empolamento e Fator de Conversão do Volumes de Terra;
• Pesos de Equipamentos (para cálculo de custo de transportes);
• Pesos de Vergalhões CA-25 e CA-50;
• Pesos de Arame de Ferro;
• Tabelas de Conversão de Estruturas Metálicas em Aço;
• Serviços Técnicos;
• Construção de Edificações;
• Reforma em Geral;
• Demolição em Geral;
• Serviços Empreitados;
• Serviços Extraordinários;
• Serviços Gerais Urbanos;
• Serviços Rodoviários;
• Insumos Gerais;
• Insumos Instalações Hidráulicas;
• Insumos Instalações Elétricas;
• Mão-de-Obra;
• Equipamentos.

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7. ELABORAÇÃO DAS ESTIMATIVAS DE CUSTO (ORÇAMENTO)

7.1. ESTUDOS E CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

Entendido anteriormente que cabe à administração pública organizar o mercado realizando estimativas de
custos, e não propriamente dito o orçamento que é o papel do construtor, podemos então partir para os
estudos e considerações sobre a elaboração dos orçamentos.
Deve o orçamentista ter conhecimento das linhas gerais do Plano de Execução de Obra, de modo a
entender que, a forma em que se executa a obra influi diretamente em seu custo. Por esta razão, o
orçamento e o planejamento da execução devem caminhar interligados.
O desenvolvimento do orçamento só deve acontecer após o conhecimento detalhado das documentações e
pré-requisitos da obra, pois a garantia de uma estimativa de custo mais próxima do real esta diretamente
ligada ao nível de conhecimento sobre a obra.
Portanto é conveniente que, o orçamentista tenha em mãos o mínimo de documentação para elaboração
das estimativas de custos, que são as especificações de projetos, memoriais descritivos e projetos, bem
como o conhecimento de dados relevantes como, os recursos disponíveis, o tempo da obra, entre outros.
O conhecimento prévio do conjunto de atividades que constituem uma obra é de primordial importância no
desenvolvimento das planilhas orçamentárias, pois uma obra contém vários serviços, exigindo do
engenheiro encarregado pelo orçamento experiência e conhecimento profundo da obra.

7.2. ITEMIZAÇÃO DO ORÇAMENTO

O conhecimento dos diversos serviços necessários á realização da obra dá ao engenheiro de custos


condições de estabelecer a lista dos itens de que se constituirá o orçamento. Essa relação será organizada
segundo as grandes classes de serviços que compõem uma obra. A relação completa e ordenada dos
serviços a serem incluídos no orçamento constitui o “Plano Orçamentário” da obra.

7.3. SELEÇÃO DE COMPOSIÇÕES DE SERVIÇO

Uma vez conhecidos os serviços que comporão o orçamento da obra, deverão ser selecionadas as
composições mais adequadas para realizá-los, tendo em vista as circunstâncias particulares a cada caso.

7.4. PREÇOS UNITÁRIOS DOS SERVIÇOS

As composições de serviços conduzem ao cálculo de seu custo unitário direto, que acrescido do percentual
de BDI adotado para a obra, fornecerá seu preço por unidade produzida. Estes preços unitários dos
diferentes serviços são calculados pelo Sistema Informatizado do Volare, com base nas coletas de preços
de insumos realizadas no município e região.

7.5. QUANTITATIVOS DE SERVIÇOS

O valor de determinado serviço é obtido pelo produto de seu preço unitário pela quantidade efetivamente
executada. Para efeito de elaboração de orçamento de obras, estes quantitativos de serviços devem ser
levantados se possível nos respectivos Projetos Finais de Engenharia que, em geral, contém as
quantidades, que devem, provavelmente estarem reunidas num só local, evitando que o Engenheiro de
Custos tenha o trabalho de buscá-los nas diversas seções de um projeto, porém esta facilidade nem sempre
estará disponível, exigindo do engenheiro maiores esforços no levantamento de quantidades.

7.6. PREÇO TOTAL DA OBRA

Terminadas todas as etapas precedentes, o Preço Total da Obra será obtido pelo simples somatório do
valor de todos os serviços necessários à sua execução integral. Este preço pode ser apresentado em
diferentes níveis de agregação, explicitando subtotais referentes aos itens do orçamento, em grau de
detalhamento conveniente ao fim a que este se destina.

7.7. PLANILHA EXTRATORA DE DADOS DO VOLARE

O Sistema Informatizado Volare é provido de recursos que permitem extrair planilhas de preços unitários de
serviços e insumos de seu Banco de Dados em “html” e também em “xls”, permitindo-se realizar as
formatações e modulações necessárias para apresentação dos Orçamentos de Obras Públicas.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL, Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes. Diretoria Geral. Manual de custos


rodoviários. 3. ed. – Rio de Janeiro, 2003. 7v.

DIAS, Paulo Roberto Vilela. Engenharia de Custos: metodologia de orçamentação para obras civis, 4. ed.
Curitiba, PR: Copiare, 2001.

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