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CURITIBA
2022
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CURITIBA
2022
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AGRADECIMENTOS
Agradecemos aos nossos pais e irmãos, André, Ieda, Giovana, Márcia e Aldo,
por todo o apoio e companheirismo durante essa longa jornada.
A Universidade Federal do Paraná, essencial para o nosso processo de
formação profissional e todos os aprendizados adquiridos nesses anos. Em especial,
um agradecimento ao Professor Mateus, por nos orientar e ter desempenhado tal
função com tanta dedicação, paciência e disponibilidade. Também por abrir as
portas com a BREE, com certeza foi um grande marco para o desenvolvimento
deste trabalho.
A BREE por ceder o espaço e dar o suporte necessário ao desenvolvimento
do trabalho. Em especial, a Alessandra, que nos guiou durante a visita e trouxe
sugestões de melhorias para a nossa ferramenta.
Aos grandes amigos Franciely, Lucas, Ian e Júnior que estiveram sempre do
nosso lado, seja nos momentos de alegria ou tristeza. A presença de vocês tornou
nossa graduação muito mais leve e esperamos carregar essa amizade para toda a
vida.
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RESUMO
ABSTRACT
The industrial sector represents the largest energy consumption per sector in
Brazil and the second largest responsible for CO2 emissions in the Brazilian energy
matrix. To take advantage of opportunities for improvement, it is necessary to adopt
consistent energy policies that seek the efficient and conscious use of energy, both in
the short and long term. This study aims to develop a computational tool that helps
industries to implement and maintain an energy management system (EnMS)
focused on continuous improvement, based on the NBR ISO 50001. To develop this
work, a review of the NBR ISO 50001 was performed, and later, an initial practical
application of an energy system in BREE, a company that designs and manufactures
energy efficiency and power quality equipment, in order to test the computational
tool. At the end, an energy review was performed according to the NBR ISO 50001 at
BREE, containing the main uses of energy, suggestions for energy indicators, a brief
power factor analysis and suggestions for improving energy performance.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
LISTA DE TABELAS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 12
1.1 OBJETIVOS 12
1.2 JUSTIFICATIVA 13
1.3 ESTRUTURA DO DOCUMENTO 14
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 15
2.1 CONSUMO DE ENERGIA NO SETOR INDUSTRIAL 15
2.2 IMPACTO AMBIENTAL 16
2.3 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA 18
2.4 POLÍTICAS DE GESTÃO ENERGÉTICA NO BRASIL 20
2.4.1 PLANO NACIONAL DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA (PNEF) 20
2.4.2 PROGRAMA BRASILEIRO DE ETIQUETAGEM (PBE) 21
2.4.3 PROGRAMA DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA (PEE) 22
2.4.4 LEI DA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA 22
2.4.5 NBR ISO 50001 22
2.5 SOFTWARES DE GESTÃO DE ENERGIA 24
2.6 AÇÕES DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM INDÚSTRIAS 25
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 27
4 MATERIAIS E MÉTODOS 29
4.1 METODOLOGIA E PARTES ENVOLVIDAS 29
4.2 APLICAÇÃO NBR ISO 50001 29
4.2.1 PLANEJAR (PLAN) 29
4.2.2 FAZER (DO) 32
4.2.3 CHECAR (CHECK) 33
4.2.4 AGIR (ACT) 34
4.3 BREE - BRAZILIAN ENERGY EFFICIENCY 35
11
1 INTRODUÇÃO
1.1 OBJETIVOS
1.2 JUSTIFICATIVA
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Além dos custos econômicos para uma organização, a energia pode impor
custos ambientais e sociais, exaurindo recursos e contribuindo com problemas como
a alteração climática, principalmente ao se tratar de fontes de energia fósseis.
(CELUPI; CORTE, 2016)
Esses problemas foram retratados ao longo dos anos com o
desenvolvimento econômico de diversos países, onde foi possível observar o
declínio da qualidade do ar urbano e a forte degradação do solo e das águas. Como
os combustíveis fósseis têm uma forte representação do consumo de recursos
energéticos, o clima da Terra pode alterar-se irreversivelmente, devido às emissões
de dióxido de carbono (HINRICHS; KLEINBACH, 2014).
Traduzindo às emissões em números, segundo o Balanço Energético
Nacional 2021, em 2020, o total de emissões de CO2 antrópicas associadas à matriz
energética brasileira atingiu 398,3 milhões de toneladas de CO2 equivalente, sendo
a indústria responsável por 18%. Mesmo com uma redução da emissão de CO2 no
ano anterior, esta não pode ser atribuída a políticas realizadas para esse fim, mas
sim ao recuo da produção em 2020 devido à crise da COVID-19. Segundo o mesmo
relatório, a emissão de CO2 projetada para 2030 representa um aumento de 22%,
chegando a 484 milhões de toneladas de CO2 equivalente.
Divulgado pela primeira vez em 2011, o PNEf visa instituir políticas e orientar
ações para serem desenvolvidas atuações de eficiência energética, focadas em
aspectos tecnológicos e comportamentais (BARROS et al., 2015). O plano também
descreve ações diversas para aumentar a conservação de energia nos setores
industriais, transportes, edificações, iluminação pública, saneamento, educação,
entre outros.
Segundo o Ministério de Minas e Energia (MME) (2011), uma das medidas
indicadas para o setor de indústrias é a contratação de serviços de consultoria em
eficiência energética. Também é ressaltado a necessidade de modernização da
indústria por meio da adoção de incentivos fiscais na troca de equipamentos
21
A ISO 50001 – Sistema de Gestão de Energia (SGE) foi criada em 2011 com
o intuito principal de estabelecer uma padronização para o gerenciamento
energético, com os requisitos mínimos e específicos que garantam a melhoria
contínua do desempenho energético da organização que a adotar. A responsável
pela norma no Brasil é a Associação Brasileiro de Normas Técnicas - ABNT e sua
última versão foi lançada em 2018.
Norma Descrição
ISO 50001 Sistema de gestão da energia - Requisitos com orientações para uso
Com o avanço da Indústria 4.0 foi se tornando cada vez mais comum a
integração de diferentes tecnologias para promover a digitalização das atividades
industriais, que buscam melhorar os processos e aumentar a produtividade. Alguns
exemplos dessas tecnologias são: robótica, computação em nuvem, internet das
coisas e a inteligência artificial.
Dada toda a importância da energia na indústria, realizar o seu controle,
monitoramento e economia se torna essencial. Como consequência, já existem
alguns softwares comerciais que realizam essas funções e deixam o cliente mais
inteirado dos assuntos relacionados à energia.
Em busca realizada no Google, utilizando uma combinação das palavras
“software”, “gestão”, “energia”, “norma” e “ISO 50001”, foram encontrados uma série
de softwares que realizam trabalhos relacionados à gestão de energia. A seguir, eles
foram agrupados em relação às principais funções que exercem.
O primeiro grupo são os softwares para monitoramento do consumo e
geração de energia. Através de medidores instalados, essas informações são
enviadas para um sistema que disponibiliza dashboards em tempo real sobre toda a
energia consumida e gerada no local, facilitando o acompanhamento e realização de
ações preventivas e corretivas.
25
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A norma NBR ISO 50001 tem uma vasta possibilidade de aplicações devido
a sua metodologia PDCA. O seu uso pode ser feito desde pequenas residências até
grandes prédios e indústrias. Neste capítulo será mostrado algumas das aplicações
da NBR ISO 50001 já apresentadas em outros trabalhos, juntamente com os
resultados alcançados.
Em um trabalho feito na Universidade Federal do Ceará, por Neto e Pontes
(2020), no qual fazem uma aplicação na norma ABNT NBR ISO 50001 para o setor
público em um estudo de caso no Tribunal de Contas de Estado do Ceará. Para a
construção desse SGE foram realizadas as seguintes etapas: definição da política
energética, planejamento energético, definição do uso significativo de energia (USE)
no Tribunal, construção de indicadores energéticos, medição da linha de base
energética (LBE) e por fim realizado um diagnóstico energético. Com as medidas
sugeridas a expectativa é que no curto prazo seja possível reduzir o consumo em
até 3% do total de energia consumida. No médio e longo prazo, com a substituição
de equipamentos, e com a conscientização dos usuários, a economia poderá
alcançar até 8% do total de energia consumida.
O trabalho “Energy planning and management during battery manufacturing”
publicado na revista Gestão e Produção da Universidade Federal de São Carlos
(UFSCar) por Angarita et al. (2009). Mostra a melhoria do desempenho energético
em uma fábrica de baterias na Colômbia utilizando a abordagem da ISO 50001.
Para alcançar esse objetivo, no estudo foi identificado os maiores consumidores de
energia (USE), foi feita uma revisão energética com equipamentos de medição e
técnicas estatísticas para análise, propondo algumas soluções para melhorar o
desempenho energético. Como resultado foi alcançado uma redução de 3,48% no
consumo de energia durante a implementação das medidas propostas, que
representa 21.934 kWh.
Também é possível relacionar temas de gestão de energia e eficiência
energética com a redução no impacto ambiental. O trabalho “Gestão sistêmica de
energia e sua contribuição para a redução dos gases de efeito estufa – abordagem
integrada das normas ISO 50001:2011 e ISO 14064:2007”, de 2016, publicado em
BIOFIX Scientific Journal, por Celupi N. e Corte A. P. D., mostra um modelo inicial de
um sistema de gestão de energia integrado a ISO 14064 - Gases do Efeito Estufa,
28
A NBR ISO 50001, também pode ser integrada com outras normas ISO,
devido a mesma estrutura de base, mostrando a sinergia entre elas. Por fim,
também é possível compreender que já existem iniciativas para simplificar o
entendimento da NBR ISO 50001 por meio de mapas mentais.
29
4 MATERIAIS E MÉTODOS
É importante ressaltar que cada uma dos tópicos listados para a realização do
SGE precisam ser documentados, como medidas de gestão da informação.
FONTE: OS AUTORES(2022)
mais que seja necessária uma revisão, caso a ISO 50001 faça parte do Sistema de
Gestão Integrado da BREE, toda a base de processos e documentos já foram
criadas, facilitando sua implantação.
Foi realizada uma visita às instalações da BREE, na cidade de Quatro
Barras no estado do Paraná, com três objetivos principais: conhecer o processo
produtivo e o local, realizar medições nos quadros gerais e entender a rotina e
dificuldades de quem trabalha com sistemas de gestão.
Em visita técnica por toda a instalação, foi possível entender todo o
processo produtivo, principalmente dos capacitores, o carro chefe da empresa.
Iniciado na produção do equipamento com a bobinagem, montagem do núcleo,
empacotamento e impregnação do equipamento de óleo na autoclave. Depois são
realizados todos os ensaios necessários para a comercialização, como o de
estanqueidade. Por fim é efetuada toda a limpeza e pintura do capacitor e já é
separado para a entrega.
Após o entendimento do processo, foram iniciadas medições durante uma
semana nos quadros de 127/220V e 380V, com objetivo de entender o
comportamento das cargas, da energia consumida e buscar alguma anormalidade
como o fator de potência fora dos limites permitidos. Também com essas
informações, será possível definir uma linha de base energética (LBE) geral para
comparação após a aplicação das melhorias de desempenho energético. Foi
utilizado o medidor AIW - Medidor de QEE Classe A.
Por fim, entrevistamos a responsável pela área de Sistema de Gestão
Integrado, para compreender como é a rotina operacional de quem trabalha com
SGI, buscando observar o que precisa ser realizado e as dificuldades vividas. Essas
informações qualitativas servem de guia para o desenvolvimento da ferramenta
computacional, que dessa forma passa a estar orientada para o real problema do
usuário, buscando facilitar sua rotina de trabalho. Foram apresentadas algumas
ferramentas como:
➢ Documento Manual do SGI, que regula todo seu funcionamento;
➢ Documento com a política do SGI disponível para toda a empresa;
➢ Documento de auditoria interna e análise crítica realizado em meses
anteriores, requisito das normas ISO;
➢ Planilha de planejamento de ações a serem realizadas com base na
metodologia 5W2H;
38
5 RESULTADOS
5.2.5 ADMINISTRATIVO
Atualmente a BREE utiliza 3 fontes de energia para sua operação, que são:
eletricidade, GLP e ar comprimido. Sendo a eletricidade a mais representativa dentre
as três.
50
Para se ter uma referência de consumo final, utilizando o mês de junho como
exemplo, a BREE teve um consumo total de 58,2 kW, sendo 5,7 kW no horário de
ponta e 52,5 kW fora do horário de ponta.
➢ Uma métrica poderia ser o valor em reais pagos pelo excedente de energia
reativa, porém a quantidade de produtos produzidos e os turnos por dia
podem influenciar no indicador, além do valor da tarifa elétrica que pode
sofrer reajuste e não está no controle da organização;
➢ Poderia ser utilizado a quantidade de energia reativa excedente como LBE e
o objetivo seria reduzir esse valor. Porém a quantidade de produtos
produzidos e os turnos por dia também podem influenciar no indicador. Uma
solução poderia ser a normalização do valor pela quantidade de produtos e
turnos por dia;
➢ Outra solução poderia ser a quantidade de pontos medidos que estão abaixo
do limite permitido, porém essa métrica não considera o quão abaixo dos
pontos o valor está. Assim, estaria tratando da mesma forma um fator de
potência de 0,91 com um de 0,80, o qual é muito mais severo;
➢ Poderia ser utilizado a média do fator de potência por um período, porém a
média de muitos pontos irá ofuscar valores extremos de fator de potência
56
críticos para as análises, parecendo que o valor está sob controle e não está
sendo cobrado por excedentes, porém existem curtos períodos que o fator de
potência fica abaixo do limite mínimo e está sendo aplicado a multa.
Essa discussão é relevante, pois após a métrica ser definida todas as ações
de melhoria do desempenho energético serão voltadas para melhoria desse IDE.
Por isso é importante garantir que não tenha influência de variáveis e que represente
fielmente a melhoria esperada.
economia de energia e comparar a diferença do valor pago mês a mês, são ideias
para engajar os funcionários em iniciativas para conscientização de energia.
Avaliar a necessidade de troca de motores elétricos antigos por novos, se
atentando a sintomas como: excesso de ruídos sonoros, sobreaquecimento, baixo
fator de potência, comparar a relação entre a dimensão física do motor para a
potência que ele entrega, sabendo que motores antigos costumam ser maiores e
mais pesados.
59
6 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
EPE. Balanço Energético Nacional 2021 - Relatório Síntese 2021 - Ano base
2020 . Brasil, 2021.
NETO, C.; PONTES, R. Aplicação da norma ABNT NBR ISO 50001 Sistema de
gestão da energia para o setor público – Estudo de caso Tribunal de Contas de
Estado do Ceará. Ceará, 2020.
Noriega Angarita, E., Cabello Eras, J. J., Hernández Herrera, H., Sousa Santos, V.,
Balbis Morejón, M., Silva Ortega, J. I., & Sagastume Gutiérrez, A. (2019). Energy
planning and management during battery manufacturing. Gestão & Produção,
26(4), e3928. https://doi.org/10.1590/0104-530X3928-19.
Roiz Gonçalves Rabelo da Silva, V., Freitas Rocha Loures, E., Pinheiro de Lima, E.,
Eduardo Gouvêa da Costa.S .(2019). Energy Management in Energy-Intensive
Industries: Developing a Conceptual Map. Brazilian Archives of Biology and
Technology. Vol.62, 2019. http://dx.doi.org/10.1590/1678-4324-0000000000 Acesso
em: 24 set. 2022
1. Quem é a BREE?
Qual sua missão, visão e valores, o que a BREE se propõe a entregar, quais são
seus principais produtos e soluções.
3. Quais são as fontes de energia utilizadas hoje a BREE? Existe uma estimativa
de representatividade de cada uma?
12. Já foi definida uma equipe de gestão de energia para auxiliar na aplicação do
SGE?
ISO 50001:2011
Sistema de Gestão de Energia (SGE)
Não Não se
Nº Requisitos Auxilia Auxilia aplica
4 REQUISITOS DO SISTEMA DE GESTÃO DE ENERGIA
4.1 REQUISITOS GERAIS
À organização
Estabelece, documenta, implementa, mantém e
melhora o SGE, conforme os requisitos desta
a) norma? x
Define e documenta o âmbito e as fronteiras do
b) SGE x
Determina como serão cumpridas os requisitos
desta Norma, de modo a alcançar a melhoria
contínua do seu desempenho energético e do seu
c) SGE? x
4.2 RESPONSABILIDADE DA GESTÃO
4.2.1 GESTÃO DO TOPO
A gestão de topo demonstra o seu compromisso em apoiar o SGE e
melhorar continuamente a sua eficiência? Cabe-lhe:
Definir x
Estabelecer x
Implementar x
a) Manter uma política energética x
Designar um representante da gestão x
Aprovar a formação de uma equipe da gestão de
b) energia x
66
* Designação de responsabilidade? x
70
4.5.3 COMUNICAÇÃO
A organização comunica internamente os
resultados do de seus desempenhos energéticos e
do SGE? É de forma apropriada à dimensão da
organização? x
A organização estabelece e implementa um
processo de comunicação em que cada pessoa
que nela trabalhe, ou em seu nome, possa
introduzir comentários ou sugestões de melhorias
no SGE? x
A organização decide sobre a comunicação
externa sobre a sua política energética, o seu SGE
e o seu desempenho energético? E documenta a
sua decisão? x
Se a organização decidir comunicar: estabelece e
implementa (um) método(s) para esta
comunicação externa? x
4.5.4 DOCUMENTAÇÃO
4.5.4.1 REQUISITOS DE DOCUMENTAÇÃO
A organização estabelece, implementa e mantém
informações em papel, formato digital ou noutro,
que descreva os principais elementos do seu SGE
e suas interações? x
A documentação do SGE inclui: