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Assistente
Administrativo

Gestão de Custos
PCFIC - IFAM

“Ensinar não é transferir conhecimento,


mas criar as possibilidades para a sua
própria produção ou a sua construção”
Paulo Freire

Prof.Joelson Katak
joelsonkatak.adm@gmail.com
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CONCEITOS, CLASSIFICAÇÕES E OBJETIVOS BÁSICOS

GASTOS
São os sacrifícios financeiros necessários à obtenção de um bem ou serviço.
Representam desembolsos imediatos ou a promessa de desembolsos
futuros. É a renúncia de um ativo feita pela empresa (dinheiro ou promessa
de entrega de bens e direitos), para obtenção de um bem ou serviço - seja
para uso, troca, transformação ou consumo.
Podem ser classificados em:
 Investimentos;
 Custo;
 Despesa;
 Perda.

INVESTIMENTOS
São gastos destinados à obtenção de bens, direitos ou serviços que serão
ativados em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis à períodos
futuros.

CUSTOS
São gastos que a entidade realiza com o objetivo de por o seu produto
pronto para ser comercializado, fabricando-o ou apenas revendendo-o, ou
o de cumprir com o seu serviço contratado. É todo dispêndio efetuado (ou
ainda devido) pela empresa, que esteja diretamente relacionado ao
processo de industrialização, comercialização ou de prestação de serviços.
Em uma indústria, o preço pago ou a pagar pela matéria prima, pelos
salários dos empregados da fábrica, pela energia elétrica da fábrica, pelo
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aluguel da fábrica etc., representam custos porque estão “ligados” ao


processo de produção de outros bens e serviços.
São os gastos relativos a bens ou serviços utilizados na produção de outros
bens ou serviços.

EM RELAÇÃO AO PRODUTO
 Custos Diretos – são os custos que estão relacionados a um
determinado objeto de custo e que podem ser identificados com
este de maneira economicamente viável (custo efetivo). Como
exemplo tem-se: matéria-prima, mão de obra dos operários,
energia elétrica (quando se tem condições objetivas de medir o
consumo efetivo).
 Custos Indiretos – estão relacionados a um determinado objeto de
custo, mas não podem ser identificados com este de maneira
economicamente viável (custo efetivo). Os custos indiretos são
alocados ao objeto de custo através de um método de alocação
de custo denominado rateio. A alocação tem de ser feita de
maneira estimada e muitas vezes arbitrária. Exemplo: aluguel da
fábrica, depreciação (método linear), manutenção, seguro.

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EM RELAÇÃO AO VOLUME DE PRODUÇÃO
 Custos Fixos – São aqueles cujos valores são os mesmos qualquer
que seja o volume de produção da empresa. É o caso, por
exemplo, do aluguel da fábrica. Este será cobrado pelo mesmo
valor qualquer que seja o nível da produção, inclusive no caso de
a fábrica nada produzir. Os custos fixos se tornam progressivamente
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menores em termos unitários à medida que o direcionador de custo


aumenta. Exemplos: Imposto Predial, depreciação dos
equipamentos (pelo método linear), salários de vigias e porteiros da
fábrica, prêmios de seguros.
 Custos Variáveis – São aqueles cujos valores se alteram em função
do volume de produção da empresa. Os custos variáveis
aumentam à medida que aumenta o volume de produção. Outros
exemplos matéria-prima consumida, materiais indiretos consumidos,
depreciação dos equipamentos quando esta for feita em função
das horas/máquina trabalhadas, gastos com horas-extras na
produção.

CUSTOS OCULTOS

Custos ocultos ou “invisíveis” são aqueles que estão presentes na empresa,


porém, não são mensuráveis, ou seja, não fazem parte dos tradicionais
sistemas de custeio.

Vale destacar: Que esses chamados custos “‘invisíveis” representam uma


parcela significativa da capacidade de muitas empresas, entre 15% e
40%, que geralmente estão relacionados a falhas, retrabalhos ou mesmo
problemas com produtos e serviços, como vendas, marketing, entre outros.

Apesar de não integrarem os relatórios contábeis, uma vez que não são
medidos, seja pela dificuldade de identificação ou mesmo por serem difíceis
de serem calculados, esses custos impactam diretamente o lucro do
negócio e, consequentemente, interferem no alcance de melhores
resultados.
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DESPESAS
São gastos efetuados para obtenção de bens ou serviços aplicados nas
áreas administrativa, comercial ou financeira, visando a obtenção de
receitas.
De forma similar aos custos, as despesas também podem receber esta
classificação:

 DESPESAS FIXAS: não variam em função do volume de vendas.


Exemplo: aluguel e seguro das lojas;
 DESPESAS VARIÁVEIS: variam de acordo com as vendas. Exemplo:
comissões de vendedores, gastos com fretes.

De acordo com sua controlabilidade, ou seja, quanto ao fato de a decisão


poder ou não afetar os custos, as despesas podem ser:
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 CONTROLÁVEIS: quando podem ser controlados por uma pessoa,


dentro de uma escala hierárquica predefinida. A pessoa
responsável poderá ser cobrada de eventuais desvios não previstos;
 NÃO CONTROLÁVEIS: quando fogem ao controle do responsável
pelo departamento. Por exemplo, rateio do aluguel. Em uma escala
hierárquica superior, todos os custos são controláveis.
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PERDA
Gasto não intencional, ocorrido no processo de fabricação, no transporte
ou manuseio de produtos.
 Decorrente de fatores externos: Considera-se despesa e vai para o
Resultado do Exercício.
 Decorrente da atividade produtiva da empresa: Integra o custo do
produto.

OBJETIVOS DA GESTÃO E CONTABILIDADE DE CUSTOS


 Determinação do Lucro
 Tomadas de Decisões
 Controle Operacional
 Subsidia de informações tanto a Contabilidade Gerencial quanto
a Contabilidade Financeira.
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MATÉRIA-PRIMA
Matéria-prima é o material essencial (mais importante) utilizado no processo
de produção e que sofre mutação física nesse processo de fabricação ao
se transformar em produto.
Essa é uma definição relativamente simples, mas normalmente considerada
bastante completa para finalidades contábeis. Com ela, vemos que a
matéria-prima abrange, primeiramente, os materiais considerados
importantes no processo de produção, e essa importância é tomada no
sentido do valor, em dinheiro, que representam no contexto global da
fabricação.
Com isso, não se consideram matérias-primas, materiais de pequena monta
consumidos no processo produtivo. O problema reside sempre no que é
importante em termos econômicos e o que não é, já que sempre haverá
alguma subjetividade nessa conceituação e não existe e nem pode existir
regra definitiva e completa que resolva o caso em todas as hipóteses.
Em segundo lugar, vê-se na definição que a matéria-prima
obrigatoriamente sofre um processo de mudança física na industrialização.
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Se não houver mutação física alguma, não costuma, esse material, ser
considerado tecnicamente como matéria-prima.
Com isso, vemos que o petróleo é matéria-prima na fabricação de gasolina,
óleo, naftas etc. É um consumo importante que diz respeito a algo físico que
se modifica fisicamente para se transformar no produto final.
A soja é uma matéria-prima utilizada na fabricação de óleo, farelos etc. O
aço é matéria-prima utilizada na fabricação de inúmeros produtos
siderúrgicos. O minério de ferro é matéria-prima utilizada na fabricação do
aço.
Algumas dessas modificações físicas se dão, às vezes, não na sua forma
intrínseca, mas na aparência física. Por exemplo, considera-se a madeira a
matéria-prima na fabricação de móveis, mesmo que a madeira contida no
móvel seja, intrinsecamente, absolutamente igual à contida nas toras
originais; mas como uma modificação física relativa ao corte, à aparência,
ao tratamento, às vezes, até químico em seu revestimento acabou
acontecendo, considera-se que também se passa chamar a essa madeira
de matéria-prima.
Todavia, se não ocorrer mudança física alguma não se chama a esse
material de matéria-prima, mesmo que ele seja usado e aplicado de forma
direta, objetiva, cristalina e inquestionável na fabricação de um produto
qualquer.
Assim, o espelho comprado pela fábrica de móveis e aplicado diretamente
na elaboração de um móvel nunca será chamado de matéria-prima nessa
fábrica. Ou então, o motor comprado de terceiros por um fabricante de
geladeira não é considerado matéria-prima.
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CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS – CMV


A apuração do custo das mercadorias vendidas está diretamente
relacionada aos estoques da empresa, pois representa a baixa efetuada
nas contas dos estoques por vendas realizadas no período.
O custo das mercadorias vendidas pode ser apurado através da equação:

CMV = EI + C - EF
Onde:
CMV = Custo das Mercadorias Vendidas
EI = Estoque Inicial
C = Compras
EF = Estoque Final (inventário final)

CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS - CPV


No caso de produtos (bens produzidos por uma indústria), a fórmula é
semelhante ao CMV:
CPV = EI + (In + MO + GGF) – EF
Onde:
CPV = Custo dos Produtos Vendidos
EI = Estoque Inicial
In = Insumos (matérias primas, materiais de embalagem e outros materiais)
aplicados nos produtos vendidos
MO = Mão de Obra Direta aplicada nos produtos vendidos
GGF = Gastos Gerais de Fabricação (aluguéis, energia, depreciações,
mão de obra indireta, etc.) aplicada nos produtos vendidos
EF = Estoque Final (inventário final)
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CONTABILIZAÇÃO DA COMPRA E VENDA DE MATÉRIA-PRIMA

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DOS ESTOQUES


Tendo em vista que a empresa poderá adquirir um mesmo tipo de produto
em datas diferentes, pagando por ele preços variados, o custo dessas
mercadorias estocadas poderá ser determinado por meio dos seguintes
critérios: PEPS, UEPS e custo médio.

 Primeiro que Entra, Primeiro que Sai – PEPS: Nesse critério, a empresa
dá saída nos estoques dos produtos mais antigos, ou seja, adquiridos
primeiro, permanecendo estocados os produtos de aquisição mais
recente.
 Último que Entra, Primeiro que Sai – UEPS: Adotando esse critério, a
empresa dará baixa em primeiro lugar nos estoques mais recentes
ficando estocado sempre os produtos mais antigos.
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 Custo Médio: Os produtos serão avaliados pela média dos custos de


aquisição, sendo estes atualizados a cada compra efetuada.

CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO (CIF)


 Materiais indiretos – são materiais auxiliares empregados no
processo de produção e que não integram fisicamente os produtos
(Serras, lixas, estopas, solventes etc.) e os materiais diretos, cujo
consumo não pode ser quantificado nos produtos (Colas, vernizes,
pregos etc.) em função do princípio da materialidade;
 Mão de obra indireta – corresponde à mão de obra que não
trabalha diretamente na transformação da matéria-prima em
produto, ou cujo tempo gasto na fabricação dos produtos não
pode ser determinado;
 Outros custos indiretos – são os demais custos indiretos incorridos
na fábrica, cujo consumo não pode ser quantificado de forma
direta, objetiva nos produtos.

CRITÉRIO DE RATEIO DOS CUSTOS INDIRETOS


Rateio, segundo Crepaldi (1998), é o recurso empregado para distribuição
dos custos, ou seja, é o fator pelo qual os custos indiretos são divididos.
Maher, (2001, p.231), explica que o “rateio de custos representa a atribuição
de um custo indireto a um objeto do custo, segundo uma certa base”; esta
é a base de rateio que será empregada para dividir os itens de custo
indireto.
Benato (1992, p.76), acrescenta que tais itens “são distribuídos aos produtos
ou serviços de acordo com critérios pré-estabelecidos”. Essa distribuição é
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o que se denomina de alocação dos custos e para que esta se dê


adequadamente, deve-se proceder estudos que auxiliem na seleção de
um critério coerente à absorção destes custos.
Abaixo apresentam-se alguns critérios para alocação dos custos indiretos
de fabricação:

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE ESTOQUES


No inventário periódico, o controle é feito de períodos em períodos, no
momento da apuração do resultado do exercício. Esse intervalo de tempo
pode ser semanal, quinzenal, mensal, semestral, anual etc. Um intervalo de
tempo considerado adequado para se apurar resultado em uma empresa
é o mensal, sendo que possíveis correções de planejamento e controle
podem ser efetuadas em espaço de tempo menor e consequentemente
diminuir situações indesejáveis de resultado ou o seu respectivo impacto.
No inventário permanente o controle é feito permanentemente pela
empresa, ou seja, a qualquer momento a empresa tem as informações
totais do seu estoque, por exemplo, custo da mercadoria que está sendo
vendida, total das compras, total das vendas etc.
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DEPRECIAÇÃO
É a diminuição parcelada de valor que sofrem os bens de uso da empresa.
Contabilmente, depreciar consiste em considerar como despesa ou custo
do período uma parte do valor gasto na compra dos bens de uso da
empresa.
Com o advento da lei 11.638/2007, cujos efeitos em vigor a partir de 01 de
janeiro de 2008, as regras para a fixação do prazo bem como da taxa de
depreciação, que até então era definida pelo fisco, agora prevalece o
prazo de vida útil econômica do bem.

Causas que justificam a depreciação:


 Desgaste pelo uso
 Ação do tempo
 Obsolescência

Prazos usualmente admitidos de uso mais comuns

Métodos de depreciação
 Método Linear (ou quotas constantes);
 Método da soma dos algarismos dos anos;
 Método das horas trabalhadas;
 Método das unidades produzidas.
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Outras Informações Importantes


 A depreciação inicia a partir do mês de instalação e início de
operação do bem;
 Calcula-se a depreciação mensal, independente se a data de
início de operação for no último dia do mês;

CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇO DE VENDA


A formação de preço dos produtos e serviços se dá no processo de
condições de muitas variáveis diferentes, de acordo com a condição do
mercado, na aceitação dos produtos e serviços, os custos evidenciam e
afetam os preços dos produtos e serviços em situações do mercado de
aceitação deste, levando em conta a concorrência do mercado em que
se encontra o produto e serviços, assim os preços podem ser fixados com
base nos custos, com base no mercado ou uma combinação entre ambos.
Os processos de custeamento é que nos leva a uma adequação de um
menor custo para o produto e serviços para a sua formação de preço.

FORMAÇÃO DO MARK-UP
Consiste na aplicação de um índice sobre o custo de um bem ou serviço
para formação do preço de venda, com a finalidade de cobrir os custos
das contas geradas pela produção:
 Impostos sobre venda;
 Taxas variáveis sobre vendas;
 Despesas administrativas fixas;
 Despesas de vendas fixas;
 Custos indiretos de produção fixos;
 Lucro.
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ECONOMIA DE ESCALA
O conceito de economia de escala pode ser entendida como um tipo de
vantagem operacional relacionada aos custos operacionais que surge com
o aumento da produção de um determinado produto desenvolvido em
escala industrial.
Dessa maneira, esse conceito trata-se de uma relação inversa entre a
quantidade produzida de certo produto e os seus custos fixos por unidade.

Ou seja, quanto maior a quantidade de um bem produzido, a tendência é


que menor seja o seu o custo fixo de desenvolvimento por unidade, haja
vista que esses custos estão distribuídos por um número maior de
mercadorias.

Vale ressaltar que tal conceito também pode reduzir custos variáveis por
unidade devido a eficiências operacionais e devido às sinergias
operacionais.

Atividades de Fixação
Como os elementos seguintes podem ser classificados em despesas fixas (DF), custos
fixos (CF), despesas variáveis (DV), custos variáveis (CV), investimento (I) ou perda (P)?

Elemento CV CF DV DF I P
a) Comissões sobre vendas
b) Consumo de açúcar em fábrica de doces
c) Energia elétrica-consumo da área administrativa

d) Energia elétrica-consumo da área industrial


e) Fretes de entregas
f) Aquisição de veículo para entregas
g) Fretes de insumos produtivos
h) Gastos com depreciação da fábrica
i) Gastos com depreciação de micros das lojas
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j) Gastos com manutenção fabril


k) Compra de máquina industrial
I) Gastos com seguros das fábricas
m) Gastos com seguros das lojas
n) Gastos com supervisão da linha de produção
o) Leasing (aluguel) de veículos administrativos
p) Limpeza e conservação das lojas
q) Consumo de matéria-prima no processo fabril
r) Consumo de material secundário na fábrica
s) Sobras de matéria-prima consumida
t) Consumo de material de escritório
u) Embalagem consumida na indústria
v) Ociosidade da mão-de-obra
w) Salários e encargos administrativos
x) Combustível gasto por vendedores
O Gasto do Departamento de Faturamento, a depreciação das máquinas de produção,
o imobilizado, o tempo do pessoal em greve (remunerado) são respectivamente:

a) Despesa, perda, investimento, custo;


b) Despesa, investimento, perda, custo;
c) Despesa, custo, perda, investimento;
d) Despesa, custo, investimento, perda;

Indique a alternativa que não representa custo:

a) Salários dos operadores das máquinas de fabricação;


b) Depreciação das máquinas de fabricação;
c) Salários dos funcionários do departamento de vendas;
d) Energia elétrica consumida pelas máquinas de fabricação;

BONS ESTUDOS!!!!

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