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EMENTA DA DISCIPLINA CUSTOS E PRECIFICAÇAO

CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS E DESPESAS


CÁLCULO DE MATÉRIA PRIMA
CRITÉRIOS DE RATEIO
SISTEMAS DE CUSTEIO
CUSTEIO, MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO E MARKUP
PRECIFICAÇÃO
PONTO DE EQUILÍBRIO

CAPÍTULO 1

CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS E DESPESAS

Para que a gestão financeira de uma empresa seja feita de forma correta, é
preciso que se conheçam bem as diferenças entre custos, gastos e despesas. E
mais, é preciso ainda entender os conceitos de investimentos, perdas e
desperdícios.
A correta diferenciação entre os custos, gastos, despesas, investimentos, perdas
e desperdícios de uma empresa se faz extremamente necessária para o bom
andamento de um negócio.
Inicialmente, para uma pessoa com pouco conhecimento no assunto, os seis
itens podem parecer a mesma coisa, porém não é essa a verdade: cada um
desses itens representa uma modalidade diferente nos balanços de uma
empresa, com as próprias normas contábeis os classificando de maneira distinta.
Com isso, ao se entender melhor e realizar uma apuração correta entre todos
eles, é possível analisar, por exemplo, como é composto o valor daquilo que a
empresa oferece como produto. É esse tipo de análise que nos dirá se um
produto vale a pena ou não ser produzido, se tal modelo de negócio funcionará
ou não e quais são os itens que precisam ser melhorados para que a empresa
opere de forma mais eficiente.
Gastos
Começaremos pela definição de gastos por se tratar de um conceito
extremamente amplo, pois todos os bens e serviços adquiridos por uma empresa
são considerados como “gastos” em algum momento de sua existência. Sendo
assim, existem gastos com a compra de matérias-primas, mão de obra, insumos,
que no decorrer do processo se transformarão em custos, despesas ou
investimentos.
Porém, se alguma quantia for destinada pela para cobrir alguma atividade
inesperada, ou para completar algum custo ou despesa que passou daquilo já
foi previamente planejado, tal item é considerado como gasto. São os valores
que não estão previstos no orçamento, mas que é preciso gastar para continuar
as atividades. Como o gasto tem natureza imprevisível, ele não pode ser
repassado para o cliente no preço do produto.
Portanto, a existência de gasto vai sempre significar prejuízo para a empresa.

Despesas
As despesas englobam todos os valores despendidos pela empresa para manter
a manutenção de estrutura mínima e o funcionamento de suas atividades.
Normalmente, despesa é tudo aquilo investido nas operações comerciais, nos
setores administrativo, recursos humanos, marketing, entre outros.
Portanto, as despesas são um tipo de
investimento que não têm ligação direta com a
atividade central da empresa, como produção de
bens ou oferta de serviços. Porém, mesmo não
contribuindo diretamente pela geração de novos
itens a serem comercializados, as despesas
desempenham um papel importante e
certamente o seu uso pode ter influência no
aumento da receita da empresa. As despesas podem ser classificadas em fixas
ou variáveis:
Despesas Fixas: todo tipo de despesa que não varia de acordo o volume
produzido ou vendido pela empresa, como estruturas físicas, mobiliário, material
de escritório, entre outros.
Despesas Variáveis: todo tipo de despesa que variará proporcionalmente de
acordo com volume produzido ou vendido pela empresa, como comissão de
vendedores, por exemplo.
Algumas classificações podem incluir também as despesas semifixas ou
semivariáveis, como por exemplo, o valor cobrado pela energia elétrica, onde se
paga por uma quantia fixa mínima de energia acrescida de uma quantidade
variável que vai sendo consumida conforme a produção. Nesse caso em
específico, é importante ressaltar que a energia consumida pelas áreas
administrativas e de apoio da empresa deve ser tratada contabilmente como
despesa. Já a parte consumida pela área produtiva em si, é incorporada como
custo direto de produção.

Custos
Custo é todo e qualquer valor aplicado no momento da produção de mercadorias
ou da oferta de serviços da empresa, como mão de obra, matéria-prima,
insumos, além da quantia despendida com energia elétrica, manutenção,
depreciação de máquinas e equipamentos, materiais de limpeza e conservação,
entre outros.
Ele representa todo capital aplicado diretamente nos fatores de produção
necessários para a atividade central da empresa. É um item fundamental ao
cotidiano de qualquer negócio, pois é através de tudo o que é contabilizado como
custo que a empresa consegue operar. Logo, para aumentar a quantidade de
bens produzida ou de serviços ofertados, normalmente é preciso aumentar o
custo da empresa. Os custos podem ser classificados em:
Diretos: todo tipo de investimento que é diretamente ligado à construção do
produto ou serviço oferecido pela empresa, como matéria-prima, mão de obra,
insumos, entre outros. São os mais fáceis de identificar.
Indiretos: tipos de investimentos ligados à produção dos bem ou serviços
oferecidos, porém de forma indireta. São itens como manutenção, limpeza,
almoxarifado, logística, energia elétrica, alimentação e todos os demais gastos
de fabricação que não incidem diretamente sobre o produto em si.
É importante lembrar que todo custo é contabilizado inicialmente pela empresa
como gasto. Entretanto, esse gasto se transformará em custo no momento de
sua utilização. Por exemplo: a matéria-prima adquirida foi um dinheiro
inicialmente contado como gasto, e assim permaneceu durante em que ficou
estocada. Porém, no momento em que ela for usada na fabricação de algum
bem, a matéria-prima se incorpora como parte integrante do item e passa a ser
considerada como custo do mesmo. Esse custo, por sua vez, fica atrelado ao
produto até sua venda.
Com isso, podemos explicar também o “preço de custo”, ou seja, o valor mínimo
que a empresa paga para fabricar um determinado bem ou prestar seu serviço.
Se a empresa vender seu produto ou serviço a preço de custo, ela não terá
nenhum lucro.
Será com base nesse preço de custo que a empresa calculará o preço de venda
daquilo que ela oferece, sendo a diferença entre os dois, obviamente, o lucro
bruto por unidade vendida.

Investimento
Investimento é todo dinheiro despendido
na expectativa de aumentar os ganhos da
empresa no futuro. É o caso, por
exemplo, de equipamentos e grandes
maquinários, que embora custosos,
podem aumentar a produção em 2, 3 ou
mais vezes. É importante entender que
qualquer investimento irá gerar altos
custos iniciais ao negócio e seu objetivo é recuperar esse dinheiro em médio ou
longo prazo através do aumento na capacidade de produção da empresa. Com
o passar do tempo, além de se pagar, o investimento passa a gerar lucros
maiores que os obtidos antes dele.
Trata-se de um valor que requer cuidado e precisa ser amplamente estudado e
preparado para evitar que se torne um gasto desnecessário ao negócio, o que
pode gerar dívidas inesperadas e desnecessárias.

Perdas
As perdas são os valores despendidos em eventos ocasionais e anormais, e que
não proporcionarão retorno algum à empresa. Em geral, não é possível prever
esses eventos, e embora seja possível prevenir, por vezes, a precaução acaba
não sendo o bastante.
Incêndios, acidentes, inundações e fatos desse tipo, são perdas impossíveis de
prever, mas que custam milhares de reais para que o problema seja minimizado,
resolvido e para que a empresa volte às suas atividades normais.
Além disso, furtos e roubos também fazem parte das perdas. Assim como nos
eventos citados anteriormente, é muito difícil prever, mas existem maneiras de
evitar essa perda financeira.

Desperdício
Por fim, falaremos dos desperdícios, que são recursos utilizados sem que
agreguem valor ao produto ou serviço, e por consequência, para o cliente. Em
geral, são materiais ou tempo usados além do necessário ou de forma indevida
e que acabam por aumentar os gastos da empresa.
Existem 7 desperdícios de produção que foram categorizados por Taiichi Ohno,
um engenheiro de produção que começou sua carreira em 1943 e que se
aplicam em empresas de diversos segmentos.
Veja quais são:
1. Defeitos: produtos com defeito; serviço mal executado; produto fabricado com
matéria prima defeituosa;
2. Excesso de produção: produção maior ou mais rápida que o necessário;
3. Espera: ociosidade da equipe ou dos equipamentos;
4. Transporte: movimentação desnecessária de materiais e equipamentos;
5. Movimentação: movimentação desnecessária da equipe;
6. Processamento inapropriado: processos realizados pela equipe ou pelo
maquinário que não agreguem valor;
7. Estoque: estoque excessivo de produtos ou matéria prima.
Em resumo, para tentar identificar o que são
custos, gastos ou despesas em uma empresa, é
importante entender que:
– Gastos englobam tanto despesas como custos e
investimentos, antes deles serem classificados
como tais. Porém, permanecerá como gasto tudo
aquilo que a empresa comprar para suprir um
evento inesperado ou financiar algo fora do
normal. Como gastos não podem ser repassados
ou repostos, eles significarão prejuízo, e a
empresa terá que se sacrificar para cobri-los.
– Despesas são itens de caráter geral, aplicados em outras áreas da empresa,
em atividades sem vinculação direta produtos obtidos.
São investimentos que não tem relação com a produção da empresa, mas que
ainda assim, são essenciais para o cotidiano da mesma, como salários de
funcionários da área administrativa, investimento em marketing, manutenção da
estrutura física, entre outros.
– Custo é todo valor ligado internamente à produção do bem ou serviço oferecido
pela empresa. São os investimentos aplicados na atividade central da mesma,
naquilo em que ela faz para ganhar dinheiro, seja de forma direta (compra de
matéria-prima, por exemplo) ou indireta (energia elétrica que faz uma máquina
funcionar).
– Investimento é todo dinheiro despendido em algo que possa aumentar os
ganhos futuros da empresa. São valores que inicialmente são considerados
gastos, mas que geram retorno financeiro maior graças ao aumento da produção
ou da produtividade. São exemplos, os equipamentos e máquinas em geral.
– Perda são valores gastos em eventos que fogem da normalidade como
acidentes por exemplo.
Esses valores não geram qualquer retorno para a empresa ou para os clientes
e, em geral, não podem ser previstos ou evitados.
– Desperdício são recursos que não agregam ao produto nem ao cliente. Em
geral, são materiais ou tempo usados além do necessário ou de forma indevida
e que acabam por aumentar os gastos da empresa.
ATIVIDADE
Com a utilizaçao do recurso PASSA OU REPASSA, a turma participará da
dinâmica de perguntas e respostas rápidas sobre os temas abordados em sala
de aula, incluindo, se for o caso, questões com cálculos, sendo permitido o uso
de calculadoras pelos participantes, individualmente ou em grupos.
Esta atividade valerá 10% do total de pontos possíveis para a disciplina CUSTOS
E PRECIFICAÇAO.

CAPÍTULO 2

CÁLCULO DE MATÉRIA PRIMA


CRITÉRIOS DE RATEIO
SISTEMAS DE CUSTEIO
CUSTEIO, MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO E MARKUP

CÁLCULO DE MATÉRIA PRIMA


Na formação do preço de um produto
industrializado, é preciso considerar
alguns cálculos, como veremos:
Ex: Para produzir uma roda de um carro
utiliza-se 20 kg de aço carbono,
sabendo que o quilo do aço é R$ 2,00
o custo direto de matéria prima neste
produto será de R$ 40,00 para se
produzir uma unidade do item. 20 kg x
R$ 2,00 = R$ 40,00
Devemos relacionar também a Mão de Obra Direta (MOD) que são os custos
dos operários ligados diretamente na produção da roda.
Ex: Se o custo da hora de seus operários é de R$ 8,00 e estes trabalham 100
horas para produzir 500 rodas. Pode se afirmar que o custo de Mão de Obra
Direta (MOD) será de R$ 1,60 por unidade produzida.
(R$ 8 x 100h) / 500 Un = R$ 1,60 Por Unidade
Custos Indiretos de Fabricação (CIF)
Estes custos necessitam de alguns cálculos para serem distribuídos aos
diferentes produtos fabricados pela empresa, por serem de difícil mensuração
são classificados como custos indiretos.
Ex:
- Depreciação de equipamentos
- Aluguel de fábrica
- Salários dos supervisores de equipe etc.

Custos Fixos (CF)


São os custos que não sofrem alteração de valor independente do volume de
produção da empresa. Os exemplos abaixo mantem os valores fixos
independentemente se a empresa produziu 1.000 rodas ou 10.000 rodas em um
determinado período.
- Aluguel de fábrica- IPTU da fábrica
- Seguros da fábrica etc.
Normalmente os custos fixos são alocados aos produtos por meio de cálculos
(rateios), pois a maioria dos custos é indireta.

Custos Variáveis (CV)


São os custos onde os valores se alteram em função do volume produzido.
- Matéria prima consumida
- Horas extras de produção
- Mão de obra direta
Estes custos sempre apresentarão variação em função das quantidades
produzidas.

Custo Total (CT)


Custo total é a soma dos custos fixos e variáveis da empresa ou dos custos
diretos mais os custos indiretos de fabricação.
CT = CF + CV ou CT = CD + CIF
Se a empresa conhecer o seu Custo Variável Unitário (Cvu) e as quantidades
(Q) produzidas podemos usar a fórmula abaixo.
CT = CF + CV (1)
CV = Cvu x Q (2)
Substituindo-se (2) em (1), temos.
CT = CF + Cvu x Q

Custos mistos
Custos mistos são aqueles que apresentam uma variação em função do nível de
produção mais que também tem uma parcela fixa. Esta parcela fixa ocorrerá
mesmo que nada seja produzido.
Ex.: Energia elétrica: A distribuidora cobra uma taxa mínima mesmo que não
haja consumo no período.
Combustível para caldeira: Varia de acordo com a produção, porém quando não
está sendo usada gera um custo mínimo para mantê-la aquecida, pois não pode
ser desligada.

Despesas
As despesas são classificadas em fixas e variáveis como venda e distribuição
dos produtos.
Podemos citar alguns exemplos de despesas fixas:
- Aluguel de um escritório de vendas
- IPTU de prédio da filial
- Aluguel de carros dos vendedores etc.

As despesas serão consideradas variáveis quando ocorrem em função do


volume de vendas.
Podemos citar alguns exemplos de despesas variáveis.
- Comissão dos vendedores
- Bonificação sobre vendas
- Frete de entrega dos produtos
- Pedágios etc.
CRITÉRIOS DE RATEIO
Rateio é uma divisão proporcional
por uma base que tenha dados
conhecidos em cada uma das
funções em que se deseja apurar
custos. O rateio de custos é um
conjunto de práticas de divisão
proporcional de custos. Então,
considere nesse cálculo os custos
diretos e indiretos realizados
dentro da empresa. Assim, torna-se necessário conhecer de forma precisa todos
os gastos da empresa, a fim de mantê-la operando adequadamente.

SISTEMAS DE CUSTEIO (PRINCIPAIS MÉTODOS)


São justamente os métodos de custeio que vão te permitir entender como dividir
os custos do seu negócio entre os produtos:

Custeio por Absorção


Como o próprio nome já diz, nesse método todos os custos ligados à fabricação
do produto ou prestação do serviço são absorvidos, independentemente de ser
um custo direto ou indireto. Assim, os gastos são distribuídos (rateados) para
todos os produtos ou serviços.

Custeio Direto ou Variável


Nesse caso, apenas os custos variáveis de produção do período são
considerados. Os custos fixos (relativos à produção), pelo fato de existirem
mesmo sem existir o desenvolvimento de produtos ou serviços.
Resumindo, esse custeio separa os custos em variáveis e fixos. (obs – ele não
é aceito em demonstrativos externos por ferir um dos princípios contábeis aceito
no Brasil).

Custeio baseado em Atividades (ABC – Activity Based Cost)


Esse método utiliza o critério de atividades que foram realizadas e geraram
algum tipo de custo para fazer a alocação de custos entre produtos
desenvolvidos ou serviços prestados.
Assista ao vídeo recomendado, que apresentará um novo cálculo, baseado na
quantidade de horas trabalhadas: https://youtu.be/TZtSQxHJI38

Métodos para composição de preços


A formação de preço é uma das tarefas mais importantes para a gestão
financeira. Ele garante que seu empreendimento seja lucrativo, cubra os custos
e, ao mesmo tempo, seja competitivo e atrativo para os clientes. Da mesma
forma que um preço muito baixo poderia prejudicar o negócio, um valor muito
elevado a anunciar afasta os compradores. A definição certeira sobre o que será
cobrado não poderá acontecer por meio de tentativa e erro.
Em vez disso, é necessário empregar os métodos já consagrados para formar o
melhor preço de acordo com cada necessidade ou preferência.
A seguir, veja quais são os 4 principais métodos para essa composição do valor
de venda e entenda como usar cada um deles.

MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO
A margem de contribuição é a mais recomendada técnica para formação de
preço. Ela determina o quanto “sobra”, dentro do custo de venda, após serem
descontados custos e despesas variáveis. Ela é importante porque permite que
a empresa estabeleça o quanto deseja ganhar a cada item vendido. De quebra,
é indispensável para a tomada de decisão. Mais do que conhecer o montante de
lucro, é necessário compreender quanto o empreendimento vem ganhando a
cada processo finalizado.
Com essa técnica, torna-se possível entender se uma margem está grande ou
pequena para determinado produto. Outra vantagem é que ela é bastante
flexível. Se o empreendimento quer se tornar mais competitivo, por exemplo,
pode diminuir essa margem, ao menos temporariamente. Já se há a
possibilidade de lucrar mais, é possível elevar essa margem. Basicamente, ela
é calculada por:
Margem de contribuição = Valor de venda – Custos e Despesas variáveis

No caso de buscar a porcentagem, a fórmula é dada por: Margem de


contribuição = (Valor de vendas – Custos e Despesas variáveis) / Valor de venda

Imagine, por exemplo, que as despesas fixas e variáveis de um produto


correspondem a R$ 70,00, entre custos de produção, impostos e de
infraestrutura. Caso o empreendimento deseje uma margem de contribuição de
R$ 30,00 a cada venda, o número final será dado por: 30 = Valor de venda – 70
Valor de venda = R$ 100,00
Essa abordagem permite não apenas que o negócio cubra as suas despesas em
geral, como, ainda, obtenha uma margem líquida em cima de cada item que é
vendido. Utilizado corretamente, este método ajuda o empreendimento a
conquistar melhores resultados.

Logo que for possível, assista ao vídeo super esclarecedor sobre Margem de
Contribuição indicado: https://youtu.be/Ba_9UYKCsFU

MARKUP
O markup corresponde a um método que se baseia nos custos envolvidos em
cada produto. O objetivo principal é encontrar um preço que cubra essas
despesas e ofereça o lucro desejado.
Nesse caso, entretanto, não se trata de margem de lucro, mas de uma estimativa
que é considerada como sendo a mais adequada para o negócio. A partir do
cômputo, encontra-se um índice multiplicador a respeito do custo base. Seu
cálculo é dado pela seguinte fórmula:

Markup = 100 / [100 – (DV + DF + LP)]

As siglas correspondem a:
DV = percentual das despesas variáveis;
DF = percentual das despesas fixas;
LP = percentual do lucro desejado.

Imagine, por exemplo, que dentro de um produto as despesas variáveis


correspondem a 15%, enquanto as despesas fixas ficam em torno de 20%.
O lucro pretendido, por sua vez, é de 25%. Nesse caso, a fórmula é dada por:
Markup = 100 / [100 – (15 + 20 + 25)]
Markup = 100 / [100 – 60]
Markup = 100 / 40
Markup = 2,5

Se o seu produto tem um custo unitário de R$ 70,00, então o preço formado


deverá ser de R$ 175,00, segundo esse método.
Assista ao vídeo indicado e note que o tema CUSTOS E PRECIFICAÇAO é uma
composição ampla de muitos temas, que resultam na tranquilidade de alcançar
a informação sobre o preço que deve ser informado ao consumidor. Parte do
conteúdo do vídeo ainda será abordado em nossas aulas, mas vale a
apresentação: https://youtu.be/xMcUuan9SWg

Pesquisa de preços
A pesquisa de preços corresponde ao levantamento dos preços que são
praticados pela concorrência para a venda direta. Esse método de precificação
serve para quando a empresa quer se manter com destaque no mercado e
quando o quanto o item custa é o maior diferencial do negócio.
Para isso, é necessário começar definindo quais concorrentes serão
acompanhados. Alguns deles podem cobrar valores muito elevados e não
representarem uma ameaça para o empreendimento.
Feito isso, é necessário levantar os preços em
diferentes momentos dos produtos desejados. A
intenção é adquirir a máxima quantidade de dados
possível, já que, assim, a análise se torna mais
precisa. Na sequência, devem-se encontrar as médias
do que é cobrado e, também, quais são os mais altos
e mais baixos praticados. Organize todos os dados,
identifique quais são as maiores ameaças e analise
quais mudanças devem ser feitas.
Porém, é importante ter cuidado. Não adianta apenas
escolher o preço mais barato para precificar, já que
isso pode prejudicar a saúde financeira da empresa. Esse método, portanto, não
deve ser o único a ser levado em consideração e deve servir apenas como um
apoio.

FÓRMULA BASEADA NO LUCRO


Outra forma de chegar ao preço de venda é se baseando no lucro desejado,
levando-se em consideração os custos. Para esse caso, será acrescido um
determinado valor ao custo do produto para encontrar um montante mínimo para
o número final.

A fórmula é dada por:


100% Preço de venda = Custo inicial + Percentual das despesas fixas +
Percentual de lucro desejado
Imagine, por exemplo, que o custo inicial do produto é de R$ 50,00 e que suas
despesas fixas correspondem a 15%. Já o lucro desejado é de outro 15% do
preço de venda. Nesse caso, o valor de vendas será:

100% PV = 50 + 15% PV + 15% PV


100% PV – 30% PV = 50
70% PV = 50
PV = 50 / 0,7
PV = 71,43

De certa forma, é uma abordagem um pouco diferenciada em relação ao markup,


mas em que se chega ao mesmo resultado obtido por aquele método.
Novamente, nesse caso não é possível estabelecer uma margem de lucro muito
grande, o que pode comprometer os resultados pretendidos pela empresa.
Realizar a correta formação de preço é indispensável e, para tanto, alguns
métodos estão disponíveis. Apesar de todas as fórmulas serem
matematicamente corretas, é preciso ter contexto, já que há questões como alta
da inflação, concorrência ou novas necessidades do empreendimento.

ATIVIDADE
Os alunos deverão criar questionários e seus respectivos gabaritos (5 questões
para cada aluno) e entregar ao professor (perguntas separadas das respostas).

Em seguida, o professor irá organizar as perguntas e respostas e distribuirá as


perguntas para os participantes, não podendo entregar as perguntas ao seu
criador.

Cada aluno receberá, aleatoriamente, 5 perguntas, e deverá respondê-la em


folha separada com seu nome e turma.

Esta atividade valerá 10% do total de pontos possíveis para a disciplina CUSTOS
E PRECIFICAÇAO.

CAPÍTULO 3
PRECIFICAÇÃO

PRECIFICAÇÃO
No atual ambiente competitivo, o preço de venda dos bens e serviços oferecidos
pelas empresas torna-se um dos elementos que exigem atenção.
Se for fornecido ao consumidor três marcas de produtos conhecidas e de
qualidades semelhantes para sua escolha, ele ficará com aquela que lhe trouxer
a melhor relação custo/benefício. E neste caso, o preço será o fator determinante
na escolha, pois o benefício esperado pelo produto de qualquer uma das três
marcas será o mesmo.
Conhecer os custos de cada produto se faz necessário para saber se ele é
rentável a ponto de se continuar a produção
do bem ou continuação do serviço, ou se a
empresa deve descontinuar ou adaptar esta
operação devido ao prejuízo que ela está
acarretando. O sistema de custos de uma
empresa deve ser capaz de gerar
informações, que deverão servir para o
planejamento, controle e tomada de decisão.
A empresa de serviços não pratica atos do
comércio, isto é, não compra nem vende mercadorias, e muito menos pratica
operações caracterizadas como industriais. Quando o preço dos serviços inclui
o material a ser gasto, mesmo assim, podemos dizer que o prestador de serviço
não está vendendo o material, este é, apenas, custo dos serviços prestados.
Para facilitar o entendimento da apuração do preço de venda na prestação de
serviços, vamos considerar que a empresa é uma oficina mecânica, e está
efetuando um serviço de pintura em uma porta e um para-lama de um automóvel,
e que o serviço será executado em 08 horas.

Cálculo da Mão de Obra Direta


O primeiro passo é identificar a mão de obra direta, com a unidade do serviço
vendido e não deve ser confundida com aqueles que trabalham em atividades
de venda e administrativas.
O custo compreende não somente os salários, mas todos os encargos como
INSS, FGTS e férias. Além de benefícios como assistência médica, vale
transporte e os adicionais como previdência complementar, seguro de vida
especial.
Ex.: Vamos considerar que a empresa possui 2 empregados e custo total da
folha de pagamento seja de R$ 1.500,00, assim, para calcular o custo da hora
do empregado na prestação do serviço vamos aplicar a seguinte fórmula:
Custo da Hora = Valor dos Salários + Encargos Sociais / Nº de empregados x
160 horas
Valor bruto da folha de pagamento com 2 empregados: R$ 1.500,00;
Encargos Sociais (60%): R$ 900,00.

Cálculo:
Custo da Hora = (1.500,00 + 900,00) / 2 x 160
Custo da Hora = 2.400,00 / 320
Custo da Hora = R$ 7,50

2º Passo – Cálculo dos Materiais Diretos


Caracterizam-se como custos diretos aqueles que podem ser identificados e
diretamente apropriados a cada tipo de obra a ser custeado, no momento de sua
ocorrência.
Desta forma, os custos diretos estão ligados diretamente a cada tipo de bem ou
função de custo. Podem ser atribuídos (ou identificados) de forma direta a um
produto, linha de produto, centro de custo ou departamento. Não necessitam de
rateios para serem atribuídos ao objeto custeado.
Ou ainda, são aqueles diretamente incluídos no cálculo dos produtos.

Exemplos de custos diretos:


-Matérias-primas usados na fabricação do produto
-Mão-de-obra direta
-Serviços subcontratados e aplicados diretamente nos produtos ou serviços.

No nosso exemplo é uma lavagem de carro que vai aplicar no serviço 300 litros
de água e uma lata de cera, e que os preços desses materiais são de R$
0,04/litro de água, R$ 9/unidade de cera e flanela a R$ 5,00, respectivamente,
assim o custo do material é de:
• Água: R$ 12,00
• Cera: 9,00
• Flanela 5,00
• Total: R$ 26,00

3º Passo – Cálculo do Custo Unitário do Serviço


Custo Unitário = custo da mão-de-obra direta + custo do material
Custo Unitário = (R$ 7,5 x 8 horas) + R$ 26,00
Custo Unitário = R$ 86,00.

4º Passo – Custo fixos


No nosso exemplo vamos considerar que a empresa possui um custo fixo médio
nos últimos 6 meses de R$ 2.000,00, incluso nesse valor as despesas com
aluguel, pró-labore, telefone, água, material de limpeza, depreciação, lanches
entre outros.
Vamos considerar também que a receita bruta média dos últimos 6 meses foi de
R$16.000,00. Assim, deveremos apurar a relação entre o custo fixo médio e a
receita bruta média, utilizando a seguinte fórmula:
CF% = (CFM / RBM) x 100, onde: CF% = percentual do custo fixo em relação a
receita bruta; CFM = custo fixo médio; RBM = receita bruta média

Logo: CF% = (R$ 2.000,00 / R$ 16.000,00) x 100


CF% = 12,50%

Conforme apurado, a taxa do custo fixo médio em relação à receita bruta média
é de 12,50%, isso, significa que cada mercadoria vendida deverá suportar com
12,50% dos custos fixos, através de suas vendas.

5º Passo – Custo Variáveis de Venda


Os custos variáveis de venda são os descritos na relação abaixo, totalizando
10,93%.
ISSQN = Imposto sobre Serviço de Qualquer natureza
PIS = Programa de Integração Social
COFINS = Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL
IRPJ (Lucro Presumido) = Imposto de Renda Pessoa Jurídica.
ISSQN 5,00%
PIS 0,65%
COFINS 3,00%
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL 1,08%
IRPJ (Lucro Presumido) 1,20%
Soma 10,93%

Nota: valores acima são meramente ilustrativos para efeito didático.

Definição da Margem de Lucro


A Margem de Lucro - ML, é o lucro esperado pelo empresário, após pago todos
os custos. Para fixação da margem de lucro a empresa deverá ficar atenta, e
verificar além dos seus custos também o preço praticado pelo mercado.
No nosso exemplo consideraremos que a margem lucro é de 15%.

Cálculo da Taxa de Marcação


É um coeficiente aplicado sobre os custos para tornar a precificação mais
precisa. Esta é a fórmula usada para calcular o índice a partir da soma dos custos
fixos, custos variáveis e margem de lucro.
Agora já temos todos os elementos para calcular o preço de venda da
mercadoria, assim, vamos encontrar a Taxa de Marcação – TM.
A Taxa de Marcação é o fator que vai definir o preço de venda do serviço, para
calcular vamos utilizar a seguinte fórmula:
CF% = percentual do custo fixo em relação a receita bruta = 12,50
CVV = Custo Variáveis de Venda = 10.93
ML = margem de lucro = 15%

TM = 100 / (100 – (CF% + CVV + ML)


TM = 100 / 100 – (12,50 + 10,93 + 15,00)
TM = 100 / (100 – 38,43)
TM = 100 / 61,57
TM = 1,62

Cálculo do Preço de Venda


Encontrada a Taxa de Marcação de 1,62, agora vamos calcular o preço de venda
das mercadorias aplicando a fórmula: PV = CUT x TM, Onde:
CUT = custo de unitário do serviço
TM = taxa de marcação.

Assim, temos: PV = R$ 86 x 1,62 = R$ 139,32

Desta forma, para executar o serviço de pintura na porta e no para-lama do


automóvel o preço é de R$ R$ 199,26. É de suma importância conhecer todos
os elementos, as ferramentas e as estruturas de custos e preço de venda,
notadamente num momento que o mercado é quem estabelece o valor que está
disposto a pagar pela aquisição dos serviços.
É importante também verificar o regime tributário adotado na empresa para
cálculo das alíquotas dos impostos e contribuições, assim, é recomendável
consultar o contador da empresa para obter esses dados de forma mais
detalhada.

ATIVIDADE
Todos os alunos deverão imaginar um produto diferente e apresentar as matérias
primas necessárias para sua produçao.
Esta atividade requer um detalhamento que permita o levantamento de preço de
cada componente para sua fabricação.
O professor orientará para o levantamento de preços nos dias seguintes e a
apresentação destes dados no próximo encontro.

CAPÍTULO 4

PONTO DE EQUILÍBRIO

PONTO DE EQUILÍBRIO
Na página do SEBRAE você encontra uma das mais completas explicações. De
forma sintetizada, você vai conhecer o conceito e a forma de calcular este
importante indicador.
O ponto de equilíbrio é um indicador de segurança do negócio, pois mostra o
quanto é necessário vender para que as receitas se igualem aos custos. Ele
também indica em que momento, a partir das projeções de vendas do
empreendedor, a empresa igualará suas receitas e seus custos.
O ponto de equilíbrio é uma importante ferramenta de gestão financeira para
identificar o volume mínimo de faturamento necessário para não haver prejuízos.

E como encontrar o ponto de equilíbrio?


Geralmente, o ponto de equilíbrio é calculado sob a forma de percentual da
receita projetada.
A lógica do ponto de equilíbrio mostra que quanto mais baixo for o indicador,
menos arriscado é o negócio. E quanto menor for o ponto de equilíbrio, mais a
empresa possui os seus custos relacionados à operação (custos variáveis) do
que à manutenção (custos fixos) - ficando mais competitiva e com melhor
rentabilidade frente aos demais players.

ATIVIDADE
Neste momento, realizaremos uma atividade que consolidará todo o
conhecimento adquirido ao longo do ciclo atual no que se refere a disciplina
CUSTOS E PRECIFICAÇAO.
A turma deverá ser dividida em grupos e cada integrante compartilhará os dados
pesquisados e identificados desde o último dia de aula. Os grupos deverão
escolher um ou mais dos produtos que seus integrantes pesquisaram.
Em seguida, se utilizar de hipotéticos, porém razoáveis informações
relacionadas aos demais dados necessários para alcançar o preço ao
consumidor, bem como seu ponto de equilíbrio.
O professor irá apresentar os critérios para a condução desta atividade avaliativa
que representará 20% do total de pontos possíveis para esta disciplina.

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