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O que é Orçamento Empresarial

Como na frase retirada de um dialogo em uma famosa fábula "Para quem não sabe aonde quer ir, qualquer caminho
serve".

Você sabe quanto sua empresa espera faturar no próximo ano? E nos três próximos anos? Qual sua projeção de
custos e despesas? Como vai investir seus lucros? Ou melhor, quanto espera ter de lucro? Vai expandir, adquirir mais
maquinário, contratar mais pessoas? E que retorno espera ter com estas ações e investimentos?

São muitas perguntas e nem sempre as empresas possuem a resposta!

O Orçamento Empresarial é o ato de planejar e estimar os ganhos, despesas e investimentos que a empresa terá em
um período futuro, geralmente de 1 a 3 anos, dependendo do setor de atuação, mas que pode chegar até algumas
décadas, como frequentemente acontece em empresas de concessão e exploração.

O principal objetivo é estabelecer metas e objetivos, podendo assim acompanhar e comparar os resultados, tomando
ações corretivas ou preventivas caso necessário.

O orçamento de uma empresa geralmente é composto por:

Orçamento ou projeção de vendas


Projeção de Vendas
A projeção de vendas, também conhecida como orçamento de vendas, planejamento de vendas, previsão de receitas
ou ainda projeção de faturamento, como o próprio nome induz, é a previsão feita pela empresa para o montante de
receitas que espera receber em um determinado período futuro.

É através dela que a empresa geralmente inicia o seu planejamento, inclusive porque é a partir das vendas que são
derivadas todas as demais projeções e simulações.

Alguns exemplos de outros planejamentos diretamente dependentes da previsão de vendas:

Deduções: as deduções de vendas e despesas variáveis como impostos, fretes e comissões estão diretamente
atreladas ao volume de vendas. Se não houver vendas, não há deduções a serem pagas.
Custos: os custos de produção dos produtos vendidos também dependem diretamente do volume de vendas. É
através desta projeção que a empresa fará seu planejamento de produção, compra de matérias-primas e insumos,
contratação de pessoal, etc.
Investimentos: é de acordo com o volume de vendas que está sendo planejado que a empresa saberá o quanto
precisará investir em máquinas, equipamentos, expansão (terrenos, armazéns, novas unidades produtivas), etc.
Gastos Fixos: baseado no volume de vendas previsto a empresa precisará se preparar para administrar o negócio,
contratando pessoal para os cargos administrativos, comprando materiais de manutenção e escritório, entre outros,
ou mesmo demitindo pessoal e reduzindo despesas caso as vendas previstas não suportem a estrutura de gastos
atual.

Um dos detalhamentos de vendas mais comuns praticados pela empresa para previsão de receitas é através da
quebra por:

Canais de distribuição: ou seja, o aminho escolhido para o produto ou serviço chegar ao consumidor final. Exemplos
de detalhamentos: regiões, estados, filiais, lojas físicas, lojas virtuais, revendedores, representantes, etc.
Mix de produtos: famílias de produtos, linhas de produtos, tipos de produtos, segmentos, marcas, modelos, etc.
Desta forma pode-se realizar analises que ajudem a entender porque um determinado produto vende mais em uma
região que outra, analisar o desempenho entre filiais da mesma região, comparar a rentabilidade de linhas de
produtos diferentes, entre outros.

Empresas com canais de distribuição muito ramificados ou mix de produtos muito extensos, como se tornar
complicado realizar a projeção em nível tão detalhado. Neste caso as empresas costumam realizar suas projeções
consolidando, por exemplo, lojas por região ou produtos por linha de produtos. Esta é uma técnica bastante útil, onde
deve-se apenas tomar o cuidado de encontrar o ponto de equilíbrio entre o nível de detalhe que permite uma
orçamentação ágil, mas sem comprometer a acuracidade da informação para as análises.

Apesar de sua extrema importância para o planejamento como um todo, é comum em muitas empresas colocar mais
energia e dar mais atenção ao orçamento e acompanhamento de custos e despesas, muitas vezes deixando em
segundo plano as atividades de previsão e simulações relacionadas ao planejamento de vendas, o que é ponto de
atenção para empresas com esta prática, pois como comentamos, o planejamento de vendas é a base para os demais
planos, afinal sem vendas, dificilmente uma empresa irá sobreviver.

Orçamento de deduções de vendas e despesas variáveis (fretes, comissões, impostos, etc.)


Orçamento ou Projeção de Dedução de Vendas
As Deduções de Vendas são os valores calculados sobre o Faturamento Bruto (que já vimos no post Projeção de
Vendas), e são geralmente caracterizadas pelas despesas que ocorrem sempre que há uma venda (não confundir
com Custo de Produto).

Subtraindo os valores de Deduções de Vendas do Faturamento Bruto obtemos a Receita Líquida, conforme
exemplificado na imagem abaixo:

Os valores das deduções são geralmente percentuais aplicados sobre a receita bruta (Receita Bruta * Dedução /100),
mas podem ser também valores fixos a serem pagos a cada venda realizada.

Alguns exemplos de deduções de vendas mais comuns:

Impostos: podem ser federais, estaduais ou municipais. PIS, COFINS, ICMS, ISS, entre outros são os impostos, que de
acordo com o segmento da empresa, devem ser pagos a cada venda realizada, a não ser que a empresa se encaixe no
Simples Nacional onde todos estes impostos são substituídos por uma alíquota única;
Comissões: trata-se da remuneração variável das pessoas envolvidas na venda;
Fretes: ao realizar uma venda é necessário o envio do produto ao cliente e este custo de envio deve ser abatido do
faturamento bruto deste produto. Este é um caso comum de se trabalhar com valores fixos por venda ao invés de
percentuais sobre o faturamento. Porém para planejamento e orçamento é muito complicado saber para onde os
produtos serão vendidos e enviados, portanto costuma-se utilizar da aplicação de percentuais médios para
simplificação dos cálculos e projeções;
Embalagens: a exemplo dos fretes, é o valor gasto para embalar um produto a ser vendido e também é comum
trabalhar com valor fixo por unidade vendida, mas simplificar o cálculo para projeções através de percentuais;
Devoluções e cancelamentos: são valores deduzidos do faturamento bruto em função do retorno dos produtos à
empresa por recusa do cliente. Os produtos, se em bom estado, retornam ao estoque para nova venda, sendo que o
valor referente à nota fiscal de venda, deverá ser abatido do faturamento;

Existem ainda outras deduções que podem ocorrer, dependendo do negócio e ramo de atuação, como por exemplo os
custos financeiros de vendas em empresas que vendem por comercio eletrônico (pagando taxas aos sites de vendas)
ou empresas que vendem através de cartões de crédito (que cobram percentuais em cima de cada venda realizada).

Orçamento de custos da produção


Orçamento de Custo dos Produtos Vendidos
Antes de começarmos a falar sobre Custos, é importante que esteja bem claro a diferença entre Custos e Despesas.
Custos x Despesas - Saiba a diferença

Você sabe qual a diferença entre custos e despesas e qual a importância disto para sua empresa?

Você sabe a importância de separar corretamente os Custos e as Despesas de sua empresa?


Custos
É considerado custo, todo e qualquer gasto relativo a aquisição ou produção de mercadorias, como por exemplo,
matéria-prima, mão-de-obra e gastos gerais de fabricação (GGF), como depreciação de máquinas e equipamentos,
energia elétrica, manutenção, materiais de conservação e limpeza para fábrica, viagens de pessoas ligadas a fábrica,
etc.

O Custos dividem-se ainda em Diretos e Indiretos:

Custos Diretos = são todos os custos diretamente ligados aos produtos e geralmente são mais fáceis de identificar,
como matéria-prima, insumos e mão-de-obra de funcionários dos centros de custos produtivos;
Custos Indiretos = já estes, ainda que ligados aos produtos, são um pouco mais difíceis de serem identificados, como
mão-de-obra de funcionários dos centros de outros centros de custos, mas que prestam serviço referente a fábrica
como manutenção, almoxarifado, ferramentaria, gerência e planejamento, etc. e os demais gastos de fabricação
(GGF), que englobam todas as despesas relacionadas a fábrica (exceto as diretas).
Despesas
Já as despesas são todos gastos relativos a administração da empresa, como a área comercial, marketing,
desenvolvimento de produtos e o financeiro.

Ou seja, são os gastos que a empresa precisa ter para manter a estrutura funcionando, porém não contribuem
diretamente para geração de novos itens que serão comercializados.
Fixos ou Variáveis?
Os custos e despesas também pode ser classificados em Fixos ou Varíaveis:

Custos ou Despesas Fixas: aquilo que não varia com o volume (produzido ou vendido);
Custos ou Despesas Variáveis: aquilo que varia em função do volume (produzido ou vendido).

Em algumas literaturas, você pode encontrar ainda os semi-variáveis ou semi-fixos: como por exemplo, o custo da
energia elétrica, onde a empresa contrata um fornecimento mínimo, chamado DEMANDA, essa é a parte fixa de uma
conta de energia elétrica, produza ou não, a empresa terá que pagar essa demanda (custo fixo), e o restante é o gasto
variável (o consumo conforme a produção), ou ainda no exemplo da energia elétrica, a parte consumida pelas áreas
administrativas é tratada como despesas e a parte consumida pela área produtiva é "absorvida" no custo dos
produtos.
Importância da correta classificação de Custos e Despesas
Em resumo, os custos são os desembolso que podem ser atribuídos ao produto final, já as despesas são de caráter
geral, de difícil vinculação aos produtos obtidos.

Entre os principais benefícios de uma apuração correta de custos e despesas, podemos destacar a análise deMargem
de Contribuição por produto, que é o valor que sobra da venda de um produto ao retirarmos de seufaturamento
bruto os gastos com deduções de vendas e com o custo de sua produção ou compra.
Como calcular a Margem de Contribuição de seus produtos
A Margem de Contribuição é um dos indicadores econômico-financeiros mais importantes que sua empresa pode
ter e precisar ser analisado regularmente. Mas apesar de sua importância, ele é muito objetivo e bem simples de ser
calculado. =)

Também conhecida como Ganho Bruto, a Margem de Contribuição representa o quanto o lucro da venda de cada
produto contribuirá para a empresa cobrir todos os seus custos e despesas fixas, chamados de custo de estrutura, e
ainda gerar lucro. Com base nisto você pode calcular a quantidade mínima de produtos que precisará vender.

O lucro unitário de cada produto vendido é como um pequeno "tijolo" que ajuda a compor o resultado final da
empresa
Cálculo da Margem de Contribuição
Para encontrar a Margem de Contribuição, basta fazer a seguinte conta: valor das Vendas menos o valor dos Custos e
Despesas Variáveis. Ou se preferir, pode usar a formula:
Margem de Contribuição = Valor das Vendas – (Custos Variáveis + Despesas Variáveis)
Exemplo
Imagine que sua empresa planeje vender 100 unidades de um determinado produto, a R$ 50 cada unidade. Para
produzir cada unidade deste produto, sua empresa tem um custo de R$ 20 e mais R$ de despesas variáveis. Portanto,
nossa Margem de Contribuição ficaria:

Cálculo da Margem de Contribuição

Mas para calcular a Margem de Contribuição é preciso conhecer alguns conceitos base. O primeiro deles é saber
a diferença entre custos e despesas, que você pode conferir aqui neste artigo. Além disto, é preciso saber
também distinguir entre custos e despesas fixas e variáveis, que você também pode conferir neste mesmo
artigo.

Cada atividade empresarial, em função da sua natureza operacional e das características comerciais que pratica,
apresenta diferentes valores que representam custos e despesas, os quais precisam ser analisados um a um, para
serem definidos pela condição de variáveis ou fixos.
E por que deste nome, Margem de Contribuição?
Margem por que é a diferença entre o Valor da Venda (preço de venda) e os Valores dos Custos e das Despesas
específicas destas Venda, ou seja, valores também conhecidos por Custos Variáveis e Despesas Variáveis da venda.
Contribuição porque representa em quanto o valor de cada venda contribui para o pagamento das Despesas Fixas e
também para gerar Lucro.
Ou seja...
Conhecer a Margem de Contribuição que as vendas proporcionam é fundamental para o planejamento de qualquer
empresa e é essencial para poder tomar decisões. Principalmente se considerarmos que a Margem de Contribuição
pode ser fixada como meta no momento da definição do preço de venda dos produtos e serviços. Se ela não é
conhecida, a empresa pode estar vendendo bastante e mesmo assim tendo prejuízo.

É a Margem de Contribuição que irá garantir a cobertura do custo fixo e da geração de lucro, após a empresa ter
atingido o Ponto de Equilíbrio, ou Ponto Crítico de Vendas (Break-even-point). Mas este é assunto para o
próximo post...

De maneira resumida, a margem de contribuição nos diz se um produto vale a pena ou não ser produzido, e não
temos como realizar esta análise se não tivermos identificado as despesas administrativas separadas do custo de
produção.
Se você ainda tem alguma dúvida ou gostaria de revisar, confira o tópico Custos x Despesas, saiba a diferença.
De modo resumido, são considerados Custos todos os desembolsos que uma empresa realizada para poder vender
seus produtos, mercadorias ou serviços.

De acordo com o ramo de atuação da empresa, podemos ter basicamente três classificações de custos:

CPV (Custo dos Produtos Vendidos): comum a empresas que produzem seus próprios produtos;
CMV (Custos das Mercadorias vendidas): geralmente empresas de comercio que revendem produtos de terceiros ou
empresas que terceirizam parte ou toda sua produção;
CSP (Custos dos Serviços Prestados): aplicado a empresas que atuam com venda de serviços, como por exemplo
consultorias ou auditorias.

Existem vários métodos a apuração de custos. Vamos detalhar na sequência o método de Custeio Por Absorção,
também conhecido como Custeio Integral. Este sistema apura o valor dos custos dos bens ou serviços, levando em
consideração todos os custos produtivos, incluindo os custos diretos, indiretos, fixos e variáveis.

Este método é dividido em:

Custos Variáveis: como o nome já nos dá uma pista, são os custos que variam de acordo com a produção (que por sua
vez varia de acordo com o Volume de Vendas Previsto), como por exemplos as matérias-primas e insumos utilizados
na produção. Não sabe a diferença entre matéria prima e insumo, confira aqui.
Custos Fixos: são os desembolsos relacionados a área produtiva que terão de ser feitos obrigatoriamente,
independente do volume de produção. Alguns exemplos de custos fixos: salários dos funcionários, manutenção de
máquinas e equipamentos, manutenção e limpeza do parque fabril, etc. Muito importante neste item é não
confundir Custos Fixos com Despesas Fixas.

No método de custos por absorção, todos os custos fixos devem ser absorvidos pelos produtos, ou seja, através de
parâmetros estabelecidos pela empresa, como por exemplo o numero de horas utilizado na produção de cada item, os
custos fixos são alocados ao custo de cada produto, que somado ao custo variável nos dá o custo total unitário dos
produtos.

Orçamento de RH ou mão de obra


Orçamento de RH ou Orçamento de Gastos com Pessoal
O orçamento de gastos com recursos humanos (RH), também conhecido como orçamento de gastos com mão-de-obra
ou ainda como orçamento de gastos com pessoal, consiste na projeção dos desembolsos que a empresa terá
relacionados a seus funcionários.
Podemos classificar os gastos com mão-de-obra basicamente em:

Salários: remuneração direta paga ao funcionário pelo trabalho realizado. Este gastos podem ser classificados ainda
em salários fixos ou salários variáveis.
Encargos: são taxas legais obrigatórias, que podem ser pagas diretamente ao funcionário (como férias, adicional de
férias, 13º salário, hora extra, hora noturna, insalubridade, periculosidade, ausência remunerada, repouso
remunerado (DSR) e licenças), ou ainda os valores que não vão diretamente para o bolso dos funcionários, mas
compões benefícios e garantias ao trabalhador (como o INSS e o FGTS).
Benefícios: já os benefícios são valores adicionais que a empresa oferece para seus colaboradores, como auxilio
transporte, auxílio refeição, plano de saúde, plano odontológico, auxilio medicamentos, bolsas de estudos,
previdência privada, entre outros.

Um erro comum, e que acontece com bem mais frequência que imaginamos, é que ao projetar a contratação de um
novo funcionário, as empresas fazem apenas a conta levando em consideração o salário do novo colaborador, e
esquecendo de incluir nos cálculos os encargos e benefícios envolvidos.

Além disto, outro erro comum e que pode causar sérios problemas ao fluxo de caixa de uma empresa é deixar de
prever no orçamento os reajustes e renegociações, como por exemplo o dissídio coletivo (reajuste anual para
reposição das perdas do poder aquisitivo ocasionadas pela inflação), os reajustes previstos em contratos para planos
de saúde, planos odontológicos, aumentos no valor de vale transporte e vale alimentação e até mesmo os aumentos
de salários reivindicados pelos funcionários periodicamente.

Também é importantíssimo que a empresa se prepare para os dois grandes desembolsos anuais, relacionados ao
pagamento de férias e do 13º salário. Aqui é ponto onde muitas empresas que não criam uma reserva acabam
necessitando recorrer aos bancos, tomando empréstimos com juros altos para honrar os compromissos com os
funcionários.

E não podemos esquecer de prever ainda uma provisão para as rescisões contratuais (multas pagas sobre demissões).

Fica claro que a "rubrica" Gastos com Pessoal é uma das mais importantes na análise do demonstrativo de despesas e
custos de sua empresa, e merece atenção especial na elaboração do orçamento, principalmente em empresas de
serviços, que costumam ter a maior parcela dos seus gastos relacionados a força de trabalho.

Portanto, um erro ou "descaso" na elaboração do orçamento e gestão das despesas de RH pode causar sérios
problemas ao caixa da empresa, ocasionando despesas adicionais com juros bancários, e podendo até mesmo causar
a falência em alguns casos mais extremos.

Em breve falaremos aqui sobre como diferenciar Gastos com Pessoal e Custos com Pessoal, que não são a mesma
coisa, apesar dos termos semelhantes.

Orçamento de gastos fixos ou gastos administrativos

Orçamento de investimentos
Orçamento de Investimentos
Os Investimentos são os desembolsos realizados pela empresa para a compra de bens como máquinas,
equipamentos, veículos, móveis, ferramentas, recursos de informática (hardware ou software), ou até mesmo em
treinamentos e capacitações. Este tipo de investimento é conhecido como investimentos operacionais, pois como o
próprio nome sugere, contribuem diretamente para melhorar e ampliar a capacidade produtiva da organização.

Estes investimentos podem ser pagos de uma única vez, ou parcelados. Geralmente a empresa utiliza o próprio lucro
gerado em sua operação para a realização de novos investimentos, mas também é muito comum o uso de
financiamentos e linhas de crédito para aquisição de bens.

Algumas empresas também utilizam os lucros gerados e as sobras de caixa para realizar investimentos financeiros, ou
seja, ao invés de investir na ampliação do patrimônio da empresa, é optado por colocar os recursos em fundos de
investimentos ou até mesmo comprar ações de outras empresas.

Não existe uma formula exata para afirmar se o mais correto é a empresa investir seus recursos em sua operação ou
partir para investimentos financeiros. Esta decisão que varia de empresa para empresa e geralmente está atrelada em
uma série de fatores, internos ou externos, como o setor ou ramo de atividade da empresa, o ritmo de crescimento do
mercado que ela está inserida, as taxas de retorno oferecidas por cada tipo de investimento, entre outros fatores que
devem ser analisados com cuidado para tomar a decisão que mais se adeque ao contexto da empresa.

Outro ponto importante que deve ser deixado claro é a diferença entre investimentos, custos e despesas.

Como já vimos no post Custo e Despesas, Saiba a Diferença, as despesas são os valores gastos com a estrutura
administrativa e comercial da organização, como aluguel, salários, encargos, benefícios, pró-labore, telefone,
propaganda, impostos, etc. As despesas podem ser fixas e/ou variáveis, sendo as fixas são aquelas cujo valor a ser
pago não depende do volume, ou do valor das vendas, enquanto que as variáveis são aquelas cujo valor a ser pago
está diretamente relacionado ao volume de produtos ou serviços vendidos.

Já os custos, podem ser assim entendidos como o valor gasto na aquisição das mercadorias (comércio), na fabricação
dos produtos, compreendendo matérias-primas, insumos, mão-de-obra interna e/ou externa, etc. (indústria), ou ainda
como o valor gasto na execução do serviços, compreendendo os materiais, componentes, peças, bem como a mão-de-
obra interna e/ou externa (serviços).
Com os dois breves parágrafos acima, podemos facilmente identificar a diferença entre entre investimentos, custos e
despesas, sendo que ao contrário dos custos e despesas, os investimentos são a aplicação de algum tipo de recurso
com a expectativa de receber um retorno futuro superior ao que foi aplicado, compensando inclusive, a perda de
uso desse recurso durante o período de aplicação, ou seja, investimento significa a aplicação do capital da empresa
em meios (tangíveis e intangíveis) que levam ao crescimento de sua capacidade produtiva.

Este é um tema muito abrangente para se resumir em um único post, então logo teremos novos artigos publicados
aqui no blog sobre o assunto. Já na próxima semana daremos continuidade falando um pouco mais sobre análise de
viabilidade dos investimentos, inclusive com a abordagem dos principais indicadores utilizados para ánalise de
investimentos:

TIR - Taxa Interna de Retorno;


VPL - Valor Presente Líquido;
Payback - tempo de recuperação do investimento realizado.

Após a elaboração do orçamento pelas áreas, com as informações disponíveis é possível a geração dos três relatórios
considerados essenciais para a gestão de qualquer empresa:

DRE - Demonstrativo de Resultados do Exercício


DRE - Demonstrativo de Resultados do Exercício
O Demonstrativo de Resultados do Exercício (DRE) é um relatório que oferece uma síntese financeira das
atividades operacionais e não operacionais de uma empresa em um determinado período de tempo, demonstrando
claramente se há lucro ou prejuízo.

Embora seja elaborado anualmente devido às obrigações legais de divulgação, em geral o demonstrativo é gerado
também mensalmente para fins administrativos e gerenciais, sendo uma das mais poderosas ferramentas de análise
para os gestores de uma empresa.
Estrutura de um DRE
O DRE pode ser gerado com dados contábeis ou gerenciais, mas sempre obedecendo ao princípio do Regime de
Competência. Com base neste princípio, as receitas e as despesas devem ser incluídas na data em que ocorreram,
independente da data de recebimento ou pagamento.

Entendendo a diferença entre Regime de Caixa e Regime de Competência


No Regime de Competência, o registro do documento se dá na data que o evento aconteceu. Este evento
pode ser uma entrada (venda) ou uma saída (despesas e custos). A contabilidade define o Regime de Competência
como sendo o registro do documento na data do fato gerador (ou seja, na data do documento, não importando
quando vou pagar ou receber).

A Contabilidade utiliza o Regime de Competência, ou seja, as Receitas ou Despesas tem os valores contabilizados
dentro do mês onde ocorreu o fato Gerador, isto é, na data da realização do serviço, compra do material, da venda, do
desconto, não importando para a Contabilidade quando vou pagar ou receber, mas sim quando foi realizado o ato.

Já o Regime de Caixa é diferente do regime de competência. No Regime de Caixa, consideramos o registro dos
documentos na data que foram pagos ou recebidos, como se fosse uma conta bancária.

Para realizar a medição dos resultados de uma empresa, o mais comum e recomendado é que se utilize do Regime de
Competência, onde além de se considerar as vendas efetuadas e as despesas realizadas, também considera-se
a depreciação, que no Regime de Caixa não é considerada. O Demonstrativo de Resultados do Exercício (DRE),
um dos mais importantes relatórios de gestão de uma empresa, é confeccionado pelo Regime de Competência.
Através deste relatório podemos saber se uma empresa teve lucro ou prejuízo em um determinado período de tempo.
Porém, o Regime de Caixa também é muito importante. É através dele que são confeccionados os demonstrativos
financeiros da empresa, como por exemplo o Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC), outro dos três
demonstrativos essenciais para gestão. Este relatório nos mostra as entradas e saídas de dinheiro da empresa, e é
através dele que sabemos como está a saúde financeira da organização.

Muitas vezes a companhia pode ter um grande volume de vendas, e produtos com boas margens, apresentando lucro
no DRE. Porém pode ter seus processos de pagamentos e recebimentos mal dimensionados, ficando assim sem
disponibilidade de dinheiro em caixa, e isso é obtido exatamente pela leitura do DFC.

Um exemplo bastante simples, mas que nos ajuda a ilustrar a diferença entre regime de caixa e regime de
competência é o uso do cartão de crédito pessoal. Imagine uma pessoa que tenha um salário de R$ 1.000 e que tenha
gasto durante o mês R$ 700 em seu cartão de crédito, isto em várias compras ao longo do mês. O cartão desta pessoa
vence no dia 10 do mês seguinte. Esta será então a data do regime de caixa, ou seja, quando a pessoa fará o
desembolso para quitar sua fatura. Já a data onde cada compra foi realizada no decorrer do mês é a competência das
despesas, ou seja, a data onde houve o fato gerador de cada despesa. Outro ponto importante neste caso é o
equilíbrio que citamos anteriormente. Neste exemplo, a pessoa tem R$ 1.000 de recebimentos e R$ 700 de
pagamentos, ou seja, se fôssemos analisar através de um DRE, seria apresentado lucro de R$ 300. Porém, imagine
que esta pessoa receba seu salário no dia 15. Como seu cartão vence no dia 10, a pessoa ficaria 5 dias em dívida com o
pagamento do cartão, o que se analisássemos através de um DFC, nos mostraria uma falha, uma deficiência de caixa.

Resumidamente, o DRE de uma empresa é estruturado da seguinte maneira:

O DRE é formado de maneira lógica e sequencial, tornando de fácil leitura até mesmo para os gestores sem formação
financeira.

Este é um exemplo de como o relatório pode ser estruturado pela empresa, porém como já dissemos antes, este é um
relatório gerencial, ou seja, as empresas podem adicionar ou mesmo excluir linhas, de acordo com suas necessidades.
Objetivos do DRE
Seu principal objetivo é detalhar cada passo que compõe o resultado líquido da empresa em um exercício através do
confronto das receitas, custos e despesas apuradas, gerando informações significativas para tomada de decisão.

O DRE auxilia tanto na avaliação desempenho geral da empresa, quanto na análise de eficiência dos gestores em obter
resultado positivo em suas áreas.

O mais importante é que o DRE é elaborado de uma maneira sequencial e lógica (receitas, menos as deduções, custos
e despesas), o que permite até mesmo gestores não financeiros interpretarem facilmente as informações e
entenderem como está sendo composto o lucro líquido da empresa e claro, o que fazer para melhorá-lo.
Importância do DRE na gestão empresarial
Juntamente ao Demonstrativo de Fluxo de Caixa e o Balanço Patrimonial, o DRE é um dos três relatórios
indispensáveis para gestão e um procedimento de suma importância para avaliar a saúde financeira de qualquer
empresa, não importando o tamanho ou área de atuação.

Com ele a empresa pode avaliar sua capacidade de geração de riqueza (lucro) e quando necessário, realizar
modificações na administração para melhorar os resultados. Quando a DRE retrata a real situação da empresa, torna
possível uma administração voltada para a eficiência e a competência, e é flexível aos interesses dos usuários de
maneira geral.

E por ser um relatório bastante detalhado e ao mesmo tempo intuitivo, o DRE fornece aos administradores e gestores
importantes elementos, fundamentais para tomada de decisão. Sem estas informações, a avaliação da verdadeira
situação da empresa fica muito mais difícil, comprometendo inclusive a tomada de decisões estratégicas.

BP - Balanço Patrimonial

DFC – Demonstrativo de Fluxo de Caixa


Demonstrativo de Fluxo de Caixa
Recentemente publicamos aqui um artigo falando sobre o Demonstrativo de Resultados do Exercício (DRE), e
inclusive disponibilizamos um modelo de DRE em Excel para download gratuito.

Em outra publicação recente explicamos as diferenças entre regime de caixa e regime de competência, onde
você deve ter notado que utilizamos como exemplo o Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC).

Estes são dois, dos três relatórios essenciais para a gestão econômica (DRE) e financeira (DFC) de qualquer empresa,
independente do setor ou porte.

Mas o que é o Demonstrativo de Fluxo de Caixa?

Também conhecido pelo termo Demonstração do Fluxo de Caixa ou ainda pelo seu acrônimo DFC, é uma peça
contábil (relatório fundamental para análise da empresa) que evidencia a posição financeira da empresa em um
determinado período de tempo.

A DFC permite saber quais foram as entradas e saídas de dinheiro que ocorreram em um período específico, seja
no caixa, nas contas bancárias ou nas aplicações financeiras que a empresa possui com liquidez imediata. Com o DFC é
possível ainda averiguar qual o resultado causado na empresa por cada uma destas movimentações financeiras.

Entre diversas outras informações, a Demonstração de Fluxo de Caixa aponta onde os recursos financeiros da empresa
foram aplicados e qual a origem desses recursos, possibilitando uma melhor gestão das entradas e saídas de dinheiro
e evitando desvios e erros.

A Demonstração do Fluxo de Caixa é de extrema importância para o gestor analisar e avaliar a capacidade financeira
da empresa, elaborando assim um planejamento financeiro adequado à realidade do momento, para que possa evitar
que a empresa fique sem dinheiro disponível em caixa para honrar seus compromissos ou então decidir quais as
aplicações mais vantajosas para investir os recursos financeiros disponíveis, seja investindo em ampliações da própria
empresa ou colocando o dinheiro em aplicações financeiras externas, como fundos de investimentos.

Diferenças entre o Demonstrativo de Resultados do Exercício (DRE) e o Demonstrativo de Fluxo de Caixa


(DFC)
O Demonstrativo de Resultados do Exercício (DRE) e o Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC) são dois dos mais
importantes relatórios para gestão econômico-financeira de uma empresa, pois permitem a análise da saúde
econômico-financeira da companhia por duas perspectivas diferentes e complementares: o regime de caixa e
o regime de competência.
Já publicamos aqui no blog um artigo completo, onde você pode obter mais detalhes sobre as diferenças entre o
regime de caixa e o regime de competência, mas hoje vamos ver na prática o que isso significa.
Demonstrativo de Fluxo de Caixa - Regime de Caixa
De forma resumida, no regime de caixa, consideramos o registro dos documentos na data que foram pagos ou
recebidos, como se fosse uma conta bancária. Este evento pode ser uma entrada (venda) ou uma saída (despesas e
custos).

Imagine que sua empresa tinha a receber R$10.000,00 de um cliente durante 06 meses, mas ele atrasou os
pagamentos e deixou para pagar tudo no último mês. Neste caso, seu fluxo de caixa estaria da seguinte maneira:

Exemplo Fluxo de Caixa


Ponto Positivo: o fluxo de caixa, como o próprio nome já diz, demonstra exatamente dinheiro que a empresa
realmente possui em caixa. Isso é importante para gerenciar a liquidez do negócio (capacidade de pagar seus
compromissos), pois muitas vezes, a empresa pode estar com uma boa rentabilidade, ou seja, dando lucro, mas no
curto prazo não possui dinheiro em caixa (capital de giro) para pagar as contas.
Ponto Negativo: o problema da visão de caixa é que você não consegue medir o resultado operacional da empresa. Se
uma pessoa de fora da organização analisasse o fluxo de caixa do nosso exemplo, provavelmente acharia que a
empresa teve resultado negativo por cinco meses e depois um resultado incrível no sexto mês. Também pode
acontecer o contrário, onde um cliente pode ter pagado o total à vista, e os gestores acharem que estão com muito
caixa, sem visualizarem que precisam desse dinheiro para manter as operações por mais um semestre.
Demonstrativo de Resultados do Exercício - Regime de Competência
Já no regime de competência, o registro do documento se dá na data que o evento aconteceu. A contabilidade define
o regime de competência como sendo o registro do documento na data do fato gerador (ou seja, na data do
documento, não importando quando vou pagar ou receber).

Vamos utilizar o mesmo exemplo, onde o cliente deveria lhe pagar R$10.000,00 por mês, mas pagou tudo só no
último mês. Neste caso, seu demonstrativo de resultado de exercício ficaria conforme a imagem abaixo:

Exemplo Demonstrativo de Resultados do Exercício


Ponto Positivo: com o regime de competência (DRE), você consegue visualizar se a estrutura financeira da sua
empresa está correta e se o modelo de negócio faz sentido. Ou seja, o DRE permite avaliar se vale a pena continuar
produzindo e comercializando os produtos ou serviços de sua companhia e se eles geram lucro suficiente para pagar
os custos e despesas, sem levar em consideração quando as receitas serão recebidas nem quando os custos e
despesas serão pagos.
Ponto Negativo: como o demonstrativo de resultado de exercício não leva em consideração o que de fato está
acontecendo ao caixa da empresa, é possível que a companhia acabe ficando com pouco dinheiro em caixa, o que
levaria a contrair dívidas desnecessárias, como em nosso exemplo, onde o DRE estaria demonstrando uma receita
mensal, mas que de fato não está entrando no caixa.
E então, qual usar?
Os dois!

Como dissemos no começo do artigo, ambas as visões são necessárias e complementares na gestão econômico-
financeira de um negócio, e os dados devem sempre ser analisados pelas duas perspectivas para se obter a melhor
decisão possível para a situação da empresa.

Existem vários modelos de orçamento, como:

Orçamento matricial
Orçamento histórico
Orçamento base zero
Orçamento Base Zero (OBZ) e Orçamento Base Histórico (OBH) - Conceitos, vantagens e desvantagens de cada
modelo

Nós já publicamos aqui no blog várias dicas de como criar seu orçamento para o ano seguinte, e neste artigo vamos
abordar as vantagem e desvantagens de duas técnicas bastante utilizadas: o Orçamento Base Histórico (OBH) e
oOrçamento Base Zero (OBZ).

Orçamento Base Zero (OBZ)


Esta técnica parte do princípio de que nem todos os eventos ocorridos no ano atual irão se repetir no próximo ano. Ou
seja, na sua empresa você não terá necessariamente gastos com as mesmas funções e operações nos exercícios
seguintes.

No Orçamento Base Zero, deve-se orçar as despesas baseado em cada processo, projeto e atividade necessários
para atingir as metas e objetivos definidos pela empresa, e cada despesa deve ser discutida e justificada pelos
gestores. Desta maneira, garantem-se somente as despesas essenciais para o ano seguinte.

Por este modelo de orçamento não levar em consideração os dados históricos para realizar o orçamento, ele acaba
tomando muito mais tempo, pois todos os gastos da empresa deverão ser discutidos e justificados, porém tem como
vantagem a eliminação de processos e projetos que não estejam alinhados com os objetivos da empresa.

Pelas características do Orçamento Base Zero, é indicado sua utilização principalmente quando se deseja realizar uma
reestruturação na empresa.
Orçamento Base Histórico (OBH)
Nesta técnica, o orçamento é gerado levando-se em consideração os números do ano anterior. Basicamente calcula-se
o quanto se deseja elevar a receita e quanto os custos e gastos deverão subir para dar suporte aos objetivos de
aumento de receita.

Este orçamento envolve muito menos pessoas, pois não é necessário revisitar e justificar todas as atividades da
empresa para gerar o novo orçamento, sendo assim muito mais rápido de ser gerado.

Além disto, com o Orçamento Base Histórico, pode-se evitar distorções na hora de definir os custos de uma
determinada atividade, pois já se tem como base o custo do ano anterior e não vai ser necessário estimar o custo da
atividade do zero.

Não é possível alterar o que já passou, porém não podemos esquecer do aprendizado e experiência adquiridos ao
longo do tempo, portanto é sempre bom dar uma olhada para trás, evitando assim cometer os mesmo erros
novamente.
Orçamento Base Zero (OBZ) x Orçamento Base Histórico (OBH)
Como podemos observar ambas as técnicas tem suas vantagens e desvantagens, e a questão de qual técnica utilizar
vai depender muito do momento da empresa. Caso se esteja querendo reestruturar a empresa ou alguma área,
oOrçamento Base Zero pode ser o mais indicado. Do contrário o Orçamento Base Histórico proporciona
ganhos de velocidade em sua elaboração, além do aprendizado que traz acumulado.

Uma estratégia que se pode adotar é utilizar o Orçamento Base Zero a cada três ou quatro anos, e nos demais
anos utilizar o orçamento base histórico para ir medindo a evolução do resultado da empresa. Outra estratégia
interessante é partir para um modelo hibrido, ou seja, caso o objetivo seja reestruturar somente uma área da
empresa, aplicar oOrçamento Base Zero para esta área e o Orçamento Base Histórico para o restante da
empresa.

Orçamento colaborativo ou participativo


Orçamento impactado (forecast)
Forecast - Muito além do ajuste no Orçamento

O orçamento, conceito já bastante discutido aqui no blog, é responsável por estabelecer os objetivos financeiros da
empresa ou organização para um período pré-determinado.

Mas, e se durante este período o cenário financeiro da minha empresa mudar? Seja por um aumento nas despesas, a
entrada de uma receita excedente, ou mesmo uma mudança nos meus objetivos traçados no início do período
orçamentário, meu orçamento estará comprometido?

A resposta é: não. Para isto existe o conceito de Forecast, também conhecido como orçamento impactado ou
ainda, orçamento revisado. Enquanto o orçamento é uma previsão referente à um período, o Forecast é um exercício
de análise e revisão, baseado na situação atual da empresa. Afinal, o mercado é muito volátil e nem sempre
corresponde as mais afiadas previsões, portanto adequar-se, aprender a identificar, bem como lidar com essas
mudanças, é a proposta do Forecast.

Para exemplificar o uso do Forecast, vamos utilizar a seguinte tabela, representando um orçamento anual de uma
conta qualquer:

No exemplo acima, as despesas anuais foram orçadas em R$12.000, ou seja, R$ 1.000 por mês. Mas entre abril e
junho as despesas somaram R$ 6.000, ou seja, o dobro do que havia sido planejado. Isso significa que se pretendemos
manter o mesmo objetivo no final do período, teremos que minimizar os gastos nos próximos meses, realizando um
ajuste no orçamento, ou seja, realizando o Forecasting.

Este ajuste pode ser saudável, visto que se está monitorando e replanejando os gastos com base em um cenário atual
e real, o que nem sempre é possível alcançar com o orçamento ou mesmo com simulações de cenários.

Além de ajustar o orçamento, o Forecast deve ser visto com uma ferramenta que traz diversos benefícios:

Alinhamento: a empresa é constantemente alinhada com cenário planejado, e com que realmente está sendo
realizado;
Oportunidade: possibilita modelar sua empresa à novas oportunidades de mercado que não foram previamente
mapeadas;
Aprendizado: com o uso do Forecast é possível identificar padrões de períodos que costumam sair do previsto, e
aprender a prevenir tais cenários.

É importante ressaltar que as revisões devem ser feitas com prudência. O orçamento impactado é um exercício de
aprendizado, e não deve ser utilizado para justificar orçamentos displicentes.

O orçamento define aonde ser quer ir, enquanto o Forecast nos mostra para onde realmente estamos indo. E com
base nisto, podemos verificar a necessidade de ajustar a rota, ou até mesmo o objetivo, enriquecendo o todo
processo orçamentário e de acompanhamento.

E claro, modelos híbridos entre dois ou mais modelos acima.

Uma prática muito comum nas empresas é a criação de Cenários Orçamentários. Os cenários são ensaios que as
empresas realizam simulando diversas possibilidades de mudanças (internas ou externas) para entender os impactos
que a empresa poderia sofrer com estas mudanças. Alguns exemplos de situações que podem ser simuladas através
de cenários:

O que aconteceria ao nosso resultado se as vendas subirem 15%? Teremos capacidade produtiva para atender aos
pedidos dos clientes?
Qual o impacto de um aumento coletivo de salários? Será que podemos pagar?
E se o dólar subir, como fica nosso custo já que temos matérias-primas importadas?

O orçamento geralmente ocorre nos últimos meses do ano, onde são feitas as projeções para o ano seguinte. A ideia é
que a empresa possa acompanhar mês a mês os resultados reais e compará-los com o que foi projetado, realizando
assim ajustes de curso quando necessário para que as metas e objetivos sejam alcançados.

Ponto de Equilíbrio Econômico - O que é e como calcular

Nas ultimas semanas falamos aqui sobre a margem de contribuição e até mesmo disponibilizamos uma planilha
gratuita para seu cálculo. E no artigo de hoje, vamos falar do próximo passo que acaba acontecendo naturalmente:
determinar o Ponto de Equilíbrio Econômico de sua empresa.

Apesar do nome pomposo, o Ponto de Equilíbrio Econômico é um índice muito simples e fácil de calcular, que informa
ao empresário o faturamento mínimo necessário para cobrir os custos (fixos e variáveis).

A busca pela superação do Ponto de Equilíbrio Econômico é a preocupação de todo empresário.

No Ponto de Equilíbrio, também chamado de Break-Even Point, Ponto de Ruptura ou ainda Ponto Crítico, o
lucro da empresa é zero, ou seja, é o ponto em que os produtos vendidos pagam todos os custos e despesas (fixas e
variáveis), mas ainda não sobra nada para o empresário e seus sócios. Mas a partir deste ponto, os novos produtos
vendidos (desde que com margem de contribuição positiva) passarão a gerar lucro para empresa.

Mesmo sendo um indicador muito simples e fácil de calcular, esta é uma informação vital para a análise de viabilidade
de um empreendimento ou da adequação da empresa em relação ao mercado.

Exemplificação gráfica do cálculo do Ponto de Equilíbrio Econômico


Cálculo do Ponto de Equilíbrio
Para calcular o Ponto de Equilíbrio Econômico, basta aplicar a seguinte fórmula:
Ponto de Equilíbrio Econômico = Custos e Despesas Fixas / Índice da Margem de Contribuição
Portanto, antes de obter o Ponto de Equilíbrio será necessário calcular:

O valor total dos custos e despesas fixas mensais.


O índice da margem de contribuição.

Se você precisar de mais informações para entender o que são os custos e despesas fixas e como calculá-los,
poderá obter clicando neste link.

E para calcular o índice da margem de contribuição, você poderá conferir neste artigo, ou então utilizar a planilha
gratuita que disponibilizamos para download aqui neste link.
Exemplo
Para exemplificar, imagine que sua empresa planeja vender 1000 unidades de um determinado produto, a R$ 50 cada
unidade. Para produzir cada unidade deste produto, sua empresa tem um custo de R$ 20 e mais R$ 15 de despesas
variáveis por unidade. Além disto, há um custo fixo na ordem de R$ 6.000 mensais.

Colocando isto em uma planilha teríamos a seguinte tabela:

Cálculo do Ponto de Equilíbrio

Através da tabela obtermos nosso Índice da Margem de Contribuição (30% / 100) e o total dos Custos e Despesas Fixas
(6.000). Agora é só aplicar a fórmula:

Ponto de Equilíbrio = 6.000 / 0,3

Ponto de Equilíbrio = R$ 20.000 (ou 400 unidades).

Ou seja, a empresa precisará vender 400 unidades de seu produto, faturando R$ 20.000 para chegar ao Ponto de
Equilíbrio e pagar todos seus custos e despesas. A partir deste ponto, cada produto que for vendido contribuirá para o
acumulo de lucros.
Observações Importantes!
O ponto de equilíbrio mostra a partir de quantas unidades vendidas a empresa passa a ser lucrativa, portanto a
conclusão mais lógica e comum é “quanto mais vender, melhor”. Isto não deixa de ser verdade, porém, vale lembrar
que a partir de certos volumes de vendas são acionados “gatilhos” máximos do que pode ser feito com a estrutura de
custos fixos existentes.

Ou seja, é preciso avaliar a capacidade máxima produtiva de sua empresa, pois em alguns casos, para vender mais é
preciso realizar investimentos ou ampliar a estrutura, elevando os custos e as despesas fixas (contratando mais
pessoas, aumentando a área ocupada pela empresa, etc.).

Portanto é necessário conhecer o ponto máximo de otimização possível com a estrutura atual e cada vez que houver
uma necessidade de ampliação da estrutura de gastos fixos, o ponto de equilíbrio econômico deve ser recalculado.

LUCRATIVIDADE (%)
O que é: este indicador demonstra o poder de ganho da empresa comparando o seu lucro líquido com relação ao seu
faturamento total (que pode ser o total de vendas, de serviços ou ambos), ou seja, qual o ganho que a empresa
onsegue gerar sobre o trabalho que ela desenvolve.

Como calcular: a forma para calcular a lucratividade é:


Lucratividade = (Lucro Líquido / Faturamento) * 100

Porque é importante: a lucratividade nos responde se o negócio está justificando ou não a operação, isto é, se as
vendas são suficientes para pagar os custos e despesas e ainda gerar lucro. Além disto, como a lucratividade é dada
em percentual, torna-se bastante útil para a comparação de empresas, mesmo de tamanhos ou setores distintos,
sendo muito usado por investidores e bancos para análise de financiamentos.

DICA: cuidado para não confundir com rentabilidade. Confira aqui a diferença entre lucratividade e lucratividade.

Rentabilidade x Lucratividade - Você sabe a diferença?

Apesar de serem dois indicadores simples, conhecer a Lucratividade e a Rentabilidade do negócio é indispensável
para qualquer empresa, independente do tamanho ou ramo de atuação.

Porém, é comum encontrar empresários falando sobre a rentabilidade do seu negócio, quando na verdade estão se
referindo a lucratividade (e vice-versa). É preciso atenção, pois são dois conceitos distintos.

Lucratividade
Para entendermos o que é lucratividade, primeiro precisamos entender o que é Lucro, que de forma simples é dado
pela receita de vendas menos as deduções (impostos, devoluções e abatimentos), despesas e custos, sem esquecer-se
dos tributos federais (IRPJ e CSLL).

Já a Lucratividade é dada em percentual e indica o ganho obtido sobre as vendas realizadas. Para calculá-la, basta
dividir o lucro pelo total das vendas e multiplicar por 100:
LUCRATIVIDADE = (LUCRO LÍQUIDO / RECEITA LÍQUIDA) x 100
Em resumo, a lucratividade nos responde se o negócio está justificando ou não a operação, ou seja, se as vendas são
suficientes para pagar os custos e despesas e ainda gerar lucro.

Como a lucratividade é dada em percentual, torna-se bastante útil para a comparação de empresas, mesmo de
tamanhos ou setores distintos.
Rentabilidade
Agora que já sabemos como calcular o lucro, também podemos descobrir como calcular a Rentabilidade, que indica o
percentual de retorno do investimento realizado na empresa.

Seu cálculo também é muito simples, bastando, dividir o lucro líquido pelo capital investido e multiplicar por 100:
RENTABILIDADE = (LUCRO LÍQUIDO / INVESTIMENTO TOTAL) x 100
Enquanto a lucratividade demonstra os ganhos imediatos do negócio em um período específico (um mês, um
semestre, um ano, etc.), a rentabilidade nos dá qual é o retorno sobre o investimento que foi feito na empresa em
longo prazo.

É importante o calculo da lucratividade para saber se vale a pena realizar o investimento no negócio. Em alguns casos
de negócios de curto ciclo de vida (negócios que dependam de moda, eventos passageiros etc.), a lucratividade
precisa ser bem acima da média para que haja tempo hábil para recuperação do investimento enquanto a empresa
existir.

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