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Introdução

Empreendedorismo é a competência de criar um negócio do zero e gerenciar essa


empresa de forma a gerar retorno positivo (valor). Muita gente associa a habilidade
de empreender com a geração de lucro, pura e simples, mas essa não é uma
verdade absoluta.

Empreendedorismo não é apenas abrir empresa, mas uma solução para muitas das
dores de consumidores e da sociedade como um todo.

Boa parte das angústias contemporâneas estão relacionadas a receita, preço, custo,
lucro e perdas nas actividades empreendedoras.

Além disso, ao empreender, você tem a possibilidade de realizar o seu sonho:


ganhar a vida fazendo o que gosta.

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Fundamentação teórica

Actividades empreendedoras

Empreender é uma das formas possíveis para uma pessoa adquirir liberdade e
independência financeira, bem como para realização do sonho de ter o próprio
negócio.

Mas empreender não é uma tarefa fácil e para ter sucesso é preciso já ter ou estar
disposto a desenvolver diversas capacidades e habilidades em diversas outras
frentes que vão além do core do seu negócio, como por exemplo em finanças,
atendimento ao cliente, marketing (principalmente o digital nos tempos atuais),
vendas, gestão de pessoas, dentre outras áreas que, claro, também pode variar de
acordo com a especificidade de cada actividade empresarial.

Uma das questões mais importantes que envolve todo empreendimento e que,
obviamente, é uma das que mais interessa aos empreendedores é o lucro da
empresa. É por meio do lucro obtido por uma empresa que se torna possível calcular
o retorno que os sócios ou accionistas estão obtendo com o investimento realizado.
Portanto, para empreender e ter sucesso é fundamental saber projectar (para quem
vai abrir uma empresa) ou dizer qual é a rentabilidade do negócio (para quem já
possui uma empresa) – e não apenas o seu facturamento total, bem como
administrar e gerir todas as demais questões financeiras (receitas, custos, despesas,
etc.) da empresa.

Receita

Segundo o significado do dicionário, quando falamos de receita estamos falando de


algo que recebemos; aquilo que resulta de vendas de bens ou serviço.

No mundo dos negócios receita sempre se refere a entrada de um valor. E, na


maioria das vezes, esse valor está voltado a venda de um produto ou serviço da
empresa.

Entretanto é necessário ficar atento, porque existem dois tipos de receita:

 Receitas operacionais: São receitas geradas a partir da venda do seu


produto ou serviço. Os juros das aplicações financeiras também são
considerados receitas operacionais.

 Receitas não operacionais: Essas são receitas que não fazem parte da
principal actividade da sua empresa. Como por exemplo, a venda de um
imóvel ou bem.

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Preço

Nas actividades empreendedoras o preço consiste no o valor monetário expresso


numericamente associado a uma mercadoria, serviço ou património. O conceito de
preço é central para a microeconomia, onde é uma das variáveis mais importantes
na teoria de alocação de recursos (também chamada de teoria dos preços).

Em marketing, preço é uma das quatro variáveis no composto mercadológico,


ou marketing mix, que os mercadólogos usam para desenvolver um plano de
marketing. Segundo Jay Conrad Levinson, 14% dos consumidores decidem suas
compras baseando-se exclusivamente no preço. Computa-se no preço, não apenas
o valor monetário de um produto, mas tudo aquilo que o consumidor tem que
sacrificar ao adquirir um bem.

Normalmente o chamado "preço de custo" é o trabalho e a dificuldade para adquirir


o produto. Por isso, as mercadologias incluem em suas considerações
os custos contáveis indirectos, custos de manutenção, a necessidade de recompra,
e económicos como mesmo a energia física, o tempo e o custo emocional de se
adquirir uma oferta. Outras espécies de preço são:

 Preço de atacado e varejo - determinado pelo volume de vendas;


 Preço corrente - determinado no mercado de oferta e procura;
 Preço justo - conceito capitalista que se opõe à mais valia socialista.

Estratégias de preço

As estratégias de preço facilitam o empreendedor a lidar com a maneira de como ira


aplicar o seu preço no mercado alvo, estas podem ser:

 Diminuição dos custos indirectos


 Valorização da oferta
 Penetração de mercado
 Pacote de valor
 Liderança de preços
 Preços promocionais
 Descontos
 Concessões
 Financiamentos
 Preço segmentado
 Diversidade na forma de pagamento
 Preço dinâmico
 Negociação
 Prazos flexíveis

Custos

Custo é todo e qualquer gasto ou saída de caixa que uma empresa tem, e que
esteja directamente relacionado à produção dos produtos ou serviços. 

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Para que uma empresa possa ter sucesso, ela precisa não apenas saber quais são
seus custos, mas traçar a melhor estratégia para gerenciá-los. Se os custos forem
mais altos que a receita, provavelmente o negócio não conseguirá se manter em pé
por muito tempo.

Influência do custo no orçamento da empresa

A definição do orçamento de uma empresa é feita por meio da análise das


movimentações financeiras da mesma incluindo as receitas, custos e despesas.
Dessa forma, os responsáveis pelo planeamento orçamentário conseguem
segmentar o montante necessário para a realização de cada actividade do negócio,
o que normalmente pode resultar em diferentes centros de custo na organização. 

Conhecendo bem os custos e despesas, as empresas têm noção clara do


orçamento necessário para funcionamento e conseguem fazer movimentações ou
adaptações no planeamento financeiro de acordo com a entrada de receitas.

Tipos de custos

Para facilitar a análise dos custos da empresa, eles são classificados de diferentes
formas:

Custos fixos

São aqueles que não mudam de acordo com a maior ou menor produtividade da
empresa. Ou seja, não importa se uma organização produziu um ou 100 produtos, o
custo será o mesmo.

Exemplos de custos fixos

 Aluguel
 Segurança
 Manutenção
 Limpeza
 Salário

Custos variáveis

Ao contrário dos custos fixos, os custos variáveis podem mudar de acordo com a
produção da empresa. Ou seja, se a produção aumenta, o custo aumenta e se a
produção diminui, o custo também diminui.

Exemplos de custos variáveis

 Matéria-prima
 Transporte
 Comissão de vendas
 Viagens corporativas
 Taxas de remessa

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Custos semi-variáveis ou semi-fixos

São os custos que contemplam uma parte fixa e uma parte variável. Ou seja,
quando o gasto possui um valor mínimo cobrado pelo fornecedor ou distribuidor,
além de um valor que depende da quantidade de produção daquele período. 

Exemplos de custos semi-variáveis ou semi-fixos

 Quando o pagamento de água e luz estão relacionados à produção do produto


ou serviço, há um valor fixo pago para os distribuidores. E à medida que é
necessário mais água ou luz para a produção, esses gastos também aumentam. 

 No caso de horas extras, as empresas têm o custo fixo do salário dos


colaboradores, que podem ser alterados de acordo com a necessidade de
produtividade fora do horário contratado, gerando um custo mais alto para o
empregador. 

Os custos ainda também podem ser:

Custo operacional

É o resultado da soma dos custos dos serviços ou produtos vendidos e das


despesas operacionais ou seja, os gastos necessários para organização do
funcionamento de uma empresa.

Custo total

Indica a soma total de todos os gastos relacionados à produção de uma empresa,


independentemente de onde vêm, se são fixos ou variáveis. 

Custos directos e indirectos

Custos directos são aqueles relacionados directamente à actividade-fim de uma


empresa, como a matéria-prima para produção daquela mercadoria. 

Custos indirectos, por sua vez, são aqueles que não estão relacionados
directamente à actividade-fim da organização, mas devem ser integrados ao preço
final do produto por apoiarem a produção do mesmo, como água, luz e internet, por
exemplo.

Custo primário

São os custos com os recursos necessários para produção, como a matéria-prima. 

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Custo de transformação

Indica o valor do esforço investido pela empresa para transformar a matéria-prima


no produto final. Para calculá-lo, basta somar todos os custos de produção, excepto
os recursos de matéria-prima adquiridos.

Lucro

Lucro é o que se ganha a partir de algo ou alguém; o rendimento; um privilégio ou


vantagem em relação a algo.

O lucro é considerado todo o rendimento positivo obtido através de uma negociação


económica ou de qualquer outro género. Na economia, o lucro é tudo o que foi
ganhou ou recebido a partir de um ato de comercialização financeira.

Em um sentido figurado, nas actividades empreendedoras o lucro pode também ser


entendido como todo o ganho que um indivíduo tem sem fazer grande esforço; os
benefícios que a vida ou o trabalho traz; o que se ganha a mais do que foi
inicialmente investido.

Perdas

As perdas são gastos imprevistos e que não trazem retorno algum para a empresa.

Quando acontecem problemas nos computadores, acidentes de trabalho, produtos


vencidos no estoque ou incêndios, por exemplo, sempre há desperdício de dinheiro.

Por isso é importante estar sempre atento para evitar perdas.

Os custos e despesas não devem ser vistos como algo negativo para a empresa,
trata-se de investimentos necessários para trazer receitas. Já as perdas, por outro
lado, devem ser evitadas o máximo possível, pois estas geram prejuízos.

O controlo correto dos custos e despesas é algo de extrema importância, pois


permite identificar e eliminar perdas, além de tornar possível saber o valor exacto do
facturamento líquido obtido com a venda de um determinado produto e até mesmo
avaliar a viabilidade da produção ou venda do produto em questão.

Uma boa ferramenta para auxiliar nesse controle é o uso de Centros de


Resultados, que permitem até mesmo fazer o rateio dos custos e despesas,
identificando os valores mais detalhadamente proporcionando um resultado com
maior precisão.

Importância da actividade empreendedora

O empreendedorismo é uma actividade que contribui de inúmeras formas para o


desenvolvimento de um país. Além de gerar mais empregos formais, o
empreendedorismo ajuda a desenvolver novas tecnologias e a criar produtos e
serviços de valor para o mercado de consumo.

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Ao lado da distribuição de renda, da alfabetização e outros critérios de avaliação de
geração de riqueza como o PIB (Produto Interno Bruto), o estímulo do
desenvolvimento tecnológico é um dos pilares que sustentam os países
desenvolvidos.

Ao desempenhar um papel protagonista da inovação, ao lado de outros players


como a própria ciência, universidade e governo, os empreendedores se tornam
peças-chave para a economia de um país, tornando-se essenciais nas sociedades.

A importância do empreendedorismo é incontestável para o desenvolvimento do


país, pois ajuda na geração de novos postos de trabalho formais, criação de 
produtos e serviços para o mercado, entre outras riquezas.

Além disso, atitudes empreendedoras têm o poder de criar bem-estar social,


especialmente quando elas visam apresentar soluções para determinados
problemas da sociedade.

Empreendedores são visionários, portanto, responsáveis pela inovação tecnológica


que sustenta países em pleno desenvolvimento como é o caso de Angola.

Empreendedorismo na geração de emprego

O maior desafio do país hoje é voltar a gerar renda, oportunidades e empregos.


Nossa estrutura de tributos atual não colabora para alcançarmos estes objectivos. A
reforma tributária pode e deve se converter numa alavanca de dinamização do
mercado de trabalho no país. As propostas em debate no Congresso têm potencial
para ajudar a aquecer a economia na angolana e, com isso, permitir a geração de
centenas de milhares de novas vagas e oportunidades de emprego. É do que
precisamos. Um sistema mais justo tende a facilitar a vida dos empreendedores, a
atrair novos investimentos e a reavivar a nossa economia. Esse novo sistema a
favor do desenvolvimento do país irá colaborar para direccionar tempo e recursos
dos empreendedores para o que realmente importa: investir, inovar, crescer, gerar
empregos e melhorar as condições de vida dos angolanos.

Através da oportunidade de trabalho é que ocorre a distribuição de renda, sem


empreendedores, não há empresas e consequentemente, ocorre uma escassez de
empregos. O crescimento económico depende da geração de novos postos de
trabalho.

Angola é um país de empreendedores, de acordo com uma pesquisa realizada pelo


SEBRAE, as empresas pequenas empregam mais, são responsáveis por 54% dos
postos de trabalho formais, sendo que a maioria está no sector de comércio e
serviços.

A partir do momento em que o empreendedor cria um novo negócio, ele vai precisar
de mão-de-obra para conduzir o negócio. Através dessa iniciativa, outros
trabalhadores podem ser beneficiados com uma oportunidade.

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Conclusão

Conclui-se que o empreendedorismo destaca-se por seu papel na sociedade para os


ganhos individuais, gerados por oportunidades que contribuem para facilitar a
expansão económica, pois inexiste aumento de actividade empreendedora sem que
haja crescimento elevado da economia.

Tais motivos levaram muitos estudiosos a pesquisar o impacto da actividade


empreendedora e do individuo empreendedor, em direcção a identificação do seu
perfil, como elemento central no sucesso ou fracasso de determinado negócio.

A associação da mortalidade de empreendimentos ao perfil do empreendedor


mostra-se como fonte de dados e informações decisivas sobre os factores de não
sobrevivência, que podem beneficiar os programas de promoção de actividade
empreendedora, diminuir a execução de projectos inconsistentes e,
consequentemente, evitar os desperdícios ou desgaste de recursos sociais,
económicos, e, principalmente, do individuo.

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Referências bibliográficas

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Thomson, 2007).

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