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E-BOOK

Aprofundamento no controle de gastos


na prestação de serviços
Olá,

Você sabe que para gerir com sucesso uma empresa e enfrentar o mercado e os desafios do dia a dia em-
presarial é preciso se preparar e, para isso, o Sebrae disponibiliza diversos produtos, canais e serviços para
auxiliá-lo nessa jornada.

Em sua estratégia de Atendimento Remoto e com o objetivo de ampliar suas alternativas de acesso a con-
teúdos e soluções educacionais, o Sebrae produziu e disponibiliza este e-book, mais um produto no formato
de Educação a Distância (EAD).

A proposta de nossos e-books é apresentar os principais conteúdos sobre gestão de pequenas empresas
como cursos em formato de livros digitais, isto é, materiais educacionais organizados para capacitar quem
quer empreender e quem já possui empresa e deseja ampliar seus conhecimentos e melhorar sua prática à
frente de seus negócios.

Com as soluções de Educação a Distância do Sebrae você tem a oportunidade de estudar off-line ou em um
Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), disponível 24 horas por dia, que pode ser acessado a qualquer
momento e de qualquer lugar que tenha conexão com a internet, sem necessidade de deslocamento.

Aproveite esta oportunidade de ampliar seus conhecimentos e bons negócios!

Equipe de EAD do Sebrae-SP


Sumário

Carta do Sebrae.......................................................................................................................................2
Apresentação..........................................................................................................................................4
Controle de gastos na prestação de serviços............................................................................................5
Como e para que saber se um gasto é um custo ou uma despesa?....................................................... 7
Redução de custos................................................................................................................................... 8
Você consegue imaginar os riscos de não controlar adequadamente os gastos da sua empresa?..... 10
1º passo: Identificar e classificar os gastos............................................................................................ 13
Componentes do preço na prestação de serviços................................................................................... 16
2º passo: Analisar possíveis intervenções para redução de gastos fixos e variáveis ........................... 18
Cálculos importantes para prestadores de serviços: gastos fixos............................................................22
Devemos calcular o valor da hora/mão de obra e multiplicar pela quantidade
de horas do serviço?.............................................................................................................................. 25
3º passo: Apurar custos e despesas fixos ............................................................................................. 31
Cálculos importantes para prestadores de serviços: gastos variáveis......................................................34
4º passo: Apurar custos e despesas variáveis........................................................................................ 38
Valor/hora na prestação de serviços...................................................................................................... 40
Passos para calcular o valor/hora.......................................................................................................... 41
5º passo: Calcular valor/hora para a prestação de serviços.................................................................. 46
Tomada de decisões.............................................................................................................................. 49
6º passo: Analisar e tomar decisões sobre o controle dos gastos........................................................ 52
Apresentação

Aprender a controlar os gastos é fundamental para qualquer empreendedor. Afinal, eles podem determinar
o lucro ganho no fim do mês. Para isso, é muito importante que se conheçam os gastos fixos e os gastos va-
riáveis a fim de estabelecer um preço justo pelos serviços prestados por uma empresa. Conhecendo esses
gastos, é possível saber onde se pode economizar e que custos podem ser eliminados, obtendo-se, dessa
forma, maior lucro.

Este e-book vai apresentar seis passos para que o empreendedor aprenda a controlar os gastos de sua em-
presa analisando os números e dados que a compõem para tomar decisões que reduzam os gastos e ampliem
as margens de lucro, tornando o conteúdo deste material uma ferramenta indispensável para o sucesso do
seu negócio. Assim, você vai ver os aspectos específicos do controle de gastos na prestação de serviços, os
componentes do preço na prestação de serviços, os cálculos importantes para prestadores de serviços e as
tomadas de decisões financeiras.
Controle de gastos na prestação de serviços

Ao longo deste capítulo, você vai ver as especificidades do controle de gastos de uma empresa prestadora
de serviços e como o controle dos gastos poderá auxiliar na tomada de decisões financeiras para reduzir os
gastos e ampliar as margens de lucro.

Empresas prestadoras de serviços são aquelas cujas atividades resultam da oferta de um determinado tra-
balho aos clientes, podendo essas atividades demandar ou não a utilização conjunta de produtos ou merca-
dorias.

Você já sabe que é fundamental identificar e classificar os gastos envolvidos na prestação de serviços. No
entanto, existem diversos tipos de prestação de serviços, e saber a natureza da atividade realizada pela em-
presa influencia na identificação e na classificação dos gastos.

Os gastos envolvem todas as despesas necessárias para o funcionamento da empresa como um todo e tam-
bém todos os custos para o desenvolvimento do serviço prestado.

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Os gastos são todas as saídas de dinheiro da empresa, programadas ou não, para ocorrer em qualquer mo-
mento do ano. Eles podem ser divididos em custos, despesas, desembolsos, investimentos e perdas.

São os valores gastos diretamente na execução do serviço. Por


Custo do Serviço Vendido – CSV exemplo: aquisição de tinta para pintura já realizada em um carro;
produto de beleza utilizado em um serviço.

São gastos decorrentes do consumo de bens e da utilização de


Despesas serviços das áreas administrativa, comercial e financeira que, direta
ou indiretamente, visam à obtenção de receitas.

É a entrega de numerário antes, no momento ou depois da


Desembolso
ocorrência dos gastos.

Compreende, geralmente, os gastos com a obtenção de bens de


uso da empresa. Por exemplo: compra de novos equipamentos
Investimento
para elevar veículos em uma oficina; compra de novos
equipamentos para um salão de cabeleireiro.

São gastos atípicos, representados por saídas de dinheiro que não


Perdas fazem parte do negócio da empresa. Por exemplo: pagamento de
multas e despesa financeira onerosa.

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Como e para que saber se um gasto é um custo ou uma despesa?

Saber se determinado gasto é um custo ou uma despesa contribui para o controle e a gestão do gasto ao
longo do tempo.

O gasto é considerado um custo quando está relacionado diretamente à prestação do serviço em si. Ao
identificá-lo, é possível analisar o quanto esse custo tem impacto no preço de venda e na lucratividade da
empresa. Com isso, a empresa conseguirá analisar alternativas e estratégias que poderão reduzir esse custo.

Ele é considerado uma despesa quando está relacionado ao funcionamento de toda a empresa. Ao identificá-lo,
é possível analisar como essas despesas estão embutidas no preço de venda, ou seja, quanto do preço de
venda dos serviços é destinado aos gastos com despesas. Dessa forma, a empresa conseguirá estudar formas
de reduzir as despesas da empresa e melhorar esses gastos.

Imagine uma empresa prestadora de serviço na área de estética que resolve mudar uma linha de cremes
utilizados em massagens faciais por causa do valor desses produtos.

Essa é uma situação comum em empresas prestadoras de serviço. Quando isso ocorre, é necessário analisar
com atenção a relação custo-benefício, para que esse tipo de mudança não cause prejuízos ao cliente nem,
consequentemente, gere reclamações ou perda de vendas.

Sempre que você pensar em reduzir os custos, recomenda-se estudar a situação para encontrar uma relação
equilibrada entre custos, qualidade e expectativas do cliente.

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Para que o controle dos gastos se torne efetivo na prestação de serviços, é preciso considerar a classificação
de custos e despesas em fixos e variáveis. Entenda a diferença entre eles:

• Os custos e despesas fixos não dependem do volume de serviços prestados. São aqueles gastos que acon-
tecem mesmo que a empresa não preste nenhum serviço, por exemplo, o aluguel.

• Os custos e despesas variáveis sofrem alterações dependendo do volume de serviços prestados. São
aqueles gastos que aumentam com o crescimento das vendas e diminuem com a queda das vendas, por
exemplo, produtos necessários para a prestação do serviço.

Redução de custos

Você já sabe que os custos e as despesas fixos e variáveis mudam de acordo com as atividades desempenha-
das pela empresa, não é mesmo? Mas, além disso, você deve saber que em uma empresa é possível haver
classificações diferentes para um mesmo tipo de gasto.

Por exemplo, salários de funcionários contratados e registrados devem ser considerados despesas fixas por-
que precisam ser pagos mesmo que não tenha ocorrido nenhum volume de serviços prestados. Mas, se a
contratação de funcionários for feita por hora de trabalho ou por serviço realizado, os salários assumem a
classificação de custos variáveis.

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Que tal realizar uma atividade para conferir se absorveu o conteúdo apresentado até agora?

Atividade 1.1

Identifique e relacione quais são os gastos (despesa fixa, despesa variável, custo fixo e custo variável) que
atendem a cada situação.

Salário de adestrador que elabora relatórios internos


em uma empresa de adestramento.

Combustível consumido em uma empresa de frete.

Material de limpeza do escritório administrativo de


uma empresa de festas infantis.

Comissão dos vendedores de uma empresa de


uniformes personalizados.

RESPOSTAS:

Salário de adestrador que elabora relatórios internos


Custo fixo
em uma empresa de adestramento.

Combustível consumido em uma empresa de frete. Custo variável

Material de limpeza do escritório administrativo de


Despesa fixa
uma empresa de festas infantis.

Comissão dos vendedores de uma empresa de


Despesa variável
uniformes personalizados.

Os custos e despesas variáveis sofrem variações influenciadas diretamente pelo volume de serviços prestados
e, em decorrência, pelas vendas realizadas, isto é, pelo faturamento. Tratam-se de gastos que aumentam se
as vendas crescerem, e que diminuem se as vendas caírem. Os custos e despesas fixos não dependem do vo-
lume de serviços prestados. Tratam-se de gastos que se mantêm mesmo que nenhum serviço seja executado.

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Você consegue imaginar os riscos de não controlar adequadamente os gastos da
sua empresa?

Mesmo com bons resultados nas vendas e novos clientes, as empresas podem deixar de obter uma margem
de lucro satisfatória.

O valor que um empresário esperava ter como lucro pode estar sendo gasto com uma despesa que ele não
controla.

Acompanhe a seguir o resultado de uma empresa de festas infantis que passou a analisar e controlar seus
gastos.

Essa empresa de festas infantis não tinha o costume de controlar os gastos com material de escritório. Ela
fazia as compras conforme a necessidade e sem análise de fornecedores.

Ao realizar o controle desses gastos, o empresário teve uma surpresa! Ele conseguiu reduzir os gastos com
material de escritório apenas por pesquisar melhores fornecedores e planejar as compras. Ao adotar essas
ações, o empresário encontrou fornecedores que ofereciam valores mais baixos e passou a escolher as me-
lhores formas de pagamento.

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Agora reflita!

Se esse empresário reduziu os gastos somente por analisar melhor os gastos com material de escritório,
imagine o tamanho da economia se ele fizesse essa análise em todas as outras áreas?!

E na sua empresa, como anda essa avaliação?

O que você acha de fazer mais uma atividade?

Atividade 1.2

Marque V (verdadeiro) ou F (falso) para as seguintes afirmações.

( ) Disciplina é fundamental para controlar os gastos.

( ) É importante controlar os custos, que são os gastos relacionados à comercialização ou execução do ser-
viço e se relacionam com a atividade principal da empresa.

( ) Mais importante que controlar os custos é controlar as despesas, porque elas se relacionam com o fun-
cionamento da empresa como um todo e, por isso, a falta de controle desses gastos pode interferir na lucra-
tividade e na competitividade dos negócios.

RESPOSTAS:

(V) Disciplina é fundamental para controlar os gastos.

(V) É importante controlar os custos, que são os gastos relacionados à comercialização ou execução do ser-
viço e se relacionam com a atividade principal da empresa.

(F) Mais importante que controlar os custos é controlar as despesas, porque elas se relacionam com o fun-
cionamento da empresa como um todo e, por isso, a falta de controle desses gastos pode interferir na lucra-
tividade e na competitividade dos negócios.

O controle de gastos é fundamental para a saúde financeira de qualquer negócio, e não é possível fazer isso
sem disciplina! Todos os gastos devem ser controlados, sejam eles custos ou despesas. A falta de controle em
qualquer área pode interferir na lucratividade e na competitividade da sua empresa!

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Agora que você já sabe a importância do controle de gastos, acompanhe os passos que a empresa prestadora
de serviços de funilaria, pintura, manutenção e reparação de automóveis Carros e Cia. adotou para imple-
mentar o controle de gastos em sua rotina de trabalho.

Aproveite para analisar cada passo do caso e relacionar as informações com seu mercado de atuação, inician-
do assim o controle de gastos da sua empresa!

Informações da empresa

Empresa: Carros e Cia. Serviços Automotivos Ltda. ME.

Localização: São Paulo – SP.

Regime tributário: Simples.

Número total de funcionários: 4, sendo que 3 atuam nos serviços automotivos e 1 na administração.

Número de sócios: 2, ambos atuantes na empresa.

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1º passo: Identificar e classificar os gastos

Nesse passo, os sócios da Carros e Cia. listaram todos os gastos da empresa e depois classificaram cada um
deles como custo ou despesa, fixos ou variáveis.

Para fazer essa classificação, eles responderam a duas perguntas norteadoras:

1. O gasto se relaciona diretamente com a prestação do serviço (custo) ou com o funcionamento da em-
presa como um todo (despesa)?

2. O gasto sofre variações diretamente influenciadas pelo volume de serviços prestados?

Se a resposta for negativa, será um gasto fixo; se for positiva, variável.

Dica

Faça o download do arquivo com o resultado do 1o passo para o controle de gastos na Carro e Cia. na
Biblioteca Virtual, disponível no ambiente de Educação a Distância do Sebrae:

• 1o passo para o controle de gastos na Carro e Cia. (aprofundamento_controle_de_gastos_na_presta-


cao_de_servicos_m1_1o_passo.xlsx).

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Agora é a sua vez de iniciar o 1º passo para implementar o controle de gastos na sua empresa.

Identifique e classifique os gastos da sua empresa, como custos ou despesas fixos ou variáveis, para ter con-
dições de controlar tudo de forma mais efetiva.

Liste todos os gastos da empresa e responda a duas questões norteadoras para realizar a classificação dos
gastos. São elas:

1. Este gasto se relaciona diretamente com a prestação do serviço (custo) ou com o funcionamento da
empresa como um todo (despesa)?

2. O gasto sofre variações diretamente influenciadas pelo volume de serviços prestados?

Dica

Faça o download do arquivo do 1o passo para utilizar na análise dos gastos da sua empresa na Biblioteca
Virtual, disponível no ambiente de Educação a Distância do Sebrae:

• 1o passo para o controle de gastos (aprofundamento_controle_de_gastos_na_prestacao_de_servi-


cos_m1_1o_passo_editavel.xlsx).

A seguir, realize mais uma atividade que envolve a redução de gastos em um salão de beleza.

Atividade 1.3

Maria montou seu salão de beleza assim que se formou em estética e está feliz com o crescimento do empre-
endimento ao longo dos anos. Nos últimos meses, porém, Maria tem tido a sensação de que algo está erra-
do: não falta serviço no salão, os horários estão sempre lotados e quase não há inadimplência, mas mesmo
assim não sobra dinheiro. Maria logo pensou em aumentar o preço de venda dos seus serviços.

O que Maria deve fazer? Selecione as alternativas corretas.

( ) Contratar um contador para calcular o valor do aumento.

( ) Identificar e classificar os gastos do salão: se são custos ou despesas, fixos ou variáveis, para melhor en-
tendimento e consequente controle da situação.

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( ) Aumentar o preço dos serviços de acordo com a inflação do ano anterior.

( ) Analisar e negociar com fornecedores os valores dos produtos que usa no salão, para melhorar a margem
de lucro.

RESPOSTAS:

Deve-se selecionar as alternativas: Identificar e classificar os gastos do salão: se são custos ou despesas, fixos
ou variáveis, para melhor entendimento e consequente controle da situação; e analisar e negociar com for-
necedores os valores dos produtos que usa no salão, para melhorar a margem de lucro.

Maria deve controlar seus gastos de forma adequada, mas primeiro precisa identificá-los e classificá-los em
custos ou despesas, fixos ou variáveis. Assim, ela compreenderá melhor a situação e poderá analisar se au-
mentar os preços realmente é a melhor estratégia.

Identificando e controlando os gastos, Maria saberá se algum deles apresenta valor muito acima do que ela
imagina. Pode ser que isso aconteça com as despesas com o cafezinho e as bolachas ou com os custos de
produtos de hidratação capilar, por exemplo. Por isso, negociar os valores de compra desses produtos com
os fornecedores pode ser uma decisão mais acertada do que simplesmente aumentar o preço do serviço. 

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Componentes do preço na prestação de serviços

Ao longo deste capítulo, você vai ver os componentes do preço de venda na prestação de serviços e como
reduzir gastos e melhorar os resultados da empresa.

Não há como falar de controle de gastos sem identificar os componentes do preço de venda na prestação de
serviços e as possíveis intervenções nesses elementos para reduzir gastos.

As empresas vivem do dinheiro que recebem pela venda de seus serviços; com esse dinheiro, elas pagam to-
dos os seus gastos fixos e variáveis. No entanto, o objetivo não é apenas esse. As empresas também esperam
obter lucro como resultado das vendas.

Veja a seguir o que é o lucro e como calculá-lo.

O que é o lucro?

O lucro é um dos principais objetivos de uma empresa. A palavra lucro significa ganho, rendimento.

Mas como calcular? O lucro é o resultado do total da receita ou do faturamento da empresa, menos o
total de gastos. Simples? Nem tanto! Vamos fazer essa conta?

• Selecione os valores recebidos pelas vendas dos produtos.

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Desses valores, retire os gastos variáveis. Isto é, custos com matéria-prima, energia elétrica, água, mão
de obra temporária...

• Subtraia os gastos fixos.


Ou seja, os gastos com aluguel, limpeza, telefone, manutenção de equipamentos... O resultado final é o
lucro esperado!

O bom controle nos gastos fixos e variáveis permite um correto planejamento das finanças da empresa.
E, com um bom planejamento, é possível fazer as intervenções necessárias na redução dos gastos e no
aumento dos lucros.

Você sabe dizer como foi composto o preço de venda dos serviços da sua empresa?

Compreender os componentes do preço de venda dos serviços é fundamental para intervenções assertivas
na redução de gastos, garantindo, com isso, o lucro.

Dentro do preço de venda devem ser embutidos os impostos sobre as vendas; comissões; taxas de cartões
de crédito e débito; frete sobre as vendas; custo da mão de obra; despesas fixas da empresa; pró-labore dos
proprietários; e o lucro. Todos esses elementos são considerados componentes do preço de venda.

Mas como intervir para reduzir os gastos e melhorar os resultados da empresa?

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Veja como a empresa Carro e Cia. organizou-se para compor uma análise a fim de selecionar onde intervir
para reduzir gastos fixos e variáveis.

2º passo: Analisar possíveis intervenções para redução de gastos fixos e variáveis

Os sócios da Carros e Cia. utilizaram a lista com a identificação dos gastos para analisar as possibilidades de
intervenção a fim de reduzir os gastos.

Para cada gasto listado, eles se questionaram: É possível interferir no gasto? Por quê?

Dica

Faça o download do arquivo com a análise realizada pela Carros e Cia. e do arquivo do 2º passo na Biblio-
teca Virtual, disponível no ambiente de Educação a Distância do Sebrae.

• 2º passo para o controle de gastos na Carro e Cia. (aprofundamento_controle_de_gastos_na_presta-


cao_de_servicos_m2_2o_passo.xlsx).
• 2º passo para o controle de gastos (aprofundamento_controle_de_gastos_na_prestacao_de_servi-
cos_m2_2o_passo_editavel.xlsx).

E na sua empresa? Quais são os gastos que podem sofrer reduções mais significativas?

Atenção

A análise para identificar possibilidades de redução dos gastos deve ser periódica, e as intervenções ado-
tadas por cada empresa podem ser maiores ou menores, a depender do seu contexto.

Troque ideias sobre esse assunto com seus sócios e principalmente com seus colaboradores, para poder
preencher a tabela adequadamente.

Quando você pensa na sua empresa, alguns números já vêm à sua cabeça, não é mesmo? Isso é muito bom!
Talvez você tenha notado que não abordamos ainda os valores dos gastos e seus cálculos. Isso porque, antes
de listar valores e realizar cálculos, você precisa entender que uma gestão financeira eficaz reconhece a im-
portância do controle de todos os gastos da empresa.

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Está chegando a hora de começar a colocar esses números no papel e fazer alguns cálculos para controlar
melhor os gastos na prestação de serviços...

Mas, antes, faça a atividade a seguir!

Atividade 2.1

Estão corretas as afirmações a seguir sobre componentes do preço de venda na prestação de serviços, exceto:

( ) Despesas variáveis como comissões devem ser consideradas componentes do preço de venda.

( ) Custos fixos e variáveis como salários da mão de obra que realiza diretamente os serviços devem ser con-
siderados componentes do preço de venda.

( ) Despesas fixas como impostos sobre vendas devem ser consideradas componentes do preço de venda.

( ) Custos variáveis como produtos utilizados na prestação de serviços devem ser considerados componen-
tes do preço de venda.

RESPOSTAS:

Deve-se assinalar a sentença: Despesas fixas como impostos sobre vendas devem ser consideradas compo-
nentes do preço de venda.

Despesas fixas devem ser consideradas componentes do preço de venda, porém os impostos sobre vendas
são despesas variáveis. Embora os percentuais sejam fixos, os impostos são calculados sobre o faturamento
da empresa e, assim, quanto mais serviços forem vendidos, maior será o valor pago em impostos sobre ven-
das; quanto menos serviços forem vendidos, menor será o valor pago em impostos sobre vendas.

O controle e a análise dos gastos da empresa também possibilitam identificar novas estratégias de atuação
que atendam às solicitações dos clientes.

Acompanhe o caso de Pedro e veja como isso é possível.

Na desinsetizadora de Pedro, a análise dos gastos mostrou que a única intervenção possível era no custo
variável com os produtos aplicados em empresas e residências.

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Para isso, Pedro relembrou as últimas reclamações e sugestões dos clientes sobre o cheiro dos produtos
utilizados e buscou novos fornecedores e produtos para aplicar na eliminação de pragas urbanas – sempre
respeitando as normas de segurança, as legislações vigentes e pesquisando a idoneidade das empresas.

Pedro fez bons contatos e está prestes a firmar uma parceria exclusiva de fornecimento e aplicação de nova
linha de produtos, que representará uma significativa redução de seus custos e sanará os problemas com
cheiro relatados pelos clientes.

Viu quantos ganhos sua empresa pode ter ao analisar e controlar os gastos?

Agora, realize uma atividade de verificação de aprendizagem sobre os conteúdos apresentados neste ca-
pítulo.

Atividade 2.2

Assinale os gastos para os quais é possível buscar estratégias de redução, independentemente do volume ou
da quantidade do serviço prestado pela empresa.

( ) Aluguel.

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( ) Comissões.

( ) Impostos sobre vendas e encargos sociais.

( ) Energia elétrica.

( ) Taxas bancárias.

RESPOSTAS:

Deve-se assinalar “Aluguel” e “Comissões”.

O aluguel, as comissões, a energia elétrica e as taxas bancárias são suscetíveis a mudança! Você pode nego-
ciar valores para o aluguel, planejar diferentes percentuais para comissões, mudar hábitos de consumo para
reduzir a conta da energia elétrica e optar por um banco que tenha taxas mais baratas. No entanto, você não
pode mudar as alíquotas de impostos ou de encargos sociais.

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Cálculos importantes para prestadores de serviços: gastos fixos

Ao longo deste capítulo, você vai ver os custos e despesas fixos com pessoal e mão de obra e os custos e
despesas fixos relacionados a ocupação, manutenção e depreciação.

Os custos e despesas fixos independem do volume de serviços vendidos e prestados. São custos e despesas
fixos com mão de obra:

• Salários – os salários de colaboradores que trabalham na administração ou em outras áreas relacionadas


ao funcionamento da empresa como um todo são considerados despesas fixas. Já os salários de colabo-
radores que trabalham diretamente na prestação dos serviços são considerados custos variáveis e fixos.
Mão de obra direta será sempre custo variável.

• Provisões – além dos salários, as empresas têm outras despesas com seus colaboradores, como 13º salá-
rio, adicional de férias e indenizações trabalhistas.

• Pró-labore – os salários dos sócios são chamados de pró-labore. O valor do pró-labore de cada sócio deve
ser decidido em comum acordo por eles. Nessa decisão, os sócios devem considerar se o valor determi-
nado é viável para a empresa, porque ele representa um gasto fixo e será pago aos sócios independente-
mente do volume de serviços vendidos ou prestados. Assim como acontece em relação aos salários, serão
recolhidos os devidos encargos sociais de acordo com os valores definidos para o pró-labore.

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• Encargos sociais – são encargos sociais o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e o Instituto
Nacional do Seguro Social (INSS). Essas despesas são calculadas sobre a folha de pagamento dos colabora-
dores – salários e pró-labore – e sobre as provisões realizadas para 13º salário e adicional de férias.

• Benefícios – o vale-refeição, o uniforme da empresa e o vale-transporte são exemplos de benefícios que


a empresa pode disponibilizar aos colaboradores. Atenção! Alguns tipos de benefício não podem ser anu-
lados depois de serem oferecidos aos colaboradores. Por isso, é muito importante que, antes de oferecer
um benefício, você saiba quais serão os impactos dessa oferta nos gastos da empresa.

Esses custos e despesas praticamente não variam de acordo com o ramo de atividade da empresa, seja co-
mércio, indústria ou serviço, exceto os encargos sociais.

O pagamento da parte do INSS que cabe à empresa pode variar conforme a opção do empreendedor em
adotar o Simples Nacional ou não. O Simples Nacional é o Regime Especial Unificado de Arrecadação de
Tributos e Contribuições devidos por Micro e Pequenas Empresa (MPEs).

Nas empresas optantes pelo Simples Nacional, o INSS sobre os salários dos funcionários é recolhido junto
com o Simples, e não calculado sobre a folha de pagamento.

Com relação ao INSS sobre o pró-labore, será preciso analisar as atividades de cada empresa para determinar
como deverá ser a tributação pelas regras do Simples. Algumas empresas deverão recolher o INSS patronal
(Contribuição Patronal Previdenciária – CPP) separadamente do Simples, devendo ele, nesse caso, ser calcu-
lado e recolhido pela forma convencional.

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Os percentuais de cada tributo incluído no Simples Nacional dependem do tipo de atividade da empresa e da
receita bruta. Como as atividades são tributadas de forma diferente, o Simples Nacional estabeleceu alguns
anexos para que as MPEs possam encontrar os percentuais que devem utilizar como base para quitar men-
salmente, de uma só vez e em um único documento, os impostos e as contribuições.

As empresas prestadoras de serviços podem ser tributadas pelos Anexos III, IV e V desta legislação tributária.

• O Anexo III é voltado para atividades tidas como mais operacionais, portanto, as atividades que não são
de cunho intelectual, científico ou técnico. Por exemplo, digitação, edição de imagens, promoção de
vendas etc.

• As empresas enquadradas no Simples Nacional, tributadas pelo Anexo IV, deverão recolher o INSS patro-
nal (CPP) separadamente, uma vez que esse Anexo não o contempla, devendo tal contribuição ser calcu-
lada e recolhida pela forma convencional.

• O Anexo V tem tributação maior, iniciando em 15,5% na primeira faixa de faturamento (até R$ 180.000,00),
chegando em 21,28 % na faixa de R$ 3.600.000,00, sendo que até essa faixa o ISS está incluído e nessa fai-
xa particularmente com 5%. Quando vai para a faixa de R$ 4.800.000,00 a alíquota diminui para 19,25% (o
ISS nesta faixa não está incluído, sendo recolhido fora do Simples Nacional), de acordo com a relação entre
a receita bruta e a folha de pagamento e encargos, e IMPORTANTE verificar que, nem sempre o Anexo V
será aplicado, pois dependendo dessa relação, crescendo a proporção/valor da folha de pagamentos e en-
cargos em relação à receita bruta, a empresa pode ser beneficiada com a transição do Anexo V (Alíquotas
maiores) para o Anexo III (Alíquotas menores).

Importante

Informe-se com o contador da sua empresa sobre como deve ser calculado o INSS que comporá seus
gastos fixos.

Os gastos com mão de obra direta, para pagamento de salários, provisões, encargos e benefícios, são
variáveis. Ainda que a folha de pagamento do pessoal da produção dos serviços seja fixa, o custo da mão
de obra direta será variável, já que o tempo durante o qual o pessoal trabalha diretamente na produção
varia, assim variando o tempo efetivamente consumido na produção do serviço. Dessa forma, a mão de
obra direta será sempre variável.

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Devemos calcular o valor da hora/mão de obra e multiplicar pela quantidade de
horas do serviço?

Para calcular o valor/hora na prestação de serviços, os gastos com mão de obra direta devem ser analisados
em separado dos demais gastos, pois somente o tempo trabalhado e apontado no serviço será considerado
custo direto, enquanto o tempo não trabalhado no serviço representará um custo que, para ser absorvido
pela empresa, deverá ser alocado nos custos indiretos. E, como regra geral, os custos indiretos são fixos.

Veja a seguir as informações que você deve considerar sobre a empresa Papelmix Serviços de Acabamentos
Gráficos.

Regime tributário Simples – Anexo III – Alíquota 6% (primeira faixa de faturamento)

Número total de funcionários 1 funcionário, que atua nos serviços de digitalização

Salário do funcionário R$ 1.000,00

Sócios 2, sendo apenas 1 atuante na empresa

Pró-labore R$ 2.000,00

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13º salários/12 meses
Provisões Adicional de férias: (salários/12 meses)/3
Indenizações trabalhistas: 2%
INSS sobre salários: embutido na alíquota Simples
Encargos sociais a serem aplicados FGTS sobre salários: 8%
INSS sobre pró-labore: embutido na alíquota Simples
Vale-transporte pago por mês ao funcionário: R$ 120,00
Benefícios
Desconto no salário do funcionário: 6%

Dica

Faça o download do arquivo com as informações da Papelmix e do Anexo III do Simples Nacional na Bi-
blioteca Virtual, disponível no ambiente de Educação a Distância do Sebrae, para que possa consultá-lo
quando for necessário.

• Anexo III do Simples Nacional (aprofundamento_controle_de_gastos_na_prestação_de_serviços_m3_


anexo_III_simples_nacional.pdf).
• Informações da Papelmix (aprofundamento_controle_de_gastos_na_prestacao_de_servicos_m3_in-
formacoes_papelmix.pdf).

Atividade 3.1

O total de gastos fixos mensais da Papelmix Serviços de Acabamentos Gráficos com a provisão da mão de
obra direta é de R$ 131,11. Com base nas informações apresentadas, marque V (verdadeiro) ou F (falso) para
os valores dos cálculos de cada provisão.

Provisão – mão de obra direta Cálculo Valor mensal

13º salário R$ 1.000,00/12 R$ 83,33

Adicional de férias R$ 1.000,00/12/3 R$ 20,00

Indenizações trabalhistas R$ 1.000,00×2,0% R$ 27,78

( ) A Papelmix realizou os cálculos das provisões corretamente!

26
RESPOSTAS:

A afirmação é falsa.

Veja os valores corretos de cada provisão mensal da Papelmix Serviços de Acabamentos Gráficos:

Provisão – mão de obra direta Cálculo Valor mensal

13º salário R$ 1.000,00/12 R$ 83,33

Adicional de férias R$ 1.000,00/12/3 R$ 27,78

Indenizações trabalhistas R$ 1.000,00 × 2,0% R$ 20,00

Atividade 3.2

Com base nas informações a seguir, marque V (verdadeiro) ou F (falso) em relação aos valores apresentados
para os cálculos dos encargos sobre o total de salários pagos e as provisões para 13º salário e adicional de
férias.

Encargos sociais Cálculo Valor mensal


Embutido na alíquota Simples
Mão de obra direta – INSS R$ 0,00
Nacional
Mão de obra direta – FGTS (1.000,00 + 83,33 + 27,78) × 8% R$ 88,89
Embutido na alíquota Simples
Pró-labore – INSS R$ 0,00
Nacional
Total R$ 88,89

( ) A Papelmix realizou os cálculos dos encargos corretamente!

RESPOSTAS:

A afirmação é verdadeira.

Veja os valores corretos dos encargos: 

27
Encargos sociais Cálculo Valor mensal
Embutido na alíquota Simples
Mão de obra direta – INSS R$ 0,00
Nacional
Mão de obra direta – FGTS (1.000,00 + 83,33 + 27,78) × 8% R$ 88,89
Embutido na alíquota Simples
Pró-labore – INSS R$ 0,00
Nacional
Total R$ 88,89

Atividade 3.3

O benefício oferecido na Papelmix é o vale-transporte. Considerando os valores apresentados a seguir mar-


que V (verdadeiro) ou F (falso) em relação aos valores apresentados para os cálculos do beneficio.

Número médio de dias trabalhados no mês 20

Custo da passagem ida e volta (passagem × 2) R$ 6,00

Despesa de transporte por colaborador no mês R$ 120,00

Benefício de mão de obra direta – vale-transporte Dados e valores

Total de salários de mão de obra direta R$ 1.000,00


Número de funcionários de mão de obra direta 1
Qual é a despesa de vale-transporte por funcionário? R$ 120,00
Qual é o desconto total de salários de mão de obra direta –
vale-transporte (6%)? R$ 60,00

( ) A Papelmix realizou os cálculos do benefício corretamente!

RESPOSTAS:

A afirmação é verdadeira.

Veja os valores corretos dos cálculos do benefício vale-transporte:

28
Benefício de mão de obra direta – vale-transporte Dados e valores

Total de salários de mão de obra direta R$ 1.000,00


Número de funcionários de mão de obra direta 1
Despesa de vale-transporte por funcionário R$ 120,00
Desconto total de salários de mão de obra direta – vale-
transporte (6%) R$ 60,00

Atividade 3.4

Gastos mensais com mão de obra direta

Considerando o valor mensal de R$1.000,00 dos salários da mão de obra direta, faça os cálculos e selecione
os valores corretos para cada questão.

Valor das provisões de mão de obra direta

Valos dos encargos de mão de obra direta

Valor dos benefícios de mão de obra direta – vale-transporte

Valor total de gastos com mão de obra direta

RESPOSTAS:

Valor das provisões de mão de obra direta R$ 131,11

Valos dos encargos de mão de obra direta R$ 88,89

Valor dos benefícios de mão de obra direta – vale-transporte R$ 60,00

Valor total de gastos com mão de obra direta R$ 1.280,00

Além dos gastos com pessoal, empresas prestadoras de serviços precisam conhecer e calcular outros gastos
fixos.

29
Ocupação – os gastos fixos com ocupação envolvem impostos e aluguel. Esses gastos dependem da estrutu-
ra de cada empresa e de alguns aspectos, como o fato de o imóvel ser alugado ou não; de o local pertencer
a um condomínio, entre outros. Alguns gastos com ocupação, como o Imposto Predial e Territorial Urbano
(IPTU), podem ser pagos em parcela única. Mas, para o levantamento dos gastos fixos, é preciso considerar
o valor total dividido pelo número de meses do ano.

Comunicação e divulgação – os gastos fixos com comunicação e divulgação dependem das escolhas da
empresa quanto a tecnologias e meios de comunicação e divulgação utilizados em suas atividades. Esses gas-
tos podem envolver tanto o uso de telefone, planos de internet, além do pagamento relacionado às mídias
sociais, como sites e e-mail marketing, e outros meios de divulgação não virtuais, como panfletos, placas e
outdoors.

Veículos e deslocamento – os gastos fixos com veículos e deslocamento são os gerados pelo uso de veícu-
los nas atividades gerais da empresa. Só podem ser considerados gastos fixos se a atividade da empresa não
depender desse tipo de gasto. Por exemplo, em uma empresa de frete ou logística, os gastos com desloca-
mento são variáveis e diretamente relacionados ao volume de serviços prestados.

Depreciação – é a diminuição do valor de alguns bens da empresa por causa de desgaste, perda de utilidade,
ação da natureza ou obsolescência. Saber realizar o cálculo da depreciação é importante porque sua empre-
sa precisará repor o bem; e, para isso, é fundamental identificar se o que você ganha hoje no preço de venda
do seu serviço é capaz de cobrir o valor da depreciação dos bens da empresa.

Manutenção – como vimos, os bens da empresa sofrem danos, seja pelo tempo, seja pelas condições de
utilização, e é possível que esses bens precisem de manutenção ou reparos ao longo do tempo. Os gastos
com manutenção podem ser preventivos, quando realizados de forma planejada e antecipada a eventuais
problemas, ou corretivos, quando realizados em uma necessidade emergencial e pontual de reparo.

Seguro – você já imaginou se sua empresa perder todo o valor investido em equipamentos ou outros bens
em um acidente? Para se prevenir de situações como essa, é necessário programar um gasto mensal para a
contratação de um seguro.

Gastos fixos gerais – os gastos fixos gerais referem-se a serviços ou produtos necessários para o funciona-
mento da empresa como um todo, como taxas bancárias, contador, material de escritório e limpeza, entre
outros.

30
O levantamento de custos e despesas fixos é imprescindível para fazer um controle de gastos adequado.

Você consegue responder de imediato quais são os gastos fixos que mais participam do total de gastos da sua
empresa? E qual é a importância desses gastos fixos para os serviços prestados?

Apure e organize as informações dos gastos fixos da sua empresa para melhor gerenciar os recursos finan-
ceiros do negócio.

3º passo: Apurar custos e despesas fixos

Faça o levantamento dos valores dos custos e despesas fixos e realize os cálculos necessários para apurar
os gastos fixos. Tenha sempre em mente que os gastos de uma empresa dependem de sua estrutura, porte,
área de atuação e atividades realizadas, entre outros aspectos.

31
Dica

Faça o download do arquivo do 3º passo na Biblioteca Virtual, disponível no ambiente de Educação a Dis-
tância do Sebrae, para apurar custos e despesas fixos de seu negócio.

• 3º passo para o controle de gastos (aprofundamento_controle_de_gastos_na_prestacao_de_servi-


cos_m3_3o_passo_editavel.xlsx).

Busque as informações necessárias, analise com atenção a realidade da sua empresa e faça adequações no
modelo de planilha proposto como exemplo, conforme a sua necessidade.

Assim, você vai conseguir analisar de modo ainda melhor as possibilidades de intervenção para reduzir os
valores gastos atualmente. Para preencher a tabela, troque ideias sobre esse assunto com seus sócios e prin-
cipalmente com seus colaboradores.

E, agora, que tal realizar mais uma atividade?

Atividade 3.5

Verifique seus conhecimentos e relacione as informações sobre gastos fixos.

32
1 Pró-labore   O custo da mão de obra direta será sempre variável, pois
o tempo dedicado diretamente à produção deste ou
daquele serviço varia, e, assim, o tempo efetivamente
consumido na produção do serviço será sempre
variável. Deve-se calcular o valor da hora/mão de obra e
multiplicá-lo pela quantidade de horas do serviço.

2 Provisões sobre gastos   Remuneração recebida pelos sócios que trabalham na


com pessoal empresa e que deve ser estabelecida em comum acordo
entre eles.

3 Depreciação e   Devem ser calculadas sobre o valor dos salários e se


manutenção relacionam com futuros pagamentos de 13º salário,
adicional de férias e indenizações trabalhistas.

4 Mão de obra direta   São gastos que não são pagos a um destinatário. Trata-se
  de criar um fundo de reserva para arcar com gastos de
manutenção e para suprir o desgaste do bem pelo tempo
e pelo uso, permitindo assim sua reposição.

RESPOSTAS:

A ordem correta, de cima para baixo, é 4, 1, 2 e 3.

Pró-labore: é a remuneração recebida pelos sócios que trabalham na empresa.

Provisões sobre gastos com pessoal: relacionam-se com futuros pagamentos de 13º salário, adicional de
férias e indenizações trabalhistas.

Depreciação e manutenção: gastos que não são pagos a um destinatário. Trata-se de fundo de reserva para
arcar com gastos de manutenção e permitir a reposição de equipamentos.

Mão de obra direta: é um gasto variável, pois o tempo dedicado diretamente à produção deste ou daquele
serviço varia, e, assim, o tempo efetivamente consumido na produção do serviço será sempre variável.

33
Cálculos importantes para prestadores de serviços: gastos variáveis

Ao longo deste capítulo, você vai ver quais são os gastos variáveis da prestação de serviços e como calcular
esses gastos.

Os gastos variáveis são aqueles que podem aumentar ou diminuir conforme o volume de serviços prestados
pela empresa.

 Maior volume de prestação de serviços =  Maior valor de gastos variáveis

   

 Menor volume de prestação de serviços =  Menor valor de gastos variáveis

Fazem parte dos gastos variáveis na prestação de serviços:

• Comissões – percentuais estabelecidos sobre o preço de venda, pagos ao funcionário como recompensa
pela venda de um serviço ou pela intermediação de um negócio. São utilizadas em muitas empresas para
melhorar os resultados comerciais. A definição do percentual de comissão depende da situação e da es-

34
tratégia de atuação de cada empresa. O percentual definido será um componente do preço de venda do
serviço, pois se trata de uma despesa variável.

• Perdas financeiras (inadimplência) – resultam do não pagamento por parte do cliente. Para calcular uma
margem de segurança financeira para essas situações, a empresa precisa levantar o valor total das perdas
financeiras (inadimplência) de um determinado período, por exemplo, no último ano ou nos últimos três
meses, e dividir esse valor pelo faturamento acumulado no mesmo período.

• Impostos sobre vendas – tanto os federais como os estaduais e os municipais são despesas variáveis e
devem ser considerados na análise dos gastos variáveis e na formação do preço de venda. O valor pago
nos impostos depende do regime tributário adotado pela empresa, bem como do tipo de atividade desen-
volvida, do porte e do faturamento.

Atenção

Consulte seu contador para obter mais informações sobre o regime tributário de sua empresa e os impos-
tos incidentes sobre a atividade realizada.

Existe ainda outra categoria de custos variáveis, que são específicos para as empresas que prestam serviços.

Conforme a atividade desenvolvida pela empresa, pode ser necessária a utilização de determinados produ-
tos ou mercadorias para a prestação dos serviços.

35
Por exemplo, um salão de beleza precisa de xampus, cremes e tinturas de cabelo, entre outros produtos
específicos, para conseguir atender seus clientes; uma empresa dedetizadora necessita de produtos especí-
ficos para eliminar pragas urbanas; uma oficina mecânica pode precisar trocar peças específicas ao realizar
serviços de reparos em um veículo, bem como trocar itens de manutenção periódica como óleo, filtros, entre
outros.

Essas situações são exemplos de custos variáveis na prestação de serviços. Todos esses custos devem ser
calculados para se definir o preço de venda do serviço e fazer o controle de gastos.

36
Realize a seguir uma atividade para conferir se aprendeu o conteúdo mostrado até agora.

Atividade 4.1

Ivete tem uma empresa que presta serviços de tradução de textos técnicos. Para ampliar suas possibilidades
de trabalho, ela fez parcerias com alguns profissionais que indicam o trabalho da sua empresa e, quando a
negociação é efetivada, recebem um percentual do valor pago pelo cliente pela tradução realizada.

Quais tipos de gastos variáveis se aplicam à empresa de Ivete?

( ) Comissões. ( ) Impostos.

( ) Perdas. ( ) Custos variáveis com produtos.

RESPOSTAS:

Deve-se assinalar “Comissões” e “Impostos”.

As comissões são percentuais estabelecidos sobre o preço de venda, pagos ao funcionário como recompen-
sa pela venda de um serviço ou pela intermediação de um negócio. O percentual definido será um compo-
nente do preço de venda do serviço, pois se trata de uma despesa variável.

Os impostos sobre vendas, tanto federais como estaduais e municipais, são despesas variáveis e devem ser
considerados na análise dos gastos variáveis e na formação do preço de venda.

37
4º passo: Apurar custos e despesas variáveis

Chegou a hora de você levantar e organizar as informações dos gastos variáveis da sua empresa!

Tenha sempre em mente que os gastos de uma empresa dependem de sua estrutura, porte, área de atuação
e atividades realizadas, entre outros aspectos.

Busque as informações necessárias e analise com atenção a realidade da sua empresa.

Dica

Faça o download do arquivo do 4º passo na Biblioteca Virtual, disponível no ambiente de Educação a


Distância do Sebrae, para iniciar essa tarefa, que ajudará você a gerenciar os recursos financeiros do seu
negócio.

• 4º passo para o controle de gastos (aprofundamento_controle_de_gastos_na_prestacao_de_servi-


cos_m4_4o_passo_editavel.xlsx).

Agora que você realizou o levantamento de custos e despesas, fixos e variáveis, do seu negócio, reflita: Quais
gastos fixos e variáveis têm maior impacto no total de gastos da sua empresa?

Com base em suas análises e reflexões, identifique como e quanto você pode reduzir os gastos na sua empresa!

A proposta agora é que você realize mais uma atividade para treinar o que aprendeu até agora.

38
Atividade 4.2

Analise os gastos da empresa Linha Reta Alinhamento e Balanceamento nos últimos três meses e, então,
assinale as alternativas que apresentam gastos variáveis.

  Abril Maio Junho


(valor pago) (valor pago) (valor pago)
Impostos sobre vendas R$ 3.900,00 R$ 4.160,00 R$ 2.950,00
Aluguel R$ 980,00 R$ 980,00 R$ 980,00
Comissões R$ 600,00 R$ 640,00 R$ 450,00
Energia elétrica R$ 202,50 R$ 210,00 R$ 197,00
Telefone R$ 172,00 R$ 199,00 R$ 234,00

Impostos sobre vendas


  Aluguel
Comissões
  Energia elétrica
  Telefone

RESPOSTAS:

Deve-se selecionar “Impostos sobre vendas” e “Comissões”.

Os gastos variáveis são impostos sobre vendas e comissões. Nos dois casos, embora o percentual usado
para calcular o valor a ser pago – com o imposto ou a comissão – não se altere, o valor em si varia de acordo
com o volume de serviços prestados.

39
Valor/hora na prestação de serviços

Neste capítulo, você vai ver como calcular o valor/hora na prestação de serviços.

Você pode até dizer que muitas empresas prestadoras de serviços não cobram por hora, e isso é verdade.

Mas também é verdade que você, como empresário prestador de serviços, precisa conhecer e controlar ade-
quadamente os gastos da sua empresa para compreender como eles se relacionam com o custo do trabalho
ofertado aos clientes.

Como a sua empresa vende a realização de um trabalho específico, é preciso pensar na relação do tempo
necessário para a execução do serviço e de todos os gastos envolvidos.

Em qualquer empresa é preciso saber exatamente quanto, em que e por que se gasta!

É importante você analisar essa informação, pois ela trata do tempo de trabalho investido na prestação de
serviços.

40
Passos para calcular o valor/hora

Passo 1: Calcular as horas de trabalho no mês

Para esse cálculo, devem ser considerados o número de dias úteis do ano e a disponibilidade de horas de
trabalho de cada colaborador, para que se chegue ao número de horas de trabalho que a empresa cumpre
por mês.

Passo 2: Calcular o valor/hora da mão de obra direta

Para esse cálculo, deve-se considerar o total de gastos com mão de obra direta (informação adquirida no ca-
pítulo anterior – Cálculos importantes para prestadores de serviços: gastos variáveis), que, depois de ter
seu valor/hora calculado, é multiplicado pelo número de horas de trabalho aplicadas diretamente no serviço
do mês.

A princípio, pode-se considerar que o custo de mão de obra direta corresponde ao valor das horas apontadas
nos serviços, tendo como base o salário-hora contratado dos funcionários. Por exemplo, se um funcionário
cujo salário é de R$ 10,00 por hora apontar 4 horas de atividades no serviço Y, o custo da mão de obra direta
desse funcionário seria de R$ 40,00 (4 horas × R$ 10,00).

Passo 3: Calcular o valor/hora das despesas fixas da empresa

Para esse cálculo, é preciso saber o total dos gastos fixos mensais e dividir esse valor pelo número de horas/
mês da empresa.

Passo 4: Calcular o valor/hora de funcionamento da empresa

Para esse cálculo, é preciso somar o valor/hora da mão de obra direta com o valor/hora das despesas fixas
da empresa. É por isso que ele é a última etapa do controle de gastos, pois o cálculo depende de todos os
valores anteriores!

Veja, a seguir, como a Carros e Cia. fez esses cálculos.

A primeira etapa é calcular as horas de trabalho no mês.

Para isso, é necessário usar algumas informações sobre os dias e as horas trabalhados em um mês.

41
Veja como ficou o cálculo de horas de trabalho mensais para a Carros e Cia.:

Dias disponíveis de trabalho/mês

Dias do ano = 365

Domingos - 52

Sábados - 52

Feriados - 10

Férias (dias úteis) - 21

Dias disponíveis de trabalho por ano = 230

Meses do ano ÷ 12

Dias disponíveis de trabalho por mês = 19,17


Dias disponíveis de trabalho por mês
= 20
(arredondamento para mais)

Número de horas/mês disponíveis por colaborador

Número de horas de trabalho semanais = 44

Número de dias de trabalho semanais ÷ 5

Número de horas/dia = 8,80

Dias disponíveis de trabalho por mês × 20

Número de horas/mês = 176

Índice de ociosidade - 20%


Número de horas/mês disponíveis por
= 140,80
colaborador

42
Número de horas/mês disponíveis na empresa

Número de horas/mês disponíveis por colaborador = 140,80

Número de colaboradores (mão de obra direta) × 3

Número de horas/mês disponíveis na empresa = 422,40

Atenção

Ociosidade representa o tempo de interrupção do trabalho durante o qual o trabalhador não realiza
atividades. O índice de ociosidade pode variar de empresa para empresa e de atividade para atividade.
Também depende da decisão dos donos do negócio.

Com a informação das horas disponíveis por mês, a Carros e Cia. iniciou a segunda etapa: calcular o valor/
hora da mão de obra direta.

Veja como ficou o cálculo:

43
Valor/hora da mão de obra direta

Total de gastos com mão de obra direta = R$ 4.554,00

Número de horas/mês de produção de serviço na empresa ÷ 422,40

Valor/hora da mão de obra direta = R$ 10,78

Os cálculos mostram que, considerando o total de horas disponíveis por mês e a equipe de três colaborado-
res diretamente envolvidos na prestação de serviços, o valor/hora da mão de obra direta na Carros e Cia. é
de R$ 10,78. Depois de calcular o valor/hora da mão de obra direta, a Carros e Cia. iniciou a terceira etapa:
calcular o valor/hora das despesas fixas da empresa.

Veja como ficou:

Valor/hora das despesas fixas da empresa

Total de gastos fixos mensais – despesas fixas = R$ 12.068,83

Número de horas/mês disponíveis na empresa ÷ 422,40

Valor/hora das despesas fixas da empresa = R$ 28,57

Os cálculos mostram que o valor/hora para manter a estrutura atual de gastos fixos da Carros e Cia., descon-
siderando o valor de mão de obra direta, é de R$ 28,57. 

Agora só falta a quarta etapa: calcular o valor/hora de funcionamento da empresa.

Não basta apenas a disponibilidade de mão de obra direta, nem apenas ter uma empresa estruturada. Essas
duas coisas são necessárias para a prestação dos serviços!

Não basta ter “apenas” a mão de obra direta disponível, nem “apenas” a estrutura da empresa.

Valor/hora de funcionamento da empresa

Valor/hora da mão de obra direta = R$ 10,78

Valor/hora das despesas fixas da empresa + R$ 28,57

Valor/hora de funcionamento da empresa = R$ 39,35

44
O cálculo mostra que cada hora de funcionamento da Carros e Cia., com a estrutura e a equipe atuais, custa
R$ 39,35.

O valor/hora de funcionamento da empresa representa o custo mínimo da hora de prestação de serviço. Para
formar o preço de venda do serviço e analisar os resultados, ainda será preciso considerar os custos variáveis
e o lucro pretendido.

Agora, veja como esses cálculos ajudaram o controle financeiro da Carros e Cia.!

Ao conhecer as horas/mês disponíveis para a prestação de serviços, o valor/hora da mão de obra direta, o
valor/hora das despesas fixas da empresa e, por fim, o valor/hora gasto para o funcionamento da empresa,
é possível realizar algumas análises.

Reflita sobre o caso da Carros e Cia.

• A capacidade de prestação de serviços da empresa é utilizada integralmente? Esses valores/hora calcu-


lados são relacionados à capacidade total em horas de prestação de serviços. Se a empresa não alcança
sua capacidade máxima, corre-se o risco de o faturamento não cobrir seus gastos. Isso pode sinalizar a
necessidade de rever gastos, otimizar recursos, buscar novos clientes, entre outras ações.

• Ao vender um serviço, considera-se antes de qualquer coisa que cada hora de trabalho investida nesse
serviço custará minimamente R$ 39,35 para a empresa, além dos custos variáveis.

45
• Sabe-se que o gasto mensal total da empresa (despesas fixas + custos com mão de obra direta) soma
R$ 16.622,83. Portanto, o faturamento da empresa menos o percentual das despesas variáveis precisa
alcançar mensalmente esse valor (lembrando que estão sendo desconsideradas as despesas variáveis e a
lucratividade). Isso tem acontecido?

Que ações podem ser adotadas para reduzir os valores/hora das despesas fixas da empresa e da mão de obra
direta? Este é o momento de retomar o levantamento dos gastos fixos e analisar as intervenções possíveis
para redução de gastos. Alcançando tal redução e mantendo as mesmas horas disponíveis para prestação de
serviços por mês, será possível obter melhores resultados devido à otimização de recursos.

5º passo: Calcular valor/hora para a prestação de serviços

Agora é a sua vez!

É o momento de calcular o valor/hora na prestação de serviços de sua empresa e, assim, melhorar o geren-
ciamento dos recursos financeiros do negócio.

Dica

Faça o download do arquivo com o 5º passo na Biblioteca Virtual, disponível no ambiente de Educação a
Distância do Sebrae, para realizar essa análise na sua empresa.

• 5º passo para o controle de gastos (aprofundamento_controle_de_gastos_na_prestacao_de_servi-


cos_m5_5o_passo_editavel.xlsx).

46
Faça a seguir uma atividade para conferir se aprendeu o que foi apresentado no capítulo.

Atividade 5.1

Marque V (verdadeiro) ou F (falso) para as seguintes afirmações.

( ) O valor/hora calculado em uma empresa prestadora de serviços representa o valor mínimo a ser cobrado
pelos serviços prestados.

( ) Para calcular o valor/hora da mão de obra direta é preciso dividir o total de salários pagos pelo número
de horas disponíveis para a prestação de serviços no mês.

( ) Para calcular o valor/hora das despesas fixas da empresa é preciso dividir o total gasto mensalmente com
despesas fixas para o funcionamento da empresa como um todo pelo número de horas disponíveis para a
prestação de serviços no mês.

( ) O valor/hora calculado em uma empresa prestadora de serviços representa o valor mínimo de gastos da
empresa, pois, para formar o preço de venda e analisar resultados, ainda será necessário considerar os cus-
tos variáveis e o lucro pretendido.

RESPOSTAS:

(F) O valor/hora calculado em uma empresa prestadora de serviços representa o valor mínimo a ser cobrado
pelos serviços prestados.

(F) Para calcular o valor/hora da mão de obra direta é preciso dividir o total de salários pagos pelo número de
horas disponíveis para a prestação de serviços no mês.

(V) Para calcular o valor/hora das despesas fixas da empresa é preciso dividir o total gasto mensalmente com
despesas fixas para o funcionamento da empresa como um todo pelo número de horas disponíveis para a
prestação de serviços no mês.

(V) O valor/hora calculado em uma empresa prestadora de serviços representa o valor mínimo de gastos da
empresa, pois, para formar o preço de venda e analisar resultados, ainda será necessário considerar os cus-
tos variáveis e o lucro pretendido.

47
Compreender a importância do cálculo do valor/hora na prestação de serviços é fundamental para analisar
os gastos da empresa! 

Como você acredita que pode melhorar o gerenciamento e o controle dos gastos da sua empresa prestadora
de serviços com base no cálculo do valor/hora de funcionamento da empresa?

Reflita sobre o assunto e faça os cálculos necessários para controlar melhor os gastos do seu negócio!

48
Tomada de decisões

Ao longo deste capítulo, você vai ver como o controle de gastos pode auxiliar a tomada de decisões.

Você sabe responder quais decisões podem ser tomadas com base na análise dos gastos de sua empresa?

Ou para que servem todos esses cálculos feitos ao longo do e-book?

Agora, você verá algumas análises que podem ser realizadas com base no controle de gastos. Essas análises
podem auxiliá-lo a tomar decisões para ampliar a competitividade e a lucratividade de sua empresa.

Mas lembre-se: não existe uma regra geral de tomada de decisão para todas as empresas, pois a realidade
de cada uma em sua área de atuação deve ser considerada em primeiro plano.

1. Analisar a relação de gastos da empresa e identificar intervenções possíveis para sua redução

Nem todos os gastos podem receber intervenções diretas do empresário para sua redução, por isso é preciso
controlar os gastos e analisados periodicamente.

Veja exemplos de ações que podem ajudar a reduzir gastos:

49
• Busca de novos fornecedores e/ou negociação com fornecedores atuais.

• Implementação de políticas internas para evitar desperdício de recursos.

• Busca de parcerias para compras coletivas de materiais.

• Análise do processo de trabalho para melhor organização de suas etapas e identificação de formas mais
ágeis de realização do trabalho.

2. Rever a formação do preço de vendas

É importante realizar uma análise dos preços de vendas para verificar se estão adequados na relação entre
necessidades da empresa e preços de mercado, buscando estabelecer sempre preços competitivos.

3. Realizar gestão financeira

Além do controle dos gastos, é essencial que a empresa se preocupe em manter a gestão financeira em de-
senvolvimento, identificando as ferramentas de gestão mais adequadas à sua realidade e, principalmente,
tendo disciplina e organização para manter essas ferramentas atualizadas a fim de gerar informações que
subsidiem ciclicamente o processo de gestão e tomada de decisões.

50
4. Manter-se atento ao mercado e às inovações

Vale lembrar que a empresa não está isolada no mercado em que atua. É importante manter-se atualizado
em relação ao mercado, por exemplo, com estas ações:

• Pesquisa constante de informações de mercado, que pode trazer novos exemplos de ações para reduzir
gastos, ampliar vendas e/ou lucratividade:

̵̵ Clientes: pesquisar necessidades, expectativas e sugestões de melhorias.


̵̵ Fornecedores: pesquisar novos fornecedores e novos produtos e serviços oferecidos.
̵̵ Concorrentes: pesquisar melhores práticas e estratégias.

• Análise de tendências e inovações do mercado para identificar, por exemplo, tecnologias mais produtivas,
econômicas e sustentáveis que ajudem a reduzir gastos.

51
6º passo: Analisar e tomar decisões sobre o controle dos gastos

Agora é o momento de seguir em frente e manter o controle de gastos atualizado em sua empresa!

Dica

Faça o download do arquivo com o 6º passo na Biblioteca Virtual, disponível no ambiente de Educação a
Distância do Sebrae, que vai ajudar você nessa tarefa.

• 6º passo para o controle de gastos (aprofundamento_controle_de_gastos_na_prestacao_de_servi-


cos_m6_6o_passo_editavel.xlsx).

Analisar os gastos da empresa periodicamente leva a decisões mais seguras para ampliar a lucratividade e a
competitividade.

Avalie na atividade a seguir seus conhecimentos sobre os conteúdos apresentados neste capítulo.

Atividade 6.1

Assinale a alternativa que justifica corretamente a afirmação:

É possível ampliar a lucratividade e a competitividade da empresa também a partir da organização e do con-


trole de gastos fixos e variáveis inerentes à atividade desenvolvida. Isso porque...

52
( ) ... sem controlar os gastos pode haver desperdícios e má aplicação de recursos financeiros, podendo
comprometer os resultados esperados.

( ) ... o único aspecto que interfere na lucratividade e na competitividade da empresa são seus gastos.  

RESPOSTAS:

Deve-se selecionar “... sem controlar os gastos pode haver desperdícios e má aplicação de recursos financei-
ros, podendo comprometer os resultados esperados”.

Sem controlar os gastos pode haver desperdícios e má aplicação de recursos financeiros, podendo compro-
meter os resultados esperados em qualquer empresa. Os gastos não são o único aspecto que interfere na
lucratividade e na competitividade, mas representam um importante elemento e devem ser controlados e
analisados na gestão financeira das empresas. 

Com a atividade, concluímos o e-book Aprofundamento do Controle de Gastos na Prestação de Serviços.


Coloque em prática o que aprendeu e continue agindo para controlar os gastos na sua empresa!

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2017 © Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo – SEBRAE-SP

Conselho Deliberativo IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas Equipe técnica:


Presidente ParqTec – Fundação Parque Alta Adriano Augusto Campos
Paulo Skaf (FIESP) Tecnologia de São Carlos Carolina Germano Nascimento
ACSP– Associação Comercial de São Paulo SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Claudia Aparecida Gonçalves Brum
ANPEI – Associação Nacional de Pesquisa, Micro e Pequenas Empresas Unidade Gestão de Produtos
Desenvolvimento e Engenharia das SDECTI – Secretaria de Desenvolvimento Gerente: Clarissa Battistella Guerra
Empresas Inovadoras Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação Equipe técnica:
BB – Superintendência Estadual do Banco do Estado de São Paulo André Luis Moretto
do Brasil João Carlos Natal
SINDIBANCOS – Sindicato dos Bancos do
CEF – Superintendência Estadual da Caixa Lilian Teresinha Fusco Rodrigues
Estado de São Paulo
Econômica Federal Marcos Alexandre Barbosa Mange
DESENVOLVE-SP – Agência de Diretor – Superintendente Mariana Camargo Marques
Desenvolvimento Paulista Bruno Caetano Suely Nunes Carneiro Mioto
FAESP – Federação da Agricultura do Diretor Técnico Júlio César Domingues
Estado de São Paulo Ivan Hussni Consultoria Especializada
FECOMERCIO – Federação do Comércio Diretor Administrativo e Financeiro José Manoel Oliveira Silva
do Estado de São Paulo Pedro Rubez Jehá Reinaldo Santos Calipo
FIESP – Federação das Indústrias do Unidade Atendimento Remoto Jean Fernando Pinheiro Miranda
Estado de São Paulo Gerente: Adriana de Barros Rebecchi João Carlos Natal

Produção Técnica e Operacional Fundação Carlos Alberto Vanzolini

Presidente da Diretoria Executiva Designer Instrucional Consultora de Comunicação


João Amato Neto David Melo da Luz, Natália de Mesquita Sonia Scapucin
Diretor Administrativo e Financeiro Matheus, Tauana Grasso Chixaro e Thais Editora
Luís Fernando Pinto de Abreu Cattucci Dantas Elisabete Portugal
Diretor de Operações Diretora de Vídeo
Consultora Pedagógica
Roberto Marx Ane do Valle
Mainã Greeb Vicente
Diretor da Área de Gestão de Roteirista
Revisão de Texto Patricia Roman
Tecnologias em Educação Priscila Risso e Tatiana F. Souza Apresentadora
Guilherme Ary Plonski
Iconografia e Audiodescrição Viviane Thomaz
Coordenadoras Executivas
Priscila Garofalo e Rita De Luca Narradores
Angela Sprenger e Beatriz Scavazza
Consultora de Acessibilidade Michelle Dufour e Nelson Gomes
Gerente da Unidade de Gestão de Diretor de Arte
Karina Zonzini
Projetos Michelangelo Russo
Luis Marcio Barbosa Consultor de Tecnologia
Designer Gráfico
Gestoras do Projeto Wilder Oliveira
Eduardo de Camargo Neto
Sônia Akimoto e Denise Blanes Programador de Front-end
Diagramação
Assistentes de Gestão Edson Ramos Jairo Souza Design Gráfico
Valéria Aranha e Vanessa Leite Rios Web Designer Imagens
Designer Instrucional Master Bruno Gomes de Souza e Fernando Cedidas pelo Sebrae-SP, pela GTE/FCAV ou
Heloisa Collins Oliveira Martins usadas sob licença da Shutterstock.com

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