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Material Teórico
Balanço Patrimonial
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Selma Aparecida Cesarin
Balanço Patrimonial
• Arte e Tecnologia;
• O Balanço Patrimonial;
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Unidade: Balanço Patrimonial
Contextualização
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Luís
– Sim, sim, sim!
– Vejamos, senhores empresários. Aqui temos! O Balanço Patrimonial, perfeito, perfeito...
Alguns minutos de silêncio sepulcral. O Luís olhava para aqueles papéis, fazia umas caretas
estranhas. Até mesmo o Pedrinho estava quietinho, coisa que nunca aconteceu!
Luís
– Acho que vai dar para te conceder um empréstimo. Sim! Sua proposta é muito boa. Mas
antes de enviar o processo para o depto. de crédito, vou te pedir algumas informações
complementares.
Luís tirou um formulário da gaveta, e marcou “x” em pelo menos umas dez coisas que estavam
ali. Circulou vários dados no balanço patrimonial e escreveu umas mensagens estranhas. E se
voltando ao Pedrinho disse para ele entregar essa relação para o contador da empresa do
Maurício, para ele preparar alguns relatórios especiais. Maurício então perguntou:
Maurício
– Ué? Para quê isso agora? Você não disse que estava tudo certo?
Luís
– Sim, e está mesmo! Mas como você tem uma empresa pequena e que atua no setor
aeroespacial. É necessário que o Banco tome certos... cuidados.
Depois de muito conversarem e após outras formalidades, Maurício e Pedrinho saem da
agência bancária. E Pedrinho, que ficou absolutamente calado o tempo todo, perguntou ao seu
pai que caretas estranhas eram aquelas. Maurício então lhe disse:
– Filho, se uma rodinha do seu skate se soltar, você vai perceber?
Pedrinho:
– Vou!
Maurício:
– E você sabe quando a rodinha vai se soltar?
Pedrinho:
– Não! Nunca saiu rodinha dos meus skates!
Maurício:
– Então, esse pessoal aí quer descobrir (e às vezes acham que descobrem) quando a rodinha
de um skate novo vai se soltar, mesmo sem ter skate pronto ainda!
Pedrinho:
– Hã?
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Unidade: Balanço Patrimonial
Arte e Tecnologia
O Dinheiro
A seguir, como um “esquentar de motores”, uma preparação para o estudo da demonstração
contábil/financeira Balanço Patrimonial, convidamos você a ler parte de uma interessante
reflexão de Siegel & Mattick (2010, p. 29) sobre a importância do dinheiro em nossa sociedade.
“O dinheiro é fundamental para o capitalismo porque este é o primeiro sistema social em que a maior
parte da atividade produtiva – com exceção das atividades diretamente relacionadas ao consumo
individual, como preparar uma refeição, limpar a casa ou consertar objetos domésticos – consiste
em trabalho assalariado, executado em troca de dinheiro. A maioria das pessoas, não dispondo de
aceso à terra, às ferramentas e às matérias-primas, nem tendo dinheiro suficiente para adquiri-las,
está impossibilitada de produzir os bens de que precisa; são obrigadas a trabalhar para outras que
têm o dinheiro para empregá-las e fornecer-lhes materiais e ferramentas. O dinheiro retorna aos
empregadores quando os empregados compram bens que eles mesmos, enquanto classe, produziram.
Ao mesmo tempo, os empregadores vendem e compram bens – matérias-primas, maquinário, produtos
de consumo – uns dos outros. Assim, os fluxos monetários conectam todos os indivíduos envolvidos
num sistema social. Existem outros princípios de organização atuando na sociedade moderna:
alguns, como nacionalidade e raça, são invenções modernas; outros, como religião e gênero, são
adaptações de ideias mais antigas. Porém, cada vez mais, os liames do dinheiro perpassam todos os
agrupamentos, conectando os povos do mundo.
Quem produz para uma empresa não tem nenhuma relação direta com os compradores e
consumidores de seus bens ou serviços, ainda que, em última análise, produza para o consumo
destes. Uma empresa só sabe em que medida está atendendo às necessidades dos clientes ao avaliar
o próprio sucesso ou fracasso em vender seus produtos a preços suficientemente altos.
Dessa maneira, a produção que supre as necessidades de todos é conduzida por empresas que,
enquanto propriedade de indivíduos ou corporações, conectam-se ao resto da sociedade apenas pela
troca de bens por dinheiro, comprando matéria-prima e força de trabalho e vendendo seus produtos.
Quando os produtos são vendidos, o trabalho de fazê-los passa a contar como parte do trabalho
social – aquele executado pela e para a sociedade como um todo. É a rede de trocas de produtos por
dinheiro que une todas as formas de trabalho, constituindo um sistema econômico. O dinheiro tem
papel central na sociedade moderna, fundada no princípio da propriedade privada, pois representa o
caráter social da atividade produtiva sob uma forma – peças metálicas, símbolos de papel ou pulsos
eletrônicos – que pode ter um indivíduo como proprietário (Siegel & Mattick, 2010 p. 29).
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Neste exato momento em que você está lendo este texto, como está a temperatura do
ambiente? Está quente ou frio?
Se estiver quente, provavelmente você está usando uma roupa mais fresquinha, mais arejada.
E se estiver frio (a menos que você não se importe em deixar todo mundo preocupado com sua
saúde e, eventualmente, pegar uma pneumonia), está bem agasalhado (a), quentinho (a), bem
confortável para estudar!
Mas... você mesmo(a) produziu a roupa que está vestindo? Sabemos que algumas pessoas
tem o hábito, muito saudável, de produzir e/ou personalizar suas próprias roupas. No entanto,
a maioria não tem como fazer suas próprias roupas e provavelmente as que você está vestindo
foram produzidas por outras pessoas.
Essa roupa que está vestindo neste momento é mais básica ou mais fashion, isto é, desenhada
por um profissional da área da moda e que expressa algo, seja o seu estado de espírito, suas
vontades ou seus desejos? O certo é que essa roupa está atendendo às suas necessidades.
Assim como as roupas que você está usando, as pessoas têm muitas outras necessidades,
como se alimentar, falar ao telefone, limpar a casa, cuidar dos filhos, etc. etc.
As pessoas sentem necessidades básicas, como se alimentar e se proteger do frio e da chuva
em casas seguras, mas também necessidades complementares como o sentimento de viver em
comunidade, ser aceito em um grupo social, relacionar-se com outras pessoas.
Satisfeitas essas necessidades, conforme Fauzi Timaco (1999), que se baseou no trabalho de
Abraham Maslow, as pessoas buscam outros objetivos que também geram necessidades, como
a procura por reconhecimento, status, poder.
E uma vez alcançados esses objetivos, surgem outras necessidades relacionadas à autorrea-
lização, como o sentimento de participar de projetos arrojados ou sofisticados, explorar regiões
ou se lançar às mais variadas experimentações e aventuras.
Para Pensar
Quem é o cliente de uma agência de turismo? Certamente é o mesmo que consome os serviços de
um supermercado ou de um restaurante em um aeroporto ou um centro comercial, financeiro ou de
compras. Mas quem aceitaria pagar milhões de dólares para viajar ao espaço, dentro de um foguete
da NASA ou da Agência Espacial Russa?
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Unidade: Balanço Patrimonial
As pessoas trabalham nas empresas e são remuneradas pelo seu trabalho com dinheiro. O
dinheiro, por sua vez, é usado para comprar bens e serviços necessários à vida das pessoas, em
um fluxo real de bens e serviços e de dinheiro (monetário) na sociedade, na Economia.
Como bem disseram Siegel & Mattick, os “fluxos monetários conectam todos os indivíduos
envolvidos num sistema social” (2011, p. 29). Uma representação gráfica desses fluxos real e
monetário pode ser vista na figura a seguir:
A “empresa” foi uma forma que as pessoas encontraram ao longo do tempo para organizar
os meios de produção. As primeiras empresas foram formadas há mais de mil anos, desde a
época das Cruzadas e do Feudalismo.
Com a queda da Influência da Igreja, ou seja, do Sagrado e do Clero, o homem tornou-se
centro do Universo e, com isso, as descobertas e tecnologias passaram a ser livres.
A Revolução Francesa foi base para a Revolução Industrial (Inglaterra – século XVIII), que
trouxe o progresso e fez com que as empresas passassem a ser estruturadas de maneira que
pudessem atender às demandas de Mercado.
Explore
Algumas empresas criadas há mais de mil anos ainda existem. Leia interessante matéria do jornalista
Márcio Juliani para a Revista Exame disponível no link https://bit.ly/3ZVbrvA
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Na Economia e na Administração, empresa é definida por autores como Drucker (2001)
ou Vasconcellos e Garcia (2008) como um agrupamento de pessoas que reúnem os fatores
de produção (considerados atualmente como terra ou recursos naturais, recursos humanos ou
trabalho, capacidade empresarial, capital e tecnologia) para produzir bens ou serviços para
atender as necessidades humanas.
O papel do empresário é dos mais importantes na Economia atual e se entende que é o
empresário que consegue reunir, da forma mais eficiente possível, os fatores de produção de
maneira a atender melhor as necessidades das pessoas.
Como dizem Jorge e Silva (1999, p. 31):
Ao conjugar capital, terra, trabalho e tecnologia, o empreendedor estará reu-
nindo os elementos que possibilitarão, sob sua orientação, uma participação no
processo produtivo, que será tanto mais eficaz e duradoura quanto mais eficien-
te forem suas ações de planejamento, organização, produção, comercialização,
administração financeira, administração do fator humano e outras.
O empresário é aquele que faz “negócios”, uma palavra que tem em sua origem o latim e
que nada mais é do que a negação do ócio. Assim, o “empresário” ou “negociante” é alguém
que se dispôs a fazer algo pela sociedade em que vive, correr riscos, realizar vontades, desejos,
aventurar-se. Poderia ficar parado, fazendo nada, mas optou pela ação naquilo que entende ser
o melhor a fazer.
Mas o fato de o empresário ou negociante ser alguém que se dispôs a fazer algo de útil para
a sociedade, não quer dizer que ele é um herói. Muitas vezes, as pessoas se movem pelo lucro,
pela vontade de ganhar dinheiro e enriquecer, fazer fortuna e riqueza.
É o que o economista John Maynard Keynes chamava de “espírito animal”. É certo que
os empresários não se movem necessariamente pela vontade de ajudar o próximo, como
diz Smith (1983):
Não é da benevolência do açougueiro, do fabricante de cerveja ou do padeiro
que podemos esperar nosso jantar, mas da consideração deles aos seus interesses
pessoais. Não nos dirigimos à sua humanidade, mas ao seu egoísmo, e nunca
lhes falem de vossas necessidades, mas da vantagem deles.
O empresário enfrenta a concorrência e busca sua riqueza, seu lucro e, fazendo isso, acaba
por contribuir com os interesses da sociedade também.
Como declara Weber (2008, p. 129):
A riqueza (...) é condenável eticamente só na medida em que constituir uma
tentação para vadiagem e para o aproveitamento pecaminoso da vida. Sua
aquisição é má somente quando é feita com o propósito de uma vida pos-
terior mais feliz e sem preocupações. Mas, como o empreendimento de um
dever vocacional, ela não é apenas moralmente permissível, como direta-
mente recomendada.
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Unidade: Balanço Patrimonial
Importante
Há uma especialização na ciência do Direito que é o “Direito Empresarial”. É muito importante que
você se interesse pelas questões de Direito, pois, como contador ou profissional da área de finanças,
certamente você terá alguma interação com profissionais dessa área.
É essa empresa, ou essa “entidade”, termo também é empregado no Direito e nas Ciências
Contábeis, que é demonstrada nos Balanços Patrimoniais, como você aprenderá a seguir:
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O Balanço Patrimonial
Imagine que alguém peça a você para descrever a Empresa X. Como você faria?
Vamos imaginar, por exemplo, a empresa multinacional brasileira “Embraer”, uma das
maiores indústrias aeroespaciais do Planeta.
Certamente você irá dizer que essa empresa é gigantesca, que nasceu de uma iniciativa bem
sucedida de militares brasileiros, que tem muitos galpões, muita gente trabalha nela, e mais
vários de aspectos que vierem à sua lembrança.
Imaginemos que você se lembre de ter visto uma matéria jornalística na qual se relatava
que a empresa estava procurando novos mercados, que o mercado de aviação estava em
crise, que a Embraer viu uma possibilidade de produzir aviões militares... enfim, muitos
detalhes virão à sua mente!
Explore
Veja interessante matéria da Revista Época na qual o jornalista Robson Viturino e o fotógrafo Luiz
Maximiano mostram uma nova fase na Embraer: http://glo.bo/3yMi1c6
Agora, imagine mostrar todos esses detalhes em apenas uma folha de papel! É isso que
fazemos em um Balanço Patrimonial: mostramos o patrimônio, a posição econômico-financeira
de uma empresa em um determinado período de tempo (geralmente um ano ou um trimestre)
em apenas uma folha de papel.
Para Pensar
Como é possível demonstrar ou resumir todo o patrimônio de uma empresa em apenas uma folha
de papel? É necessário, acima de tudo, usar técnicas que são conhecidas pela maioria das pessoas, o
que chamamos de “estrutura do balanço”.
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Unidade: Balanço Patrimonial
Vamos dividir essa folha em duas partes, ou melhor, em dois lados, o da direita e o da esquerda.
No lado da direita, vamos mostrar os “Passivo”, e no lado da esquerda, o “Ativo”:
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Faremos o seguinte:
Para Pensar
Ué? Por que o professor colocou Caixa do lado esquerdo, na parte de cima, e Capital do lado
direito, na parte de baixo?
Observe que foi feita uma primeira “operação” comercial, que será registrada nos livros
contábeis da empresa, de acordo com o procedimento das “partidas dobradas”.
O registro no Livro Diário seria o seguinte:
Observe, também, que foram usadas nessa operação duas contas contábeis.
No dia seguinte, o empresário compra um caminhão adaptado para restaurante, que custa
bem caro, R$ 600.000,00!
Como esse empresário é bem conceituado no mercado e conhecido cozinheiro, conseguiu
crédito, um financiamento, no Banco Exempel, para pagamento em 100 meses.
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Unidade: Balanço Patrimonial
Observe que as contas contábeis que já existiam no dia 20/01/20XX permaneceram intactas,
porque não tiveram movimentação, e foram adicionadas duas novas contas: Veículos e
Financiamentos, sendo que essa foi dividida em duas: CP (Curto Prazo) e LP (Longo Prazo).
Para Pensar
Ué? Por que o professor colocou Veículos do lado esquerdo, na parte de baixo, e Financiamentos,
no lado direito, na parte de cima e dividida em duas partes?
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No distribuidor, conseguiu uma negociação interessante: comprou 50% a vista e 50% para
pagamento em 90 dias.
O contador, então, fará o seguinte lançamento contábil no Livro Diário:
Observe que, novamente, as contas contábeis que já estavam com saldo permanecem com
saldo, mas a conta Caixa que estava com R$ 400.000,00 de saldo agora está com R$ 350.000,00.
Mas isso não é o correto?
Veja só:
No dia 20/01, o empresário integralizou R$ 400.000,00
E agora, dia 22/01, usou desse montante (R$ 50.000,00)
Portanto, ele tem no Caixa R$ 350.000,00
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Unidade: Balanço Patrimonial
Para Pensar
Ué? Por que o professor colocou estoques abaixo do Caixa, na parte de cima, do lado esquerdo do
Balanço Patrimonial, e Fornecedores como a primeira conta contábil, na parte de cima, do lado direito?
Logo cedo, no dia seguinte, um caminhão do Empório Amigão Ltda. buzinou na sede do
restaurante Rosa e Silva e entregou os produtos comprados para formar o estoque.
Só que o empresário descobriu um grande problema: Onde colocar esses produtos se grande
parte deles são refrigerados?
Ele não tinha uma geladeira industrial ainda!!!!! Então, correu na Comercial de Refrigeração
Antártica, comprou a vista um refrigerador industrial e pediu para que entregassem imediatamente
– o que em São Paulo não é algo muito fácil.
Entretanto, o pessoal, vendo o desespero dele, fez esse favor e como, felizmente, tinham um
caminhão de pequeno porte, um VUC (Veículo Urbano de Carga) que não tem restrições de
circulação, conseguiram entregar!
Ainda bem... acontece!
O contador fez, então, o seguinte lançamento contábil no livro diário:
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Observe que surge uma nova conta contábil, Máquinas e Equipamentos. As outras
permanecem intactas e Caixa agora está com um saldo de R$ 300.000,00, o que é muito
coerente. Olhe só:
Para Pensar
Ué? Por que o professor colocou Máquinas e equipamentos acima de Veículos, na parte de baixo, do
lado esquerdo do Balanço Patrimonial?
No final do mês, conforme o contrato com o Banco Exempel, o empresário teve de pagar
a primeira parcela do financiamento do caminhão adaptado, no valor de R$ 6.000,00 (R$
600.000,00 dividido por 100 meses = R$ 6.000,00 por mês).
Importante
Neste exemplo, estamos simplificando os cálculos para facilitar a explicação. Em um caso
real, é necessário separar os juros do montante do veículo.
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Unidade: Balanço Patrimonial
Observe que não surgiu nenhuma nova conta contábil, mas o saldo de duas delas foi alterado.
No caso, a conta Caixa teve a seguinte movimentação ao longo do exercício contábil (período
de apuração contábil):
No dia 20/01, o empresário integralizou R$ 400.000,00
No dia 22/01, usou desse montante (R$ 50.000,00)
No dia 23/01, usou desse montante mais (R$ 50.000,00)
No dia 30/01, usou desse montante mais (R$ 6.000,00)
Portanto, ele tem no Caixa R$ 294.000,00
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Sendo assim, observe o Balanço Patrimonial após a apuração:
Qual é a diferença com a versão anterior ao encerramento do exercício contábil (do período
de um mês, ou seja, janeiro)?
Somando-se todas as contas do Ativo e do Passivo, os saldos tanto do Ativo como do Passivo
são absolutamente idênticos!
Observe o que se ressalta abaixo:
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Unidade: Balanço Patrimonial
É claro que esse Balanço Patrimonial não está correto, porque ele não segue a estrutura
conceitual que iremos discutir no próximo capítulo, mas já é possível obter algumas informações
muito úteis.
Nos balanços patrimoniais, o lado direito representa as origens de recursos e o lado esquerdo,
as aplicações desses recursos.
Assim, temos o seguinte:
Capitais de Terceiros
Banco Exempel ................................................................. R$ 594.000,00
Empório Amigão................................................................. R$ 50.000,00
Total de Capital de Terceiros ............................................. R$ 644.000,00
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Importante
No mercado financeiro, costuma-se chamar essa distribuição entre capital de terceiros e
capital próprio de “Estrutura de Capital”.
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Unidade: Balanço Patrimonial
Importante
No mercado financeiro, costuma-se chamar os ativos circulantes de “Capital de giro”.
Observe que, entre os valores aplicados, há algumas contas que podem se transformar em
dinheiro mais rapidamente, e outras que demoram mais tempo.
As contas que se transformam em dinheiro rapidamente são Caixa e Estoques, que somam
um total de R$ 394.000,00. E as contas que não se transformam rapidamente em dinheiro, que
são Máquinas e Veículos, somam R$ 650.000,00
O que é mais fácil de se transformar em dinheiro, considera-se “Circulante”, e o que não é
rápido para se transformar em dinheiro, considera-se “Não Circulante”.
Veja a seguir a distribuição de circulante e não circulante dessa empresa:
A distribuição entre os capitais circulantes e os não circulantes é vista com muito cuidado
pelos usuários externos da Contabilidade.
Entende-se que quanto maior o ativo circulante, mais confortável. Mas isso pode ser
considerado ruim também, dependendo do contexto da análise.
A seguir, você vai conhecer a estrutura conceitual básica dos Balanços Patrimoniais.
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O conteúdo do balanço passou a ser o seguinte:
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Unidade: Balanço Patrimonial
O Ativo Circulante (AC) é composto por bens e direitos que serão recebidos em dinheiro
num prazo após o término do exercício social subsequente (o que dá após 1 ano e 12 meses).
O Ativo Circulante, também conhecido por Ativo a Curto Prazo, compõe geralmente as
seguintes contas:
O subgrupo Passivo representa todas as dívidas contraídas pela empresa, sendo que as com
vencimento a curto prazo, isto é, que vencerão até o término do exercício social subsequente
(o que dá 1 anos, 12 meses), são classificadas como Passivo Circulante, ficando as demais
registradas como Passivo Não Circulante.
No Passivo Circulante, são registradas dívidas como salários a pagar, impostos a pagar,
fornecedores, entre outras, e no Passivo Não Circulante, as dívidas mais comuns são os
financiamentos bancários e outras com vencimento a longo prazo.
As dívidas registradas tanto no Passivo Circulante quanto no Passivo Não Circulante são
contraídas com terceiros, isto é, com pessoas físicas e/ou jurídicas. Normalmente possuem
rígidos vencimentos predeterminados, ou seja, possuem alta exigibilidade.
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Importante
As dívidas com terceiros, se não saldadas no tempo exigido, normalmente levam a empresa a
sanções (juros e multas) no caso de não pagamento. Em casos mais extremos, as empresas são
protestadas em Cartório, sujando sua reputação na “praça“ e diminuindo seu crédito.
Já no Patrimônio Líquido, são registradas as dívidas contraídas pela empresa junto aos
seus proprietários, como, por exemplo, o “capital social”. Por isso, os empresários, sócios ou
proprietários são considerados “terceiros em especial”; são dívidas, mas com baixa ou nenhuma
exigibilidade, porque no caso hipotético de uma empresa devolver o Capital Social para os
proprietários, haverá o encerramento das atividades.
Dessa forma, no Balanço Patrimonial, as contas são dispostas em ordem de liquidez e de
exigibilidade, conforme podemos observar na seguinte figura:
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Unidade: Balanço Patrimonial
Material Complementar
Leia atentamente o texto a seguir, que irá ajudar no aprofundamento de seus estudos
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Referências
JORGE, Fauzi Timaco; SILVA, Fabio Gomes da. Economia aplicada à administração. São
Paulo: Pioneira, 1999.
SIEGEL, Katy; MATTICK, Paul. Arte & Dinheiro. Tradução de Money, realizada por Ivan
Kuck. Rio de Janeiro: Zahar, 2010. 223p.
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