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DIREITO
EMPRESARIAL
PEL LHAR
D S ALUN S
Elaborado por
Organizado pela Prof.ª Alessandra Lignani de Miranda Laura Oliveira Feliciano
Starling e Albuquerque Mariana Barros Mendes
Enzo Scaramussa Colombi Guidi
Dedico esse caderno a todos meus ex-
alunos e ex-alunas que passaram pelo
mundo do Direito Empresarial.
Dedico também aos meus atuais alunos e
alunas, que irão mergulhar nesse
interessante universo da matéria.
Enfim, dedico a você que deseja vivenciar
uns momentos da disciplina mais amada
(mesmo que por poucos) do pedaço.
E tenham certeza: todo aprendizado é
válido e o melhor da vida é saber que
seremos eternos aprendizes...
1 SUJEITOS DE DIREITO
São todos os capazes de assumir direitos e obrigações. Podem haver dois tipos de
classificações:
e individualização da personalidade.
Tem fins econômicos? Se sim, será a sociedade em sentido amplo e se não, serão
as associações.
São válidos para todos os tipos de sociedade. Não envolve somente a questão
empresarial propriamente dita.
OBS: Quando você está e/ou convive com alguém (namorado, irmão, pais, entre
outros) também está vivendo em sociedade.
Contribuição pessoal de cada sócio (bens, dinheiro): O que cada sócio vai
contituir naquela sociedade.
Interesse comum (cada sócio tem direito a parte dos benefícios): O que
cada sócio vai fomentar para que tal sociedade possa ser constituida, ou seja,
o que eu e o outro podemos oferecer para a integração dessa sociedade.
Intenção de constituir uma sociedade (affectio societatis): Está voltada a
questão do afeto, ao desejo de estar junto. Isso vai ser identificado em
classificações (quando é uma sociedade de capital, sociedade de pessoas).
Mas o que a gente fomenta por trás disso é que algo surge para que tenha o
interesse de manter aquela vontade de estar junto em sociedade.
Finalidade lícita: Quando pensamos em constituir um contrato também é
pensado na licitude do objeto. Pensamos que estamos fazendo um contrato
para a constituição de algo que é lícito. O objeto ilícito – considerado pela
legislação brasileira – não consegue ser registrado, constitído como um
elemento de uma sociedade.
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Logo:
1) A execução recai sobre os bens da sociedade, até o esgotamento do patrimônio
dela.
2) O saldo da dívida recai sobre o patrimônio do sócio, na forma e limite do tipo
societário adotado.
5 CONSEQUENCIA DA PERSONIFICAÇÃO
Ex: 5 sócios LTDA ( A 12,5% – B 12, 5% – C 25% – D 25% - E 25% = A,B,C (sim)
D/E (não) = 3 x 2. Em casos que aconteçam essa soma e não há como resolver o
problema, pois a soma de A, B e C da 50% e de D e E tambem é de 50%. Então, o
certo é fazer o voto por cabeça, ou seja, contar quantos há para um lado e quantos
há para o outro (3x2) e, isso terá que ser feito no momento de uma deliberação
societária. Além disso, também deve ser observado fundamentalmente o que está
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previsto no contrato social, bem como o que estabelece a lei, pois muitas vezes o
contrato social pode não estabelecer tudo que é devido e necessário para aquela
sociedade. Logo, observa-se a regra de acompanhar o que já está posto na lei.
As sociedades simples estão previstas no § único do art. 966 do CC. Portanto, nem
todos os tipos societários serão enquadrados como sociedade simples. O art. 982, §
único, estabelece que algumas sociedades, no caso a sociedade por ações que
engloba a sociedade anônima e a sociedade comandita por ações serão sempre
empresárias e as demais podem seguir como simples ou empresárias.
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ATENÇÃO!
7.4 REGISTRO
OBS: Registro não é requisito para a caracterização do empresário. Para que serve
o registro? Para dar publicidade a terceiros e constituir a personalidade jurídica.
Pode existir o comerciante sem registro (comerciante irregular), a sociedade sem
registro (sociedade de fato).
OBS: O registro gera efeitos “ex nunc”, não retroage. Além disso, é constitutivo da
personalidade e declarativo da atividade.
8 SOCIEDADES
União entre duas ou mais pessoas, que se obrigam a conjugar esforços para a
realização de um objetivo comum e, ao final, partilharem resultados.
8.1.2 Sociedades não personificadas: Sociedades comuns são aquelas que não
tem contrato social registrado no órgão competente. Ex: sociedade em conta de
participação (C/P).
9 TIPOS SOCIETÁRIOS
• Sociedade Anônima1 (art. 1088 e 1089 c/c a Lei 6.404/1976 (Lei da SA);
• Sociedade em Comandita por Ações ( art. 1090 ao art. 1092 CC).
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Sobre o assunto é importante mencionar os diferentes tipos de Sociedade Anônima de Capital
Fechado e Aberto: https://www.sunoresearch.com.br/artigos/empresa-capital-aberto/.
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COMPARATIVO
SOCIEDADE LIMITADA
1 SOCIEDADES
1.1 CONCEITO
2.1 CONTRATO
2.2 PESSOAS
No contrato, tem que dizer qual será o capital, quanto cada sócio irá subscrever e
integralizar, qual é a forma que o capital está inserido e contextualizado dentro de
uma sociedade. É preciso saber a contribuição de cada sócio, pois em decorrência
dessa contribuição é que iremos identificar o percentual de participação societária,
as questões e funções voltadas para esse capital. É importante lembrar que existem
tipos societários que não permitem todos esses regramentos.
ATENÇÃO!
2.4 AFFECTIOSOCIETATIS
É nula a estipulação contratual que exclua qualquer sócio de participar dos lucros e
das perdas (art. 1.008).
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Foi criada pelo legislador (Decreto 3.708/1.919) com a finalidade de permitir que
pequenos e médios empreendedores gozem da prerrogativa de limitação da
responsabilidade.
3.1.1 Aplicação subsidiária das normas da sociedade simples (art. 1.053, caput,
CC): É aquela que integra/preenche as lacunas que a legislação, eventualmente,
não abarca.
3.2 CONSTITUIÇÃO
É uma sociedade contratual: Nasce da vontade dos sócios e deve ser formalizada
por meio de um contrato escrito, que deve ser levado a registro antes do início das
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Nas omissões do capítulo (arts. 1.052 a 1.057 do CC), questões que envolvam
quotas e responsabilidade dos sócios serão regidas pelas regras da sociedade
simples. E, pode ocorrer ainda uma situação específica que é a possibilidade de
regência supletiva da LTDA, a qual ocorre quando estiver disposto no contrato sobre
a possibilidade de uma sociedade limitada ter o seu regramento voltado para as
regras da S/A (Lei 6.404/76).
o que não for, não poderá ser aproveitado). Ex1: Acordo de quotistas (para compra
e venda de quotas) São as negociações de alguns sócios para deliberar sobre
venda de quotas/deliberações que eles querem definir; tipos de votação para uma
determinada matéria que eles podem definir entre si. Ex2. Emissão de debentures,
abertura do capital (exclusivo da S/A) Isso não é permitido para uma sociedade
limitada, pois é uma cacaracteristica exclusiva da S/A e não é compativel com a
LTDA. Há doutrinadores entendendo a possibilidade de debentures na sociedade
limitada, mas isso ainda não está pacificado.
214 – Arts. 997 e 1054: As indicações contidas no art. 997 não são
exaustivas, aplicando-se outras exigências contidas na legislação
pertinente, para fins de registro.
Art. 303. PLS 487/13: A sociedade limitada rege-se pelas normas das
sociedades por quotas e, nas omissões destas e do contrato social, pelas
aplicáveis à sociedade anônima fechada.
PRAZO: Deve levar antes do início das atividades, mas tendo o prazo de 30
dias para fazê-lo (art. 976 CC c/c art. 36 Lei 8.934/94).
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4.2.1 Conceito: É aquela formada por duas ou mais pessoas, assumindo todas, de
forma subsidiária, responsabilidade solidária pelo total do capital social (art. 302, p.
único do PLS 487/13). Ou seja, há uma limitação de responsabilidade dos sócios.
Portanto, somente será possível ultrapassar a sociedade e chegar até o sócio em
casos específicos de desconsideração (há requisitos para desconsiderar).
Ademais, é preciso ficar atento ao ao tipo de sociedade empresária que está sendo
adotada, pois no caso de uma sociedade de pequeno porte e de duas pessoas, não
há necessidade de cláusula de direito fiscal.
Sócios estabelecem contratos em que criam uma nova pessoa jurídica. Nascem
direitos e obrigações para com a sociedade e para com os sócios. Relações
plurilaterais de interesses convergentes e divergentes.
Podem ser sócios tanto pessoas físicas quanto as pessoas jurídicas (HOLDING2 =
sociedade que tem por objeto participar de outras sociedades).
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Sobre esse tipo de empresa que vem cada dia mais sendo utilizada: ler a matéria a seguir que relata
os tipos de Holdings, sua participação na bolsa e sua utilização no dia a dia:
https://appinveste.com.br/holding/.
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A partir do momento que eu tenho esse capital social ele será convertido em quotas.
As quotas serão o percentual daquele sócio de acordo com o capital que ele
disponibilizar para a sociedade. É com base nesse percentual de quotas que vou
identificar o quanto aquele sócio vai possuir do capital social daquela sociedade.
Para fazer essa identificação é necessário conventer o número de quotas para
identificar qual será o percentual de determinado sócio no contrato social.
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Sobre as ações preferenciais e ordinárias: https://conteudos.xpi.com.br/aprenda-a-
investir/relatorios/acoes-
ordinarias/#:~:text=A%C3%A7%C3%B5es%20ordin%C3%A1rias%20garantem%20poder%20de,mo
mento%20do%20pagamento%20de%20dividendos.
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Sócio remisso é aquele sócio que ainda no integralizou a totalidade das quotas.
Quando o sócio tem pendência com a sociedade, os demais sócios que já
integralizaram suas quotas terão responsabilidade solidária entre si.
Há opções para aquele, sócio remisso, que está em mora quanto à integralização de
suas quotas, quais sejam:
Pugar a mora e indenizar a sociedade pelos danos emergentes da mora (art.
255, §7º do PLS 487/13);
Execução extrajudicial (art. 255, §2º do PLS 487/13);
Sujeitar-se à cobrança judicial;
Exclusão da sociedade (1) com diminuição do capital social; ou (2) com a
aquisição das ações pelos sócios, terceiros ou pela própria sociedade.
ATENÇÃO!
Todos os sócios ou apenas alguns deles, podem contratar, entre si, regras
específicas para sua atuação societária. São regras extraordinárias ao
contrato social. Esse acordo de quotistas pode envolver apenas uma parte
dos sócios ou, até, a sua totalidade, embora essa hipótese seja de
aplicação prática mais rara.
Caso não estejam integralizadas todas as quotas, o sócio que não integralizou a
quota que subscreveu responde com seus bens particulares. Se insuficientes,
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A responsabilidade de cada sócio continua sendo limitada ao capital social total não
integralizado, ou seja, os sócios possuem responsabilidade solidária pelo capital
total não integralizado, com direito de regresso em face do sócio que não levou a
efeito a integralização de suas quotas (art. 1.052).
Ultra Vires): Prática de ato ilícito, prática de ato com excesso de mandato ou
prática de ato contra o estabelecido no contrato social.
Teoria da desconsideração da personalidade jurídica (art. 50 e Lei
13.874/2019 – Lei da Liberdade Econômica): Consiste em desconsiderar a
personalidade jurídica da empresa ineficaz, relativamente a determinados
atos, com o objetivo de impedir a concretização de fraudes e abusos de
direitos cometidos em nome da personalidade da sociedade comercial.
4.5.1.5 Expulsão dos sócios: Sócio recebe de volta valores que integralizou,
devidamente corrigidos, deduzindo-se eventuais perdas e danos. Deve-se a uma
rescisão parcial da sociedade, por atitude unilateral. É uma pena social, interna à
sociedade.
A regra é a expulsão judicial, ou seja, sempre deve ser feita através de uma
declaração judicial, mas há exceções: a) A primeira é a expulsão por infração ao
dever de integralizar, que é extrajudicial; b) E a segunda é aquela decorrente de
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Não pode, como regra, ser limitado, somente se os sócios estiverem em falta
no cumprimento de seus deveres sociais.
Toda cota tem direito à um voto nas deliberações sociais.
OBS: Questão de justiça deve verificar a questão dos minoritário que são expulsos
da sociedade sem justa causa, tendo em vista ações contrárias a seus interesses
pelos majoritários.
Em relação a pessoa física, capital e dinheiro também não são a mesma coisa.
Dinheiro é fato econômico (Ex: jantar fora, comprar roupa para malhar, comprar uma
maquiagem nova, etc). Já o capital é a conversãodo rendimento em algo mais
lucrativo, rentável. Se estou gerando rendimento, estou gerando capial. Se você usa
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Não basta colocar no contrato social de uma empresa a regra e as cláusulas, se não
souber movimentar o capial dela, bem como transformar esse rendimento, pois a
empresa tem que ter capital para se mover. Caso isso não ocorra, ela pode vir a
falência com a queda de rendimentos.
O Código Civil criou um modelo de gestão empresarial para as limitadas que muito
se assemelha ao modelo das sociedades anônimas. As deliberações dos sócios
serão computadas conforme a participação deles na sociedade podendo ser
realizadas em Assembleia ou reunião de sócios. Dessa forma, foram criados 03
órgãos de deliberação:
1) Administradores (órgão executivo): CC, art. 1.010 c/c art. 1.060;
2) Conselho Fiscal (órgão fiscalizador e opinativo): CC, art. 1.066;
3) Assembleia Geral e/ou Reunião de Sócios (órgão deliberativo): CC, art. 1.072.
OBS: Não é obrigatório ter essa estrutura, depende do tamanho da sociedade que
estiver sendo constituída.
Ressalta-se que papel do administrador sócio ou não sócio é muito sério e deve ser
observado dentro das sociedades, principalmente no contexto da LTDA ou S/A. Ele
precisa saber da importância e dos riscos de ser responsabilizado, vez que os outros
sócios estarão nos seus direitos de fiscalizar, exigir documentação, prestação de
conta, etc.
Assembleia de Sócios, não existia, agora é obrigatória para sociedade com mais
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Em relação ao § único do art. 1.085 do CC, numa sociedade com dois sócios a
exclusão pode ser feita de forma mais simplificada. Mas quando há mais de dois
sócios se faz necessário que seja feita a partir da convocação de uma reunião ou
assembleia especialmente para falar da exclusão. Deve haver motivos para o sócio
ser excluído, essa decisão não é livre, ele não pode ser excluido simplesmente
porque alguém quer.
“Art. 1.085.
Parágrafo único. Ressalvado o caso em que haja apenas dois sócios na
sociedade, a exclusão de um sócio somente poderá ser determinada
em reunião ou assembleia especialmente convocada para esse fim,
ciente o acusado em tempo hábil para permitir seu comparecimento e o
exercício do direito de defesa.” (NR)
Art. 5º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Teoria maior (art. 50, CC):Teoria que engloba o direito empresarial, em que
se aplica nos casos excepcionais a desconsideração. Deve-se comprovar o
desvio de finalidade, confusão patrimonial, dolo, etc. É teoria maior pois
depende de mais requisitos para ser alcançada.
Teoria menor (art. 28, §5º, do CDC): O mero inadimplemento da pessoa
jurídica é suficiente para uma desconsideração. Há menos requisitos para
serem cumpridos. Contudo, o direito empresaral discorda dessa teoria menor,
pois não é o não pagar/não cumprir, a inadimplência (o não pagamento, no
vencimento, de uma obrigação líquida) não é o suficiente para uma
desconsideração, pois quando tratar-se de uma falência, por exemplo,
prevista no art. 94 da Lei 11.101/05, existem situações próprias e específicas
para que ocorra essa situação de inadimplência que não será viés para uma
desconsideração. Logo, a desconsideração deve estar muito clara para que
não ocorra sem necessidade pré existente. Isso porque as vezes empresas
quebram não por situações de fraude e outras previstas no art. 50 do CC,
mas sim em decorrência do próprio mercado, como está ocorrendo na
pandemia, em que empresas estão fechando por questões financeiras, como
uma situação global, fora do seu próprio contexto. Logo a situação de
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pandemia, por exemplo, não pode ser entendida em uma teoria menor.
Desvio de finalidade é diferente de confusão patrimoninal (§ 2º, art. 50, CC), que é a
não separação adequada entre o patrimônio da empresa e o patrimônio daqueles
que compõem a atividade empresarial. Nos incisos desse art. há exemplos de
confusão patrimonial. O inciso I, por exemplo, dispõe sobre quando a sociedade está
fazendo algo que era pra ser feito pelo administrador ou sócio, ou o inverso disso
(quando o sócio ou administrador está adotando medidas, tomando decisões,
anotando deliberações em relação a sociedade).
Outra situação que englora essa vertente é a junção do que está posto no desvio de
finalidade com a confusão patrimonial e lembrar que a extensão das obrigações
desse artigo também se aplicam as obrigações de sócio e administrador
relacionados a pessoa juridica. Existem situações que ocorrem inversão onde sócios
de uma atividade empresial esvaziam seu patrimonio pessoal e jogam para dentro
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Além disso, não constitui desvio de finalidade a mera expansão (como a alteração
do CNAE) ou alteração de finalidade daquela atividade econômica.
A ideia é que irei desconsiderar, ou seja, deixar de observar a pessoa jurídica para o
possível objeto de adentrar na pessoa dos sócios. Dessa maneira, a
desconsideração nada mais é do que uma forma de não olhar a pessoa jurídica em
um caso concreto e olhar o interno da sociedade, ou seja, os sócios.
Art. 1.024. Os bens particulares dos sócios não podem ser executados por
dívidas da sociedade, senão depois de executados os bens sociais.
Para que aconteça o incidente, é necessário cumprir todo o regramento, bem como
observar a ordem estabelecida para que ocorra esse acidente. Não é meramente um
desconsidere-se no piloto automático, devendo respeitar, inclusive, os princípios
constitucionais de ampla defesa e contraditório. Então, para que ocorra esse
incidente, será aberto o momento de defesa, manifestação e análise de quem está
efetivamente com a razão.
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2 O CASO ENRON4
DICA DE DOCUMENTÁRIO!
Esse caso trouxe para os EUA uma situação de flutuação de risco e um um alerta
para todos, de modo que não basta ter uma legislação que trate punições sem que
seja verificado como acontece essas situações na prática. Os EUA já tinham leis
anticorrupção e fraude antes da Empresa Enron ser criada. No entanto, após o
escandalo da Enron de fraude gigantesca, quase desestruturando o oeste dos EUA
(Califórnia), o caso virou emblemático, pois após sua ocorrência, houve um alerta
para o sistema de gorvernança corporativa, vez que restou claro no caso que a alta
cúpula da empresa que a geria através de fraudes, e o sistema de anticorrupção
passou a ter um peso ainda maior para o combate da corrupção.
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Sobre o Caso Enron leia as notícias abaixo. Ademais, uma importante interligação se dá com a Lava
Jato no Brasil e outros esquemas de corrupção de empresas.
https://www.marcosassi.com.br/grandes-fraudes-da-historia-o-caso-enron
https://www.linkedin.com/pulse/compliance-o-que-caso-enron-e-lava-jato-t%C3%AAm-em-comum-z-
silveira/?originalSubdomain=pt.
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4.2.2 Pilares de um programa de compliance: São vários pontos que precisam ser
abordados e cumpridos, pois não adianta impor algo para os funcionários de piso
enquanto a alta cúpula da empresa está envolvida com corrupção. O topo e a base
devem falar a mesma língua. É necessário ter código de conduta claro; regras a
cumprir. Preciso estabelecer todo monitoramento de auditoria. Deve ter isso
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A corrupção era tão institucionalizada na empresa que até departamento de corrupção tinha:
https://exame.com/negocios/jamais-uma-maquina-de-corrupcao-como-esta-havia-sido-descoberta/.
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Ex: Verde – vermelho – amarelo. O verde são as pessoas corretas, que não
precisam de ninguém para vigiar, vez que por si só sabem que não irão furtar
dinheiro, por exemplo, pois não as pertencem – já sabem o que está inserido na
integridade. O vermelho são as pessoas corruptas, que não ficam preocupadas com
nada e mesmo com a câmeras de segurança, por exemplo, irão furtar dinheiro. E, o
amarelo são as pessoas passíveis de mudanças que cometem alguns deslizes,
como, por exemplo, beber e digirigir, mas que podem mudar o comportamento. São
essas pessoas, que equivalem a 80% da sociedade, que a empresa vai atingir
implementando uma nova cultura. É nesse cenário que o Compliance tem que atuar
a fim de fazer o processo da cultura de mudança de perfil de atividade empresarial.
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http://w3.siemens.com.br/home/br/pt/cc/compliance/diretrizes/pages/default.aspx
http://www.petrobras.com.br/pt/quemsomos/perfil/transparencia-e-etica/
https://www.youtube.com/watch?v=A83dP4bar0A
Para ser essa pessoa é necessário ter uma bagagem ética na sua historia,
conhecimento empresarial, desenvolvimento profissional e multidisciplinaridade
(visão ampla do cenário,visão de CEO); saber apresentar soluções, riscos e
alternativas no intuito de proteger a empresa e as pessoas que estão ali inseridas
dos desvios de conduta que podem acontecer. Entretanto, se não estiver agindo
corretamente, também será responsabilizado junto a empresa. A responsabilização
é civil, administrativa e penal: erro deliberado; negligência com a implantação e/ou
execução do programa.
https://www.youtube.com/watch?v=VTG_TG2iKTQ
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1 EMPRESAS FAMILIARES
A S/A vem de uma natureza capitalista, logo está menos ligada a questão do
afecctio/família. Em contrapartida a LTDA está mais ligada a questão do affectio,
mas ela também pode ter um viés capitalista. Logo, a empresa familiar é a junção
dessa relação. É envolver família, negócio, administração de negócios que incluem
famílias, afeto e negócios.
Ou seja, a empresa deve ser dirigida para servir a família, para, por exemplo, não vir
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a falir futuramente. Assim, nesse contexto familiar é importante ter regras a serem
seguidas por todos. A base tem que ser estruturada para que funcione, pois caso
contrário dificulta o processo sucessório da empresa, o processo de transição de
geração da empresa.
DICA DE DOCUMENTÁRIO
ATUALIDADES
Sobre o tema:
https://www.conjur.com.br/2018-set-23/gustavo-ribeiro-planejamento-estrategico-
empresa-familiar
https://www.conjur.com.br/2019-fev-24/karime-costalunga-governanca-juridica-
empresa-familiar
https://www.conjur.com.br/2014-dez-14/bem-planejada-formacao-holdings-
familiares-traz-beneficios
2 PLANEJAMENTO SUCESSÓRIO
Qualquer empresa pode passar por um processo sucessório. Ex: A família pode
vender a empresa, pedir a falência, a paralização da atividade da empresa ou até
mesmo ter a sua falência decretada. Não quer dizer que obrigatóriamente terá que
ter a sucessão mas pode acontecer.
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O direito a herdar é inerente àquele que tem a relação de direito na sucessão civil.
Logo, esse direito a herança vai estar assegurado desde que não tenha ocorrido
nenhuma situação atípica, como, por exemplo, o caso da Suzana Richthofen, que
perdeu o direito a harença por ter mandado matar os pais. No caso de uma empresa
em que os herdeiros não tenham cometido nenhum delito e venham a suceder a
empresa pode ser que esses herdeiros tenham o perfil de sucessores ou não. O
herdeiro somente vai querer receber as quotas e participações que tem direito mas
não vai querer trabalhar na empresa. Já o sucessor vai dar continuidade aos
negócios empresariais estabelecidos pela família.
Vale ressaltar que herdeiro e sucessor não sao sinônimos. Eu posso herder mas
posso não sucesseder nos apectos de negócios empresariais, como outros podem
suceder e manter-se como herdeiros dentro do negócio e dentro da estrutura
familiar.
Não há caminho certo para sucessão. Deve-se buscar entender o que a familia quer
com esse processo de sucessão para alcançar o objetivo desejado. Portanto, poderá
haver consequências extraordinárias ou trágicas.
seus pactos, relações e formatações de como eles irão tratar as coisas dentro da
empresa com intuito de evitar conflitos;
familiares. Ex: “Isso posto no seu contrato societário está dialogando com o seu
direito de família, com a proteção patrimonial do seu direito de família, com a
estrutura do divórcio e outras relações?”.
Ex: Quais são as forças que sua empresa familiar possui? Somos muito amigos, há
confiança mútua, trabalhamos muito juntos. Fraquezas? Família do meu irmão vive
colocando picuinha na nossa conversa, que gera uma ameaça para nossas
relações. Os filhos querem suceder a empresa mas têm essa dificuldade de
relacionamento com o pai que impede. Logo, o advogado deve pensar em uma
estrutura mais profissionalizada, criar uma estrutura de governança corporativa,
vamos pensar uma gestão em que todos irão participar e não vão mais levar os
conflitos para o almoço de domingo, por exemplo. Haverá a separaçãodas áreas
para que as picuinhas não entrem nas relações. Deve haver a separação das
relações familiares até mesmo para uma futura sucessão, para que a empresa
possa alcançar um resultado positivo. Assim, haverá a separação de empresa,
família, patrimônio, propriedade e negócios.
4 HOLDING FAMILIAR
Nesse contexto, surge a holding familiar como alternativa nos negócios familiares
para alavancar os investimentos, manter o controle e administração centralizados,
além de direcionar o crescimento do Grupo.
4.1 ORIGEM
1 COMÉRCIO ELETRÔNICO6
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Sobre o assunto importante ler:
https://am.jpmorgan.com/br/pt/asset-management/adv/insights/ltcma/what-ecommerce-holds-for-
economy-and-markets/
https://economiadeservicos.com/2019/05/10/a-relacao-entre-o-comercio-eletronico-a-economia-
digital-e-os-acordos-de-comercio/
O E-commerce foi fundamental durante a pandemia e empresas de varejo ligadas a esse tipo de
venda conseguiram, inclusive, aumentar os seus lucros, frente ao mesmo período do ano passado.
Um exemplo disso são Magazine Luiza; Americanas e Via Varejo (Holding das Casas Bahia, Ponto
Frio, entre outras).
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A Cielo lançou uma plataforma digital para ajudar os empreendedores com diversos cursos muito
legais: https://www.cielo.com.br/cursos-gratuitos-para-seu-negocio/.
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IMPORTANTE!
Lembre-se! O consumidor não faz jus à troca de produto em perfeito estado, sendo
o fornecedor apenas obrigado a trocar o produto quando viciado. A única exceção
são os produtos comprados pela internet que, mesmo sem vício, podem ser
trocados, no prazo de 07 dias (é o chamado direito de arrependimento).
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1.3.2 DROPSHIPPING: A partir deste canal de venda, você não faz o controle de
estoque e na verdade age apenas como um intermediador de negociações entre o
cliente final e a indústria ou fornecedor. Ou seja, quando um cliente compra um
produto em sua página, o pedido é encaminhado para a indústria, de forma que eles
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ATUALIDADES
mercado, tanto no Brasil quanto ao redor do mundo sendo que hoje em dia o valor
de mercados delas é maior do que antes da Pandemia. Entre as gigantes do Varejo
eletrônico no Brasil estão Magalu (MGLU3), Via Varejo (VVAR3) e Americanas
(LAME4), o salto é realmente enorme.
https://exame.com/negocios/magalu-vende-mais-via-varejo-ganha-mercado-quem-
ganha-no-e-commerce/
OBS2: O Mercado Livre (empresa argentina) passou a Vale como a maior empresa
da América Latina, doideira né? Mas calma, economistas dizem que costuma
acontecer um revezamento entre quem cresce mais por década, empresas de
tecnologia e commodities, a última década foi marcada pelo crescimento
exponencial das de tecnologia e a baixa nos preços das commodities (petróleo,
minério, etc).
https://www.infomoney.com.br/mercados/mercado-livre-ultrapassa-a-vale-e-se-torna-
a-empresa-mais-valiosa-da-america-latina-
confiraranking/#:~:text=S%C3%83O%20PAULO%20%E2%80%93%20Na%20%C3
%BAltima%20quinta,mais%20valiosa%20da%20Am%C3%A9rica%20Latina.
2 START-UP
A ideia central desse modelo é que eu posso ter um crescimento tal que, muita das
vezes, não vou nem querer continuar no negócio. As startups hoje estão muito
voltadas a questão de gerar valores que podem agregar na mudança de paradigma
nos negócios empresariais.
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ATUALIDADES
https://valor.globo.com/brasil/noticia/2020/10/19/governo-prepara-envio-ao
congresso-de-pl-que-cria-marco-legal-das-startups.ghtml
https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/12/14/camara-aprova-texto-base-de-
projeto-que-estabelece-marco-legal-das-startups.ghtml
Deve-se desenvolver uma ideia a partir de uma conversa com outras pessoas ou
algum problemavisualizado e, a partir dai a ideia será desenvolvida. Depois de
desenvolvida, a formação do time deve ser feita de forma estruturada, burocratizada,
com a criação de um contrato e documentos que comprovem a relação que está
sendo construída, pois caso contrário há o risco de haver sérios problemas (acordo
de confiabilidade, acordo de sócios, etc). Caso isso não esteja formalizado, não há
como comprovar que a ideia foi sua, quem era seu sócio ou não, que a pessoa que
roubou sua ideia trabalhava com você e a levou para outra pessoa, entre outros
diversos problemas.
É preciso estruturar a relação primeiro e depois validar a ideia. Além disso, também
deve haver um planejamento do negócio, vez que há mais chances de dar certo
quando tudo está bem planejado. Vale ressaltar que todas as empresas criadas,
independente do modelo constituído (tradicional ou não – start-up/disruptivo), é
necessário observar a LGPD, pois caso contrário haverá a responsabilização pela
não proteção de dados.
82
2.2 CAPITAL
tenham testados seus produtos e estão prontas para crescer, traz à empresa
os sócios investidores.
INVESTIMENTO COLETIVO: O objetivo é reunir diversas pessoas que
possam colaborar com pequenas quantias e, assim, viabilizar uma ideia, um
negócio ou um projeto, recebendo, ou não, uma contrapartida por isso. É uma
forma rápida e relativamente simples de captar valores para a execução de
uma ideia ou projeto de apelo popular, com uma baixa contrapartida.
SUBVENÇÕES, EDITAIS E BOLSAS: Incentivos fiscais (facilitação ou
isenção do pagamento de impostos) fornecidos pela prefeitura, ou ainda
editais públicos.
2.3 DOCUMENTOS
Existem alguns tipos de contratos que devem estar presentes no contidiano das
startups, quais sejam:
ATUALIDADES
Outra notícia legal é que recentemente o Brasil ganhou mais um unicórnio,e está se
colocando como um dos países que mais incentivam o crescimento dessas
empresas.
https://oglobo.globo.com/economia/brasil-tem-mais-um-unicornio-veja-quais-sao-as-
start-ups-nacionais-que-superaram-marca-de-us-1-bilhao-24666641
https://dcomercio.com.br/categoria/inovacao/brasil-entra-para-elite-dos-paises-com-
melhoresstartups#:~:text=O%20Brasil%20entrou%20na%20lista,empresas%20de%
20tecnologia%20(startups).&text=Ela%20analisou%201%20mil%20empresas,%2C%
20Israel%2C%20Canad%C3%A1%20e%20Alemanha.
85
3.1 CONCEITO
3.2.3 Operador: Pessoa natural ou jurídica, de direito público ou privado, que realiza
o tratamento de dados pessoais em nome do controlador.
86
3.2.4 Encarregado: Pessoa indicada pelo controlador e operador para atuar como
canal de comunicação entre o controlador, os titulares dos dados e a Autoridade
Nacional de Proteção de Dados.
3.2.5 Tratamento: Toda operação realizada com dados pessoais, como as que se
referem a coleta, produção, recepção, classificação, utilização, acesso, reprodução,
transmissão, distribuição, processamento, arquivamento, armazenamento,
eliminação, avaliação ou controle da informação, modificação, comunicação,
transferência, difusão ou extração.
ATUALIDADES
https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2020/09/18/lei-geral-de-protecao-de-
dados-entra-em-vigor
https://www.conjur.com.br/2020-set-30/compartilhar-dados-consumidor-terceiros-
gera-indenizacao
https://www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2020/09/23/mp-move-primeira-acao-com-
base-na-lgpd-desde-que-a-lei-passou-a-vigorar.htm
89
1 FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO
A Lei 11.101/2005 entrou em vigor em 08/06/05 (120 dias) etramitou por 11 anos no
Congresso Nacional.
1.2.3 Não se aplica: Às sociedades empresárias (art. 2º LFRE) + art. 966 § único
CC (prof.intelectual) + art. 971CC (produtor rural) + 982, §único, CC (cooperativa).
No art. 2º da lei há os exlucidos, ou seja, aqueles que não serão contemplados
diretamente, mas que indiretamente serão e, consequentemente, serão incluídos no
processo falimentar.
Contudo, no CPC é previsto que aquilo que as partes decidem, como, por exemplo,
um novo contrato ou formatação, gera, consequentemente, uma aceitação entre as
partes. E, isso por si só é objeto de uma possível ação para que haja a
judicialização. Então, não é necessário, muita das vezes, homologar o acordo. Mas
para que não ocorra vatangem exarcebada para um lado em detrimento do outro é
prefirível a homologação.
Pessoa que está vestida daquela máscara que é a empresa) é que vai estar ali
pleiteando a recuperação judicial ou extrajudicial com intuito de superar a crise.
O devedor nesta modalidade, pode escolher os credores com quem quer negociar.
Para fazer parte do plano o credor deve aderi-lo. Cotudo, não é permitido pleitear
diretamente colocando alguns tipos de credores, como por exemplo, com o credor
trabalhista, vez que o empregador, numa grande empresa, pode muita das vezes,
“engolir” o empregado, prejudicando a relação com o trabalhador. Portanto, em
regra, os créditos trabalhistas nao poderão ser inseridos nessa recuperação.
Isso não se aplica aos titulares de créditos de natureza tributária (o fisco possui
regramento próprio. Logo, o fisco tratará diretamente com o devedor a melhor forma
de renegociar a dívida em uma possível recuperação extrajudicial ou judicial.
3 RECUPERAÇÃO JUDICIAL
A recuperação judicial é uma forma da empresa sair da crise que ela passa (art. 47 e
48 da Lei 11.101/05 – objetivos/princípios dentro da lei). Os objetivos servem para
entender o que é necessário tratar para superar a crise, isto é, da manuntenção da
empresa, da manutenção da atividade produtiva, entre outros assuntos nesse
processo de crise. A intenção inicial é de superação da crise. Mas o indíce de
empresa que consegue se recuperar é baixo, pois muita delas não conseguem a
estrutura de manutenção do negócio e acabam entrando em crise e,
consequentemente, sendo decretadas falidas. Logo, quando há esse cenário de
crise efetiva, não há mais que se falar em recuperação.
OBS: Não é necessário passar por uma recuperação para haver falência. A
empresa devedora pode pedir a autofalência e o credor também pode pedir a
falência da empresa. Os dois instituos não estão vinculados.
pois será formlado dentro dessa recuperação um plano de recuperação, onde terá
tudo que está sendo proposto e analisado. É o coração do processo. Ressalta-se
que nesse caso alista enumerativa não é taxativa.Empresas de capital aberto, por
exemplo, devem expor para todos os seus investidores, acionistas, o plano de
recuperação para que todos estejam cientes do que está acontecendo com a
empresa. Algumas regras devem estar claras. Se não tiver esse plano no processo
de recupreção, este não será deferido/aprovado. É importante entender também que
quem vai deliberar sobre o assunto éo credor e o devedor.
No processo recuperação os credores irão receber fatias, ou seja, parte daquilo que
eles tem direito/tem a receber dos créditos que estão relacionados a ele e que
efetivamente eles irão receber em decorrência disso. Já no processo falimentar, ao
invés de todo mundo estar pegando fatias desse bolo e comendo em conjunto de
acordo com o plano de recuperação, quando olho para todos que estão no contexto
de falência, terei que dividir entre os que são credores concursais, ou seja, que
existiram antes da decetação da falência, e os credores extraconcursais, isto é,
que surgem após a decretação da falencia, como por exemplo, um adm. judicial,
caso o processo não esteja vindo de uma recuperação e já tenha começado,
efetivamente, da falência.
Não existe uma regra própria para dizer “para se chegar no processo de falência
preciso passar pelo processo de recuperação”. Não existe esse elo/obrigatoriedade
de relação. Eu posso vir de uma recuperação para falência, por exemplo:
RECUPERAÇÃO em FALÊNCIA – CONVOLAÇÃO (TRANSFORMAÇÃO) EM
FALÊNCIA (ART. 73): Os casos de convolação são os expressamente previstos na
lei: por deliberação em AGC (I); não apresentação do plano pelo devedor, no prazo
legal, (II); quando houver sido rejeitado o plano pela assembléia (III); por
descumprimento do plano (IV).
que efetivamente o credor tem a receber. Logo, pode haver divergências e o credor
pode impugnar o crédito através da ação de impugnação ao crédito.
Assim, ao haver essa nova relação de credores pode haver a chamada impugnação
aos créditos ou divergência do crédito, que ocorre paralelamente ao processo de
recuperação, onde os credores vão se manifestar acerca da aceitação dos créditos
ou não. Se o credor se habilitar, não terá contestação para ser feita ao crédito. Ou,
caso ele não esteja de acordo com o crédito, poderá impugná-lo. Logo, há
mecanismos de impugnação (divergência ou impugnação). Mas a impugnação não é
obrigatória. Caso todos os credores estejam satisfeitos com os créditos, não será
necessário impugná-los.
Após isso, o administrador judicial faz a análise dos créditos e ao ver que os
credores não possuem nenhuma divergência a ser alegada, os credores passam a
analisar o plano de recuperação. Ao analisar o plano, surge mais uma modalidade a
ser discutida para analisar a forma, isto é, as condições de pagamento. Não será
mais analisado a quantidade, o valor especifico que deve ser pago.
Assim, para análise das condições de pagamento surgirá um novo prazo para os
credores apresentarem subjeção ao plano (PUBLICAÇÃO DO EDITAL COM A
RELAÇÃO DOS CREDORES – prazo: 45 dias contados do fim do prazo para as
101
ATENÇÃO!
Assim, o art. 6º da lei trata dessas quantias ilíquidas para que o credor retardatário
não sofra consequências, ou seja, chegue no momento de pleitear algo e não vir a
contextualizar. Ex. Crédito trabalhista – nesse tipo de crédito, muita das vezes é
pleiteado algo que poderá ser recebido ou não. Logo, se eu não tenho isso definido
(o que efetivamente vou e não vou receber), consequentemente, haverá o risco de
uma reserva de quantia, ou seja, ainda está sendo demandado uma quantia ilíquida,
mas pode manter esse valor reservado para o credor, caso ele venha a receber.
Caso contrário, essa quantia volta ao bolo e é repartida com os demais credores
inseridos nesse contexto. Essa é a função da reserva de quantia.
Quando houver ausência de objeções ao plano (art. 55), significa dizer que os
credores estão de acordo com o plano de recuperação da empresa. Logo, haverá a
aprovação do plano, pois se há ausência de objeção ao plano e de impugnação, o
juiz poderá sentenciar concedendo a recuperação, vez que os credores estão de
acordo com o plano. A relação é direta entre credor e devedor. São os credores que
aprovam o plano.
Uma outra situação é quando o devedor tem seu plano aprovado (arts. 73 e 74 da
lei) e mesmo assim, não o cumpre, o que gera o pedido dos credores de convolação
a falência por descumprimento do plano.
Há também uma outra vertente, prevista no art. 48 da lei, que é quando o juiz, ao
analisar as situações, observa que algumas classes estão tendo divergências e
outras não, ou seja, as classes de credores nao estão se entendendo entre si, bem
como não conseguem chegar a um acordo em relação a essa estrutura assemblear.
Assim, será dado uma margem a mais para que o juiz, nesse caso específico do art.
48, § 1º da lei, possa definir se a empresa vai se recuperar ou não. Ele é quem irá
decidir.
OBS: Caso a empresa seja uma S/A de capital aberto, o plano de recuperação deve
ser publicado nos veículos de comunicação da empresa, vez que é necessário dar
satisfação aos credores, acionistas, entre outros.
Como tudo no direito, a resposta é depende: para a empresa que faliu, seus
credores, seus empregados e aqueles que estão envolvidos é ruim, sem dúvida;
para os advogados, é algo muito bom (exceto se eles também forem credores); mas
e para a sociedade em geral, para aqueles que não são os empresários e não estão
vinculados diretamente com a empresa envolvida na quebra?
Deve ser analisado o passivo e o ativo da empresa. A situação dela com os sócios,
entre outros. São varias perguntas que irão surgir para realmente saber se foi bom
ou não ter a falência decretada.
Existem crises diversificadas que podem levar aquela determinada empresa a sofrer
um processo falimentar. Então essa situação empresarial não é simplesmente
porque ela não tem condições de superar. É o caminho que apareceu para ela
diante de outras vertentes/problemas que tiveram no mercado e geraram a crise
para aquela empresa. Não é exclusivamente passivo e ativo empresarial que gera
crise, um vírus também pode gerar, por exemplo. Tudo isso pode ter consequências
105
O objetivo desse escopo foi tentar viabilizar uma solução de mercado, ou seja, tentar
fazer com que o mercado indicasse a possibilidade e o caminho a ser seguido.
Mercado avalia o tipo de crise e direciona a solução: a) Crise econômica (crise de
mercado); b) Crise financeira (fluxo de caixa); c) Crise patrimonial (crise estática).
São crises diversas que acontecem e é necessário parar com a atividade
empresarial. Logo, buscar a falência é um caminho. Não quer dizer que a empresa
está fazendo mal pra sociedade. Ela tem a quebra decretada, mas quer pagar todo
mundo e encerrar suas atividades de forma digna.
O pedido falimentar pode ser feito pelos credores e pelo próprio devedor. São duas
situações:
Autofalência (art. 105 da Lei nº 11.101/05): Solicitada pelo devedor. Ocorre
quando a própria sociedade empresária ou o empresário individual, ou a
eirelli, ou qualquer outro tipo de sociedade estudada pode pedir a sua
autofalência. Opróprio devedor pede a sua falência.
Falência (art. 94 da Lei º 11.101/05): Solictada pelo credor. Os credores
pedem a falência do devedor devido a insolvência da empresa. Há
pressupostos para caracterizar a falência.
OBS: O devedor pode não querer pleitear a autofalência, não querer pedir a
falência. Como consequencia disso, isto é, esse não pedido de falência, os credores
solicitam o pedido de falência. Portanto, existem dois caminhos. Em contrapartida,
na recuperação só existe um caminho que é o devedor pedindo a sua falência diante
da situação, já que é somente ele que pode se recuperar.
ATENÇÃO!
Uma empresa pode fechar por n motivos. Não é necessário que passe por uma
falência para fechá-la. Pode haver o fechamento por baixa na empresa, por
inexistência da empresa, por não haver mais interesse na continuidade da atividade
empresarial, entre outros. A falência só é um instuto possível a mais para
fechamento de empresa.
108
5.6 FALÊNCIA
5.6.2 Impontualidade (art. 94, I): Não pagar obrigação líquida, no vencimento, de
quantia cuja soma ultrapasse 40 salários mínimos (pode ser um título a partir deste
valor ou vários títulos que somados ultrapassem esse limite mínimo ou, ainda,
admite-se o pedido se houver reunião de credores, em litisconsórcio ativo). Não é
qualquer valor que pode ser pedido no processo de falência e sim um crédito que
ultrapasse 40 salários mínimos. Se o meu crédito por si só não for suficiente para
alcançar essa somatória, posso me unir a outros credores para juntos formarmos o
valor mínimo permitido para o pedido falimentar com base na impontualidade.
5.6.3 Execução Frustrada (art. 94, II): Executado por qualquer quantia líquida, não
paga, não deposita, não nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazo legal.
Ex. X entrou com um pedido de execução em face do devedor, que é devidamente
citado e não faz nada quanto ao processo. Logo, será qualquer quantia, vez que X já
acionou um alerta ao executado com o processo de execução sem êxito. Assim,
como X não obteve êxito, poderá converter essa execução frustada em um pedido
falimentar para cobrar qualquer quantia líquida.
5.6.4 Prática de ATOS DE FALÊNCIA = atos ruinosos (art. 94, III): Atos
praticados que serão tragos, efetivamente, para a realidade, como, por exemplo, que
o devedor está simulando uma venda, transferindo patrimônio, não está quitando a
sua dívida, está favorecendo um credor em detrimento de outro, etc. Assim, haverá
a criação de mecanismos para comprovar essas situações de fraude. É necessário
provar a fraude para ser possível a utilização da prática de atos de falência como
fundamento para o pedido de falência, vide art. 94, III.
109
OBS: Existem situações que os credores podem não receber nada, assim como
também podem.
5.8.2 Competência:
A competência é do principal estabelecimento do devedor, vide art. 3º;
Competência universal: Todosos processos devem correr em face do juízo
universal;
5 exceções: (i) Ações em que a massa for autora; (ii) Ações ilíquidas já em
tramitação; (iii) Reclamações trabalhistas; (iv) Execuções fiscais; (v) Ações de
conhecimento tendo a União como interessado. (art. 6, §1º, §2º, §7º + art. 76).
5. EFEITOS JURÍDICOS:
5.1 Para a Pessoa Jurídica: Obriga a todos os credores; Provoca a
dissolução da empresa; Forma a massa falida; Suspende as ações individuais;
Faz vencer créditos antecipadamente; Suspende fluência de juros.
6. SOBRE OS CONTRATOS:
Regra geral: Resolução dos contratos bilaterais não cumpridos e dos
unilaterais por decisão do administrador (com autorização do comitê de
credores). Os contratos só podem ser cumpridos se resultarem em
diminuição do passivo.
OBS: Cláusula de rescisão por falência é válida e deverá ser respeitada (art.
117/118).
ATENÇÃO! É possível fechar uma empresa sem ela ter passado obrigatoriamente
pelo procedimento falimentar. A falência é apenas um instituto possível a mais para
a falência.
6.12.2 Pedidos de restituição (art. 85/86/87-90): Tudo o que for arrecadado que
não for de “propriedade” da massa, será objeto de pedido de restituição (art. 85 e
ss).
Bens de domínio de terceiros (alienação fiduciária, leasing, reserva de
domínio). O dinheiro também é objeto do pedido de restituição;
Compra e venda a prazo com bens entregues nos 15 dias anteriores ao
pedido de falência;
Adiantamento de Crédito ao Exportador (ACC);
Ação Revocatória julgada procedente (art. 136).
dias);
Credores incluídos que não concordam apresentam manifestação de
inconformidade ao administrador (prazo de 15 dias);
Republicação – em até 45 dias após publicação;
Prazo de 10 dias – Impugnação judicial ao rol de credores (tanto para incluir
quanto para modificar o crédito constante do rol).
ORGANOGRAMAS
Título de crédito é um documento que não preciso levar ao juízo para provar que
efetivamente tenho direito em relação a esse documento, assim como ocorre na
118
ação de execução de título, vez que o documento por si só possui força para ser
requerido. Posso pular essa etapa e executar esse título/crédito.
Vale ressaltar que um título é o suficiente para pedir a falência com base no art. 94,
I, dependendo do valor desse título. Mas, por exemplo, se um credor ter um titulo no
valor de 10 mil e quiser pedir a falência do devedor, terá que procurar outros
credores para que as dívidas desses somadas as suas, deem o valor de 40 salários
mínimos.
119
A diferença do inciso I para o II é que este trata da execução frustada, ou seja, será
dado entrada a ação de execução de título extrajudicial, a ação será protolocada,
executa do tramite processual, o devedor é encontrado e citado, mas não nomeia
bens a penhora, por exemplo, e fica 100% inerte.
Neste inciso o devedor é executado por qualquer quantia líquida enão efetua o
pagamento, não deposita e nem nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazo
legal (CPC – processo de execução). Assim, o credor que não tem o pagamento da
sua dívida, tem, assim, a execução frustada.
Diante disso, esse credor irá pegar uma certidão da Vara de Execução, mostrar ao
juiz e comprovar a inércia do devedor e, como consequencia jurídica, esse credor
tem como pleitar o pedido de falência com base no art. 94, II, da Lei 11.101/05. Não
120
ATENÇÃO!
OBS: DEPÓSITO ELISIVO, previsto no art. 98, § único da Lei 11.101, siginifca a
somatória do valor devido acrescido de juros e honorários. É um combo que o
devedor, para não ter sua falência decretada, pode depositar. Logo, se o devedor
faz o depósito desse combo, poderá ter dívida, mas não poderá mais ser decretado
como falido. É uma forma de afastar a falência em relação àquele devedor.
Uma outra possibilidade é quando o devedor contesta mostrando que o credor está
equivocado, comprovando o pagamento ou a prescrição das dívidas, entre outros
argumentos de defesa. O defedor contesta, mas não realiza o depósito elisivo.
Contudo, ressalta-se que caso o devedor não conteste, não haverá revelia, ou seja,
não siginifica que o réu é confesso. O juiz vai analisar os fatos e dizer se o devedor
deve decretar a falência ou negá-la.
São as situações específicas em que o credor pede a falência do devedor por ter
provas que comprovem as falcatruas que ele está fazendo, como, por exemplo,
simulando vendas, esvaziando o patrimônio da empresa, entre outros. O rol do
inciso III, art. 94, é meramente exemplificativo.
122
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No caso do juiz decretar a falência (art. 99 da Lei nº 11.101/05), este vai determinar
todas as etapas do processo falimentar,o devedor será afastado de sua atividade e
quem passará a gerir o negócio em si é a figura do administrador judicial.
O administrador judicial, vide art. 7º da Lei 11.101, fará a verificação dos créditos,
bem como a prepararação de toda a documentação com intuito de publicar o edital
para que os demais credores possam se habilitar. Com a habilitação, as classes
serão organizadas de acordo com a ordem de preferência prevista em lei.
Vale ressaltar que a diferença da recuperação para a fase falimentar é que nessa
primeira é como se houvesse um bolo que estivesse sendo repartido entre as partes.
Já na falência, ao invés de todo mundo comer o bolo junto, haverá uma ordem de
pagamento para que os credores possam receber de acordo com a ordem de
pagamento da sua classe, vide art. 83 da Lei 11.101/05.
A partir do momento que o devedor paga todos os seus credores, a empresa será
extinta. A sua versão falimentar será encerrada e ela poderá voltar a funcionar
somente depois de cinco anos de pausa.
126
Contudo, se uma determinada empresa que teve a falência decretada por situação
de responsabilidade e crime falimentar, elá terá uma punição de 10 anos de pausa
para que possa retormar com suas atividades.
1 SOCIEDADE ANÔNIMA
1.1 CONCEITO
Sociedade por ações: Temos, no sistema jurídico brasileiro, duas sociedades por
ações – as sociedades anônimas e as sociedades comanditas por ações. Sociedade
Anônima também chamada de sociedades institucionais, tendo seu capital dividido
em ações e os titulares destas ações são denominados acionistas. São
consideradas sociedade de capital, pois vivem em função deste, não merecendo
atenção especial a pessoa dos sócios.
Vale ressaltar que toda sociedade por ações (S/A e comandita por ações) tem em
sua natureza a atividade empresarial.
128
1.2.1 Fim lucrativo: A S/A (companhia) pode ser objeto de qualquer empresa de fim
lucrativo e não contrário à lei, à ordem pública e aos bons costumes (art. 2º).
1.2.2 Participação em outras: A Sociedade pode ter por objeto participar de outras
sociedades, possibilidade de pertencerem à sociedade menores ou incapazes, sem
que esse fato acarrete nulidade para a mesma (art. 2º, §º3).
1.2.3 Estatuto: Será constituída por meio de estatuto social (art. 2º, §3º) a divisão
do capital social em partes, em regra, de igual valor nominal (ações).Cada empresa
terá um estatuto/estrutura única que é apresentado aos acionistas, diferentemente
de uma sociedade de pessoas em que para um sócio entrar haverá a
adequação/ajustes de certas cláusulas contratuais. Além disso, os acionistas (nome
dos sócios na sociedade por ações) estará vinculado a suas ações, isto é, as ações
que estão efetivamente vinculadas a ele.
1.2.4 Livre acesso: Ocorre o livre acesso das ações por parte dos sócios, não
afetando à estrutura da sociedade a entrada ou retirada de qualquer sócio; a
possibilidade da subscrição do capital social mediante apelo ao público.
3 RESPONSABILIDADE
pessoalmente pelos danos causados por atos praticados com culpa ou dolo ou com
abuso de poder.
3.1 Nome empresarial: Uso de uma denominação ou nome de fantasia para nome
comercial, devendo, contudo, a essa denominação será sempre acrescidas as
palavras sociedade anônima, por extenso ou abreviadamente, ou antecipada da
palavra companhia que, por igualmente, poderá ser abreviada (art.3º). Mas quando
há uma homenagem ao fundador, por exemplo, você pode colocar o nome do
fundador.
Companhia aberta são aquelas que admitem à negociação dos seus valores
mobiliários no mercado de capital (Bolsa de Valores ou mercado de balcão). Essas
companhias emitem títulos que podem ser ofertados ao público, e somente os
valores mobiliários de emissão de companhia registrada na CVM – Companhia de
Valores Mobiliários podem ser negociados no mercado. (art. 4º, §1º).
CVM – é uma autarquia federal, que, ao lado do Banco Central, realiza o controle e
a supervisão do mercado de capitais, obedecendo às regra do Conselho Monetário
Nacional (Lei 6.385/76).
Diversos Papéis da CVM: 1.Responsável pela análise da Governança
Corporativa; 2. Receber o registro do IPO (porta para o mercado financeiro).
ATENÇÃO!
CURIOSIDADE
6 VALORES MOBILIÁRIOS
principais títulos emitidos por uma sociedade anônima são: a) ações; b) debêntures;
c) partes beneficiárias; d) bônus de subscrição; e) commercialpaper (nota
promissória)
6.1 AÇÕES: As ações são valores mobiliários que representam frações do capital
social, que concedem ao seu titular a qualidade de acionista da companhia, além de
um conjunto de direitos e deveres. Aqui, surge um problema, ou seja, qual o valor de
uma ação? A resposta é diversificada, pois depende de qual finalidade se almeja,
logo, de acordo com o objetivo pretendido, o valor da ação será determinado.
OBS: As ações são indivisíveis em relação a companhia (art. 28) e devem ser
nominativas (art. 20 c/c art. 31).
a) AÇÕES ORDINÁRIAS (art. 16 c/c art. 110): Também chamadas de comuns, pois
conferem aos seus titulares os direitos comuns de acionistas, ou seja, direito de
voto, de participação nos lucros e perdas da sociedade, sem privilégios ou
limitações. São ações de emissão obrigatória. As ações ordinárias de companhia
fechada (art. 15) poderão ser de classes diversas, em razão de: I - conversibilidade
em ações preferenciais; II - exigência de nacionalidade brasileira do acionista; ou III -
direito de voto em separado para o preenchimento de determinados cargos de
órgãos administrativos.
b) AÇÕES PREFERENCIAIS (art. 17 c/c art. 111 c/c art. 15, §2º): São aquelas
ações que concedem aos seus titulares certas vantagens. As preferências ou
vantagens das ações preferenciais podem consistir: I - em prioridade na distribuição
de dividendo, fixo ou mínimo; II - em prioridade no reembolso do capital, com prêmio
ou sem ele; ou III - na acumulação das preferências e vantagens de que tratam os
itens I e II.
A companhia fechada pode criar, a qualquer tempo, títulos negociáveis, sem valor
nominal e estranhos ao capital social, denominados “partes beneficiárias”. As partes
beneficiárias conferirão aos seus titulares direito de crédito eventual contra a
companhia, consistente na participação nos lucros anuais.
6.2 DEBÊNTURES
A companhia poderá emitir debêntures que conferirão aos seus titulares direito de
crédito contra ela, nas condições constantes da escritura de emissão e, se houver,
do certificado, ou seja, assemelha-se a um empréstimo feito pela companhia, sendo
o credor o debenturista. A debênture terá valor nominal expresso em moeda
135
nacional, salvo nos casos de obrigação que, nos termos da legislação em vigor,
possa ter o pagamento estipulado em moeda estrangeira. A companhia poderá
efetuar mais de uma emissão de debêntures, e cada emissão pode ser dividida em
séries.
TIPOS DE ASSEMBLEIAS:
Assembleia Geral: É a reunião de acionistas para a deliberação de matéria
de interesse para a sociedade; deve ser convocada e instalada na forma da
lei e do estatuto.
Assembleia Geral Ordinária: Deve reunir-se pelo menos uma vez por ano,
nos 4 primeiros meses após o encerramento do exercício social; deve receber
a prestação de contas dos administradores, analisar as demonstrações
financeiras, deliberar a destinação do lucro líquido e distribuir os dividendos,
eleger ou destituir os administradores e os membros do Conselho Fiscal e
aprovar a correção da expressão monetária.
8
Os dividendos das empresas são temas muito discutidos, seja nas sociedades que conhecemos
rotineiramente até as grandes companhias. Recentemente o Ministro da Economia propôs a
tributação de dividendos das empresas como forma de desoneração da folha salarial. Para entender
um pouco mais sobre o assunto:
https://www.google.com.br/amp/s/www.sunoresearch.com.br/noticias/dividendos-certamente-tributados-
paulo-guedes/amp/
https://www.google.com.br/amp/s/www.euqueroinvestir.com/dividendos-o-que-voce-precisa-
saber-sobre-tributacao/amp/.
137
É aquele que detiver de modo permanente a maioria dos votos nas deliberações em
assembléia. Entende-se por acionista controlador a pessoa, natural ou jurídica, ou o
grupo de pessoas vinculadas por acordo de voto, ou sob controle comum, que:
a) É titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, a
maioria dos votos nas deliberações da assembléia-geral e o poder de eleger a
maioria dos administradores da companhia;
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OBS: O acionista controlador responde pelos danos causados por atos praticados
com abuso de poder.
Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração
mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão
exprimir, com clareza, a situação do patrimônio da companhia e as mutações
ocorridas no exercício:
1. Balanço patrimonial: As contas serão classificadas segundo os elementos
do patrimônio que registrem e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento
e a análise da situação financeira da companhia.
2. Demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados: A demonstração de
lucros ou prejuízos acumulados.
3. Demonstração do resultado do exercício: A demonstração do resultado do
exercício.
4. Demonstração das origens e aplicações de recursos: A demonstração
das origens e aplicações de recursos indicará as modificações na posição
financeira da companhia.
Dissolve-se a companhia:
1. De pleno direito: a) pelo término do prazo de duração; b) nos casos
previstos no estatuto; c) por deliberação da assembléia-geral; d) pela
existência de 1 (um) único acionista, verificada em assembléia-geral ordinária,
se o mínimo de 2 (dois) não for reconstituído até à do ano seguinte; e) pela
extinção, na forma da lei, da autorização para funcionar.
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