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Eireli – Empresa individual de responsabilidade limitada

● Lei 12.441/2011
● Artigo 980-A do código civil
O grande problema do empresário individual é que ao se inscrever na junta ele
não constitui uma pessoa jurídica diferente da sua pessoa. Não tem
personalidade jurídica, consequentemente, o patrimônio pessoal se confunde
com o da própria propriedade. Me enquadro no microempresário,
microempreendedor de acordo com o faturamento anual estabelecido pela lei e
pelo governo. Geralmente as pessoas constituíam uma sociedade para evitar o
risco de perder o patrimônio, eu ficava com 99% e a outra pessoa com 1%. Um
contrato social era criado e eu ficava com quase o total das ações. Criando
uma sociedade -> contrato social a registro -> criação de uma personalidade
jurídica diferente da pessoa natural. Se a sociedade desse errado, o que seria
executado seria a sociedade e não a pessoa natural.
EIRELI
● Pode ser pessoa física ou jurídica, pode constituir uma eireli de forma
isolada por um ato de constituição de eireli (não é contrato social) e esse
ato é levado para arquivamento e registro na junta comercial (somente
na forma empresária), passando a ter personalidade jurídica após este
ato, ou seja, passa a ter autonomia, não se confundindo
● Quando foi registrado na junta comercial a eireli é uma pessoa e a
pessoa natural é outra (os patrimônios não se confundem)
● Ela só pode ser empresarial
● Junta comercial -> número de identificação de empresa -> CNPJ
● Uma pessoa será titular de todas as cotas sociais, ela é constituída por
uma pessoa somente; será titular de todo o capital social porque não
existe sócio e nenhuma outra pessoa participando
● No momento da constituição da eireli deverá ser integralizado (transferir
do meu patrimônio) o capital social correspondente no mínimo a 100
salários mínimos
● Qualquer bem que possa ser utilizado para a atividade. Exemplo: vou
montar uma loja de bolsa, adianta eu transferir 100 mil em gado? Não.
Deve existir um patrimônio condizente, garantido que vai ocorrer a
circulação do negócio. Quem vai supervisionar isso? Junta comercial.
● O capital inicial são 100 salários mínimos: com ele eu desenvolvo,
começo a exercer para dar certo o meu negócio
● O capital social é diferente do patrimônio social; o capital é o inicial, o
patrimônio é o valor que foi aferido após o capital social e isso será
apurado de forma contábil
● O nome da eireli pode ser adotado com firma social (1) ou denominação
social (2)
1- Firma social: próprio nome + expressão “eireli” no final do nome
2- Denominação social: nome figurativo, isto é, não consta no nome a
identificação do seu fundador e quando se fala em denominação
social deve ser inserido o objeto principal da sociedade. Exemplo:
automóveis Pacaembu eireli (sempre eireli no final). Objetivo + eireli
● Eireli pode ser também ME (microempresa) ou EPP
● Pode ser pessoa física, vou e monto a eireli. A pessoa jurídica (indústria
e comércio de peças automotivas limitado, constituído como sócio A e
B), esta pessoa jurídica tem personalidade jurídica (CNPJ, domicílio,
etc), criando uma eireli para a venda de automóveis, neste caso a única
pessoa que criou foi a indústria de comércio de peças automotivas
limitadas, ela cria uma nova personalidade jurídica (uma PJ criando
outra PJ), cada uma com a sua personalidade jurídica. Se der errado a
eireli, posso desconstituir a outra? Sim.
● Artigo 980-A parágrafo 2º: a pessoa física somente poderá constituir
uma única eireli. Exemplo: eu Amanda só posso criar uma eireli, não
posso criar várias como Amanda, a lei limitou criar eireli, mas a lei não
vedou com relação a pessoa jurídica. Em tese, a PJ pode criar várias
eirelis, podendo ser até uma forma de simulação de algo, aqui houve
uma falha legal. Este artigo teve uma alteração, instituindo o parágrafo
7º na lei após a vigência da lei 13.874 de 2019 que instituiu a declaração
de direitos de liberdade econômica, estabelecendo o seguinte: somente
o patrimônio social da empresa responderá pelas dívidas da eireli,
hipótese que não se confundirá em qualquer situação com o patrimônio
do titular que a constituiu, salvo nas hipóteses de fraude. Esta nova lei
que entrou em vigor quis de fato proteger o patrimônio das pessoas que
a constituem.
● A eireli é um negócio sozinho, não preciso de sócios, limito minha
responsabilidade patrimonial porque são patrimônios diferentes
● Os casos omissos na eireli serão aplicadas as regras estabelecidas na
sociedade limitada (artigo 1052 e seguintes do CC)
● A mesma lei 13.874 de 2019 alterou o artigo 1.052 do código civil
estabelecendo no seu parágrafo 1º a possibilidade de a sociedade
limitada ser constituído por uma única pessoa, denominada de
sociedade limitada unipessoal, neste caso não será constituído por
contrato social, mas por meio de um ato constitutivo de sócio único,
levando a arquivamento na junta comercial se for sociedade-empresário
ou cartório de registro civil de PJ se for sociedade simples
● Com a nova lei a sociedade limitada pode ser criada com um único
sócio, qual a diferença com a eireli? A sociedade limitada não tem valor
mínimo de constituição. Na prática hoje, eventualmente a eireli deixará
de existir.
● A lei autoriza qualquer transformação, seja de empresário individual para
eireli ou para sociedade limitada individual, ou vice e versa, posso fazer
qualquer tipo de transformação que você queira
SOCIEDADES – pessoa jurídica de direito privado
● Despersonificadas sociedade em comum

Sociedade em

● Na sociedade que vamos montar, o affectio societatis ele pode ser


essencial ou não na constituição ou na preservação de uma sociedade
(dependendo do tipo de sociedade)
● dependendo da sociedade o affectio societatis pode ser intenso ou não 
● affectio maritalis: quando vou me unir com alguém, em tese, é porque
temos alguma coisa em comum, quero viver com a pessoa. Quando não
tenho mais a afeição, existe o divórcio e a quebra do affectio maritalis
● a saída do sócio significa a quebra do affectio societatis

Sociedade

● Conceito: criação humana como uma forma de estabelecer que essa


pessoa poderia gerir direito e obrigações ao invés das pessoas que o
compuseram; passou a ser regulada e reconhecida pelo direito, dando
personalidade jurídica para algo que foi criado pelo homem

● Conceito amplo/genérico: pessoa jurídica de direito privado em que 2 ou


mais pessoas celebram um contrato ou estatuto social e nesta ocasião
reciprocamente se obrigam a contribuir com bens ou serviços para o
exercício de uma atividade econômica, partilhando entre si os resultados
(artigo 981)
● Toda sociedade terá objetivos, ou seja, o que a sociedade irá fomentar.
Sempre terá um objetivo, posso fazer outra coisa? Posso! Posso ter
diversas atividades se não tiver impedimento legal. Podemos ter mais de
um objetivo na sociedade? Nada impede que ela tenha mais de um
objeto, ou seja, posso ter mais de 1 negócio a ser realizado, desde que
esses objetos sejam coincidentes, da mesma natureza, por exemplo,
abro uma sociedade que presta serviços de ensino (fund e faculdade),
posso vender gasolina tb? Não, totalmente fora do objetivo principal
● Artigo 982: salvo exceções expressar na lei, a sociedade será
considerada empresária se ela tiver por objeto o exercício de atividade
própria de empresário, sujeito a registro, isto é, a sociedade empresária
é aquela que possui o elemento empresa (atividade econômica e
organizado para a produção ou circulação de bens ou de serviços) 
● sociedade empresária é a PJ de direito privado  constituída por meio de
contrato ou estatuto social celebrado por pessoas (físicas e/ou jurídicas)
que reciprocamente se obrigam a contribuir com bens, para o exercício
de uma atividade econômica e organizadora, com fim de lucro, para a
produção ou circulação de bens ou de serviços, partilhando ao final os
resultados econômicos 
● as sociedades empresárias deverão ser constituídas pelos sócios com
patrimônio, ou seja, bens que tenham valor econômico 
● o elemento empresa está inserido na sociedade empresarial 
● o período de administração da sociedade 
● 1 ano de atividade -> exercício da sociedade 

Sociedade simples

é a sociedade não empresarial, aquela que não tem o elemento


empresa. é a PJ de direito privado constituída por meio de contrato
social ou estatuto social (cooperativa), celebrado por pessoas físicas
que reciprocamente se obrigam a contribuir com bens ou serviços
(sociedade pura), para o exercício de uma atividade econômica,
partilhando ao final os seus resultados. 
● Quando se trata de sociedade anônima ela somente poderá ser
empresária
● Quando se tratar de sociedade cooperativa ela será simples (artigo 982
do CC)
● Uma sociedade simples pode se tornar empresária? Sim, desde que ela
proceda aos registros necessários para esta transformação.
● Quando se tratar de sociedade empresária, é a única que poderá se
sujeitar a falência e recuperação judicial e extrajudicial, a sociedade
simples não admite que seja falida e ela também não pode buscar o
benefício da recuperação judicial (lei 11.101/2005) 
● Escritório de advocacia sempre será uma sociedade simples, não é uma
empresa e não pode ser, mesmo que tenha caráter empresarial
● Sociedade de empresários liberais, editores, etc, de acordo com o artigo
966 do cc, não pode ser empresário, sempre será simples. Exemplo: eu
e meu colega monto um escritório de contabilidade, não tenho o caráter
empresa, sempre será simples 
● sempre é bom ter uma sociedade empresária porque temos o benefício
da recuperação judicial caso desse algum problema na minha
sociedade 
● Artigo 984 cc: atividade rural, própria, poderá ser empresário ou não * *
● Artigo 985 cc: qualquer que seja a sociedade, simples ou empresária,
adquire a personalidade jurídica desde que seja procedido o registro do
seus atos constitutivos na junta comercial (empresária) ou no cartório de
registro civil ou no cartório de PJ se for simples, nos termos dos artigos
45 e 1150 ambos do código civil 

Personalidade jurídica
Conceito: autonomia patrimonial, negocial, judicial e domicílio próprio. Quando
uma sociedade ou PJ é constituída por meio de um instrumento jurídico, a
personalidade só será conferida se eu levar ao arquivamento no órgão
competente. Se for empresária será na junta comercial e se for simples será no
cartório de pessoa jurídica.
● Uma pessoa não responde pelos atos da outra pessoa, cada pessoa
assume suas obrigações e contrai os seus direitos
● A partir do momento que a sociedade tem personalidade jurídica ela
assume direitos e obrigações. Exemplo: tenho problema com a Faap,
entro com a ação contra ela e não contra o diretor da Faap

Desconsideração da personalidade jurídica


Foi criada nos EUA na década de 50. Nesta época, existia uma sociedade, os
sócios começaram a dilapidar o patrimônio da empresa, quando venceram as
obrigações, a empresa não pagou; os credores entraram com ação contra a
empresa e naquela ocasião os credores demonstraram que os sócios tiraram
dinheiro de forma dolosa, justamente para não haver o pagamento (má-fé), os
juízes da época entenderam que neste caso os sócios passariam a responder
com o seu patrimônio pessoal pelas dívidas da empresa em relação da sua
conduta fraudulenta. Passou a ser excepcional desconsiderar a pessoa jurídica
para atingir o patrimônio dos sócios. Rubens Reiquião, doutrinador, escreveu a
tese sobre a desconsideração da personalidade jurídica. Os tribunais
começaram a entender que nos casos eventualmente de fraude poderia ocorrer
a desconsideração da personalidade jurídica. No brasil isso aconteceu de
forma jurisprudencial. Em 1990, foi criado e sancionado o código de defesa do
consumidor e no seu artigo 28 estabeleceu-se o seguinte: na hipótese de o
fornecedor não cumprir sua obrigação por falência, fraude ou mesmo que não
tenha ocorrido má-fé, os sócios poderão assumir as responsabilidades pela
desconsideração da personalidade jurídica. A doutrina criou duas teorias, a
maior e a menor. Antes não havia previsão legal e agora passou a ter, no artigo
50 do código civil, estabelecendo a teoria maior, ou seja, depende de fraude
devidamente comprovada para que ocorra a desconsideração da
personalidade jurídica. A lei 13.874 de 20 de setembro de 2019 instituiu a
declaração de direitos de liberdade econômica e modificou o artigo 50 do
código civil que passou a estabelecer as seguintes regras: fraude, confusão
patrimonial, pode o juiz a requerimento da parte ou do MP (quando ele intervir
no processo), desconsiderar a personalidade jurídica; tenho que provar que o
sócio teve um benefício, caso o benefício não seja provado, você não
consegue desconsiderar a personalidade jurídica.
Teoria maior – artigo 50

● A teoria maior é aquela que atende de fato o conceito de


desconsideração da personalidade jurídica, é a teoria que admite a
desconsideração desde que haja a comprovação de uma fraude, uma
confusão matrimonial (vantagem ilícita); para que eu pudesse
desconsiderar a pessoa jurídica precisava comprovar que os sócios
estavam se usando da sociedade para vantagem (em face de não pagar
os devedores) 
● Artigo 50 foi alterado para proteger ainda mais os sócios da empresa;
pode atingir os bens dos sócios e dos seus administradores
● O que vem de novidade? Teve que provar que houve benefícios direta
ou indiretamente pelo abuso, se eu não consigo demonstrar que esta
confusão trouxe benefícios de forma direta ou indireta aos
administradores e aos sócios, eu não consigo desconsiderar a pessoa
jurídica.
● Desvio de finalidade: é a utilização da pessoa jurídica com o propósito
de lesar os credores e para a prática de atos ilícitos de qualquer
natureza
● Confusão patrimonial: é a ausência de separação de fato entre os
patrimônios, caracterizada por cumprimento repetitivo pela sociedade de
obrigações dos sócios ou administrador, ou vice e versa, ou seja, eu
Nelson tenho patrimônio, a sociedade na qual eu sou sócio também tem
patrimônio, eu começo confundir patrimônio, não sei se é meu ou da
empresa.
● Divórcio simulado: monto uma empresa, sou casado com a minha
esposa, pratiquei alguns atos que pode desconsiderar a pessoa jurídica,
combino de me divorciar e deixo todo o patrimônio para ela; um belo dia
os credores vão atrás de mim para ver meu patrimônio, entretanto, não
há nada no meu nome e sim no nome da ex esposa.

Teoria menor – artigo 28 do código de defesa do consumidor

● Artigo 28 CDC: nas relações de consumo pode ocorrer a


desconsideração da personalidade jurídica pelo simples fato do
fornecedor não honrar as suas obrigações em favor do consumidor
independentemente de constatar a existência ou não de fraude. Mesmo
que a empresa tenha sido falida ou não cumprido a obrigação, não
interessa para o artigo 28, pela teoria menor, a inadimplência por si só
pode dar ensejo a desconsideração da personalidade jurídica, aplicando
o artigo 28, aqui somente deverá existir a mera inadimplência; aplica-se
na relação de consumo e na relação trabalhista. O consumidor e o
trabalhista são considerados vulneráveis na relação jurídica, então é
entendido que a justiça deve protege-los, por isso há a aplicação da
teoria menor.
● Em algumas situações, principalmente na justiça do trabalho, o juiz,
verificando eventual posição indevida da sociedade devedora pode
proceder a desconsideração mesmo que a parte não tenha solicitado.
● Principalmente na justiça trabalhista, o juiz determina a penhora dos
bens dos sócios independentemente da sua participação societária
como administrador ou não; se eu sou sócio com 1% da sociedade, se
eu tenho patrimônio, vai se ferrar junto.
● Na teoria menor, se tratando de dívida trabalhista, se a dívida entrou no
período em que você é sócio, você pode responder por esse período em
que você foi sócio.

Teoria inversa da desconsideração da personalidade jurídica

Exemplo: Eu Nelson sou sócio da sociedade, assumo obrigações em


meu nome (Nelson), vou dilapidar meu patrimônio e colocar ele na
sociedade, ou seja, fico sem nada e tenho cotas na sociedade, neste
caso pode ocorrer a desconsideração inversa, desconsiderando a
personalidade jurídica da empresa, para atingir o meu patrimônio na
sociedade.
● Atingir o patrimônio da sociedade em razão da fraude da pessoa jurídica
● A questão do sócio é muito importante porque você deve analisar com
quem você irá se associar

Artigo 133 e 135 do código de processo civil


Hoje em dia, devo entrar com uma ação judicial própria, chamada
desconsideração da personalidade jurídica, podendo ser incidental ou própria
com a petição inicial; ou posso entrar com o processo de tutela para pedir a
desconsideração da personalidade jurídica.

Sociedades não personificadas


São sociedades constituídas por 2 ou mais pessoas com o fim de exercer uma
atividade econômica, formando um capital social, ou seja, investimento, para
buscar um lucro, mas não possuem personalidade jurídica, os seus atos
constitutivos não são levados a registro ou arquivamento na junta comercial ou
no cartório de registro civil de pessoas jurídicas
 Sociedade em comum (artigo 986 ao 990 do c.c): pela antiga doutrina
ela também é chamada de sociedade de fato ou sociedade irregular.
Exemplo: vamos fazer bolo de cenoura com chocolate, cada um dá 10
mil reais, vamos vender bolo e o lucro a gente divide entre a gente; não
tem contrato, combinamos entre nós – esta é a sociedade de fato,
temos um affecto societatis, existe uma associação entre 2 ou mais
pessoas para atingir um fim só que não existe nenhum instrumento
jurídico, boca a boca, muito embora exista esse tipo de sociedade, você
como sócio não terá prova para reivindicar o seu direito.
Exemplo: elaboramos o contrato, mas não levamos para registro, aqui
na sociedade irregular temos um documento para reivindicação do
direito, entretanto, ele não foi levado até a junta comercial. Hoje em dia
ambas são chamadas de sociedade em comum, que se define por ser
uma sociedade constituída por 2 ou mais pessoas para atingir um fim
comum com o objetivo de partilhar os resultados econômicos mesmo
não havendo instrumento jurídico ou não arquivados no cartório de
registro civil de PJ ou na junta comercial.
 A sociedade em comum assume os seus deveres podendo os credores
ingressar com as ações afim de penhorar o patrimônio dos sócios por
serem responsáveis solidariamente pela falta da regular constituição da
sociedade, neste caso não há personalidade jurídica. O terceiro que
contratar com a sociedade em comum quer seja essa sociedade
constituída com contrato ou sem contrato, terá legitimidade para buscar
os seus direitos contra a sociedade utilizando-se de qualquer meio de
prova e atingindo o patrimônio da sociedade bem como o patrimônio de
todos os sócios. Todos os sócios são solidariamente responsáveis e
poderão ter os seus bens executados de forma ilimitada. Os sócios que
exerceram as atividades em favor da sociedade em comum e
contrataram em seu favor, terão seus bens atingidos de forma solidária e
ilimitada. Por sua vez, os sócios que não contrataram em nome da
sociedade, poderão se valer dos benefícios do artigo 1024 do código
civil denominado benefício de ordem. O benefício de ordem é: se essa
sociedade em comum tiver patrimônio os credores deverão executar em
1º lugar este patrimônio, caso este patrimônio não quite (pague) todas
as obrigações, somente após este fato é que poderá executar os bens
destes sócios que não contrataram em nome da sociedade. Ele foi
criado no contrato de fiança, sendo ele um contrato acessório, que tem a
finalidade de garantir uma obrigação principal. Pelo contrato de fiança
existe o benefício de ordem; 1º se executa do principal, caso ele não
pague a dívida, ele pode executar o fiador. Geralmente, no contrato de
fiança, o credor exige que o fiador renuncie ao benefício de ordem e
fique responsável pelo pagamento da obrigação como principal pagador
e responsável solidário pela dívida, neste caso que deve ser expresso, o
credor pode executar, tanto o devedor principal quanto o fiador.
Consequências da sociedade em comum: não tem contrato, não tem
livros fiscais e, portanto, ele não consegue provar os seus direitos,
porque não há nenhum documento que prova o seu direito.
Responderam os sócios por crimes de sonegação fiscal, não registros
de funcionários, etc. Irá ocorrer arbitramento de tributos e multas. Não
pode pedir recuperação judicial e nem autofalência, sob pena de
responder por crimes falimentares (crimes decorrentes da falência). Se
um credor pedir falência, todos os sócios respondem por crimes
falimentares e todos os sócios serão falidos e os bens arrecadados.
Sociedade em conta de participação: não tem personalidade jurídica.
Sociedades empresárias – estatuto social na junta comercial.
Elaborando o instrumento é levar o arquivamento, levar no órgão
competente e depois rola os outros tramites (cnpj, alvarás, etc).
 Sociedades – a ideia é sempre obter lucro (resultado econômico), dividir
as cotas sociais, o valor adquirido vai ser dividido entre os sócios (o
lucro.
 Dividendos dos lucros (quando se trata de sociedade anônima fala de
dividendo, outras sociedades falamos somente lucro). A sociedade
simples não é a empresária, não é organizada, ela tem uma atividade,
mas não tem uma conotação empresarial. Para buscar o lucro (união de
duas ou mais pessoas). Uma sociedade estruturada, com mais
funcionários, com sistema empresarial, tecnologia, pode se configurar
como o elemento empresa, sempre com a circulação de bens ou de
serviços.
 Sociedades simples pura (artigo 997), sociedade em nome coletivo,
sociedade simples (1045 e seguintes) e a sociedade limitada (artigo
1052 e seguintes).
 Sociedade cooperativa é uma sociedade simples, constituída por um
estatuto social e excepcionalmente, mesmo sendo simples ela é uma
sociedade que será registrada na junta comercial (é uma exceção) em
razão da sua formalização de acordo com a lei 8.934 de 18 de novembro
de 1984.
Sociedades empresárias – tipos societários
 Sociedade em nome coletivo (artigo 1039 do código civil)
 Sociedade em comandita simples (artigo 1045 do código civil)
 Sociedade limitada (artigo 1058 do código civil)
 Sociedade anônima
 Sociedade em comandita por ações
Sociedade simples pura (artigo 997 e seguintes)
Esta sociedade foi criada no código como uma forma de sociedade que as
suas regras vão ser aplicadas subsidiariamente nas demais sociedades
quando houver omissão da lei a ação subsidiária da sociedade simples. A
sociedade simples é aquela sociedade constituída por meio de um contrato
social, celebrado entre pessoas físicas e reciprocamente te obrigam a
contribuir com bens e serviços para o exercício de uma atividade econômica
e lucrativa com o fim de partilhar entre os sócios. O que é importante: esta
sociedade admite um sócio que chama “sócio prestador de serviços”, ele
não vai contribuir com patrimônio para ingressar no quadro de sociedades,
ele vai contribuir com a prestação de serviços. Todas as demais sociedades
os sócios devem ingressar com capital, mesmo que seja o mínimo, então a
única sociedade que admite esta possibilidade de o sócio não ingressar
com patrimônio e sim com a prestação de serviços é a sociedade simples
pura.
Exemplo: eu e Nelson montaremos um escritório de advocacia, eu, você e
Tayla somos os sócios, eu não tenho dinheiro, mas sou importante para o
escritório, então eu entro como sócia, mas não entro com dinheiro e tenho
direito a participar dos lucros da sociedade mesmo sem contribuir, mas
exerço a atividade da advocacia (advogado não tem como ter o elemento
empresa).
Cláusulas essenciais/obrigatórias e acidentais (integra todas as
sociedades)
 Cláusulas obrigatórias (chamadas também de essenciais): são
cláusulas que necessariamente deverão constar no contrato social de
toda a sociedade que for constituída sob pena de não se admitir o
arquivamento do instrumento no cartório competente. A maior parte das
cláusulas essenciais estão no artigo 997 do código civil, sem prejuízo de
outros artigos que estabelecem a obrigatoriedade de cláusulas. Isso
será aplicado em todas as sociedades. Na hipótese de uma sociedade
ser regida por uma lei especial deverá ser observada a disposição legal
especial além das regras previstas no artigo 997 do código civil. A
primeira cláusula (obrigação que o sócio tem) é a criação do nome da
sociedade e se tratando de sociedade simples pura o nome
necessariamente será adotado como firma social (é o nome do sócio, o
próprio sobrenome), então o nome da sociedade se for simples pura
será o nome dos sócios ou de algum sócio, por exemplo, a sociedade
sou eu, Ana e Tayla, então será Santos, Cronnin e Macedo advogados,
porque o sobrenome vai indicar quem são os sócios da sociedade. Se
tivermos vários sócios, não coloco o nome de todos. Quando se trata de
nome, ele deve obedecer a 2 princípios, o princípio da novidade (antes
mesmo de criar a sociedade devo buscar no cartório de PJ para saber
se já existe o nome que eu quero dar, se já existir, tenho que colocar
outro) e o princípio da veracidade, ou seja, se for “advogados”
obviamente não vou vender banana, precisa ser coerente. A criação do
nome ela passa a ser um título do contrato, ela é um quesito obrigatório.
Preâmbulo do contrato – devo identificar todos os sócios que vão
participar da sociedade, constando o estado civil, endereço, rg, cpf, etc.
após a identificação desses sócios nós vamos começar colocando as
cláusulas contratuais, a 1ª cláusula que deve constar é a denominação
da sociedade, por exemplo, está sociedade será denominada pelo nome
tal (formalização no contrato), cede na rua tal (a cede também é uma
cláusula obrigatória). Outra cláusula obrigatória é o objeto da sociedade,
podendo ser 1 ou mais, desde que seja condizente com a sociedade.
Outra cláusula obrigatória é o prazo da sociedade, que pode ser por
prazo determinado (início e fim) ou pode ser por prazo indeterminado,
ela é criada em um determinado momento e obviamente vai continuar
exercendo suas atividades até o momento em que o sócio resolvam
dissolve-las. Outra cláusula obrigatória é o capital da sociedade, por
quanto vamos constituir a sociedade, qual o valor, e todo o capital deve
ser subscrito e integralizado, este capital deve ser expresso em moeda
corrente nacional. *capital subscrito: capital comprometido, é o capital
que cada sócio vai se comprometer para criar o capital social; deve ter o
valor correspondente para você elaborar e prospectar a atividade
econômica, qualquer que seja de aprovação do sócio; é a promessa e a
integralização (transferência daquele bem para a sociedade), ele passa
a ser integralizado a partir do patrimônio que passou a ser da sociedade
e não das pessoas. *cotas no capital social: a cota vai ser distribuída
entre os sócios, se cada um entra com 50 mil reais, cada um fica com 50
mil cotas, todos são sócios na mesma proporção (cotas igualitárias).
Outra cláusula obrigatória é a que diz respeito sobre a participação dos
sócios nos lucros e nas perdas, todos os sócios devem assumir as
perdas da sociedade e os lucros, no caso do prestador de serviços ele
só tem direito aos lucros. Outra cláusula importante é que na sociedade
simples pura, os sócios respondem de forma subsidiária, ou seja,
significa que a sociedade em 1º lugar terá o seu patrimônio atingido para
honrar as suas obrigações; caso o patrimônio não seja suficiente os
sócios até o limite da sua participação societária, por exemplo, a
sociedade deve 200, só pagou 100, como eu represento a sociedade em
33%, fico obrigado a pagar 33 mil e não 100, ou seja, é até o limite da
sua cota. Nada impede que os sócios possam estabelecer como
responsabilidade a responsabilidade solidária, isto é, que a sociedade
não honrar suas obrigações os sócios independentemente da sua
participação responderão pela totalidade da dívida (prestador de
serviços nunca responderá). Última cláusula obrigatória é a seguinte:
deve constar no contrato os administradores que não são condenados a
crimes previstos no parágrafo 1º do artigo 1.011 do código civil. Em se
tratando de sociedade simples deve-se também observar o artigo 120 da
lei 6.015 de 1973 (lei de registros públicos) e dispõe sob as cláusulas
obrigatórias para a constituição de sociedades simples, fundações e
associações; esta lei regula todos os cartórios.
 Cláusulas acidentais: são chamadas também de uteis, elas têm uma
importância ao constituir o contrato, porque se eu deixar de prever,
posso ter alguns problemas. 1ª cláusula acidenta é a cessão de cotas
(transferir as cotas), ela é admitida em qualquer sociedade, já que as
cotas são dos sócios, não da sociedade, se as cotas são dos sócios
tenho direito de negociá-las, só que ai voltamos na regra da sociedade
de pessoas e sociedade de capital, a sociedade de pessoas é o que
mais tem de importância é a pessoalidade do sócio, affectio socitatis é
mais intenso, e é o caso da sociedade simples pura, é uma típica
sociedade de pessoas (artigo 999 do código civil); maioria dos sócios
naquela reunião pode ser decidida, salvo se o contrato não prever de
uma outra forma, qualquer modificação de contrato deve ter uma
anuência unanime ou parcial entre os sócios; se tratando de cessão de
cotas os sócios deverão consentir com esta transferência (artigo 1003
do código civil), deve ter uma alteração no contrato social para a
transferência de cotas. Exemplo: quero sair da sala, vou ceder
totalmente as minhas cotas para outra pessoa, depende da anuência de
todos nós para autorizar outra pessoa entrar. 2ª cláusula acidental é a
questão da gestão da sociedade, a forma de gerir esta sociedade,
como será? O conveniente é colocar um certo número de pessoas para
gerir os negócios e tomar conta; as vezes os sócios não tem
competência para administrar, nada impede de contratarmos um
administrador não sócio para gerir a sociedade. Quando o sócio é o
administrador da sociedade, pode estabelecer no contrato como
cláusula acidental é direito do sócio receber um valor pela sua atividade,
quer chamada de pro labore, desde que os sócios deliberem, ou seja,
concordem. O sócio que exercer a atividade administrativa pode ou não
ter o direito pro labore, se assim for ajustado como cláusula acidental; se
for estabelecido que você não tem direito de receber o pro labora, então
você não vai receber (pagamento em favor do sócio que está
administrando); querendo ou não é uma despesa para a empresa, sendo
assim, no final do exercício social será menos lucro para os sócios; deve
ser um valor fixo. Se for determinado que a administração será feita por
um administrador não sócio, neste caso, a pessoa terá direito a receber
uma remuneração e não pro labore. Esta sociedade admite prestador de
serviços e normalmente ele que vai exercer a atividade, e ele passa a ter
direito aos lucros e ao pro labore (trabalha em nosso favor então ele
precisa de dinheiro para viver), salvo se ele tem alguma renda, mas se
ele é que toca o negócio, ele precisa receber. 3ª cláusula é a questão
de dissolução parcial dos sócios, ela pode se dar em 3 situações:
pessoa morreu, retirada do sócio ou da exclusão do sócio. 1) morte do
sócio: se algum dos sócios morreu, liquida-se as cotas e paga, ou o
herdeiro pode entrar na sociedade, mas é algo muito complicado,
porque como temos um affectio socitetais, não se encaixa muito bem
outra pessoa entrar; na hipótese de falecimento do sócio, as cotas desse
sócio serão liquidadas e o valor apurado será pago em favor dos
herdeiros e em favor do cônjuge obedecendo o regime de bens,
evitando-se assim o ingresso de terceiros na sociedade; é uma cláusula
que pode ser colocada para proteger a sociedade. 2) retirada do sócio:
temos que apurar a sociedade, quanto vale isso? Se eu saio da
sociedade e tenho uma participação de 30%, como eu recebo esses 300
mil reais que tenho direito? Outra cláusula é: na hipótese de morte,
retirada e exclusão do sócio, a sociedade deverá proceder a apuração
de haveres (apurar quanto custa a sociedade) e estabelecer um prazo
após a apuração de haveres para que se efetue o pagamento em favor
do beneficiário, por exemplo, após apurados os haveres, a sociedade
deverá pagar em 20 parcelas, 12 parcelas. Caso eu não fale nada, devo
pagar em 90 dias (lei fala isso) – cláusula de apuração e pagamento de
haveres. 4ª cláusula é na hipótese de divórcio, separação judicial de um
sócio, o ex conjunge não pode ingressar na sociedade, devendo apurar
as cotas que caberem a ele, pagando essas cotas após apurada a
avaliação das mesmas. 5ª cláusula: o credor pode penhorar o lucro das
cotas e não as cotas em si. O contrato deve ser assinado por todos,
deve ser assinado com a presença de um advogado assinando de
acordo, as únicas sociedades que não tem essa necessidade são:
microempresas e empresas de pequeno porte. Devo levar a registro
depois de 30 dias. Se assinamos hoje dia 26 de março o contrato, temos
até dia 26 de abril para registrar o contrato; se a gente levou depois, a
punição é que todos os sócios respondem de forma solidária. As regras
do registro de PJ (artigo 114 até 126 da lei dos registros públicos).
 Modificação do contrato: ele pode ser modificado? Claro, depende de
cada tipo de sociedade. O artigo 999 deixou claro que as cláusulas que
forem referentes a obrigatoriedade, para que ocorra a modificação
depende da aprovação de todos os sócios (decisão deve ser unanime),
sem a aprovação de todos os sócios não há modificação. Nas cláusulas
que na verdade não são essenciais (artigo 997), as demais cláusulas
podem ser decididas por maioria absoluta de votos (50% + 1 de votos),
salvo se o contrato não determinar que seja deliberado de forma
unanime, ou seja, que também depende da aprovação de todos os
sócios. Toda a alteração do contrato deve ser feita por um instrumento
público ou particular alterando determinada cláusula e deverá ser levado
no cartório civil de registro de PJ (para que tenha validade jurídica).
 Criação de filiais e outros estabelecimentos: a sociedade simples
pode criar filiais, representações e toda vez que assim fizer deverá
proceder as averbações no cartório da sua cede e também no local onde
foi efetivada a constituição da filial. Toda vez que eu criar uma filial,
registro na cede e onde a filial foi criada. O escritório de advocacia é
uma sociedade simples sujo contrato social já é pré-elaborado com
cláusulas fixas pela própria oab. Ao constituir um contrato de sociedade
de advogados este contrato será assinado e será registrado na secção
da oab.

Direitos e obrigações dos sócios

A partir do momento que o sócio assinou o contrato ele passa a ter


obrigações, salvo se ele não fixar outra data no qual poderia começar a
obrigação contratual. As obrigações dos sócios terminam a partir do
momento que houve a extinção da sociedade e de todas as obrigações
que são reflexos disso. Todos os sócios ficam vinculados com os demais
sócios, e todos eles devem buscar os interesses da sociedade; o objeto
da sociedade passa a ser fundamental e não seu interesse pessoal, por
isso o sócio não pode ser substituído por outro sem que tenha a
anuência dos demais sócios.

Cessão de cotas

O artigo 1.003 do código civil diz que a cessão de cotas somente poderá
ocorrer, quer seja total ou parcial, caso houver a anuência de todos os
sócios e para isso o contrato social deverá ser alterado. Após elaborado
a alteração do contrato social, esta alteração deverá ser averbada no
cartório competente e após averbada o sócio que transferiu as cotas, ou
seja, o sócio cedente continuará responsável pelo prazo de até 2 anos
da contar da data da averbação de forma solidária com o cessionário
perante terceiros e perante a sociedade pelos atos que foram praticados
no período em que ele era sócio. Exemplo: a Ana cedeu as cotas para a
irmã dela hoje, dia 26 de março, no dia 26 de março até dia 26 de março
de 20220 ela continua obrigada, para evitar fraude.

Cedente (cede) e cessionário (recebe)

Lembrando que após a alteração do contrato social tem que se levar a registro,
averbação. 

Obrigações

 Obrigações (do sócio cotista): Uma das obrigações dos sócios é


integralizar o capital social, art. 1.004, CC, "Os sócios são obrigados, na
forma e prazo previstos, às contribuições estabelecidas no contrato
social, e aquele que deixar de fazê-lo, nos trinta dias seguintes ao da
notificação pela sociedade, responderá perante esta pelo dano
emergente da mora".Se ele não integraliza, é chamado de "sócio
remisso". Quando se encontra em mora, a sociedade deve notificar o
sócio que não integralizou (no prazo máx. de 30 dias) para que o faça
sob pena de responder pelos danos emergentes em razão de estar em
mora (atraso).
 Em face de sua demora a sociedade não consegue desenvolver aquilo
que foi proposto. Após ter sido notificado e o sócio não procedeu com o
deposito, ou seja, a integralização do seu valor, a maioria dos sócios
poderá exigir a sua exclusão dos quadros societários ou a redução de
sua participação societária ou então aceitar que ele faça o depósito com
a reparação dos danos como forma indenizatória. 

 A outra obrigação é a do sócio atender aos interesses da sociedade,


buscar o fim da sociedade. Enquanto o sócio cotista participa dos lucros
e das perdas na proporção das suas cotas sociais, salvo se se
estabeleça uma participação e pagamento de perdas de forma
especifica, diferente da participação societária.

 Obrigações: (do sócio prestador de serviços) é aquele que participará do


contrato social, mas como o próprio nome diz, ele não irá integralizar o
capital, entra apenas com a prestação de serviços (contribuição). Ele
deverá atuar com exclusividade, ou não, na sociedade, a depender do
contrato.

 Se ele tiver que agir com exclusividade e assim não o faz, poderá ser
excluído da sociedade, sem prejuízo e também não receber os lucros
atinentes à sociedade.

 Art. 1.006, CC O sócio, cuja contribuição consista em serviços, não


pode, salvo convenção em contrário, empregar-se em atividade estranha
à sociedade, sob pena de ser privado de seus lucros e dela excluído.

 Enquanto o sócio cotista participa dos lucros e das perdas na proporção


das suas cotas sociais, salvo se se estabeleça uma participação e
pagamento de perdas de forma especifica, diferente da participação
societária (art. 1007, CC), o sócio prestador de serviços somente faz jus
(tem direito) a receber os lucros e não se admite assumir as perdas,
salvo se ele agiu com irresponsabilidade.

 O sócio prestador de serviços recebera os lucros observando a média


das cotas dos sócios; primeiro paga-se o sócio prestador de serviços
(art. 1007, CC). Nada impede que nessa sociedade exista mais de um
sócio prestador de serviços. 

 É considerada nula a cláusula constante num contrato que exclua


qualquer sócio de participar dos lucros ou das perdas. Não importa a
concordância (art. 1008, CC).
Direitos

- Direitos: sócios
- Participação societária.
- Exigir informações dos administradores quanto à atuação na sociedade.
- Ter acesso aos documentos.
- Ter contas prestadas.
- Analisar os livros e demais escriturações.
- Ter o recebimento dos lucros da sociedade, tendo em vista que a ideia da
sociedade é a obtenção de lucro.

Aquele que venha a receber valores indevidos, fictícios, pagos pela sociedade
delapidando o próprio capital social, estabelece a todos aqueles que
participaram desta distribuição ilegal de lucros a responder de forma solidária
pelos prejuízos, independentemente de ter conhecimento ou não do fato (art.
1009, CC).

Administração

Em todo tipo de sociedade temos os sócios empreendedores e sócios


investidores.
Os empreendedores geralmente são aqueles que entendem da sociedade
(pode coincidir com o sócio prestador), os investidores apenas entram com
capital, mas não gerem a atividade por não ter know-how.

 Art. 1.010, CC. Quando, por lei ou pelo contrato social, competir aos
sócios decidir sobre os negócios da sociedade, as deliberações serão
tomadas por maioria de votos, contados segundo o valor das quotas de
cada um.
§1º Para formação da maioria absoluta são necessários votos
correspondentes a mais de metade do capital.
§2º Prevalece a decisão sufragada por maior número de sócios no caso
de empate, e, se este persistir, decidirá o juiz.
§3º Responde por perdas e danos o sócio que, tendo em alguma
operação interesse contrário ao da sociedade, participar da deliberação
que a aprove graças a seu voto.

 O Código Civil brasileiro resolveu em várias situações trazer uma


proteção jurídica ao denominado "sócio minoritário", por entender que
não tem relevância protetiva (voto vencido). No caso de sociedades em
que um dos sócios possui 50% e os outros sócios possuem os outros
50%, se houver empate com relação aos sócios, irá prevalecer a
vontade dos sócios que somados, totalizou 50%. Prevalece o interesse
da maioria, mesmo que cotas sejam idênticas. Se houver empate entre
apenas 2 sócios (50/50), o juiz decide.
Responsabilidade dos sócios - Deliberação societárias

Aquele sócio que delibera sobre uma ação contraria aos interesses da
sociedade, responde por perdas e danos, se em razão da deliberação errônea
trouxe prejuízo à sociedade (art. 1.010,§3º, CC), podendo ser, inclusive
excluído da sociedade.
Temos o princípio da preservação da sociedade. Antes do CC de 2002 era
regido pelo Código Comercial e ele não dispunha no que se referia à
dissolução parcial da Sociedade. Criou-se uma doutrina para que ao invés de
extinguir uma Sociedade, entendia-se que mesmo que viesse a falecer um dos
sócios, retirado ou excluído, a Sociedade deveria permanecer com os sócios
remanescentes. O CPC de 1939 disciplinava tão somente o procedimento da
dissolução total da Sociedade, ou seja, o término por completo da Sociedade.
Em meados do século XX a doutrina e a jurisprudência passaram a entender
que a Sociedade poderia continuar desde que os demais sócios a fim de não
extinguir uma atividade econômica e uma ligação constituída para uma
finalidade de busca de lucro e empreendimento daquilo que foi constituído
(dissolução parcial da Sociedade). Com a entrada em vigor do CC em janeiro
de 2003, passou a partir do art. 1028 - 1032, CC, disciplinar sobre a dissolução
parcial da Sociedade denominada como Da Resolução da Sociedade em
Relação a um Sócio.

Existem 3 tipos de resolução


Morte - Num cenário onde existam mais de dois sócios, um deles (PF), poderá
morrer. É conveniente já estabelecer no Contrato Social como será feita esta
sucessão de cotas para os herdeiros ou não, ou a liquidação das cotas por
meio de um balanço especial (com o valor apurado se efetuaria o pagamento
dos haveres em favor dos herdeiros e do cônjuge - a depender do regime de
casamento do sócio falecido). A data do falecimento será a data específica
para se apurar qual o valor real a ser distribuído em favor dos herdeiros.

 Exemplo: A empresa vale R$ 1.5 milhão hoje (receita clientela, etc.),


mas há pendências e dívidas. Assim o valor real é R$ 1 milhão. Se
Nelson faleceu e tinha 10% das cotas, teria dinheiro a R$ 100 mil.
Disponibiliza-se para os herdeiros e cônjuge de acordo como processo
de inventário. 

Art. 1.028. No caso de morte de sócio, liquidar-se-á sua quota, salvo:


I - se o contrato dispuser diferentemente;
II - se os sócios remanescentes optarem pela dissolução da sociedade;
III - se, por acordo com os herdeiros, regular-se a substituição do sócio
falecido.

 Contudo, a cota pode ser liquidada, mas por outro lado, o contrato pode
estabelecer de forma diversa. Os sócios poderão substituir o falecido
passando a integrar o Contrato Social. Ou então, se a Sociedade for
uma Sociedade exclusivamente de pessoas, poderá estabelecer uma
cláusula admitindo que os sócios remanescentes poderão optar pela
dissolução da Sociedade tendo em vista o falecimento de um dos
sócios. 

 Pode também (os sócios) estabelecer que no caso de falecimento de um


dos sócios, os demais assumirão as cotas do falecido a fim de que o
capital da Sociedade não seja diminuído. Nesse caso, os herdeiros irão
receber os haveres a serem pagos pelos demais sócios permanecendo
a Sociedade com o mesmo valor de capital continuando dessa forma a
Sociedade nos mesmos termos. 

 Exemplo: Imaginem uma Sociedade de Nelson e Satíe e existe um


clausula que dispõe que a administração é realizada, única e
exclusivamente, pelo Nelson. Nelson falece. Como se faz?

Retirada do sócio - A CF estabeleceu que é um direito da pessoa se associar


a alguém, isto é, ninguém é obrigado a se associar com outra pessoa, salve se
for por sua livre e espontânea vontade. 

Art. 5º, XX, CF - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer


associado;

 Em se tratando de Sociedade, lembre-se que nós temos o princípio do


affectio societatis e obviamente se a pessoa não tem mais a vontade de
manter-se na Sociedade ela tem o direito de retirada.

Art. 1.029. Além dos casos previstos na lei ou no contrato, qualquer sócio pode
retirar-se da sociedade; se de prazo indeterminado, mediante notificação aos
demais sócios, com antecedência mínima de sessenta dias; se de prazo
determinado, provando judicialmente justa causa.
Parágrafo único. Nos trinta dias subsequentes à notificação, podem os demais
sócios optar pela dissolução da sociedade.

 Assim, se for de prazo indeterminado, o sócio tem tempo de elaborar o


Contrato Social e também apurar qual será o valor devido das cotas do
sócio que se retira para que se efetue o pagamento dos seus haveres.
Se o sócio retirante, tomadas todas essas medidas, não obtém a sua
saída amigavelmente, este sócio, após comprovar que tomou todas as
medidas, deverá ingressar com uma ação judicial requerendo a sua
retirada da Sociedade bem como a apuração de haveres. Como as
partes não chegaram a um valor, para que fosse pago ao sócio retirante,
o juiz deverá determinar por meio de perícia qual será o valor devido.

 Se a Sociedade é de prazo determinado, ou seja, há uma data para


extinção da mesma, o sócio retirante somente poderá fazê-lo ou após
terminado o prazo já estabelecido no Contrato Social, ou então, terá que
ingressar com uma ação judicial, necessariamente, com a finalidade de
se retirar da Sociedade, provando, judicialmente, existir justa causa para
sua retirada. (Sociedade de propósito específico; Ex. existe apenas para
evento do Lollapalooza). 
*Ocorrendo a dissolução parcial da Sociedade, os demais sócios podem optar
pela dissolução total da Sociedade se acharem conveniente.
*A data da retirada será a data específica para apurar valores.

Exclusão do sócio - É o ato praticado pelos demais sócios, de querer excluir o


sócio por ele ser remisso (não integralizou sua parte na Sociedade), por não
agir em conformidade com o objeto social. Nesses casos, desde que deliberem
por maioria (50% +1 das cotas), os demais sócios podem requere judicialmente
a exclusão deste sócio, por não haver mais affectio societatis, uma vez que ele
não age de acordo com os interesses da Sociedade. Também será excluído da
Sociedade, se o sócio tiver uma incapacidade superveniente (doente,
interditado), ou na hipótese dele ser falido (sua cota será liquidada para pagar
credores da massa falida, isto é, credores particulares do sócio). Deve-se
provar a ocorrência das hipóteses acima.

 Art. 1.030. Ressalvado o disposto no art. 1.004 e seu parágrafo único,


pode o sócio ser excluído judicialmente, mediante iniciativa da maioria
dos demais sócios, por falta grave no cumprimento de suas obrigações,
ou, ainda, por incapacidade superveniente.
Parágrafo único. Será de pleno direito excluído da sociedade o sócio
declarado falido, ou aquele cuja quota tenha sido liquidada nos termos
do parágrafo único do art. 1.026.

Apuração de haveres

Pode ser extrajudicial ou judicial. Trata-se de um instrumento após a dissolução


da Sociedade apurando-se qual é o valor devido correspondente às suas cotas.
Deve haver balanço especial levantado na data do falecimento ou da retirada/
exclusão do sócio.
Exemplo: Saiu no meio da crise da Sociedade, estão em crise. Não há nada,
sai com nada.

Contrata-se alguém para avaliar todo o contexto da empresa (imóvel,


equipamento, marcas, patentes, dívidas, etc.). Se houver liquidação das cotas,
isto é, se resolver as cotas do sócio significa que haverá uma redução de
capital. Isso é interessante para a Sociedade? Ou melhor suprir a quantia que
se perde com a saída com a participação dos sócios restantes?
 Art. 1.031. Nos casos em que a sociedade se resolver em relação a um
sócio, o valor da sua quota, considerada pelo montante efetivamente
realizado, liquidar-se-á, salvo disposição contratual em contrário, com
base na situação patrimonial da sociedade, à data da resolução,
verificada em balanço especialmente levantado.
§1º O capital social sofrerá a correspondente redução, salvo se os
demais sócios suprirem o valor da quota.
§2º A quota liquidada será paga em dinheiro, no prazo de noventa dias,
a partir da liquidação, salvo acordo, ou estipulação contratual em
contrário.
 Apurado os haveres a Sociedade deverá pagar, em dinheiro, no prazo
de 90 dias a partir da liquidação da cota. Ou seja, a lei estabelece que a
Sociedade deve pagar os seus haveres no prazo de 90 dias, SALVO, se
for estabelecido de forma contrária ou no Contrato Social. 

Para que a Sociedade não venha a ter prejuízos no momento de efetuar o


reembolso, é conveniente estabelecer em cláusulas que na hipótese de
dissolução parcial da Sociedade, esta fica obrigada a pagar "em tantos
meses/parcelas". Assim, evita-se desfalque no caixa.
Uma cláusula acidental e muito útil.
 Art. 1.032. A retirada, exclusão ou morte do sócio, não o exime, ou a
seus herdeiros, da responsabilidade pelas obrigações sociais anteriores,
até dois anos após averbada a resolução da sociedade; nem nos dois
primeiros casos, pelas posteriores e em igual prazo, enquanto não se
requerer a averbação.
 Este artigo visa proteger os possíveis credores. A depender da situação,
os herdeiros podem inclusive renunciar à herança, tamanha a dívida. 

Dissolução Total da Sociedade

A priori, a ideia ao se constituir uma Sociedade é que está se desenvolvendo e


perdure no tempo. Assim, dissolver uma Sociedade nunca é agradável ou
esperada (exceto por prazo determinado). Ao se dissolver, rompe-se todos os
vínculos que se estabeleceram por meio de contrato. Deve-se seguir os
passos: dissolução -> liquidação -> extinção

 Art. 1.033. Dissolve-se a sociedade quando ocorrer:


I - O vencimento do prazo de duração, salvo se, vencido este e sem oposição
de sócio, não entrar a sociedade em liquidação, caso em que se prorrogará por
tempo indeterminado;
 O inciso I trata da Sociedade de prazo determinado, aquela que tem
finalidade específica. Se, no entanto, a Sociedade continuar sendo
explorada, passará de prazo determinado para prazo indeterminado.
Assim, a Sociedade segue sendo executada.
II – O consenso unânime dos sócios;
Ocorre por meio de instrumento jurídico chamado Distrato; um acordo entre
todos os sócios dissolvendo a Sociedade. Pode ser realizado em qualquer tipo
de contrato.

III – A deliberação dos sócios, por maioria absoluta, na sociedade de prazo


indeterminado;
 Pode ser dissolvida por deliberação dos sócios desde que seja aprovado
por maioria absoluta, se por prazo indeterminado, se não houver outro
quórum estabelecido.
IV – A falta de pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de cento e
oitenta dias; (ver parágrafo único)

 Se a Sociedade ficar com apenas um sócio, ela poderá manter-se desse


modo por 180 dias. Caso esta Sociedade não integre um novo sócio, ou
se o sócio remanescente não transformar em Sociedade Unipessoal, a
Sociedade estará também dissolvida.
V - A extinção, na forma da lei, de autorização para funcionar.

 Se for determinada a extinção da Sociedade por perder seu direito de


funcionamento.
 Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV caso o sócio
remanescente, inclusive na hipótese de concentração de todas as cotas
da sociedade sob sua titularidade, requeira, no Registro Público de
Empresas Mercantis, a transformação do registro da sociedade para
empresário individual ou para empresa individual de responsabilidade
limitada, observado, no que couber, o disposto nos arts. 1.113 a 1.115
deste Código. (ver inciso IV)
 Nada impede também que a Sociedade seja dissolvida judicialmente a
pedido de qualquer um dos sócios, alegando anulação da constituição
do contrato. Ou seja, houve falta de formalidade essencial, não
obedecida. Ou ainda, qualquer sócio poderá ingressar com uma ação
judicial requerendo a sua dissolução porque o seu objeto foi exaurido
(Ex. criamos um Sociedade para fazer contabilidade de evento em 2020
que não ocorreu) ou quando houver inexequibilidade do objeto. (já não
se logra realizar).
 Nada impede que existam outras formas de dissolução, mas elas terão
de ser observadas pelo Poder Judiciário.
 Ocorrida a dissolução, a Sociedade deverá observar como será feita a
sua liquidação, para tanto, os administradores da Sociedade irão
deliberar quem será o liquidante. A liquidação da Sociedade pode ser
feita de forma extrajudicial ou judicial. Se os sócios não chegarem a um
acordo de como deverá ser feita a liquidação, esta deverá ser concedida
por meio judicial. E qualquer sócio tem legitimidade para requerer a
liquidação judicial.
 O liquidante tomará todas as precauções e diligências para que se
promova a apuração de todo o patrimônio da Sociedade e
posteriormente conceba a venda desse patrimônio para que pague
todos os credores da Sociedade. A partir do momento que foram feitos
os pagamentos aos credores, havendo saldo credor remanescente, este
será repartido entre os sócios na proporção das suas cotas e o
liquidante tendo realizado todo esse procedimento, será exonerado do
cargo e ato seguinte à Sociedade será dada baixa em todos os órgãos
governamentais e com isso a Sociedade está extinta.

Sociedade em comandita simples

É uma sociedade que já havia previsão no código de 1950, ela terá 2 tipos de
sócios, o comanditado e o sócio comanditário (necessariamente). Essa
sociedade pelo novo código civil, ela pode ser tanto simples quanto
empresária, será feita por meio de um contrato social (depende da
manifestação das partes ao assinar esse contrato) e se esse contrato for uma
sociedade simples, deve ser levado a registro e arquivamento ao cartório de
registro civil de pessoas jurídicas, se for empresária, na junta comercial. Ela
passa a ter personalidade jurídica, autonomia, domicílio próprio, etc. já que
temos 2 categorias de sócios, vamos ver cada um.

 Sócios comanditados: pessoa física (necessariamente), capaz, e


eles/ele pessoalmente serão responsáveis pelos atos praticados, ou
seja, respondem de forma solidária e ilimitada. São somente eles que
podem exercer as atividades da sociedade e eles respondem, isto é, se
a sociedade não honrar as suas obrigações, o credor pode cobrar
(executar) dos sócios comanditados a dívida não paga pela sociedade.
Eles também vão gerir, desenvolver os negócios da sociedade, estar à
frente dela.
 Sócios comanditários: pode ser pessoas físicas ou jurídicas, apenas
vão investir a suas cotas sociais na sociedade, ou seja, esses
comanditários vão participar da sociedade apenas como sócios
investidores, eles não podem agir em nome da sociedade e nem usar a
firma da sociedade, pois quem está à frente são os comanditados.
 Sociedade será formada por capital social, dividido em cotas
sociais, tanto o comanditado como o comanditário serão cotistas e
sócios, todos vão entrar para formar o capital social, no entanto,
quem estará na frente dos negócios serão os comanditados.
 Geralmente em uma sociedade é conveniente que não sejam todos os
administradores; essa sociedade não se confunde com a sociedade em
conta de participação, porque nessa aqui, temos um contrato firmado
entre sócios e levado a registro para ter personalidade jurídica, na
sociedade em conta de participação não, já há algo regularizado e só há
uma parceria, não existe personalidade jurídica também. Neste caso,
estamos criando uma sociedade com 2 tipos de sócios.
 O contrato social deve descrever e discriminar pormenorizadamente
quem são os sócios comanditados e comanditários. Então a constituição
do contrato neste sentido, vamos criar a sociedade, formar o contrato e
deixar muito claro quem é quem. As regras do contrato devem ficar
muito precisas, porque o comanditário não pode agir, pois se ele agir,
ele passa a ser responsável de forma solidária e ilimitada, caso ele
pratique algo, ele fica responsável pelos atos praticados.
 As regras que foram estudadas na sociedade em nome coletivo e
também na sociedade simples pura serão aplicadas nesta sociedade,
observando as características da sociedade em comandita simples; se
os sócios comanditados estão exercendo a atividade eles usam a firma
e, portanto, tem os deveres e obrigações do administrador respondendo
pelos seus atos e tendo o direito de receber além do lucro o próprio
labore em razão das suas atividades. Nada impede que ele com
administrador tenha assegurado o direito de receber esse dinheiro por
conta do seu exercício social. Ele tem muita semelhança dos sócios em
nome coletivo, porque nela, os sócios respondem de forma solidária e
ilimitada, igual no caso do sócio comanditado. Lembrando que ele vai
responder de forma solidária e ilimitada quando o patrimônio da
sociedade for executado (artigo 1024 do código civil); sempre 1º
executam os bens da sociedade e se faltar aí executa os bens dos
sócios; verificando se a responsabilidade é subsidiária ou solidária.
 O sócio comanditário, como não participa da gestão, ele fica
responsável em buscar os interesses da sociedade, prospectar, investir,
integrar a sua parte no capital social, mas não pode exercer a gestão, a
atividade em si, porque se ele passar a estar à frente, ele responde de
forma solidária e ilimitada. Muito embora ele não possa exercer a
atividade, ele tem o direito e o dever de participar das deliberações da
sociedade, fiscalizar os atos praticados pelos sócios comanditados,
podendo o sócio comanditado eventualmente ser constituído como
procurador da sociedade para exercer um determinado ato específico
com poderes especiais, então ele pode ser procurador e agir em nome
da sociedade em determinado negócio, não o desnaturando como um
sócio comanditário, desde que seja algo pontual, e isso deve ser feito
através de uma procuração.
 Tendo esses 2 tipos de sócio, o nome da sociedade como ocorre na
sociedade em nome coletivo, se utiliza da firma social, ou seja, não se
admite a denominação social, então nesse caso, o nome da sociedade
será composto apenas pelos nomes dos sócios comanditados.
Exemplo: Azevedo, Siqueira & CIA. Somente o nome daqueles que vão
honrar os compromissos é que devem constar no nome, se
indevidamente o nome do comanditário estiver lá, ele passa a responder
de forma solidária e ilimitada.
 Se a sociedade vier a falir por ser uma sociedade empresária além do
patrimônio da sociedade, os sócios comanditados como são sócios de
responsabilidade ilimitada, também serão considerados falidos nos
termos do artigo 81 da lei de falência sendo arrecadados todos os seus
bens em favor dos credores da falida.
 A sociedade pode ter redução de capital, inclusive da participação do
sócio comanditário, no entanto, qualquer alteração contratual deverá ser
averbada no registro competente e para ter publicidade à terceiros
(oponível erga omnes). As reduções de capital somente poderão fazer
essas reduções se não trouxer prejuízo à credores pré-existentes na
relação jurídica.
 Esta sociedade também é uma sociedade mista, porque esta
sociedade tem características de sociedades de pessoas e de
sociedades de capital, porque temos algumas considerações que deve
ter uma pessoalidade (comanditários) para que haja uma proteção da
sociedade, uma situação de organização da sociedade, mas por outro
lado, o sócio comanditário pode ser qualquer pessoa que queira investir,
sendo em tese um exemplo de sociedade mista. Temos sócios muito
importantes (os comanditados) e outros que só vão para investimentos
(comanditários), podendo ser qualquer investidor, depende de como eu
vou colocar no contrato.
 O sócio comanditado, como está à frente dos negócios, ele fica obrigado
a pagar as dívidas, a distribuir os lucros e neste caso, o artigo 1049
estabeleceu que no caso do sócio comanditário vir a receber valores
correspondentes aos lucros não reais (fictícios), mas os recebeu de boa-
fé ou conforme balanços que foram apresentados não é obrigado a
devolve-los a princípio. Na regra geral (artigo 1009) todos são obrigados
a devolver, mas a exceção está no artigo 1049.
Art. 1.049. O sócio comanditário não é obrigado à reposição de lucros
recebidos de boa-fé e de acordo com o balanço.
Parágrafo único. Diminuído o capital social por perdas supervenientes,
não pode o comanditário receber quaisquer lucros, antes de reintegrado
aquele.
Caso houver perdas futuras e tendo em vista que ele sócio comanditário
recebeu tais valores de forma indevida, somente poderá vir receber
outros valores decorrentes de lucros depois que ele restituiu a sociedade
em razão do recebimento indevido.
Em se tratando de resolução ou dissolução da sociedade, aplicam-se as
mesmas considerações já estudadas, inclusive o artigo 1033 combinado
com o artigo 1044, aplicam-se para esses casos, só que além dessas
hipóteses, dissolve-se a sociedade se por mais de 180 dias não for
inserido no contrato social uma categoria de sócio. Ainda que tenham 2
tipos de sócios (comanditário e comanditado), vamos imaginar que um
sócio comanditário morreu, a atividade será exercida até 180 dias,
mesma coisa se acontecer com um sócio comanditado.
 Na falta de um sócio comanditado, os comanditários como não podem
exercer a atividade, deverão nomear um administrador provisório para
que este administrador exerça os compromissos da sociedade no
período de até 180 dias.
 No caso da morte de um sócio comanditário a sociedade vai nomear um
novo caso os sucessores não queiram agregar na sociedade, nomeando
outros para entrarem na sociedade, continuando com os sucessores ou
outros. A ideia é que os herdeiros assumam as cotas, salvo se eles não
quiserem. Se não houver isso em 180 dias, ela se dissolve ou se
transforma em sociedade limitada ou unipessoal.
Fim da n1

Sociedade Limitada
Criada no séc 19, o patrimônio do sócio poderia ser atingido fazendo as vezes
a pessoa ficar pobre no tocante aos seus bens patrimoniais por conta de uma
conduta errada da empresa. Por outro lado, com a revolução industrial
passamos a ter grandes corporações, pessoas investindo na sociedade e com
esse dinheiro era possível buscar a massificação da economia, criando a
sociedade anônima. A sociedade anônima é uma sociedade que traz uma
responsabilidade limitada maior do que a própria sociedade limitada, como
assim? Na sociedade anônima os acionistas, os sócios ao adquirirem as ações
se responsabilizam tão somente com aquele valor das ações que a pessoa
subscreveu ficando obrigado a integralizar o capital que ele se comprometeu
ou então aquele acionista fica obrigado a integralizar ou efetuar o pagamento
do valor das ações que ele adquiriu. Não poderia ser de outra forma a
sociedade anônima, cada acionista responde apenas por aquilo que ele se
comprometeu. A sociedade anônima ela é uma sociedade estritamente de
capital, isto é, o que se prevalece na S.A é o investimento a ser desenvolvido.
A pessoalidade do sócio ela não é considerada principalmente quando se fala
em sociedade anônima aberta. A sociedade anônima pode ser aberta ou
fechada, a diferença entre elas resulta em que na sociedade anônima aberta
as suas ações são disponibilizadas para que sejam negociadas na bolsa de
valores; já a sociedade anônima fechada é aquela sociedade que os seus
valores mobiliários (ações) não são negociados na bolsa de valores, as ações
ficam apenas entre os sócios que fazem parte da sociedade.
 Temos sociedades no qual o affectio societatis era mais intenso ou
então criava-se a sociedade anônima
 Na França e na Inglaterra para que você pudesse efetivamente montar
uma sociedade anônima você dependia de uma aprovação
governamental, o que era muito difícil, porque era uma forma de
proteger o investidor, evitando que as pessoas se utilizassem das
sociedades anônimas para dar um golpe no mercado
 Porque não podemos criar uma sociedade para pequeno ou médio porte
que também trouxesse uma garantia em favor dos sócios? Porque os
sócios teriam sempre a premissa e a responsabilidade de assumir todas
as obrigações? Por isso então na Inglaterra cria-se a sociedade
limitada.
 Somente no final do séc.19 se instituiu a sociedade por cotas de
responsabilidade limitada, atualmente chamada de sociedade limitada,
sendo a mais utilizada no Brasil
 Na Europa passa a viger a sociedade por contas de responsabilidade
limitada, isto é, os sócios respondem pela integralização das cotas
sociais que foram subscritas no contrato social, mas todos os sócios
respondem solidariamente pela integralização total do capital social
disposto no contrato social. A sociedade limitada trouxe de fato uma
situação que protegia o sócio que queria montar uma sociedade,
passando assim a limitar a sua responsabilidade até no máximo o valor
do capital social que foi disposto no contrato, ou seja, com essa
sociedade os sócios não teriam mais os seus bens privados
(particulares) e nem atingidos para pagarem uma dívida da sociedade.
Com isso, chamada de pequena S.A passa a desenvolver desse modo.
A sociedade a partir do momento que ela passava a ter personalidade
jurídica, ela é sujeita de direitos e obrigações, assumindo as suas
responsabilidades.
 No brasil temos o código comercial de 1850 não existia a sociedade
ilimitada, só existia as sociedades de responsabilidades ilimitadas,
solidárias e subsidiárias. No Brasil a sociedade limitada foi criada por
meio de um decreto de 1919 criando assim as sociedades por cotas de
responsabilidade limitada, somente em 2019 cria-se isso, decreto esse
que foi revogado pelo código civil de 2010. A sociedade limitada por
aquele decreto possuía somente 18 artigos (regulamentando a
sociedade) e eventualmente podia aplicar subsidiariamente as normas
das sociedades anônimas, que eram reguladas por um decreto que foi
revogado pela lei das sociedades anônimas. Em razão da unificação da
teoria dos direitos das obrigações, o código civil brasileiro unificou
alguns tipos societários, revogando assim o decreto de 1919 e passando
a vigorar dessa maneira do artigo 1052 até 1087 disciplinando sobre
sociedade limitada.
 A sociedade limitada soba ótica do novo direito pode ser uma sociedade
simples limitada ou uma sociedade empresária limitada. Todos os sócios
são responsáveis solidariamente pelo capital social e sua integralização.
 Todos os sócios da sociedade limitada devem subscrever com bens, ou
seja, não se admite o sócio prestador de serviços, só existe o sócio
cotista.
 Toda a sociedade depende sempre da união de uma ou mais pessoas,
com a lei 13.874/2019 que foi a lei da liberdade econômica, passou a
admitir que uma sociedade limitada poderia ser constituída por um
único sócio (parágrafo 1º). A diferença mais importante da Eireli é que
nela preciso ter o mínimo de capital social de 100 salários mínimos, na
sociedade limitada não tem valor mínimo.
 A sociedade limitada é uma sociedade contratual, podendo ser de
pessoas quanto de capital, dependendo das disposições de cláusulas
que vamos inserir no instrumento jurídico.
 É ideal que o sócio minoritário perceba da constituição do contrato
social, mas na prática não é o que realmente acontece.
 A sociedade limitada obedece às regras da sociedade simples no que
couber, desde que não desvirtue das regras essências da sociedade
limitada (das cláusulas) e nada impede que você possa inserir uma
cláusula no contrato social (uma das últimas) que no caso de omissão
do contrato, serão aplicadas as regras de forma supletiva da sociedade
anônima. Sendo assim, se você não falar nada no contrato, você vai
tentar resolver o problema sob a ótica da sociedade anônima. Por outro
lado, você pode expressamente colocar no contrato social que no caso
de omissão de cláusulas ou omissões de decisões referentes ao
contrato aplicam-se as regras supletivas como regência supletiva da lei
6.404/1976 (lei das sociedades anônimas).

O contrato social deverá indicar as cláusulas essenciais e as cláusulas


acidentais. (Observando o artigo 997, mas adequando nessa sociedade).
Nome empresarial – o nome da sociedade limitada pode ser constituído tanto
como firma social, como denominação social. Se for adotado como firma social,
deverá ser utilizado o nome das partes (sócios) ou de algum dos sócios. Por
Exemplo: Camargo e Santana Limitado (a palavra limitada pode ser por
extenso ou abreviada); o nome deve obedecer 2 princípios, o da novidade e o
da veracidade. Se alguém sair da sociedade, por exemplo, o Camargo, o nome
deve ser alterado, salvo se for o nome posto, mas sempre tem que constar o
nome dos sócios existentes na sociedade (firma social – consta o nome do
sócio ou de alguns deles). Entretanto, o nome pode também ser adotado como
denominação social. Exemplo: Indústria e comércios laticínios limitado (um dos
objetos da atividade a ser desenvolvida, tendo a expressão “limitada” no final,
abreviada ou por extenso). Não havendo a palavra “limitada”, ela será
considerada ilimitada, ou seja, é da essência da sociedade constar a palavra
limitada ao final do nome da empresa. Deve haver um preambulo do contrato,
havendo uma ratificação entre as partes, colocando rg, cpf, data de aniversário,
endereço, etc. Podemos colocar uma sociedade como sócia, por exemplo, a
Faap ser sócia de uma sociedade, ou posso criar uma sociedade somente com
pessoas jurídicas. Deve conter a cede (domicílio da sociedade, CEP, etc);
normalmente os prazos das sociedades são ilimitados.
 SPE – sociedades de propósito específico (ltda): sociedade com
prazo limitado. Por exemplo, um prédio - este prédio será construído por
uma sociedade criada pela Gafisa com CNPJ próprio e patrimônio
adquirido pelos compradores dos aptos para construir. Após essa
construção, a sociedade chega ao fim.
Sócios – todos os sócios devem ingressar com bens, sendo objetos de
avaliação e com valor econômico. Aqui não se admite prestador de serviços,
necessariamente todos os sócios devem entrar com capital. O capital será em
moeda corrente nacional ou em bens, podendo ser bens móveis, imóveis,
corpóreos e incorpóreos. Os bens que farão parte da sociedade devem ser de
interesse na atividade econômica da sociedade. A única sociedade que analisa
os bens colocados é a sociedade aberta, sendo algo negativo, porque alguém
pode dar um golpe abrindo uma sociedade colocando patrimônios sem liquidez
nenhuma.
Quotas sociais – posso criar 100 cotas que correspondem a 100 mil reais, ou
seja, uma cota vale 1.000 reais. Diante dessa exposição, devemos integralizar.
Temos os sócios majoritários (aqueles que entram com um capital maior) e o
minoritário. A partir do momento que o capital social é determinado, já criamos
mais uma cláusula obrigatória.
Realização da cota social – integralizar em imediato ou dar um prazo para a
realização da integralização do capital? Isso deve constar também. Os sócios
respondem pela integralização das cotas e solidariamente até o valor total do
capital social.
Administração da sociedade – ela pode ser feita pelos sócios ou por não
sócio, devendo estar previsto no contrato estas disposições.
Perdas de lucros – todos os sócios respondem pelas pedras e lucros da
sociedade de acordo e na proporção das suas participações na sociedade.
Administradores – os administradores da sociedade não estão envolvidos nas
condenações dos crimes previstos no artigo 1011 do CC.
Capital social – ele é dividido em cotas sociais e as cotas vão ser para formar
esse capital e os sócios vão se fazer representar na sociedade por força
dessas cotas. Cada sócio irá adquirir um número de cotas, podendo ser essa
participação igual ou desigual. Todos ficam responsáveis pela formação do
capital social e pela integralização das cotas. A cota social é indivisível, ou
seja, não existe a possibilidade de ter meia-cota, por exemplo, se meu pai tem
uma cota na sociedade e ele morre, tenho um irmão, não tem meia-cota para
cada um, ambos são donos daquela cota. Entretanto, ela pode ser dividida no
que se refere a partilha de bens, mas perante a sociedade só vale uma cota.
Os condôminos ou aquele que vier receber uma cota decorrente de uma
sucessão e não responder solidariamente pelas prestações necessárias há
integralização da sociedade.
Cessão de cotas sociais – elas são pertencentes aos sócios e não a
sociedade; a partir do momento que ele é dono das cotas sociais, ele tem o
direito de usar como bem entender, mas de acordo com as diretrizes do
contrato social. Na omissão do contrato social, o sócio pode ceder suas cotas
sociais quer seja total ou parcialmente a quem seja sócio, independentemente
de haver a aprovação dos demais sócios (se o contrato não estabelecer de
forma adversa); para as cotas para serem cedidas precisa haver uma alteração
no contrato social. O sócio de uma sociedade limitada poderá ceder suas cotas
sociais a um terceiro mesmo que haja a aprovação dos demais sócios e que
não exista oposição de titulares que representem mais de ¼ (25%) do capital
social, ou seja, para ceder as cotas de um sócio para um terceiro, ela somente
será válida se houver a aprovação dos sócios e não haja oposição de mais que
25%. Se é um sócio minoritário e tem relevância na sociedade (importância
dentro dela), posso exigir que qualquer deliberação na sociedade irá depender
necessariamente da aprovação de todos os sócios, inclusive do sócio
minoritário. Entretanto, somente acontece quando o sócio minoritário tem uma
força política dentro da sociedade. Toda vez que houver a necessidade de uma
alteração contratual, esta alteração, para que de fato sejam transferidas as
cotas para os cessionários (novo adquirente das cotas) é fundamental o
arquivamento, ou seja, o registro da alteração contratual para dar publicidade
ao ato e oponibilidade a terceiros. Quando se trata de bens incorpóreos e isso
inclui as cotas sociais ou as ações, o termo correto é cessão de cotas ou
cessão de direitos e não “compra e venda”; a compra e venda é a transferência
de bens corpóreos, ou seja, bens móveis ou bens imóveis, portanto, para que a
cessão de cotas tenha eficácia jurídica, é fundamental que seja levado ao
arquivamento, sob pena do cedente continuar responsável pelos atos
praticados na sociedade. O artigo 3º do código civil aplica-se também na
sociedade limitada, estabelecendo o seguinte: o cedente continua responsável
pelas obrigações advindas da sociedade de forma solidária com o cessionário
pelo prazo de até 2 anos a contar do momento da averbação no cartório dos
atos praticados até então. Exemplo: Nelson vai ceder as cotas para Marina,
levando para registro no cartório no dia 14/05, a partir do momento do dia
14/05 para frente, eu ainda vou continuar responsável solidariamente com a
Marina por 2 anos, a minha responsabilidade vai até 14/05/2022 pelas
obrigações que foram contraídas até este dia, a partir do dia 15/05 o Nelson
não responde (artigo 1055 e 1033 do CC).
 Os sócios, a partir do momento que ele integra na sociedade, ele passa
a ter diversos deveres, que por sua vez esses sócios devem também
integralizar as suas cotas sociais; o sócio que não faz esta
integralização, ele passa a ser devedor da sociedade e é denominado
como sócio remisso e logicamente esse sócio remisso deve ser
notificado pela sociedade e poderá ser executado para integralizar além
de pagar perdas e danos ou ainda, pode excluí-lo da sociedade ou
reduzir a sua participação societária e ainda pode transferir suas cotas a
um terceiro, que caso ele tenha efetuado algum pagamento poderá ser
devolvida a sua participação descontando todos os custos e despesas
que ele causou. Por sua vez, todo sócio tem direito a receber o lucro,
devendo observar que caso não haja lucro, obviamente, não pode
receber qualquer quantia que venha eventualmente a prejudicar o
próprio capital social, neste caso, mesmo que tenha sido autorizada
qualquer retirada indevida (previsto em reunião dos sócios), todos
deverão devolver os valores a qualquer título pois tais retiradas
trouxeram prejuízo ao capital social (independentemente se houve
conhecimento ou não deste fato pelo sócio, ele não pode alegar
ignorância e ficar avesso a está situação).
Administração da sociedade limitada – ela pode ser gerida por 1 ou mais
pessoas designadas assim no próprio contrato social ou em atos separados
que terá a função de nomear o seu administrador. Se no contrato social ficar
estabelecido que todos os sócios são administradores, na hipótese de
ingressar um novo sócio posteriormente no contrato social, isto não lhe faculta
o direito de ser administrador. Se uma nova pessoa entrar no contrato social,
ele não será automaticamente administrador, deve constar que ele será. Na
sociedade limitada podemos ter sócios administradores, mas também
administradores não sócios. Neste caso, deve estabelecer no contrato social a
possibilidade de nomeação de administrador não sócio. Para designar um
administrador não sócio, este fato depende da aprovação unânime de todos os
sócios se o capital social não estiver totalmente integralizado. Por sua vez, se
no contrato social ele já estiver integralizado, a aprovação de um administrador
não sócio, dependerá de um quórum mínimo de 2/3 deste capital social. Sendo
assim, os administradores podem ser nomeados no contrato social ou em atos
separados (reunião ou assembleia dos sócios), se o administrador for nomeado
em ato separado, deverá averbar no órgão competente a fim de comunicar e
dar publicidade a terceiros que determinada pessoa foi colocada no cargo, que
por sua vez, este direito, isto é, o exercício do cargo do administrador,
cessasse ou pela sua destituição (os sócios tiram da gestão aquele adm) ou
pelo término do prazo estabelecido no próprio termo, podendo ocorrer que a
sociedade reconduza ou reeleja aquele adm. Toda vez que uma pessoa entra
ou sai da administração, é importante que esteja documentado a entrada e
saída da pessoa. Se o sócio foi nomeado como administrador no próprio
contrato social, o parágrafo 1º do artigo 1063 do CC estabelece que a sua
tirada de cargo (destituição) somente vai ocorrer se houver a aprovação de
titulares de cotas que correspondam a mais da metade do capital social (50% +
1) salvo se no contrato social estipular um outro % diverso. O administrador,
por sua vez, pode renunciar ao cargo e para tanto, ele precisa comunicar a
sociedade formalmente demonstrando a sua renunciação e perante terceiros
esta renuncia depende da averbação do cartório competente para que tenha
eficácia jurídica. Os administradores devem agir de acordo com os seus
poderes e observar os princípios estudados (dever de diligencia, lealdade,
dever de informação), buscando atingir os interesses da sociedade, o uso da
firma social ou da denominação social é privativo dos administradores
obedecendo seus poderes assim estabelecidos no contrato social. Todo
administrador, ao término de cada exercício social tem a obrigação de elaborar
inventário, proceder ao balanço da sociedade, apresentar o balanço patrimonial
(dívida e crédito) e de resultado econômico. Após tomada estas diligencias
deverá ser convocada uma reunião ou assembleia de sócios para deliberar
sobre os interesses da sociedade, inclusive aprovar as contas desses
administradores bem como deliberar qual será o destino dos lucros advindos
no exercício social. Se a administração for gerida pelos sócios, esses passam a
ter direito a um pro laboreo. Se a sociedade for gerida por não sócio, terão
direito a uma remuneração a ser deliberado em reunião ou assembleia dos
sócios e tal valor será abatido dos eventuais lucros que possam ocorrer em
razão da sua atividade. O artigo 1066 a 1077, estabeleceu que de forma
facultativa, mas deve constar nesses termos no contrato social, a sociedade
limitada por meio de assembleia ou reunião dos sócios pode-se instituir o
conselho fiscal e um órgão que tenha função de examinar os atos praticados
pelos administradores, bem como apresentar pareceres sobre a atividade da
sociedade, convocar reunião ou assembleia dos sócios para que sejam
comunicados atos contrários aos interesses da sociedade e também praticar
durante o período de liquidação da sociedade atos que venham a trazer licitude
neste procedimento.
Conselho fiscal ($ e despesa) - Os conselheiros fiscais serão no número de
3 no mínimo e para cada conselheiro terá um suplente; os conselheiros fiscais,
bem como os administradores devem ser residentes no país e eles podem ser
sócios ou não sócios não podem ser vinculados a qualquer administrador, não
pode ser parente dos administradores, não pode ter nenhuma vinculação dos
os administradores; obrigação de apresentar pareceres, fazer análises, verificar
se de fato o administrador está agindo de forma devida e correta.
Deliberações dos sócios – eles devem deliberar sobre os interesses da
sociedade e logicamente as deliberações podem observar os próprios
requisitos de quórum assim fixados na lei ou então posso estabelecer %
diferentes desde que não sejam contrários a lei. Artigo 1076 alguns quóruns
que devem ser observados para que tenham validade; foram estabelecidos no
mínimo. Exemplo: as contas dos administradores é algo que depende da
deliberação dos sócios, devendo ser aprovadas nos 4 meses seguintes após o
final do exercício social; com relação a nomeação e remuneração dos
administradores (pro labora ou pagamento de salário); nomeação do
conselheiro fiscal (atribuições, remuneração); qualquer modificação do contrato
social dependerá de um determinado quórum, se não houver o mínimo de
participantes, não ocorre a alteração do contrato social; qualquer fato que
ocorra uma incorporação, fusão, dissolução da sociedade, cisão ou cessação
do estado de liquidação, todas essas hipóteses vão dar ensejo para que se
faça uma deliberação social.
 A nomeação de um liquidante caso a sociedade esteja em fase de
liquidação deverá também ser deliberada entre os sócios, bem como o
pedido de recuperação judicial. Atualmente pela lei 11.101 de 9 de
fevereiro de 2005 instituiu-se a lei que regula a falência e a recuperação
judicial e extrajudicial. Em se tratando atualmente de recuperação
judicial ou extrajudicial, bem como de autofalência, de acordo com o
inciso 8º da lei 1.071 deve-se deliberar entre os sócios para que a
sociedade proceda requerendo a efetiva recuperação.
 Com o novo Código Civil, estabeleceu-se que os sócios podem deliberar
por meio de reunião ou por meio de assembleia de sócios. A reunião dos
sócios ou assembleia serão regidas de acordo com o que for
estabelecido, se tiver mais de 10 sócios, nos termos do artigo 10.72
parágrafo 1º, a assembleia geral será necessária, tendo muito mais
custo (publicação em jornais, custo operacional muito maior). Se todos
os sócios comparecem espontaneamente e justificam que estão cientes
sobre a designação da assembleia ou da reunião a ser deliberada, não
há necessidade de todo o custo de procedimentos para a ocorrência da
colocação, o mesmo podemos dizer se todos os cotistas deliberarem por
escrito concordando sobre as matérias discutidas, não haverá
necessidade de proceder as formalidades de convocação, quer seja
para reunião ou assembleia de sócios nos termos do artigo 1.152
parágrafo 3º do Código Civil. Para que eu venha convocar, de duas
uma, ou todo mundo está presente e dão ok, mas se estiver faltando um,
a convocação deve ser feita por escrito. A assembleia ou reunião podem
ser canceladas caso falte uma pessoa.
 Na hipótese da sociedade estar na eminencia de uma quebra e por esta
razão necessita urgentemente ingressar com o pedido de recuperação
judicial, neste caso, nada impede que o administrador, havendo
urgência, possa ingressar com o pedido de recuperação desde que
tenha autorização de titulares de mais da metade do capital social
(51%), poderá requerer a recuperação. Neste caso, deve ter um relatório
dizendo a deficiência da empresa, por exemplo, o que está acontecendo
na pandemia, muitas empresas buscando a recuperação judicial, ou até
mesmo vindo a falência.
 As deliberações que forem realizadas por meio de assembleia ou
reunião dos sócios, passarão a vincular todos os sócios mesmo que os
que tiveram ausentes na assembleia ou reunião, mas foram
devidamente notificados, ou seja, se foram avisados e a publicação
ocorreu de forma correta, está tudo bem, salvo se houver alguma falha
no aspecto formal na realização, ai ele pode entrar com uma ação de
anulação da reunião ou assembleia.
 Aquilo que foi deliberado em reunião e assembleia, passa a prevalecer
mesmo se 1 ou vários sócios não aprovaram o teor do assunto discutido
na reunião, mas mesmo assim foi deliberado, neste caso, estamos
diante do sócio chamado sócio dissidente, sendo aquele que não
concordou com a deliberação, mas foi voto vencido e como a matéria a
ser discutida poderia ser aprovada sem o seu voto, ele não ter
concordado deverá constar na ata desta reunião a sua discordância. O
sócio que não concordou, tem o direito de retirar-se da sociedade,
porque passou a ocorrer aí a quebra do affectio societatis, mas ele pode
não concordar e continuar na sociedade.
 A assembleia ou reunião dos sócios deve ser convocada pelos
administradores, mas também pode ser convocada por qualquer sócio
quando o administrador retardar a sua colocação por mais de 60 dias
nos casos previstos no contrato social ou na lei, ou então pode ser
convocada uma reunião ou assembleia desde que tenha a participação
de titulares que representam mais de 1/5 do capital social quando o
administrador não atendeu no prazo de 8 dias o pedido de uma
convocação extraordinária, pedindo este fundamental com a indicação
das matérias que deveram ser tratadas. O conselho fiscal, se existir, nos
termos do contrato social, tem a competência de requerer a convocação
de uma reunião ou assembleia caso os conselheiros percebam eventual
irregularidade, fraude ou qualquer outro problema referente a
administração da sociedade ou a conduta dos administradores. As
publicações devem ser feitas 3x no mínimo, devendo mediar entre a
data da primeira publicação e data da segunda publicação, o prazo de 8
dias para que ocorra a 1ª convocação e o prazo de 5 dias, caso na 1ª
convocação não tenha havido quórum suficiente para a realização da
reunião ou assembleia, será convocada em 2ª convocação por qualquer
número de presentes.
 A assembleia dos sócios irá se instalar em 1ª convocação, mesmo que
exista no mínimo o comparecimento de titulares que correspondam a ¾
do capital social (pelo menos 75% dos sócios que participam da
sociedade com direito a voto e cotas sociais). Se esse número não for
atingido a assembleia ou reunião será instalada em 2ª convocação. O
sócio deve comparecer em reunião ou assembleia, ou deve ser
representado por outro sócio ou outro advogado que tenha poderes de
mandar, demonstrando quais são os poderes deste advogado dentro da
assembleia ou reunião. No caso do sócio ter sido representado, esta
assembleia ou reunião deverá ser levada a registro e juntamente com a
procuração para comprovar a legalidade. Nenhum sócio pessoalmente
ou por procurador pode votar alguma matéria que esteja referente a sua
pessoa, ou seja, algum assunto que ele é diretamente envolvido ele não
participa do voto.
 Ata da assembleia ou reunião - A assembleia sempre vai ser presidida
por um dos sócios, tendo um secretário que vai anotar tudo o que
acontecer e desta deliberação será feita uma ata no livro de atas das
assembleias, e ela será assinada por todos que compareceram à
reunião ou assembleia dos sócios. Ela será levada para o arquivamento
pelos administradores, afim de dar publicidade ao ato. Ao sócio que vier
solicitar uma cópia dessa ata, a sociedade deverá entregar uma cópia
autenticada.
 Mudança do contrato e sócio dissidente - Para que haja a aprovação
de matérias que venham a alterar ou modificar o contrato social, bem
como matérias que visão a deliberar sobre incorporação, fusão, cisão,
cessação do estado de liquidação ou dissolução da sociedade,
dependerá de um quórum no mínimo ¾ do capital social (75%). Para eu
ter uma mudança, preciso da aprovação de 75%. Se eu quero de fato ter
alguma proteção para participar destas mudanças, é conveniente ter
25% + 1 (minoritário, mas não tão minoritário assim). Quando se trata de
incorporação ou nos demais assuntos, o sócio que não concorda com
esta matéria, mas foi voto vencido, poderá determinar que conste essa
sua recursa na ata de deliberação e no prazo de 30 dias após a reunião
ou assembleia, esse sócio será chamado de sócio dissidente, podendo
se retirar da sociedade. Nada impede também que o contrato social
preveja um outro quórum maior do que este, e isto funciona inclusive
para a proteção dos sócios minoritários. Outras matérias como,
designação dos administradores, modo de remuneração dos
administradores, pedido de recuperação judicial, estas matérias
dependem da aprovação de mais da metade do capital social (artigo
1.071, incisos II, III, IV e VIII).
 Se nada estiver previsto no contrato – se nada estiver previsto e
desde que não haja nenhuma outra previsão de quórum, quer seja na
lei, quer seja no próprio contrato, assuntos que não estejam
relacionados no contrato social e que não dependam de um quórum
superior, as matérias serão aprovadas pela maioria de votos que os
presentes, sendo na assembleia de sócios ou na reunião dos sócios.
Esta mudança aconteceu com a finalidade de proteger o sócio
minoritário, deste que exista realmente esta situação.
 Artigo 1.078 do Código Civil – após o fim do exercício social, que
sempre está no contrato social como geralmente a data 31 de
dezembro, a sociedade deve no mínimo realizar uma assembleia ou
reunião de sócios ao menos uma vez por ano (reunião ou assembleia
ordinária/comum). Esta assembleia ou reunião deve ser deliberada no
prazo de 4 meses seguintes ao término do exercício social, e esta
reunião vai deliberar sobre a aprovação das contas, sobre o balanço
patrimonial do resultado econômico, designar os administradores bem
como os que vão participar como conselheiros fiscais (se houver), e
tratar de qualquer outro assunto que seja relevante para a sociedade.
Além desta assembleia ou reunião, nada impede que possa ser
realizada a qualquer momento assembleias e reuniões extraordinárias. A
partir do momento que foi realizada uma assembleia, ela deverá ser
designada numa data, horário e local, e antes mesmo da realização
desta assembleia, deve-se proceder a disponibilização dos documentos,
livros, para que os sócios tenham acesso antes mesmo da reunião, sob
pena de o sócio prejudicado poder requerer a anulação da assembleia.
Toda a assembleia ou reunião será instalada e terá um presidente e um
secretários (os próprios sócios); após a leitura dos documentos e dos
assuntos que deverão ser tratados, os sócios passarão a votar e o que
for deliberado será registrado em ata e deverá posteriormente ser
encaminhado a junta comercial ou ao cartório de registro civil (PJ
dependendo da sociedade), para que passe a ter publicidade do ato.
 A aprovação das contas, dos balanços e dos resultados
econômicos – elas passam a exonerar os administradores e também os
representantes do conselho fiscal, salvo se houver dolo, fraude, coação,
e neste caso a pessoa que se sentir prejudicada terá 2 anos para anular
a assembleia sob pena de perder o seu direito em razão da prescrição.
 Limitação da responsabilidade - a sociedade limitada atribui aos
sócios a limitação de responsabilidade até o capital social exigindo-se
assim que se houver a integralização deste capital, os sócios não
responderiam com o seu patrimônio pessoal. Ocorre que o artigo 1.080
do Código Civil estabelece que: as deliberações que foram
infringentes, contrárias ao contrato social ou a própria lei, tornam
ilimitadas as responsabilidades daqueles sócios que aprovaram tais
deliberações, ou seja, se alguém resolve deliberar algo ilegal ou fora do
que está no contrato, terá responsabilidade por esse fato, de forma
ilimitada, irrestrita e não solidária, perdendo a desconsideração da
personalidade jurídica.
 Aumento ou redução do capital social – se você já integralizou o
capital social na sociedade, nada impede que você possa querer por
meio de alteração do contrato social, o aumento de capital, e neste caso
deve-se propor o aumento do capital tendo como premissa o direito dos
sócios, de preferência para participar do aumento na proporção das
cotas sociais de que ele seja titular. Por exemplo, se eu tenho 30%,
entro com 30% a mais, para continuar a proporção entre os sócios. Deve
haver a oportunidade no prazo de 30 dias para que todos deliberem
sobre essa vontade. Caso assim não seja, deverá deliberar como será
esse aumento, admitindo assim, mudança na participação societária em
razão de ter ocorrido este aumento alterando inclusive as participações
societárias de cada sócio. Pode ocorrer também a redução, mas nunca
é bem-vinda uma redução, pois sempre parecer ser um fracasso.
Retirada dos sócios
Se não houver o pagamento dos haveres e a retirada da sociedade, ele pode
entrar com uma ação de dissolução da sociedade. Se a sociedade for por
prazo determinado, o sócio só pode se retirar, como regra geral, com o
vencimento do prazo, salvo se for por motivo de justa causa promovendo uma
ação judicial justificando a sua retirada, se não for por esse motivo, ele deve
ficar na sociedade até o final. Também temos a possibilidade de exclusão do
sócio (sócio remisso, não cumprir alguma situação estabelecida no contrato
social, por exemplo) e com relação ainda a exclusão do sócio, quando se trata
de sociedade limitada o artigo 1.085 e 1.086 do Código Civil dispõe sobre a
possibilidade da resolução da sociedade em relação ao sócio minoritário. Este
artigo admite que os sócios majoritários possam deliberar, sócios esses que
compõem mais da metade do capital social, a exclusão de um ou mais sócios
que estão colocando em risco a continuidade da sociedade em razão de atos
de inegável gravidade devendo, portanto, promover a alteração do contrato
social desde que esteja previsto no contrato a exclusão deste sócio por justa
causa. Se tiver no contrato a disposição que os sócios por maioria de votos
(50% + 1) possam excluir os sócios minoritários, justificando o porquê de forma
administrativa, isso pode ser feito. Entretanto, pode estabelecer que a justa
causa deve ser justificada em juízo e não administrativamente, pois pode ser
uma situação prejudicial e até mesmo injusta com o sócio minoritário.
 O parágrafo único do artigo 1.085 foi inserido pela Lei 13.792/19 dispôs
o seguinte: ressalvado o caso em que haja apenas 2 sócios na
sociedade, a exclusão de um sócio somente poderá ser determinada em
reunião ou assembleia, devendo ambas serem designadas para este fim
específico e antes de se proceder a exclusão, deve conceder ao
acusado prazo para realização de sua defesa, bem como, para que
possa ser decidido se determinado ato foi abusivo ou não. Esta prática
deste artigo é prejudicial ao sócio minoritário e esta cláusula veio tentar
excluir o minoritário de qualquer maneira.
Dissolução total da sociedade – artigo 1.087 do Código Civil
São as mesmas hipóteses dos artigos 1.083 e 1.084 do Código Civil, sendo
elas:
1) Prazo determinado - se as partes não quiserem continuar com a
sociedade dissolve-se, portanto, a sociedade, procedendo a liquidação e
posteriormente o pagamento dos seus haveres.
2) Distrato – na hipótese de todos se unirem e resolverem não continuar
mais com a sociedade. Se não houver qualquer outro quórum a ser
estabelecido no contrato social, pode-se dissolver a sociedade por
deliberações dos sócios por maioria absoluta, ou seja, 50% + 1, desde
que a sociedade seja por prazo indeterminado. Também se dissolve a
sociedade se ela for composta por 2 ou mais pessoas faltar a pluralidade
de sócios, não reconstituída no prazo de 180 dias, e também que não
tenha sido transformada em sociedade limitada unipessoal ou Eirelli.
3) Extinção da sociedade – extinção da sociedade na forma da lei por não
ter autorização de funcionamento.
 Se a sociedade for limitada empresária, a decretação da sua falência
também é uma das hipóteses de dissolução e extinção da sociedade.
Sociedades institucionais
Temos a sociedade anônima, sociedades em comandita por ações (artigo
6.404 – lei especial). Necessariamente estas sociedades são empresárias, não
existe estas duas sociedades na modalidade simples, elas necessariamente
serão constituídas como sociedade empresária.
Sociedade anônima
É também chamada de companhia, e é uma sociedade no qual o capital social
é constituído por ações e não por cotas sociais. Esta sociedade será
constituída por meio de um estatuto social, estatuto este que vai disciplinar as
regras que todos os demais acionistas devem observar. Cada sócio na
sociedade anônima ou também chamado de acionista, se obriga pelo preço de
emissão das ações que vier a subscrever ou adquirir. A sociedade anônima, o
seu nome somente pode ser adotado como denominação social, isto é, não
pode ser adotado como firma social. Os sócios respondem tão somente pela
subscrição ou integralização das cotas, ou seja, só fica responsável por aquilo
que se comprometeu (pelas suas ações somente). Aqui a responsabilidade é
mais limitada do que a própria sociedade limitada.
Sociedade em comandita por ações
É uma sociedade disciplinada em lei especial, isto é, a lei 6.404/76, e o seu
capital social é dividido em ações. O nome desta sociedade pode ser tanto por
firma social (nome dos sócios que vão estar à frente da sociedade, sócios
diretores) ou então por denominação social. O acionista que vem administrar
a sociedade, como gestor ou diretor, responde de forma subsidiária e
ilimitadamente pelas obrigações da sociedade. Se houver mais do que um
diretor nesta sociedade, todos eles serão responsáveis de forma solidária.
Esta sociedade é muito arriscada e hoje em dia não se pratica mais.
Sociedade cooperativa
A sociedade cooperativa é uma sociedade bem diferenciada, ela é considerada
como sociedade simples muito embora ela seja constituída por estatuto
social, e muito embora seja sociedade simples, em razão da sua estrutura é
registrado o seu ato constitutivo na junta comercial (exceção a tudo o que
estudamos até agora). Ela é disciplinada pela lei 5.764/71 e também pelos
artigos 1.093 ao 1.096 do Código Civil. A sociedade cooperativa tem a função
de união geralmente para buscar um objeto comum de uma atividade, um
determinado desempenho e a sociedade vai atender os interesses de todos os
cooperados, devendo estabelecer as condições da cooperativa, qual é o
capital, as formas de gestão, quais são os deveres de direitos de cada sócio
cooperado, quais são os benefícios do cooperado e a sua distribuição de
resultados e quando se trata de cooperativa a sua responsabilidade pode ser
tanto limitada quanto ilimitada. Se a sociedade for ilimitada, esse sócio pode
vir a responder de forma solidária e ilimitadamente, mas se ela for limitada, ele
pode vir a responder apenas pelo valor das suas cotas sociais. As cooperativas
são complexas porque os gestores podem ter efetivamente as
desconsiderações das suas personalidades jurídicas e isso pode ser um risco
para o patrimônio.
Transformação, incorporação, cisão e fusão
As sociedades, elas podem ser sujeitas (sujeitas de direito – pj com direitos e
obrigações e personalidade jurídica) a modificação, chamado de
transformação societária. Por exemplo, criei uma sociedade limitada,
queremos colocar um avanço societário e nada impede de transformarmos a
sociedade limitada em sociedade anônima (tanto fechada quanto aberta). O ato
de transformação societária é aquele ato independentemente de uma
dissolução ou liquidação da pessoa seja procedida uma modificação do seu
tipo societário continuando sendo a mesma pessoa, isto é, continua com o
mesmo CNPJ, devendo apenas adequar-se ao novo tipo societário. A
transformação societária no caso das pessoas jurídicas reguladas pelo Código
Civil, está prevista nos artigos 1.113 ao 1.115 e se a transformação for da
sociedade anônima ou da sociedade em comandita por ações, passa a ser
disciplinada pelo artigo 220 da lei 6.404 de 1976 (lei especial). A transformação
societária, para que ocorra, depende do consentimento de todos os sócios,
salvo se houver previsão diversa no contrato social, estabelecendo um quórum
específico para transformação societária. Na sociedade limitada, não há esta
previsão, porém, seguindo as deliberações do artigo 1.071 e 1.076, poderia
estabelecer que para transformação houvesse a aprovação de pelo menos
75%. Se assim for, o sócio que não concordar com a deliberação de
transformação societária, deverá manifestar-se contrariamente e como sócio
dissidente (não concordou com o ato), poderá se retirar da sociedade. O artigo
221 da lei das SA’s estabelece de forma semelhante ao que está disposto no
artigo 1.114 do Código Civil. A transformação societária, não poderá modificar
e nem prejudicar em qualquer situação o direito dos credores, isto é, se uma
sociedade era de responsabilidade ilimitada e foi transformada para limitada, se
as obrigações perante os credores foram contraídas na época em que era
ilimitada, as responsabilidades continuaram as mesmas. Parágrafo único do
artigo 1.115 estabelece que: a falência da sociedade transformada somente
produzirá efeitos em relação aos sócios que no tipo anterior a eles estariam
sujeitos se o pedirem os titulares de créditos anteriores à transformação e
somente a esses beneficiará, ou seja, os credores não podem ser
prejudicados em qualquer momento em razão da modificação. O artigo 222 da
lei das SA’s estabelece as seguranças perante os credores, evitando qualquer
prática abusiva neste caso. No caso de transformação societária, dependendo
do tipo de transformação, ocorrerá a necessidade da modificação do
instrumento jurídico, por exemplo, quero transformar uma sociedade ilimitada
(contrato social) em uma sociedade anônima, neste caso, a alteração deve ser
feita para um estatuto social.
A incorporação é a operação societária pela qual uma ou mais sociedades
são absorvidas por outras sociedades, de forma total ou parcial, chamada de
incorporação total ou parcial. Quando se tratar de incorporação total, a
incorporadora adquire todos os direitos e assume todas as obrigações da
sociedade que foi incorporada. Neste caso, a incorporada deixa de existir, será
extinta (temos a incorporadora e a incorporada). Para esta ação de
incorporação, as sociedades que estarão envolvidas nesse negócio deverão
cada qual aprovar esta operação de forma unanime ou no caso da sociedade
limitada, deverá ter a aprovação de pelo menos 75% dos sócios. Neste caso,
vamos aplicar as mesmas regras no que se refere ao sócio dissidente (o que
não concorda com a incorporação) se manifesta e sai. Os sócios da sociedade
incorporada, deverão aprovar todas as bases da operação e do projeto da
reforma do ato constitutivo, ou seja, os administradores da incorporada deverão
proceder todos os atos para que sejam transferidas as cotas, direitos e deveres
para a sociedade incorporadora. Por sua vez, a incorporadora deverá também
aprovar toda a operação, inclusive apresentando um documento que se chama
protocolo e justificação, para que seja procedida a incorporação. Com a
constituição desta operação societária, se for total, a incorporada deixa de
existir, devendo ser promovida a respectiva averbação no registro próprio,
dando baixa de todos os seus atos constitutivos.
 Exemplo de incorporação total – PUC adquire a FAAP por completo,
nesta operação jurídica não existe mais FAAP como pessoa jurídica,
nada impede de manter a marca.
 Exemplo de incorporação parcial – PUC adquire a FAAP com
exceção da Faculdade de Direito.
O sistema de incorporação está previsto na lei das SA’s nos artigos 227 e
seguintes.
A fusão é a operação societária pela qual duas ou mais sociedades se unem
extinguindo para formar uma sociedade nova que a elas se sucederá nos
direitos e obrigações. Por exemplo, tem a FAAP, PUC e MACK, as 3 se unem e
criam a Universidade Paulista de ensino, as 3 pessoas não existem mais e
criaram essa nova universidade, novo CNPJ, nova estrutura, novo tudo. A
fusão está prevista no artigo 228 da Lei das SA’s. A fusão deve tomar as
mesmas medidas da incorporação. As sociedades que forem sujeitas da fusão
deverão deliberar sobre essa operação societária, aprovar o projeto, ser
nomeado um perito para verificar o patrimônio das empresas e constituída a
nova empresa (sociedade) decorrente das fusões, os administradores dessa
nova sociedade passarão a assumir todas as obrigações e deverá averbar na
junta comercial a extinção de todas as empresas.
A cisão é a operação societária pela qual uma sociedade irá se dividir, repartir
em duas ou mais novas sociedades. A cisão total é aquela em que se
extingue a sociedade criando-se duas ou mais sociedades novas, neste caso, a
sociedade é extinta para a criação de duas ou mais pequenas sociedades. Por
exemplo, temos a FAAP e ela vai se extinguir criando FAAP direito, FAAP
economia e FAAP administração, não existindo mais a FAAP propriamente
dita. A cisão parcial é aquela que, por exemplo, temos o Mackenzie Direito e o
restante é a sociedade remanescente.
O credor que se sentir prejudicado em razão da incorporação,
transformação, fusão ou cisão, no prazo de até 90 dias após a publicação dos
atos constitutivos, poderá ingressar com a ação de anulação do ato e
demonstrar que isso foi feito na forma de querer se beneficiar de algo.
Sociedade coligada
Nas operações societárias, nada impede que uma sociedade possa fazer parte
de outra sociedade, como sócia. O artigo 1.097 do Código Civil estabelece
que são denominadas sociedades coligadas aquelas que em suas relações de
capital são controladas, filiadas ou de simples participação. A sociedade é
controladora quando uma outra sociedade por sua maioria de votos nas
deliberações dos cotistas.
A sociedade filiada
A sociedade é filiada se dentro dessa sociedade existe outra sociedade e
participa do capital social da outra com percentual de 10% ou mais, sem ter o
poder de controle, neste caso, uma sociedade é sócia de outra sociedade, mas
não determina o que é deliberado.
Sociedade de simples participação
Existe a sociedade de simples participação, que é aquela que possui menos de
10% do capital com direito de voto. Não tem nenhum poder de deliberação ou
gestão, somente participa da outra.

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