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Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza:
científica (dentista)
literária (Maria Helena Diniz)
artística (Picasso)
* ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores (dentista tem secretária, recepcionista, etc...)
SALVO: se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. (ex. dentista convida um colega e
organiza uma empresa, formas de lucrar, montam uma clínica, etc...) a profissão é apenas um dos
elementos da empresa.
APLICAÇÃO DO CONCEITO DE EMPRESÁRIO:
O EMPRESÁRIO INDIVIDUAL:
Empresário Individual é a pessoa física que exerce a empresa em seu próprio nome, assumindo todo o risco da atividade
(ILIMITADA), ou seja, é a própria pessoa física que será o titular da atividade (empresa).
“De se destacar, [...] que o empresário (individual) não é pessoa jurídica. E a inscrição não lhe atribuirá a qualidade de
pessoa jurídica. Essa inscrição não cria nenhuma figura jurídica distinta da pessoa natural do empresário. É que, para a
ordem jurídica vigente, pessoa jurídica é um ente que se comporta perante o direito como se fosse uma pessoa natural;
daí se lhe reconhecer personalidade jurídica. Ora, o comerciante individual é uma só pessoa tanto em família como na
frente de seus negócios. Quem age é ele, e não um ente por ele, sujeito de direitos ou obrigações diversas.” (CHAGAS,
2020, p. 105)
O exercício da empresa pelo empresário individual se fará sob uma firma, constituída a partir de seu nome, completo ou
abreviado, podendo a ele ser aditada designação mais precisa de sua pessoa ou do gênero de atividade.
Portanto o empresário individual é aquele que exerce a empresa, utilizando-se da
personalidade jurídica de pessoa natural, a mesma que adquiriu no nascimento com vida e,
ainda que lhe seja atribuída um CNPJ próprio, diferente do seu CPF, não há diferença entre
a pessoa física em si e o empresário individual.
da respectiva sede, a cargo das Juntas Comerciais (CC/02, art. 968) antes de iniciar a sua
atividade econômica.
REGRAS PARA O REQUERIMENTO DE REGISTRO
1.2. Do curatelado
O menor relativamente incapaz (16 aos 18 – deve ser assistido) tem duas possibilidades de
ser empresário. (ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento
reduzido; os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; os pródigos)
a) Por emancipação
→ Temos duas situações que se apresentam para que o menor relativamente incapaz
possa ser empresário, quais sejam:
I. sucessão hereditária;
II. incapacidade superveniente.
Para que esta continuidade da empresa por parte do menor relativamente incapaz ocorra,
faz necessário o preenchimento de dois requisitos:
“[...] a continuação da atividade será necessariamente precedida de autorização judicial, que analisará os
riscos da empresa, bem como a conveniência de continua-la. Haverá uma ponderação dos riscos e benefícios
em jogo, deferindo-se ou não a continuação da atividade pelo incapaz. Tal autorização é genérica para o
exercício da atividade, devendo ser averbada na junta comercial (art. 976 do Código Civil), [...].” (TOMAZETTE,
2020).
A continuação da atividade pelo menor absolutamente incapaz, também deve ser precedia
de autorização judicial, com a devida análise feita pelo juiz (CC/02, art. 974), bem como,
neste caso (menor absolutamente incapaz), deverá este ser representado.
Aqueles que são representados – os absolutamente incapazes, denominados menores
impúberes – têm sua vida gerida pelo representante, que pode manifestar sua vontade em
juízo, celebrar negócios em seu nome etc., desde que atendidos os pressupostos legais
para fazê-lo e respeitados os interesses do representado.
→ O ato praticado pelo representante não é atribuído a este, mas ao representado. É como
se o próprio representado estivesse praticando o ato deste em pelo representado
Sendo deferida a continuação da empresa, o incapaz será o empresário.
O curatelado (CC/02, arts. 4º, II, III e IV e 974)
O curatelado, ainda que por meio de seu curador, não pode iniciar a atividade empresarial
que não exercia.
Dispõe o CC/02, em seu art. 974, que o incapaz, por meio de representante ou
devidamente assistido, poderá dar continuidade à empresa por ele antes exercida,
enquanto capaz, ou ainda àquela exercida por seus pais ou pelo autor da herança.
Nem toda a pessoa com deficiência é incapaz e, de uma maneira geral, a pessoa com
deficiência tem assegurado o direito ao exercício de sua capacidade (Lei n. 13.146/15, arts.
6º e 84).
Por isso, como regra de princípio, a pessoa com deficiência pode ser empresária, sendo
vedado apenas àquelas pessoas com deficiência que se enquadrem como relativamente
incapazes, assim entendidos os impedidos por causa transitória ou permanente de exprimir
suas vontades.
Impedidos de exercer a atividade empresarial
Não podem atuar como empresários individuais os falidos, desde a decretação da falência,
até a sentença que extingue suas obrigações (art. 102 da Lei n. 11.101/2005).
Enquanto as obrigações anteriores não forem extintas e o falido não for reabilitado, não
permite o legislador que possa desenvolver atividade empresarial em nome próprio.
2) Os condenados a certos crimes previstos na lei – art. 1.011, § 1º, CC/02.
Art. 1.011. O administrador da sociedade deverá ter, no exercício de suas funções, o cuidado e a
diligência que todo homem ativo e probo costuma empregar na administração de seus próprios negócios.
§ 1 o Não podem ser administradores, além das pessoas impedidas por lei especial:
A lei menciona alguns agentes públicos e políticos que são proibidos de exercerem a
atividade empresarial.
→ Os membros dos MPs – Art. 128, §5º, II, c, da CF; salvo se acionista ou cotista (art.
44, III, da Lei 8.625/93 – Lei Orgânica do MP).
→ Os magistrados - Nos mesmos limites dos membros do MP - Lei Complementar
35/79 – Lei Orgânica da Magistratura.
→ Presidente da República, Ministros de Estado, Secretários de Estado,
Governadores, Prefeitos, Deputados e Senadores – a lei não proíbe o exercício da
empresa de forma ampla, mas se restringe seu exercício quando forem proprietários,
controladores ou diretores de empresa (Art. 54, II, a da CF).
Por fim é de se observar que os atos da administração pública (portanto do administrador público) deverão
pautar-se pelo princípios e demais normas previstos no art. 37 da CF
4) Servidores Públicos (art. 117, X, Lei nº 8.112/90) e Militares (art. 29, Lei nº 6.880/80).
O servidor público que realiza a atividade empresarial não preenche os requisitos exigidos
pela lei e, portanto, pratica contravenção penal (art. 47 da LCP), independentemente das
sanções administrativas.
O Código Civil conferiu tratamento sui generis àquele que exerce empresa agrária,
facultando-se a inscrição no registro Público de Empresas Mercantis, no caso de ser
empresário individual, nos termos do art. 971 do CC/2002:
O Código Civil faculta a inscrição no registro Público de Empresas Mercantis, no caso de ser
empresário individual, nos termos do art. 971 do CC/2002:
I – a agricultura;
II – a pecuária;
III – a extração e a exploração vegetal e animal;
IV – a exploração da apicultura, avicultura, cunicultura, suinocultura, sericicultura, piscicultura e outras
culturas animais;
V – a transformação de produtos decorrentes da atividade rural, sem que sejam alteradas a composição e as
características do produto in natura, feita pelo próprio agricultor ou criador, com equipamentos e utensílios
usualmente empregados nas atividades rurais, utilizando exclusivamente matéria-prima produzida na área
rural explorada, tais como a pasteurização e o acondicionamento do leite, assim como o mel e o suco de
laranja, acondicionados em embalagem de apresentação.”
Empresário Rural
Não se incluem no conceito de empresa agrária as atividades ligadas à
produção pelo cultivo da terra considerada de mera subsistência, em que os
produtos obtidos são suficientes só para a subsistência do produtor e de sua
família.